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CONTROLO ESTATÍSTICO DO
PROCESSO
(Montgomery, 2009)
A qualidade é inversamente proporcional à variabilidade.
EUA
Distribuição abrange cerca de 75% do intervalo das especificações.
Japão
Distribuição abrange cerca de 25% do intervalo das especificações.
Variabilidade do processo produtivo da unidade japonesa muito inferior à variabilidade registada na unidade americana.
(Montgomery, 2009)
A qualidade é inversamente proporcional à variabilidade.
Melhoria de qualidade pode ser definida como redução da variabilidade (redução de desperdício) em produtos e processos.
• Aumento da estabilidade do processo - Maior facilidade em prever o seu comportamento (sobretudo a curto-prazo);
• Compensação da maior variabilidade de outros componentes, indo ao encontro dos objectivos de desempenho do
conjunto ou sistema;
• Diminuição, no caso de clientes industriais, de ajustes de processo destinados a compensar a variabilidade dos produtos
adquiridos.
A variabilidade num processo produtivo resulta em defeitos de qualidade e falta de consistência dos produtos.
Cliente
Cliente
O produto não tem a qualidade que pretendo.
O produto não tem a qualidade que pretendo.
Fornecedor
Fornecedor
Muito bem. Responsabilizamo-nos pelo ocorrido e baixamos o preço do
Muito bem. Responsabilizamo-nos pelo ocorrido e baixamos o preço
produto.
do produto.
Cliente
Cliente
Desculpe, o preço é aceitável. Eu disse que o produto não tem
Aceito.
qualidade.
Fornecedor
Mas, está algum produto fora das especificações?
Cliente
Não, não está. Porém, respeitar especificações não é suficiente. Os
seus concorrentes respeitam as mesmas especificações, com menor
variabilidade.
Concorrente A Concorrente B
Limite Superior Tolerância
Estudos de uma multinacional de produtos electrónicos revelam que produtos fabricados próximo dos limites de especificações geram grande
número de reclamações por parte dos clientes que os adquirem.
(Montgomery, 2009)
Conceito
Controlo estatístico do processo é definido como a aplicação de métodos estatísticos na medição e análise da variabilidade de
um processo. Ferramentas de resolução de problemas são adoptadas com o objectivo de alcançar estabilidade e aumentar a
capacidade do processo, através da redução da variabilidade.
O controlo estatístico do processo ajuda à criação de um ambiente onde todos os indivíduos numa organização procurem melhoria
contínua na qualidade e produtividade. É, contudo, fundamental que a gestão esteja envolvida e comprometida com este processo.
Histograma
A sua simplicidade de construção e interpretação tornam-no uma ferramenta eficaz na análise elementar de dados.
(Montgomery, 2009)
Folha de Registo
(Montgomery, 2009)
Diagrama Causa-Efeito
O desenvolvimento do diagrama causa-efeito requer trabalho em equipa (brainstorming), por forma a explorar todas as possíveis
causas da não qualidade.
Análise de Pareto
Classe C
~ 50% dos indivíduos ~ 5% efeito
(Montgomery, 2009)
Dispersão
Variável B
• Ferramenta visual de fácil uso e compreensão. A visualização dos passos envolvidos na operação/processo, permite ter
consciência da forma como esta se desenvolve, bem como do modo como os problemas podem surgir.
O sucesso do controlo estatístico do processo está dependente de outros factores, para lá da utilização de ferramentas de controlo
estatístico.
(Montgomery, 2009)
O controlo estatístico do processo não pode ser encarado como um programa delimitado no tempo, a ser usado quando o negócio
apresenta dificuldades. Melhoria da qualidade focada na redução da variabilidade deve tornar-se parte da cultura da organização.
(Montgomery, 2009)
Factores de Sucesso na Implementação de um programa SPC
• Liderança da gestão;
• Abordagem de equipa;
Contextualização Histórica
• Ferramenta desenvolvida por Walter A. Shewhart nos laboratórios da companhia de telefones Bell (Bell
Telephone Laboratories), entre as décadas de 1920 e 1930;
• O seu desenvolvimento é fruto de Walter A. Shewhart ter reconhecido a existência de variabilidade em todos os processos de
fabrico;
• Walter A. Shewhart é pioneiro em afirmar que a redução da variabilidade leva a melhoria da qualidade. O seu trabalho é
encarado como os alicerces do controlo estatístico do processo.
(Montgomery, 2009)
Causas de Variabilidade
Aleatórias ou Comuns
A existência de variabilidade inerente ou natural é inevitável em qualquer processo, sendo resultado do efeito cumulativo de grande
quantidade de pequenas causas (causas aleatórias ou comuns).
Um processo que opere apenas com causas aleatórias ou comuns encontra-se em controlo estatístico.
Assinaláveis ou Especiais
Para além da variabilidade inerente, pode também existir variabilidade promovida por causas menos comuns (causas assinaláveis),
eventualmente controláveis. Leva, frequentemente, a níveis inaceitáveis de desempenho.
Equipamento ajustado ou controlado de forma inapropriada, erros de operadores, matéria-prima não-conforme, etc.
Causas de Variabilidade
Aleatórias ou Comuns
Devido à variabilidade inerente do processo, as medidas individuais de uma característica de qualidade são todas diferentes entre si,
mas quando agrupadas elas tendem a formar um certo padrão. Quando o processo é estável, esse padrão pode ser descrito por uma
distribuição de probabilidade.
As causas comuns, em geral, só podem ser resolvidas por uma ação global sobre o sistema, e muitas vezes a atuação sobre elas não se
justifica economicamente. Os operadores estão em boa posição para identificá-las, mas a sua correção exige decisão da gestão.
Causas de Variabilidade
Assinaláveis ou Especiais
As causas especiais são causas que não são pequenas e não seguem um padrão aleatório (erros de set up, problemas nos
equipamentos ou nas ferramentas, um lote de matéria prima com características muito diferentes etc.) e por isso também são chamadas
de causas assinaláveis. São consideradas falhas de operação.
Fazem com que o processo saia fora de seu padrão natural de operação, ou seja, provocam alterações na forma, tendência central ou
variabilidade das características de qualidade.
Elas reduzem significativamente o desempenho do processo e devem ser identificadas e neutralizadas, pois a sua correção justifica-se
economicamente.
As causas especiais geralmente são corrigidas por ação local e, por isso, são de responsabilidade dos operadores, apesar de algumas
vezes a equipa de gestão estar em melhor posição para resolver o problema.
Causas de Variabilidade
• Parâmetro de localização: que representa a tendência central dos dados. Ao lado podem ser vistas duas distribuições com
parâmetros de localização diferentes;
• Parâmetro de dispersão: que representa a variabilidade dos dados em torno da tendência central. Ao lado podem ser vistas duas
distribuições com parâmetros de dispersão diferentes
• Parâmetro de forma: que representa a forma da distribuição: simétrica, assimétrica, uniforme, exponencial, etc.. Ao lado podem ser
vistas duas distribuições com parâmetros de forma diferentes.
(Montgomery, 2009)
Causas de Variabilidade
(Montgomery, 2009)
Causas de Variabilidade
Causas assinaláveis ocorrem, resultando no desvio do processo para um estado fora de controlo.
O objectivo principal do controlo estatístico do processo consiste em detectar, com a maior brevidade, a existência de causas
assinaláveis na base dos desvios do processo, por forma a que o processo seja investigado e acções correctivas implementadas.
(Montgomery, 2009)
Utilização de Cartas de Controlo
O uso regular e atento de cartas de controlo permite identificar causas assinaláveis. Ao eliminarem-se essas causas, reduz-se a
variabilidade, melhorando-se o processo.
A carta de controlo permite apenas detectar a existência de causas assinaláveis. A acção de gestores, operadores e
engenheiros é necessária para eliminar as causas assinaláveis.
(Montgomery, 2009)
Factores de Popularidade
- Um programa bem sucedido de implementação de cartas de controlo permitirá reduzir o desperdício e retrabalho, aumentado
a produtividade de qualquer processo.
- A sua utilização contribui para a manutenção de um processo em controlo, sendo consistente com a filosofia “fazer bem à
primeira”. Seleccionar unidades boas e descartar más nunca será mais económico do que fazer os componentes bem à
primeira.
- Ao distinguirem variabilidade anormal e inerente, previnem ajustes desnecessários ao processo, fruto da sobrereacção a
variabilidade inerente. Estes ajustes podem resultar na deterioração do desempenho do processo.
(Montgomery, 2009)
Factores de Popularidade
- O padrão de pontos numa carta de controlo contém informação de valor diagnóstico para um operador experiente ou
engenheiro.
- Uma carta de controlo fornece informação relevante acerca do valor de importantes parâmetros do processo, bem como da
sua estabilidade ao longo do tempo. Uma estimativa da capacidade do processo pode ser feita.
(Montgomery, 2009)
Conceito
Carta de controlo consiste na representação gráfica de uma característica da qualidade medida (ou computorizada) a partir de uma
amostra, em função do número ou instante de recolha da amostra.
Linha Central
(Montgomery, 2009)
Conceito
Se um ponto se encontrar fora dos limites superior e inferior de controlo, o processo é assumido fora de controlo.
Necessário investigar o processo e implementar acções correctivas, por forma a detectar e eliminar as causas assinaláveis
responsáveis pelo comportamento evidenciado.
Ainda que todos os pontos se posicionem no interior dos limites de controlo, a manifestação de um comportamento sistemático, não
aleatório, pode indicar que o processo se encontra fora de controlo, pelo que a causa na base deste comportamento deve ser
investigada e eliminada.
Conceito
Soluções meramente “cosméticas” não produzem qualquer resultado real de melhoria de um processo a longo-prazo.
O desenvolvimento de um sistema eficaz de implementação de acções correctivas é componente essencial da aplicação bem
sucedida do controlo estatístico do processo.
(Montgomery, 2009)
Plano de Acção Fora-de-controlo (Out-of-control Action Plan)
Diagrama ou descrição textual da sequência de actividades que devem ser conduzidas após a ocorrência de um evento
activador. Eventos activadores são, normalmente, sinais de condição fora de controlo emitidos a partir da carta de controlo.
É um documento em tempo real que deve ser modificado ao longo do tempo, à medida que maior compreensão e conhecimento
acerca do processo vão sendo obtidos.
É pouco provável que a aplicação de cartas de controlo sem definição de um documento deste tipo seja uma estratégia eficaz de
melhoria do processo.
(Montgomery, 2009)
Base Estatística
0.15
x Recolha horária de amostra de 5 unidades
n 5
Média amostral da característica ( x ) calculada e representada
TLC → x N ;
n
P Z xZ 100(1 )% P 3 x 3 99.73%
1
2 n 1
2 n n n
(Montgomery, 2009)
Base Estatística
(Montgomery, 2009)
Base Estatística
Distribuição Populacional
Base Estatística Dados amostrais são recolhidos e usados na construção da carta de controlo.
Ao afastar os limites da linha central, decresce-se o risco de um ponto, fora dos limites de controlo, indicar condição fora de controlo, quando, na
realidade, não existe qualquer causa assinalável. Porém, aumenta-se o risco de um ponto, dentro dos limites de controlo, indicar controlo estatístico,
quando, na realidade, o processo está fora de controlo.
(Montgomery, 2009)
Análise de Padrões
Uma carta de controlo pode indicar condição fora de controlo quando um ou mais pontos se posicionam fora dos limites de controlo ou
quando os pontos exibem um padrão não aleatório.
A capacidade para interpretar um padrão particular em termos de causas assinaláveis exige experiência e conhecimento do
processo. Não é suficiente conhecer em profundidade os princípios estatísticos das cartas de controlo.
Análise de Padrões
Tendência Periodicidade
• Conjunto de pontos exibindo uma tendência ascendente • Conjunto de pontos exibindo comportamento cíclico.
ou descendente.
+3σ
Análise de Padrões +2σ
+1σ
-1σ
-2σ
-3σ
Proximidade dos limites de controlo
• Quando 2 em 3 pontos consecutivos aparecem entre as linhas limite de controlo e as linhas de ± 2 σ está-se, com grande
probabilidade, numa condição fora de controlo.
• Quando a maioria dos pontos ocorre entre as linhas ± 1,5 σ está-se, com grande probabilidade, numa condição fora de controlo.
(Montgomery, 2009)
Tipo de Carta de Controlo
Variáveis
A característica da qualidade pode ser medida e expressa como um número numa escala de medição contínua.
Conveniente descrever a característica da qualidade com uma medida de tendência central e uma medida de dispersão.
Atributos
A característica da qualidade não pode ser medida numa escala contínua, ou mesmo, numa escala quantitativa.
Cada unidade de produto é julgada enquanto conforme ou não-conforme na medida em que possui ou não determinados atributos.
Pode também contar-se o número de não conformidades presentes em cada unidade de produto.
(Montgomery, 2009)
Cartas de Controlo de Variáveis
Ao abordar-se uma característica da qualidade variável, é, usualmente, necessário controlar o valor médio da característica e a sua
dispersão.
O controlo da média do processo é normalmente feito através de uma carta de controlo para médias, ou carta de controlo X .
O controlo da variabilidade do processo pode ser feito através de uma carta de controlo para o desvio padrão, carta de controlo S,
ou através de uma carta de controlo para a amplitude, carta de controlo R.
(Montgomery, 2009)
Cartas de Controlo de Variáveis - Cartas X e R
• Se cada amostra for constituída por mais do que 10 observações, R perde eficiência estatística para estimar desvio padrão do
processo (deve usar-se o desvio padrão amostral, s, como estimador, passando a trabalhar-se com cartas X e s).
(Montgomery, 2009)
Cartas de Controlo de Variáveis - Cartas X e R
A média e o desvio padrão do processo são, na maioria dos casos, desconhecidos, pelo que têm de ser estimados quando se pensa
que o processo se encontra em controlo (não estão presentes, no processo, causas assinaláveis de variação).
Recolha, em intervalos regulares e durante períodos curtos, de um número m, relativamente pequeno (m = 20 a 30), de amostras de
dimensão n (n = 2 a 10).
x1 x2 x 3 x 4 ... xm
x Melhor estimador da média do processo (μ); Linha central da carta de controlo X
m
R xmax xmin
(Montgomery, 2009)
Cartas de Controlo de Variáveis - Cartas X e R
X
Linha Central x
(Montgomery, 2009)
Cartas de Controlo de Variáveis - Cartas X e R
Linha Central R
(Montgomery, 2009)
Cartas de Controlo de Variáveis - Cartas X e R
• Se todos os pontos ficarem inseridos no interior dos limites de controlo teste e não apresentarem qualquer comportamento
sistemático, assume-se que o processo se encontra em controlo e que os limites de controlo teste são adequados para
controlar a produção actual e futura.
• Se os pontos não ficarem todos inseridos no interior dos limites de controlo teste ou apresentarem algum comportamento
sistemático, assume-se que o processo se encontra fora de controlo. Os limites de controlo teste têm de ser revistos.
25
xi 37.6400
x i 1
1.5056
25 25
25
Ri 8.1302
R i 1
0.32521
25 25
(Montgomery, 2009)
Cartas de Controlo de Variáveis - Cartas X e R
Não existe indicação de condição fora de controlo. Não existe indicação de condição fora de controlo.
(Montgomery, 2009)
Cartas de Controlo de Atributos - Cartas p (fracção de defeituosas ou não-conformes)
Recolha, em intervalos regulares e durante períodos curtos, de um número m, relativamente pequeno (m = 20 a 25), de amostras de
dimensão n.
p i
p i 1 Média das fracções não conformes por amostra; Linha central da carta de controlo p
m
(Montgomery, 2009)
Cartas de Controlo de Atributos - Cartas p (fracção de defeituosas ou não-conformes)
p 1p p3
p 1p
Limite Superior de Controlo p3 Limite Inferior de Controlo
n n
(se LIC < 0, considera-se LIC = 0)
Linha Central p
Recolhem-se amostras subsequentes de n unidades, determina-se a fracção não conforme de cada amostra e representa-se
graficamente, na carta, o valor.
Se o valor representado graficamente se encontrar dentro dos limites de controlo, e a sequência de pontos não apresentar
qualquer padrão sistemático, conclui-se que o processo se encontra em controlo no nível p.
(Montgomery, 2009)
Cartas de Controlo de Atributos - Cartas np (número de defeituosas ou não-conformes)
Recolha, em intervalos regulares e durante períodos curtos, de um número m, relativamente pequeno (m = 20 a 25), de amostras de
dimensão n.
p i
np n i 1 Número médio de não conformes por amostra; Linha central da carta de controlo np
m
(Montgomery, 2009)
Cartas de Controlo de Atributos - Cartas np (número de defeituosas ou não-conformes)
Linha Central np
Recolhem-se amostras subsequentes de n unidades, determina-se o número de unidades não-conformes de cada amostra e
representa-se graficamente, na carta, o valor.
Se o valor representado graficamente se encontrar dentro dos limites de controlo, e a sequência de pontos não apresentar
qualquer padrão sistemático, conclui-se que o processo se encontra em controlo no nível np.