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Motivação

Bibliografia (principal):
J. Nuttin, Joseph (1980/ed. orig. 1980). Teoria da motivação humana. S. Paulo. Loyola (Théorie de la
motivation humaine, PUF)

Abreu, M. V. (2002). Cinco ensaios sobre a motivação. Coimbra. Almedina.

Cardoso, F. (1997, Fev.). Motivação: Do nível neurofisiológico ao nível intelectivo. A teoria relacional.
Cadernos de Educação. Instituto Piaget. (https://www.researchgate.net/publication/
296195919_Motivacao_Do_nivel_neurofisiologico_ao_nivel_intelectivo_A_teoria_relacional)

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Teoria Relacional

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• Motivação = análise etimológica

• Motivação (do Latim movere, mover)

• Emoção ( Do latim emovere; verbo movēre.)

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Motivação é "o porquê do indivíduo se
comportar de determinada maneira” Wikipédi

o “porquê” do indivíduo ????!!!!

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• Motivação =>
• a explicação da ação ….
• A explicação da origem da ação
• A compreensão da ação…

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• Motivação => como é que se mede a
motivação?

• Grau de Empenho

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Motivação: esclarecimento conceptual

• Motivação
• como impulso, organísmico
• teorias clássicas dos instintos (McDougal,
Freud); Drive theories (Hull), Homeostáticas;

• Motivação: dimensões afectiva e cognitiva

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Motivação: esclarecimento conceptual

• Motivação
• Como atrativo/atração que emana dos
objetos:
• motivação em função da valências dos
objetos; teorias do incentivo; teorias do
Campo (Lewin)

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Motivação: Teoria Relacional
• Motivação- teoria relacional
• assenta na visão de que o comportamento é
uma dinâmica Sujeito-Mundo/meio
ambiencial.
• Assim,
• comportar-se será entrar em relação com…
• motivação será o aspeto dinâmico dessa
relação;
• …da relação preferencial
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Motivação: Teoria Relacional
• Motivação: explica ou estuda a relação
preferencial
• a escolha ou direção do comportamento

• A aprendizagem refere-se aos caminhos ou


instrumentos para aceder aos objetos
preferenciais.

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Motivação: Teoria Relacional
• Motivação vs. necessidade
• necessidade = ‘mecanismos’ fundamentais de
satisfação (homeodinâmicas).
• Motivos = concretização (dos vetores de
desenvolvimento) das ‘necessidades’;
componente dinâmico do ato concreto, da
ação.
• motivo pode ser assimilado ao objeto/objetivo
a concretizar;

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Motivação: Teoria Relacional

• Motivo vs. causa

• Qual é a diferença entre estes dois conceitos?

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Motivação: Teoria Relacional
• Motivo vs. causa

• Motivo = ação humana, a partir do humano

• Causa: força ou ação ‘estranha; anómala’ (ex.


dor) ou externa.

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Motivação: Teoria Relacional
• Portanto: Motivação respeita à questão das
relações preferenciais entre o indivíduo e o
mundo;

• As relações preferenciais podem articular-se


ou constituírem o modo de planos ou projetos
de ação.

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Motivação: Teoria Relacional
• Três componentes do comportamento:

1. situação na qual o suj. se encontra

2. situação-fim que se deseja atingir

3. operação executada para passar da situação

presente à situação fim.

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Motivação: Teoria Relacional
• A textura e relações Suj - Mundo dão origem à
estrutura básica da Personalidade.

• fundam o ‘umwelt’ - o mundo próprio em


interação com outros mundos …dos outros;

• enfim, fundam o mundo de subjetividades que se


objetivam nas interações ou expressões pessoais.

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Motivação: Teoria Relacional
• Motivos = esquemas ou esboços de relações
entre o Suj./indivíduo indispensáveis ao
desenvolvimento e organização saudáveis.

• são fatores dinâmicos fundamentais para o


desenvolvimento e organização da
Personalidade, enquanto estrutura funcional
Sujeito-Situação; Sujeito - Meio ambiencial ou
Sujeito-Mundo.
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Motivação: Teoria Relacional
• características dos motivos:
• origem
• dinamismo
• orientação

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Motivação: Teoria Relacional
• características:
• origem - inscrevem-se na estrutura biológica
da espécie, sendo inatos
• no entanto, distinguem-se dos instintos ou PFA
- programas fixo de ação (ver K. Lorenz; Eibl-
Eibesfeldt).

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Motivação: Teoria Relacional
• características:
• dinamismo - possuem força mobilizadora para a
ação; constituem a proto-expressão pessoal

• Orientação =
• caracterizam-se pela indeterminação
comportamental; pela ‘flexibilidade’ de/na
realização;

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Motivação: Teoria relacional
• Os Interesses
• Interesse = inter + esse; Ser ou estar entre
• Interesses - são atividades, objetos ou
acontecimentos que têm valor instrumental,
para a concretização dos motivos ou
necessidades.

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• Os Interesses

• São meios - para chegar a algo que se objetiva.


• Os interesses estão sempre ligados a motivos
específicos

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Motivação: Teoria relacional
• Os Interesses
• A elaboração cognitiva dos interesses -
enquanto estruturas ‘meios-fins’, realiza-se
através de tarefas, planos, ou projetos de
acção.
• São os motivos que sustentam a realização das
tarefas no tempo. São estes que mantêm a
prossecução dos projetos em -tarefa aberta-

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Motivação: Teoria relacional
• Os Interesses
• prossecução dos projetos em -tarefa aberta-
• ver: Efeito de Zaigernik.
• Tarefa aberta vs. tarefa Fechada

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Motivação: Teoria relacional
• Motivo e Interesses
• Servem para organização do sentido da acção.
para a criação de relações significativas, da
nossa forma de estarmos no Mundo.

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Motivação: Teoria relacional
• Motivo e Interesses
• A desmotivação (se os motivos são inatos….)!!!
ou melhor dizendo, o desinteresse estará na
ausência de criação dessas relações
significativas, entre os motivos, os interesses
ou meios de expressão e os fins a alcançar

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Motivação: Teoria relacional
• Motivo e Interesses
• O desinteresse - ou ausência de interesse por
uma atividade estará na ausência de sentido
da “estruturação cognitivo-afetiva das relações
entre os meios disponíveis e os fins a
alcançar.”

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Motivação: Teoria relacional
• Motivos e Interesses
• Porque é que estou aqui?
• Será este o caminho, o meio adequado para a
expressão de mim? do que sou e do que quero
vir a Ser? Adequa-se este caminho às minhas
possibilidades ou aptidões? à expressão de
personalidade que sou? ou que estou
sendo…? 28
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Suporte empírico da Teoria Relacional da
Motivação

• Investigações de
• Bowlby
• Spitz
• Harlow
• Crianças selvagens
• [Outros - relações objectais]

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Apoio empírico para a teoria relacional:
Nuttin, Joseph (1980/ed orig. 1980). Teoria da motivação humana. S. Paulo. Loyola.
Abreu, M. V. (2002). Cinco ensaios sobre a motivação. Coimbra. Almedina.
Abreu, M. (1980). Desenvolvimento da personalidade e Motivação. Revista de Pedagogia,
Separata, ano XIV, 158-193
Ainsworth, M. (sd). Relações objectais, dependência e vinculação: uma análise teórica
dasrelações da criança com a mãe. In L. Sozcka (Ed.), As ligações infantis (pp.155-224). Lisboa:
Bertrand.
Anzieu, D., Zazzo, R., Koupernick, C, et al. (sd/1974). Vinculação (Principalmente capítulos 1:
“A vinculação” por R. Zazzo; cap. 2:“As afectividades” por Harlow). Lisboa: Socicultur.
Bowlby, J. (sd.). A natureza da ligação da criança com a mãe. In L. Sozcka (Ed), As ligações
infantis (pp. 103-155). Lisboa: Bertrand
Harlow, H. (1972). Love created, love destroyed, love regained. In Coloques internationaux du
Centre National de la recherche Scientifique, no 198. Modèles animaux du comportement
humain. Paris, 8-11 Décembre, 1970. Editions du CNRS.
Harlow, H. (1976). A natureza do amor. In L. Sozka (org.) As ligações infantis. Lisboa Bertrand.
Montagner, H. (sd): A vinculação, a aurora da ternura. (Introdução, capítulos 1, 3 e 4). Lisboa:
I Piaget

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Para análise critica a Maslow e Rogers ver, cap. 11 Petry & Governs
Maslow
According to Maslow, self-actualizing people share the following qualities
Truth: honest, reality, beauty, pure, clean and unadulterated completenes
Goodness: rightness, desirability, uprightness, benevolence, honest
Beauty: rightness, form, aliveness, simplicity, richness, wholeness, perfection,
completion
Wholeness: unity, integration, tendency to oneness, interconnectedness, simplicity,
organisation, structure, order, not dissociated, synerg
Dichotomy: transcendence, acceptance, resolution, integration, polarities,
opposites, contradiction
Aliveness: process, not-deadness, spontaneity, self-regulation, full-functionin
Uniqueness: idiosyncrasy, individuality, non comparability, novelt
Perfection: nothing super uous, nothing lacking, everything in its right place, just-
rightness, suitability, justic
Necessity: inevitability: it must be just that way, not changed in any slightest wa
Completion: ending, justice, ful llmen
Justice: fairness, suitability, disinterestedness, non partiality
Order: lawfulness, rightness, perfectly arrange
Simplicity: nakedness, abstract, essential skeletal, bluntnes
Richness: differentiation, complexity, intricacy, totalit
Effortlessness: ease; lack of strain, striving, or dif cult
Playfulness: fun, joy, amusemen
Self-suf ciency: autonomy, independence, self-determining. 31
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fi
,

fl
fi
t

fi
y

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Schwartz_2012An Overview of the Schwartz Theory of Basic.PDF

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Princípios para a formulação de um programa de
motivação

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Aprendizagem e Memória
• Uma mesma coisa ou coisas diferentes?

• Mesmos processos ou diferentes processos?

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Expectance Value Theory
• O comportamento é função de necessidades
individuais e do valor dos objetos/objetivos
disponíveis no meio

• Expectancy = probabilidade subjetiva


implica…
• Representação dos objetos fins -

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EVT
• Representação dos objetos fins e a expectativa
de que um certo comportamento conduz ao
objeto/fim/ ‘desejado’; ao alcance de …. E o valor
que esse objeto tem para os organismos /
pessoas

EVT - assume que o comportamento é função da


estimação da probabilidade do alcance do
objeto/fim.

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Social Learning Theory - Rotter
• A preferencia por um ‘objeto’ é determinado pelo valor
de reforço desejado por nós;
• Das expectativas que construímos acerca do seu alcance
• Das situações/indicadores/ relacionadas com
expectativas passadas
• As expectativas são generalizáveis a outras situações em
função das experiências passadas

• B=E*V

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Rotter
• Os indivíduos podem ser caracterizados ao longo
de um ‘continuum'

• Control interno vs controlo externo


• CI = Tendem a julgar que as recompensas (alcance
de objetivos e fracassos) são devidas ao próprio
• CE = Tendem a julgar/ (atribuir a responsabilidade)
a causas externas, não sendo controláveis

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Bandura
• Percepção de auto-eficácia
• Human agency - (definidores/planificadores da
agenda -‘concretização dos nosso interesses’)

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Kovacs

all human behaviour evolves from the three fundamental


underlying tendencies connected to the concepts of control,
af liation and self-expression (Kovacs, p.9)

In that sense, the label “control” could easily be replaced by the


terms “mastery” or “achievement”, “af liation” by “belonging” or
“relatedness”, and “self- expression” by “growth” or “self-
actualisation”, and all of them with the notions of balance or
management (Kovacs, p. 10)
fi
fi
EVT and Need for Achievement
• Murray (1938)
• Needs = (recurrent concern for a goal) tem duas
componentes -
• a) Focagem atencional e a crença de que objeto
satisfaz a necessidade.
• b) persistência de tensão (energia (?)) que conduz
o comportamento para a satisfação da
necessidade.

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De que necessidades nos fala Murray?
• Need for achievement / necessidade de
realização
• Autonomia
• Domínio
• De conhecer/entender
• De ser cuidado/ de afeto (Nurturant need); =
afiliação

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Need for achievement
• De realizar tarefas difíceis - que transmitam um
sentido de mestria;
• Operar sobre o meio, de forma autónoma
• Ultrapassar obstáculos e atingir padres elevados
• Superar-se a si mesmo
• Competir e superar os outros
• Aumentar a autoconsideração pelo exercício/
desenvolvimento de si mesmo (das suas
competências)
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McClelland and Atkinson, 1948
• Investigações com o TAT

asked participants to
make up a story or
describe a situation
depicted in an
ambiguous pictur
“What is happening?”
“What led up to the
situation?” “What is
wanted?” “What will
happen?

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e

The tendency to approach or avoid achievement


situations is thought to result from four variables: the
motive for success (Ms), the motive to avoid failure
(Maf), the estimated probability of success (Ps), and
the incentive value (Is) of achieving success. Ms and
Maf are regarded as stable personality characteristics
that will vary in strength from one individual to another,
but will be relatively permanent within individuals
across different situations.

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