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Curso - Produção de textos oficiais na UnB

Unidade 4

4. TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO


OFICIAL: ATA E INSTRUÇÃO
Introdução

Vamos continuar conhecendo novos gêneros oficiais? Conheceremos agora


alguns atos de assentamento (apostila, ata, auto de infração e termo) e veremos tam-
bém um documento normativo: a instrução.

Objetivos

¾ Compreender textos da redação oficial de forma correta e adequada às


características e às funções desses gêneros textuais.
¾ Expressar-se por escrito com fluência, clareza, segurança e expressividade.
¾ Redigir textos técnicos e documentos oficiais com coesão, coerência,
respeitando a estrutura, os elementos constitutivos e as ideias básicas.
¾ Aplicar técnicas e procedimentos requeridos pela redação de uma
correspondência oficial no âmbito profissional
¾ Produzir os textos oficiais ata e instrução dentro do ambiente de trabalho.

4.1 Atos de assentamento

Compreendem os seguintes gêneros: Apostila, Ata, Auto de infração, Termo.


A seguir, veremos alguns deles.

4.1.1 Ata

Você já percebeu o quanto usamos o resumo escrito e oral no cotidiano e nas


atividades profissionais?

Assim, a ata é um documento em que deve constar um resumo por escrito,


detalhando os fatos e as resoluções a que chegaram as pessoas convocadas a par-

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ticipar de uma assembleia, sessão ou reunião. O verbo que designa o ato de redigir
uma ata é “lavrar”. Uma das funções principais da ata é historiar, traçar um painel dos
fatos e vozes que se manifestaram em uma reunião, podendo ser utilizada em uma
empresa, associação, instituição. Serve como documento para consulta posterior, ten-
do caráter obrigatório em situações de decisões nos departamentos e nos colegiados.

Por tratar-se de um documento, a ata deve seguir algumas normas específicas.


Deve ser escrita à mão, no momento da realização do evento. Em algumas situações
há um livro especial, com as páginas numeradas e rubricadas, que deve conter termo
de abertura e encerramento. A pessoa indicada para numerar e rubricar as páginas do
livro, normalmente um secretário, deverá também redigir o termo de abertura. Será que
você já foi essa pessoa no seu serviço? Confira a seguir as normas de escrita da ata.

4.1.1.1 Estrutura da ata

De acordo com as Normas para padronização de documentos da Universidade


de Brasília:

A ata deve ser digitada em espaço simples (espaço 1), sem parágrafos nem
espaços vazios e conter: número sequencial, data, local, horário em que teve início
(todos por extenso); nome do presidente, dos membros presentes e dos convidados,
dos membros com ausência justificada, assuntos discutidos e respectivas delibera-
ções. No fecho deve ser identificado o horário em que foi encerrada a reunião, com
espaço para assinatura de quem redigiu, seguido do nome (por extenso). Em seguida
vem o nome do presidente e dos demais membros presentes (em ordem alfabética),
os quais assinarão a ata, caso seja essa a opção do todo. O número de reunião ordi-
nária é sequencial e deve ser escrito por extenso. Por exemplo:

Ata da Quingentésima Décima Primeira Reunião Ordinária do Colegiado

Importante:

respeitada a tolerância regimental para quórum, deve ser exarada ata de reu-
nião ordinária que não se realizou por falta de quórum nos mesmos moldes das
ocorridas. Reunião extraordinária não tem número. É identificada pela data em
que foi realizada.

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Deve conter:

Título: ATA, seguido do respectivo número da reunião ou sessão.

Texto, incluindo:

a) preâmbulo – registro da situação espacial e temporal e participantes;

b) registro dos assuntos abordados e de suas decisões, com indicação das


personalidades envolvidas, se for o caso; e

c) fecho – termo de encerramento com indicação, se necessário, do redator,


do horário de encerramento, de convocação de nova reunião etc.

Assinaturas

Exemplo:

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA Nome da unidade/centro/órgão complementar

ATA DA QUADRINGENTÉSIMA NONAGÉSIMA QUINTA (495ª) REUNIÃO


ORDINÁRIA DO(A) [nome do Conselho ou Colegiado] DA UNIVERSIDADE DE
BRASÍLIA [ou do órgão], realizada aos trinta e um dias do mês de novembro do ano de
dois mil e dez, às quatorze horas e vinte e cinco minutos, no(a) [local da reunião], com
a presença dos Conselheiros: [nome do Presidente ou do dirigente da reunião, seguido
dos nomes dos demais Conselheiros presentes, em ordem alfabética, separados por
vírgula; indica-se a condição dos membros, se titular ou suplente]. Foi justificada a
ausência dos Conselheiros [nomes, separados por vírgula; indica-se a condição deles
– se titular ou suplente]. Também estiveram presentes os convidados [nome e respec-
tivos cargos]. Aberta a sessão, o Presidente procedeu aos seguintes informes: 1. ---; 2.
---. Dando início à ordem da pauta, foram analisados os seguintes itens: PARA EXAME
E DELIBERAÇÃO – 1) Ata da Quadringentésima Nonagésima Quarta (494ª) Reunião
Ordinária, realizada no dia 5 de agosto de 2011. Deliberação: aprovada. 2) Circular
MRT n. 002/2010, encaminhando cópia do Ofício n. 003/2010, da Secretaria tal, do
Ministério tal, referente à meta do Governo para contenção de gastos não previstos
no orçamento anual. Com a palavra, o Relator, Conselheiro [nome do Conselheiro],
procedeu à leitura do seu parecer (original anexo a esta ata e cópia no processo e no
dossiê desta reunião), no qual constam questionamentos e sugestões. Deliberação: o
Conselho tomou conhecimento do teor do Ofício e deliberou que os Centros de Custo
da UnB deverão priorizar as atividades inadiáveis, considerando a disponibilidade de
recursos financeiros. 3) ... 4) ... Nada mais havendo a tratar, às dezoito horas e dez
minutos, o Presidente deu por encerrada a reunião, da qual eu, [local destinado à
assinatura de quem redigiu a ata, seguida do nome, por extenso], Secretário(a) [ou
Secretário ad hoc, caso não tenha cargo oficial] do Conselho tal, lavrei a presente Ata,
que, depois de lida e aprovada, será subscrita pelo Presidente e pelos Conselheiros
presentes.

Fulano Beltrano Cicrano


Presidente Membro Membro

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4.1.2 Termo

Termo: Registro de toda declaração, escrito e autenticado. É essencial à efetivação


dos atos de nomeação. Caso não seja lavrado e assinado, o ato não produz efeitos legais.

É o documento que relata, objetivamente, as discussões, as propostas e as de-


liberações ocorridas em reuniões dos conselhos superiores da FUB e da UnB, das câ-
maras, dos conselhos, das unidades acadêmicas e administrativas, dos centros e dos
órgãos complementares, dos colegiados dos departamentos e de eventos que exijam
registro. Competências: secretário do respectivo conselho ou colegiado, ou aquele
designado para tal. É assinada pelo(a) presidente, por quem a redigiu, e também pe-
los membros presentes à reunião. Viu como é importante conhecermos o termo para
melhorar nossa prática profissional no ambiente de trabalho?

4.1.3 Auto de infração

O auto de infração é o documento por meio do qual uma pessoa ou empresa é


notificada acerca de uma ou mais infrações que tenha cometido. Esse é o tipo de texto
que ninguém quer receber, né? Sabemos que temos direitos, mas também diversos de-
veres. Portanto, é importante respeitarmos para sermos respeitados também. Às vezes
também cometemos essas infrações por descuido ou falta de atenção.

Auto de infração

Infração: substituir o uso de saco plástico de lixo e de sacola plás-


tica pelo uso de saco de lixo ecológico e de sacola ecológica, após
notificação no___________ , de

DLT: art.1º da Lei nº 9.529/2008, regulamentada pelo art. 1º do De-


creto 14.367/2011.

Penalidade: Multa de R$______ , de acordo com o art. 4º da Lei nº


9.529/2008, regulamentado pelo art. 6º do Decreto nº 14.367/2011.

Prazo para pagamento da multa: 30 dias.

Prazo para recurso: 15 dias.

Local, data e hora

Fonte: http://www.fiscaldeposturas.com.br/municipal/2011/06/15/termos-fiscais-relativos-
-ao-uso-de-sacola-plastica/

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4.2 Documento normativo: instrução

A Instrução é o “instrumento que divulga decisões administrativas, disciplina


procedimentos de determinado assunto administrativo, faz recomendações de inte-
resse geral nas respectivas áreas de competência.” (p. 16, 2011). São competentes
para a emissão deste documento: Vice-Reitor, Decano, Dirigente de Unidades Aca-
dêmica e Administrativa, Centro, Órgão Complementar, Diretoria e Chefe de Departa-
mento e de Secretaria. Também pode ser emitido pela Reitoria, mas nos deteremos
no exemplo de Instrução emitida pelos demais agentes públicos da UnB (p.49, 2011).

06/08/2021 SEI/UnB - 3454508 - Instrução

Boletim de Atos Oficiais da UnB em


31/01/2019

INSTRUÇÃO DO(A) BIBLIOTECA CENTRAL Nº 002/2019

Regulamenta e dispõe os
procedimentos para doações
espontâneas da comunidade
acadêmica e usuários externos do
Sistema de Bibliotecas da
Universidade de Brasília (SiB-UnB).

O diretor da Biblioteca Central da Universidade de Brasília (BCE), no uso de suas atribuições conferidas
pelo Art. 40 do Regimento Geral da UnB, considerando a polí�ca de formação e desenvolvimento de
acervos do SiB-UnB, o papel da comunidade acadêmica, usuários externos e a natureza do acervo
impresso de uma biblioteca universitária,

INSTRUI:

Art. 1º O Sistema de Bibliotecas da Universidade de Brasília (SiB-UnB) tem interesse em receber como
doação espontânea e livre de ônus, obras que possam enriquecer seu acervo enquanto biblioteca
universitária para todos os suportes de informação u�lizados, tais como, por exemplo, livros
universitários, revistas cien�ficas, história em quadrinhos (HQs), filmes, discos de vinil e obras que
contribuam para as a�vidades de ensino, pesquisa e extensão, enriquecendo o acervo da Biblioteca
Central e das bibliotecas setoriais. A doação ocorrerá de acordo com as seguintes determinações:

CAPÍTULO I
DAS OBRAS

Art. 2º Todas as obras ofertadas em doação devem ser iden�ficadas pelo doador ou seu representante e
conter ao menos informações sobre autor, �tulo, editora, ano e ISBN.
Art. 3º O SiB-UnB não recebe, em hipótese alguma: doações sem iden�ficação; caixas fechadas; apos�las,
material para concursos, cópias de livros, obras não-adequadas à missão do SiB-UnB e doações em
comodato ou modalidade similar.
Art. 4º Caso o doador deseje doar mais que cem (100) itens diferentes, deve-se entrar em contato com o
Setor de Seleção e Aquisição para agendar uma visita de pré-avaliação das obras no local onde se
encontram.

CAPÍTULO II
DOAÇÕES RECOMENDADAS, DE AUTORES, PROJETOS E HERANÇAS

Art. 5º O SiB-UnB demonstra seu interesse em receber como doação obras importantes para as
a�vidades de ensino, pesquisa e extensão e obras cujos autores fazem parte da comunidade acadêmica
da UnB e/ou sociedade de Brasília e região bem como obras financiadas por projetos e editais públicos.
As doações devem seguir o disposto no Capítulo I desta Instrução Norma�va e poderão ser:
https://sei.unb.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=3892516&infra_sistema=… 1/3

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4.3 Leitura complementar

BRASIL. Congresso Nacional. Câmara dos Deputados. Manual de redação. Brasília:


Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 2004a.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: texto


constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações adotadas pelas
Emendas Constitucionais n. 1/92 a 44/2004 e pelas Emendas Constitucionais de Revi-
são n. 1 a 6/94. Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2004b.

BRASIL. Presidência da República. Manual de redação da Presidência da República.


3. ed. rev. e atual. Brasília: Presidência da República, 2018.

DISTRITO FEDERAL (Brasil). Tribunal de Contas do Distrito Federal. Manual de reda-


ção oficial. Brasília: DIPLAN, 2003.

FERRAZ, J. A.; RIBEIRO, O. M.; ALVES, S. B. Análise e produção textual de outros


gêneros administrativos. Brasília: CEAD/UnB, 2009.

HOUAISS, A. (Ed.). Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. [S.l.]:


Objetiva, 2001. 1 CD-ROM. Versão 1.0.

KASPARY, A. J. Redação oficial: normas e modelos. Porto Alegre: Edita, 2003.

MEDEIROS, J. B. Manual de redação e normalização textual: técnicas de editoração


e revisão. São Paulo: Atlas, 2002.

_______. Correspondência: técnicas de comunicação criativa. 18. ed. São Paulo:


Atlas, 2006.

NEY, J. L. Prontuário de redação oficial. 8. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1976.

TOMASI, C.; MEDEIROS, J. B. Comunicação empresarial. São Paulo: Atlas, 2007.

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