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UNIFEI - Universidade Federal de Itajubá

IFQ - Instituto de Física e Química

RELATÓRIO DE CROMATOGRAFIA

Disciplina: Laboratório de Química da Água


Professora: Milady Renata Apolinario da Silva
Nome: Adriene Maria da Silva Roque

Itajubá, 2021
1. INTRODUÇÃO
A cromatografia visa a separação de elementos químicos orgânicos e
bioquímicos. Essa técnica aplica-se muito bem às análises ambientais,
principalmente no estudo de poluentes, como na determinação de hidrocarbonetos
policíclicos aromáticos (HPAs) o qual trata-se de um grupo de contaminantes com
compostos de atividade cancerígena e, também, em amostras de fumaça de queima
de biomassa, sendo um grande aliado nesses estudos e futuras prevenções
ambientais.
O processo em questão é muito utilizado em indústrias para a fabricação de
medicamentos, vacinas e no setor alimentício. Um dos grandes diferenciais da
cromatografia frente às outras técnicas analíticas é que o limite de detecção obtido
pela cromatografia pode ser cerca de 100 a 1000 vezes menor do que aquele obtido
por outros métodos de separação (PENTEADO; MAGALHÃES; MASINI, 2008, p.
2190).
Essa técnica é dividida por tipos, sendo alguns deles:
● Cromatografia em coluna: acontece as separações em duas fases uma
líquida e uma sólida, baseada na capacidade de absorção e solubilidade;
● Cromatografia planar: utiliza uma superfície plana envolve a cromatografia de
papel e a em camada delgada;
● Cromatografia gasosa: processo de separação dos componentes por meio da
passagem de uma fase móvel gasosa por uma fase estacionária sólida;
● Cromatografia líquida: a fase estacionária é constituída de partículas sólidas
empacotadas em uma coluna, que será percorrida por uma fase móvel
líquida;
● Cromatografia de troca iônica: é realizado para separar íons e moléculas
polares com base em sua afinidade a um cambista do íon. Ajuda na
separação de moléculas cobradas tais como proteínas, ácidos aminados, e
nucleotides. A fase móvel é frequentemente uma solução condutora
(determinada pela concentração de sal). A adsorção das moléculas da
amostra a um apoio contínuo oposta cobrado é conduzida por propriedades
iônicas específicas, por exemplo o número e o lugar das cargas na molécula;
● Cromatografia de gás: um gás inerte é usado porque uma fase móvel e um
sólido ou um líquido como geralmente de polímeros do silicone são a fase
estacionária. A mistura da amostra é introduzida à coluna alinhada com a
fase estacionária e fixada seletivamente. As moléculas separadas estão
identificadas usando um detector enquanto saem da coluna;
● Cromatografia supercrítica: caracteriza-se por utilizar na fase móvel um vapor
pressurizado, acima de sua temperatura crítica.
Todos os tipos acontecem seguindo os mesmo princípios básicos e
compostos por duas fases: móvel e estacionária. A fase móvel os componentes
quando isolados movem-se por um componente fluído, já a estacionária os
compostos, durante a separação, ficam fixos na superfície de outro material líquido
ou sólido.
Dentre tantos tipos, o cromatógrafo pode diferir de acordo com a constituição
das fases móvel e estacionária. Na Imagem 1 e Imagem 2 são representados os
dois principais tipos de cromatógrafos, os quais têm por semelhança a presença de
um injetor,detector e software para processar os dados obtidos.

Imagem 1: Cromatógrafo de fase gasosa

Imagem 2: Cromatógrafo de fase líquida

Conforme supracitado, a cromatografia é caracterizada pela passagem da


fase móvel sobre a fase estacionária, a partir disso os componentes são separados
pela diferença de afinidade. Essa questão caracteriza a parte química do
experimento, já que essa afinidade é ditada por duas propriedades moleculares: a
“Adsorção” a qual um componente da mistura adere à fase estacionária e quão
maior ela for mais lentamente a molécula se move pela coluna; e a “Solubilidade”
em que um componente da mistura se dissolve na fase móvel e quão maior ela for
mais rapidamente se moverá pela coluna.
Uma das técnicas amplamente empregadas é a cromatografia em papel.
Essa técnica é do tipo líquido-líquido, a qual tanto a fase móvel quanto a
estacionária são líquidas, a primeira ocorre fixada em uma superfície, normalmente
o filtro de café, que permite a separação e identificação dos componentes das
misturas. O eluente é uma mistura de dois ou mais líquidos que percorrem a fase
estacionária suportada no papel absorvente. Ocorre a retenção das moléculas
devido a diferença de solubilidade e/ou afinidade eletrostática existente entre elas.
(BRENELLI, 2006).

2. OBJETIVOS
Por meio da cromatografia em papel, analisar o afastamento os componentes
da tinta das canetinhas ao longo do papel do filtro de café, nesse experimento usado
como substrato, por meio de solventes que provocam a separação das partes, as
quais constituem o pigmento, ao longo do percurso de arrasto.

3. METODOLOGIAS
Nesse experimento, foi realizado no meio físico sólido da fase estacionária,
do tipo planar e realizou-se a cromatografia em papel, conforme já fora explicado
como ela ocorre.

Materiais e reagentes
● Papel de filtro de café;
● Canetinha hidrocolor de cores diferentes;
● Copos de vidro (3);
● Álcool em gel 70%;
● Água;
● Removedor de esmalte a base de acetona.;

Procedimentos
Primeiramente, o papel de filtro de café foi recortado no formato retangular
com tamanho aproximado de dois centímetros de largura e oito centímetros de

comprimento. Próximo a 0,5 centímetros da base de cada papel foi marcado um


ponto com canetinhas hidrocolor, cada papel com uma cor e o último com todas as
cores.
Nos copos foi adicionado, separadamente, água, álcool em gel e acetona, todos de
forma que cobrisse apenas o fundo dos frascos, conforme observado na Imagem 3 e
4; Imagem 5 e 6; Imagem 7 e 8; Imagem 9 e 10; Imagem 11 e 12; Imagem 13 e 14
.

Imagem 3 e 4 - Amostra com a água antes do experimento.

Imagem 5 e 6 - Amostra com a água após o tempo determinado imerso.

Imagem 7 e 8 - Amostra com álcool em gel 70% antes do experimento.


Imagem 9 e 10 - Amostra com o álcool em gel 70% após o tempo determinado imerso.

Imagem 11 e 12 - Amostra com o removedor de esmalte a base de acetona antes do experimento.

Imagem 13 e 14 - Amostra com o removedor de esmalte a base de acetona após o tempo


determinado imerso.

Em seguida, separou-se os recipientes e observou-se o experimento. A


seguir imagens dos papéis após secos os quais estavam, respectivamente, na água,
no álcool em gel 70% e no removedor para comparar os resultados por cor,
observado na Imagem 15; Imagem 16; Imagem 17 e Imagem 18.

Imagem 15 - Papéis marcados com a cor vermelha após secarem ao ar livre.

Imagem 16 - Papéis marcados com a cor marrom após secarem ao ar livre.


Imagem 17 - Papéis marcados com a cor azul após secarem ao ar livre.

Imagem 18 - Papéis marcados com as cores vermelha, azul e marrom após secarem ao ar livre.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
● O
Como analisado nas imagens, os resultados obtidos não vão de acordo com
a teoria. Quando colocados nos copos contendo apenas água, não ocorreu nenhum
arrasto do material. No entanto, quando colocado nos copos com álcool em gel e
acetona, esse arrasto ocorreu de maneira espontânea no momento do contato,
como nas imagens 7 e 8; imagens 11 e 12, respectivamente.
A Cromatografia depende do arrasto de substâncias parecidas em polaridade
e outros fatores, logo, quando utilizado uma caneta esferográfica com uma tinta à
base de óleo, era esperado a falta de interação da água, que manteve os pontos das
tintas inalterados devido a diferença na polaridade.
No entanto, quando em contato com o álcool em gel e a acetona, a tinta
sofreu um arrasto muito significativo, não deixando quase nada no local de início.
Um resultado diferente do esperado, visto que o álcool em gel e a acetona são
substâncias polares, e a tinta à base de óleo é apolar. Esse resultado pode ter sido
causado pela irregularidade do local e dos materiais utilizados no experimento.

5. CONCLUSÃO
O objetivo de observar a utilização da técnica de cromatografia a partir do
afastamento dos componentes da tinta das canetinhas ao longo do papel ao longo
do percurso de arrasto teve o resultado esperado. Além disso, foi possível concluir
que para realizar o experimento de cromatografia em papel, é necessário escolher o
melhor solvente, com base na sua polaridade, para a amostra que será utilizada.

6. REFERÊNCIAS

BRENELLI, E.C.S. Guia de laboratório - Química Orgânica Experimental I, 2006.


16p. Departamento de Química Orgânica, Universidade Federal Fluminense.

CHERIYEDATH, Susha. Vista geral da cromatografia. 2019. Disponível em:


https://www.news-medical.net/life-sciences/Chromatography-Overview-
(Portuguese).aspx. Acesso em: 09 ago. 2021.

CHÉROLET, Brenda. CROMATOGRAFIA. 2019. Disponível em:


https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/quimica/cromatografia. Acesso em: 09
ago. 2021.

DAMS, R., MURPHY, CM, LAMBERT, WE & Huestis, MA (2003) Teste de drogas
na urina para opióides, cocaína e metabólitos por cromatografia líquida de
injeção direta / espectrometria de massa em tandem. Comunicações rápidas
em espectrometria de massa , 17 (14).

PENTEADO, José Carlos; MAGALHÃES, Dulce; MASINI, Jorge C. Experimento


didático sobre cromatografia gasosa: uma abordagem analítica e ambiental.
Química Nova, v.31, n.8, p.2190-2193. São Paulo, 2008.

NUNEZ, O. & Lucci, P. (2020) Application of Liquid Chromatography in Food


Analysis. Alimentos , 9 (1277).

POOLE, SK & Poole, CF (1999) Modelos cromatográficos para a sorção de


compostos orgânicos neutros pelo solo da água e do ar. Journal of
chromatography A , 845 (1).

SILVA, Carla Grazieli Azevedo da; COLLINS, Carol H. Aplicações de cromatografia


líquida de alta eficiência para o estudo de poluentes orgânicos emergentes. Química
Nova, v. 34, p. 665-676, 2011.

VALIM, Paulo. Tipos de Cromatografia. 2020. Disponível em:


https://cienciaemacao.com.br/tipos-de-cromatografia/. Acesso em: 09 ago. 2021.
ZUO, X. et al . (2005) Expression and purification of SARS coronavirus protein
using SUMO-fusions. Expressão e purificação de proteínas , 42 (1).

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