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Curso: Direito Administrativo Avançado

Aula: Agência Executiva


Professor: Luiz Oliveira

Resumo

Agências Executivas são espécies do gênero Agência Administrativas, que nada mais são do que mais um
Entidade Autárquica. Vejamos o organograma a seguir:

AGÊNCIAS ADMINISTRATIVAS

AGÊNCIAS EXECUTIVAS AGÊNCIAS REGULADORAS

- LEI 9427/96 (ANEEL)


- LEI 9472/96 (ANATEL) - EC nº 08/95 inciso XI, ART. 21,
LEI Nº 9649/98 (art. 51 e 52) CF/88
LEI 9478/97 (ANP) - EC nº 09/95, art. 177, §2º, inciso III

DEC. 2487/98 GERENCIAR O MERCADO + DELEGAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO


DEC. 2488/98 (fiscalização e planejamento)

EXECUÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS

Sua fundamentação legal está na Lei nº 9649/98, artigos 51 e 52. Ocorre que a referida lei era a lei que
regulava o Governo FHC, e que posteriormente foi revogada pela lei que regulou o governo Lula (Lei nº
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10.683/03), a qual foi revogada pela Lei nº 13.502/2017 (Governo Temer) a qual, por sua vez, também já foi
revogada pela Lei nº 13.844/19 (Governo Bolsonaro).

Ocorre que a Lei nº 10.683 não revogou integralmente a lei nº 9.649/98, mas apenas as normas conflitantes.
Dentre as normas que permaneceram vigente, os art. 51 e 52. Vejamos:

Art. 51. O Poder Executivo poderá qualificar como Agência Executiva a autarquia ou fundação
que tenha cumprido os seguintes requisitos:

I - ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em


andamento;

II - ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo Ministério supervisor.

§ 1o A qualificação como Agência Executiva será feita em ato do Presidente da República.

§ 2o O Poder Executivo editará medidas de organização administrativa específicas para as


Agências Executivas, visando assegurar a sua autonomia de gestão, bem como a disponibilidade
de recursos orçamentários e financeiros para o cumprimento dos objetivos e metas definidos
nos Contratos de Gestão.

Art. 52. Os planos estratégicos de reestruturação e de desenvolvimento institucional definirão


diretrizes, políticas e medidas voltadas para a racionalização de estruturas e do quadro de
servidores, a revisão dos processos de trabalho, o desenvolvimento dos recursos humanos e o
fortalecimento da identidade institucional da Agência Executiva.
Ocorre que a Lei 13.502/17 (Governo Temer), revogou integralmente a Lei nº 10.603/2003.

Pergunta-se: com a total revogação da Lei nº 10.603/2003, que dava suporte à manutenção dos arts. 51 e 52
da lei nº 9.649/98, a agência executiva permanece existindo?

Para o professor, os art. 51 e 52 da lei nº 9.649/98 permanecem vigentes, haja vista que a “morte” da lei nº
10.603/2003 não gera, como consequência, a revogação dos artigos da lei nº 9.649/98 que se permaneceram
vigentes.

Além disso, existem dois decretos que regulamentam as Agências Executiva, quais sejam, DEC. 2487/98 e
DEC. 2488/98.

O INMETRO é um exemplo de Agência Executiva, que nada mais é do que uma autarquia qualificada, nos
termos do art. 51 da Lei nº 9.649/98. A exigências para a referida qualificação constam dos parágrafos do art.
51, e consistem em: (i) qualificação como Agência Executiva será feita em ato do Presidente da República
(decreto); (ii) celebração de Contratos de Gestão.

Existe uma vantagem na qualificação da autarquia em agência executiva, qual seja: o valor para dispensa de
licitação se dá em dobro, nos termos do §1º do art. 24 da Lei nº 8.666:

Art. 24. É dispensável a licitação:

I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na
alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma
obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que
possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;

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II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea
"a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não
se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser
realizada de uma só vez;

(...)

§ 1o Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento)
para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia
mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como
Agências Executivas.
Assim, podemos dizer que as três diferenças existentes entre autarquia e agência executiva são: (i) agência
executiva necessita de contrato de gestão; (ii) necessidade de um plano estratégico de reestruturação e
andamento; (iii) limite para dispensa de licitação

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