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Galapagos e Cargill alertam para "insegurança


jurídica" em RJs do agro
Após evento em São Paulo com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o fundador da
Galapagos Capital, Carlos Fonseca, disse que o governo deve ajudar o setor a
“preservar as garantias constituídas” em meio ao aumento das recuperações
judiciais
Alessandra Mello 05/03/2024 05:39

Carlos Fonseca, sócio da Galapagos Capital

Se a recuperação judicial por si só já era uma preocupação para quem vinha aumentando
a concessão de crédito a produtores rurais, um novo elemento está deixando o setor em
alerta: decisões judiciais em primeira instância que inviabilizam a execução das
garantias.
O assunto foi um dos destaques durante um debate organizadora pela gestora
Galapagos Capital, com a presença do vice-presidente da República Geraldo Alckmin, do
presidente do Conselho Superior de Agronegócio da Fiesp, Jacyr Costa Filho e do
presidente da Cargill, Paulo Sousa.
"Garantias como a CPR, por exemplo, em alguns casos, estão sendo colocadas como
integrantes da Recuperação Judicial, sendo que na verdade é um crédito lastreado num
contrato de compra e venda. Temos que tomar muito cuidado, porque vai encarecer o
crédito, aumenta o risco do financiador, e custa mais caro para todo mundo", afirmou
Paulo Sousa, durante o debate.
O presidente da Cargill disse que as associações do setor, como a Abiove, têm buscado
levar mais orientação sobre o tema no interior do Brasil, para enfrentar a questão.
Após o evento, o sócio fundador da Galapagos, Carlos Fonseca, explicou aos jornalistas
que a maior preocupação no mercado de capitais neste momento é a "insegurança
jurídica".

Ele ponderou que, apesar do pedido de recuperação judicial ser um instrumento válido e
legal, "muitas vezes o juiz de primeira instância acaba desconstituindo a garantia
considerando a essencialidade do bem e, portanto, desconstituindo a alienação
fiduciária, que seria uma forma de preservar o credor.
O executivo diz que conversou sobre o tema com o vice-presidente Geraldo Alckmin,
que teria prometido dar atenção ao assunto, para que o governo busque ferramentas
que ajudem a "trazer de volta a segurança jurídica e preservar as garantias constituídas".
A expectativa é de que medidas sejam avaliadas junto ao Congresso, o que pode ocorrer
reforçando o marco regulatório que já existe.
Carlos Fonseca admitiu que o mercado de capitais está mais cauteloso em relação ao
agro, em função da questão jurídica e também do próprio cenário de preços de
commodities mais baixos e margens reduzidas na indústria em geral.

"É muito provável que as operações fiquem mais restritivas neste momento ou
eventualmente mais curtas e mais caras. Mas sabemos que o agro é muito sólido, temos
muito bons produtores, bons empresários dentro do agro, eu acredito que tudo seja
resolvido e que num curto espaço de tempo se volte à normalidade", ressaltou.
O sócio da Galapagos acredita que o governo será aliado também pelo fato de que o
setor público sozinho já não consegue financiar "o agro do tamanho que ele ficou hoje
no Brasil”.
Ele lembrou que o financiamento do setor, de forma mais ampla, vem sendo feito pelo
mercado de capitais.
"O que preocupa primariamente não são as recuperações judiciais. Sabemos que no
setor do agro você tem que lidar com as oscilações de preços das commodities, mas o
que tem nos preocupado são as decisões de primeira instância, dando liminar aos
devedores, desconstituindo a garantia e protelando para que a execução ocorra",
explicou.
O Fiagro Galapagos Recebíveis do Agronegócio (GCRA11) é um exemplo dos desafios
que as gestoras que atuam com estes ativos vêm enfrentando.
"No nosso Fiagro existe um caso de recuperação judicial e duas outras empresas
flertando com a RJ. Dessas três, duas estão em negociação avançada para que a gente
consiga endereçar. Mas Fiagro é um fundo aberto. Quando algo se concretizar, vamos
ter um fato relevante. Não temos hoje condição de afirmar se vai ou não ocorrer. As
partes estão abertas para uma conversa, já que temos muita garantia constituída nestas
três operações de crédito”, afirmou Carlos Fonseca.
Segundo ele, atualmente 19% das operações de crédito da gestora estão relacionadas
ao agronegócio. "A Galapagos tem presença forte no agro, em asset management,
prestação de serviços e principalmente crédito".
Um aumento neste percentual, na visão do executivo, também dependerá dos efeitos
das mudanças recentes feitas pelo Conselho Monetário Nacional em relação aos CRAs –
Certificados de Recebíveis do Agronegócio.

Cargill, Carlos Fonseca, Fiagro, Galapagos Capítal, Geraldo Alckmin, Paulo Sousa,
recuperação judicial

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