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RESUMO DO LIVRO
“PAIXÃO PELA VERDADE” DE ALISTER MCGRATH
São Paulo
Maio de 2011
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português: Apologética Cristã no Século XXI pela Editora Vida, O Delírio de Dawkins
pela Editora Mundo Cristão, A Vida de João Calvino; Origens Intelectuais da Reforma
evangelicalismo, definindo ele mesmo sua obra como “uma exploração crítica, mas
intelectual histórica, tão vasta e rica quanto a secular. McGrath relembra-nos o grande
É exatamente nesse ponto que o autor introduz sua obra: porque os evangélicos
precisam ser tão hostis à teologia acadêmica? Como resposta ele argumenta que o
por promover o rompimento entre o intelectualismo e a fé, visto que propunha ser
terceiro lugar ele mostra como o secularismo e a ética liberal da academia teológica,
esta “percebida como anti-cristã” (p.15), afastaram o teólogo da realidade da igreja. Ele
afirma que “a teologia acadêmica é tanto elitista como irrelevante para a comunidade
cristã” (p. 17). Este elitismo intelectual da teologia acadêmica é apontado por MaGrath
“desdenhosa dos interesses de cristãos comuns” (p. 17). Devido às muitas críticas
que discorrendo sobre seu conteúdo. Focando especialmente nos pontos positivos do
religioso.
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Essa singularidade advém da própria natureza de Cristo e de sua obra. A pessoa e obra
modernismo.
humana. Não se trata de uma razão intrínseca como afirma o Evangelicalismo, mas se
origina meramente na qualidade moral do seu ensino que são baseados em princípios
intrínseca de Jesus e espera que uma pessoa receba seus ensinos por causa de sua
como agente da criação, a natureza como sua escrava e a tecnologia como ferramenta de
domínio da criação. Suas ideias opõem diretamente à premissa evangélica de que Cristo
invisível na história. Em suma, o homem precisa de Deus para conhecer a Deus, pois só
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autor, pois é contrária à premissa da autonomia intelectual, onde o ser humano conhece
salvação, tornada possível por meio da Sua morte na cruz e Sua ressurreição física. A
é, sua importância como modelo de moral e ética. O autor refuta a teoria do exemplo
moral que coloca o exemplo e a moral de Cristo como uma influência meramente
externa, para qual o homem pode olhar e se espelhar. Ele afirma a importância de Cristo
como exemplo a partir de uma realidade tornada possível somente pela Sua morte e
ressurreição, por intermédio de uma regeneração realizada pelo próprio Deus no coração
Cristo. Ele deve ser proclamado no mundo, como única resposta para o mundo.
alguém para ser proclamado e para quem uma resposta é esperada” (p. 41). Conclui
com a identidade e importância de Jesus Cristo” (p. 41), enfatizando o lugar central de
em falar do Evangelicalismo como uma clara continuidade da Reforma com seu apego à
reavaliados à luz da Escritura” (p. 45). Continuando a ideia de que Deus pode ser
pode ser conhecido pelas Escrituras. Partindo de um argumento circular, mostra como
Bíblia advém do Cristo revelado, que é o Centro de toda a revelação divina. “Há uma
argumentada pelas academias. McGrath chama a atenção para o fato de que o número
rebatida por acadêmicos que argumentam que o homem vive numa época de autonomia
intelectual, onde cada indivíduo deve elaborar suas próprias regras e valores. Cristãos
teologia deve buscar legitimação e justificativa pública na cultura ocidental, ainda que
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isso signifique tornar-se irrelevante e pouco abrangente para outras culturas. A segunda
abordagem parte da ideia de que não se pode fazer teologia dissociada da experiência
humana. Há duas correntes nesta abordagem: uma liberal que defende que a experiência
é o que “provê um recurso fundamental para a teologia cristã” (p. 61); e uma
tradicional, que defende que a teologia é que oferece uma estrutura interpretativa pela
entende que a teologia não pode servir de regulamentador de padrões universais por
questões morais. A Bíblia deve ser lida dentro do contexto cultural onde ela foi escrita e
não serve de padrão para outros contextos. E por último, a tradição, argumenta a força
que aquilo é tão verdadeiro que durou por toda a história, mas também pode significar
que sempre estivemos errados. McGrath discute que os quatro elementos são
Evangelicalismo, a partir deste capítulo até ao final ele se preocupará com as bases de
abordagens rivais, “bases sobre as quais podem ser criticadas” (p. 101). O pós-
verdade uma reação ao liberalismo que sempre foi visto, de acordo com McGrath,
“como uma ameaça séria à integridade e identidade cristã” (p. 101). Enquanto o
contexto bíblico. Willian C. Placher foi o responsável por propor três características
humanidade. Neste ponto ele ressalta o gênero distintivo e singular do cristianismo, que
porque a Bíblia e porque Jesus Cristo. McGrath conclui sugerindo que pós-liberalismo
iluminismo era estritamente racionalista e afirmava que a razão podia levar o homem ao
levantou rejeitando os ideais do Iluminismo alegando que sua abordagem era falsa e
prejudicial. Logo após uma série de conflitos e crises mundiais como duas guerras e a
nova proposta, afirmando que é possível conciliar ideias conflitantes, ou pelo menos
válida, mas sem valor universal. Nesses conceitos o diálogo e a tolerância são valores
tendo-a como uma ideia ou ilusória ou opressora. Neste ponto o autor apresenta as
ideias de Foucault, que argumenta que “a ideia de verdade brota dos interesses dos
Religioso. McGrath mais uma vez apresenta o Cristianismo como único e singular
Toda religião que assevere ser a religião verdadeira é tido como fundamentalista e
pluralismo, religião não é um caminho para Deus, mas um caminho para o interior do
próprio homem. O homem precisa se encontrar na sua fé, qualquer religião que
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Este interpreta as outras religiões como desvios da verdade, por ter um entendimento
Deus verdadeiro se revela em Cristo enquanto nas outras religiões não. O interesse do
pluralismo não é pela verdade e sim pela promoção da tolerância. McGrath afirma que
religiões” (p. 201), mas ao mesmo tempo não vê necessidade de abandonar suas
mesmo tempo maestral e simples. Há uma grande e clara interatividade entre um tópico
e outro. A transição de capítulos é feita de forma muito tranquila, visto que ele se
O autor peca em três pontos: não deu uma definição clara do que é o
um grande escritor.