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INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

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INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

UNIDADE I estado do Rio de Janeiro em 1923.

ENFERMAGEM  Instrumentos Básicos da Enfermagem


Segundo a Dra. Wanda de Aguiar Horta, enfer- Cada membro da equipe de enfermagem deve
magem é “A arte de assistir o ser humano no utilizar conhecimentos, atitudes e habilidades
atendimento de suas necessidades humanas que permitam um desempenho eficiente de
básicas, de torná-lo independente desta as- suas funções. Empregam-se esses instrumen-
sistência, quando possível, pelo ensino do tos, em maior ou menor grau de acordo com a
auto-cuidado, de recuperar, manter e promo- complexidade das funções de cada um, mas
ver sua saúde em colaboração com outros todos os instrumentos devem ser elaborados
profissionais”. durante o trabalho. Os instrumentos básicos de
enfermagem mais utilizados são:
Desta forma podemos também dizer que enfer-
magem é assistir o paciente, ou seja, "fazer pelo • Observação: utilizam-se todos os órgãos dos
ser humano tudo aquilo que ele não pode fazer sentidos (visão, audição, olfato, tato). Uma
por si mesmo; ajudá-lo quando parcialmente observação objetiva baseia-se em conheci-
impossibilitado de se autocuidar e orientá-lo ou mentos científicos, portanto, o profissional
encaminhá-lo a outros profissionais”. deve adquirir conhecimentos que o levem a
compreender o que observa.
HISTÓRIA DA ENFERMAGEM
• Resolução de Problemas: perante um pro-
Por muitos séculos a enfermagem foi exercida blema observado, deve-se defini-lo, apontar
de maneira empírica pelas mães, sacerdotes, soluções práticas, submeter essas soluções
feiticeiras e religiosas em quase todas as civili- a uma apreciação e aplicar as conclusões.
zações antigas. Não é conhecido o trabalho do
enfermeiro nesta época. • Aplicação dos Princípios Científicos: utiliza-
se nas tomadas de decisões, resolução de
Com o advento do Cristianismo surgiram os problemas, orientações, prestação de cuida-
diáconos e as diaconisas, que socorriam os dos de enfermagem e outros.
enfermos e pobres. O problema é que não havia
um tratamento qualificado e havia muitas perse- • Planejamento: compreende a seleção de
guições religiosas que impediam um trabalho objetivos e determinação dos procedimentos,
contínuo. Pouco tempo depois surgiu o Edito de baseando-se nos dados coletados e avalia-
Milão, do imperador Constantino, que determi- dos. O planejamento deve ter uma unidade
nou liberdade para a igreja exercer suas ativi- de ação, linha de continuidade, eficiência,
dades, estimulando assim, o surgimento de precisão e flexibilidade.
hospitais, como é o caso das Santas Casas. • Avaliação: através da observação faz-se a
No século XIII, a queda do nível moral e contro- apreciação e controle daquilo que foi plane-
vérsias religiosas ocasionaram a decadência da jado, da qualidade e da quantidade do traba-
lho executado. A avaliação deve ser objetiva
enfermagem, que passou a ser exercida por
e contínua.
pessoas de moral duvidosa. Seguiu-se o surgi-
mento da ordem das Clarissas, fundada por São • Criatividade: é o comportamento novo para o
Francisco de Assis, que promoveu grandes indivíduo. Para demonstrá-la, é necessário
obras sociais. Data desta época também o sur- segurança psicológica, sensibilidade às mu-
danças, flexibilidade e autenticidade. Para a
gimento das irmãs de caridade, precursoras da
enfermagem, ela é importante no atendimen-
enfermagem moderna.
to individual aos pacientes e na resolução de
O grande marco da enfermagem moderna foi determinados problemas.
“Florence Nightingale” em 1854, participando
• Destreza Manual: é a capacidade de utilizar
da Guerra da Criméia, obtendo grande sucesso
adequadamente as mãos na execução de
no cuidado aos feridos da guerra. Quando con-
um trabalho.
sagrada, retornou ao seu país, Inglaterra, e
fundou a primeira escola de enfermagem. No • Comunicação: é o mecanismo pelo qual se
Brasil, a enfermagem foi exercida durante mui- desenvolvem as relações humanas através
tos anos pelas religiosas, voluntários e leigos. A de mensagens verbais, escritas, gestuais,
precursora da enfermagem moderna no Brasil emotivas e outros. A interação enfermei-
foi “Ana Néri”, baiana, consagrada “Mãe dos ro/paciente depende basicamente da comu-
brasileiros” devido a sua atuação na guerra nicação, e para que ela ocorra, é necessário
Brasil-Paraguai. Ainda Hoje existe uma escola bom relacionamento, pensamento objetivo,
de enfermagem fundada com seu nome, no linguagem adequada, escolha do momento e

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local apropriados, demonstração de interes- mos. As principais são:


se, atenção ao escutar o paciente, honesti-
▪ Lavar as mãos com freqüência ao cuidar dos
dade na entrevista.
doentes, após chegar da rua, após assuar o
• Trabalho de Equipe: é o trabalho de um pe- nariz, antes das refeições, após eliminações,
queno grupo por um objetivo comum. A en- etc.; cobrir a boca ao tossir ou espirrar, não
fermagem trabalha em conjunto com os pro- utilizar objetos de uso individual (toalha, esco-
fissionais da equipe multidisciplinar. va de dente, etc.) usados por outras pessoas.
✓ Coletivas: empregam-se métodos visando
UNIDADE II
atender à comunidade. Ex.: saneamento bási-
co, eliminação de insetos e roedores, exame
TÉCNICAS ASSÉPTICAS
médico periódico, uso de toalhas de papel pa-
ra as mãos.
 Anti-sepsia
✓ Hospitalares: utilizam-se práticas especiais
Segundo o Ministério da Saúde, “é o conjunto
que abrangem medidas gerais: isolamento de
de meios empregados para impedir a prolifera-
pessoas com moléstias transmissíveis, limpe-
ção microbiana”. Utiliza-se o termo quando se
za terminal e concorrente, não sentar nas ca-
emprega soluções germicidas de baixa caustici-
mas dos pacientes, não colocar materiais dife-
dade e hipoalergênicas na pele e mucosas. As
rentes no chão (comadre, bacia, etc.).
principais soluções são:
• PVPI – polivinilpirrolidona iodo (Povidine,  Degermação
Dermoiodine).
É a remoção ou redução do número de bacté-
• Cloro-hexidina (Chlorohex). rias na pele por meio de limpeza mecânica (es-
cova com sabão ou detergentes), ou por aplica-
• Hexaclorofeno (Fisofex).
ção de preparado químico.
• Álcool iodado 2%.
 Desinfecção
• Água Oxigenada 10 volumes.
É a destruição ou inativação de agentes infecci-
• Nitrato de Prata 1%.
osos situados fora do organismo, não necessa-
• Violeta de Genciana. riamente matando os esporos. É aplicado em
pisos, paredes, superfícies de equipamentos,
• Tintura de Iodo.
móveis hospitalares e utensílios sanitários.
 Assepsia As soluções dividem-se em: desinfetante-
detergente (produtos à base de fenol sintético)
Segundo o Ministério da Saúde, é o processo
dentre outros desinfetantes utilizam-se as mes-
pelo qual se consegue afastar os germes pato-
mas soluções esterilizantes, mas os materiais
gênicos de determinado local ou objeto. Classi-
deverão ser mantidos sob ação do produto por
fica-se a assepsia em:
30 minutos.
• Cirúrgica: consiste no emprego de técnicas
com o objetivo de não propagar microrga-  Desinfestação
nismos em local ou objeto estéril. Para tanto, É a destruição de insetos, roedores ou outros
devemos não falar, tossir ou espirrar sobre o transmissores de infecções ao homem.
material estéril, não considerar estéril pacote
úmido, sem data ou aberto, abrir pacotes es-  Esterilização
téreis com técnica e guardar os materiais em
armários próprios, limpos e longe de poeira e É a destruição ou eliminação de todos os mi-
insetos. crorganismos na forma vegetativa ou esporula-
da. Realiza-se sob ação de: radiação - raios
• Médica: adotam-se medidas para evitar ou ultravioletas, raios gama cobalto 60, calor seco -
diminuir a disseminação de microrganismos estufa, calor úmido - autoclave comum e auto-
patogênicos de um indivíduo para outro, de- clave de alta pressão, gás químico - autoclave
vendo ser usada em qualquer atividade liga- de óxido de etileno.
da ao paciente e ao meio ambiente. Pratica-
se esse tipo de assepsia através de medi-  Soluções Químicas: o material deverá per-
das: manecer imerso 18 horas na solução de For-
maldeído 8% e 10% e na solução de Glutaralde-
✓ Individuais: cada indivíduo deverá utilizar ído 2%.
técnicas com a finalidade de se auto proteger
e evitar ser o disseminador de microrganis-  Sanificação

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É a redução do número de germes a um nível


9. Por último lave os pulsos com os polegares
isento de perigo. Sua aplicação é mais reco-
voltados para baixo.
mendada em refeitórios e lavanderias. As prin-
cipais soluções são: Hipoclorito de Sódio e as 10. Pegar o papel toalha e secar as mãos.
associações de quaternários de amônia.
UNIDADE IV
UNIDADE III
MANUSEIO DE MATERIAL ESTERILIZADO
LAVAGEM DAS MÃOS
Ao manusear o material esterilizado com técnica
• Conceito: é um mé- asséptica, deve-se obedecer a algumas normas
todo que consiste na a fim de mantê-lo estéril. É de fundamental im-
anti-sepsia das mãos, portância lavar as mãos com água e sabão an-
mantendo bons hábitos tes de manusear o material esterilizado, o mes-
de higiene pessoal. mo deverá sempre ser utilizado somente quan-
do a embalagem estiver íntegra, seca, sem
• Objetivos: proporcionar conforto e seguran-
manchas, com identificação (tipo de material e
ça. Evitar infecção hospitalar e infecções cruza-
data de esterilização), o profissional deverá
das, através da remoção mecanicamente da
trabalhar de frente para o material e ao manipu-
microbiota transitória das mãos.
lá-lo deverá ser do nível da cintura para cima,
• Finalidade: diminuir o número de microrga- evitando tossir, espirrar, falar sobre o material
nismos, eliminarem sujidade, substâncias tóxi- exposto.
cas e medicamentosas, evitar disseminação de
Não fazer movimentos sobre a área esterilizada,
doenças e proteger a saúde do profissional.
certificando-se da validade e adequação da
• Material Necessário: sabão de preferência embalagem. Trabalhar em ambiente limpo, cal-
líquido, água corrente e toalha de papel. mo, seco e sem corrente de ar. Manter certa
distância entre o corpo e o material a ser mani-
• Procedimento Técnico: a lavagem das mãos
pulado e obedecer aos demais princípios de
deve obedecer a uma única técnica, consiste
assepsia.
em primeiro lugar, em retirar relógios, anéis,
pulseiras, ou qualquer objeto que retenha suji-
 Técnica de Enfermagem Preconizada no
dade.
Manuseio de Material Esterilizado
10 PASSOS PARA A LAVAGEM
• Pacotes = Abrir iniciando-se pela extremida-
DAS MÃOS
de oposta ao manipulador. Proteger o material
exposto com o campo esterilizado que o envol-
1. Com a mão dominante, abrir a torneira (caso
via. Tocar com as mãos somente na parte ex-
não seja equipada com sistema fotossensí-
terna do pacote e não guardar como material
vel, pedal ou cotovelo) e molhar as mãos,
esterilizado um pacote aberto anteriormente.
sem encostar-se a pia.
• Seringas = Abrir o pacote conforme explica-
2. Com a mão dominante, dispensar o sabão
ção anterior, manter estéril a parte interna do
líquido na palma da mão unindo palma com
êmbolo, a parte interna do cilindro e a ponta da
palma.
seringa. Pegar a seringa pela parte externa do
3. Inicie lavando a palma das mãos (sentido cilindro e encaixar o êmbolo, segurando-o pela
diagonal). parte terminal. Nas descartáveis, rasgar os invó-
lucros no local onde se encontra a parte termi-
4. Lave a parte superior (dorso) de ambas as
nal do êmbolo.
mãos com os dedos abertos.
• Agulhas = Escolher o calibre desejado (es-
5. Em seguida inicie a lavagem dos espaços
crito no canhão da agulha). Fixar adequada-
interdigitais (com os dedos entre abertos rea-
mente a agulha na ponta da seringa, através do
lize movimentos de fricção).
canhão (única parte da agulha que pode ser
6. Lave os dois polegares. manipulada). Manter a agulha protegida até o
momento de seu uso.
7. Feche uma das mãos para lavagem das
articulações e realize o procedimento com a
UNIDADE V
outra mão.
TÉCNICA DE CALÇAR LUVAS ESTÉREIS
8. Lave as polpas digitais na palma da mão, em
forma de concha, retirando resíduos das • O procedimento de calçar um par de luvas
unhas. estéreis requer técnica correta, para evitar a

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INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

contaminação da luva, por isso requer muita  Agora, introduza os dedos da mão dominan-
atenção. te, calmamente, procurando ajustar os dedos
internamente. Realize esta etapa da melhor
• As luvas estéreis devem ser utilizadas sem-
maneira possível, mas não se preocupe se
pre que ocorrer a necessidade de manipula-
os dedos ficaram mal posicionados dentro da
ção de áreas estéreis, ou seja, procedimen-
luva. Continue o procedimento mesmo com
tos cirúrgicos, aspiração endotraqueal, cura-
os dedos posicionados de forma errada (é
tivos extensos...
muito arriscado tentar arrumar a posição dos
• Podem ser encontradas nos tamanhos dedos, você pode contaminá-la).
P.M.G, ou até mesmo em tamanhos nume-
rados de 6.0, 6.5, 7.0 até 9.0, podendo variar
de acordo com o fabricante.
 Após realizar a lavagem correta das mãos,
abra o pacote de luvas sobre uma superfície
limpa, e a altura confortável para sua mani-
pulação.

 Após esta etapa, introduza até que sua mão


entre completamente na luva, sempre a se-
gurando pela face interna da luva.

 Agora você colocou a primeira luva estéril


(na mão dominante), inicie colocando a luva
na mão esquerda (não dominante).
 Observe que existem abas nas dobras inter-
nas da embalagem das luvas. Elas existem  Com a mão dominante (enluvada), segure a
para facilitar a abertura do papel, sem que outra luva pela face externa (ou seja, por
ocorra o risco de tocar nas luvas e contami- dentro da dobra existente). Esta dobra exis-
ná-las. Então, segure nas abas e abra os tente no punho da luva, servirá de apoio para
dois lados que revestem as luvas, conforme segurar a luva, sem que se corra o risco de
a figura abaixo. contaminar a luva, mesmo que imperceptível.

 As luvas estão dispostas corretamente à sua  Sempre segurando pela dobra do punho da
frente, a maioria das luvas não tem lado ana- luva, introduza calmamente sua mão es-
tômico, mas ficam dispostas nesse sentido, querda (não dominante), na luva, semelhante
devido à dobra existente do polegar. ao realizado na primeira luva, mas agora,
com a cautela de não tocar com a luva na
 Agora, prepare-se para calçar a luva na mão pele da mão esquerda ou em locais não es-
dominante. Com sua mão não-dominante, téreis.
segure a luva pela face interna da luva (que
vem dobrada propositalmente). Lembre-se:
enquanto você estiver sem luvas, segure
apenas pela face onde a luva irá entrar em
contato com sua pele, ou seja, face interna.

 Siga esta etapa, até introduzir toda a mão


esquerda na luva.
 Agora, havendo a necessidade de posicionar
os dedos corretamente, ou até mesmo me-
lhorar o calçamento da luva, faça com ambas

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INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

as luvas, porém evite manipular a luva na re- • Ausculta: consiste em escutar ruídos produ-
gião dos punhos caso esta não possua mais zidos no corpo pela movimentação de ar através
as dobras de segurança. de estruturas ocas, ou de líquidos. Tipos de
sons:
UNIDADE VI
✓ Respiratórios – movimento de ar através
da traquéia e brônquios.
EXAME FÍSICO DO PACIENTE
✓ Fala – movimento do ar que passa pelas
Os instrumentos básicos do Exame Físico são
cordas vocais.
os sentidos humanos da visão, tato, audição e
olfato. Certos instrumentos podem facilitar e ✓ Intestinais – movimento de ar através do
oferecer maior precisão quanto a fenômenos intestino.
acústicos e visuais como o estetoscópio e o
✓ Cardíacos – impedância do fluxo de sangue
oftalmoscópio.
decorrente do fechamento das valvas e da
parede cardíaca.
 Processos do Exame Físico
• Inspeção: consiste na observação do estado  Passos para realização do Exame Físico
geral do paciente: coloração da pele e mucosas,
umidade, edema, deformidades, estado nutrici- 1º Condições Gerais: estado de consciência,
onal, padrão da fala, temperatura corporal, pos- aspecto, estado de nutrição e hidratação, ex-
tura, movimento do corpo. pressão facial, condições de locomoção, vícios,
peso, altura, idade e alergias a drogas.
• Palpação: consiste em sentir as estruturas
do corpo, através da manipulação. 2º Sinais Vitais: freqüência e características de
pulso, respiração, pressão arterial e temperatu-
ra.
3º Postura e Aparelho Locomotor: motricidade,
mecânica corporal e marcha.
4º Revestimento cutâneo: umidade, turgor, pig-
mentação, erupções, lesões, coloração, edema,
vascularização e condições de limpeza.
5º Abdome: contorno, cicatrizes e lesões, es-
pasticidade muscular, consistência da parede
• Percussão: a aplicação da força física em abdominal, rigidez, sensibilidade à palpação e
determinados segmentos do corpo pode provo- timpanismo.
car produção de som. É efetuada com leves
pancadas das pontas dos dedos sobre uma  Ação do Meio Ambiente sobre o Paciente
área do corpo. O som produzido revela o estado
dos órgãos internos (a manobra é feita de forma O paciente necessita de ambiente seguro e
que o dedo médio da mão direita golpeie a fa- confortável para se restabelecer. A agressão ou
lange terminal do dedo médio da mão esquer- injúria pode ser causada por ação mecânica,
da). térmica, química, radioativa, bacteriana, elétrica,
pelas condições climáticas e pelas condições
 Identificando os Sons da Percussão relativas ao ambiente.

Medidas de segurança
Sons Intensidade Qualidade Origem
Duração • Agressão Mecânica: podem ser evitados
Claro Moderada á alta. Oco. Pulmão usando-se grades em cama e janelas, pisos
Longa. Normal. secos e limpos, transporte de pacientes com
Timpânico Alta – Moderada. Som de Ar Intestinal. técnica, contenção adequada quando neces-
sário, revisão periódica dos equipamentos.
tambor.
Maciço Leve á moderada. Baque Fígado, • Agressão Térmica: provocada por incêndios
Moderada. surdo. bexiga,
e queimaduras decorrentes da aplicação
inadequada de bolsa de água quente, cober-
útero gravídi-
tores elétricos, placas de bisturi e aparelhos.
co. O incêndio pode ser prevenido pela manu-
Abafado Leve – Curta. Som seco. Músculo. tenção adequada dos sistemas de condução
de energia elétrica, não sobrecarregando os
circuitos e realizando vigilância quanto a va-

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zamento de gases e líquidos inflamáveis. A O paciente depara-se com uma situação desco-
obediência aos avisos relativos à prevenção nhecida, e sente que a sua vida está ameaçada.
de incêndios, o treinamento de pessoal dian- Por outro lado, as medidas utilizadas para res-
te de um incêndio hipotético deve ser consi- tabelecer sua saúde normalmente geram ansie-
derado. dade muito grande porque a maioria das condu-
tas para diagnóstico e tratamento causa sofri-
• Agressão Química: pode ser evitada, man-
mento físico.
tendo-se medicamentos e soluções longe do
alcance do paciente, utilizando as drogas em A enfermagem tem um papel importante para
doses e intervalos corretos, verificando o auxiliar o paciente durante a hospitalização, pois
prazo de validade da droga, desprezando-os é a que o assiste nas 24 horas, porém, só o
quando vencidos ou deteriorados. trabalho integrado de equipe é que vai assegu-
rar uma assistência mais adequada e completa.
• Agressão Elétrica: pode ser evitada não so-
brecarregando os circuitos e mantendo-se os Na admissão, se suas condições físicas o per-
fios e aparelhos em boas condições. mitirem, deve-se apresentar o paciente para os
companheiros da enfermaria e à equipe de saú-
• Agressão Radioativa: a manipulação de apa- de. Mostrar as dependências e orientá-lo quanto
relho de Raios-X ou rádio deve ser feita por à rotina da unidade. Todas as condutas terapêu-
pessoal treinado. Qualquer alteração tecidual ticas e assistência de enfermagem devem ser
em pacientes submetidos à radioterapia deve precedidas de orientação, esclarecimento de
ser comunicada. dúvidas e encorajamento.
• Agressão Bacteriana: causada por microor- De uma maneira geral, a enfermagem poderá
ganismo patogênico. A equipe deve aplicar proporcionar conforto ao paciente através de:
rigorosamente os conhecimentos de assep-
sia médica e cirúrgica, e técnicas de desin- • Ambiente limpo, arejado, em ordem, com
fecção e esterilização devem ser emprega- temperatura adequada e leito confortável.
das corretamente. O ambiente deve ser lim- • Boa postura, movimentação ativa ou passi-
po, livre de insetos e roedores. va.
• Mudança de decúbito.
• Condições Climáticas: controle de tempera-
• Respeito quanto à individualidade do paci-
tura, umidade e ventilação. Uso de roupas
ente.
adequadas conforme a temperatura ambien-
• Inspiração de sentimentos de confiança,
te, evitando correntes de ar.
segurança e otimismo.
• Condições Ambientais: o ambiente deve ser • Recreação através de televisão, grupos de
limpo, arejado, livre de odores desagradá- conversação, trabalhos manuais, leituras.
veis, com boa iluminação e livre de ruídos. A • Facilitação da prática religiosa.
disposição do mobiliário deve ser funcional,
que não prejudique a deambulação do paci-  Prevenção de Escaras e Deformidades
ente e o fluxo do pessoal, além de oferecer
uma harmonia no conjunto. Pacientes que permanecem muito tempo aca-
• Segurança Psicológica: relativa à prevenção mados requerem uma atenção especial. Pacien-
de distúrbios emocionais. Deve-se proporci- tes inconscientes, geralmente apresentam refle-
onar ambiente calmo, tranqüilo, limpo e xos alterados, com diminuição ou abolição de
agradável. A equipe deve zelar por uma ati- movimentos voluntários. A imobilização pode
tude que transmita confiança e encorajamen- facilitar complicações pulmonares pelo acúmulo
to ao paciente. e estagnação de secreções traqueobrônquicas.
A circulação pode-se tornar deficiente em de-
UNIDADE VII terminados pontos da área corpórea, onde so-
frem maior pressão, provocando ulcerações
MEDIDAS DE CONFORTO E SEGURANÇA (escaras de decúbito); o relaxamento muscular
DO PACIENTE e a posição incorreta dos vários segmentos do
corpo podem provocar deformidades.
O conforto e a segurança do paciente têm uma
concepção ampla e abrangem aspectos físicos, A mudança de decúbito, exercícios passivos e
psicossociais e espirituais. Ambos constituem massagens de conforto são medidas utilizadas
necessidades básicas de qualquer ser humano. para prevenir esses inconvenientes.
A internação determina uma quebra de rotina,
um afastamento temporário da família, da esco-  Mudança de Decúbito
la, do trabalho.
Finalidades:

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INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

• Mobilizar o paciente.
• Prevenir escaras de decúbito, complicações
pulmonares e circulatórias.
• Aliviar fadiga muscular.
• Posicionar-se do lado ao qual se quer virar o
São procedimentos de enfermagem: paciente.
• Providenciar o material necessário: traves- • Aproximar o paciente para a beira oposta da
seiros, sacos de areia, aros de borracha ou cama.
espuma, rolos improvisados com cobertores e • Virá-lo para o nosso lado com movimentos
lençóis. firmes e suaves.
• Orientar o paciente, quanto ao procedimento. • Apoiar o dorso com travesseiro ou rolo de
• Descobrir o paciente e proceder à mudança cobertor.
de decúbito. • Colocar travesseiro sob a cabeça e o pesco-
• Colocar a unidade em ordem. ço.
• Anotar na evolução de enfermagem a hora, o • Flexionar o membro inferior que está por
procedimento e as anormalidades apresentadas cima e apoiá-lo sobre o travesseiro.
se houver. • Manter flexionado os membros superiores
que estão em contato com o colchão.
 Decúbito Dorsal
• Observem na figura os pontos expostos ao
aparecimento de escaras. Pode ser útil colocar
um travesseiro na cabeça e outro menor entre
as pernas, para atenuar o atrito causado pelo
peso de uma perna sobre a outra.

• Colocar travesseiro sob a cabeça e pescoço. Observações


• Colocar rolo de lençol sob os joelhos. → Usar mecânica corporal, ao se proceder a
• Calçar as pernas com lençol dobrado, dei- mudança de decúbito.
xando os calcanhares livres. → Manter alinhamento correto das partes do
• Colocar suporte na região plantar. corpo.

• Assegurar o alinhamento dos membros infe- → Mudar de decúbito cada 2 ou 4 horas.


riores. → Respeitar as limitações do paciente.
• Apoiar os braços sobre travesseiros com os
cotovelos ligeiramente flexionados.  Massagem de Conforto

• A permanência prolongada nesta posição É uma forma de se prevenir escaras de decúbi-


poderá facilitar o aparecimento de escaras. to. Normalmente, é feita durante o banho de
Procure mudar o paciente de posição várias leito, e consiste em friccionar firmemente o dor-
vezes ao dia. so, principalmente as saliências ósseas. Dessa
forma, ativa-se a circulação local.
 Decúbito Ventral
Observe se há locais onde a pele parece aver-
• Colocar o paciente em decúbito lateral e em melhada, principalmente ombros, nádegas e
seguida em decúbito ventral, mantendo a face calcanhar. Caso haja regiões avermelhadas, é
voltada para o lado direito ou esquerdo. necessário providenciar um colchão tipo "caixa
de ovo". Coxins bem macios ou protetores de
• Colocar travesseiros sob a cabeça, clavícu- espuma também podem ser úteis.
las e pernas, deixando livres os pés e suporte
plantar.
• Apoiar os braços flexionados sobre o traves-
seiro da cabeça.

 Decúbito Lateral: (direito ou esquerdo)

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INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

A massagem ativa a circulação e ajuda a evitar A restrição no leito tem por finalidade:
as escaras.
• Prevenir acidentes.
 Escaras de Decúbito • Imobilizar o paciente durante um exame ou
tratamento.
As escaras de decúbito são feridas bastante
dolorosas causadas pela pressão ou pelo atrito Meios usados para restrição:
prolongado nas regiões da pele onde os ossos
• Medicamentoso: consiste na aplicação de
são mais saliente, caracterizado por necrose
sedativos e tranqüilizantes, a critério do médico.
tecidual conseqüente à deficiência de circulação
sangüínea local. •Manual: consiste em segurar o paciente com
as mãos.
Certos fatores podem propiciar o desenvolvi-
mento de escaras como rugas de lençol, defor- • Mecânica: consiste em limitar os movimentos
midades do colchão, umidade, imobilidade, re- através de lençóis, ataduras de crepe, talas e
síduos alimentares. As escaras formam-se com esparadrapos.
mais facilidade em locais em que há saliências
• Outros: cama de grades, coletes.
ósseas, como a região sacrococcígea, glútea,
escapular, ilíaca, joelhos, tornozelos e calca-
 Tipos de Restrições:
nhar.
Ombros: consiste em passar um lençol dobrado
A princípio, forma uma
em diagonal pelas costas, axilas ou ombros e
área hiperemiada, trans-
amarrar à cabeceira da cama.
formando-se numa colo-
ração arroxeada e poste- Joelhos: com um lençol dobrado em diagonal,
riormente formando uma passar sob os joelhos em circular e amarrar as
ulceração. Para prevenir pontas nas laterais da cama.
estes problemas, é ne-
Tornozelos e Pulsos: proteger o pulso ou tor-
cessária a mobilização e massageamento cons-
nozelo com algodão em rama, compressas ou
tante para ativar a circulação dos pacientes
pastas de algodão, e com uma atadura de cre-
acamados por longos períodos.
pe, fazer uma circular, amarrando as pontas nas
laterais da cama.
 Tratamento Local
Observações: é necessário que se faça vigilân-
• Fase inicial (pele íntegra) - lavar com água e
cia constante do local restringido, desfazendo
sabão, enxugar, pressionando-se levemente
se houver cianose, edema, queixas de dor ou
com a toalha, massagear com álcool, talco ou
formigamento.
creme, passar tintura de benjoin e manter o
local livre de pressão.
As restrições deverão ser aplicadas com cuida-
• Fase de necrose - repouso da parte afetada, do, para evitar complicações, deverão ser reti-
limpeza local com anti-séptico prescrito, desbri- radas duas vezes ao dia para realizar a lavagem
damento se necessário (dependendo da lesão, do local com água e sabão. Após procedimento
é feita em sala cirúrgica), banho de sol, expondo massagear, proteger e restringir novamente, se
a área afetada, principalmente no período da necessário.
manhã. Se a lesão for extensa, proteger com
gaze furacinada e compressas, sem impedir a UNIDADE IX
aeração, passar tintura de benjoin ao redor da
lesão e manter o local livre de pressão. TRANSPORTE DE PACIENTES
Observação: As condutas terapêuticas medi- O transporte de pacientes dentro da área hospi-
camentosas locais e gerais deverão seguir ori- talar é feito através de cadeira de rodas, maca
entação médica. ou camas especiais (com rodas), de acordo com
as condições gerais do paciente. Certos casos
UNIDADE VIII exigem autorização médica para remoção do
paciente do leito.
RESTRIÇÃO NO LEITO
Normalmente o transporte é indicado para en-
caminhar o paciente para a sala de cirurgia ou
É o ato de impedir ou limitar a movimentação do
vice-versa, realização de exames ou transferên-
paciente, indicado principalmente para prevenir
cia para outra unidade. A movimentação do
queda da cama de pacientes semi-conscientes,
paciente deve ser feita adotando-se uma mecâ-
inconscientes, agitados, confusos, crianças e
nica corporal adequada que não prejudique o
idosos.
pessoal de enfermagem e nem o paciente.

11
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

 Transporte de Pacientes em Cadeira de • Pacientes impossibilitados de movimentar-


Rodas se: Usar o lençol móvel ou lençol de baixo. En-
rolar o lençol lateralmente, de ambos os lados,
São procedimentos de enfermagem:
até aproximar do paciente. Encostar a maca no
• Preparar o material: cadeira de rodas, escadi- leito e dispor o pessoal ao lado da maca e ao
nha, dois lençóis, chinelos, roupão, travesseiro. lado da cama e em movimento simultâneo, le-
Forrar a cadeira de rodas com um lençol. Colo- vantar o lençol com o paciente e colocar delica-
car a cadeira de rodas travada e com o descan- damente sobre a maca. Prender o lençol sob o
so dos pés recolhido, lateralmente à cama. coxim e cobrir o paciente. Observar o paciente
durante o transporte.
Auxiliar o paciente a passar do leito para a es-
cadinha e desta para a cadeira de rodas. Solici- Observações
tar o auxílio de outra pessoa se necessário.
• Ter cuidado com soros, cateteres, drenos,
Colocar os pés do paciente no descanso. Cobri-
aparelhos.
lo com o lençol e colocar o travesseiro no en-
costo, se assim o paciente desejar. Observar o • Pacientes inconscientes, confusos, agitados
paciente durante o transporte. deverão ser transportados com grades elevadas
e restringidas, se necessário.
Como sair da cama para cadeira de rodas
sem ajuda • Ter cuidado para que nenhum membro fique
caído para fora da maca.
• Transportar evitando movimentos bruscos.
• Anotar na papeleta a hora da saída e o des-
tino, ao retornar, a hora da chegada, exame
realizado e anormalidades quando houver.

UNIDADE X

CUIDADOS HIGIÊNICOS COM O PACIENTE


Os hábitos de higiene pessoal variam muito,
razão pela qual se deve ter muito tato na abor-
dagem do paciente a este respeito. Muitas ve-
zes, é necessário orientar os pacientes quanto
aos bons hábitos de higiene, tendo-se o devido
cuidado para não provocar constrangimentos.

 Higiene Oral
A promoção e manutenção de boas condições
de higiene da boca e dos dentes são fundamen-
Observações
tais para a saúde e conforto do paciente. É hábi-
Diante de qualquer anormalidade como tontura, to, no nosso meio, a escovação dos dentes,
fraqueza, hipotensão, colocar o paciente de pela manhã ao se levantar, após as refeições e
volta ao leito e notificar. Se houver necessidade, ao se deitar.
restringir o paciente na cadeira, passando o
Certas condições patológicas predispõem a
lençol sobre o abdômen, e atando-o na parte
irritação e lesão da mucosa oral, como estado
posterior da cadeira. Movimentar a cadeira sua-
de coma, hipertermia, sendo necessário, nesses
vemente, evitando movimentos bruscos.
casos, uma maior freqüência da higienização
 Transporte de Pacientes em Maca oral. A higiene oral compreende: a limpeza dos
dentes, das gengivas, bochechas, língua e lá-
São procedimentos de enfermagem:
bios.
• Preparar o material: maca, dois lençóis, tra-
Finalidade:
vesseiro. Forrar a maca com o lençol, colocá-lo
em cima preso na parte dos pés. Dobrar em  Conservar a boca livre de resíduos alimenta-
leque as roupas de cima da cama, até os pés. res.
Posicionar a maca encostada na cama, segurar  Evitar o mau hálito.
com firmeza e pedir para o paciente passar na  Manter a integridade da mucosa bucal.
posição semi-sentada ou deslizando o corpo até  Proporcionar conforto e bem-estar ao pacien-
a maca. Cobrir e verificar a sua segurança. Ob- te.
servar o paciente durante o transporte.  Prevenir a cárie dentária.

12
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

Higiene Oral de Pacientes com Dependência higiene, trocando-se as espátulas com gazes
Parcial de Enfermagem tantas vezes quantas forem necessárias, e jo-
gando-as em seguida no saco de papel.
• Lavar os dentes, gengivas, palato, boche-
chas, língua e lábios, com movimentos firmes e
delicados. Passar lubrificante nos lábios e lín-
gua, se houver necessidade. Recolher o materi-
al, colocando a unidade em ordem. Manter o
paciente em posição confortável. Anotar o pro-
cedimento.
São procedimentos de enfermagem:
 Cuidados com as Dentaduras.
• Preparar o material: escova de dente (na
É da responsabilidade da enfermagem a manu-
falta, usar espátulas envolvidas em gazes), cu-
tenção das dentaduras, zelando para que não
ba rim, creme dental ou solução dentifrícia, copo
se extraviem ou se quebrem, durante a perma-
com água (canudo se necessário), saco de pa-
nência do paciente no hospital.
pel (para desprezar espátulas e gazes), toalha
de rosto, lubrificante para os lábios, se necessá- Quando o paciente estiver impossibilitado de
rio (vaselina, manteiga de cacau ou similar). cuidar de sua dentadura, devemos lavá-la com
pasta ou solução dentifrícia e enxaguá-la em
• Informar o paciente sobre o procedimento
água corrente. Segurar a dentadura com gaze
que será realizado. Selecionar o material, dis-
ou luva. Oferecer água com solução dentifrícia
pondo-o sobre a mesa de cabeceira e ao alcan-
para o paciente bochechar, após a limpeza da
ce do paciente. Posicioná-lo, elevando o decúbi-
boca com espátula e gazes.
to da cama, se não houver contra-indicação.
• Colocar a toalha cobrindo o pescoço e o  Higiene dos Cabelos e Couro Cabeludo.
tórax. Auxiliar o paciente conforme seu grau de
A higiene dos cabelos e do couro cabeludo in-
dependência, orientando-o se necessário. A
clui: pentear e escovar os cabelos. Durante a
escovação deverá ser no sentido da gengiva
execução, deve-se observar presença de pedi-
para o dente, lavar a língua e o palato. Dar água
culose, tomando-se medidas quando necessá-
para bochechar, e aproximar a cuba-rim para
rio.
escoar o líquido da boca.
A higiene do couro cabeludo tem por finalidade:
• Secar os lábios e o queixo com a toalha.
Lubrificar os lábios se houver indicação. Retirar • Conservar os cabelos e o couro cabeludo
o material, lavar e guardá-lo. Anotar na evolu- limpos, proporcionado conforto e bem-estar ao
ção de enfermagem o procedimento e anormali- paciente acamado.
dades quando houver.
• Estimular a circulação do couro cabeludo.
 Higiene Oral de Pacientes com Depen- • Completar a higiene corporal.
dência Total ou Inconsciente.
Material Necessário: dois jarros com água mor-
na, balde, bacia, bolas de algodão, xampu, sa-
bonete ou sabão líquido, impermeável, toalha
de banho.
Procedimento: Providenciar o material, colocan-
do-o sobre a mesa de cabeceira e o balde sobre
a cadeira forrada com jornal. Fechar portas e
São procedimentos de enfermagem: janelas para evitar corrente de ar. Isolar a cama
com biombos, se necessário.
• Preparar o material: espátula com gazes,
solução dentifrícia ou água bicarbonatada a 1% Colocar em decúbito dorsal horizontal com tra-
ou 3%, saco de papel, toalha de rosto, lubrifi- vesseiro sob os ombros do paciente, forrando a
cante para os lábios. Dispor a bandeja com o cabeceira e o próprio travesseiro com imper-
material sobre a mesa de cabeceira. Colocar meável e toalha. Ocluir os ouvidos do paciente
toalha de rosto para proteger a roupa de cama e com bolas de algodão para evitar a entrada de
do paciente. água.

• Elevar o decúbito, se não houver contra- Posicionar a bacia sob a cabeça, segurando-se
indicação. Molhar a gaze da espátula com a a nuca com uma das mãos e, com a outra, pro-
solução ou água bicarbonatada e proceder à

13
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

ceder à lavagem, molhando, ensaboando e


friccionando bem o cabelo e o couro cabeludo.  Material Necessário:
Enxaguar até tirar todo o sabão, despejando a
• Equipamento da cama: colcha, cobertor, 01
água do jarro delicadamente sobre a cabeça.
lençol de cima, lençol móvel, 01 impermeável,
Desprezar a água no balde, sempre que neces-
01 lençol de baixo, fronha, seguindo esta or-
sário. Pentear o cabelo e deixar o paciente con-
dem.
fortável no leito. Deixar a unidade em ordem.
Anotar o procedimento e anormalidades obser- • Equipamento do banho: luvas de procedi-
vadas se houver. mento, 01 toalha de rosto, 01 toalha de banho,
02 luvas de banho ou compressas, 01 camisola,
• Observar contra-indicações ou cuidados
02 bacias de banho ou balde, jarro de água
especiais aos pacientes graves ou submetidos a
quente, 01 sabonete anti-séptico, comadre ou
cirurgias de cabeça e pescoço.
papagaio, biombo s/n e saco de hamper.
• Não lavar cabelos no pré-operatório imedia-
to, motivos pelo qual servirá como fonte condu-  Procedimento:
tora para o bisturi elétrico.
• Colocar o biombo s/n, fechar janelas e por-
• O procedimento é facilitado quando for exe- tas, desocupar a mesa de cabeceira, oferecer
cutado por 2 pessoas. comadre ou papagaio antes de iniciar o banho,
desprezar a roupa de cama, retirar a colcha, o
 Higiene da Unidade do Paciente. cobertor, o travesseiro e a camisola, deixando-o
protegido com o lençol.
• A limpeza dessa unidade poderá ser: TER-
MINAL ou CONCORRENTE. • Abaixar a cabeceira da cama caso seja pos-
sível, colocar o travesseiro sobre o ombro; ocluir
✓ Limpeza TERMINAL é a limpeza de todo o os ouvidos, colocar a bacia sob a cabeça, lavar
mobiliário da unidade do paciente. É feita por os cabelos, fazer higiene oral e calçar as luvas
ocasião do óbito, alta ou transferência, ou de procedimentos.
quando o paciente permanece internado por
• Molhar as luvas de banho retirando o exces-
um longo tempo.
so de água, lavar os olhos do paciente do ângu-
✓ Limpeza CONCORRENTE é a limpeza diária, lo interno para o externo, utilizar água limpa
consistindo na arrumação da cama e na ma- para lavar cada olho, ensaboar pouco e secar
nutenção da limpeza do mobiliário. com a toalha de rosto, colocar a toalha de ba-
nho sob um dos braços do paciente e lava-lo no
✓ A limpeza da unidade do paciente visa à re-
sentido do punho para as axilas em movimentos
moção de microrganismos, prevenindo infec-
longos, enxaguar e secar com a toalha de ba-
ções no paciente e infecção cruzada. Além
nho, retirar a operação com o outro braço.
disso, favorece o equilíbrio e a segurança do
paciente, proporcionando boa impressão geral • Colocar a toalha de banho sobre o tórax do
do ambiente. paciente, cobrindo-o até a região pública, com
uma das mãos suspender a toalha e com a ou-
 Banho no Leito
tra lavar o tórax e abdômen, enxaguar, secar e
Banho no Leito é o procedimento utilizado pela cobri-lo com o lençol.
enfermagem para realizar o banho em pacientes
• Lavar as pernas fazendo movimentos passi-
acamados.
vos nas articulações, massagear as proeminên-
cias ósseas e panturrilhas, flexionar o joelho do
O banho é uma técnica importante porque per-
paciente e lavar os pés, secando bem entre os
mite uma maior interação enfermagem-paciente,
dedos, colocar o paciente em decúbito lateral,
e ao mesmo tempo fornece subsídios para o
com as costas voltadas para você, protegendo-o
diagnóstico precoce de escaras de decúbito e
com a toalha, lavar, enxugar e secar, fazer
outras anormalidade da pele.
massagem de conforto, colocar o paciente em
O banho no Leito tem por finalidade: posição dorsal, colocar a toalha de banho e
comadre sob o paciente, oferecer a luva de
• Proporcionar conforto e bem-estar. banho para que o paciente possa fazer sua
• Remover sujidades aderentes à pele e odo- higiene íntima (se tiver limitações, calçar a luva
res desagradáveis. e fazer a higiene para o paciente).
• Estimular a circulação. • Lavar as mãos, vestir a camisola, trocar a
• Remover células mortas e microrganismos. roupa de cama e recolocar o travesseiro e dei-
xá-lo em posição confortável.
• Favorecer a transpiração.

14
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

 Uso da “comadre” ou “papagaio” local apropriado, ou proceder à esterilização ou


desinfecção, se for à rotina clínica. Registrar as
O uso de comadre e papagaio é indicado em
observações na evolução de enfermagem.
pacientes acamados ou quando houver neces-
sidade de recolher material para exame ou con-
UNIDADE XI
trole de diurese. Geralmente, o paciente enfren-
ta dificuldades no seu uso, cabendo à enferma-
CAMA DO PACIENTE
gem atendê-lo com compreensão e tato. A pri-
vacidade é fundamental para evitar constrangi-
O leito é um fator importante na obtenção de
mento.
repouso e conforto, tem como objetivo proporci-
onar conforto e segurança ao paciente.
A colocação da comadre ou papagaio deve ser
feita com a exposição mínima do paciente, e de
preferência deve ser executada por pessoal de  Tipos de Cama
enfermagem do mesmo sexo. Se possível, de-
ve-se deixar o paciente só, colocando-se o cor- Aberta: Ocupada por paciente que pode loco-
dão da campainha ao seu alcance. mover-se, ou aguarda chegada do paciente.

O uso da “comadre” ou “papagaio” tem como Fechada: Permanece fechada até que o novo
finalidades: paciente a ocupe.

• Proporcionar ao paciente acamado, meios Aberta com doente acamado: Ocupado pelo
adequados para atender à necessidade bá- paciente impossibilitado de locomover-se.
sica de eliminação.
Cama de operado: É preparada após o paciente
• Facilitar o controle de diurese.
ser encaminhado à cirurgia e em seguida
aguarda o paciente vindo do centro cirúrgico.
São procedimentos de enfermagem:

• Preparar o material: comadre ou papagaio  Material Necessário para Cama Simples


aquecido e seco, papel higiênico, papel para
cobrir a comadre, bacia com água e sabonete,  Toalha de banho.
toalha.  Toalha de rosto.
 Fronha.
• Procedimento: Isolar o leito com biombos.  Lençol protetor do colchão.
Orientar o paciente para flexionar as pernas e  Oleado/ Impermeável.
elevar os quadris. Colocar a comadre previa-  Traçado.
mente aquecida, levantando um pouco as co-  Lençol protetor do paciente.
bertas. Elevar o decúbito se não houver contra-  Cobertor.
indicação e mantê-lo confortável.  Colcha.
O papagaio deve ser colocado entre os mem-
bros inferiores, e o pênis dentro do recipiente. Procedimentos: Cama Fechada
Deixar o paciente sozinho, com o cordão da
campainha e o papel higiênico ao alcance de 1- Reunir o material.
suas mãos. Para retirar a comadre, solicitar ao 2- Colocar a cadeira aos pés da cama e sobre
paciente que eleve os quadris, flexionando-se ela o travesseiro.
os joelhos. Retirar a comadre, cobri-la e colocá- 3- Dispor a roupa no espaldar da cadeira, ob-
la sobre a cadeira. servando a ordem:
• Colcha.
Se o paciente estiver impossibilitado, a comadre • Cobertor.
deve ser colocada e retirada com o auxílio de • Lençol protetor do paciente.
outra pessoa (para elevar os quadris). Oferecer • Traçado.
bacia com água morna, sabonete e toalha para • Oleado/ Impermeável.
a higiene das mãos. Levar a comadre para o • Lençol protetor do colchão.
banheiro, observar o conteúdo e medir, se ne- 4- Dispor o lençol de baixo fazendo canto da
cessário. Esvaziar a comadre, lavar com água cabeceira, dos pés e lateral da cama, estender
fria e, depois, com água quente e sabão, usan- o oleado e o traçado e prendê-los juntamente.
do uma escova. 5- Colocar o lençol protetor do paciente deixan-
do barrado junto à cabeceira.
Enxaguar e secar a comadre, guardando-a em

15
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

6- O cobertor a menos de 40 cm da cabeceira, 3- Arrumar a cama na mesma seqüência das


estender à colcha rente a cabeceira prendendo outras.
junto às três peças nos pés da cama e deixando 4- Após fazê-la deixar lateralmente uma dobra
soltos os lados. próxima a cabeceira.
7- Por a fronha no travesseiro colocando junto à 5- Deixar o travesseiro preso à cabeceira da
grade da cabeceira. Endireitar a cadeira, passar cama.
para o outro lado e repetir a seqüência. 6- Colocar na mesa: cuba rim, gazes, esfigmo-
8- Deixar a unidade (quarto do paciente em manômetro e estetoscópio.
ordem).
UNIDADE XII

SINAIS VITAIS

➢ Temperatura

• A temperatura corporal representa o equilí-


brio entre o calor produzido pelo metabolismo, à
atividade muscular e as perdas de calor ocorri-
das através de pulmões, pele e excreções cor-
porais.

 Procedimentos: Cama Aberta • Um padrão estável de temperatura promove


o funcionamento adequado das células, tecidos
e órgãos. Uma alteração nesse padrão geral-
A seguir a mesma seqüência deixando o lençol
mente sinaliza o início de uma enfermidade.
de cima (protetor do paciente) virado sobre o
cobertor e a colcha na parte da cabeceira. O • A temperatura pode ser medida com vários
travesseiro é colocado sobre a cama. tipos de termômetros, como de mercúrio, eletrô-
nico digital ou químico.
 Procedimentos: Aberta com Paciente • A temperatura em adultos por via oral oscila
Acamado normalmente entre 36,1ºC a 37,5ºC. A tempera-
tura retal, que representa a leitura mais precisa,
Dispor a roupa de cama na cadeira, virar o pa- é geralmente 0,5ºC mais alta e a temperatura
ciente para o lado oposto que vai iniciar a técni- axilar, menos precisa normalmente se mostra
ca. Dobrar as peças de modo a deixar exposta 0,1º a 1,1ºC mais baixa.
a metade do colchão, estender as roupas limpas
• A tempera oscila normalmente de acordo
seguindo a mesma seqüência.
com a atividade física e o repouso. Outros fato-
res que interferem na atividade física são: sexo,
Virar o paciente para o outro lado limpo, retiran- idade, condição emocional e ambiente.
do a roupa suja e colocando no hamper. Com-
pletar a arrumação da cama e deixar a unidade  Terminologia Utilizada
em ordem.
• Hipotermia = temperatura abaixo do valor
 Procedimentos: Cama de Operado normal. Caracteriza por pele e extremidades
frias, cianose e tremores (T. menor que 36º).
• Normotermia = estado normal da temperatu-
ra corpórea. (T. entre 36º e 37,4º).
• Febrícula ou estado subfebril = variações de
temperatura entre 37,5ºC a 37,7ºC.
• Estado febril = temperatura entre 37,8º e 38º.
• Hipertermia (febre) = aumento da temperatu-
ra corporal (iguais ou superiores que 38ºc
até 39ºc). Caracteriza-se por pele quente e
seca, sede, secura na boca, calafrios, dores
musculares generalizadas, sensação de fra-
1- Trocar as roupas de cama e fazer uma lim- queza, taquicardia, taquipnéia, cefaléia, delí-
peza na unidade. rios e convulsões.
2- Dispor as roupas de cama no espaldar da
cadeira. • Pirexia = temperatura entre 39º e 40º.

16
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

→ A ingestão de líquidos quentes ou frios, mas-


• Hiperpirexia = temperatura acima de 40ºc.
car chicletes ou fumar pode causar alterações
nas leituras de temperatura oral, aguarde 15
 Material Necessário
minutos após essas atividades antes de medir
• Termômetro de mercúrio ou eletrônico. a temperatura.
 Lubrificante ou vaselina (para temperatura → Documentação:
retal).
• Registre o horário, a forma de medida e a
 Lenços de papel.
temperatura na folha de controle do paciente,
 Chumaços de algodão com álcool.
intervenha caso necessário.
 Cuba rim.
 Caneta e papel para anotações.
➢ PULSO
 Procedimento O sangue bombeado pelo coração, durante uma
contração ventricular, para uma aorta que já se
• Identifique-se ao paciente.
encontra cheia, cria uma onde de fluido que se
• Explique ao paciente o que será feito.
propaga do coração para as artérias periféricas.
• Lave as mãos.
Essa onda de ocorrência repetida é chamada de
• Se o termômetro estiver imerso em uma
pulso.
solução desinfetante, use um algodão limpo
para retirar o excesso do produto químico, com Normalmente faz-se a verificação do pulso so-
objetivo de evitar uma irritação. bre a artéria radial. Quando o pulso radial se
• Faça movimentos rápidos com o termômetro apresenta muito filiforme, artérias mais calibro-
para que o mercúrio desça para o bulbo. sas como a carótida, femoral, facial, braquial,
• Evite pegar o termômetro no local do bulbo, poplítea e a dorsal do pé também possibilitam a
porque a temperatura das mãos pode causar verificação do pulso.
alterações de valores.
• Para medição de temperatura oral, posicione Nos bebês e em crianças com menos de três
a ponta do termômetro sob a língua do paciente, anos deve ser utilizado um estetoscópio para
em local tão profundo quanto possível, em qual- auscultar o próprio coração, e não a palpação
quer um dos lados do frênulo lingual. de um pulso. Devido à ausculta ser feita no ápi-
• Instrua o paciente a fechar os lábios, mas ce do coração, é denominado pulso apical.
evite o fechamento completo das arcadas den-
tárias. Deixe o termômetro de mercúrio no local  A tomada do pulso envolve a determinação
da medida por pelo menos 2 minutos. da:
• Para medição de temperatura retal, posicio-
• Freqüência – número de batidas por minuto.
ne o paciente de lado com a perna superior
• Ritmo – padrão ou regularidade das batidas.
flexionada e cubra-o para proporcionar certa
• Volume – quantidade de sangue bombeada
privacidade.
em cada batida.
• Lubrifique o termômetro aproximadamente
1,5cm da ponta, em criança insira aproximada-
A freqüência varia de acordo com a idade e o
mente 1,5cm ou 4 cm para adulto - Termômetro
sexo. É importante que se tenha um registro
descartável já vem com lubrificante.
cronológico da freqüência do pulso. Valores
• Temperatura axilar – seque delicadamente a
normais:
axila usando um lenço de papel, porque a umi-
dade conduz calor, deixe o termômetro em mé- • Recém-nascido = 120 a 140 bpm.
dia por 5 minutos. • Lactente = 100 a 120 bpm.
• Segunda infância e adolescência = 80 a 100
 Considerações Especiais bpm.
• Adultos: 60 a 80 bpm.
→ A medida oral é contra-indicada em pacientes
que se encontrem inconscientes, desorienta- O volume:
dos ou propensos a convulsões; em crianças
• Pulso cheio.
e bebês; e em pacientes com problemas orais
• Pulso fino.
ou nasais que requeiram respiração oral.
O ritmo:
→ A medida retal é contra-indicada em pacientes
com diarréia, no caso de cirurgias retais ou • Rítmico ou regular.
prostáticas. • Arrítmico ou irregular.
→ Os banhos podem alterar a temperatura axi-  Terminologia Utilizada
lar.
• Bradicardia = freqüência abaixo do normal.
• Normocardia = freqüência normal.

17
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

• Taquicardia = freqüência acima do normal. peito de irregularidades. Durante a contagem da


• Taquisfigmia = pulso fino e taquicárdico. freqüência, avalie o ritmo e o volume do pulso,
• Bradisfigmia = pulso fino e bradicárdico. procurando observar o padrão e a intensidade
das batidas.
• Registrar, anotar e comunicar as anormali-
dades, caso exista.

➢ RESPIRAÇÃO
A respiração constitui uma das funções vitais do
organismo. Através da respiração é que se efe-
tua a troca de gases a nível alveolar, transfor-
mando o sangue venoso rico em dióxido de
carbono, em sangue arterial rico em oxigênio.
O tronco cerebral é a sede de controle da respi-
ração automática, porém recebe influências do
córtex cerebral, possibilitando também, em par-
te, um controle voluntário. Certos fatores como
exercícios físicos, emoções, choro, drogas, po-
dem provocar alterações respiratórias.
O controle da respiração compreende a verifica-
ção da freqüência e outras características como
ritmo, profundidade e som. A freqüência respira-
tória é registrada como sendo o número de ci-
clos (inspiração e expiração constituindo um
ciclo), por minuto.
 Material Necessário
 Valores normais
• Relógio com ponteiro de segundos (ou
• Recém-nascido – 30 a 40 rpm.
relógio digital que apresente leitura de segun-
• Adulto – 14 a 20 rpm.
dos).
• Estetoscópio (para auscultar o pulso api- ✓ O ritmo, com a regularidade desses ciclos.
cal). ✓ A profundidade, como o volume do ar inala-
do e exalado em cada respiração.
 Procedimento ✓ Som, como a audição normal e sem esfor-
ço.
• Identifique-se ao paciente.
 Terminologia Utilizada
• Lave as mãos e informe ao paciente a in-
tenção de tomada de pulsação. • Bradipnéia = freqüência respiratória abaixo
• Posicione o paciente de forma que esteja do normal. (menor que 16 rpm).
confortável e relaxado, porque uma posição • Eupneico = freqüência respiratória normal.
desajeitada ou desconfortável pode afetar a (16 a 22 rpm).
freqüência cardíaca. • Taquipnéia = freqüência respiratória acima
• Pressione delicadamente os dedos indica- do normal. (maior que 22 rpm).
dor e médio sobre a artéria radial, na face inter- • Dispnéia = dificuldade respiratória.
na do pulso do paciente. Deve ser possível per- • Ortopnéia = respiração facilitada em posição
ceber a pulsação usando apenas uma pressão vertical.
moderada; uma pressão excessiva pode obstru- • Apnéia = parada respiratória.
ir o fluxo sanguíneo nas imediações do local de • Respiração Cheyne Stokes = caracterizada
medida do pulso. por movimentos respiratórios que vão se tor-
• Não utilize o seu polegar para medir o pulso nando cada vez mais profundos, intercalados
do paciente, porque sua própria pulsação pode por períodos de apnéia.
ser confundida com os sinais do paciente. • Respiração estertorosa = respiração com
• Após ser localizado o pulso, conte as bati- ruídos.
das durante 60 segundos; como alternativa,  Material Necessário
conte por 30 minutos e multiplique o resultado
por 2. • Relógio com ponteiro de segundos (ou reló-
• A contagem durante um minuto completo gio digital que apresente os segundo).
possibilita uma percepção mais precisa a res-

18
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

 Procedimento Definida como sendo a força exercida pelo san-


gue sobre as paredes arteriais, a pressão arteri-
• A melhor ocasião para avaliar a respiração al depende da força empregada nas contrações
do paciente acontece imediatamente após a
ventriculares, da elasticidade da parede arterial,
tomada da freqüência de pulso. Mantenha os
da resistência vascular periférica, do volume de
dedos sobre a artéria radial e não informe ao
sangue e sua viscosidade.
paciente que estão sendo contadas as respira-
ções. A pressão sistólica, ou máxima, ocorre durante
a contração do ventrículo esquerdo e reflete a
• Se esse fato for comunicado, o paciente se integridade do coração, das artérias e também
torna consciente de suas respirações e a fre- das arteríolas.
qüência pode ser alterada.
A pressão diastólica, ou mínima, ocorre durante
• Conte as respirações observando as subi- o relaxamento do ventrículo esquerdo, indican-
das e descidas do peito do paciente, enquanto do diretamente a resistência dos vasos sanguí-
acontecem as respirações normais. Considere o neos.
ciclo de uma subida e uma descida como sendo
uma respiração completa. A pressão arterial é medida em milímetros de
mercúrio (mmHg) com um esfigmomanômetro e
• Conte a respiração por 60 segundos, ou um estetoscópio, usualmente na artéria braquial
conte por 30 segundos e multiplique por 2. (com menor freqüência nas artérias poplíteas ou
• Durante a respiração esteja alerto e atento radiais).
para os sons respiratórios. Sendo mais baixas nos recém-nascidos, a pres-
• Observe os movimentos do peito para avali- são arterial aumenta com a idade, ganhos de
ar a profundidade da respiração. Se o paciente peso, tensão prolongada e ansiedade.
inala um pequeno volume de ar, registre super-
ficial; se a quantidade de ar inalada for grande,  Terminologia Utilizada
registre como respiração profunda. • Normotenso = 120x80 a 140x90 mmHg.
• Hipotenso = menor que 90x60 mmHg.
Considerações Especiais: • Hipertenso = maior que 140x90 mmHg.

✓ A freqüência respiratória abaixo de 8 e acima  Material Necessário


de 40 respirações/minuto usualmente são
• Esfigmomanômetro.
consideradas anormalidades.
• Estetoscópio.
✓ Observe a presença de sinais que evidenciem • Chumaços de algodão com álcool.
dispnéia, como uma expressão facial ansiosa, • Selecione um manguito que seja de tamanho
narina dilata aparência de peso no tórax e ci- apropriado ao paciente. Um manguito excessi-
anose. vamente apertado pode causar uma leitura fal-
✓ Para detectar a cianose, procure a coloração samente alta de pressão, por outro lado, um
azulada característica nas unhas ou nos lá- manguito excessivamente folgado pode gerar
bios. uma leitura baixa falsa.

✓ Ao ser feita a avaliação do estado respiratório  Procedimento


de um paciente, considere o histórico pessoal
• Informe ao paciente que sua pressão será
e familiar. Pergunte se é fumante, caso positi-
vo, há quanto tempo, quantidade de cigarros medida.
consumida diariamente. • O paciente poderá ficar deitado ou sentado
durante as medidas de pressão arterial.
✓ A freqüência respiratória de uma criança pode • O braço do paciente deve ser mantido no
duplicar em resposta a exercícios físicos, en- nível do coração e ficar bem apoiado. Se a arté-
fermidades ou emoções. Normalmente, a fre- ria estiver abaixo do nível do coração, a medida
qüência para recém-nascidos está ao redor de da pressão arterial pode fornecer uma leitura
30 a 80 respirações/minuto; as crianças que falsamente alta.
começam a andar estão em uma faixa de 20 a • Prenda confortavelmente o manguito desin-
40; as crianças em idade escolar e mais velha flado ao redor da parte superior do braço.
apresentam freqüência de 15 a 25. As crian- • Em seguida insira os adaptadores auricula-
ças usualmente alcançam à freqüência adulta res do estetoscópio nas suas orelhas.
(12 a 20) ao redor dos 15 anos. • Localize a artéria braquial usando o tato.
Centre o diafragma do estetoscópio sobre a
➢ PRESSÃO ARTERIAL parte da artéria onde são detectadas as batidas

19
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

mais fortes e mantenha em posição com uma transfusão sanguínea. Local onde são feitas as
das mãos. tipagens sanguíneas, a prova cruzada e a co-
• Usando o polegar e o dedo indicador da ou- lheita e preparo dos hemoderivados.
tra mão, gire a válvula existente na pêra da
• Laboratório – setor onde os exames labora-
bomba de ar no sentido horário, para fechar a
toriais são analisados. Recebe amostras de
válvula.
sangue, urina, fezes, escarro, etc.
• Em seguida, bombeie ar para o manguito ao
auscultar os sons gerados sobre a artéria bra- • Farmácia Hospitalar – local reservado ao
quial, abra lentamente a válvula da bomba de ar armazenamento dos medicamentos que deve-
e esvazie cuidadosamente o manguito. Durante rão ser distribuídos por todas as unidades do
a liberação, observe a coluna no mostrador e hospital.
ausculte o som sobre a artéria.
• Necrotério – espaço físico destinado à guar-
• Ao ser ouvida a primeira batida, essa é a
da dos corpos até a remoção para o Instituto
pressão sistólica. O último som ouvido é a pres-
Médico Legal (INL) ou para o sepultamento.
são diastólica.
• Esvazie o manguito e só após retire-o do • Unidade de Radiodiagnóstico – setor desti-
braço do paciente. nado ao diagnóstico e tratamento de doenças
através do uso de técnicas de imagem ou radio-
UNIDADE XIII lógicas.
• Anatomia Patológica – local onde são enca-
INSTITUIÇÃO HOSPITALAR
minhadas peças para biópsia. Trabalham neste
setor os técnicos em necrópsia.
 Unidade de Internação
• Unidade de Recuperação Pós-Anestésica Terminologia Hospitalar
(URPA) – área privativa do Centro Cirúrgi-
co/Centro Obstétrico, onde os clientes ficam em  Classificação dos Hospitais
observação durante a involução anestésica.
• Hospital de Pequeno Porte – capacidade
• Sala de Pré-Parto – local dentro do Centro
normal de até 50 leitos.
Obstétrico destinado a alojar as clientes em
trabalho de parto ou observação (ex: ameaça de • Hospital de Médio Porte – capacidade nor-
abortamento). mal de até 51 a 150 leitos.
• Sala de Parto – local reservado ao aconteci- • Hospital de Grande Porte – capacidade nor-
mento do parto propriamente dito, toda equipa- mal de até 151 a 500 leitos.
da para eventuais complicações pós-
• Hospital de Porte Especial ou Extra – capa-
anestésicas.
cidade acima de até 50 leitos.
• Sala de Operação (S.O) – sala dentro do
• Hospital-Dia – modalidade hospitalar em que
centro cirúrgico onde ocorrem as cirurgias. É
o cliente utiliza com regularidade os serviços da
equipada com diversos aparelhos e pode ter
instituição para fins de tratamento/reabilitação
dimensões variadas, de acordo com o tipo de
durante o período diurno.
procedimento que nela será realizado.
• Hospital-Noite – funciona como o hospital-
• Unidade de Terapia Intensiva (U.T.I) – uni-
dia, porém no período noturno.
dade de internação destinada a clientes depen-
dentes de cuidados intensivos ou semi- • Hospital Local – destina-se a atender uma
intensivos, ou seja, pacientes críticos. Neste população igual ou superior a 20.000 habitan-
setor a assistência é especializada, os profissi- tes.
onais altamente treinados e os índices de mor-
• Hospital Regional – destina-se a prestar as-
talidade elevados.
sistência de padrão superior ao hospital local.
• Pronto Socorro (P.S) ou Emergência – uni-
• Hospital de Base – é o centro de coordena-
dade destinada a receber e prestar os primeiros
ção e integração de uma região, sendo capaci-
cuidados a pacientes acidentados de maneira
tado a prestar assistência especializada, como
geral, que sofreram envenenamento, politrau-
formar e aperfeiçoar pessoal hospitalar.
matizados e outros.
• Hospital Geral – capacitado a assistir clientes
 Dependências do Hospital de várias modalidades clínicas e cirúrgicas,
podendo ser limitado a um grupo etário (ex:
• Banco de Sangue (B.S) – setor onde o san- hospital infantil), a um determinado grupo da
gue colhido dos clientes é analisado para fins de

20
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

comunidade (ex: hospital militar) ou à finalidade  Como Realizar a Prescrição de Enferma-


específica de hospital de ensino. gem
• Hospital Especializado – assiste predominan-
• Verificar o tipo de impresso a ser utilizado e
temente clientes portadores de um determinado
as normas de cada instituição.
tipo de doença ou especialidade (ex: oncologia,
cardiologia). • Verificar se o cabeçalho do impresso está
preenchido com os dados do paciente e a data.
• Hospital Filantrópico – instituição particular,
porém que não visa lucros, (ex: Santa Casa de • Todas as anotações devem ser precedidas
Misericórdia). de horário.
• Hospital Particular – pertence a uma pessoa • Anotar de maneira incisiva, precisa, concisa,
jurídica de direito privado como irmandade, fun- completa, correta, objetiva e clara.
dação, sociedade, grupo de acionistas ou um
• Utilizar frases curtas.
indivíduo.
• Evitar o uso de abreviaturas que impeçam a
UNIDADE XIV compreensão do que foi anotado.
• Não rasurar a anotação, devido ao seu valor
ANOTAÇÕES DE ENFERMAGEM
legal. Em caso de engano usar a palavra “digo”,
entre vírgulas.
 Conceito
• Entre uma e outra anotação não deixar lacu-
• É todo o registro das informações sobre o
nas (não pular linha).
paciente, das observações feitas sobre o seu
estado de saúde, registro de procedimentos • Não repetir as anotações checadas na pres-
executados e das avaliações da assistência de crição de enfermagem ou médicas; somente
enfermagem. avaliar o cuidado prestado.
• De acordo com a Resolução 139 do Cofen, é • Evitar expressões como: hábitos fisiológicos
obrigatório o registro por escrito de todos os normais, sem anormalidades, sem intercorrên-
dados relativos ao cliente, e isto inclui também cias e sem queixas.
os cuidados prestados. • As anotações relacionadas às eliminações
• Cada anotação deve ser acompanhada do (fezes, urina, vômitos...) precisam ser detalha-
nome e número de inscrição no Coren do pro- das quanto aspecto, cor, odor, quantidades,
fissional que prestou aquele cuidado. intervalo de tempo.
• As anotações revelam como o cliente está • Se a observação for feita por profissional
evoluindo em seu tratamento. registrado no Conselho Regional de Enferma-
gem deve-se anotar o número do COREN e
• Fornecem subsídios para avaliação da quali-
rubricar.
dade da assistência prestada.
 Passos para Anotações de Enfermagem
 Objetivos
• Possui o objetivo de fornecem dados sobre o ➢ As Anotações de Enfermagem devem conter:
cliente para outros profissionais da equipe que
• As condições do paciente ao iniciar o plan-
também estejam tratando-o.
tão.
• Constituem um meio eficiente de comunica-
• Dados referentes às necessidades básicas:
ção entre os membros da equipe.
• Fornecem dados para pesquisas na área de 1. Nutrição.
saúde.
2. Hidratação.
• Em circunstâncias ético-legais oferecem
3. Sono e repouso.
respaldo ao profissional que as assina.
4. Locomoção.
➢ As anotações de Enfermagem deverão ser
5. Motilidade.
escritas com letra legível, fazendo o uso cor-
reto dos termos técnicos de saúde, não es- 6. Eliminação.
quecendo que sempre que seja necessário
7. Cuidado Corporal.
relatar exatamente o que o paciente falou, a
citação deverá vir acompanhada da sigla 8. Regulação térmica, vascular e oxigenação.
SIC (segundo informações colhidas).
9. Comunicação.

21
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

10. Integridade cutânea. intensa, espasmo, superficial, profunda, mu-


dando de lugar, aguda, latejante, fixa).
11. Reação a drogas, drogas infundidas em BI  Modelo de Admissão de Enfermagem
seu ml/h.
Criança admitida na ala “A” vindo do P.S acom-
12. Curativo, punções, cateteres e etc. panhado pelo auxiliar de enfermagem “João da
Silva”, e sua mãe “Maria das Dores, chegou
• Verificar Sinais Vitais.
deambulando, verbalizando, com acesso veno-
• Verificar sinais e relatar sintomas. so em MSE, hidratação venosa em curso. Auxi-
liar de enfermagem informou que cça apresenta
• Relatar acidentes e intercorrências.
diagnóstico de Pneumonia, fazendo uso de Pe-
• Anotar recebimento de visitas, reações pro- nicilina Cristalina e NBZ de horário, trouxe pres-
vocadas... crição de enfermagem e prontuário médico,
contendo Rx de tórax. Funcionário informou que
• Observar condições do paciente na passa-
criança apresenta-se dispnéica, necessitando
gem de plantão.
de terapia inalatória com uso de O2 sobre cate-
ter nasal a 2l, cabeceira elevada (ang. 45º) e
 Roteiro de Observação do Paciente
cuidados intensivos sobre monitorização respi-
➢ Pele: ressecada, suja, limpa, prurido (cocei- ratória não-invasiva (oxímetro). Verificado sinais
ra), ferimentos, protuberâncias (caroços), cor vitais: T: 37,6º - P: 110 bpm – R: 23 rpm e PA:
(pálida, corada, hiperemiada, acinzentada, 110 x 90 mmHg. Técnica de Enferm. Socorro do
cianótica, icterícia), temperatura (quente, Nascimento. Coren: 7821. ************************
fria), transpiração (intensa pegajosa...).
 Modelo de Evolução de Enfermagem
➢ Mucosa: dor, ferimentos, cor (pálida, hipe-
Paciente apresenta-se no momento deitado,
remiada), hálito com odor, cor dos lábios.
sorridente, verbalizando, com possibilidade de
➢ Respiração: (rápida, lenta, profunda, superfi- locomoção, relata ter dormido todo o período
cial, com esforço, com ruído, irregular). noturno, sendo necessário levantar-se apenas
duas vezes para ir ao banheiro urinar Paciente
➢ Comportamento: (comunicativo, isolado,
relata ter aceitado o desjejum oferecido em boa
dorme durante o dia, agitado, calmo, amigá-
quantidade. Informa já ter tomado o seu banho,
vel, agressivo, hostil, eufórico, deprimido, ir-
escovado os dentes e ter feito à barba, paciente
ritadiço).
não apresentando qualquer dependência de
➢ Expectoração: dor ao escarrar, aspecto (li- atividade motora. Paciente apresentando diure-
quefeito, espesso, espumante com saliva), se significativa, cor amarelo claro, evacuações
quantidade, cheiro, cor (amarelada, esver- de cor marrom escuro, grande quantidade, tex-
deada, preta, com sangue). tura pastosa, odor característico. Segue no
momento com hidratação venosa em curso.
➢ Vômito: Freqüência, quantidade, odor, as-
Queixa-se da “dificuldade de respirar” (dispnéia
pecto aguado, com alimentos, com muco,
apresentada), em períodos esporádicos. Paci-
espumante, purulento, sanguinolento, com
ente segue com O2 inalatório sobre cateter na-
bílis, cor, acompanhada de (dor, febre, diar-
sal, apresentando MMII ligeiramente edemacia-
réia, obstipação ou constipação intestinal).
dos, orientando o mesmo a manter os MMII em
➢ Evacuação: freqüência, consistência (duras, posição elevada para melhora da circulação.
moles, diarréicas), quantidade, cor (esver- Não queixa de alterações significativas ao inge-
deada, marrom, amarelada, preta, averme- rir as medicações, apenas, a quantidade de idas
lhada), obstipação ou constipação intestinal, ao banheiro para urinar. Informado ao paciente
(fecaloma, melena), gases, cheiro, dor ao que essa alteração acontece devido ao uso de
evacuar. diuréticos em combinação com os anti-
hipertensivos que o mesmo está fazendo devida
➢ Urina: freqüência, cor (clara, castanha, azu-
uma hipertensão crônica que o mesmo apresen-
lada, leitosa, acinzentada, de tijolo, preta, de
ta, bem como o uso de O2 inalatório, pela dis-
palha, alaranjada, sem cor, com sangue),
pnéia apresentada por conta de um ICC. Verifi-
cheiro (normal, amoniacal, de fezes, de pei-
cado SSVV: T: 36,4º - P: 93bpm – R: 20bpm –
xe, de palha recém-cortada, maçã azeda),
PA: 130 x 100mmhg. Auxiliar de Enferm. Júlio
presença de depósito, presença de muco,
Pereira. Coren: 2365. ******************************
dor ou ardência ao urinar.
Prontuário
➢ Dor: duração, que alivia ou aumenta a dor
(frio, calor, posição), palavras usadas pelo O prontuário é a soma de todas as informações
paciente para referir-se à dor, expressão do sobre o paciente, devendo ser claro e preciso
rosto, posição do corpo, tipo de dor (cólica, para que a qualquer momento possa ser consul-

22
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

tado, durante a internação ou após a alta do • Incisão cirúrgica abdominal (aspecto da se-
paciente. creção drenada).
• Sondas (fechada ou aberta).
Ele é composto de vários documentos, sendo
• Venóclise e dispositivo de infusão (onde,
que os mais comuns são as folhas de:
tipo, periférica).
• Registro. • Eliminações urinárias e fecais (ausência,
• Anamnese. presente, quantidade, número de dias).
• Evolução Clínica. • Queixas (náuseas, dor, etc.).
• Relatório de Enfermagem.
• Pareceres. Exemplo 1º dia: Paciente no 1º dia de interna-
• Gráfico de TPR e PA. ção por DM descompensada (+) labirintite,
• Exames Laboratoriais. apresenta-se calmo, consciente, contactuando,
• Prescrição Médica. deambulando sob supervisão, corado, hidrata-
Admissão do, afebril, normocárdio, eupnéico, hipertenso
com pressão variando de 150x90-100mmHg,
A internação é uma mudança brusca na vida de evolui sem queixas e sem êmese. Refere me-
uma pessoa, por isso a solicitação de interna- lhora da tontura. Acuidade auditiva e visual di-
ção deverá ser realizada com a máxima brevi- minuída. Ausculta pulmonar com presença de
dade, devendo ser comunicado imediatamente murmúrios vesiculares s/ ruídos adventícios.
a enfermeira de plantão e indicado os materiais Ausculta cardíaca BRNF. Abdômen flácido,
necessários para a assistência da admissão. indolor a palpação com presença de ruídos hi-
O ato de admitir o paciente requer cuidados que droaéreos, perfusão periférica normal. Mantém
vão tranqüilizá-lo e facilitar sua adaptação às venóclise em MSE. Eliminações fisiológicas
rotinas hospitalares. presentes. (seu nome).

 Procedimentos: Exemplo 2º dia: paciente no 2º dia de interna-


ção por DM descompensada e labirintite, apre-
• Verificar se a unidade do paciente está em
senta-se calmo, consciente, orientado em tempo
ordem. e espaço, contactuando, deambula com auxílio,
• Receber, agradavelmente o paciente na por-
apresenta equimoses em MMSS e MMII, pele
ta da unidade, recolhendo o pedido de interna-
ressecada e escamações em dorso e palma das
ção.
mãos. Refere prurido em panturrilha, esporadi-
• Explicar as rotinas do hospital, como horários
camente queixa-se de pele ressecada, apresen-
de visitas, alimentação, etc., para pacientes e
ta sudorese intensa, mantém scalp salinizado
familiares. em MSD, SSVV apresentando hipotermia
• Mostrar as dependências da unidade.
(35.5ºC) no período da manhã. Refere ter dor-
• Apresentar o paciente aos companheiros de
mido bem, evolui sem queixas, tontura, náuseas
enfermaria.
ou vômitos. Eliminações fisiológicas presentes
• Providenciar o banho de admissão.
(refere ter evacuado às 22 horas de ontem).
• Ajudar o paciente a vestir-se com as roupas
(seu nome).
do hospital.
• Acomodar o paciente no livro de registro
geral. Transferência
• Preparar o prontuário. É a mudança de leito, quarto, enfermaria, ou
• Lavar as mãos. unidade, dentro do mesmo hospital ou em al-
• Fazer as anotações. guns casos, para outro hospital.
• Avisar os Serviços de Nutrição, Administra-
ção e Portaria. Quando a transferência for para outro hospital,
os procedimentos de enfermagem serão os
Evolução mesmos para a alta hospitalar.

A Evolução deve conter:  Procedimentos:


• Orientar antecipadamente o paciente e fami-
• Nível de consciência (sonolento; confuso).
• Locomoção (acamado, deambulando). liares sobre o motivo da transferência.
• PA (elevada, anotar os valores dos SSVV). • Verificar se a unidade está em ordem.
• Mantendo jejum (sim ou não/24hs, se não • Transferir junto com o paciente o prontuário
por quê?). e as medicações (quando necessário) e seus
• Sono ou repouso (sim ou não/24hs, se não pertences.
• Avisar os serviços de Nutrição, Administra-
por quê?).
• Incisão cirúrgica (dreno, cateter). ção e Portaria.

23
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

• Verificar os SSVV e realizar uma evolução FERMAGEM


do paciente antes da alta.
• Fazer a limpeza terminal da unidade deso-
cupada pelo paciente.
Alta
A equipe de enfermagem deve preparar emoci-
onalmente o paciente para a alta hospitalar,
cuidando para que, o mesmo não esqueça os
seus pertences e dando orientações quanto à
continuidade do tratamento, à dieta prescrita, as
medicações, e o eventual retorno.
 Procedimentos:
• Ajudar o paciente a se vestir e arrumar os
seus pertences.
• Orientar o paciente sobre a continuidade do
tratamento. Hematêmese Vômito acompanhado de sangue.
• Acompanhar o paciente até a saída da uni- Hematúria Presença de sangue na urina.
Hepatomegalia Aumento do fígado.
dade de internação ou até a saída do hospital Hiperpirexia Febre muito alta, acima dos 40ºc.
(se necessário). Hipertermia Elevação da temperatura.
Hiperestesia Aumento da sensibilidade.
• Avisar os Serviços de Nutrição, Assistência
Hipertensão P.Sistólica acima de 140mmHg.
Social, Administração, Portaria, etc. P.Diastólica acima de 90mmHg.
Hipotensão PA menor – P.Sistólica: 90mmHg /
• Fazer as anotações no prontuário. P.Diastólica: 60mmHg.
• Encaminhar o prontuário para o SAME (Ser- Hipóxia Diminuição do oxigênio no sangue.
Hemoptíase Presença de sangue no escarro.
viço de Arquivo Médico e Estatística). Hepatoesple- Aumento do fígado e do baço.
• Fazer a limpeza terminal da unidade. nomegalia
Hipotonia Diminuição do tônus muscular.
Hipotermia Diminuição exagerada da temperatura
UNIDADE XV corporal.
Inapetência Falta de apetite.
Icterícia Coloração amarelada da pele.
Adinamia Perda das forças. Isquemia Diminuição da circulação sanguínea.
Ablepsia Ausência ou perda da visão. Letargia Sono patológico e profundo, com fun-
Abulia Perda da vontade. ções vitais.
Afagia Impossibilidade de deglutir. Lipotimia Estado de mal-estar, sem levar ao des-
Afasia Alteração ou perda da capacidade de maio.
falar. Leucopenia Diminuição dos leucócitos circulantes.
Algesia Hipersensibilidade a dor. Letalidade Risco que uma doença apresenta de ser
Algia Dor. mortal.
Alopecia Queda temporária dos pêlos ou cabelos. Melena Fezes com sangue.
Analgesia Ausência da sensação normal de dor. Micção Ação de urinar.
Anamnese História do paciente ou da doença. Náusea Vontade de vomitar, seguida ou não do
Anasarca Edema generalizado. vômito.
Anorexia Inapetência, perda de apetite. Nictúria Diurese noturna.
Anúria Ausência completa ou quase completa Normotensão PA normal – P.Sistólica: 90
da urina. 130mmHg/P.Diastólica: 60-80mmHg.
Apatia Estado de indiferença. Nistagmo Movimentos oscilatórios dos globos
Apnéia Parada temporária da respiração. oculares.
Arritmia Irregularidade do ritmo cardíaco. Odinofagia Dificuldade de deglutição, seguida de
Ascite Acúmulo de líquido na cavidade abdomi- dor.
nal. Oligúria Diminuição da quantidade de urinar nas
Astenia Diminuição da força muscular. 24h.
Atonia Perda do tônus muscular. Paresia Paralisia leve ou incompleta da força
Bradicardia Diminuição da FC – menor que 60 bpm. muscular.
Bradipnéia Diminuição da FR – menor que 15 rpm. Parestesia Sensação anormal de picadas, formiga-
Bronquite Inflamação ou infecção dos brônquios. mentos.
Caquexia Estado de extrema desnutrição. Petéquia Pequenas manchas de natureza hemor-
Cefaléia Dor de cabeça. rágica.
Cianose Coloração azulada da pele. Polaciúria Emissão de pequenas quantidades de
Cistite Inflamação da bexiga. urina.
Conjuntivite Inflamação da conjuntiva do olho. Polifagia Comer em excesso.
Deambular Marcha Sudorese Perda de água e eletrólitos pelo suor.
TERMOS TÉCNICOS UTILIZADOS EM EN-

24
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

Disfagia Incapacidade ou dificuldades de engolir.


UNIDADE XVI Disfonia Dificuldade de falar.
Dispnéia Dificuldade respiratória.
COLHEITA DE MATERIAL PARA EXAMES Distonia Distúrbio do tônus muscular.
Diurese Eliminação da urina.
Os exames de laboratório são muito importantes Disúria Dificuldade de urinar.
para se definir o diagnóstico ou traçar uma linha Diurético Que induz a diurese.
de conduta terapêutica para o paciente. Emaciação Emagrecimento, caquexia.
Edema Aumento de líquido intracelular no
 Costuma-se examinar: tecido.
• Fezes. Empiema Acúmulo de pus em uma cavidade.
Enteróclise Lavagem intestinal.
• Sangue.
Epistaxe Eliminação de sangue pelo nariz.
• Urina. Eritema Vermelhidão da pele.
• Catarro. Esplenomegalia Aumento do baço.
• Liquor e outros. Eupnéia Respiração normal, de 15 a 20 rpm.
Fecaloma Acúmulo de fezes endurecidas no reto.
Cabe a Enfermagem o preparo físico e psíquico Flatulência Eliminação de gases pelo ânus.
do paciente, colher ou auxiliar na colheita de Gastrite Inflamação do estômago.
amostras, identificarem o recipiente e providen- Glicemia Taxa de glicose no sangue.
ciar o encaminhamento do material com a re- Glicosúria Presença de glicose na urina.
quisição médica, ao laboratório. Quando o paciente não estiver com sonda vesi-
cal, é utilizada a técnica do jato médio, que con-
 Finalidades siste na anti-sepsia dos genitais externos, des-
• Auxiliar no diagnóstico. prezando-se a primeira porção de urina e co-
• Auxiliar na avaliação do estado do paciente. lhendo-se a 2ª porção em recipiente estéril. A
urina é colocada em tubo estéril. O sucesso da
 Colheita de Sangue – geralmente é feita colheita vai depender da orientação dada ao
antes do desjejum. A amostra é colhida através paciente.
de venopunção e colocada em um recipiente
apropriado, de acordo com o exame: tubos de  Colheita de Fezes – é comum o exame de
ensaio, tubos esterilizados, frascos com meio de fezes para detectar parasitismo ou presença de
cultura, frascos com anticoagulantes. Exames sangue oculto.
mais solicitados:  Colheita de Escarro – indicado com fre-
qüência para diagnosticar infecção das vias
• Hemograma, hematócrito e hemoglobina, aéreas e células cancerígenas.
tipagem sanguínea (utiliza-se frascos com anti-
coagulantes). Transfusão sangüínea
• Glicemia: geralmente é utilizado frascos com É a administração, através de uma veia, de
fluoreto e oxalato. sangue ou seus derivados (plasma, papa de
• Uréia, creatinina, sódio e potássio, amilase hemácias, concentrado de plaquetas), sendo
fosfatase alcalina. (tubo simples). necessário que o receptor tenha compatibilidade
• Hemocultura (tubos com meio de cultura sanguínea A.B.O e Rh do doador. Denomina-se
aeróbio ou anaeróbio). receptor a pessoa que receberá a transfusão
sanguínea, e doador aquela que doará o san-
 Colheita de Urina – a técnica na colheita de gue.
urina vai depender do tipo de exame solicitado
pelo médico. A amostra de urina poderá ser de  Indicações:
24 horas, da primeira ou de uma micção ao dia.
• Repor as perdas sanguíneas provocadas
A orientação do paciente deve ser feita com
antecedência; se for necessário, guardar o vo- por hemorragia interna ou externa.
• Tratar a anemia, hemofilia e outras doenças
lume das 24 horas, oferecerem condições mate-
riais como comadre ou papagaio e frasco para sanguíneas.
• Tratar das perdas líquidas nos casos de
coletar a diurese. Os exames mais solicitados
são: queimaduras.

• Tipo 1, tipo 0, sedimento quantitativo: deve-  Tipos:


rão ser colhidos de preferência, 100ml da pri-
• Direta: é quando se infunde o sangue do
meira micção do dia em recipiente limpo e seco.
doador diretamente para o receptor. (não é mais
• Proteinúria e glicosúria: urina de 24 horas. utilizada).
• Indireta: é a mais utilizada e coloca o san-
• Cultura: a urina deve ser colhida com técni-
cas assépticas. gue do doador em recipiente de plástico ou de
vidro esterilizado, sendo guardados em geladei-
ra ou transfundidos logo a seguir.

25
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

sobre o abdome com a cabeça virada para


Sintomatologia das Reações à Transfusão: um dos lados, com os braços confortavel-
mente flexionados e estendidos dos lados da
 Reação pirogênica: calafrios, hipertermia,
cabeça, usando um travesseiro sob a parte
tremores.
inferior das pernas e pés.
 Sobrecarga circulatória: dispnéia, tosse,
taquicardia.
• Posição de Sims
 Embolia gasosa: cianose, hipotensão, con-
vulsão, inconsciência, coma.

UNIDADE XVII

PROCEDIMENTOS PARA O DIAGNÓSTICO ➢ É utilizada para exames retais e tratamentos


como lavagem intestinal ou enema. O paci-
O médico faz o diagnóstico da doença através ente fica preferencialmente em decúbito late-
da anamnese, exame físico, exames instrumen- ral esquerdo, com um travesseiro sob a ca-
tais e de laboratório. Grande parte dos exames beça, com o braço esquerdo para trás e para
instrumentais necessita de preparo do paciente cima e o direito apoiando, confortavelmente,
e técnicas adequadas na colheita de material o peso do corpo. O membro inferior direito fi-
para laboratório. ca pouco flexionado sobre o esquerdo, que é
bem flexionado.
Tanto o preparo do paciente, quanto a colheita e
• Posição de Genupeitoral
encaminhamento de material para o laboratório
são geralmente responsabilidade da enferma-
gem.
Pontos importantes devem ser lembrados, como
o manuseio correto do material, tempo entre a
colheita e o encaminhamento, identificação ➢ É utilizada para exames no reto e na vagina.
completa do recipiente, para se evitar alterações O paciente fica em decúbito ventral, com os
no resultado dos exames. joelhos flexionados, o tórax apoiado no col-
chão e a cabeça, virada para um dos lados,
 Posições para Exames sobre um pequeno travesseiro.

• Posição de Decúbito Dorsal • Posição de Trendelemburg

➢ É utilizada em casos de choque, hemorragia


pelviana ou para drenagem torácica. O paci-
ente fica em decúbito dorsal, com o corpo in-
clinado e a cabeça mais baixa que os pés. É
➢ É utilizada para facilitar o relaxamento mus- importante sustentar o ombro do paciente
cular. O paciente fica deitado de costas so- para que o mesmo não escorregue para a
bre o leito. cabeceira da cama.

• Posição de Decúbito Lateral • Posição Ginecológica

➢ É utilizada para descansar as costas, facili-


tando certos tratamentos como massagem ➢ É utilizada em para exames e tratamento
das costas. O paciente deita-se sobre um vaginal. O paciente fica em decúbito dorsal
dos seus lados, usando um travesseiro sob a com as pernas flexionadas e afastadas e os
cabeça e pescoço, colocando o braço à fren- pés apoiados na cama.
te do corpo para equilíbrio.
• Posição de Litotomia
• Posição de Decúbito Ventral

➢ É utilizada para descansar as costas, facili-


tando certos tratamentos como lavagem e
massagem das costas. O paciente deita-se

26
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

tância oleosa ou gel, grudam no tecido gra-


nular e dificultam a avaliação.
➢ É utilizada para exames e tratamento vagi-
• Compressivo - é o que faz compressão para
nal. É uma variação da posição ginecológica.
estancar hemorragia ou vedar bem uma inci-
O paciente fica em decúbito dorsal, com as
são.
pernas flexionadas, fixadas por faixas, com
as nádegas ligeiramente fora do colchão. • Com Irrigação - nos ferimentos com infecção
dentro da cavidade ou fístula, com indicação
• Posição Ereta
de irrigação com soluções salinas ou anti-
sépticas. A irrigação é feita com seringa.
➢ O paciente deve ficar de pé, com o peso
distribuído eqüitativamente nos membros in- • Com Drenagem - nos ferimentos com grande
feriores, e os pés ligeiramente afastados. quantidade de exsudato. Coloca-se dreno,
Deve estar calçado ou sobre chão forrado. tubos, cateteres ou bolsas de colostomias.
Permanecer próximo ao paciente, se for ne-
• Curativos Transparentes - facilitam a avalia-
cessário. É indicada para exame neurológi-
ção da ferida, mas não são aderentes. Utili-
co.
zados para cateter venoso e periférico. Se
molhados se soltam facilmente.
• Posição de Fowler
• Curativos Hidrocolóides - ocluem a ferida
➢ Colocar o paciente em decúbito dorsal, ele- impedindo a entrada de ar, água e microor-
var a cabeceira da cama até que o tronco do ganismos. A principal característica é manter
paciente atinja um ângulo de 45 graus em re- a ferida umedecida, acelerando a cicatriza-
lação à cama. É indicada para alimentação e ção, porque novas células proliferam com
em patologias respiratórias, de um modo ge- maior rapidez num ambiente úmido. Se intac-
ral. tos podem ser mantidos por uma semana.

UNIDADE XVIII  Troca de Curativo


Os curativos são trocados quando a ferida re-
CURATIVO
quer avaliação ou cuidados e quando eles se
soltam ou ficam saturados de drenagem.
O curativo é uma substância que cobre uma
ferida. Quando utilizado, pode servir a um ou
mais objetivos: Material

• Manter a ferida limpa. Bandeja Contendo:


• Absorver drenagens.
• Controlar sangramentos. • Kit curativo (1 pinça anatômica, 1 pinça he-
• Proteger a ferida contra danos. mostática e gaze).
• Manter medicamentos no local. • Frasco de Soro Fisiológico.
• Manter um ambiente umedecido. • Esparadrapo ou micropore.
• Tesoura ou bisturi.
 Tipos de Curativos • Cuba-rim.
• Luvas estéreis.

Existem vários tipos diferentes de curativos,


Método:
dependendo do objetivo de seu uso. As cobertu-
ras mais comuns para feridas são os curativos
• Explicar ao paciente sobre o cuidado a ser
de gaze, os transparentes e os hidrocolóides.
feito.
• Lavar as mãos.
O curativo é feito de acordo com as característi- • Posicionar o cliente de modo a permitir o
cas da lesão: acesso ao curativo.
• Cobrir o cliente com lençol de modo a expor
• Aberto - curativo em feridas sem infecção, apenas a área da ferida.
que após tratamento permanecem abertos • Colocar pelo menos uma luva, soltar o espa-
(sem proteção de gaze). Ex.: curativo de in- radrapo puxando na direção da ferida e retira-lo.
tracath, ferida cirúrgica limpa. • Descartar o curativo sujo junto com as luvas.
• Oclusivo - curativo que após a limpeza da • Lavar novamente as mãos.
ferida e aplicação do medicamento é fechado • Cortar várias tiras longas de esparadrapo.
ou ocluído com gaze ou atadura. As gazes • Abrir os materiais esterilizados.
são absorventes, mas se usadas sem subs- • Colocar as luvas.

27
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

• Limpar a ferida com Soro Fisiológico em jato • Pode ser fixado com esparadrapo, mas não
ou com chumaços feitos de gaze com o auxílio pode ser cortado.
das pinças estéreis. • Pode ficar até 72 horas. É comum ser utiliza-
• Usar um único chumaço ou um quadrado da com curativo secundário.
pequeno de gaze em um único sentido para
cada movimento de limpeza. ❖ FILMES TRANSPARENTES
• Cubra a ferida com o curativo de gaze con-
Membrana de poliuretano que pode ou não vir
forme indicação.
adicionados de uma esponja absorvente.
• Fixe o curativo com o esparadrapo.
• Retire as luvas, deixe o paciente confortável Atuações:
e o ambiente em ordem.
• Barreira contra fluidos e bactérias que pos-
• Lavar as mãos e fazer as anotações de en-
sam “entrar” pela ferida.
fermagem.
• Previne a desidratação da ferida.
 Coberturas • Impede formação de crostas.

❖ AÇÚCAR Uso indicado para feridas traumáticas, úlceras e


queimaduras.
Ações prováveis:
• Elimina as bactérias sobre a ferida. ❖ HIDROGEL
• Reduz o edema e melhora a circulação local.
Cobertura estéril composta por uma formulação
• Nutre as células superficiais da cicatriz.
de gel de polivinilpirrolidona em água, sustenta-
• Favorece o crescimento de tecido de granu-
do por fibras e protegida em ambos os lados por
lação.
filme de polietilieno.
• Favorece o crescimento do tecido epitelial.
Atuações:
A troca deve ser feita de 6/6h ou de 8/8h para
• Proporciona ambiente úmido, oclusivo favo-
feridas de deiscência, infectadas, com presença
rável à cicatrização.
de crostas ou tecido necrosado.
• Absorve o excesso de exsudato.
• Protege de desidratação da ferida.
❖ HIDROCOLÓIDES
• Evita a contaminação bacteriana.
São constituídos de duas camadas: uma exter- • Indicada para feridas limpas.
na que é impermeável e uma interna: adesiva • O curativo pode permanecer refrigerado por
com partículas hidroativas que interagem com o 1 hora para aumentar a sensação de que alivia
exsudato da ferida formando um gel úmido e a dor.
macio.
❖ ALGINATO DE CÁLCIO E SÓDIO
Atuações:
Cobertura altamente absorvente e que cria um
• Barreira mecânica e bacteriana.
meio ambiente favorável para a regeneração
• Impede traumas na remoção de curativo.
dos tecidos.
• O gel protege o leito da ferida, promovendo
um ambiente úmido que facilita o processo de Atuações:
cicatrização.
• Auxilia a formação de tecido de granulação.
• Pode ser trocado de 7 em 7 dias.
• Permite fácil remoção sem lesar tecido.
• Promove a coagulação sanguínea.
❖ CARVÃO ATIVADO
• Indicado para feridas crônicas, sangrantes,
Cobertura estéril para ferimentos composta por com exsudato e infectadas.
um tecido carbonizado e impregnado com nitra- • Existem outros tipos de tratamento, o uso
to de prata. É adesivo. dependerá da avaliação da ferida e dos recur-
sos disponíveis.
Atuações:
 Considerações Gerais
• Grande absorção de exsudato com diminui-
ção da exalação de odor. • Manter o ambiente iluminado, limpo e livre de
• Promove ação bacteriostática e microbicida, correntes de ar. Se possível, executar o cu-
age impedindo a proliferação e resistência bac- rativo em sala apropriada.
terianas. • Expor somente o local do curativo.
• Utilizado para feridas infectadas exsudativas • Fazer o curativo após a higiene corporal.
com ou sem odor, úlceras, gangrenas, feridas • Desprezar a 1ª porção da solução, antes de
cirúrgicas e lesões traumáticas infectadas. despejá-la pela primeira vez sobre a gaze.
• Evitar soluções coloridas que prejudicam a

28
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

identificação de processos inflamatórios.


• Não tocar as gazes e pinças nas bordas dos Administração de medicamentos é um dos de-
frascos de solução. veres de maior responsabilidade da equipe de
• Iniciar os curativos pelas incisões limpas, enfermagem. Requer conhecimentos de farma-
depois as abertas não infectadas, as infecta- cologia e terapêutica médica no que diz respeito
das e, por último, as colostomias e fístulas à ação, dose, efeitos colaterais, métodos e pre-
em geral. cauções na administração de drogas.
• Não depositar material contaminado na ca-
ma, mesa de cabeceira e recipiente de lixo  Vias de Administração de Medicamentos
do doente.
• Lavar as mãos antes e depois do curativo. 1. Gastrintestinal:
• Recomenda-se, nas feridas abertas, o uso ✓ Via oral ou bucal.
de luvas (além do pacote de curativo e uma ✓ Via sublingual.
pessoa para auxiliar a manipular os frascos, ✓ Via gástrica.
materiais, etc.). ✓ Via retal.
• Utilizar, nos curativos aderidos, soro fisioló- ✓ Via duodenal.
gico ou água oxigenada.
2. Respiratória.
• Não molhar, inclusive com anti-séptico, os
pontos de algodão, seda, mersilene ou simi- 3. Vaginal.
lar.
4. Cutânia.
• Na execução do procedimento, pode-se levar
o material no carrinho de curativo ou na ban-
5. Nasal.
deja (acrescentar 1 saco de lixo plástico ou
cuba-rim para receber o material usado). 6. Ocular.
• Colocar no carrinho de curativo ou bandeja
7. Auricular.
somente as soluções e materiais que serão
utilizados nesse paciente. 8. Parenteral.
• Limpar o carrinho de curativo ou bandeja ✓ Intradérmica (ID).
antes e depois do curativo. ✓ Subcutânea (SC).
✓ Intramuscular (IM).
• Desprezar o lixo após cada curativo.
✓ Endovenosa (EV) ou Intravenosa (IV).
• Recomenda-se dispensar o curativo após 24
a 48 horas em feridas cirúrgicas limpas, fe-  Regras Gerais:
chadas e secas.
• Todo medicamento deve ser prescrito pelo
• Pode-se executar a técnica de curativo com médico.
luvas, recomendando-se o uso de 2 pares de • A prescrição deve ser escrita e assinada.
luvas nos curativos contaminadas: um para a Somente em caso de emergência, a enferma-
retirada e o outro para a realização do curati- gem poderá atender prescrição verbal, que de-
vo. verá ser transcrita pelo médico logo que possí-
vel.
Retirada de Pontos • Nunca administrar medicamento sem rótulo.
• Verificar data de validade dos medicamen-
Os pontos são retirados entre o 7º ao 10º dia
tos.
pós-operatório, recomenda-se retirar os pontos
• Não administrar medicamentos preparados
intercalados.
por outras pessoas.
Faz-se a limpeza da incisão cirúrgica com soro • Interar-se sobre as diversas drogas, para
fisiológico e enxuga-se o excesso da solução conhecer cuidados específicos e efeitos colate-
com gaze seca. Com a pinça anatômica se se- rais:
gura à extremidade do fio cirúrgico e com a
✓ Melhor horário.
lâmina (bisturi ou gilete) corta-se o fio na parte
✓ Diluição, tempo de validade.
inferior ao nó. Coloca-se a gaze próxima à inci-
✓ Ingestão com água, leite ou sucos.
são, para depositar os pontos retirados.
✓ Antes, durante ou após as refeições ou em
jejum.
✓ Incompatibilidade ou não de mistura de dro-
UNIDADE XIX
gas.
• Tendo dúvida sobre o medicamento, não
PROCEDIMENTOS TERAPÊUTICOS administra-lo.
• Manter controle rigoroso sobre medicamen-
 Administração de Medicamentos tos disponíveis.

29
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

• Alguns medicamentos, como antibióticos, • Certificarem-se sobre as ordens de controle


vitaminas e sulfas, precisam ser guardados hídrico, dietas, jejum, suspensão de medica-
corretamente, pois se alteram na presença da mentos antes de prepará-los.
luz, do ar ou do calor.
 É de grande utilidade seguir o roteiro para
a correta administração de medicamentos
 Cuidados na Administração de Medica-
elaborada por “Du Gas”:
mentos
1. O cliente tem alguma alergia?
• Ao preparar a bandeja de medicamentos,
2. Que medicamentos foram prescritos?
não conversar.
3. Por que está recebendo esses medicamen-
• Ter sempre à frente, enquanto prepara o
tos?
medicamento, a prescrição do medicamento ou
4. Que informações devem ser dadas pela
a receita.
enfermagem, em relação ao efeito desses me-
• Ler o rótulo do medicamento três vezes,
dicamentos sobre o cliente?
comparando-o com a prescrição:
5. Existem cuidados de enfermagem específi-
o Antes de retirar o recipiente do armário; cos devido à ação das drogas contidas nestes
o Antes de colocar o medicamento no recipiente medicamentos?
para administrar; 6. Como devem ser administrados os medica-
o Antes de repor o recipiente no armário. Colo- mentos?
car a prescrição e o recipiente do medicamento 7. Que precauções devem ser tomadas na
sempre juntos, na bandeja. administração de tais medicamentos? Existem
o Não tocar com a mão em comprimidos, cáp- precauções especiais que devem ser tomadas
sulas, drágeas ou pastilhas. por causa da idade, condições físicas ou estado
o Esclarecer dúvidas existentes antes de admi- mental do paciente?
nistrar o medicamento. 8. Alguns dos medicamentos exigem medidas
o Identificar o paciente antes de administrar o cautelosas especiais na administração?
medicamento, solicitando nome completo e 9. O paciente precisa aprender alguma coisa
certificando-se da exatidão do mesmo, pelo com relação à sua terapia médica?
cartão de medicamento ou prontuário. 10. O paciente ou sua família necessita de co-
o Lembrar a regra dos cinco certos: nhecimento ou habilidades específicas para
continuar a terapia em casa?
 Medicamento certo.
 Paciente certo.  Cuidados na Diluição
 Dose certa.
• Todas as drogas que provocam irritações e
 Hora certa.
com gosto forte, devem ser diluídas, caso haja
 Via certa.
contra-indicação.
• Só checar a medicação após administrá-la, • Normalmente, não é aconselhável misturar
rubricando ao lado. medicamentos líquidos. Poderá ocorrer uma
• Quando o medicamento deixar de ser admi- reação química, resultando em precipitado.
nistrado por estar em falta, ser recusado pelo • Água fresca deve ser usada para aumentar o
paciente, jejum, esquecimento ou erro, rodelar a paladar, se não houver contra-indicação.
prescrição e fazer as anotações no relatório • Satisfazer o quanto possível os pedidos do
• Fazer anotações cuidadosas sobre efeitos paciente quanto ao gosto, que pode ser melho-
colaterais dos medicamentos ou queixas do rado, dissolvendo-se o medicamento em suco
paciente. de frutas, se não houver contra-indicação.
• Para uma medida perfeita, ao despejar o • Medicamentos amargos podem ser diluídos
medicamento no copo graduado, levanta-lo à na água. Diminui-se o amargor colocando-se
altura dos olhos. gelo na boca antes e depois da medicação.
• Correspondência: colher de sopa (15ml); • Xaropes devem ser administrados puros.
colher de sobremesa (10ml); colher de chá (5ml) • Salicilatos, digitálicos, corticóides, irritam a
e colher de café (3ml). mucosa gástrica e podem produzir náuseas e
• Ter sempre o cuidado de limpar com gaze a vômitos. Devem ser servidos com leite, e duran-
boca dos vidros de medicamentos, antes de te as refeições.
guardá-los. • O gosto de iodeto de potássio e solução de
• Ao colocar o medicamento no copo, manter o lugol pode ser amenizado diluindo-os em suco
rótulo do frasco voltado para a mão, a fim de de uva ou laranja.
não suja-lo. • O óleo de rícino ou outros óleos podem ser
• Se faltar medicamentos, tomar providências misturados com suco de laranja ou de limão,
imediatas, seguindo normas e rotinas do setor. café ou chá. Gelo também desestimula as papi-

30
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

las gustativas. É bom tomar com substâncias Via Gástrica


efervescentes e geladas (coca-coca, guaraná).
• Antibióticos, de modo geral, devem ser to- É feita através da introdução do medicamento
mados com água (nunca com leite) e com es- na sonda nasogástrica. É utilizada para pacien-
tômago vazio. tes inconscientes e pacientes impossibilitados
 Cuidados em relação ao Registro dos Me- de deglutir. Os medicamentos sólidos são dis-
dicamentos solvidos em água e introduzidos na via gástrica
com seringa. As cápsulas são abertas, dissol-
A fim de evitar acidentes, roubos e uso abusivo, vendo-se o pó medicamentoso nelas contido.
os medicamentos devem ser guardados em
lugar apropriado e controlados. Deve existir uma
Via Retal
relação do estoque disponível, e dependendo
da utilização um controle de saída diária, sema-
nal ou mensal. É a introdução do medicamento no reto, em
forma de supositórios ou clister medicamentoso.
As saídas podem ser controladas pelo receituá-
rio, folha de prescrição ou relatório de enferma- Via Vaginal
gem. O importante é que exista um sistema de
controle. O cancelamento no local apropriado
(relatório, ficha ou prontuário) deve ser feito logo É a introdução e absorção de medicamentos no
após a aplicação. canal vaginal. O medicamento pode ser intro-
duzido sob a forma de:
Sendo as anotações de enfermagem um docu-
mento oficial, é de grande importância que o • Tampões, supositórios, comprimidos.
cuidado seja assinado ou rubricado por quem • Óvulos.
fez.
• Lavagens e irrigação.
Via Oral ou Bucal • Cremes ou gel.
É a administração de medicamento pela boca.
Contra-indicações: Via Tópica ou Cutânea

• Pacientes incapazes de deglutir ou inconsci- É a aplicação de medicamento por fricção na


entes. pele. Sua ação pode ser local ou geral. Ex.:
• Em casos de vômitos. pomadas, anti-sépticos.
• Quando o paciente está em jejum para cirur-
gia ou exame.
Via Nasal
 Observações
Consiste em levar à mucosa nasal um medica-
mento líquido.
 Os medicamentos em pó devem ser dissolvi-
dos.
Via Ocular
 Pacientes inconscientes não devem tomar
medicação por via oral.
 Gotas devem ser medidas com conta-gotas. É a aplicação de colírio ou pomada na conjunti-
 Dissolver os medicamentos para os pacientes va ocular.
que têm dificuldades de deglutir.
 Ao administrar digitálicos, contar pulso radial e Via Auricular
apical. Se estiver abaixo de 60bpm não adminis-
trar. Acima de 120bpm pode indicar intoxicação Consiste em introduzir o medicamento no con-
digitálica. duto auditivo externo (ouvido).
 Considerar sempre o melhor horário para
administrar os medicamentos. Exemplo: os diu- Via Parenteral
réticos devem ser administrados, de preferên-
cia, no período da manhã.
É a administração de drogas ou nutrientes pelas
Via Sublingual vias:

Consiste em colocar o medicamento debaixo da • Intradérmica – ID.


língua e deixar que seja absorvido pela mucosa • Subcutânea – SC.
bucal. • Intramuscular - IM.
• Intravenosa ou endovenosa – IV ou EV.

31
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

 Embora mais raramente e reservadas aos 1. Infecções


médicos, utilizam-se também as vias intra-
arterial, intra-óssea, intratecal, intraperitoni- Podem resultar da contaminação do material, da
al, intrapleural e intracardíaca. droga ou em conseqüência de condições pre-
 Existe uma fundamental diferença entre a disponentes do cliente, tais como: mau estado
VIA ENTERAL, em que o medicamento é in- geral e presença de focos infecciosos.
troduzido no aparelho digestivo e a VIA PA-
RENTERAL. Nesta, as substâncias são
As infecções podem ser locais ou gerais. Na
aplicadas diretamente nos tecidos através
infecção local, a área apresenta-se avermelha-
de injeção, com emprego de seringas, agu-
da, intumescida, mais quente ao toque e dolori-
lhas, cateteres.
da. Além disso, pode haver acumulo de pus,
denominado abscesso. Pode aparecer também
 Vantagens: fleimão ou flegmão, que é uma inflamação piro-
gênica, com infiltração e propagação para os
• Absorção mais rápida e completa. tecidos, caracterizando-se pela ulceração ou
• Maior precisão em determinar a dose deseja- supuração.
da.
• Obtenção de resultados mais seguros. Além das infecções locais em casos mais gra-
• Possibilidade de administrar determinadas ves, a infecção pode generalizar-se, aparecen-
drogas que são destruídas pelos sucos digesti- do então à septicemia: infecção generalizada,
vos. conseqüente à pronunciada invasão na corrente
sangüínea por microorganismos oriundos de um
 Desvantagens: ou mais focos nos tecidos, e possivelmente,
com a multiplicação dos próprios microorganis-
mos no sangue.
• Dor, geralmente causada pela picada da agu-
lha ou pela irritação da droga.
• Em casos de engano pode provocar lesão 2. Fenômenos alérgicos
considerável.
• Devido ao rompimento da pele, pode ocorrer o Os fenômenos alérgicos aparecem devido à
risco de adquirir infecção. susceptibilidade do indivíduo ao produto usado
• Uma vez administrada a droga, impossível para anti-sepsia ou às drogas injetadas. A rea-
retirá-la. ção pode ser local ou geral, podendo aparecer
urticária, edema, “Fenômeno de Arthus” ou
mesmo choque anafilático.
 Requisitos básicos:

O Fenômeno de Arthus é uma reação provoca-


• Drogas em forma líquida. Pode estar em veí-
da por injeções repetidas no mesmo local, ca-
culo aquoso ou oleoso, em estado solúvel ou
racterizada pela não absorção do antígeno,
suspensão e ser cristalina ou coloidal.
ocasionando infiltração, edema, hemorragia e
• Soluções absolutamente estérieis, isentas de necrose no ponto de inoculação.
substâncias pirogênicas.
• O material utilizado na aplicação deve ser
estéril e descartável, de preferência. No choque anafilático aparece a dilatação geral
dos vasos, com congestionamento da face,
• A introdução de líquidos deve ser lenta, a fim
seguida de palidez, alucinações, agitação, ansi-
de evitar rupturas de capilares, dando origem a
edade, tremores, hiperemia, cianose, edema de
microembolias locais ou generalizadas.
glote, podendo levar à morte.
 Problemas que podem ocorrer
3. Má absorção das drogas

• Embora muito utilizada para a administração


Quando a droga é de difícil absorção, ou é inje-
de medicamentos, a via parenteral não é isenta
tada em local inadequado pode provocar a for-
de riscos. As aplicações devem ser feitas com o
mação de nódulos ou abscessos assépticos,
máximo zelo, a fim de diminuir traumas e aci-
que além de incomodativos e dolorosos, fazem
dentes. Os acidentes causam: dor, prejuízo
com que a droga não surta o efeito desejado.
(falta à escola e/ou serviço, gastos) deficiência e
até morte. Além dos problemas específicos a
cada via, temos alguns problemas gerais, enu- 4. Embolias
merados por HORTA & TEIXEIRA:

32
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

Resultam da introdução na corrente sangüínea 1. Lavar as mãos.


de ar, coágulos, óleos ou cristais de drogas em 2. Certificar-se do medicamento a ser apli-
suspensão. É um acidente grave conseqüente cado, dose, via e paciente a que se des-
da falta de conhecimento e habilidade do profis- tina.
sional. 3. Antes de abrir a ampola, certificar-se
que toda a medicação está no corpo da
Pode ser devido à falta de aspiração antes de ampola e não no gargalo. Se não esti-
injetar uma droga, introdução inadvertida de ar, ver, fazer a medicação descer fazendo
coágulo, substância oleosa ou suspensões por movimentos rotatórios com a ampola.
via intravenosa, ou à aplicação de pressão mui- 4. Fazer desinfecção do gargalo com al-
to forte na injeção de drogas em suspensão ou godão embebido em álcool a 70%.
oleosas, causando a ruptura de capilares, com 5. Proteger os dedos com algodão, ao ser-
conseqüente microembolias locais ou gerais. rar ou quebrar o gargalo.
6. Abrir a embalagem da seringa.
7. Adaptar a agulha ao bico da seringa, ze-
5. Traumas
lando para não contaminar as duas par-
tes.
Podemos dividi-los em trauma psicológico e 8. Certificar-se do funcionamento da serin-
trauma tissular. No trauma psicológico, o cliente ga, verificando, também se a agulha es-
demonstra medo, tensão, choro, recusa do tra- tá firmemente adaptada.
tamento, podendo chegar à lipotimia. 9. Manter a seringa com os dedos polegar
e indicador e segurar a ampola entre os
O medo pode levar à exagerada contração dedos médios e indicador da outra mão.
muscular, impedindo a penetração da agulha, 10. Introduzir a agulha na ampola e proce-
acarretando acidentes ou a contaminação aci- der à aspiração do conteúdo, invertendo
dental do material. É sempre de grande impor- lentamente a agulha, sem encostar na
tância orientar o cliente, e acalmá-lo, antes da borda da ampola.
aplicação. Nos casos extremos, esgotados os 11. Virar a seringa com a agulha para cima,
recursos psicológicos, fazem-se necessária uma em posição vertical e expelir o ar que
imobilização adequada do cliente, a fim de evi- tenha penetrado.
tar outros danos. 12. Desprezar a agulha usada para aspirar.
13. Escolher, para a aplicação, uma agulha
Os traumas tissulares são de etiologias diver- de calibre apropriado à solubilidade da
sas, podendo ser conseqüentes à agulha romba droga e à espessura do tecido subcutâ-
ou de calibre muito grande, que causa lesão na neo do paciente (VER Tabela).
pele ou ferimentos, hemorragias, hematomas, 14. Manter a agulha protegida com protetor
equimoses, dor, paresias, parestesias, paralisi- próprio.
as, nódulos e necroses, causando por técnica 15. Identificar a seringa e colocá-la na ban-
incorreta, desconhecimento dos locais adequa- deja com o algodão e o recipiente com
dos para as diversas aplicações, falta de rodízio álcool a 70%.
dos locais de aplicação ou variações anatômi-
cas individuais.  Preparo do Medicamento em Frasco (Pó)

 Material 1. Retirar a tampa metálica, e fazer desin-


fecção da tampa da rolha com algodão
Bandeja contendo: embebido em álcool.
2. Abrir a ampola.
• Seringas e agulhas esterilizadas. O 3. Preparar a seringa, escolhendo uma
ideal é usar material descartável. agulha de maior calibre (25 x 9, 10 ou
• Algodão. 12).
4. Aspirar o líquido da ampola e introduzir
• Recipiente com álcool a 70%.
no frasco. (A agulha deve apenas atra-
• Serrinha, se a ampola não for semi-
vessar a tampa da rolha).
serrada.
5. Retirar a seringa.
• Garrote. 6. Homogeneizar a solução, fazendo a ro-
• Medicamento prescrito. tação do frasco, evitando a formação de
• Cartão de identificação. espuma.
• Saco para lixo. 7. Colocar ar na seringa, em volume igual
ao medicamento a ser aspirado.
 Preparo do Medicamento em Ampola 8. Soerguer o frasco, aspirando.

33
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

9. Retirar o ar contido na seringa. 1. Lavar as mãos.


10. Trocar de agulha e identificar a seringa. 2. Preparar o medicamento, conforme téc-
nica anteriormente descrita.
 Sugestões para Diminuir a Dor nas Inje- 3. Explicar ao paciente o que vai fazer e
ções deixá-lo em posição confortável e ade-
quada.
1. Transmitir confiança. 4. Expor a área de aplicação.
5. Firmar a pele com o dedo polegar e in-
2. Aplicar compressas quentes ou cubos
dicador da mão não dominante.
de gelo, um pouco antes da aplicação.
6. Com a mão dominante, segurar a serin-
3. Introduzir a agulha rapidamente.
ga quase paralela à superfície da pele
4. Injetar a solução vagarosamente.
5. Deixar na seringa uma pequena bolha (15º) e com o bisel voltado para cima,
de ar que, injetada no final, evitará a injetar o conteúdo.
7. Retirar a agulha, sem friccionar o local.
dor, especialmente no caso de soluções
colocar algodão seco somente se hou-
irritantes para os tecidos.
ver sangramento ou extravasamento da
6. Fazer rodízio de locais de aplicações,
droga.
evitando áreas doloridas.
7. Escolher a agulha ideal ao tipo de paci- 8. Deixar o paciente confortável e o ambi-
ente e da solução, evitando agulhas ca- ente em ordem.
9. Providenciar a limpeza e a ordem do
librosas demais.
material.
8. Manter o paciente em posição confortá-
10. Lavar as mãos.
vel e apropriada (ver posição indicada).
9. Não aplicar com agulhas com pontas 11. Anotar o cuidado.
rombas.
10. Após a aplicação, fazer pressão leve e  Observações
constante no local de penetração da
agulha. Massagear a área, a não ser 1. A injeção ID geralmente é feita sem an-
que haja contra-indicação. ti-sepsia para não interferir na reação da
11. Existem medicamentos doloridos que droga.
vem acompanhado de diluentes com 2. A substância injetada deve formar uma
anestésico. pequena pápula na pele.
3. A penetração da agulha não deve pas-
INJEÇÃO INTRADÉRMICA - ID sar de 2 mm (somente o bisel).
4. Existem medicamentos doloridos que
vem acompanhado de diluentes com
É a aplicação de drogas na derme ou córion.
anestésico.
Geralmente utilizada para realizar teste de hi-
persensibilidade, em processos de sensibilidade
e imunização. (BCG). INJEÇÃO SUBCUTÂNEA - SC

 Área de Aplicação A via subcutânea, também chamada hipodérmi-


ca, é indicada principalmente para drogas que
não necessitam ser tão rapidamente absorvidas,
Na face interna do antebraço ou região escapu-
lar, locais onde a pilosidade é menor e oferece quando se deseja eficiência da dosagem e tam-
acesso fácil à leitura da reação aos alérgicos. A bém uma absorção contínua e segura do medi-
vacina BCG intradérmica é aplicada na área de camento.
inserção inferior do deltóide direito.
Certas vacinas, como a anti-rábica, drogas co-
mo a insulina, a adrenalina e outros hormônios,
 Material
têm indicado especifica por esta via.
Bandeja contendo:
 Áreas de Aplicação
• Seringa especial, tipo insulina ou vaci-
Os locais mais adequados para aplicação são
na.
aqueles afastados das articulações, nervos e
• Agulha pequena: 13 x 3,8 ou 4,5.
grandes vasos sangüíneos:
• Etiqueta de identificação.
• Saco plástico para lixo.
• Partes externas e superiores dos bra-
ços.
Método
• Laterais externas e frontais das coxas.

34
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

• Região gástrica e abdome (hipocondrio conveniente a massagem após a apli-


D e E). cação, para evitar a absorção rápida.
• Nádegas. 12. Observar o paciente alguns minutos, pa-
• Costas (logo acima da cintura). ra ver se apresenta alterações.
13. Providenciar a limpeza e a ordem do
Obs.: Na aplicação de injeções subcutâneas o material.
paciente pode estar em pé, sentado ou deitado, 14. Lavar as mãos.
com a área bem exposta. 15. Checar o cuidado fazendo as anotações
necessárias.
Não se deve aplicar:
 Observações
• Nos antebraços e pernas.
1. Não utilizando a agulha curta, a angula-
• Nas proximidades do umbigo e da cintu-
ção será de 45º para indivíduos nor-
ra.
mais, 60º para obesos e 30º para ex-
• Próximo das articulações. cessivamente magros.
• Na região genital e virilha. 2. A diluição das drogas deve ser feita com
precisão e segurança. Na dúvida, não
Material aplicar.
3. Na aplicação da heparina subcutânea,
Bandeja contendo: para evitar traumatismo do tecido, não é
recomendado aspirar antes de injetar a
• Seringa especial de 0,5 a 1 ml (seringa medicação e para evitar absorção rápi-
para insulina). da da medicação, não se deve massa-
• Agulhas pequenas 13 x 3,8 ou 4,5. gear o local após a aplicação.
4. Na aplicação de insulina, utilizar a técni-
• Álcool a 70%.
ca do revezamento, que é um sistema
• Algodão.
padronizado de rodízio dos locais das
• Etiqueta de identificação. injeções para evitar abscessos, lipodis-
• Saco plástico para lixo. trofias e o endurecimento dos tecidos na
área da injeção.
Método
INJEÇÃO INTRAMUSCULAR - IM
1. Lavar as mãos.
2. Preparo da medicação conforme técnica É a deposição de medicamento dentro do tecido
anteriormente descrita. muscular. Depois da via endovenosa é a de
3. Explicar ao paciente o que vai fazer e mais rápida absorção; por isso o seu largo em-
deixá-lo confortável, sentado ou deitado. prego.
4. Expor a área de aplicação e proceder a
anti-sepsia do local escolhido.
5. Permanecer com o algodão na mão não  Locais de aplicação
dominante.
6. Segurar a seringa com a mão dominan- Na escolha do local para aplicação, é muito
te, como se fosse um lápis. importante levar em consideração:
7. Com a mão não dominante, fazer uma
prega na pele, na região onde foi feita a a) Á distância em relação a vasos e nervos
anti-sepsia. importantes.
8. Nesta prega cutânea, introduzir a agu- b) Musculatura suficientemente grande para
lha com rapidez e firmeza, com ângulo absorver o medicamento.
de 90º (perpendicular à pele). c) Espessura do tecido adiposo.
9. Aspirar para ver se não atingiu um vaso d) Idade do paciente.
sanguíneo, exceto na administração da e) Irritabilidade da droga.
heparina. f) Atividade do cliente.
10. Injetar o líquido vagarosamente.
11. Esvaziada a seringa, retirar rapidamen-  São indicadas, para aplicação de injeção
te a agulha, e com algodão fazer ligeira intramuscular as seguintes regiões:
pressão no local, e logo após, fazer a
massagem. Para certos tipos de dro-
a) Região deltoidiana - músculo deltoíde.
gas, como a insulina e a heparina, não é

35
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

b) Região ventro-glútea ou de Hachstetter -


músculo glúteo médio. Adulto: magro 25 x 6 ou 7 25 x 8 ou 9
c) Região da face ântero-lateral da coxa - Normal 30 x 6 ou 7 30 x 8 ou 9
músculo vasto lateral (terço médio).
Obeso 40 x 6 ou 7 40 x 8 ou 9
d) Região dorso-glúteo - músculo grande glú-
teo (quadrante superior externo).
Criança: magra 20 x 6 ou 7 20 x 8
Escolha do Local: embora existam controvér- Normal 25 x 6 ou 7 25 x 8
sias, a ordem de preferência deve ser: Obesa 30 x 6 ou 7 30 x 8

1º Região ventro-glútea: indicada em qualquer


Adaptado de Horta & Teixeira
idade.

 Método
2º Região da face ântero-lateral da coxa: contra-
indicada para menores de 28 dias e indicada
especialmente para lactentes e crianças até 10 1. Preparar o medicamento conforme técnica
anos. descrita.
2. Levar o material para perto do paciente, colo-
cando a bandeja sobre a mesinha.
3º Região dorso-glútea: contra-indicada para
3. Lavar as mãos.
menores de 2 anos, maiores de 60 anos e pes-
4. Explicar o que vai fazer e expor a área de
soas excessivamente magras.
aplicação.
5. Com os dedos polegar e indicador da mão
4º Região deltoidiana: contra-indicada para me- dominante, segurar o corpo da seringa e colocar
nores de 10 anos e adultos com pequeno de- o dedo médio sobre o canhão da agulha.
senvolvimento muscular. 6. Com a mão dominante, proceder à anti-sepsia
do local. Depois, manter o algodão entre o de-
do mínimo e anular da mesma mão.
7. Ainda com a mão dominante, esticar a pele
segurando firmemente o músculo.
8. Introduzir rapidamente a agulha com o bisel
voltado para o lado, no sentido das fibras mus-
culares.
9. Com a mão dominante, puxar o êmbolo, aspi-
rando, para verificar se não lesionou um vaso.
10. Empurrar o êmbolo vagarosamente.
11. Terminada a aplicação, retirar rapidamente
a agulha e fazer uma ligeira pressão com o al-
godão.
 Escolha da Agulha 12. Fazer massagem local enquanto observa o
paciente.
Para aplicar com agulha ideal, deve-se levar em 13. Deixar o paciente confortável e o ambiente
consideração: o grupo etário, a condição física em ordem.
do cliente e a solubilidade da droga a ser injeta- 14. Providenciar a limpeza e a ordem do mate-
da. rial.
15. Lavar as mãos.
16. Checar o cuidado fazendo as anotações
 Tabela necessárias.

Dimensões de agulhas em relação ao grupo  Observações


etário, condição física e tipo de solução (Injeção
IM).
1. Em caso de substâncias oleosas, pode-se
aquecer um pouco a ampola para deixá-la me-
Espessura da tela Soluções Soluções oleosas e
nos densa.
subcutânea aquosas suspensões 2. Em caso de substância escura, puncionar
com seringa em medicação e aspirar. Não vin-
do sangue, adaptar a seringa com a medicação
e injetar.
3. Caso venha sangue na seringa, retirar ime-
diatamente e aplicar em outro local.

36
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

4. Injeções de mais de 3 ml. não devem ser Material


aplicadas no deltóide.
5. O volume máximo para injeção IM é de 5 Bandeja contendo:
ml. Volume acima de 5 ml, fracionar e aplicar
em locais diferentes.
• Seringas de preferência de bico lateral.
6. Estabelecer rodízio nos locais de aplicação
• Agulhas tamanhos 25 x 7 ou 8 ou 30 x 7
de injeções.
ou 8.
7. O uso do músculo deltóide é contra-
indicado em pacientes com complicações vas- • Algodão e álcool a 70%.
culares dos membros superiores, pacientes com • Garrote.
parestesias ou paralisia dos braços, e aquelas • Toalha, papel-toalha, plástico ou pano
que sofreram mastectomia. para forrar o local da aplicação.
• Etiqueta ou cartão de identificação.
 Aplicação com Desvio • Luvas de procedimento.
• Saco plástico para lixo.
É usada para evitar o refluxo da medicação,
prevenindo irritação subcutânea e manchas pelo Método
gotejamento na solução no trajeto da agulha.
1. Lavar as mãos.
 Método 2. Preparar a injeção conforme técnica já
descrita.
3. Levar a bandeja para perto do paciente.
1. Puxar a pele e o tecido subcutâneo para um
4. Deixar a bandeja na mesa-de-cabeceira
lado (uns 2 cm) e manter assim até o final da
e preparar o paciente: explicar o que vai
aplicação.
fazer; expor a área de aplicação, verifi-
2. Com a outra mão, inserir a agulha, aspirar
cando as condições das veias; colocar o
com a ajuda dos dedos polegar e indicador e
forro para não sujar o leito.
empurrar o êmbolo com o polegar.
5. Calçar as luvas.
3. Retirar a agulha e só então liberar a mão
6. Garrotear sem compressão exagerada,
não dominante, deixando o tecido subcutâneo e
aproximadamente 4 dedos acima do lo-
a pele voltarem ao normal.
cal escolhido para a injeção. Em paci-
entes com muitos pêlos, pode-se prote-
INJEÇÃO ENDOVENOSA - EV ger a pele com pano ou com a roupa do
paciente.
É a introdução de medicamentos diretamente na 7. Fazer o paciente abrir e fechar a mão
veia. diversas vezes e depois conservá-la fe-
chada, mantendo o braço imóvel.
 Finalidades 8. Fazer a anti-sepsia ampla do local, com
movimentos de baixo para cima.
1. Obter efeito imediato do medicamento. 9. Fixar a veia com o polegar da mão não
2. Administração de drogas, contra- dominante.
indicadas pela via oral, SC, IM, por so- 10. Colocar o indicador da mão dominante
frerem a ação dos sucos digestivos ou sobre o canhão da agulha, e com os
por serem irritantes para os tecidos. demais dedos, segurar a seringa. O bi-
3. Administração de grandes volumes de sel da agulha deve estar voltado para
soluções em casos de desidratação, cima.
choque, hemorragia, cirurgias. 11. Se a veia for fixa, penetrar pela face an-
4. Efetuar nutrição parenteral. terior. Se for móvel, penetrar por uma
5. Instalar terapêutica com sangue e he- das faces laterais, empurrando com a
moderivados. agulha até fixá-la.
12. Evidenciada a presença de sangue na
seringa, pedir para o paciente abrir a
 Locais de Aplicação mão e retirar o garrote.
13. Injetar a droga lentamente, observando
Qualquer veia acessível, dando-se preferência as reações do paciente.
para: 14. Terminada a aplicação, apoiar o local
com algodão embebido em álcool.
• Veias superficiais de grande calibre da 15. Retirar a agulha, comprimir o vaso com
dobra do cotovelo: cefálica e basílica. algodão, e solicitar ao paciente para
• Veias do dorso da mão e antebraço. permanecer com o braço distendido.

37
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

Não flexioná-lo quando a punção ocor- c. Periférico: etiologia variada (emocional,


rer na dobra do cotovelo, pois esse pro- traumático, superdosagem, aplicação rápi-
cedimento provoca lesão no tecido. da).
16. Retirar as luvas. 2. Embolia: devido à injeção de ar, coágulo
17. Deixar o paciente confortável e o ambi- sangüíneo ou medicamento oleoso.
ente em ordem. 3. Acidentes locais:
18. Providenciar a limpeza e a ordem do • Esclerose da veia por injeções repetidas
material. no mesmo local.
19. Lavar as mãos. • Necrose tecidual: devido a administração
20. Checar o cuidado e fazer as anotações de substâncias irritantes fora da veia.
necessárias. • Hematomas: por rompimento da veia e
extravasamento de sangue nos tecidos
 Observações próximos.
• Inflamação local e abscessos: por subs-
1. Não administrar drogas que contenham tâncias irritantes injetadas fora da veia ou
precipitados ou flóculos em suspensão. falta de assepsia.
2. Para administrar dois medicamentos ao • Flebites: injeções repetidas na mesma
mesmo tempo, puncionar a veia uma veia ou aplicação de substâncias irritan-
vez, usando uma seringa para cada tes.
droga. Só misturar drogas na mesma
seringa se não existir contra-indicação.  Aplicação de Injeção Endovenosa em
3. Usar só material em bom estado: serin- Pacientes com Soro
ga bem adaptada, agulha de calibre
adequado. Devido ao risco de contaminação e acidentes, a
4. Mudar constantemente de veia. aplicação de medicamentos através da "borra-
5. A presença de hematoma ou dor indica chinha" deve ser evitada. Nesse caso, o melhor
que a veia foi transfixada ou a agulha é usar equipos com infusor lateral ou conectores
está fora dela: retirar a agulha e pressi- em y (Polifix). Na ausência de dispositivos es-
onar o local com algodão. A nova pun- peciais, aconselha-se:
ção deverá ser feita em outro local, por-
que a recolocação do garrote aumenta o
1. Pinçar o equipo de soro e desconectá-lo do
hematoma.
escalpe.
6. Para facilitar o aparecimento da veia
2. Adaptar a seringa, com a medicação ao es-
podem-se empregar os seguintes mei-
calpe mantendo a extremidade do equipo entre
os:
os dedos, sem contaminá-lo.
A. Aquecer o local com auxilio de compressas
3. Aspirar com a seringa. Havendo refluxo de
ou bolsas de água quente.
sangue, administrar lentamente o medicamento.
B. Fazer massagem local com suavidade, sem
4. Terminada a aplicação, adaptar novamente o
bater. Os "tapinhas” sobre a veia devem ser
equipo ao escalpe, evitando a entrada de ar, e
evitados, pois além de dolorosos podem le-
regular o gotejamento do soro.
sar o vaso. Nas pessoas com ateroma, po-
de haver seu desprendimento, causando sé-
rias complicações. VENÓCLISE
C. Pedir ao paciente que, com o braço voltado
para baixo, movimente a mão (abrir e fe- É a introdução de grande quantidade de líquido,
char) e o braço (fletir e estender) diversas por via endovenosa.
vezes.
Locais de aplicação: de preferência veias que
 Acidentes que podem ocorrer estejam distantes de articulações, para evitar
que com o movimento a agulha escape da veia.
1. Choque: vaso-dilatação geral com conges-
tão da face, seguida de palidez, vertigem,  Material
agitação, ansiedade, tremores, hiperemia,
cianose, podendo levar a morte. O choque Bandeja contendo:
pode ser:
a. Pirogênico: atribuído à presença de "pirogê-
• Agulha ou escalpe*.
nio” no medicamento (substância produzida
• Equipo para soro (plastequipo).
por bactérias existentes no diluente).
• Frasco com a solução prescrita.
b. Anafilático: devido à susceptibilidade do
indivíduo à solução empregada. • Esparadrapo ou micropore.

38
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

• Suporte para o frasco de soro. 10. Rotular o frasco com nome do paciente, lei-
• Tesoura. to, o conteúdo da solução, horário de início
• Luvas de procedimento. e término, número de gotas/minuto, data e
• Etiqueta de identificação. assinatura do responsável pelo preparo.
• Garroto.
• Algodão. Aplicação
• Cuba-rim.
• Álcool a 70%. 11. Lavar as mãos.
• Saco plástico para lixo. 12. Levar o material na bandeja e colocar na
mesa-de-cabeceira.
Quando necessário: Tala para imobilizar e ata- 13. Separar as tiras de esparadrapo ou micro-
duras. pore.
14. Selecionar a veia a ser puncionada.
15. Colocar o frasco no suporte e aproximá-lo
* Ao invés da agulha, melhor é utilizar conjunto
do paciente.
alado para infusão, também chamado escalpe
16. Posicionar o paciente de modo a mantê-lo
ou Butterfly.
confortável e facilitar a visualização das vei-
as.
Vantagem do “escalpe” sobre a agulha comum: 17. Calçar as luvas.
18. Prender o garrote aproximadamente 4 de-
1. As asas podem ser dobradas para cima, dos acima do local da punção e pedir ao
facilitando a introdução na veia. paciente para abrir e fechar as mãos (se
2. A ausência de canhão permite melhor MMSS), e conservá-la fechada.
controle sobre a agulha e envia maior 19. Fazer anti-sepsia da área, com movimentos
angulação. firmes e no sentido do retorno venoso, para
3. É menos traumatizante, pois são apre- estimular o aparecimento das veias.
sentados em diversos calibres e com bi- 20. Desprezar o algodão no saco plástico.
sel curto que reduz a possibilidade de 21. Com o polegar da mão não dominante, fixar
transfixar a veia. a veia, esticando a pele, abaixo do ponto de
4. Após a introdução na veia, as asas são punção.
soltas proporcionando um contato plano 22. Introduzir o escalpe e tão logo o sangue
menos irritante para o paciente. preencha totalmente o escalpe, pedir para o
5. A numeração dos escalpes na escala paciente abrir a mão, soltar o garrote e
descendente é 27, 25, 23, 21,19 e 17 adaptar o escalpe ao equipo.
para o uso comum, existindo outros ca- 23. Abrir o soro observando o local da punção.
libres para tratamentos especializados. 24. Fixar o escalpe com o esparadrapo ou mi-
cropore.
 Método 25. Controlar o gotejamento do soro, conforme
prescrição.
Preparo do ambiente e do paciente 26. Deixar o paciente confortável e o ambiente
em ordem.
27. Providenciar a limpeza e a ordem do mate-
1. Conversar com o paciente sobre o cuidado rial.
a ser executado. 28. Retirar as luvas e lavar as mãos.
2. Providenciar suporte para o soro. 29. Anotar o horário da instalação.
3. Verificar as condições de iluminação e ae-
ração.
4. Desocupar a mesa-de-cabeceira.  Observações

Preparo do medicamento 1. Observar o local da punção, para detec-


tar se o escalpe está na veia, evitando
edema, hematoma, dor e flebite.
5. Lavar as mãos. 2. Controlar o gotejamento do soro de 2/2
6. Abrir o frasco com a solução e o plastequi- horas.
po. 3. No caso de obstrução do cateter ou es-
7. Introduzir no frasco de soro, os medicamen- calpe, tentar aspirar o coágulo com uma
tos prescritos. seringa. Jamais empurrá-lo.
8. Adaptar o plastequipo no frasco. 4. Para verificar se o soro permanece na
9. Retirar o ar, pinçar e proteger a extremidade veia:
do plastequipo. a. Observar a ausência de edema, verme-
lhidão ou dor no local.

39
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

b. Colocar o frasco abaixo do local de 3. Certos serviços de saúde já utilizam a


punção, a fim de verificar se há refluxo heparina que vem diluída da farmácia,
de sangue para o escalpe. pronta para uso.
▪ Devido ao risco de contaminação, não 4. Recomenda-se trocar a solução hepari-
se deve desconectar o soro escalpe pa- nizada contida no interior do cateter, a
ra ver se o sangue reflui. cada 8 horas, caso não haja administra-
▪ Caso os testes demonstrem problemas, ção de medicamento neste período.
providenciar imediatamente nova pun- 5. É utilizada, também vitamina C sem di-
ção. luir, para manter o cateter desobstruído.
5. Em casos de pacientes inconscientes,
agitados e crianças, fazer imobilizações. CATETERES
6. Se o acondicionamento da solução for
em frasco tipo "Vacoliter", ao retirar a O uso constante da rede venosa para adminis-
borracha que recobre os orifícios de en-
tração de medicamentos, sangue e coleta de
trada do equipo e do ar, observar se faz
sangue para exames laboratoriais, e as condi-
ruído pela entrada do ar. Se não o fizer,
ções próprias das veias do paciente, às vezes
não deverá ser usado.
recomendam que se utilizem cateteres venosos,
7. Só aplicar soluções límpidas.
que podem ser de curta ou longa permanência.
8. Nos frascos de plástico não há necessi-
dade de colocar a agulha para fazer o
respiro. Se julgar conveniente colocá- O cateter de curta permanência mais comum é
la, observar que não haja contaminação o Intracath. E dentre os de longa permanência,
do conteúdo, fazendo desinfecção do existem os totalmente implantados (Port-a-cath)
local de inserção da agulha e evitando e os parcialmente implantados (Broviac e Hick-
que a agulha toque no conteúdo líquido. man).
9. Usualmente o frasco fica pendurado no
suporte, numa altura aproximada de um Os cuidados variam conforme o tipo de cateter.
metro acima do leito, mas pode variar Geralmente é recomendado:
conforme a pressão que se deseja ob-
ter. Quanto mais alto estiver o frasco, 1. Manter o cateter sob infusão contínua
maior é a força da gravidade que impul- (preferencialmente) ou haparinizado.
siona o líquido. 2. Fazer diariamente curativo no local de
implantação do cateter, observando as
HEPARINIZAÇÃO condições locais. Utilizar para anti-
sepsia soluções a base de iodo (Polvi-
É a administração de uma solução anticoagu- dine tópico, por exemplo).
lante (heparina ou liquemine) para evitar a coa- 3. Controlar o tempo de permanência do
gulação do sangue no equipo, mantendo-o o cateter.
pérvio. São bastante controvertidas as quanti- 4. Observar possíveis complicações, como
dades recomendadas para heparinizar. A febre ou outros sintomas sugestivos de
“ABBOTT” – Divisão Hospitalar recomenda: infecção.

• 0,2 ml de heparina I.V. (concentração FLEBOTOMIA


de 5.000 U.I./ml).
• 9,8 ml de soro fisiológico. É uma pequena abertura cirúrgica em uma veia
• Aplicar 0,5 a 1,0 ml da solução prepara- calibrosa e profunda para introduzir um cateter.
da.
Cuidados
Observações
1. Fazer, diariamente, curativo no local,
1. O escalpe heparinizado deve ser troca- com soluções à base de iodo.
do quando surgirem sinais de flebite ou 2. Observar o local da incisão, onde pode
infiltração como: edema, dor e verme- ocorrer: edema, hematoma ou sangra-
lhidão no local. mento.
2. A heparina diluída, guardada no refrige- 3. Deixar o paciente com o braço em ele-
rador a 4ºC, pode ser utilizada até 72 vação de 30º para facilitar o retorno ve-
horas após seu preparo. noso e prevenir edema.
4. Manter infusão contínua para evitar obs-
trução do cateter. Se o cateter obstruir,

40
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

não injetar nada para tentar desobstruí- UNIDADE XX


lo, pois o deslocamento do coágulo po-
de levar à embolia. OXIGENOTERAPIA
5. Observar a extremidade do cateter, evi-
tando torções.
É a administração de oxigênio medicinal com
6. Observar os sinais e sintomas de trom-
finalidade terapêutica.
boflebite: dor, hiperemia (rubor), calor e
edema no trajeto do vaso.
7. Não administrar colher sangue pela fle-  Indicações
botomia.
8. Trocar o equipo a cada troca de soro. 1. Hipoxemia de qualquer origem.
9. Ao desconectar o equipo do cateter, fa- 2. Reanimação cardiorespiratória.
zê-lo com cuidado evitando a contami-
nação das partes e a entrada de ar. Medidas de Segurança

CÁLCULO PARA GOTEJAMENTO DE SORO 1. Não permitir fumar no local - colocar


avisos de "Não fumar".
Para calcular o ritmo do fluxo do soro a ser ad- 2. Cuidado com aparelhos elétricos que
ministrado num determinado período de tempo, podem emitir faíscas.
deve-se considerar o tipo de equipo, a quanti- 3. Roupas que contém nylon, seda, podem
dade e o número de horas desejado para a ad- gerar eletricidade estática e produzir fa-
ministração do soro. íscas.
4. Nunca usar graxa ou óleo nas válvulas
Existe no mercado equipo de micro e macrogo- e no manômetro de oxigênio.
tas, que correspondem respectivamente a 60 5. Transportar o torpedo com cuidado, pois
gotas e a 20 gotas por ml. Para administrar um na queda pode provocar explosão ( o
soro de 500 ml em 8 horas, utilizando equipo de ideal é que seja canalizado).
macrogotas (equipo padrão), efetuaremos o
seguinte cálculo:  Cuidados com o Umidificador

1. O oxigênio precisa sempre ser adminis-


1ml = 20 gotas trado, pois a inalação por longos perío-
1º = 10.000 gotas dos com baixa umidade lesa o epitélio
50 ml = x
da mucosa respiratória, dificultando a
eliminação do muco e provocando uma
2º 1 hora = 60 minutos = 480 minutos reação inflamatória subepitelial.
8 horas = x 2. Manter o umidificador sempre com água
até a marcar ou no mínimo 2/3 de sua
3º 10.000 gotas = 20.8 = 21,0 gotas por minuto
capacidade.
480 minutos 3. A água usada no umidificador deve ser
estéril.
4. Ao verificar que o nível da água no umi-
Tabela de Gotejamento de Soro dificador está baixo, desprezar a água
restante e recolocar nova água. Jamais
Quantidade 500 ml 1000 ml 2000 ml acrescentar água ao volume restante,
para evitar torná-la um meio de cultura.
Nºhoras Nºgotas Nºgotas Nºgotas
24 7,0 14,0 27,0
 Material Básico
18 9,0 18,0 37,0
12 14,0 27,0 55,0 • Oxigênio canalizado ou em torpedo.
10 16,0 33,0 66,0 • 2 manômetros: um indica a quantidade
de oxigênio no torpedo e o outro contro-
8 21,0 42,0 83,0
la o fluxo de saída (fluxômetro).
6 27,0 55,0 111,0 • Umidificador.
• Aviso de "não fumar".
Obs.: 1) Para controle mais preciso de gotejamento e quan- • Esparadrapo.
tidades a ser infundida existem aparelhos apropriados, como • Gaze.
a bomba infusora. • Soro fisiológico.
• Saco para lixo.

41
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

• Intermediário de látex ou plástico, com 1 mente, permanecendo com a boca semi


ou 2 metros de comprimento, para per- aberta, sem conversar.
mitir que o paciente possa se movimen- 8. Manter a nebulização durante o tempo
tar. indicado e observar o paciente.
9. Oferecer lenço de papel e orientar para
 Meios de Administração escarrar, tossindo profundamente. Aju-
dá-lo fazendo tapotagem ou vibração na
região onde há acúmulo de secreção.
• Cânula nasal (óculos para oxigênio).
10. Providenciar a limpeza e a ordem do
• Cateter nasal. material.
• Máscara facial. 11. Lavar as mãos.
• Cânula endotraqueal. 12. Anotar o cuidado prestado, volume e ca-
• Incubadora (crianças). racterística do escarro.
• HOOD (capacetes de cabeça).
 Observações
UNIDADE XXI
1. No momento de usar o nebulizador, en-
NEBULIZAÇÃO / INALAÇÃO xaguá-lo em água corrente para remo-
ver o desinfetante.
É a administração de medicamentos por via 2. Os nebulizadores são também chama-
respiratória, através de um aparelho chamado dos inaladores e atualmente os mais
nebulizador ou inalador. O medicamento líquido usados são de plástico.
é transformado em névoa, que é inalada, para 3. Após o uso, o nebulizador deve ser la-
fluidificar as secreções aderidas na parede vado, enxaguado e depois colocado em
brônquica. Medicamentos mais usados: Solu- recipiente fechado contendo uma solu-
ções Fisiológicas, Berotec, Atrovent, Salbutamol ção desinfetante, como hipoclorito de
e Adrenalina (presença do médico). sódio, por uma hora. Em seguida, en-
xaguar e secar.
 Material 4. Os líquidos usados em nebulizadores
deverão ser estéreis.
5. Frascos contendo doses múltiplas deve-
• Fonte de oxigênio ou ar comprimido.
rão ser datados, mantidos refrigerados a
• Nebulizador (existem diversos tipos) 4ºC e desprezados 24 horas após a
com a medicação. abertura.
• Intermediário de borracha. 6. Após a nebulização, estimular o pacien-
• Cuba-rim ou escarradeira. te a tossir, respirar profundamente e, se
• Lenço de papel. possível, inclinar o tronco para frente, a
• Saco plástico para lixo. fim de auxiliar a drenagem de secreções
broncopulmonares.
Método
UNIDADE XXII
1. Explicar ao paciente o cuidado a ser
executado. LAVAGEM INTESTINAL
2. Lavar as mãos.
3. Organizar o material, colocando o medi- É a introdução de líquido no intestino através do
camento no nebulizador. ânus ou da colostomia.
4. Preparar o paciente para receber o tra-
tamento: em posição de Fowler, ou sen-  Finalidades:
tado em uma cadeira.
• Eliminar ou evitar a distensão abdominal
5. Retirar o frasco umidificador e ligar o
e flatulência.
nebulizador à fonte de oxigênio ou ar • Facilitar a eliminação das fezes.
comprimido, para que o fluxo aja dire- • Remover o sangue nos casos de melena.
tamente sobre o medicamento que está
• Preparar o paciente para cirurgias, exa-
no nebulizador.
mes e tratamento do trato intestinal.
6. Regular o fluxo de oxigênio ou ar com-
• Introduzir medicamentos.
primido de acordo com a prescrição: ge-
ralmente 3 litros.  Soluções Utilizadas: Soro fisiológico ou
7. Instruir o paciente para inspirar profun- água acrescida ou não de:
damente a medicação e expirar lenta-

42
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

• Glicerina, vaselina ou sabão líquido: fun- • Combater ou prevenir infecção urinária.


cionam como emolientes. • Manter a sonda desobstruída.
• Cloreto de potássio (Kcl); para não ocor- • Aliviar a dor.
rer hipopotassemia nas lavagens intesti-
 Material: reunir o material esterilizado (cuba
nais freqüentes.
rim, seringa de 20ml, cuba redonda, gaze, luva),
• Neomicina para destruir os microrganis-
solução prescrita (soro fisiológico, permangana-
mos entéricos.
to de potássio, Furacin) e luvas estéreis.
 Material: irrigador com extensão clampada
contendo solução prescrita: água morna, gli-
cerina, solução salina, SF + glicerina, fleet UNIDADE XXIV
enema, minilax; sonda retal (mulher: 22 ou
24 e homem: 24 ou 26); pinça para fechar o
intermediário; gazes; vaselina ou xylocaína; SONDAGEM NASOGÁSTRICA
cuba rim; papel higiênico; luva de procedi-
mento; suporte de soro; comadre; biombo
s/n; impermeável; lençol móvel; solução gli- É a introdução de uma sonda de calibre variado,
cerinada ou fleet enema; saco para lixo. através do nariz até a cavidade gástrica, per-
manecendo:
 Procedimento:
• Abrir o pacote do irrigador, conectar a  ABERTA: tem por finalidade drenar a secre-
sonda retal na sua borracha; colocar a so- ção existente na cavidade gástrica.
lução (SF + glicerina) dentro do irrigado;
 FECHADA: em geral, é indicada para ali-
retirar o ar da borracha; colocar xylocaína
mentar ou medicar pacientes impossibilitados
numa gaze; colocar a cuba rim, gaze e ir-
de deglutir.
rigador completo numa bandeja e levar
para o quarto. Indica-se a SNG em:
• Proteger a cama com impermeável e len- • Preparo pré-operatório de algumas cirurgias.
çol móvel; pendurar o irrigador no suporte • Lavagem gástrica.
de soro à altura de 60 cm do tórax do pa-
ciente; colocar a comadre sobre os pés • Coleta de material para exames de suco
da cama. gástrico.
• Alívio das distensões abdominais.
• Colocar o paciente em posição de Sims.
Retirar a sonda sobre a cuba rim; clam-
• Alimentação nos pacientes impossibilitados
de deglutir.
pear a extensão do irrigador; lubrificar a
sonda retal 5 cm; calçar luvas.
São procedimentos de enfermagem:
• Entreabrir as nádegas com papel higiêni-
co; introduzir a sonda de 5 a 10 cm, • Reunir o material: sonda (SNG) em geral nº
usando uma gaze, pedir ao paciente que 14 a 16 nas mulheres e nº 16 a 18 para ho-
inspire profundamente; firmar a sonda mens, lubrificante: recomendam-se uma poma-
com uma mão e com a outra desclampear da com anestésico, gaze, esparadrapo, toalha,
a extensão, deixar escorrer lentamente o seringa e estetoscópio. Orientar o paciente so-
líquido até restar pequena quantidade no bre os procedimentos e coloca-lo na posição de
irrigador. Fowler ou em decúbito dorsal.

• Se a solução não estiver sendo infundida, SONDAGEM VESICAL


fazer movimentos rotatórios, clampear a
extensão, retirar a sonda com papel e É a introdução de um cateter estéril através da
desprezar na cuba rim; orientar o pacien- uretra até a bexiga, com o objetivo através da
te a reter a solução, o quanto puder. Ofe- uretra até a bexiga, com o objetivo de drenar a
recer comadre e papel higiênico à mão. urina. Deve-se utilizar técnica asséptica no pro-
cedimento a fim de evitar uma infecção urinária
UNIDADE XXIII no paciente.

LAVAGEM VESICAL  Finalidade:

Consiste em administrar, pela sonda vesical, • Esvaziar a bexiga dos pacientes com reten-
líquido estéril acrescido ou não de antibióticos ção urinária.
ou anti-sépticos, a sua finalidade é: • Controlar o volume urinário.

43
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

• Preparar para as cirurgias, principalmente as boca e nariz com nova sonda. Lavar todo o
abdominais. circuito com SF e desprezar a sonda, trocar
todo circuito a cada 24hs. Anotar data e ho-
• Promover drenagem urinária dos pacientes
ra, quantidade, característica da secreção,
com incontinência urinária.
reações do paciente e alterações significati-
• Auxiliar o diagnóstico das lesões traumáticas vas.
do trato urinário.
• Aspirar durante 15s e dar intervalos de 30
A sondagem vesical só é aconselhada na re- segundos.
tenção urinária quando os outros meios foram
ineficazes. Medidas para estimular a micção:
UNIDADE XXVI
• Abrir torneira próxima ao paciente.
• Despejar água morna na região perineal. TRICOTOMIA
• Colocar bolsa de água quente na região ab-
dominal. É a retirada dos pêlos através da raspagem da
• Promover privacidade do paciente. pele ou do couro cabeludo.

 Material utilizado para Sondagem de Alí-  Indicações: preparo para cirurgias, nas ope-
vio: rações programadas, é realizada na véspera
e nas emergências faz-se em momentos an-
Pacote de cateterismo vesical esterilizado (cuba
tes de encaminhar o paciente para a sala de
rim, cuba redonda, campo estéril, bolas de al-
cirurgia.
godão ou gaze, uma pinça Pean ou campo simi-
lar) sonda uretral nº 10, 12 ou 14 (cateterismo
feminino), luvas, comadre, biombo, material  Material: bandeja contendo bolas de algo-
dão, luvas, papel higiênico, cuba redonda
para higiene íntima, anti-séptico, lubrificantes,
com água e sabão líquido, cuba rim, apare-
tubo de ensaio pra colher amostra (se necessá-
lho de barbear com lâmina nova, pinça.
rio).
 Sondagem de Demora: reunir o mesmo  Áreas de Tricotomia:
material para sondagem de alívio, sendo utiliza- • Cranianas: todo couro cabeludo e pescoço.
da a sonda de polivinil pela sonda de Folley e • Do pescoço: pescoço até o colo e axilas.
acrescentando seringa com soro fisiológico, • Torácicas: região torácica até cicatriz umbili-
agulha, esparadrapo, urofix ou conjunto de dre- cal (região anterior e posterior) e axilas.
nagem fechado. • Cardíacas: toda extensão corporal (face an-
terior e posterior), exceto couro cabeludo.
UNIDADE XXV • Abdominal via baixa: região abdominal a
partir da cicatriz umbilical e períneo.
ASPIRAÇÃO DAS VIAS AÉREAS SUPERIO- • Renal: região abdominal anterior e posterior
RES e pubiana.
• Dos membros superiores: todo membro su-
 Material: sonda de aspiração de calibre ade-
perior e axila.
quado, intermediário de conector Y, luva es-
• Dos membros inferiores: todo membro inferi-
téril, aparelho de sucção, frasco com água
or (anterior e posterior) e região pubiana.
(500ml) de SF 0,9% para limpeza do circuito
após a utilização, gaze estéril, máscara de
UNIDADE XXVII
proteção, seringa de 10ml s/n, agulhas
40x12 s/n, ampola de SF s/n e saco de lixo.
ASSISTÊNCIA AO PACIENTE GRAVE
 Procedimento: colocar água e sabão no
Entubação endotraqueal: a entubação é um
frasco coletor, testar o aspirador, elevar a
procedimento de competência médica e consis-
cabeça do paciente e lateralizá-la, abrir a ex-
te na introdução de uma cânula endotraqueal,
tremidade da sonda e adaptar ao aspirador,
com a finalidade de restabelecer a manter a
manter o restante da sonda na embalagem,
ventilação adequada.
colocar a máscara e a luva (considerar uma
das mãos estéril e a outra não), introduza a A entubação possibilita:
sonda com a válvula aberta, na fase inspira- • Uma via aérea permeável.
tória, abrindo o Y, aspire e retire a sonda • A conexão com um ventilador.
com a mão estéril, desprezar em caso de • A aspiração de secreções mais profundas.
obstrução e colocar as luvas (s/n fluidificar a
secreção, instalando 2ml de SF), aspirar à  Materiais:

44
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

• Aspirador e sondas de respiração. ✓ Manchas generalizadas de coloração ar-


• Laringoscópio completo e testado. roxeada.
• Sondas endotraqueais de diversos calibres ✓ Relaxamento dos esfíncteres.
(geralmente com “cuff” ou balonete para adultos ✓ Rigidez cadavérica.
e sem “cuff” para crianças. • Material para o preparo do corpo: material
• Seringa de 5 a 10ml para insuflar o “cuff”. para banho (se necessário), algodão pinça
• Xylocaína-geléia, para lubrificar a sonda. Pean, ataduras de crepe, éter para remover
• Luvas e gazes. esparadrapos, maca sem colchão, três len-
• Esparadrapo ou cadarço para fixar a sonda. çóis (um para cobrir a maca, outro para en-
• Cânulas de Guedell. volver o corpo e outro para cobrir o corpo),
• Ventilador ou nebulizador, conforme a indi- biombo s/n, etiqueta para identificação pre-
cação médica. enchida e assinada pelo enfermeiro.

Alterações corporais que antecedem a morte UNIDADE XXIX


• Alterações cárdio-circulatórias: pulso filifor-
ESTÁGIOS CURRICULARES
me, hipotensão, choque, taquicardia ou bra-
dicardia. Estágios – os estágios são os períodos de es-
• Alterações respiratórias: dispnéia acentuada, tudos práticos dos alunos, no campo profissio-
respiração ruidosa e irregular. nal. Visam atender às normas curriculares em
• Alterações cutâneas: cianose, equimoses, enfermagem hospitalar, relacionadas ao aten-
pele pálida e fria, sudorese fria, viscosa. dimento à saúde nos níveis primários, secundá-
• Alterações do SNC: varia entre a agitação rios e terciários.
psicomotora ao estado de inconsciência, di- Atribuições do aluno estagiário
minuição ou abolição dos reflexos, midríase
gradativa. O Estágio é de caráter obrigatório a todos os
• Alterações da musculatura esquelética: rela- alunos regularmente matriculados no Curso de
xamento muscular, queda da mandíbula, in- Auxiliar ou Técnico de Enfermagem.
capacidade de deglutição, provocando acú- Durante o estágio o aluno deverá:
mulo de secreção na região orofaríngea, re-
laxamento esfincteriano.  Comparecer ao campo de práticas com:

Controles Rigorosos ▪ Roupa branca (saia ou calça comprida);


▪ Sapato branco fechado;
 Sinais vitais de 30 em 30 minutos depen- ▪ Jaleco branco, na altura do joelho, de
dendo do agravamento. mangas longas;
 Observação de drenos, sondas, elimina- ▪ Crachá de identificação da escola;
ções, venóclise. ▪ O mínimo de adornos possível, dispen-
 Zelar pela permeabilidade das vias aéreas sando aqueles que possam ser fômites
superiores. de infecção;
 Retirar próteses dentárias, realizar aspira- ▪ Cabelos devidamente presos, sem me-
ção de secreção orofaríngea e endotra- chas pendentes, se forem longos.
queal, sempre que necessário.
 Observar qualquer anormalidade e comuni-  Portar materiais auxiliares à prática de
car imediatamente ao enfermeiro e ao mé- estágio, tais como:
dico assistente. ▪ Cadernetas de anotações, canetas azul
 Estar ciente de que a audição é o último e vermelha, relógio de pulso com pon-
sentido que se extingue, de maneira que a teiros de segundos, fita métrica, termô-
equipe deve zelar por uma atitude de res- metro e aparelho de PA (estetoscópio e
peito, propiciando ambiente calmo, sem te- esfigmomanômetro).
cer comentários alusivos a sua doença ou
que possam ferir a sua sensibilidade.  Estar presente, obrigatoriamente, em
todas as atividades de estágio, pontual-
UNIDADE XXVIII mente, no horário marcado pelo profes-
sor.
ASSISTÊNCIA AO MORTO  Em caso de ausência ao estágio, provo-
• A morte significa cessação da vida. Há uma cada por doença ou impedimento rele-
interrupção irreversível das funções vitais do vante, apresentar justificativa por escrito
organismo. A morte é caracterizada por: ao supervisor, em, no máximo 24 horas,
acompanhada de atestado médico, (justi-
✓ Esfriamento do corpo. ficativa não abona falta).

45
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM

 Sempre que possível, em caso de falta


justificada ou não, avisar antecipada-
mente ao professor.
 Manter-se atualizado quanto aos proce-
dimentos e às condutas inerentes ao tra-
tamento/cuidado dos pacientes.
 Relacionar-se de maneira respeitosa e
profissional com todos os membros da
equipe que assiste aos pacientes, a fim
de promover um ambiente satisfatório
nas relações interpessoais.
 Tratar o paciente, familiares e/ou acom-
panhantes de maneira gentil, ética e pro-
fissional.
 Realizar de maneira responsável (técnica
e científica) os cuidados dispensados
aos clientes sob a sua responsabilidade.

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