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Cidades sustentáveis e

mundo do trabalho
Secretário de Educação e Esportes
Ivaneide Dantas

Secretário Executivo Planejamento e Coordenação


Mônica Maria Andrade

Secretária Executiva de Desenvolvimento da Educação


Tárcia Regina da Silva

Secretária Executiva de Educação do ensino Médio e Profissional


Ana Cristina Dias

Secretário Executivo de Administração e Finanças


Gilson Monteiro Filho

Secretário Executivo de Gestão da Rede


Igor Fontes Cadena

Secretário Executivo de Esportes


Luciano Leonídio
Equipe de elaboração
Janiara Almeida Pinheiro Lima

Equipe de coordenação

Gerente de Políticas Educacionais do Ensino Médio (GGEPEM/SEMP)


Janine Fortunato Queiroga Maciel
Gestor Pedagógico (GGEPEM/SEMP)
Rômulo Guedes e Silva

Chefe da Unidade do Ensino Médio (GGEPEM/SEMP)


Andreza Shirlene Figueiredo de Souza

Revisão

Andreza Shirlene Figueiredo de Souza


Mônica de Sá Soares
Sumário

1. Apresentação 3
2. Caminhos para discussão sobre o Desenvolvimento Sustentável:
bases legais 4
Orientações para a realização de atividades 6
Orientações para avaliação 8
3. Cidades Sustentáveis: uma breve discussão 9
Orientações para realização de atividades 14
Orientações para avaliação 15
4. Mundo do trabalho em perspectivas 16
Orientações para realização de atividades 18
Orientações para avaliação 21
Referências bibliográficas 23
1. Apresentação
Prezado/a professor/a.

Cidades Sustentáveis e Mundo do Trabalho é uma Unidade Curricular destinada


aos estudantes do 3º ano do Ensino Médio da Rede Pública Estadual de
Pernambuco e fundamentada na Portaria nº 1.432/2018, que orienta a elaboração
dos Itinerários Formativos.

Esta Unidade Curricular está inserida na Trilha Formativa Meio Ambiente e


Sociedade integrando o rol de Unidades Curriculares do primeiro semestre e na Trilha
Desenvolvimento Social e Sustentabilidade como parte integrante das Unidades
Curriculares do 2º semestre. É importante salientar que, na nova organização
curricular, todas as Unidades Curriculares propostas nas Trilhas possuem um ou
mais eixos estruturantes que as embasam quanto às habilidades a serem
desenvolvidas durante a prática pedagógica com os estudantes.

Com base nos eixos estruturantes mediação e intervenção cultural, e


empreendedorismo, as seguintes habilidades a serem desenvolvidas:

(EMIFCNT07PE) Identificar e explicar situações que envolvam o desenvolvimento de


cidades sustentáveis respeitando os direitos sociais, culturais e ambientais relacionados a
melhoria e a qualidade de vida da população.
(EMIFCNT11PE) Selecionar e mobilizar conhecimentos e recursos aplicados à
sustentabilidade e relacionados ao mundo do trabalho, para desenvolvimento de projeto
pessoal ou empreendimento.

Ainda, esta Unidade Curricular propõe, na sua ementa, os seguintes tópicos


a serem abordados pelo(a) professor(a) ao longo da sua prática pedagógica:

Pesquisa/Associação sobre as leis que regem o desenvolvimento sustentável para qualidade


de vida da população da zona urbana e/ou zona rural. Reconhecimento da educação,
moradia, saneamento, transporte, lazer e segurança como direitos sociais básicos destinados
a população. Pesquisa e seleção de empresas existentes na sua região com consciência ética
e responsabilidade socioambiental para produção sustentável. Identificação dos

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equipamentos tecnológicos viáveis para desenvolvimento de cidades sustentáveis.
Comparação entre profissões tradicionais, contemporâneas e futuras, necessárias ao
desenvolvimento da sociedade. Pesquisa/Seleção sobre carreira profissional relacionadas à
Sustentabilidade. Elaboração de projetos sustentáveis e inovadores, a partir de situação
problema, para apresentação e/ou aplicabilidade na comunidade escolar.

Importante considerar, também, que esta Unidade Curricular dialoga com a


Formação Geral Básica (FGB) com o objeto de conhecimento Tecnologias e mundo do
trabalho urbano e rural e seus desdobramentos, e visa aprofundar este conhecimento a
partir das reflexões teóricas sobre os assunto, objetivando a pesquisa, a leitura crítica
e o desenvolvimento de projetos, ou seja, o protagonismo do estudante.

Ainda, este material de apoio constitui-se como um caminho para o


desenvolvimento desta Unidade Curricular, ou seja, é um percurso formativo e não
um modelo engessado, logo o professor tem autonomia para fazer uso deste e
adequá-lo à sua realidade.

Portanto, esta Unidade Curricular, instiga a pensar não só o futuro das cidades
em múltiplas escalas, mas, também a refletir sobre a inserção do jovem no mundo
do trabalho frente às mudanças que o estudante tem considerado a partir do que
propõe a sustentabilidade ambiental.

2. Caminhos para discussão sobre o Desenvolvimento Sustentável:


bases legais

O Desenvolvimento sustentável se aporta legalmente em normas e regras


que legitimam a necessidade de estabelecer ambientes saudáveis para a vida em
sociedade. O termo desenvolvimento sustentável denota estudos realizados e
apresentados por cientistas que buscaram enunciar a importância de garantir às
gerações futuras o direito à vida, por meio do acesso aos bens naturais como a água,
o solo, o ar, os biomas, a fauna e flora, etc. Diante disso, a temática se faz necessária
nas salas de aula para fomentar o diálogo e a consciência junto aos estudantes.

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Pensando nisso, é mister rememorar o que se traduz em Desenvolvimento
Sustentável. Conforme Camargo (2003),

Em essência, o desenvolvimento sustentável é um processo de transformação no qual a exploração


dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a
mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender às
necessidades e aspirações humanas (Camargo, 2003, p. 43).

A partir do Relatório Brundtland (1991), o desenvolvimento sustentável


também pode ser definido como:

aquele que atende as necessidades do presente, sem comprometer a possibilidade de as gerações


futuras atenderem as suas próprias necessidades (Comissão de Brundtland, 1991, p. 47).

Para discutir com os estudantes de forma visual, o vídeo intitulado


Desenvolvimento Sustentável, hospedado no Youtube, cujo link é
https://www.youtube.com/watch?v=KZB1UIYsBm0, demonstra o conceito básico
de desenvolvimento sustentável, permitindo inserir o debate.

Nessa perspectiva, seja no campo ou na cidade, as ações para sustentabilidade,


quando ocorrem, corroboram para assegurar a sobrevivência das diferentes
populações, humanas ou não, considerando seus modos de vida e forma de existir.

Assim, é necessário em sala de aula, levantar as expertises dos estudantes


acerca de como eles concebem a ideia de Desenvolvimento Sustentável,
considerando os aspectos na vida rural e urbana, a fim de estabelecer uma educação
dialógica (Freire, 2007) e construção coletiva e significativa do conhecimento
(Moreira, 1999).

Para tanto, ressalta-se a importância de dialogar acerca dos marcos legais que
aportam essa temática. Dentre eles, está a Política Nacional de Mobilidade Urbana
(Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012), que vislumbra, a partir de princípios,
diretrizes e objetivos, nortear a forma como as ações podem ser organizadas no
espaço, de forma a promover a sustentabilidade de maneira ampla e plural, para a
construção da qualidade de vida, ecodesenvolvimento e bem-estar (Sanchs, 1986).

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Outro marco legal importante é o Plano Diretor das cidades que orienta os
gestores públicos e esclarece a sociedade civil sobre as ações de desenvolvimento
acerca dos diferentes aspectos socioambientais das cidades, bem como a Lei nº
6.766/1979 que corresponde à Lei de Parcelamento do Solo Urbano.

Importante salientar que existem muitas outras bases legais que precisam ser
pesquisadas e adicionadas ao cabedal de conhecimentos acerca da sustentabilidade,
como aponta a ementa desta Unidade Curricular. Nesse mesmo sentido, têm-se a
Lei Nº 12.305/2010 - Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), que prevê
uma integração entre gestão e gerenciamento de resíduos sólidos de forma que toda
a cadeia de produção e descarte dos mesmos possam ser ambientalmente
sustentáveis.

Destarte, a partir desse cenário inicial, podemos informar que estudos foram
realizados e programas vêm sendo criados para subsidiar a execução dessas
performances que buscam promover a sustentabilidade. Um desses programas
confere ao Programa Cidades Sustentáveis, promovido pelo Instituto Ethos (2005),
em parceria com instituições de ensino superior e governos municipais. Suas
propostas permitem verificar os tipos de ações consideradas boas práticas por
cidades locais, nacionais e globais, de forma a permitir a discussão sobre a
importância das ações para o desenvolvimento sustentável das cidades e como se
pode pensar nas ações locais, dentre as quais, aquelas que partem da escola para a
comunidade e que podem ajudar a fortalecer este movimento pela busca qualificada
para conjugar a cidadania, buscando que esta seja planetária (Carvalho, 2017).

No que tange aos ambientes rurais, é notável que estes se entrelaçam com os
ambientes urbanos, de modo que as ações integradas desses dois espaços precisam
funcionar para que as cadeias produtivas, a circulação das pessoas, a oferta de
serviços possam perpassar por um plano de ações que leve em consideração os
impactos socioambientais envolvidos no processo.

Orientações para a realização de atividades

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Considerando os eixos estruturantes que estão aportados nesta Unidade Curricular,
sugere-se como atividade, para atender ao eixo Empreendedorismo, iniciar com uma pesquisa
em grupo acerca das principais leis ambientais vigentes no Brasil e os seus objetivos.

A partir daí, a construção de um quadro ou tabela informativa indicando em


diferentes colunas o número da lei, o de que ela trata, quais seus objetivos como, por
exemplo:

Quadro de Bases Legais brasileiras relacionadas ao Desenvolvimento Sustentável

Lei nº? Do que ela trata? Objetivo principal

Lei Nº Política Nacional Integrar gestão e gerenciamento de resíduos

12.305/2010 dos Resíduos sólidos de forma que toda a cadeia de produção e


Sólidos (PNRS) descarte dos mesmos possam ser ambientalmente
sustentáveis.

Em sequência, instigar os estudantes a pensarem, como empreendedores que vão


abrir um negócio legalmente. Que tipo de negócio pode ser mais sustentável? Em seguida,
questioná-los sobre, em quais leis ambientais os seus empreendimentos devem responder
de imediato e por quê? Qual a importância de se alinhar a elas? Posteriormente, irem
desenhando a abertura do negócio com a mediação do professor para exporem na
comunidade escolar.

No que tange ao eixo Mediação e intervenção cultural, pesquisar e apresentar, na forma


de jogos digitais, um quiz para esclarecer sobre o que é o desenvolvimento sustentável e as
leis que dialogam com ele para conduzir a uma cidade sustentável. Para tanto,
recomenda-se o uso do Wordwall, link: https://wordwall.net/pt/myactivities, por ser uma
plataforma digital gratuita, que permite criar um login para acessar e criar as atividades que o
professor ou aluno quiserem, além de jogos diversos sobre temas diversos disponíveis na
área chamada “comunidade”, a exemplo do jogo disponível neste link:
https://wordwall.net/pt/resource/56717173, criado sobre desenvolvimento sustentável.
Assim, explorar essa ferramenta pode ser bem interessante para os estudantes e
professores.

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Orientações para avaliação

O(A) professor (a) deve lembrar-se que essa segunda etapa da Unidade
Curricular Cidades Sustentáveis e Mundo do Trabalho tem como grande desafio inferir
sobre como os estudantes construíram o conhecimento, sua curiosidade
epistemológica e desenvolveram o senso crítico.

Assim, para avaliar os estudantes, o professor pode adotar uma rubrica,


considerando a participação dos mesmos nas diferentes etapas da atividade e aulas,
bem como, o produto final de seu trabalho. Sugere-se acatar alguns critérios
avaliativos:

Critérios avaliativos - Rubrica

- Apresentou as etapas da(s) atividade(s) Insatisfatório (<4,0)


inadequadamente ou fez apenas uma
das etapas;

- Foi faltoso e pouco participativo.

- Apresentou parcialmente as etapas Elementar (4-6)


da(s) atividade(s);

- Foi faltoso, porém sua presença foi


participativa.

- Apresentou mais da metade da(s) Parcialmente satisfatório (6-8)


atividade(s);

- Foi assíduo, porém pouco


participativo.

- Apresentou todas as etapas da(s) Satisfatório (8-10)


atividade(s)

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- Foi assíduo e participativo.

Neste caso, esta sugestão de avaliação pode e deve ser adequada a cada
realidade escolar, sendo inseridos outros elementos que o professor julgar
pertinentes conforme as atividades que realize.

3. Cidades Sustentáveis: uma breve discussão

Falar sobre cidades sustentáveis suscita uma breve discussão sobre o que são
as cidades sustentáveis, que critérios são utilizados para classificá-las dessa forma e
quais as estratégias utilizadas para construir essa sustentabilidade cotidianamente.
Afinal, é urgente considerar que os espaços urbanos precisam estar em consonância
com um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, correspondendo ao ODS
11 - Cidades e comunidades sustentáveis, cujo objetivo é “Tornar as cidades e os
assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis” (IPEA, 2019).
Nesse caminho, alguns estudos têm sido realizados e validados com base no
aporte legal supracitado e também diante da avaliação dos gestores públicos,
especialmente os municipais, para tornar as cidades ambientes sustentáveis,
acessíveis e inclusivas, considerando as diferentes escalas geográficas.
A princípio, pode-se destacar que existem, no contexto atual, Metas de
Sustentabilidade para os Municípios Brasileiros com base em Indicadores e
Referenciais, estabelecidos pelo Programa Cidades Sustentáveis, desde agosto de
2012.
Conforme quadro abaixo, neste plano de metas, são observados como
indicadores e metas a serem alcançados para o construto de uma cidade sustentável
estão dispostos e mencionados mediante sua importância para o bem-estar da
sociedade, comunidade em questão. São eles:

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Fonte: Secretaria Executiva da Rede Nossa São Paulo, 2012.

O Programa Cidades Sustentáveis, no qual estes indicadores e metas estão


estabelecidos, elenca algumas premissas e conceitos que percorrem os ideais da
sustentabilidade, pautados no contexto da prática e do exemplo bem sucedido de
cidades brasileiras e mundiais. Conforme o seu plano de metas,

O Programa Cidades Sustentáveis tem como objetivo contribuir com as próximas gestões
municipais no sentido da implementação de instrumentos de planejamento e execução de políticas
públicas que considerem a sustentabilidade como transversal a todos os projetos e ações dos
poderes executivos e legislativos municipais, além do devido comprometimento dos setores
privados e das sociedades locais. Entendemos que a sustentabilidade deve se realizar plenamente
nas dimensões política, econômica, social, ambiental e cultural, de modo a ser integralizada em
todas as esferas formuladoras e executoras das políticas públicas, tanto em seus conteúdos como
em suas formas de implementação. O Programa tem o mérito de se basear em práticas exemplares
de diversos municípios do Brasil e do mundo, ressaltando políticas públicas que já apresentaram
bons resultados em todas as áreas da administração - evidenciando que é possível fazer diferente - e
incentivando a diferença necessária na liderança política para lograrmos um presente melhor sem
inviabilizar o futuro para as próximas gerações (Secretaria Executiva da Rede Nossa São Paulo,
2012, p. 2).

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Nesse contexto, é possível discutir sobre as diversas nuances socioambientais
que envolvem o contexto das cidades independente de sua hierarquia urbana, porém
respeitando e considerando os seus espaços, dimensões e contextos.
Por isso, é primordial compreender que as cidades sustentáveis também
representam um conceito que vem sendo debatido amplamente e que não tem a
presunção de se esgotar num plano de metas, uma vez que as demandas pela
sustentabilidade mudam conforme a ação humana se ressignifica.
Assim, podemos listar alguns conceitos específicos de cidades sustentáveis
conforme alguns autores no quadro abaixo:

Cidades Sustentáveis
Conceito Autor
A cidade sustentável tem como Suzuki et al. ( 2010) apud Flores e
princípios melhorar o bem-estar dos Teixeira (2017)
cidadãos e da sociedade como um todo
através da integração do planejamento e
da administração do meio urbano que
aproveita os benefícios dos sistemas
ecológicos protegendo e nutrindo esses
recursos para gerações futuras.
Cidades sustentáveis consideram as José Renato Nalini e Wilson Levy B. da
dimensões social, ambiental e Silva Neto (2017)
econômica de modo que a
vulnerabilidade socioambiental seja
mitigada.
O modelo de “cidade sustentável”, Acselrad ( 2001, p. 105-106) apud
surgido no âmbito dos organismos Loureiro e Gregori (2013)
internacionais, é a extensão, para a
esfera local, da operacionalização da
noção de desenvolvimento sustentável,
concebido como aquele que assegura o
atendimento das necessidades do
presente sem comprometer as
necessidades das gerações futuras
satisfazerem também as suas.

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Conforme Flores e Teixeira (2017, p. 70), também é importante
mencionar sobre as comunidades urbanas e a sustentabilidade, nessa
perspectiva, os autores enunciam que

[...] uma comunidade urbana sustentável envolve o entendimento da conexão da economia, da


sociedade e do meio ambiente. Esta precisa promover a igualdade e inclusão social, ser
economicamente produtiva, ter suas construções em harmonia com a natureza, preservar raízes
históricas e ser mantida para todas as gerações. Uma comunidade não sustentável consome seus
recursos mais rápido do que eles podem ser renovados e produz mais resíduo do que o sistema
natural pode degradar (RAI, 2012).

Desse modo, refletir sobre os espaços da cidade, como são utilizados,


como são mobilizados os esforços para garantir o bem-estar coletivo,
identificar as fragilidades a serem superadas e despertar o senso crítico e
corresponsabilidade social nos indivíduos, sobre o espaço vivido e
transformado diariamente pelas ações cotidianas, são características de uma
cidade sustentável e de uma consequente, comunidade sustentável.
Existem, rankings que esboçam as melhores estratégias e características
para que uma cidade seja considerada sustentável. Neste caso, o nosso
exemplo é o Ranking Sustainable Cities Index 2016, criado por Batten (2016).
Segundo ele, é necessário considerar as dimensões social, ambiental e
econômica, semelhante ao tripé da sustentabilidade de Elkington (2006), mas
que, Batten enunciou como pessoas (social), planeta (ambiental) e lucro
(econômico).
Para tanto, os indicadores apontados por ele, neste índice, são
associados a cada uma das dimensões tendo o mesmo grau de importância
entre eles, visando fomentar ações que primem pela preservação do meio
ambiente e pelo bem estar populacional (Flores e Teixeira, 2017). Ao todo o
índice aponta três dimensões e 21 indicadores, que foram listados a partir da análise
de 100 cidades sobressalentes pelo mundo. É possível compreender melhor essa
relação observando o quadro abaixo.

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Fonte: Batten (2016) apud Flores e Teixeira (2017 ).

À luz de Loureiro e Gregori ( 2013) é importante notificar e refletir que,


Os modelos desenvolvidos nas cidades devem ser justos, éticos e sustentáveis, deixando para trás a
ideia de transformações apenas advindas dos governos, e sim, acreditando no desenvolvimento de
ações que integrem os cidadãos na busca da sustentabilidade. Ações conjuntas de grupos sociais
com esse objetivo são louváveis por serem promotoras de cidadania, ao aproximar a população da
política e de melhores oportunidades, para assim, romper-se com o sistema desigual de exposição
de riscos ambientais aos menos favorecidos socialmente. Buscando, assim, um ambiente urbano
com desenvolvimento equilibrado, ambientalmente sustentável e socialmente justo (Loureiro;
Gregori, 2013, p. 460).

Desse modo, os mesmos autores também informam pontos importantes


sobre as diretrizes para as cidades sustentáveis. Para eles, os exemplos para o
estabelecimento de cidades sustentáveis partem da ação de órgãos governamentais,
mas, também dos próprios moradores das cidades, de modo que tais ações suscitam
a construção de ambientes sustentáveis pautados na conservação, proteção e
equilíbrio ambiental. Logo, os exemplos de ações para este fim perpassam por : “1)

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Reestruturação e recolocação das indústrias com base em políticas enérgicas
administrativas; 2) Ampliação das áreas verdes; 3) Despoluição dos rios; 4) Coleta
Seletiva de Lixo; 5) Redução da poluição do ar; 6) Construção de ciclovias; e 7)
Priorização do Transporte Público Municipal” (Loureiro e Gregori, 2013, p. 464).

Orientações para realização de atividades

Pesquisar sobre cidades sustentáveis no Brasil e no Mundo e criar um mural


informativo elencando quais os parâmetros que elegem aquelas cidades para que
sejam ditas sustentáveis. (Sugestão de site para consulta sobre as cidades brasileiras
mais sustentáveis:
https://greensaopaulo.com.br/as-cidades-mais-sustentaveis-do-brasil/)

Para isso, tem-se como exemplo cidades latino-americanas como Medellín na


Colômbia, que vem inspirando cidades brasileiras, como o Recife, a mudar seu
cenário para construção de uma cidadania do pertencimento e da identidade
sociocultural dos seus habitantes.

Outra sugestão é realizar uma roda de debates entre grupos de estudantes


sobre a imagem abaixo, propondo uma reflexão sobre as mudanças espaciais
aportadas nela que defendam ideias adaptáveis a essa realidade urbana do mundo
contemporâneo, apontando soluções para que este crescimento urbano possa
ocorrer de forma sustentável, inclusiva e acessível.

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Fonte: Leite, 2010.

Orientações para avaliação

No contexto da avaliação, sugere-se que seja considerado, como critério


avaliativo, a inferência dos estudantes durante as atividades e sua capacidade crítica
de pensar coletivamente na solução de problemas.

Nesse contexto, é indicado que os grupos produzam um plano de ação,


considerando os eixos mediação cultural e empreendedorismo de forma integrada
ou escolhendo um dos dois, a fim de apresentar soluções para a construção de
cidades sustentáveis a partir da realidade local. A exemplo do modelo a seguir.

Plano de ação - Soluções sustentáveis para minha cidade/ bairro/ escola

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Ação Recursos Resultados Resultados
esperados alcançados

Desse modo, a avaliação seria realizada considerando duas etapas: uma


subjetiva (analisando a construção do pensamento crítico dos estudantes) e a
segunda o plano de ação desenvolvido.

4. Mundo do trabalho em perspectivas

Diante das demandas emergentes frente à sustentabilidade das cidades e,


consequentemente, das relações de trabalho que coexistem nesses espaços, é
importante discutir com os estudantes sobre a forma como o mundo do trabalho
tende a se comportar na contemporaneidade e as projeções deste para o futuro.

Conforme estudos de Whigth et al (2010) existem, para o Brasil, tendências


de que a oferta de trabalho transite entre profissões que nem estão nomeadas na
atualidade, mas que dialogam com a empregabilidade (Sarsur, 2001) e com o
bem-estar coletivo.

Assim, as perspectivas apontam para empregos conectados às tecnologias


digitais e para ofícios que dialogam tanto com o uso destas tecnologias para
ressignificar os espaços concretos e abstratos das cidades, bem como, as profissões
que terão uma projeção maior dentro do mercado de trabalho.

Desse modo, conforme os estudos das cidades e sua empregabilidade (OIT,


2001), excerta-se que o setor de Tecnologias Digitais, terá uma grande importância
frente às necessidades de criar espaços inteligentes que visem oportunizar aos
cidadãos, por meio de aplicativos e softwares, serviços que minimizem os impactos
nos ambientes coletivos, especialmente no que tange a economia circular, ao
bem-estar, a saúde coletiva, a acessibilidade.

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Nesse contexto, as profissões interrelacionadas aos setores de tecnologia
tendem a ser valorizadas como pontos chave na resolução de problemas urbanos e
sociais, na perspectiva de mitigar os impactos negativos provocados ao meio
ambiente pela ação antrópica desgovernada, ao passo que as profissões ligadas à
liderança, gestão e sustentabilidade, tendem a buscar proporcionar a construção
coletiva de espaços públicos inclusivos e socialmente justos.

Sobremaneira, é importante discutir com os estudantes o conceito clássico de


trabalho enunciado por Karl Max (1818- 1883), cujo menciona o seguinte:

O trabalho como a ferramenta com a qual o homem altera a natureza em seu benefício, a
atividade fundadora da humanidade e de todo o contexto social. Por meio dele, o homem
pré-moderno, agrário em sua origem, produzia o que necessitava para sua subsistência e
construía o seu mundo com seu próprio labor. Partindo dessa lógica, o trabalho para Marx seria o
“bem inalienável do homem,” isto é, algo que não poderia ser vendido ou cedido, uma vez que
seria a ferramenta de manutenção de sua própria sobrevivência. Nessa relação entre trabalho e
sobrevivência, Marx enxergava a essência da própria vida humana (Karl Max 1818- 1883, n.p).

Fonte:https://www.preparaenem.com/sociologia/trabalho-no-mundo-contemporaneo.htm. Acesso
em: Agosto 2023.

Sobre esse contexto, Wrigth et al (2010) informa que, uma tendência mundial
sobre o trabalho e que aporta fortemente no Brasil, diz respeito à tendência para o
empreendedorismo nas diversas áreas profissionais. Para eles,

Associado ao mercado de trabalho, um outro fenômeno relevante pode ser identificado: o do


empreendedorismo. De acordo com Passos (2007), estudo que mede as taxas do
empreendedorismo mundial, o Brasil apresenta uma taxa média de atividade empreendedora de
12,8% da população economicamente ativa, sendo uma das mais altas do mundo. O trabalhador
assalariado formal vem gradativamente assumindo funções típicas do empreendedor e também
assumindo os riscos da atividade empreendedora (Passos, 2007). Uma análise das características
do empreendedorismo no Brasil, em 2007, mostra que 48% dos empreendedores são homens e
52%, mulheres; 56% partem para o negócio próprio motivados por uma oportunidade, enquanto
42% são motivados pela necessidade; no que diz respeito aos setores de atividades, podem ser
destacados os de serviços orientados aos consumidores e de transformação que representaram,
respectivamente, 54% e 29% dos empreendimentos iniciais.
Fonte: Wright et al (2010).

Vale destacar que esses autores trazem uma informação importante de que o
empreendedorismo feminino corresponde a maior parcela dos empreendimentos
realizados no Brasil. Dessa forma, conduzir a discussão acerca das diversas nuances
do empreendedorismo, dialoga com a contemporaneidade, especialmente, quando se
discute projeções para um futuro profissional do nosso estudante.

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Orientações para realização de atividades

Considerando o contexto do mundo do trabalho em meio ao desafio da


sustentabilidade, nota-se ao pesquisar sobre as cidades mais sustentáveis do mundo
(link de apoio:
https://wikihaus.com.br/blog/o-que-podemos-aprender-com-as-10-cidades-mais-s
ustentaveis-do-mundo/) que um desafio que foi superado nestas foi o do transporte
público e mobilidade urbana acessível. Nota-se no nosso contexto brasileiro e local,
frente às notícias e experiências cotidianas, que a engenharia de tráfego, destinada ao
fluxo de pessoas, mas também, a acessibilidade e mobilidade nos espaços públicos é
uma das profissões do futuro.

Com base nesse contexto, sugere-se criar com os estudantes um jogo de


tabuleiro ou digital para pensar profissões que poderiam estar agregadas e, em
equipe, solucionar os problemas de mobilidade urbana, acessibilidade e inclusão, de
modo que eles tomem por base uma lista de ações que já estejam em vigor nas
cidades brasileiras, visando a este objetivo e à forma como estão impactando a vida
das pessoas pautando-se na inovação e no ODS 11. É parte do processo a criação
de um título para o jogo e que ele seja inclusivo do ponto de vista que pessoas com
especificidades distintas possam compreendê-lo e participar dele após concluído.
Depois, se viável, expor o jogo para toda comunidade escolar em um dia específico
de socialização, a fim de fomentar a conscientização de forma interativa e lúdica.

Outra atividade que pode ser elencada para este contexto é a construção de
um mural reflexivo, onde o professor, divide a turma em grupos de discussão, para,
a partir de uma fotografia ou matéria jornalística, instigar os estudantes ao debate
sobre a necessidade de buscar uma qualidade de vida nas cidades.

Como exemplos, podemos situar as imagens seguintes:

Imagem 1: Orla da praia do Janga

18
Fonte:https://imagens.ne10.uol.com.br/veiculos/_midias/jpg/2022/01/25/bc210122019-2049034
5.jpg

Imagem 2: Calçada no Recife

Fonte: https://www.mobilize.org.br/midias/noticias/rua-nogueira-de-souza---bairro-do-pina.jpg.

Imagem 3: Lixo na rua em Olinda

19
Fonte:
https://s2-g1.glbimg.com/uUqCv97IlBMj1UAOb0wwlG-7CT4=/0x0:1158x869/600x0/smart/filt
ers:gifv():strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_p
hotos/bs/2019/b/t/cpt4YPQN6JIzalEol2ww/lixo-olinda.jpeg.

Imagem 4: Manchete da Notícia 1

Fonte:
https://www.folhape.com.br/noticias/recife-investe-mais-de-r-100-milhoes-em-manutencao-e-recu
peracao-de/196225/.

Imagem 5: Manchete notícia 2

20
Fonte:
https://www.olinda.pe.gov.br/em-olinda-obras-de-contencao-de-encostas-avancam-por-mais-nove-
localidades-beneficiando-milhares-de-familias/.

Orientações para avaliação

Considerando o processo avaliativo com uma constante e parte de um


processo, sugere-se como avaliação a observância de aspectos operacionais durante
o estudo e construção das atividades. Para tanto, sugere-se fazer uso da rubrica,
também neste tópico, uma vez que proporciona uma maior interação com o
processo criativo dos estudantes.

Critérios avaliativos - Rubrica

- Apresentou as etapas da(s) atividade(s) Insatisfatório (<4,0)


inadequadamente ou fez apenas uma
das etapas;

- Foi faltoso e pouco participativo.

- Apresentou parcialmente as etapas Elementar (4-6)


da(s) atividade(s);

- Foi faltoso, porém sua presença foi


participativa.

21
- Apresentou mais da metade da(s) Parcialmente satisfatório (6-8)
atividade(s);

- Foi assíduo, porém pouco


participativo.

- Apresentou todas as etapas da(s) Satisfatório (8-10)


atividade(s)

- Foi assíduo e participativo.

22
Referências bibliográficas

BATTEN, J. Sustainable Cities Index 2016. Arcadis Global, p. 10, 2016.


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