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1. Leia com atenção o texto transcrito e responda, de forma clara e objetiva, ao questionário que
se segue:
1.2 Considerando a estrutura deste tipo de texto, delimite as diferentes partes que a
constituem.
Abertura: “Estabelece-se o presente Contrato, […] que ambos aceitam e reciprocamente
se obrigam a cumprir:”;
1.3 Selecione, para cada uma das palavras específicas deste género textual, o melhor
sinónimo, tendo em conta o contexto em que surge.
Celebrado: elogiado estabelecido publicitado
Contrato: acordo confirmação explicação
Outorgante: redactor especialista contraente
Exarados: associados registados propostos
1.5 Como decidiram as duas partes dar solução a questões não acordadas no
documento?
As questões não acordadas no documento são remetidas para as disposições legais
aplicáveis.
3.1 Classifique cada uma das frases seguintes como sendo simples ou complexa.
(A) O pai de Qassem e Ali era um modesto curtidor de peles.
(B) Os homens voltaram a aparecer e montaram todos a cavalo.
(C) Ali respondia sempre com uma palavra amável.
(D) Ali Babá equilibra as cargas sobre o lombo do burro e, para esconder o conteúdo,
coloca por cima uns feixes de lenha.
(A) simples; (B) complexa; (C) simples; (D) complexa
4. Um texto para ser considerado texto deve apresentar um conjunto de propriedades, como
adequação, coerência, coesão, progressão temática, etc.
4.1 Observe, com atenção, os exemplos a seguir apresentados:
a. A campainha tocou. Os alunos dirigiram-se para as salas de aulas. Entraram nas salas
de aulas. Deram início a mais um dia de aulas.
b. Logo que a campainha tocou, os alunos dirigiram-se para as salas de aulas. Entraram e,
assim, deram início a mais um dia de aulas.
4.1.1 Identifique os mecanismos que fazem com que o fragmento b. seja um texto coeso.
A presença de conectores (enlaces), designadamente de conjunções (coordenativas e/ou
subordinativas) contribuem para a coesão textual (no caso presente, “logo que” e “e, assim”). Por
outro lado, “as salas de aulas” que, em a. aparece duas vezes, é, no segundo caso, suprimida,
por efeito da “elipse”.
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4.2 Que mecanismo de coesão lhe parece ter funcionado nas palavras sublinhadas na
frase Apesar de o mar estar tão bravo, os pescadores dirigiram-se para a faina. São
trabalhadores destemidos.
Neste caso, o mecanismo que funcionou foi o de substituição (“pescador” foi substituído
por “trabalhador”). Trata-se de um processo de hiperonímia (o inverso seria hiponímia).
4.3 Que propriedade textual não está respeitada nos seguintes enunciados. Justifique a
sua escolha, em cada um dos itens.
4.3.1 “Ele não gosta de pescar. Por isso, comprou uma cana.”
(A) Adequação;
(B) Coerência;
(C) Coesão;
(D) Progressão temática.
É a coerência que está em causa. De alguém que não gosta de pescar não se espera que
compre uma cana de pesca. A conexão feita “por isso”, revelando uma ligação causal, não é
coerente. Esperar-se-ia outro tipo de relação (concessiva, por exemplo): Se bem que não goste
de pescar, comprou uma cana. (E poderia tê-lo feito, por razões diversas: para treinar o gosto;
para ganhar a vida, vendendo o produto do seu trabalho; etc.).
4.3.3 “O meu nome é Inês. Tenho dezoito anos. Sou uma pessoa recatada diante de
estranhos. Porém, quando estou na companhia de amigos, sinto-me à vontade para expor as
minhas ideias. Admiro a justiça e fico chocada ao ver alguém a ser desprezado.”
(A) Adequação;
(B) Coerência;
(C) Coesão;
(D) Progressão temática.
Estamos perante um exemplo de texto sem unidade temática. Todo texto deve apresentar
apenas uma ideia predominante. Não importa o quanto complexo ou simples o texto possa ser, a
partir do momento em que as ideias começam a misturar-se, o leitor sofre um lapso de
entendimento imediato.
Pacheco
Voltei.
Na semana passada estava a confraternizar com meia dúzia de groupies de uma banda
rock quando, com a barulheira, elas entenderam que o meu nome era Pacheco. Eu não as corrigi
logo. Deixei que me dirigissem diversas frases a terminar em Pacheco, pedidos, observações.
Passou talvez meia hora, o barulho diminuiu bastante, e eu, com falta de assunto, lembrei-me de
explicar-lhes que não me chamo Pacheco. Demasiado tarde. Já não fui a tempo de as convencer.
Nos e-mails que trocámos desde então, trataram-me sempre por Pacheco.
Em 1997/1998, quando José Saramago fez um livro com Sebastião Salgado, fui assistir a
uma apresentação dos dois em Coimbra, na biblioteca municipal, no cimo do Jardim da Sereia.
Levava o Memorial do Convento e, quando se proporcionou, pessoas de um lado e de outro,
estendi-o ao autor. Naquele momento, nem eu, nem ele, nem ninguém imaginava que, anos mais
tarde, eu iria receber um prémio com o seu nome, iríamos tirar fotografias juntos. Não sei se
alguém imaginaria que, pouco depois, também iria ele receber um prémio, passearia de samarra
em Estocolmo. Eu não imaginava nenhum desses futuros, apenas tentava que se interessasse
pelo livro que eu tinha trazido de casa, já a pensar. Foi por um impulso difícil de explicar, por um
instinto, que lhe disse o meu nome completo. Durante alguns segundos esteve a escrever só para
mim. Deu-me o livro fechado. Afastei-me, outras pessoas queriam falar com ele. Ainda nessa
sala, quando abri o livro na folha autografada, dizia: «A José Luís Pacheco, com a estima de José
Saramago». Ainda tenho esse livro.
In Jornal de Letras, dezembro de 2009 (texto com cortes, sublinhado nosso)
5.1 Interpretar um texto passa, entre outros aspetos, pela pressuposição, ou seja, pelas
deduções que fazemos de elementos não explicitados no enunciado, desde os mais óbvios aos
mais subtis. Das opções apresentadas, assinale a que indica o que pode inferir-se sobre o autor
da cónica, a partir de cada uma das citações.
5.1.1 Voltei.
(A) O autor escreve regularmente para este jornal;
(B) O autor fez uma viagem;
(C) O autor esteve de férias.
5.1.2 “… estava a confraternizar com meia dúzia de groupies de uma banda rock.”
(A) José Luís Peixoto é músico;
(B) José Luís Peixoto é jovem;
(C) José Luís Peixoto é apreciador de rock.
5.1.3 Levava o Memorial do Convento e, quando se proporcionou, (…) estendi-o ao
autor.
(A) O cronista tinha acabado de ler o Memorial do Convento;
(B) O cronista admirava José Saramago;
(C) O cronista é colecionador de autógrafos.
5.2 Estão implícitos no texto alguns conhecimentos do leitor, que permitem a sua inteira
compreensão.
Explique a que conhecimentos apela o fragmento sublinhado no texto - (“passearia de
samarra em Estocolmo”).
Saramago recebeu o prémio Nobel em Estocolmo.
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6. A “Canção do Exílio” foi escrita pelo poeta brasileiro Gonçalves Dias em 1843 em Coimbra,
quando aí frequentava a Universidade (curso de Direito). Veja como a temática é retomada
posteriormente por Mário Quintana.
O texto B. pode ser considerado uma imitação criativa, por haver alguma semelhança de
ideias em relação ao hipotexto, mas é sobretudo uma paródia, por apresentar as ideias em
contraste com o texto A.
7. Dados os seguintes fragmentos identifique o protótipo textual (tipo de texto) de que se trata.
a. Luís Bernardo sentara-se, depois de ter feito de pé as suas alegações. Ficou a olhar para o
Dr. Anselmo de Sousa Teixeira. A sala inteira ficou também a olhar para o juiz. O escrivão
esperava de pena em riste, pronto a anotar a sentença: sabia que o Dr. Anselmo era rápido,
quase instantâneo, a ditar a sentença, mal terminavam as alegações. Mas, nessa manhã, nada
se estava a passar como habitualmente.
Miguel Sousa Tavares, Equador, 15.ª edição, Lisboa, Oficina do Livro, 2004 (adaptado).
Protótipo narrativo (Sequência textual narrativa)
CHAVE: (A) – (5); (B) – (3); (C) – (1); (D) – (7); (E) – (2); (F) – (4);
10.1 Assinale, como verdadeira (V) ou falsa (F), cada uma das afirmações que se seguem,
de acordo com os excertos anteriores.
(A) No excerto A e utilizado um registo formal.
(B) No excerto B é utilizado um registo informal.
(C) No excerto C os interlocutores são íntimos, o registo é formal.
(D) No excerto B os interlocutores mal se conhecem, o registo é formal.
(E) No excerto B os interlocutores são desconhecidos, o registo é informal.
(A) – V; (B) – F; (C) – F; (D) – V; (E) – F.
11. Considere o texto seguinte:
19-VIII-1915
Meu caro Cortes-Rodrigues
Felizmente para mim tenho tido bastante que fazer.
Sobra-me tempo apenas, portanto, para estas linhas.
Escrevo-lhe para lhe dizer que lhe não posso escrever. É mais
um paradoxo do
muito e sempre seu
Fernando Pessoa
(In Cruz Malpique, 1953:143)
11.1. Classifique o género textual a que pertence o documento apresentado, fundamentando
a sua resposta com o registo de língua utilizado.
Técnicas de Expressão Escrita – Prova Intercalar Escrita S1 Página 8 de 11
Estamos perante uma carta informal, por utilizar linguagem familiar. A fórmula de abertura e
o fecho de uma carta dependem do grau de familiaridade que se tem com o destinatário – “Meu
caro”, “muito e sempre seu”.
11.2. Indique as diferentes partes que a compõem.
Local – Não apresenta
Data - 19-VIII-1915
• Saudação inicial - Meu caro Cortes-Rodrigues
• Corpo da carta
- Introdução - Felizmente para mim tenho tido bastante que fazer.
- Desenvolvimento Sobra-me tempo apenas, portanto, para estas linhas. Escrevo-lhe para lhe dizer
que lhe não posso escrever.
- Conclusão - É mais um paradoxo do
• Fórmula de despedida - muito e sempre seu
• Assinatura - Fernando Pessoa
• P.S. (Post Scriptum) - Não apresenta.
12. Considerando os textos jornalísticos, classifique as seguintes afirmações em verdadeiras (V) ou
falsas (F).
(A) Numa notícia, tudo se escreve sempre do menos importante para o mais importante.
(B) Uma das características da notícia é a sua efemeridade.
(C) A reportagem é um texto jornalístico mais longo e pormenorizado, cujo objetivo é informar os
leitores sobre um tema de interesse geral.
(D) Na reportagem, tal como na notícia, não há lugar para marcas de subjetividade.
(E) A crónica debruça-se sobre temas do quotidiano, interpretando-os numa visão subjetiva.
(F) A entrevista constitui uma das técnicas de recolha de dados, que serve para operacionalizar as
investigações.
(G) O editorial reflete o ponto de vista do jornal, da empresa jornalística ou do redator-chefe.
O gestor de conta de Isabel dos Santos no EuroBic, Nuno Ribeiro da Cunha, apareceu morto,
na quarta-feira à noite, na zona do Restelo, no mesmo dia em que foi constituído arguido em Angola.
"O EuroBic tem conhecimento de que Nuno Ribeiro da Cunha foi encontrado morto, no
entanto não há nenhuma outra informação disponível, já que se trata de uma questão do
âmbito familiar", disse fonte do EuroBic, ao Notícias ao Minuto.
Contactada pelo Notícias ao Minuto, também a PSP de Lisboa confirma que foi chamada para
um alerta de suicídio na zona do Restelo, na quarta-feira à noite, por volta das 22h00. No local
estiveram ainda operacionais dos bombeiros, bem como elementos da Polícia Judiciária.
Entretanto, em comunicado enviado às redações, a PSP detalha que Nuno Ribeiro da Cunha
"terá cometido suicídio na garagem, pelo método de enforcamento, confirmando-se o óbito após
manobras de reanimação por parte dos meios de socorro", pode ler-se.
De recordar que Nuno Ribeiro da Cunha tinha sido já encontrado com ferimentos graves num
cenário de aparente tentativa de suicídio no dia 7 de janeiro.
De referir que foi este gestor quem validou as transferências da conta da Sonangol no EuroBic
para o Dubai, já depois de a empresária angolana ter sido exonerada do cargo que exercia na
petrolífera, de acordo com os documentos revelados pelo Luanda Leaks.
Além de Nuno Ribeiro da Cunha, Isabel dos Santos e outras personalidades foram também
constituídos arguidos no âmbito do mesmo processo.
https://www.noticiasaominuto.com/pais/1399374/morreu-o-gestor-de-conta-de-isabel-dos-santos-no-eurobic
[consultado a 23-01-2020 – texto adaptado]
Num texto bem estruturado, apresente uma reflexão sobre as ideias expressas no excerto
transcrito, relativas à importância da informação no mundo contemporâneo. Para
fundamentar o seu ponto de vista, recorra, no mínimo, a dois argumentos, ilustrando cada um
deles com, pelo menos, um exemplo significativo.
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FIM
O Docente: Ilídio Arribada Cadime