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Tecla Geraldo Linda

Avaliação da adaptabilidade de 8 clones de batata reno nas condições agro-ecólogicas do


planalto de Lichinga

(Licenciatura em Agro-pecuária com habilidades em Extensão Rural)

Universidade Rovuma

Extensão de Niassa

2024
Tecla Geraldo Linda

Avaliação da adaptabilidade de 8 clones de batata reno nas condições agro-ecólogicas do


planalto de Lichinga

(Licenciatura em Agro-pecuária com habilidades em Extensão Rural)

Monografia Científico a ser apresentado no


Departamento de Ciências Alimentares e Agrárias,
Extensão de Niassa, para a obtenção do grau
Académico de Licenciatura em Agro-Pecuária com
Habilitações em Extensão Rural.

Supervisor: Lourenço João Caunganha

Co-Supervisor: Luís Matavela Muloi

Universidade Rovuma

Extensão de Niassa

2024
Índice
DECLARAÇÃO...............................................................................................................................I

DEDICATÓRIA..............................................................................................................................II

AGRADECIMENTOS...................................................................................................................III

Lista de figuras...............................................................................................................................IV

Listas de abreviaturas......................................................................................................................V

Índices de gráficos..........................................................................................................................VI

Listas de Tabelas...........................................................................................................................VII

RESUMO.....................................................................................................................................VIII

ABSTRACT...................................................................................................................................IX

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO.....................................................................................................10

1.1. Generalidades.......................................................................................................................10

1.2. Problema..............................................................................................................................12

1.3. Justificativa..........................................................................................................................12

1.4. Objectivos............................................................................................................................13

1.4.1. Geral..............................................................................................................................13

1.4.2. Específicos....................................................................................................................13

1.5. Hipóteses..............................................................................................................................13

CAPÍTULO II: REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................14

2.1. Origem e importância..........................................................................................................14

2.2. Adaptabilidade.....................................................................................................................14

2.3. Clone....................................................................................................................................15

2.4. Descrição botânica da cultura da batata reno.......................................................................15

2.4.1. Tubérculo-semente........................................................................................................15

2.4.2. Raiz, caule e folhas.......................................................................................................15


2.4.3 Inflorescência e flores....................................................................................................16

2.5. Pragas e doenças..................................................................................................................16

2.6. Produção da batata reno em Moçambique...........................................................................16

2.7. Caracterização das variedades mais adoptadas em Moçambique........................................17

2.8. Caracterização de novas variedades e clones experimentais...............................................17

CAPÍTULO III: METODOLOGIA................................................................................................19

3.1. Descrição da área de estudo.................................................................................................19

3.2. Características climáticas.....................................................................................................19

3.2.1. Hidrologia.....................................................................................................................20

3.2.2. Solo...............................................................................................................................20

3.3. Materiais..............................................................................................................................21

3.4. Métodos...............................................................................................................................21

3.4.1. Delineamento experimental..........................................................................................21

3.4.2. Tratamentos...................................................................................................................22

3.4.3. Condução do ensaio......................................................................................................22

3.4.4. Colecta de Dados...........................................................................................................22

3.5. Preparo da área.....................................................................................................................22

3.5.1. Adubação.......................................................................................................................22

3.5.2. Sementeira.....................................................................................................................22

3.5.3. Sacha e Amontoa...........................................................................................................23

3.5.4. Rega...............................................................................................................................23

3.5.5. Pulverização..................................................................................................................23

3.5.6. Colheita.........................................................................................................................23

3.6. Análise de dados..................................................................................................................23

CAPÍTULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÕES.......................................................................24


4.1. Parâmetros de crescimento..................................................................................................24

4.1.1. Altura da planta.............................................................................................................25

4.1.2. Número de hastes..........................................................................................................26

4.1.3.Número de caule............................................................................................................28

4.2. Parâmetros de rendimento...................................................................................................29

4.2.1. Número de tubérculos comerciais.................................................................................30

4.2.2. Número de tubérculos não comerciais..........................................................................31

4.2.3. Peso de tubérculos comerciais......................................................................................33

4.2.4. Peso de tubérculos não comerciais................................................................................34

4.2.5. Rendimento...................................................................................................................35

CAPÍTULO V: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES..............................................................38

5.1. Conclusão.............................................................................................................................38

5.2. Recomendações...................................................................................................................38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................................39

Anexos............................................................................................................................................43
I

DECLARAÇÃO

Declaro pela minha honra que esta Monografia é resultado da minha investigação pessoal e das
orientações do meu supervisor, e que o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas na
realização da mesma, estão devidamente mencionadas no texto e na bibliografia final.

Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção
de qualquer grau académico.

Lichinga, aos_____de__________________2021

____________________________________

(Tecla Geraldo Linda)


II

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, Geraldo Linda e Elsa Manuel, pelo incentivo, lições de vida e
exemplos práticos de boa convivência porque o verdadeiro valor do Homem, não está na
capacidade de gerar filhos mas sim na coragem de criá-los, formá-los e moldá-los para o mundo,
dedico aos meus irmãos, Dimbwalemwe, Gertrudes, Justina, Vintan, Denicia e Maninho, pela
compreensão em tempos ausentes na qualidade de família.

A toda minha família no geral


III

AGRADECIMENTOS

À Deus, por estar sempre presente na minha vida e pala força e coragem necessária para que este
sonho se tornasse realidade.

Aos meus supervisores Engº Lourenço João Caunganhae MScLuís Matavela Muloi, pelas
orientações e ensinamentos.

À Universidade Rovuma, Faculdade de Ciências Alimentares e Agrárias-Niassa-Lichinga, aos


meus docentes e funcionários pela contribuição no meu crescimento profissional e pessoal.

Ao IIAM pela disponibilidade da, área experimental para a realização deste trabalho.

A família, pela inestimável amizade fraterna e apoio imprescindível.

Estende-se também aos meus amigos Amiloca, Arsenio e aos meus colegas da turma que juntos
encaramos os desafios no meio das dificuldades para tornar um “sonho real” e a todos aqueles
que directa ou indirectamente ajudaram-me durante a minha formação, meu muito obrigado!
IV

Lista de figuras

Figura 1: Mapa de localização do bairro de Massenger-Lichinga.................................................19


V

Listas de abreviaturas

(*) Significativo
(NS) Não significativo
AL Altura da planta
CIP Centro Internacional da Batata
CV Coeficiente de variação.
FAO Food and Agriculture Orgazation
FV Fonte de variação
GL Grau de liberdade
IIAM Instituto de Investigação Agrária de
Moçambique
INE Instituto Nacional de Estatística

MADER Ministério da Agricultura e Desenvolvimento


Rural
MISAU Ministério de Saúde
NC Número de caule)
NH Número de hastes
SDAE Serviços distritais de actividades económicas
UR Universidade Rovuma
USAID United States Agency for International
Development
VI

Índices de gráficos

Gráfico 1,2 e 3. Dados Meteorologico..........................................................…………………….20


Gráfico 4. Médias dos tratamentos da altura da planta................................................................................ 26
Gráfico 5. Médias dos tratamentos do número de hastes............................................................................. 27
Gráfico 6. Médias dos tratamentos do número de caule.............................................................................. 29
Gráfico 7. Médias dos tratamentos do número de tubérculos comerciais....................................................31
Gráfico 8. Médias dos tratamentos do número de tubérculos não comerciais.............................................32
Gráfico 9.Médias dos tratamentos do número de tubérculos comerciais.....................................................33
Gráfico 10. Médias dos tratamentos do Peso de tubérculos não comerciais................................................35
Gráfico 11.Média dos diferentes tratamentos para o Rendimento...............................................................37
VII

Listas de Tabelas

Tabela 1. Resumo da análise de variância para as variáveis de crescimento. ...............................24


Tabela 2. Resumo da análise de variância para as variáveis de rendimento..................................29
VIII

RESUMO

A Batata reno (Solanum tuberosum L) é originária na América do Sul, Peru (Cordilheiras dos
Andes), sendo o 4° alimento mais consumido no Mundo, depois de Arroz, Trigo e Milho,
(BLACK, 2008). Esta cultura é produzida em nove províncias de Moçambique, com os distritos
de Angónia e Tsangano, na província de Tete, a contribuírem com cerca de 90% da produção
nacional. Com a libertação de novas variedades de batata reno em Moçambique, os produtores
utilizam várias variedades que são resistentes a diversas condições ambientais para a produção.

A adaptabilidade refere-se à capacidade dos genótipos em aproveitarem positivamente o estímulo


do ambiente. O presente trabalho tem como objectivo avaliar a adaptabilidade de clones de batata
reno em comparação com as cultivares mais utilizadas pela cadeia produtiva da batata no planalto
de Lichinga. Em Moçambique esforços estão sendo criados pelo CIP e IIAM na busca da melhor
variedade de batata que tenham boa adaptabilidade e aceitabilidade por parte das comunidades
locais, no entanto, surge a necessidade de testar (8) oito clones (Clone 1 - 398098.70, Clone 2 -
304350.100, Clone 3 - 398208.570,Clone 4 - 398190.59,Clone 5 - 3992797.23,Clone 6 -
398098.99,Clone 7 - 396033.102 e Clone 8 - 398190.605) provenientes de Peru, de modo
averiguar o melhor clone para a produção massiva da mesma.

Entender a adaptabilidade dos clones de batata reno é crucial para maximizar a produtividade e a
qualidade dos cultivos de batata reno.

PALAVRAS-CHAVE: Adaptabilidade, Clone, Variedade, Rendimento e Solanum tuberosum L.


IX

ABSTRACT

The Reno potato (Solanum tuberosum L) originates in South America, Peru (Andes Mountains),
being the 4th most consumed food in the world, after Rice, Wheat and Corn, (Black, 2008). This
crop is produced in nine provinces of Mozambique, with the districts of Angónia and Tsangano,
in the province of Tete, contributing around 90% of national production. With the release of new
varieties of reno potatoes in Mozambique, producers use several varieties that are resistant to
different environmental conditions for production.

Adaptability refers to the ability of genotypes to positively take advantage of environmental


stimuli. The present work aims to evaluate the adaptability of Reno potato clones in comparison
with the cultivars most used by the potato production chain on the Lichinga plateau. In
Mozambique efforts are being created by CIP and IIAM in the search for the best potato variety
that has good adaptability and acceptability by local communities, however, there is a need to test
(8) eight clones (Clone 1 - 398098.70, Clone 2 - 304350.100, Clone 3 - 398208.570, Clone 4 -
398190.59, Clone 5 - 3992797.23, Clone 6 - 398098.99, Clone 7 - 396033.102 and Clone 8 -
398190.605) coming from Peru, in order to investigate the best clone for its massive production.

Understanding the adaptability of reno potato clones is crucial to maximizing the productivity
and quality of reno potato crops.

KEYWORDS: Adaptability, Clone, Variety, Yield and Solanum tuberosum L.


10

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1.1. Generalidades

A presente monografia tem como objectivo Avaliar a adaptabilidade de 8 clones de batata reno
nas condições agro-ecólogicas do planalto de Lichinga, no entanto, sua adaptabilidade a
diferentes condições ambientais é fundamental para garantir o sucesso do cultivo.

A Batata reno (Solanum tuberosum L) é originária na América do Sul, Peru (Cordilheiras dos
Andes), sendo o 4° alimento mais consumido no Mundo, depois de Arroz, Trigo e Milho
(BLACK, 2008).

Segundo FAO (2008), a batata reno foi introduzida na região do Vale do Zambeze, a partir do
Malawi, por volta de século 19 por missionários e colonialistas Europeus, de onde se espalhou
para todo o país através dos produtores locais.

Esta cultura é produzida em nove províncias de Moçambique, com os distritos de Angónia e


Tsangano, na província de Tete, a contribuírem com cerca de 90% da produção nacional. A
província do Niassa, particularmente o planalto de Lichinga é segunda produtora, seguida da
província de Zambézia. Na província de Manica a produção é feita no distrito de Chimoio,
Sussedenga, Barué e Mossurize. Na província de Maputo, a produção é feita nos distritos de
Moamba, Namaacha. Outras províncias que produzem batata incluem Nampula (distrito de
Malema), Inhambane, Gaza e Sofala (distrito de Gorongoza).

A avaliação da adaptabilidade é crucial para selecionar variedades de batata reno que possam
prosperar em diferentes condições ambientais e contextos agrícolas, com ênfase em sua
capacidade de produção e resistência a estresses ambientais.

Com a libertação de novas variedades de batata reno em Moçambique, os produtores


utilizam várias variedades que são resistentes a diversas condições ambientais para a produção,
estas variedades se encontram degeneradas. Actualmente, novas variedades (Carlinga, Lulimile,
Angónia, Kholophete e Chitukuko) foram aprovadas e propagadas pelo Instituto de Investigação
Agrária de Moçambique (IIAM) que apresentam boa adaptabilidade nas zonas frescas do Planalto
de Lichinga e o rendimento médio varia de 20 a 30 ton/ha, para além de tolerância ao míldio,
uma das doenças que tem limitado a produção de batata na época chuvosa.
11

Estruturalmente, o trabalho é constituído em (5) cinco capítulos: capítulo I aspectos


introdutórios, onde aparece a apresentação teórica da caracterização e das razões das pesquisas;
capítulo II, referencial teórico, onde buscamos as bases para a efectivação da pesquisa, capítulo
III, Metodologias da pesquisa onde descrevemos o material e métodos usados na pesquisa,
capítulo IV, apresentação, análise e discussão dos resultados, onde estão apresentados os
resultados obtidos no campo de investigação, capítulo V, conclusões e recomendações onde, na
conclusão se faz a síntese de todo o trabalho e nas recomendações para explicar as possibilidades
de superação do problema. Por último as referências bibliográficas usada na elaboração da
monografia.
12

1.2. Problema

Em Moçambique, existem várias variedades de batata Reno utilizadas pelos produtores, com
mais destaque a Rosita, Rosetta, Hollanda, Ammesthyst, Diamante e Semoc, das quais
apresentam diversos nomes locais. No entanto, estas variedades se encontram degeneradas.
Actualmente, novas variedades (Calinga, Lulimile, Angónia, Kholophete e Chitukuko) foram
aprovadas e propagadas pelo Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) que
apresentam boa adaptabilidade nas zonas frescas do planalto de Lichinga e o rendimento médio
varia de 20 a 30 Ton/ha, para além de tolerância ao míldio, uma das doenças que tem limitado a
produção de batata na época chuvosa. A variedade Calinga é mais produzida no Planalto
Lichinga e é também conhecida como uma variedade de alta produção e produtividade em
comparação com as outras variedades produzidas na região. Mesmo assim, apresenta baixo
rendimento em comparação com outras variedades produzidas no mundo, como as variedades
importadas da África Do Sul, a BP1 e Mondial que os seus rendimentos variam de 30 a 40 ton/ha,
(CAROLINO et al.,2017). Esforços estão sendo criados pelo CIP e IIAM na busca da melhor
variedade de batata que tenham boa adaptabilidade e aceitabilidade por parte das comunidades
locais, no entanto, surge a necessidade de testar oito clones (Clone 1 - 398098.70, Clone 2 -
304350.100, Clone 3 - 398208.570,Clone 4 - 398190.59,Clone 5 - 3992797.23,Clone 6 -
398098.99,Clone 7 - 396033.102 e Clone 8 - 398190.605) provenientes de Peru, de modo
avergoar o melhor clone para a produção massiva da mesma. Diante do cenário surge a seguinte
questão:

Qual dos 8 clones de batata reno se adapta melhor nas condições agro-ecólogicas do planalto
de Lichinga?

1.3. Justificativa

Entender a adaptabilidade dos clones de batata reno é crucial para maximizar a produtividade e a
qualidade dos cultivos de batata. A capacidade de adaptar e seleccionar variedades adequadas
para este tipo de ambiente é essencial para os produtores, contribuindo para a segurança alimentar
e a criação de oportunidades económicas sustentáveis. Isso fornecerá informações valiosas para
produtores, agrónomos e pesquisadores, permitindo a tomada de decisões mais embaçadas no que
diz respeito à selecção de clones viáveis para o cultivo.
13

O presente estudo contribuirá para o conhecimento científico e práticos relacionados à produção


de batata Reno, fornecendo dados confiáveis sobre a adaptação e o desempenho das variedades
nesse ambiente. Os resultados obtidos poderão ser utilizados para melhorar a produtividade e a
rentabilidade das produções.

1.4. Objectivos

1.4.1. Geral

Avaliar a adaptabilidade de 8 clones de batata reno nas condições agro-ecólogicas no


planalto de Lichinga.

1.4.2. Específicos

 Comparar os parâmetros de crescimento (Número de hastes, caules e altura por planta)


 Determinar os parâmetros de rendimento (Número de tubérculos comercias e não
comercias, peso de tubérculos comercias e não comercias e rendimento)
1.5. Hipóteses

 Hipótese nula H0: os diferentes clones testados não se adaptam, as condições agro-
ecólogicas de Lichinga.
 Hipótese alternativa H1: pelo menos um clone responderá melhor a adaptabilidade as
condições agro-ecólogicas de Lichinga
14

CAPÍTULO II: REFERENCIAL TEÓRICO

Nesse capítulo são abordadas as bases teóricas, e a origem de ideias e teorias nas quais a pesquisa
se baseia para dar suporte a mesma.

2.1. Origem e importância

A origem da batata reno (Solanum tuberosum L.), é nativa da América do Sul, Peru e foi
consumida por populações nativas em tempos remotos há mais de 8000 anos.

Segundo Pavek, et al. (2019), A batata Reno desempenha um papel crucial na segurança
alimentar global, proporcionando uma fonte rica em nutrientes e calorias para milhões de pessoas
em todo o mundo. Sua adaptabilidade a uma variedade de condições climáticas e sua capacidade
de cultivo em diversos tipos de solo a tornam uma cultura agrícola valiosa e amplamente
cultivada em várias regiões.

A batata Reno é uma importante fonte de nutrientes na dieta humana, oferecendo uma variedade
de benefícios nutricionais. Rica em carboidratos complexos, vitaminas (como vitamina C e
vitamina B6) e minerais (incluindo potássio e manganês), a batata reno fornece energia
sustentável, fortalece o sistema imunológico e ajuda na regulação da pressão arterial. Além disso,
sua fibra dietética contribui para a saúde digestiva e a regulação dos níveis de açúcar no sangue
(Smith & Johnson, 2020).

2.2. Adaptabilidade

Avaliação da adaptabilidade é definida como o processo de análise e comparação de


características fenotípicas e genéticas de clones de plantas. Essa avaliação permite a identificação
de clones com características úteis como resistência a doenças, pragas, crescimento, a capacidade
de formação de tubérculos e a taxa de produção.

Adaptabilidade é a capacidade de uma planta ou organismo de se ajustar e prosperar em


diferentes ambientes e condições, garantindo sua sobrevivência e sucesso reprodutivo em
diversas circunstâncias,(GARCIA et al, 2020).
15

2.3. Clone

De acordo com WEBBER (1903) um clone é definido como uma população de moléculas,
células ou organismos que se originaram de uma única célula e que são idênticas à célula original
e entre elas.

Os clones correspondem ao conjunto dos descendentes gerados a partir de uma única planta, por
meio de métodos de reprodução assexuada. Quando a semente germina e se estabelece, poderá
tornar-se uma futura variedade devido à alta heterozigose dessa espécie. Essa nova variedade
poderá ser superior ou inferior em relação aos seus genitores. As características superiores em
relação aos pais, em geral, estão relacionadas à resistência às doenças, aumento da produtividade,
da capacidade de armazenamento e melhoria da qualidade de fritura (ICB, 2018)

2.4. Descrição botânica da cultura da batata reno

Segundo PERREIRA et al. (2003), a batata é uma planta dicotiledónea, pertencente a família
Solanaceae, género Solanum, na qual contém mais de 2000 espécies, das quais mais de 150
produtoras de tubérculos. Cerca de 200 espécies silvestres de batata e 20 cultivadas são
conhecidas, embora se acredite que existem muitas silvestres que, mesmo sendo espécies
tuberíferas, nem sempre formam tubérculos.

2.4.1. Tubérculo-semente

O tubérculo-semente é o principal insumo e, talvez, aquele de maior custo relativo, mas também
fundamental para o bom rendimento e retorno financeiro da cultura. O plantio do tubérculo
semente de qualidade inferior pode vir a comprometer uma safra, mesmo que todas as outras
condições sejam altamente favoráveis ao cultivo, portanto a utilização do tubérculo-semente com
boa sanidade, estado fisiológico e brotação adequada, são fundamentais para o sucesso da cultura
(FUROMOTO, 2010)

2.4.2. Raiz, caule e folhas

De acordo com LOVATO (2012), a raiz da batata reno se origina a partir de gemas subterrâneas e
surge entre o tubérculo-semente na superfície de solo. Apresenta um rápido crescimento nos
primeiros estágios de desenvolvimento da planta até o momento que começa a formação de
16

tubérculos. O sistema radicular é fibroso, ramificado estende-se mais superficialmente, podendo


penetrar até 80 centímetros de comprimento.

Para LETZENBERGUER (2005), o caule da batata reno tem duas partes (uma aérea e a outra
subterrânea). A parte aérea é herbácea, com altura que varia de 30 a 90 cm e, a altura da batata
reno depende das condições ambientais (precipitação, humidade relativa, fertilidade de solos e
variedade) podendo variar de 40 a 70cm.

O maior número de hastes ou maior número de folhas da batata reno proporciona maior número
de foto assimilados que são translocados para o crescimento da cultura subsequente maior será
altura. A planta da batata reno é constituída por folhas compostas, formadas por folíolos
irregulares, alguns profundamente recortados, em número e tamanho variáveis, de acordo com a
variedade e até mesmo com as condições de crescimento (PEREIRA, 2003).

2.4.3 Inflorescência e flores

A inflorescência é do tipo cimeiro. As flores são hermafroditas e se localizam na extremidade


superior do caule. Podem ser de coloração branca, rosada ou arroxeada e possuem as quatro
partes essenciais de uma flor: cálice, corola, androceu (estames) e gineceu (pistilo). O cálice, em
geral de cor verde, piloso e persistente, possui cinco sépalas que se unem na base em forma de
sino de baixo da corola (EMPRABA, 2016).

2.5. Pragas e doenças

A cultura apresenta registo de número considerável de doenças, das quais algumas são de
purificação e propagação rápidas pois reduzem de forma drástica o rendimento da cultura.

As pragas mais importantes registadas nessa cultura são: besouro de colorado da batata, os
afídeos e as cigarras. As principais doenças são míldio tardio, a podridão anelar bacteriana, a
murcha do fusarium, também os que podem causar danos na produção de batata são os rematados
e os vírus (TANZO, 2005)

2.6. Produção da batata reno em Moçambique

Em Moçambique a batata reno é produzida em todas regiões (norte, centro e sul),


maioritariamente em pequenas explorações que cobrem uma área de 26 136 ha em todo território
nacional, com destaque para as províncias da Tete com 22 950 ha, Niassa com 1 168 ha,
17

Zambézia com 628 ha, Maputo Província 528 ha, Gaza com 318 ha, Nampula com 251 ha e
Manica com 140 ha respectivamente (MADER, 2020).

A batata reno é considerada a terceira espécie mais importante entre as batatas em Moçambique.
O País produz, por ano, mais de cem mil toneladas (FAO, 2013).

Em Moçambique, o cultivo da batata é feito em duas épocas, uma no sequeiro e a outra em


regadio (nas baixas ou horta). Nos meses de Novembro a Março, tendo em conta a humidade do
solo. Em regadio a sementeira vai de Maio a Agosto, em que a semente utilizada é geralmente
local (MARTINHO et al., 2006).

2.7. Caracterização das variedades mais adoptadas em Moçambique

As variedades de batata reno mais utilizadas desde a introdução da cultura em Moçambique


foram desenvolvidas na Europa e seleccionadas para as características climáticas do continente.
Por tanto o clima de Moçambique varia de tropical e subtropical, por isso o clima é quente com
solos com fertilidade baixa (USAID, 2018). Em Moçambique, a batata reno é produzida em
grandes quantidades nas províncias de Tete, Niassa, Nampula, Zambézia e Manica, com as
seguintes variedades: Rosita, Rosetta, Hollanda, Ammesthyst, Diamante, Semoc, Angónia,
Calinga, Chitukuku, Kholophethe, Laldas, WaKaya e Lulimile. Essa variedade tem tolerância em
zonas frias, são tolerantes a míldio, a doença que é muito limitante na época chuvosa para a
produção de batata, o seu rendimento em Lichinga ronda entre 20 a 30ton (NHATE, 2008).

2.8. Caracterização de novas variedades e clones experimentais

De acordo com MARTINHO et al, (2011), foram libertadas 7 novas variedades de batata reno,
pelo o IIAM-Centro Zonal Noroeste, com as seguintes características:

a) Angónia

Esta variedade apresentam um ciclo de vida que varia entre 3 a 4 meses, de cor branca e creme,
de tamanho grande, com o formato redondo, boa para a mesa e para fabrico de chips, que é
produzido ambientes frescos com um rendimento médio de mais de 29 toneladas/há

b) Calinga

Esta variedade apresentam um ciclo de vida que varia entre 3 a 4 meses, de cor branca, de tama-
18

nho grande,com o formato redondo, boa para a mesa, resistente ao míldio e tem um bom
armazenamento, podendo ser cultivado em ambientes frescos com um rendimento médio de
mais de 19 toneladas/há.

c) Chitukuku

Esta variedade apresentam um ciclo de vida que varia entre 3 a 4 meses, de cor vermelha de
polpa creme de tamanho grande, com o formato oval, boa para mesa e chips resistente ao míldio e
tem um bom armazenamento, podendo ser cultivado em ambientes frescos com um rendimento
médio de mais de 14 toneladas/há.

d) Kholophethe

Esta variedade apresenta um ciclo de vida até 4 meses, de cor branca de polpa amarela de
tamanho grande, com o formato oval, boa para mesa e chips resistente ao míldio e tem um bom
armazenamento, podendo ser cultivado em ambientes frescos com um rendimento médio de mais
de 17 toneladas/há.

e) Laldas

Esta variedade apresentam um ciclo de vida que varia entre 3 a 4 meses, de cor branca de polpa
branca de tamanho muito grande, com o formato oblongo, boa para mesa e chips, podendo ser
cultivado em ambientes frescos com um rendimento médio de mais de 17 toneladas/há.

f) WaKaya

Esta variedade apresenta um ciclo de vida que varia entre 3 a 4 meses, de cor branca de polpa
branca de tamanho muito grande, com o formato oval, boa para mesa e chips, podendo ser
cultivado em ambientes frescos com um rendimento médio de mais de 18 toneladas/há

g) Lulimile

Esta variedade apresenta um ciclo de vida de 3 a 4 meses, de cor branca de polpa creme de
tamanho grande, com o formato oval, boa para mesa e chips, podendo ser cultivado em ambientes
frescos com um rendimento médio de mais de 17 toneladas/há.
19

CAPÍTULO III: METODOLOGIA

Nesse capítulo são abordadas as classificações que caracterizam esta pesquisa, bem como os
procedimentos metodológicos utilizados para a execução da mesma

3.1. Descrição da área de estudo

O ensaio foi realizado na cidade Lichinga no bairro de Massenger, nos campos de produção do
Senhor Tivane, que se localiza no extremo norte do Município de Lichinga na berma da estrada
nacional nº 361. Na província do Niassa ela encontra se no planalto, entre 13º 1425.8"S latitude
norte e 35º 13´14.7"E - longitude este.

Figura 1: Mapa de localização do bairro de Massenger-Lichinga.


3.2. Características climáticas

A temperatura varia pouco nesta área, sendo mais quente em Setembro /Outubro, com uma média
diária de 21,5°C e mais frio em Julho com uma média diária de 15,7°C. A humidade relativa é
alta nos meses de Janeiro e Fevereiro atingindo 85% e a baixa em Agosto/Outubro (MAE, 2017).

Os dados climáticos da região, durante o período do experimento (Agosto a Dezembro de 2023),


foram colectados na estação climatológica composta por termómetros e pluviómetro, sendo a
colecta feita diariamente. Os dados climáticos colectados encontram-se ilustrados nos gráficos 1,
2 e 3.
20

Gráfico 1, 2 e 3. Dados Meteorologico: Temperaturas médias mensais (ºC), Humidade relativa


(%) e Precipitação médias (%), durante o período de Agosto a Dezembro de 2023 do IIAM-
Lichinga.

80 18

70 16

60 14
12
50
10
40
8
30
6
20 4
10 2
0 0
Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

Temp.Media HR.Media Preci.Media

Fonte: AUTORA (2023)

3.2.1. Hidrologia

O balanço hídrico do planalto de Lichinga apresenta um valor médio anual da precipitação


superior a 1200 mm podendo exceder este valor e atingir os 1400 mm de chuva. É caracterizada
pela ocorrência de solos argilosos vermelhos das zonas planálticas, embora possam ainda
aparecer associados a solos ferralíticos de cores alaranjadas, amarelas e cinzenta dependendo da
sua posição do terreno. As deficiências hídricas são geralmente baixas (um a três meses) e a
evapotranspiração potencial é igual ou inferior a 1300 mm. Compreende as terras altas, acima dos
1000 metros de altitude onde se encontram as zonas altiplanalticas e montanhosas com destaque
para o planalto de Lichinga, (MAE, 2017).

3.2.2. Solo

O solo da área em que o experimento foi conduzido, é solo argiloso vermelho. estes que são solos
profundos, de boa drenagem e de matéria orgânica entre baixa a moderada. As suas limitações
agro-ecólogicas são a fixação de fósforos e a baixa fertilidade. Nas formações geológicas com
predomínio de superfícies montanhosas, ondulações superiores a 30% e zonas erosionadas
21

ocorrem solos líticos (leptossolos, solos franco-arenosos, castanhos e pouco profundos (0-30 cm),
possuem uma drenagem excessiva e matéria orgânica entre baixa a moderada. As suas principais
limitações são a pouca profundidade e o risco maior de erosão (CAOMBA, 2018).

3.3. Materiais

Para a montagem e a implementação do ensaio foi extremamente necessário o uso dos seguintes
materiais:

 Sementes certificadas (Batata-semente): Foram usadas para a produção de novas plantas;


 Adubos (N-P-K e Ureia): foi usado no solo para suprir a demanda nutricional das plantas;
 Estacas: foram usadas na demarcação do campo e entre tratamentos;
 Régua graduada (1metro): Foi usada para medir a altura das plantas;
 Tractor: Foi usado para a limpeza, lavoura e gradagem do solo;
 Etiquetas: Foram usadas para identificar clones em cada tratamento;
 Enxadas: Usadas na colheita, na remoção da batata reno no campo de produção;
 Catanas: Foi usada para cortar arbustos, servindo como estacas;
 Planilha: Foi usada para a recolha e armazenamento de dados;
 Sacos plásticos: Foram usados para colocar batata, para posteriormente ser pesada;
 Balança: Foi usada para medir a massa da batata colhida;
 Moto-bomba: Foi usada para extrair água na represa, para irrigação das plantas;
 Cestos: foram usadas para transportar e armazenamento da batata.

3.4. Métodos

3.4.1. Delineamento experimental

Para o ensaio, usou-se o delineamento de Blocos Completos Casualizados (DBCC). A área total
do ensaio foi de 426.69 m2, com (3) blocos, 9 tratamentos e 3 repetições. Cada tratamento teve 4
linhas das quais 2 uteis e 2 bordaduras. cada linha com 10 covachos, que corresponde na
totalidade 40 plantas por tratamento, perfazendo assim 120 plantas por tratamento e 20 uteis por
cada bloco. Todo o experimento foram semeados 1320 tubérculos. Para o presente estudo foi
aplicado em campo o compasso de 90 cm × 30 cm.
22

3.4.2. Tratamentos

Os tratamentos usados no ensaio consistiram em 8 clones de batata reno e uma variedade local
que serviu de tratamento controlo no ensaio de adaptabilidade, para determinação dos clones
como tratamento submeteu-se a uma atribuição aleatória aos clones, (Anexo 1).

3.4.3. Condução do ensaio

O ensaio foi instalado numa área de 12.96 metros de largura e 33 metros de comprimento
totalizando 426.69 m2.

3.4.4. Colecta de Dados

Foram colectadas 10 plantas de cada tratamento com auxílio de ferramentas manuais,


seleccionadas e colocadas em sacos plásticos devidamente identificados e fechados. Ao final da
colecta, as amostras foram contadas e pesadas.

3.5. Preparo da área

Para a preparação do terreno, usou-se tractor para fazer duas lavouras mecânicas e duas
gradagem. A pois a gradagem ser feita, foi feita também a arrumação dos camalhões e abertura
de sulcos (com 15 cm de profundidade).

3.5.1. Adubação

No ensaio foram efectuadas duas adubações sendo a 1ª de fundo, que consistiu em colocar o
adubo NPK, nos seus respectivos talhões e envolve-lo com o solo antes da sementeira.

A 2ª adubação que foi de cobertura, que consistiu em colocar o adubo por cima dos camalhões,
isto depois da sementeira. A adubação foi feita com Ureia.

3.5.2. Sementeira

A sementeira foi feita com base em cordas para uniformizar as linhas e estacas graduadas para
uniformizar o compasso entre as plantas e linhas, para cada covacho foi lançado um (1)
tubérculo-semente.
23

3.5.3. Sacha e Amontoa

A sacha compreende em eliminar as ervas daninhas existentes no campo de modo a diminuir a


competição com a cultura em termos de nutrientes, luz solar e água.

Amontoa consistiu em formar uma espécie de camalhões por volta das plantas de modo a criar
condições do bom desenvolvimento dos tubérculos e evitar que eles fiquem expostos a radiação
solar.

3.5.4. Rega

Consistiu em fornecer agua para as plantas de forma regular para suprir as suas necessidades
hídricas, a irrigação foi feita 3 vezes por semana ou quando necessário até a saturação dos solos.

3.5.5. Pulverização

O controle fitossanitário foi feito por meio de aplicação do fungicida denominado Rodimil e para
o maneio de insetos praga foi feita aplicação do insecticida Lambda.

3.5.6. Colheita

A colheita foi feita meses após a sementeira, com ajuda de uma enxada. Foram colectados para
avaliação apenas os tubérculos oriundos dos 8 clones e 1 testemunho da linha destinada à
avaliação de produtividade. Tomaram-se, então, a quantidade de tubérculos total, comercias e não
comercias, e peso de tubérculos comercias e não comercias.

3.6. Análise de dados

Os dados do presente estudo serão organizados no Microsoft Excel 2010, em seguida, importados
para o pacote estatístico Rstudio versão 4.0.5 para análise de variância (ANOVA) e o teste de
Tukey para a comparação das médias a 5% de significância, e para a normalidade dos resíduos
recorrendo ao teste de Shapiro-Wilk. Como forma de analisar a relação dependente entre as
variáveis submeter-se-á ao teste de correlação de Pearson.
24

CAPÍTULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo são apresentados os resultados do estudo conforme os objetivos propostos.


Inicialmente são apresentados os dados que se referem à parâmetros de crescimento, na
sequência, os resultados das amostras de altura da planta, numero de hastes e numero de caule,
seguidamente com os parâmetros de rendimento, numero de tubérculos comerciais, numero de
tubérculos não comerciais, peso de tubérculos comerciais, peso de tubérculos não comerciais e
rendimento.

4.1. Parâmetros de crescimento

Tabela 1: Resumo da análise de variância para as variáveis de crescimento. .

Análise de Variância (ANOVA)


FV GL Quadrados médios das Variáveis
Altura da Planta N-° Hastes N-° Caule
Tratamentos 8 227.223 0.76454 0.61750
Bloco 2 21.905 0.29148 1.06778
Resíduo 16 20.797 0.41440 0.46903
Total 26
Shapiro-Wilk à 5% (p-Valor) 0.2503608 * 0.4328058 * 0.5039615*
p-Valor para tratamentos 0.00003* 0.14141 NS 0.30351NS
P-Valor para blocos 0.37178NS 0.50958NS 0.13487NS
CV = 17.56 % 42.81 % 38.77 %
Onde: FV – Fonte de variação, GL – grau de liberdade, (*) significativo e (NS) Não significativo
a 5% de probabilidade pelo teste F; AP - (altura da planta), NH - (número de hastes), NC -
(número de caule). CV – Coeficiente de variação.

Segundo a tabela de análise de variância, os resultados mostram que, para as variáveis número de
hastes e número de caules, o P-valor é maior que o nível de significância de 5%. Isso significa
que as diferentes variedades ou clones de batata Reno não são diferentes entre si em termos de
crescimento, ou seja, o factor clones de batata Reno não tem um efeito significativo sobre o
número de caules e hastes na região do planalto de Lichinga.
25

Por outro lado, a altura da planta apresentou um P-valor menor que o nível de significância de
5%. Isso indica que as variedades ou clones de batata Reno diferem em termos de altura das
plantas, de acordo com o teste F.

Quanto ao factor bloco, o P-valor também é maior que o nível de significância de 5%, sugerindo
que os blocos não têm um efeito significativo sobre as variedades de crescimento.

Em relação ao coeficiente de variação (CV), os resultados indicam que o CV das variáveis


numero de hastes e numero de caule foi de 42.81 e 38.77 % respectivamente, é classificado
como muito alto, e isso significa que a precisão do experimento é muito baixa para as variáveis
em questão. Encontra partida o CV da altura da planta foi de 17.56 %, e é classificado como
médio e isso significa que a precisão do experimento também é media.

4.1.1. Altura da planta

Segundo BEKELE (2018), no seu estudo que tem como tema Estudo de adaptabilidade de
variedades melhoradas de batata (Solanum tuberosum L.), a altura máxima das plantas foi
registrada com a media de 83,6 cm, Por outro lado, a menor altura de planta foi registrada com a
media de 52,8 cm. Este resultado está de acordo com os achados de SEIFU e BITEWULIGN
(2017) e AREGA et al (2017) onde foi observada maior altura de planta para as variedades,
respectivamente.

Referente aos resultados a cima citados não vão de acordo com os resultados obtidos no presente
estudo, em que para o parâmetro que expressa a altura das plantas, o clones (398190.605), teve a
maior média de 38,9 cm e o clone (398208.570), com a menor média de 12,5cm.

Segundo SANTI (2020) avaliando o efeito de diferentes fontes de adubação nitrogenada na


cultura de batata reno observou que a maior altura foi registada na adubação com NPK (24.85
cm). Resultados diferentes também foram obtidos por TAIZ et al. (2017), o fornecimento
insuficiente de nutrientes às plantas pode provocar distúrbios fisiológicos ocasionando reduções
nas taxas fotossintéticas, podendo até mesmo prejudicar seu desenvolvimento.

De acordo com os resultados do teste de Tukey, observou-se que os tratamentos T8 (398190.605)


e T9 (Calinga) tiveram a maior média e estatisticamente estes não diferem dos tratamentos
(variedades) T4 (398190.59), T5 (3992797.23), T6 (398098.99) e T7 (396033.102)
26

respectivamente, em relação a altura das plantas, a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey, e


diferem dos tratamentos T1 (398098.70), T2 (304350.100), e T3 (398208.570), que tiveram a
menor média e estes estatisticamente não diferem entre si excepto o T3 (398208.570) que teve
menor media. Conforme o gráfico abaixo:

Gráfico 4: Médias dos tratamentos da altura da planta

Onde: As médias seguidas pelas letras mínuscula estatisticamente não diferem entre si pelo teste
de Tukey a 5% de significância.

4.1.2. Número de hastes

Segundo SIMÕES (2015), no seu estudo da adptabilidade de 7 clones e 3 testemunhos de batata


reno constatou que os dados colhidos durante o ensaio, em relação ao parâmetro que expressa o
numero de hastes, a maior médio de haste por talhão verificou-se no tratamento (Rosita) que
obteve em média 53 hastes por talhão de plantas úteis, sendo que o Tratamento clone 5 teve a
menor média de haste por talhão, correspondendo a 26 haste para o tratamento.

Segundo BEKELE (2018), no seu estudo com o tema Estudo de adaptabilidade de variedades
melhoradas de batata (Solanum tuberosum L.), onde o estududo compreendeu 9 variedades de
27

batata reno, o menor número de haste com a media 3,4, e o maior numero médio de haste foi de
6,53.

Segundo ALFREDO (2021), constatou que houve diferenças significativas a uma probabilidade
de 5% pelo teste de Scottknot (1974), onde verifica-se que o número de hastes varia em função
da variedade Lulimile as maiores médias foram observadas na mesma variedade.

Segundo ALVES et all (2010), dizem que a o número médio de hastes tem variações notórias,
dependendo do tipo de material que se usa em tubérculo esta ronda em 5 hastes, onde nos
mesmos tubérculos há grande variação dependendo do tamanho do mesmo.

De acordo com os resultados do presente estudo, não se assemelham aos resultados a cima
citados, para o parâmetro que expressa o número de hastes o clone (398098.99), teve a maior
média, sendo que o Tratamento (304350.100) teve o menor número médio de haste, para o
tratamento, como ilustra o gráfico 5 estatisticamente não se diferem dos outros clones. Estes
resultados obtidos no presente estudo, o menor número de hastes nos clones testados poderia ser
influênciado deve-se a morte de algumas plantas, fraca absorção de nutrientes, fraca adubação,
tipo de solo, genetica da cultura, fertilidade do solo, disponibilidade de água e maneio do solo.

Gráfico 5: Médias dos tratamentos do número de hastes.

Onde: As médias seguidas pela mesma letra mínuscula estatisticamente não diferem entre si pelo
teste de Tukey a 5% de significância.
28

4.1.3.Número de caule

Segundo BEKELE (2018), no seu estudo com o tema Estudo de adaptabilidade de variedades
melhoradas de batata (Solanum tuberosum L.), a variedade Jalanie possui maior número de caule
com a média de 6,53 e este valor foi estatisticamente semelhante aos números de caule obtidos de
Gudanie 5,8.

Estes resultados comparativamente aos do presente estudo não vão de acordo com forme ilustra a
o gráfico 6. A produção de maior número de caules por cova provavelmente se deve ao maior
número de brotos observados no plantio, o que pode ter resultado de seu potêncial genético para
capacidade de brotação. Por outro lado a produção de menor número de caule pode ocorrer por
meio de diversos factores o tipo de variedade usada para a clonagem (variedade mae), a genetica,
o tempo de formacao, e a intensidade de maturacao.

Segundo ALFREDO (2021), encontrou resultados diferentes e afirmou que no geral a interacção
entre as concentrações e as variedades apresentaram diferenças significativas a uma
probabilidade de 5% pelo teste de Scott-knot (1974), onde observou-se que a variedade
Kholophethe em todas as concentração apresentou maiores medias excepto na concentração mais
elevada que é de 40g/l e a variedade Laldas todas as concentrações apresentaram medias elevadas
excepto na concentração mais baixa que é de 25g/l, mas não menos importante destacar que a
variedade Lulimile apresentou médias elevada na concentração 30g/l isso quanto ao comprimento
do caule. Estes resultados diferem do presente estudo.

Segundo FLORES et all (2014), revelou que para o melhor desempenho do diâmetro do Caule é
necessário ter um bom material de propagação deve ser melhor e que sejam favoráveis a cultura
em produção.

De acordo com os resultados do teste de Tukey, observou-se que os tratamentos T7 (396033.102)


e T9 ( Calinga) tiveram a maior media e estatisticamente estes não diferem dos tratamentos
(variedades) T1 (398098.70), T2 (304350.100), T3 (398208.570), T4 (398190.59), T5
(3992797.23), T6 (398098.99) e T8 (398190.605) respectivamente, em relação ao número de
caule, a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. Conforme o gráfico abaixo:
29

Gráfico 6: Médias dos tratamentos do número de caule

Onde: As médias seguidas pela mesma letra mínuscula estatisticamente não diferem entre si pelo
teste de Tukey a 5% de significância.

4.2. Parâmetros de rendimento

Tabla 1. Resumo da análise de variância para as variáveis de rendimento

Analise de Variância (ANOVA)


Quadrados médios das variáveis
FV GL
NTC NTNC PTC PTNC RDH
Tratamentos 8 1.4159 7.6943 0.01717 0.002247 0.040117
Bloco 2 1.1748 1.1248 0.01177 0.000454 0.022355
Resíduo 16 0.6469 4.3123 0.01509 0.001269 0.020963
Total 26
Shapiro-Wilk à 5% (p- 0.7767586* 0.8344387 0.1662 0.7449502 0.2379648
Valor) * *
p-Valor para tratamentos 0.086786 NS 0.15432 NS 0.391NS 0.15718 NS 0.12812NS
P-Valor para blocos 0.1946 0.774 0.4755 0.687 0.36748
CV = 59.66 % 44.01 % 48 % 48.38 % 21.92 %
30

Onde: FV – Fonte de variação, GL – grau de liberdade, (*) significativo e (NS) Não significativo a
5% de probabilidade pelo teste F; CV – Coeficiente de variação.

De acordo com a tabela acima da analise de variância, os resultados indicam que em relação as
variáveis número de tubérculos comerciais (NTC), número de tubérculos não comerciais
(NTNC), Peso de tubérculos comerciais (PTC), Peso de tubérculos não comerciais (PTNC) e
Rendimento (RDH), o P-valor é maior que o nível de significância de 5%, e pode se afirmar que
as variedades ou clones de batata reno não diferem entre se em relação as variáveis de
rendimento ou seja, o factor clones de batata reno (tratamentos) tem um efeito não significativo
sobre o NTC, NTNC, PTC, PTNC e RDH em relação a sua adaptabilidade no planalto de
Lichinga.

Em relação ao coeficiente de variação (CV), os resultados indicam que o CV das variáveis NTC,
NTNC, PTC, PTNC e RDH foi de 59.66 %, 44.01 %, 48 %, 48.38% e 21.92 % respectivamente,
é classificado como muito alto, e isso significa que a precisão do experimento é muito baixa para
as variáveis em questão.

4.2.1. Número de tubérculos comerciais

Segundo SIMÕES (2015), no seu estudo, para o parametro número de tubérculos comerciais
mostraram uma grande diferença significativa entre os tratamentos. De acordo com o somatório
de tubérculos comercializáveis colhidos em todos os talhões de cada tratamento pode se observar
que o tratamento T4, foi o que teve o maior número de tubérculos comerciais. Comparativamente
aos resultados obtidos no presente estudo, estes resultados diferem do presente estudo. A aparente
variação pode ser devida à diferença no potencial genético entre as variedades de batata. Este
facto explica-se pelo facto que durante a pequisa houve algumas pragas biológicas fisiológicos,
físicos e químicos, os quais são determinados pelas condições ambientais (clima, solo e água) e
por factores genéticos da semente que contribuíram para a redução da produtividade.

De acordo com AMALIYYAH (2021), demostrou que os tuberculos comerciais responderam de


maneira positiva e directamente proporcional às doses de NPK testadas. A média máxima de
tuberculos merciais por plantas alcançadas foi de 4.3, e a menor média observada foi de 3.4 sem a
aplicação de fertilizante.
31

Os resultados a cima citados diferem dos obtidos no presente estudo, onde a maior media e de
2,66 e a menor media e de 0,6 com forme mostra o gráfico 7.

De acordo com os resultados do teste de Tukey, observou-se que os tratamentos T6 (398098.99) e


T9 (Calinga) tiveram a maior media e estatisticamente estes não diferem dos tratamentos
(variedades) T1 (398098.70), T2 (304350.100), T3 (398208.570), T4 (398190.59), T5
(3992797.23), T7 (396033.102) e T8 (398190.605) respectivamente, em relação ao Numero de
tubérculos comerciais, a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. Conforme o gráfico abaixo:

Gráfico 7: Médias dos tratamentos do número de tubérculos comerciais

Onde: As médias seguidas pela mesma letra mínuscula estatisticamente não diferem entre si pelo
teste de Tukey a 5% de significância.

4.2.2. Número de tubérculos não comerciais

O rendimento da batata reno depende de muitos factores, incluindo a condição da semente, época
de plantio, período entre a plantação e emergência, percentagem de emergência, número de
caules por planta, desenvolvimento foliar, estádio de crescimento dos tubérculos e sua maturação,
reacção vegetativa com as extremas condições da temperatura, doenças e ataques de pragas
(BAEUKEMA E VAN DER ZAAG, 1990).

Segundo PLACIDE et al (2022). Na pesquisa que tem como tema Desempenho produtivo,
adaptabilidade e qualidades de processamento de clones de batata pré-liberados sob diferentes
32

agroecologias, no parametro que espresa (NTNC), na produtividade de tubérculos não


comercializáveis os resultados não foram significativos em que a maior media foi de 84 e a
menor foi de 34. A variação na composição genética dos genótipos testados e a variação nas
características dos solos e nutrientes, Os genótipos de culturas possuem diferentes capacidades de
absorver e utilizar dos nutrientes disponíveis no solo.

Estes resultados não vão de acordo com os do presente estudo, com forme mostra o gráfico 8.

Segundo SIMÕES (2015), Para o número de tubérculos não comercialização o tratamento


(Rosita) foi o tratamento que apresentou maior número de tubérculos não comerciais e o
tratamento T2 foi o que teve menor número de tubérculos não comerciais.

De acordo com os resultados do teste de Tukey, observou-se que os tratamentos T8 (398190.605)


e T9(Calinga) tiveram a maior media e estatisticamente estes não diferem dos tratamentos
(variedades) T1 (398098.70), T2(304350.100), T3(398208.570), T4(398190.59),
T5(3992797.23), T6(398198.99) e T7(396033.102) respectivamente,em relação ao número de
tubérculos não comerciais, a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. Conforme a gráfico
abaixo:

Gráfico 2: Médias dos tratamentos do número de tubérculos não comerciais.

Onde: As médias seguidas pela mesma letra mínuscula estatisticamente não diferem entre si pelo
teste de Tukey a 5% de significância.
33

4.2.3. Peso de tubérculos comerciais

Resultados diferentes foram encontrados por SIMÕES (2015), afirma que o peso de tubérculos
comercializáveis mostraram uma grande diferença significativa entre os tratamentos. De acordo
com o somatório de tubérculos comercializáveis colhidos em todos os talhões de cada tratamento
pode se observar que o tratamento T4, foi o que teve o maior número de tubérculos
comercializáveis. tubérculos seguido do tratamento.

Segundo BEKELE (2018). Estudo de adaptabilidade de variedades melhoradas de batata


(Solanum tuberosum L.), Afirma que nas batatas, o peso dos tubérculos tem um papel importante
no rendimento. A produção de maior número de hastes por cova em variedade 1 provavelmente
se deveu ao maior número de brotos observados em variedade 2 no plantio, o que pode ter
resultado de seu potencial genético para capacidade de brotação. Este resultado está em linha no
presente estudo, o peso médio máximo do tubérculo foi registrado para a variedade Belete 79,53
g. No entanto, a variedade 3 apresentou menor peso médio de tubérculo 39,42 g. Estes resultados
nao vao de acordo com os obtidos neste estudo com forme mostra o grafico acima. A variação
pode ser atribuída à variação genética inerente ao tubérculo

De acordo com os resultados do teste de Tukey, observou-se que o tratamento T1(398098.70)


teve a maior media e estatisticamente não diferem dos tratamentos (variedades) T2(304350.100),
T3(398208.570), T4(398190.59), T5(3992797.23), T6(398098.99), T7(396033.102),
T8(398190.605) e T9(Calinga) respectivamente, em relação ao Peso de tubérculos comerciais a
5% de probabilidade pelo teste de Tukey. Conforme a figura abaixo:
34

Gráfico 9: Médias dos tratamentos do número de tubérculos comerciais.

Onde: As médias seguidas pela mesma letra mínuscula estatisticamente não diferem entre si pelo
teste de Tukey a 5% de significância.

4.2.4. Peso de tubérculos não comerciais

De acordo com SIMÕES (2015), Referente ao peso de tubérculos não comerciais, verificou-se
que o tratamento T4 foi o que obteve maior peso de tubérculos na sua media e o tratamento T7
foi o que obteve o menor peso de tubérculos não comerciais.

Comparactivamente aos resultados obtidos no presente estudos, estes não vão de acordo com os
resultados achadod no presente estudo.

Segundo BEKELE (2018). Estudo de adaptabilidade de variedades melhoradas de batata


(Solanum tuberosum L.), O maior rendimento não comercializável foi de 6,65 No entanto, o
menor rendimento não comercializável foi de 0,98 para as variedades testas. Estes resultados não
vao de acordo com os resultados encontrados neste estudo. Estes resultados não vao de acordo
com os resultados encontrados neste estudo.

De acordo com os resultados do teste de Tukey, observou-se que os tratamentos T5(3992797.23),


T8(398190.605) e T9(Calinga) tiveram a maior media e estatisticamente estes não diferem dos
tratamentos (variedades) T1(398098.70), T2(304350.100), T3(398208.570), T4(398190.59),
35

T6(398098.99) e T7(396033.102) respectivamente, em relação ao Numero de tubérculos não


comerciais, a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. Conforme o gráfico abaixo:

Gráfico 10: Médias dos tratamentos do Peso de tubérculos não comerciais.

Onde: As médias seguidas pela mesma letra mínuscula estatisticamente não diferem entre si pelo
teste de Tukey a 5% de significância.

4.2.5. Rendimento

Segundo KARA et al (2018), no seu estudo com o tema: Interação genótipo × ambiente e
análises de estabilidade para características de rendimento e qualidade de batata promissora
(Solanum tuberosum), Paralelamente a este estudo, onde a variavel rendimento dos 13 clones de
batata apresentaram níveis de rendimento maior. Esses clones foram significativamente
superiores à cultivar controle, cujo rendimento foi menor e outros clones de batata. Estes
resultados não vao de acordo com os resultados encontrados neste estudo.

Segundo SIMÕES (2015), no seu estudo da adptabilidade de 7 clones e 3 testemunhos de batata


reno constatou que os dados colhidos durante todo o ensaio, em relação ao parâmetro que
expressa o rendimento, verificou que dos 7 clones testados somente 4 clone é que obteveram o
melhor rendimento produtivo em todo ensaio com uma média de 12.6, 17.6, 21.7, 25.2 Ton/há.
Estes resultsdos nao vao de acordo com os do presente estudo em que para o rendimento a media
36

foi de 0,597 Para o clone (304350.100), e 0,729 Para o clone (398098.99), e para a variedade
(Calinga) o rendimento foi de 0,598. Em comparação com os outros clones.

Segundo BEKELE (2018). Estudo de adaptabilidade de variedades melhoradas de batata


(Solanum tuberosum L.), O estududo compreendeu 9 variedades de batata reno, considerando o
potencial produtivo e a tolerância a doenças, 2 variedades obtiveram maior media na variavel
rendimento. Estes resultados nao vao de acordo com os obtidos nopresente estudo.

Segundo ANGWENYI et al, (2016), No estdo da Adaptabilidade e estabilidade da batata


(Solanum Tuberosum. L), Este estudo avaliou a adaptabilidade e estabilidade de vinte e três
clones e um testemunha de batata de mesa e de processamento. Onde para o parametro
rendimento, Alguns clones mantiveram rendimentos estáveis, enquanto outros tiveram grandes
flutuações de rendimento. Isto é, 1 clone do tipo Tabela apresentou rendimento médio superior
em todos os ambientes em comparação com os outros genótipos de teste e as verificações, mas
eram instáveis. Estes resultadodos nao vao de acordo com os resultados obtidos no presente
estudo, com forme ilustra o grafico a cima que para o remdimento os clones (304350.100),
(398098.99) e a variedade (Calinga) apresentaram maiores resultados em comparacao aos outros
clones.

Segundo HEGNEY, et al, (1990), afirmam que a qualidade da semente, origem e fisiologia tem
uma influência no rendimento e na qualidade do tubérculo. Generalizando, sementes saudáveis
dão altos rendimentos e tubérculos com altas gravidades específicas.

Com base nos resultados obtidos, destaca-se que os tratamentos ou clones T2(304350.100),
T6(398098.99) e T9(Calinga) demonstraram maior rendimento na produção e adaptabilidade em
comparação aos demais clones ou tratamentos T1(398098.70), T3(398208.570), T4(398190.59),
T5(3992797.23) e T8(398190.605), que apresentaram rendimentos inferiores dos clones de batata
reno. Essa observação foi realizada sob as condições agroecológicas específicas do planalto de
Lichinga, gráfico 11. É relevante notar que, de acordo com os resultados do teste de Tukey, que
não evidenciou diferenças significativas entre as médias dos diferentes níveis T1(398098.70) a
T9(Calinga) a um nível de significância de 5%, as médias podem ser consideradas
estatisticamente equivalentes entre si. Portanto, estatisticamente, não há distinções discerníveis
nas médias dos clones considerados.
37

Gráfico 11: Média dos diferentes tratamentos para o Rendimento.

Onde: As médias seguidas pela mesma letra mínuscula estatisticamente não diferem entre si pelo
teste de Tukey a 5% de significância.
38

CAPÍTULO V: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

5.1. Conclusão

Com base nos resultados obtidos e nas análises feitas pode-se concluir o seguinte:

 Em relação a hipótese de estudo pode se afirmar que os diferentes clones testados não se
adaptam as condições agro-ecológicas no planalto de Lichinga.

5.2. Recomendações

Para o IIAM recomenda-se:

 Repetição do mesmo ensaio preliminares;


 Continuação de mais estudos referentes a adaptabilidade de clones em diversas zonas
agro-ecológicas da região e do país.

Para a comunidade científica recomenda-se:

 Fazer estudos relacionados com outras variedades utilizando os mesmos tratamentos no


planalto de Lichinga e outras regiões de Niassa;
 Fazer o mesmo estudos com a variável altura de modo a verificar o nível de significância
da variável em diferentes variedades de batata reno.
39

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43

Anexos
44

Figura 2: Preparação do campo

Fonte : Autora 2023


Figura 3: Tuberculo-semente

Fonte : Autora 2023


45

Figura 4: Sementeira da batata reno

Fonte: (AUTORA, 2023)

Figura 5: Observação das plantas

Fonte: (AUTORA, 2023)


46

Figura 6: Colheita da batata reno

Fonte: (AUTORA, 2023)

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