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Curso Redação por Série

Preparação nota 1000, nota exemplar.


Professor (a):

Estudante:

Aula 01 - O que é um texto?


Tipos Textuais
● O que é um texto?

○ Um texto pode ser entendido como uma unidade linguística e


semântica compreendida por um leitor em uma dada situação. Em
primeiro lugar, por ser uma unidade, o texto apresenta-se como um
todo que pode ou não ser dividido em partes (introdução,
desenvolvimento, conclusão; parágrafos, estrofes, versos, períodos).
Por esse motivo, é válido destacar a necessidade de lembrarmos,
sempre, que qualquer fala depende de um todo no qual está inserida.

Conjunto de palavras, frases, trechos, fragmentos de uma obra...

● Além disso, por ser uma unidade linguística e semântica, trabalha com
a linguagem e o sentido, ou seja, toda e qualquer unidade, para ser
texto, precisa produzir sentido, precisa ter conteúdo. Por fim, um texto
pode ser entendido como tal se o leitor levar em consideração a
situação em que a mensagem estiver sendo passada. Mais uma vez, o
contexto é imprescindível na interpretação.

● Ato comunicativo;

● Manifestação de um propósito;

● O texto é produzido como resultado da soma do conhecimento linguístico (da


língua) + conhecimento do mundo;

● O texto é uma manifestação da linguagem;

● O texto permite uma comunicação usada para transmitir uma informação;

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● O texto é caracterizado a partir de um tema, de um tópico, de uma ideia
central, ou de um núcleo semântico, que lhe dá continuidade e unidade

Um texto não é apenas um amontoado de palavras, ou frases.

Todo texto é a expressão de algum propósito.

● Quais são as propriedades de ● Quais as característica de um


um texto? texto:

○ O pragmático ○ Linguagem;
(funcionamento);
○ Contexto;
○ O semântico conceitual
(coerência); ○ Público-alvo;

○ O formal (coesão). ○ Função


sociocomunicativa:

● Exemplos:

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Observe o texto a seguir:


● Tema “Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil”

“A cidadania, no contexto relativo à Grécia Antiga, era restrita aos homens


aristocratas, maiores de vinte e um anos, que participassem do sistema político de
democracia direta do período. Diferentemente dessa conjuntura, a Carta Magna do
Estado brasileiro, vigente na contemporaneidade, concede o título de cidadão do
Brasil aos indivíduos nascidos em território nacional, de modo que a oficialização
dessa condição está atrelada ao registro formal de nascimento. Nesse contexto,
convém apresentar que, em virtude da ausência dessa documentação, diversas
pessoas passam a enfrentar um quadro de invisibilidade frente à estrutura estatal e,
com isso, são privadas da verdadeira cidadania no país.

Acerca dessa lógica, é necessário pontuar a dificuldade da parcela da


população brasileira, em situação de vulnerabilidade socioeconômica, no acesso ao
procedimento de registro civil. Sob esse viés, destaca-se que, segundo relatório de
2019 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, o Brasil é o sétimo
país mais desigual do mundo, condição que implica a existência de indivíduos
tupiniquins detentores de rendas extremamente baixas, as quais, muitas vezes, não
são suficientes para fornecer condições de vida dignas a essas pessoas. A essa linha
de raciocínio, os limitantes recursos financeiros podem impossibilitar o
deslocamento desses indivíduos até os cartórios, devido aos custos com transporte e,
por conseguinte, impedir a realização do registro. Assim, a acentuada desigualdade
social da nação dificulta a promoção da documentação pessoal, especialmente, para
as classes sociais menos abastadas.

Além disso, é importante relacionar a falta de documentos de nascimento com


o sentimento de invisibilidade desenvolvido pelos indivíduos sem registro, tendo em
vista a privação dos direitos sociais, civis e políticos desencadeada pela problemática
discutida. Sob essa óptica, somente a partir da certidão de nascimento, pode-se
emitir as carteiras de identidade e de trabalho, bem como o título de eleitor e o
cadastro de pessoa física. Nesse sentido, o acesso aos programas do governo, a
exemplo do auxílio emergencial – assistência financeira concedida durante a
pandemia da Covid-19 –, à seguridade social e ao exercício do voto dependem,
diretamente, da existência do registro civil. Portanto, a ausência da documentação
formal torna parte da população invisível socialmente, já que essas pessoas não
podem beneficiar-se dos serviços e das garantias do Estado Democrático de Direito
brasileiro.

Diante do exposto, conclui-se que o registro civil é um aspecto intrínseco à


cidadania no Brasil. Por isso, o Governo Federal deverá propiciar a acessibilidade das
populações mais carentes, que sofrem com a falta de acesso à documentação, a esse
tipo de serviço, por meio da articulação de unidades móveis para os cartórios do país.
No que tange a esse aspecto, os veículos adaptados transportarão os funcionários dos
órgãos de registros até as áreas de menor renda “per capita” de seus respectivos
municípios, um dia por semana, com o intuito de realizar o procedimento formal de
emissão dos documentos de nascimento dos grupos sociais menos favorecidos
economicamente. Desse modo, um maior número de brasileiros acessará,
efetivamente, a condição de cidadão.”

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● Tipos Textuais:

● Usa-se a expressão tipo textual para designar uma espécie de sequência


teoricamente definida pela natureza linguística de sua composição ( aspectos
lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas). Em geral, os tipos
textuais abrangem cerca de meia dúzia de categorias conhecidas como:
narração, argumentação, exposição, descrição e injunção .

● O tipo narrativo é responsável por contar uma história, enunciar fatos, ações de
personagens em um tempo e enredo específicos. Isso significa que, se esse tipo
textual é responsável pela passagem do tempo (psicológico ou cronológico),
predominam, aqui, os verbos de ação, normalmente no pretérito perfeito. Em alguns
momentos, é provável que você encontre verbos no presente, também. Essa é uma
tentativa de aproximar o leitor dos fatos e, de certa maneira, destacar mais a ação
narrada. Alguns estudiosos classificam esse uso como presente histórico.

● A argumentação consiste no ato de convencer, comprovar uma proposição ao


interlocutor, no intuito de corroborar com aquilo que foi proferido. Demonstrar a sua
opinião sobre um determinado tema a fim de validar as suas ideias a outra pessoa
pode ser um tipo de argumento. Para o modelo de texto dissertativo argumentativo
do Enem, é preciso refletir sobre o tema e selecionar as ideias que deseja defender,
utilizando estratégias argumentativas. Para isso, você pode usar: exemplos, alusões
(históricas, literárias, geográficas, filosóficas, etc.), citações, dados estatísticos,
argumentos de autoridade, o uso dos métodos de raciocínio (dedução, indução ou
dialética) e/ou a relação de causa consequência.

● A exposição tem o foco na informação, isto é, caracteriza-se por tecer comentários,


expor ideias ou um determinado pontos de vista, posicionamentos. Isso significa que,
se um trecho em específico apresentar opiniões e argumentos buscando defendê-las,
podemos classificá-lo como dissertativo.

● A descrição, apesar de aparecer muitas vezes complementando a narração, tem


características diferentes do outro tipo. Imagine que você está viajando, passeando
por um lugar bem bonito, e, de repente, resolve tirar uma foto. Se alguém pedisse a
você que apontasse cada ponto interessante na imagem, como você faria isso?
Perceba que, naturalmente, você utilizaria verbos no pretérito imperfeito. Essa é a
marca mais importante do texto descritivo. Há, também, a predominância de
adjetivos, que caracterizam a cena.

● O tipo injuntivo trabalha com instruções. Dessa forma, tem como marca
predominante o uso dos verbos no imperativo, destacando a função que você conhece
como apelativa.

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● Exemplos:

Narrativo:

“O bonde se arrastava, em seguida estacava. Até Humaitá tinha tempo de descansar.


Foi então que olhou para o homem parado no ponto. A diferença entre ele e os outros é que
ele estava realmente parado. De pé, suas mãos se mantinham avançadas. Era um cego. O que
havia mais que fizesse Ana se aprumar em desconfiança? Alguma coisa intranquila estava
sucedendo. Então ela viu: o cego mascava chicles... Um homem cego mascava chicles. Ana
ainda teve tempo de pensar por um segundo que os irmãos viriam jantar — o coração
batia-lhe violento, espaçado. Inclinada, olhava o cego profundamente, como se olha o que
não nos vê. Ele mascava goma na escuridão. Sem sofrimento, com os olhos abertos. O
movimento da mastigação fazia-o parecer sorrir e de repente deixar de sorrir, sorrir e deixar
de sorrir — como se ele a tivesse insultado, Ana olhava-o.” Clarice Lispector

Expositivo:

“Um jovem ficou gravemente ferido após um acidente envolvendo um carro e um


ônibus de transporte coletivo, em Salvador. O acidente aconteceu na manhã desta
quinta-feira (25). A batida foi registrada no retorno da Avenida Otávio Mangabeira, orla da
Boca do Rio. O motivo do acidente ainda está sendo investigado. O jovem de 28 anos que
dirigia o veículo, ficou preso às ferragens do carro. Ele conseguiu ser retirado pelo Corpo de
Bombeiros e levado ao hospital uma hora depois pelo Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência (SAMU). Duas crianças também ocupavam o veículo mas só tiveram ferimentos
leves. De acordo com o motorista de ônibus, o carro tentou fazer uma manobra para fugir do
semáforo. Nenhum dos passageiros se feriram no acidente.”

Descritivo:

“Ficara sentada à mesa a ler o Diário de Notícias, no seu roupão de manhã de fazenda
preta, bordado a sutache, com largos botões de madrepérola; o cabelo louro um pouco
desmanchado, com um tom seco do calor do travesseiro, enrolava-se, torcido no alto da
cabeça pequenina, de perfil bonito; a sua pele tinha a brancura tenra e láctea das louras; com
o cotovelo encostado à mesa acariciava a orelha, e, no movimento lento e suave dos seus
dedos, dois anéis de rubis miudinhos davam cintilações escarlates.” O Primo Basílio, Eça de
Queiroz.

Injuntivo:

● 1 pimentão picado
● 1 kg de salsicha
● 3 dentes de alho amassados
● 400 g de molho de tomate
● 2 lata de milho verde
● 4 tomates sem sementes picados
● 3 colheres de óleo
● 1 cebola grande ralada
● sal e cheiro-verde a gosto.

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Exercitando:

Questão 01: Preencha os parênteses com os números correspondentes;


em seguida, assinale a alternativa que indica a correspondência correta.

I. Narrar IV. Descrever


II. Argumentar V. Prescrever
III. Expor

( ) Ato próprio de textos em que há a presença de conselhos e indicações de como


realizar ações, com emprego abundante de verbos no modo imperativo.
( ) Ato próprio de textos em que há a apresentação de ideias sobre determinado
assunto, assim como explicações, avaliações e reflexões. Faz-se uso de linguagem
clara, objetiva e impessoal.
( ) Ato próprio de textos em que se conta um fato, fictício ou não, acontecido num
determinado espaço e tempo, envolvendo personagens e ações. A temporalidade é
fator importante nesse tipo de texto.
( ) Ato próprio de textos em que retrata, de forma objetiva ou subjetiva, um lugar,
uma pessoa, um objeto etc., com abundância do uso de adjetivos. Não há relação de
temporalidade.
( ) Ato próprio de textos em que há posicionamentos e exposição de ideias, cuja
preocupação é a defesa de um ponto de vista. Sua estrutura básica é: apresentação de
ideia principal, argumentos e conclusão.
A) 3, 5, 1, 2, 4
B) 5, 3, 1, 4, 2
C) 4, 2, 3, 1, 5
D) 5, 3, 4, 1, 2
E) 2, 3, 1, 4, 5

Questão 02:

Sobre os tipos textuais, é correto afirmar, exceto:

A) Os tipos textuais são caracterizados por propriedades linguísticas, como


vocabulário, relações lógicas, tempos verbais, construções frasais, etc.

B) Os tipos textuais são: narração, argumentação, descrição, injunção e


exposição.
C) Geralmente variam entre cinco e nove tipos.
D) Possuem um conjunto ilimitado de características, que são determinadas de
acordo com o estilo do autor, conteúdo, composição e função.

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E) Os tipos de textos apresentam características intrínsecas e invariáveis, ou seja,
não sofrem a influência do contexto de nossas atividades comunicativas. De
maneira predeterminada, apresentam vocabulário, relações lógicas, tempos
verbais e construções frasais que acolhem os diversos gêneros.

Questão 03:Analise os fragmentos a seguir e assinale a alternativa que


indique as tipologias textuais às quais eles pertencem:

Texto I

“Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a


esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela
escorregando, sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o
cachimbo. Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem.
Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de
branco, sugeriu que devia sofrer de ataque (...)”. (Dalton Trevisan – Uma vela
para Dario).

Texto 2

“Era um homem alto, robusto, muito forte, que caminhava lentamente, como se
precisasse fazer esforço para movimentar seu corpo gigantesco. Tinha, em
contrapartida, uma cara de menino, que a expressão alegre acentuava ainda
mais.”

Texto 3

Novas tecnologias

Atualmente, prevalece na mídia um discurso de exaltação das novas tecnologias,


principalmente aquelas ligadas às atividades de telecomunicações. Expressões
frequentes como “o futuro já chegou”, “maravilhas tecnológicas” e “conexão total
com o mundo” “fetichizam” novos produtos, transformando-os em objetos do
desejo, de consumo obrigatório. Por esse motivo carregamos hoje nos bolsos, bolsas
e mochilas o “futuro” tão festejado.

Todavia, não podemos reduzir-nos a meras vítimas de um aparelho midiático


perverso, ou de um aparelho capitalista controlador. Há perversão, certamente, e
controle, sem sombra de dúvida. Entretanto, desenvolvemos uma relação
simbiótica de dependência mútua com os veículos de comunicação, que se estreita a
cada imagem compartilhada e a cada dossiê pessoal transformado em objeto
público de entretenimento.

Não mais como aqueles acorrentados na caverna de Platão, somos livres para nos
aprisionar, por espontânea vontade, a esta relação sadomasoquista com as
estruturas midiáticas, na qual tanto controlamos quanto somos controlados.
SAMPAIO, A. S. A microfísica do espetáculo. Disponível em:
http://observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 1 mar. 2013 (adaptado).

Texto 4:

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Modo de preparo:

A) narração – descrição – dissertação – prescrição.


B) descrição – narração – dissertação – prescrição.
C) dissertação – prescrição – descrição – narração.
D) prescrição – descrição – dissertação – narração.

Questão 04: Reescreva as frases a seguir sem alterar o sentido delas.


Veja um exemplo:

A) Esse tipo de mensagem na internet no Brasil não é permitido.

Reescrita:

Esse tipo de postagem na internet é proibido no Brasil.

B) A mais adequada decisão é evitar falar sobre esses problemas.

Reescrita:

C) Essas dificuldades só serão superadas se o governo tomar alguma decisão.

Reescrita:

D) Deve-se proibir determinadas propagandas na televisão em horário comercial.

Reescrita:

E) Sendo assim, a parceria entre governo, comunidade e família, será possível


amenizar o problema.

Reescrita:

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★ Prática redacional (atividade para casa):


Leia com atenção o parágrafo abaixo para responder o que se pede:

“O cientista Karl Marx, durante a idade média, defendia o ideal de


uma sociedade com distribuição igualitária de renda, a fim de combater
a desigualdade social. No entanto, ainda estamos longe de uma sociedade
que preze pelo bem-estar social de todas as classes, por isso, inúmeras
mudanças precisam ocorrer para alterar este cenário.”

Sabe-se que para construir um texto de cunho argumentativo é preciso defender um


determinado ponto de vista e, além disso, é necessário que as informações estejam
corretas para validar a perspectiva apresentada. De acordo com alguns de seus
conhecimentos adquiridos ao longo dessa aula, identifique os possíveis erros
que o produtor do texto cometeu ao defender suas ideias.

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