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Autismo Infantil no Brasil: Vínculo Docente e Comunicação Aumentativa e

Alternativa como Ferramentas para a Inclusão

Introdução

O autismo infantil, reconhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA), é


uma condição complexa que afeta o desenvolvimento neurológico da criança.
No Brasil, estima-se que uma em cada 88 crianças seja diagnosticada com
autismo, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Uma
das principais áreas afetadas pelo TEA é a comunicação, o que pode resultar em
desafios significativos na interação social e no desenvolvimento acadêmico da
criança. Neste artigo, exploraremos a importância do vínculo entre o docente e
a criança autista na implementação da Comunicação Aumentativa e Alternativa
(CAA), com foco em um estudo de caso brasileiro que demonstra a eficácia
dessas abordagens na promoção da inclusão e comunicação eficaz.

Desafios da Comunicação no Autismo Infantil no Brasil

No contexto brasileiro, as crianças autistas enfrentam desafios semelhantes aos


de outros países, incluindo dificuldades na comunicação verbal e não verbal.
Muitas vezes, essas crianças têm dificuldade em expressar suas necessidades,
emoções e pensamentos, o que pode levar a frustração e isolamento. Além
disso, a falta de compreensão sobre o autismo e suas necessidades específicas
pode dificultar a implementação de estratégias eficazes de apoio na sala de
aula.

O Papel Fundamental do Docente na Implementação da CAA

Os docentes desempenham um papel crucial no apoio à comunicação de


crianças autistas no Brasil. Ao estabelecer um vínculo forte e significativo com
seus alunos, os professores podem criar um ambiente de aprendizado que
promova a inclusão e a comunicação eficaz. Isso envolve não apenas fornecer
instrução acadêmica, mas também compreender as necessidades individuais de
cada criança e adaptar as práticas pedagógicas de acordo.

Implementação da CAA na Realidade Brasileira

A implementação da CAA no Brasil pode ser desafiadora devido à falta de


recursos e treinamento especializado. No entanto, existem iniciativas e
programas em todo o país que buscam capacitar os educadores e promover a
inclusão de crianças autistas na sala de aula. Um exemplo é o programa
"Comunicação Total", desenvolvido pela Universidade Federal de São Paulo
(UNIFESP), que oferece treinamento em estratégias de comunicação para
professores e profissionais da saúde.
Estudo de Caso: A Experiência da Escola Municipal de São Paulo

Para ilustrar a eficácia da CAA na realidade brasileira, consideremos o caso da


Escola Municipal de São Paulo. Nesta escola, um programa piloto foi
implementado para apoiar a comunicação de crianças autistas por meio da
CAA. Uma equipe multidisciplinar, composta por professores, terapeutas da fala
e psicólogos, trabalhou em conjunto para desenvolver planos de suporte
individualizados para cada aluno autista.

Um dos alunos beneficiados por esse programa foi Lucas, um garoto de 7 anos
diagnosticado com autismo aos 4 anos. Lucas tinha dificuldades significativas na
comunicação verbal e frequentemente ficava frustrado por não conseguir
expressar suas necessidades. Com o apoio da equipe da escola e o uso de
estratégias de CAA, como o PECS e o uso de aplicativos de comunicação, Lucas
começou a se comunicar de forma mais eficaz e a participar ativamente das
atividades da sala de aula.

Conclusão

O vínculo entre o docente e a criança autista, aliado à implementação da


Comunicação Aumentativa e Alternativa, desempenha um papel crucial na
promoção da inclusão e no desenvolvimento acadêmico e social das crianças
autistas no Brasil. Embora ainda haja desafios a serem enfrentados, iniciativas
como o programa piloto na Escola Municipal de São Paulo demonstram que é
possível promover uma educação mais inclusiva e acessível para todas as
crianças, independentemente de suas necessidades de comunicação.

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