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Indice

1.Introdução.................................................................................................................................1

1.1.Contextualização....................................................................................................................1

1.2. Metodologia..........................................................................................................................2

2. Fundamentação teórica............................................................................................................3

2.1. Escrita....................................................................................................................................3

2.2.Constrangimentos enfrentados na escrita em ronga (matimu ya xiloso)...............................4

2.2.1.Disgrafia..............................................................................................................................4

2.2.2.Disortografia.......................................................................................................................4

2.3. Duas actividades e promoção da escrita em ronga...............................................................5

3. Conclusão.................................................................................................................................6

4. Referências Bibliográficas.......................................................................................................7

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1.Introdução

1.1.Contextualização

Aprender a ler e escrever proporciona liberdade à criança. Por meio da escrita pode transmitir
ideias e sentimentos, pode pôr em palavras suas emoções e comunica-las quando desejar. Entre
os dois e três anos, a criança descobre que os livros falam quando alguém o lê. As imagens, as
letras, os desenhos são interpretadas por essa pessoa que lhes dá vida. Quando pode escrever e
deseja escrever será porque essas letras serão lidas, serão interpretadas por outras pessoas. “Para
aprender a escrever tem que sentir necessidade de comunicar sua observação, seu sentimento,
seu conhecimento a si mesmo ou a alguém” (GALLIGÓ, 2002, p.153).

Para que esse processo seja possível é necessário que exista uma maturidade adequada das bases
neuro funcionais que o sustentam. Estas bases são a sustentação de todas as modalidades
perceptivas, sobre tudo a visual e auditiva, que marcam a maneira, o estilo e a forma como
ocorre o processo. Esta aprendizagem não envolve somente uma simples associação de
neurônios que intervém, mas também a integração das diferentes destrezas que o cérebro utiliza
para processar a informação dada pelos grafemas e fonemas que são percebidas pela visão e pela
audição. “Aprender a ler não significa somente associar letra com som e palavra e com
significado, mas implica aprender uma forma de decodificação diferente da que é utilizada na
linguagem oral.” Nesta forma de decodificação é preciso: receber, reconhecer, elaborar e
interpretar símbolos (GLLIGÓM, 2002, p.155).

A escrita é de extrema importância, pois nos ajuda a adquirir novas habilidades, como redigir
textos de diversos géneros e dominar a ortografia da língua portuguesa. Isso irá permitir que o
pequeno compreenda questões linguísticas mais complexas.

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1.2. Metodologia

Para a realização desse trabalho recorreu-se a consultas bibliográficas que consistiu em uma
leitura e análise das informações de diversas obras relacionadas com o tema acima mencionado.
Os autores e as referidas obras estão devidamente citados dentro do trabalho e também na
bibliografia final.

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2. Fundamentação teórica

2.1. Escrita

Como afirma Garcez (2002), “a escrita é uma construção social, colectiva, tanto na história
humana como na história de cada indivíduo”. As nossas práticas baseiam-se e dependem sempre
da função do outro ao longo da vida. O indivíduo, inserido num contexto regulado pela escrita,
reconhece a importância e a necessidade em ser participante dessa prática, buscando aprendê-la e
desenvolvê-la para se fazer um sujeito actuante e interactivo.

Para Vygotsky (1995), a história da aquisição da escrita pela criança é a própria história do
desejo de expressão da criança que começa com o gesto, considerado pelo autor como escrita no
ar, se manifesta pelo desenho, pela fala, pelo faz-de-conta e chega à linguagem escrita.

De acordo com Vygotsky (2000), o parente genético da escrita na história social da humanidade
são todos os meios que o homem primitivo desenvolveu para gravar informações. No
desenvolvimento da criança, os parentes genéticos da escrita são o gesto, o desenho e o jogo. Na
história do indivíduo, a escrita começa a se desenvolver antes da aprendizagem escolar ou
formal, quando a criança desenha para representar objectos, participa de jogos simbólicos ou
utiliza linguagens diversas, como movimentos, desenhos e sons.

Sob perspectiva de análise, os autores Vygotsky e Garcez convergem ao


afirmarem que uma construção social, colectiva, tanto na história humana.
Porém, Partindo desse pressuposto, podemos afirmar que a escrita é um
sistema simbólico de signos e instrumentos, uma função cultural complexa
e uma função psíquica superior.

Quando a escrita media a relação do homem consigo, desenvolvendo nele as funções superiores
de abstracção, memorização mediada e raciocínio lógico, é um sistema de signos.

Quando a escrita medeia a relação do homem com o meio, servindo para comunicar e expressar,
é um sistema de instrumentos. A escrita é uma construção histórica. Ao longo da história social,
a escrita assumiu funções diversas, tornando-se uma função cultural complexa e uma linguagem
diferente, embora interrelacionada com a fala.

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2.2.Constrangimentos enfrentados na escrita em ronga (matimu ya xiloso)

A disgrafia e a disortografia são transtornos de escrita. Segundo o Manual Diagnóstico e


Estatístico dos Transtornos Mentais existem três transtornos de aprendizagem que prejudicam a
leitura, as habilidades matemáticas e a escrita, respectivamente: dislexia, discalculia e
disortografia.

2.2.1.Disgrafia

Para Garcia (1998), a disgrafia é uma dificuldade no desenvolvimento da escrita, mas só se


classifica como tal quando, por exemplo, a qualidade da produção escrita mostra-se muito
inferior ao nível intelectual de quem a produz. Quanto as outras dificuldades, a escrita ruim vem
associada a um baixo nível intelectual.

2.2.2.Disortografia

A disortografia é a designação que damos à dificuldade de aprendizagem relacionada com a


ortografia e sintaxe. Segundo Serra (2005: 14) é “uma perturbação específica da escrita que
altera a transmissão do código linguístico ao nível dos fonemas, dos grafemas, da associação
correcta entre estes, no que respeita a peculiaridades ortográficas de certas palavras e regras de
ortografia”.

Também podemos definir disortografia como uma perturbação que afecta as aptidões da escrita e
que se traduz por dificuldades persistentes e recorrentes na capacidade da criança compor textos
escritos (Pereira, 2009: 9). 19

Para Barbeiro (2007: 118) disortografia «são as dificuldades de escrita que comprometem a
aprendizagem e a automatização dos processos responsáveis pela representação ortográfica
apropriada». Para este autor a disortografia pode ser dividida em fonológica, superficial e mista.

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2.3. Duas actividades e promoção da escrita em ronga

Montar o alfabeto juntos:

 Sentar em meia lua com os alunos e montar o alfabeto que ficará na sala de aula juntos;
 Para cada letra, peça para as crianças escolherem uma palavra com a mesma inicial.

Reescrever histórias já conhecidas:

 O aluno deve escolher algum clássico como um conto dos Irmãos Grimm, por exemplo, e
vai reescrevê-lo, no formato de redacção, adaptando a história para o contexto actual`, na
cidade ou bairro da escola, incluindo seus amigos, familiares etc.

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3. Conclusão

Feito o trabalho entendemos que a escrita é um sistema simbólico de signos e instrumentos, uma
função cultural complexa e uma função psíquica superior. Quando a escrita media a relação do
homem consigo, desenvolvendo nele as funções superiores de abstracção, memorização mediada
e raciocínio lógico, é um sistema de signos. Quando a escrita medeia a relação do homem com o
meio, servindo para comunicar e expressar, é um sistema de instrumentos. A escrita é uma
construção histórica. Ao longo da história social, a escrita assumiu funções diversas, tornando-se
uma função cultural complexa e uma linguagem diferente, embora interrelacionada com a fala.
De acordo com Vygotsky (2000), o parente genético da escrita na história social da humanidade
são todos os meios que o homem primitivo desenvolveu para gravar informações. No
desenvolvimento da criança, os parentes genéticos da escrita são o gesto, o desenho e o jogo. Na
história do indivíduo, a escrita começa a se desenvolver antes da aprendizagem escolar ou
formal, quando a criança desenha para representar objectos, participa de jogos simbólicos ou
utiliza linguagens diversas, como movimentos, desenhos e sons.

Sob a perspectiva de análise conclui que para conseguir ler e escrever, as crianças precisam de
habilidades anteriores, como memória visual, capacidade de atenção, reconhecimento de
objectos/imagens e motricidade fina. Essas habilidades são desempenhadas pelas funções
cognitivas do cérebro descritas na sequência. A capacidade de extrair sentidos que envolvem as
linguagens verbal, não-verbal e multimodal, presentes nos diferentes géneros que circulam nas
mais diversas esferas da actividade humana.

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4. Referências Bibliográficas

 Galligó, M. A aprendizagem e seus transtornos, Barcelona, Grupo Editorial CEAC.


 Garcez, Lucília. (2002). Técnicas de redacção. São Paulo: Martins Fontes.
 Kida, A. S. B., Chiari, B. M., & Ávila, C. R. B. (2010). Escala de leitura: proposta de
avaliação das competências leitoras. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia,
15 (4), 546-553.
 Kintsch, W. (1998). Comprehension: a paradigm for cognition. New York: Cambridge
University Press.

 Kintsch, W., & Van Dijk, T. A. (1978). Toward a model of texto comprehension and
production. Psychology Review, 85 (5), 363-394.
 MORAIS, J. (1996). A arte de ler. São Paulo: Universidade Estadual Paulista.
 Pereira, R. S. (2009). Dislexia e Disortografia - Programa de Intervenção e Reeducação.
Montijo: Humanity's Friends Books, Lda.
 Pinheiro, A. M. V. (1994). Leitura e escrita: uma abordagem cognitiva. Campinas:
Editora Psy II.
 Serra, H. (2005). Avaliação e diagnóstico em dificuldades específicas de aprendizagem
Exercícios e actividades de( Re)educação . Porto: Asa.
 Soares, Magda Becker. As condições sociais da leitura: uma reflexão em contraponto. In
Zilberman, Regina; Silva, Ezequiel Theodoro da Leitura: perspectivas interdisciplinares.
São Paulo: Ática, 1988.
 Vygotski, Lev Semenovitch. Historia del desarrollo de las funciones psíquicas
superiores. Trad. José María Bravo. Madrid: Visor, 2000. 427p.
 Vygotski. Pensamiento y lenguaje. Trad. José María Bravo. Madrid: Visor, 1995. 484p.

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