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1.

A conservação in vitro envolve o uso de duas principais técnicas:


crescimento lento e criopreservação. Faça uma busca na literatura (sugiro o
Google Scholar e a utilização de língua inglesa) por um artigo que descreva a
metodologia de uma das duas técnicas citadas e responda as seguintes
questões:

Artigo usado como base: COPELAND, Kicia Karinne Pereira Gomes et al. Estudos
fisiológicos e bioquímicos para criopreservação de embriões zigóticos de Coqueiro Anão
Verde de Jiqui do Brasil. 2010.

a) Cite no mínimo duas vantagens e duas desvantagens de cada uma das técnicas
citadas acima. (2,0 pts)

Criopreservação:

Vantagens:

● Conservação a longo prazo de germoplasma vegetal. Já que o NL permanece


em -196°C;
● Alta estabilidade Genética;
● Material vegetal variado, podendo se criopreservar: gemas, meristemas,
sementes, embriões zigóticos, calos e etc;

Desvantagens:

● Algumas plantas são sensíveis demais ao processo, já que pode ocorrer a


formação de cristais de gelo no interior das células, causando a ruptura da
membrana celular ocasionando na morte da célula;
● Alto do custo do processo, já que necessita de freezer com T°C escalonada na
técnica de congelamento lento e o próprio NL (tanto na técnica de congelamento
lento quanto a rápida;

Crescimento Lento:

Vantagens:

● Conservação a médio prazo de germoplasma vegetal;


● Reduzir risco de perdas por desastres climáticos;
● Reduzir risco de perdas por ataques de pragas como fungos e insetos.
● Condições de temperatura e fotoperíodo controladas;
● Fácil acesso para avaliação e uso.

Desvantagens:

● Necessita de mão de obra extremamente especializada:


● Requer uma grande infraestrutura para que funcione adequadamente;
● Necessidade de desenvolver protocolos específicos;
● Desvantagens importantes tendo em vista que aumentam o valor de custo fixo
dessa técnica;
● Ausência de processo de co-evolução.

b) Sobre o artigo, qual foi o tipo de explante utilizado para o cultivo em


crescimento lento ou criopreservação? (1,0 pt)

Foram utilizados como explante embriões zigóticos com onze meses de


maturação.

c) Descreva em linhas gerais a metodologia específica utilizada para o tipo de


conservação in vitro testada no trabalho (se crescimento lento, composição de
meio de cultura e frequência de subcultivo. Se criopreservação, se foi
congelamento rápido ou lento, qual composição de solução crioprotetora e etc.)
(3,0 pts)

Primeiramente ocorreu a coleta e excisão dos embriões zigóticos de coco, após


isso foi definido o método de desidratação que consistia em desidratação por 4 horas
em sílica gel ou desidratação por 4 horas em câmara de fluxo laminar.

Logo depois da seleção do método de desidratação, embriões zigóticos de


coqueiro AveJBr foram submetidos a 4 tratamentos com crioprotetores (T1-1,75 mol.L1
de sacarose + 15% de glicerol ; T2- 1,75 mol.L-1 de glicose + 15% de glicerol; T3- 1,75
mol.L-1 de sacarose e T4- 1,75 mol.L-1 de glicose), sendo a inoculação dos embriões
em meio de pré-tratamento onde foram mantidos por 12, 16 e 20 horas, retirados e
pesados em balança analítica (Massa Fresca), colocados em estufa a 105 ºC por 18
horas retirados novamente e pesados em balança analítica (Massa Seca). Com o total de
480 embriões metade desses foram acondicionados em criotubos com 2 mL de capacidade
(10 embriões/criotubo) e criopreservados em tambor de nitrogênio líquido a - 196 °C por 48
horas (congelamento rápido NL+), e outra metade dos embriões foi inoculada em meio de
Y3 líquido (NL -) e mantidos na ausência de luz.

2. Os biorreatores de imersão temporária podem otimizar de forma expressiva o


cultivo in vitro de plantas, existindo dois principais modelos: RITA e frascos
duplos/gêmeos. Escreva uma resenha curta (máximo de 1 página) apontando os
principais usos para cada um desses modelos, indicando seu funcionamento
básico, prós e contras e ao menos um trabalho científico que tenha utilizado um
desses modelos para o cultivo in vitro de uma determinada espécie. (4 pts)

Podemos definir os biorreatores como equipamentos específicos que


visam a acelerar o crescimento e a multiplicação de organismos vivos, nesse
caso vegetais, em uma tentativa de reduzir os custos de produção que geralmente
são altos na propagação in vitro desses indivíduos. Os biorreatores de transição
temporária são capazes de proporcionar um ambiente controlado e otimizado
para o desenvolvimento dessas plantas. Existem dois principais modelos de
biorreatores de imersão temporária e discorreremos um pouco mais sobre cada
um deles.

Temporary Immersion Bioreactor for Vitro Plants ou RITA como é


comumente conhecido, é amplamente utilizado na produção de corpos vegetais.
Sendo composto por um recipiente que contém duas partes onde ambas devem
ser resistentes à corrosão, que consigam prevenir de contaminações do processo
com traços de metais, atóxicos e transparentes quando necessário. Dentro do
recipiente principal são colocados os explantes e um compartimento secundário
a solução de nutrientes. A partir de um processo de encharcamento e drenagem
intercalada os explantes são expostos, isso permite que ocorra uma absorção
eficiente dos nutrientes pelas plantas o que acaba culminando na estimulação de
crescimento. As vantagens de se utilizar esse modelo podem ser destacados
como: sua alta capacidade de produção, controle preciso das quantidades de
nutrientes absorvidos pelos explantes e a manutenção da esterilidade durante
todo o processo de cultivo. Porém existem também muitas desvantagens em
utilizar esse modelo, tais como: valor extremamente elevado dos aparatos e
reutilizações limitadas devido ao uso de autoclave, necessidade um um sistema
controlador externo para a imersão e drenagem o que torna mais complexa sua
utilização.

Os frascos duplos/gêmeos em contrapartida são um modelo mais simples


que pode conceder uma economia considerável em todo processo de cultivo in
vitro, já que podem ser feitos de materiais recicláveis como PET. Nesse sistema,
os explantes são colocados em frascos com uma tampa perfurada e imersos em
uma solução nutritiva, a tampa perfurada permite que a região superior do frasco
seja uma espécie de reservatório de ar que proporciona ventilação e impede que
as plantas se afoguem. Os frascos são alternados de tempos em tempos por meio
desse reservatório de ar. As vantagens observadas em se usar esse modelo são,
de fato, sua simplicidade e facilidade de uso já que não necessitam de
equipamentos e sistemas complexos ideal para laboratórios que possuem
recursos um pouco limitados, além da possibilidade de acompanhar visualmente
o crescimento das plantas. Sua principal desvantagem é sua necessidade manual
e individual para cada frasco, o que torna um pouco mais desgastante sua
manutenção e manejo diário.

No trabalho LEMOS, EURICO EDUARDO PINTO DE et al. Micropropagação de clones de


banana cv. Terra em biorreator de imersão temporária. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 23,
p. 482-487, 2001. O modelo utilizado de biorreator foi o de frascos duplos,
confeccionados artesanalmente e construídos no laboratório
(BIOVEG/CECA/UFAL), sendo constituídos por dois frascos com capacidade para
3 litros, interligados entre si por tubos de silicone através das tampas contendo 1
litro de meio de cultura líquido em um dos frascos. O outro frasco continha os
explantes de banana que eram imersos a cada 4 ou 12 horas(dependendo do
tratamento) por 10 minutos, após bombeamento de um frasco para outro. O
bombeamento foi feito utilizando-se de pequenas bombas para a oxigenação de
aquários reguladas por dois temporizadores.

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