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Título do Tema

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PRIMEIROS
SOCORROS
LUCIMARA FERREIRA GUIMARÃES
Unidade III - Técnica,
prática e aspectos legais
em primeiros socorros

Introdução
Nesta unidade, finalizaremos nosso conteúdo tratando da legislação ética e os
aspectos éticos relacionados à prática dos primeiros socorros. Assim, você terá uma
noção sobre a principal parte da legislação que está relacionada a essas ações e
conhecimentos. Você verá também um compilado sobre mais alguns dos tipos de
urgências e emergências e os protocolos de suporte à vítima de primeiros socorros.
Finalmente, traremos brevemente aspectos relacionados com a rede de atendimento
à urgência e atendimento especializado, isto é, aquele serviço que é ofertado pelo
profissional especializado.

Objetivos de Aprendizagem
Ao final desta unidade, esperamos que você seja capaz de:

• Entender os aspectos legais e éticos nos atendimentos de emergência.


• Identificar e desenvolver os protocolos para atendimentos de emergência.
• Rede de atendimento às urgências: SAMU, Corpo de Bombeiros, UPA, hospital.

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Legislação e ética profissional
relacionadas aos primeiros socorros
Tanto a legislação geral quanto a legislação do código de ética dos profissionais
da área da saúde colocam como dever do profissional prestar socorro às vítimas,
mostrando assim a proibição de o profissional abandonar a vítima ou incapaz
em situação adversa correndo o risco de saúde. Dessa forma, é importante que
o profissional tenha os conhecimentos sobre os aspectos relacionados com a
fisiologia e a prestação de socorro, da forma mais simples possível, mas que dará
a possibilidade de vida da vítima ou mesmo a manutenção da integridade de suas
estruturas lesionadas (KARREN et al., 2013).

Nesse sentido, percebe-se que os socorristas e os prestadores de atendimento


especial estão submetidos aos mesmos estatutos, que ainda poderão se modificar
de acordo com a localidade e as leis vigentes (KARREN et al., 2013). Logo, os deveres
do socorrista podem ser descritos como:

• Não se deve interferir no planejamento de primeiros socorros de outras pes-


soas.
• Deve seguir as instruções dos policiais e realizar os procedimentos com bom
senso.
• Caso a vítima não aceite a ajuda, não se deve forçá-la.
• Após o início do atendimento, não deve haver interrupção nem abandonar a
vítima.
• Prestar o serviço de acordo com a atualização de procedimentos em cursos
e materiais didáticos.
• Deve-se respeitar a privacidade da vítima, tais como: informações pessoais,
lesões, situação física, medicamentos, entre outros.
• Deve-se documentar e preservar a cena de crimes, a fim de manter a prova
e também se deve obedecer a legislação local para situações como abuso,
estupro, ferimentos e outras causados por arma de fogo.

Assim, algumas leis comuns são aplicáveis aos conhecimentos e ações em primeiros
socorros. As leis do bom samaritano, por exemplo, protegem o profissional da área
da saúde e fornecem as diretrizes para direcionar melhor o serviço de cuidado em
emergências. A negligência não deve ser praticada, ação esta que indica a falta de zelo
e cuidado pelo outro, caindo em momentos de desatenção, indiferença e imprudência
com relação ao outro e suas necessidades (KARREN et al., 2013).

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O teste do bom senso indica se o socorrista agiu de forma coerente a uma pessoa
normal, utilizando-se da prudência e apresentando treinamento semelhante a uma
pessoa normal e com bom sendo para ajudar o outro. O consentimento da vítima
orientada é necessário para que possa prosseguir com o atendimento, sendo valido
aquele consentido verbalmente. Já no caso do consentimento implícito, supõe-se que
a vítima optaria pelo atendimento, apesar de suas circunstâncias (KARREN et al., 2013).

Protocolos básicos de Suporte à Vida


e Primeiros Socorros

Picadas ou mordidas
Em acidentes com animais peçonhentos, deve-se ter cuidados com o local, caso tenha
maiores riscos para si e para a vítima. As mordidas de cobras, por exemplo, devem
ser identificadas, principalmente caso seja possível identificar se são venenosas ou
não. Cobras venenosas costumam ter presas grandes, pupilas elípticas no sentido
vertical, como os felinos, fosseta loreal entre os olhos e narinas. As aranhas também
são grandes causadores de acionamento de serviço especializado e, assim como
as cobras, picam e podem levar a pele à necrose e outras reações sistêmicas,
dependendo de seu veneno. Picadas de escorpião também são importantes causas
de pronto socorro, visto que seu veneno pode levar à morte (KARREN et al., 2013).

Atenção
As picadas de abelha também podem levar a sérias consequências,
principalmente naqueles em que há uma resistência ao veneno,
isto é, apresenta alergia, em que a glote se fecha e, em questão de
segundos, a vítima entra em sofrimento.

Em todos os casos, deve-se remover o ferrão do animal, raspando a pele de forma


suave, lavar a área com água e sabão e secar, sem friccionar ou apertar. Os adornos
devem ser retirados e o segmento que sofreu a picada deve ficar em nível mais baixo
que o coração. A aplicação de compressa fria pode ajudar aliviar o edema e a dor,
e o socorrista deverá observar a vítima por pelo menos 30 minutos e decidir sobre
a necessidade de levá-la ao serviço de pronto atendimento ou acioná-lo ao local
(KARREN et al., 2013).

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Infarto e acidente vascular cerebral
O infarto é uma condição que gera a necrose do miocárdio, em que se apresenta
como uma das formas mais graves dentre as síndromes coronarianas. Assim, o
infarto promove a redução do suprimento sanguíneo nas áreas do coração, de forma
que esta parte tende a sofrer uma necrose. O principal sinal do infarto é a dor no peito,
do lado do coração, que se assemelha como um esmagamento, aperto, pressão ou
sensação de repleção nessa região. Nesses casos, a vítima deve ser removida para
o pronto socorro o mais rápido possível, visto que segundos poderão ser decisivos
sobre o evento que está acontecendo no sistema da vítima (KARREN et al., 2013).

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) consiste em processo patológico afetando a


circulação sanguínea em nível cerebral. Esse tipo de evento pode acometer a vítima de
duas formas: hemorrágica ou isquêmica. A forma isquêmica é menos grave e tende a
deixar menos sequelas; já na forma hemorrágica, há maior risco de morte e costuma
deixar mais sequelas neuromotoras. Ainda uma terceira forma, o AVC embólico pode
acontecer devido à formação de um coágulo que se desloca alojando nas artérias
cerebrais, causando uma embolia cerebral (KARREN et al., 2013). Veja na figura a
seguir uma ilustração prática de como isso acontece na luz das artérias cerebrais.

Tipos de AVCs

Fonte: Karren et al. (2013. p. 292).


#pratodosverem: a imagem mostra os tipos de acidentes vas-
culares cerebrais e suas características fisiológicas.

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No caso do AVC, o socorrista deverá primeiramente acionar o serviço de assistência
ou levar a vítima ao pronto socorro rapidamente, para depois prestar alguns cuidados,
visto que, nessa situação, poucos segundos poderão ser decisivos com relação ao
prognóstico da vítima e também sua evolução clínica posteriormente. Assim, tenha
calma, tome cuidado ao movimentar a vítima. Caso ela esteja consciente, deite-a em
local seguro e com a cabeça ligeiramente elevada (KARREN et al., 2013).

Caso esteja inconsciente, deite-a do lado esquerdo. Verifique a passagem de ar, se há


obstrução e avalie a necessidade de intervir nesse caso. Caso a vítima vomite, permita
a passagem do líquido na posição lateral de segurança, evitando que seja sufocada.
Mantenha a temperatura ideal de seu corpo e nunca dê nada para a vítima ingerir ou
beber. Os sinais costumam ser de fácil identificação, como um lado do corpo e/ou
da hemiface paralisados, de forma que se observa o caimento e a incapacidade de
movimentar os músculos de forma ativa (KARREN et al., 2013).

Crises convulsivas
As crises convulsivas consistem em excesso de informação ao cérebro, em que as
contrações involuntárias tomam o corpo da vítima. Essas contrações e o rebaixamento
do nível de consciência podem ser repentinos e podem decorrer de um traumatismo ou
AVC, baixo nível de oxigênio, desequilíbrios hidrolíticos, redução do fluxo sanguíneo,
entre outros. Normalmente, indivíduos que tenham mais crises convulsivas são
classificados como epilépticos e fazem tratamento medicamentoso para controle de
tal. Sendo assim, é importante que o socorrista passe a saber da própria vítima ou
de um conhecido se ela possui essa condição diagnosticada (KARREN et al., 2013).

Nesses casos, o socorrista deverá identificar o evento devido às suas características


e posicionar a vítima deitada e com apoio macio na cabeça, evitando que se debata
no chão, causando pequenas lesões. Além disso, a posição de segurança pode
ser essencial, visto que a vítima pode apresentar salivação, o que pode levá-la ao
engasgo, caso esteja em decúbito dorsal. Normalmente a crise passa em segundos
e o melhor a se fazer é acompanhar a vítima protegendo-a de possíveis choques
ou novos acidentes no local em que se encontra. Após a crise, deve-se tentar
colher informações e aguardar o serviço de assistência chegar, ou providenciar seu
transporte, caso local seja de difícil acesso (KARREN et al., 2013).

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Posicionamento da vítima com crise convulsiva

Fonte: Karren et al. (2013, p. 340).


#pratodosverem: a imagem mostra como se deve posicionar a vítima caso ela
venha a ter uma crise convulsiva.

Tontura e desmaio
A tontura e o desmaio (síncope) podem acontecer com grande frequência e podem estar
relacionadas com vertigem central devido alterações no aparelho ocular, por exemplo, ou
de origem medicamentosa, psicológica, dentre outras. Nos casos em que o socorrista
presenciar tal situação, o melhor a se fazer é tentar descobrir a causa, para informar ao
serviço de assistência, caso seja necessário chamá-lo (KARREN et al., 2013).

Atenção
Algumas vezes, o quadro será leve e a vítima retorna à consciência
de forma breve e pode seguir sua vida normalmente. Claramente,
nesses casos se deve orientar a vítima para que investigue esses
ocorridos, mas em casos em que a vítima demore a retomar a
consciência ou que tenha traumas importantes no momento da
queda, é importante que o socorrista acompanhe todo o processo
protegendo a vítima até entregá-la para o serviço adequado.

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No caso de os sintomas terem apenas começado, o melhor a se fazer é sentar a
vítima e solicitar que ela abaixe seu tronco e sua cabeça, como na figura a seguir.
Quando ela tiver que ser deitada, é importante que suas pernas fiquem em posição
elevada, para facilitar a circulação sanguínea (KARREN et al., 2013).

Posicionamento para vítimas de desmaio conscientes

Fonte: Karren et al. (2013, p. 341).


#pratodosverem: a imagem mostra como se deve posicionar a vítima caso ela
esteja sentindo que irá desmaiar.

Reanimação cardiopulmonar
A reanimação cardiopulmonar (RCP) tem indicação quando o paciente não apresentar
pulso e respiração. É importante frisar que essa tomada de decisão somente acontece
após a avaliação inicial da vítima, em que se chegou à conclusão de que ela se
encontra desacordada e necessita do Suporte Básico de Vida, estando sob risco de
morte iminente devido ao quadro clínico atual.

Assim, a reanimação deve ser feita por quem realmente estiver preparado para a
técnica e possuir condições físicas e mentais para continuá-la até quando precisar.
Após essa tomada de decisão, podemos citar dois desfechos: o retorno da vítima,
isto é, ela acorda e restabelece seus sinais vitais; ou mantém-se desacordada. Na
primeira situação, a reanimação deve ser cessada, pois atingiu o objetivo. No caso
da segunda, há a indicação para continuar sendo realizada, visto que muitas vezes
a vítima pode não voltar ou demorar um pouco mais para responder, e não teremos
essa espécie de “termômetro” para identificar cada situação.

Assim, a Diretriz da Associação Americana do Coração — American Heart


Association (AHA) — definiu no ano de 2010 as etapas a serem seguidas quando

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se encontra um paciente neste estado. As etapas que serão demonstradas são
aplicáveis a adultos, sendo importante observar a variação do público para idosos,
crianças e pessoas com deficiência.

As etapas consistem em:

1. Reconhecimento da situação de parada cardiorrespiratória e acionamento do


serviço de emergência.
2. Início da RCP de forma precoce e prestando atenção nos movimentos torá-
cicos.
3. Desfibrilação utilizando o DEA (Desfibrilador Externo Automático).
4. Suporte avançado de Vida de forma eficaz.
5. Cuidados após a RCP, visando integrar.

Atenção
O posicionamento da vítima será extremamente importante para o
sucesso da RCP. Assim, o socorrista, após reconhecer a situação e
acionar o socorro, deverá posicionar a vítima em decúbito dorsal,
apoiada ao solo ou superfície firme.

Com alinhamento do corpo e posicionando a cabeça em relação ao tórax para abertura


das vias aéreas. Para se certificar de que o movimento da cabeça está adequado para
a abertura das vias aéreas, é importante que observe a passagem, mesmo que pouca,
de ar e/ou a posição da coluna cervical em extensão, como mostra nas figuras abaixo
(LAMBET, 2010).

Posicionamento da cabeça para RCP

Fonte: Lambet, (2010, p. 4).


#pratodosverem: a imagem mostra o posicionamento correto do indivíduo
antes de se iniciar a RCP.

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Posicionamento para abertura das vias aéreas

Fonte: Lambet (2010, p. 4).


#pratodosverem: a imagem mostra como deve ser a extensão da cervical para
que as vias aéreas sejam desbloqueadas.

A massagem cardíaca possui a função de manter a circulação sanguínea de forma a


garantir as funções cerebrais que dependem de oxigenação constante, até o momento
em que a vítima possa se reestabelecer de forma ativa. Assim, deve-se observar o
pulso na artéria para verificar essa ausência de batimentos. A verificação pode se
dar na artéria carótida, visto que possui grande porte e está localizada na região do
pescoço, região que já está sendo acessada por você (LAMBET, 2010).

Os métodos para a reanimação consistem em: desobstrução das vias, ventilação e


massagem cardíaca. Assim, a sequência mais adequada dessas ações é:

1. massagem cardíaca;
2. desobstrução das vias aéreas;
3. boa ventilação.

Atenção
Para crianças e bebês, as compressões devem ser realizadas
também em 30 compressões e 2 ventilações em cada intervalo,
quando for socorrista único. Já quando houver 2 socorristas
disponíveis, deverá manter 15 compressões torácicas para cada 2
ventilações. Essas compressões devem atingir no mínimo cerca de
100 compressões a cada minuto. Nas crianças, as compressões
devem atingir cerca de 5 centímetros e em bebês cerca de 4
centímetros, lembrando que há diferença da resistência da caixa
torácica e também seu tamanho. Nas crianças menores e bebês,
a pressão exercida deve ser com dedos indicador e anelar acima
do processo xifoide.

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Nesse sentido, observe, na figura abaixo, de que forma deve ser realizado o
procedimento de Suporte Básico de Vida e a linha de raciocínio que o socorrista
precisa ter no momento crítico.

Massagem cardíaca

Posicione-se ao lado da vítima que estará deitada em superfície firme. Coloque


uma mão sobre a outra, de forma que os coxins da mão fiquem um sobre o
outro. Posicione seu tronco ligeiramente perpendicular à vítima, facilitando a
descarga de peso sobre a vítima e poupando energia durante a massagem. A
pressão deve ser feita sobre o osso esterno, gerando a deformidade da caixa
torácica para baixo, comprimindo-a.

Massagem cardíaca
Fonte: Lambet (2010, p. 6).
#pratodosverem: a imagem mostra o posicionamento das mãos e a posição em que deve ser realizada a massa-
gem cardíaca no momento da RCP.

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Fluxo de Suporte Básico de Vida

O protocolo da AHA 2010 recomenda que primeiro seja realizada a verificação


da responsividade da vítima e na sequência se tome decisão caso haja
alteração. Primeiramente deve acionar o serviço de emergência e depois iniciar
a reanimação manual ou com o desfibrilador, caso esteja disponível.

Fluxo de socorro
Fonte: Lambet (2010, p. 7).
#pratodosverem: o protocolo universal para o SBV envolve a sequência de ações apresentadas na figura, de forma
a padronizar e otimizar o SBV por leigos.

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Desfibrilador Manual Externo — DEA

O desfibrilador automático informa ao socorrista toda a instrução para sua


utilização e faz a tomada de decisão em cada caso, encaminhando para
desfibrilação, caso seja indicado, a partir de sua própria leitura dos sinais
elétricos quando acoplado ao corpo da vítima.

Desfibrilador Manual Externo


Fonte: Lambet (2010, p. 7).
#pratodosverem: o desfibrilador é autoexplicativo e informa ao socorrista a sequência de ações que devem ser
tomadas, criando uma situação mais segura e feita de forma automática, necessitando apenas de um bom posi-
cionamento de seus eletrodos no corpo da vítima.

Feridas agudas e hemorragias


As feridas agudas e hemorragias consistem em lesões de maior grau e podem atingir
não só a pele, como nos ferimentos menores. Assim, esses tipos de ocorrências
deverão alertar o socorrista para a tomada de decisão mais adequada, que estará
voltada para a tentativa de contenção do sangramento, por meio do uso de torniquetes
e elevação do membro afetado. Dessa forma, primeiramente se faz a identificação do
caso, em que o socorrista poderá observar perda de grande quantidade de sangue e
também a possibilidade desse sangramento estar afetado outros sistemas, como o
respiratório, quando sai da boca (KARREN et al., 2013).

Para diferenciar qual estrutura foi rompida para que haja o sangramento, podemos
classificar como mostra o quadro a seguir.

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Fontes de sangramento e características

Fonte Cor Velocidade Efeito


Artéria Vermelho vivo Rápida (pulsando) Sob alta pressão, mais
difícil de controlar.

Veia Vermelho escuro Fluxo constante Difícil de controle.

Vasos capilares Vermelho médio Lenta, fluxo Geralmente coagula


uniforme ou espontaneamente,
gotejamento pouca perda de sangue.
Fonte: Karren et al. (2013, p. 97).
#pratodosverem: caracterização de cada tipo de sangramento e
a cor do sangue de cada tipo de vaso sanguíneo.

Para oferecer o atendimento à vítima, deve-se prestar atenção para algumas


precauções, visto que a vítima muitas das vezes será desconhecida e poderá transmitir
alguma doença por meio do sangramento. Assim, é importante evitar o contato direto
com o sangue e também com o ferimento da vítima, visto que nesses casos poderá
haver contaminação da vítima com qualquer micro-organismo ou mesmo outros
potenciais riscos à sua saúde (KARREN et al., 2013).

Nos casos de lacerações, é indicado o controle do sangramento por pressão. Nessas


situações, devem-se procurar panos limpos para fazer essa pressão e se possível
você deverá usar luvas de látex, evitando o contato direto do sangue da vítima com
sua mão (KARREN et al., 2013). Veja no esquema a seguir as medidas para esse
controle que poderão ser adaptadas de acordo com a situação encontrada.

Sangramento por laceração

Fonte: Karren et al. (2013, p. 98).


#pratodosverem: na imagem observa-se a extensão do ferimento causado por laceração, podendo ele acontecer em diversas
partes do corpo.

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Controle do sangramento

Fonte: Karren et al. (2013, p. 98).


#pratodosverem: a imagem mostra como se deve colocar os curativos um a um de forma a conter o sangramento. Não se
deve retirar esses curativos.

Enfaixamento do ferimento

Fonte: Karren et al. (2013, p. 98).


#pratodosverem: a imagem mostra como deve ser feito o enfaixamento do ferimento, com todos os curativos já colocados.

Ferimentos por armas de fogo e branca e


descargas elétricas
Os ferimentos por arma de fogo podem ser profundos e atingir órgãos importantes
para a sobrevivência humana. Assim, o socorrista deverá observar os riscos de
movimentar a vítima e ser o mais ágil possível, visto que segundos poderão fazer
toda a diferença no prognóstico clínico da vítima. Se o socorrista presenciar a
situação, deverá acionar o serviço especializado o quanto antes. Mas caso ele não
tenha presenciado a situação, deverá primeiro entender a situação para passar as
informações mais adequadas quando fizer a ligação (LAMBET, 2010).

Os acidentes causados por armas brancas podem resultar de amputação ou grandes


ferimentos, como os descritos no item anterior. Nesses casos, deve-se observar se
há sangramento, de que tipo, tentar conter o sangramento se possível e acionar o
serviço especializado, visto que essa vítima deverá ter os devidos cuidados com os
ferimentos (LAMBET, 2010).

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Atenção
Em ambos os casos de acidentes com armas de fogo e armas
brancas, deve-se observar o ferimento, sua origem, suas
características, conter o sangramento se possível e necessário e
acionar o serviço especializado ou levar a vítima a um hospital ou
unidade de pronto atendimento.

As descargas elétricas podem acontecer tanto a partir de tomadas quanto à exposição


a fios de alta tensão ou desencapados. Em ambas as situações, há a transferência de
energia elétrica para o corpo da vítima, causando danos aos tecidos. A vítima pode
sentir formigamento, contração muscular intensa e até queimaduras, nos casos de
acidentes que envolvam maiores tensões (LAMBET, 2010). Veja no esquema abaixo
como se deve proceder nesses tipos de situações.

Retirar o perigo

Primeiramente deve-se agir para cortar a corrente, seja retirando a tomada ou


desligando a chave central.

Protegendo a vítima

Afaste a vítima da corrente elétrica utilizando objetos isolantes, para que você
não se acidente também. Fique sobre uma superfície também isolante, será
mais seguro!

Verificando a situação da vítima

Após afastá-la do risco, verifique o pulso da vítima e a respiração. Coloque-a


em posição de segurança e, caso a corrente for de alta tensão, leve a vítima
imediatamente a um médico.

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Rede de atendimento à urgência,
atendimento especializado

Aspectos gerais e atribuições do atendimento


especializado
O atendimento especializado deve ser prestado por profissionais com a devida
titulação e cursos de atualização para tal. Esses profissionais são treinados, a partir
das situações mais diversas, como forma de melhor agirem nas situações em que irão
prestar socorro. Assim, eles podem ser divididos em várias categorias. Os bombeiros,
por exemplo, são treinados para serem submetidos ao estresse, insegurança e
situações adversas de acidentes automobilísticos, acidentes em água, entre outros.
Já os socorristas do SAMU são aqueles que vão aos acidentes dentro da cidade,
como os automobilísticos e os domiciliares, por exemplo.

Os médicos e outros profissionais de saúde podem atender no âmbito do SAMU,


desde que tenham as devidas formações para tal. Já no ambiente hospitalar e nas
unidades de pronto atendimento, os profissionais também deverão estar treinados
para realizar o atendimento de forma mais adequada e ágil, prezando sempre pela
vida do paciente. Esses locais possuem os devidos equipamentos e insumos para
prestação de atendimento à vítima e seus demais desdobramentos, sendo sempre o
local para encaminhar a vítima que precisar de cuidados profissionais.

Saiba mais
Este material traz orientações referente ao cuidado na movimentação
de acidentado. Acesse para adquirir o conhecimento!

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Conclusão
Nesta unidade, esperamos que você tenha compreendido as formas de prestar socorro
à vítima, assim como os aspectos legais que envolvem essa prática, protegendo a
vítima e também os profissionais da área da saúde. Lembre-se sempre de que sua
segurança é importante e que a vítima depende dessa condição, visto que você será,
em algumas vezes, a única esperança da vítima e talvez a única pessoa que possa
ajudá-la após algum acidente. Tenha bom senso e faça somente as ações mais
seguras para você e para a vítima. Até mais!

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Referências
KARREN, K. J. et al. Primeiros socorros para estudantes. 10. ed. Barueri: Manole,
2013.

LAMBET, E. G. Guia prático de primeiros socorros. 3. ed. São Paulo: Rideel, 2010.

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