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ator) célebres ou não, como testemunhas, como reflexos, como

reveladores de uma época.


DEL PRIORE, M. Biografia: quando o
Professor: Diogo Barreto indivíduo encontra a história. Topoi, n. 19,
jul.-dez. 2009.

01. (ENEM-2020) Sexto rei sumério (governante entre os séculos De acordo com o texto, novos estudos têm valorizado a história do
XVIII e XVII a.C.) e nascido em Babel, “Khammu-rabi” (pronúncia em indivíduo por se constituir como possibilidade de
babilônio) foi fundador do I Império Babilônico (correspondente ao
Iraque), unificando amplamente o mundo mesopotâmico, unindo os a) adesão ao método positivista.
semitas e os sumérios e levando a Babilônia ao máximo esplendor. b) expressão do papel das elites.
O nome de Hamurabi permanece indissociavelmente ligado ao c) resgate das narrativas heroicas.
código jurídico tido como o mais remoto já descoberto: o Código de d) acesso ao cotidiano das comunidades.
Hamurabi. O legislador babilônico consolido a tradição jurídica, e) interpretação das manifestações do divino.
harmonizou os costumes e estendeu o direito e a lei a todos os
súditos. 04. Os pesquisadores que trabalham com sociedades indígenas
Disponível em: centram sua atenção em documentos do tipo jurídico-administrativo
www.direitoshumanos.usp.br. Acesso em: 12 (visitas, testamentos, processos) ou em relações e informes e têm
fev. 2013 (adaptado). deixado em segundo plano as crônicas. Quando as utilizam, dão
maior importância àquelas que foram escritas primeiro e que têm
Nesse contexto de organização da vida social, as leis contidas no caráter menos teórico e intelectualizado, por acharem que estas
Código citado tinham sentido de podem oferecer informações menos deformadas. Contrariamos esse
posicionamento, pois as crônicas são importantes fontes
a) assegurar garantias individuais aos cidadãos livres. etnográficas, independentemente de serem contemporâneas ao
b) tipificar regras referentes aos atos dignos de punição. momento da conquista ou de terem sido redigidas em período
c) conceder benefícios de indulto aos prisioneiros de guerra. posterior. O fato de seus autores serem verdadeiros humanistas ou
d) promover distribuição de terras aos desempregados urbanos. pouco letrados não desvaloriza o conteúdo dessas crônicas.
e) conferir prerrogativas políticas aos descendentes de estrangeiros. PORTUGAL, A. R. O ayllu andino nas
crônicas quinhentistas: um polígrafo na
02. (ENEM-2021) literatura brasileira do século XIX (1885-
TEXTO I 1897). São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009.

Portadoras de mensagem espiritual do passado, as obras As fontes valorizadas no texto são relevantes para a reconstrução da
monumentais de cada povo perduram no presente como o história das sociedades pré-colombianas porque
testemunho vivo de suas tradições
seculares. A humanidade, cada vez mais consciente da unidade dos a) sintetizam os ensinamentos da catequese.
valores humanos, as considera um bem comum e, perante as b) enfatizam os esforços de colonização.
gerações futuras, se reconhece solidariamente responsável por c) tipificam os sítios arqueológicos.
preservá-las, impondo a si mesma o dever de transmiti-las a plenitude d) relativizam os registros oficiais.
de sua autenticidade. e) substituem as narrativas orais.
Carta de Veneza, 31 de maio de 1964.
Disponível em: www.iphan.gov.br. Acesso 05. (ENEM-2021)
em: 7 out. 2019. 196° — Se alguém arranca o olho a um outro, se lhe deverá arrancar
o olho.
TEXTO II 197° — Se ele quebra o osso a um outro, se lhe deverá quebrar o
osso.
Os sistemas tradicionais de proteção se mostram cada vez menos 198° — Se ele arranca o olho de um liberto, deverá pagar uma mina.
eficientes diante do processo acelerado de urbanização e 199° — Se ele arranca um olho de um escravo alheio, ou quebra um
transformação de nossa sociedade. A legislação de proteção peca osso ao escravo alheio, deverá pagar a metade de seu preço.
por considerar o monumento, até certo ponto, desvinculado da Código de Hamurabi. Disponível em:
realidade socioeconômica. O tombamento, ao decretar a www.dhnet.org.br. Acesso em: 6 dez. 2017.
imutabilidade do monumento, provoca a redução de seu valor venal
e o abandono, o que é uma causa, ainda que lenta, de destruição Esse trecho apresenta uma característica de um código legal
inevitável. elaborado no contexto da Antiguidade Oriental explicitada no(a)
TELLES, L. S. Manual do patrimônio
histórico. Porto Alegre; Caxias do Sul: Escola a) recusa do direito natural para expressão da vontade divina.
Superior de Teologia São Lourenço de b) caracterização do objeto do delito para a definição da pena.
Brides, 1977 (adaptado). c) engajamento da coletividade para a institucionalização da justiça.
d) flexibilização das normas para garantia do arbítrio dos
Escritos em temporalidade histórica aproximada, os textos se magistrados.
distanciam a apresentarem pontos de vista diferentes sobre a(s) e) cerceamento da possibilidade de defesa para preservação da
autoridade.
a) ampliação do comércio de imagens sacras.
b) substituição de materiais de valor artístico.
c) políticas de conservação de bens culturais.
06. (ENEM-PPL-2020) Na Mesopotâmia, os frutos da civilização
d) defesa da privatização de sítios arqueológicos. foram partilhados entre diversas cidades-estados e, no interior delas,
e) medidas de salvaguarda de peças museológicas. entre vários grupos sociais, se bem que desigualmente. No Egito dos
faraós, os frutos em questão concentraram-se quase somente na
Corte real e, secundariamente, nos centros regionais de poder. Se na
03. (ENEM-2020) A reabilitação da biografia histórica integrou as Mesopotâmia o comércio cedo começou a servir também à
aquisições da história social e cultural, oferecendo aos diferentes acumulação de riquezas privadas, no Egito as trocas importantes
atores históricos uma importância diferenciada, distinta, individual. permaneceram por mais tempo sob controle do Estado.
Mas não se tratava mais de fazer, simplesmente, a história dos CARDOSO, C. F. Sociedades do antigo
grandes nomes, em formato hagiográfico — quase uma vida de santo Oriente Próximo. São Paulo: Ática, 1986
—, sem problemas, nem máculas. Mas de examinar os atores (ou o (adaptado).

História Geral 3º Ano 1


Um fator sociopolítico que caracterizava a organização estatal 10. (UNIFOR-2023) Entre os gregos, romanos e maias, observa-se
egípcia no contexto mencionado está indicado no(a) o predomínio da ideia de um tempo cíclico (por causa dos ritmos
naturais e da Cosmologia). Esses e outros povos antigos acreditavam
a) atrofiamento da casta militar. que o tempo era circular e que os fenômenos se repetiam. Assim, não
b) instituição de assembleias locais. haveria um momento inicial da criação do Universo, ideia difundida
c) eleição dos conselhos provinciais. pela tradição judaico-cristã.
d) fortalecimento do aparato burocrático. VICENTINO, Bruno; VICENTINO, Cláudio.
e) esgotamento do fundamento teocrático. Olhares da história: Brasil e mundo. 1ª ed.
São Paulo: Scipione, 2017, p. 18.
07. (ENEM-2017-Libras) O sistema de irrigação egípcio era muito
diferente do complexo sistema mesopotâmico, porque as condições A partir do texto, entendemos que a cultura judaico-cristã se baseia
naturais eram muito diversas nos dois casos. A cheia do Nilo também em um tempo linear, oriunda dos hebreus e persas zoroastristas,
fertiliza as terras com aluviões, mas é muito mais regular e favorável contribuindo, na definição de importante aspecto,
em seu processo e em suas datas do que a do Tigre e Eufrates, além
de ser menos destruidora. a) o nascimento de Cristo e o apocalipse, que são exemplos de
CARDOSO, C. F. Sociedades do antigo demarcações de tempo que não poderiam se repetir.
Oriente Próximo. São Paulo: Ática, 1986. b) o Antigo Testamento, que contém passagens de situações que
deveriam ser evitadas, logo, proibidas por Deus.
A comparação entre as disposições do recurso natural em questão c) o Dilúvio, retratado como acontecimento cíclico tendo em vista a
revela sua importância para a força inevitável da natureza e da vida.
d) o paraíso e a origem do homem no mundo, que deveriam ser
a) desagregação das redes comerciais. conhecidos como narrativas mitológicas da criação.
b) supressão da mão de obra escrava. e) a morte e ressurreição de Cristo, que deveriam ser rememoradas
c) expansão da atividade agrícola. e comemoradas, repetindo o ciclo da vida humana.
d) multiplicação de religiões monoteístas.
e) fragmentação do poder político. Anotações diversas
08. (ENEM-2009-PPL) Os faraós das primeiras dinastias construíam
grandes pirâmides para proteger as suas câmaras mortuárias.
Conforme a crença egípcia antiga, a alma vagaria sem destino se o
corpo, sua habitação, fosse destruído. No Egito contemporâneo, os
muçulmanos são sepultados envoltos apenas em mortalhas, poucas
horas após a morte, em túmulos simples e sem identificação
individual.

A diferença entre as grandes pirâmides de outrora e os ritos e túmulos


simples de hoje deve-se ao fato de a religião muçulmana

a) ser descrente quanto à existência de vida após a morte.


b) ter surgido, precisamente, como reação contra a religião dos
faraós.
c) entender como errado construir pirâmides só para os ricos, e não,
para todos.
d) querer evitar os assaltos aos monumentos funerários, que eram
comuns no Egito antigo.
e) ignorar o corpo como morada da alma e considerar os homens
como iguais frente à morte.

09. Na Bíblia, a criação do mundo é descrita a partir das ordens de


um único ser, que é Deus: "Disse Deus: Haja luz; e houve luz" (Gen.,
1:3). Porém, em certos mitos ameríndios, inclusive brasileiros, a
criação do mundo é poeticamente apresentada como resultado de um
diálogo entre múltiplos espíritos. As linhas a seguir servem como
exemplo. Elas narram o surgimento de um desses espíritos criadores
(demiurgos): "Tendo florido (em forma humana) / Da sabedoria
contida em seu ser de céu / Em virtude de seu saber que se abre em
flor, / Soube para si em si mesmo / a essência da essência da
essência das belas palavras primeiras".
CESARINO, Pedro de N. Os Poetas. Folha
de S. Paulo. 18 jan. 2009: p. 6–7 (adaptado).

A Bíblia trata da criação em linguagem poética. Analogamente, são


poéticas as linhas ameríndias acima citadas. Em geral, a poesia
abriga diferenças de forma e de conteúdo por

a) ser fruto do desenvolvimento intelectual de sociedades ricas.


b) fazer parte do desenvolvimento intelectual de sociedades letradas.
c) estar relacionada com a linguagem e o modo de vida de uma
sociedade.
d) depender do lazer disponível, de forma que pessoas ociosas
possam dedicar-se a ela.
e) captar recursos disponíveis, para que diversos poetas possam ser
financeiramente pagos.

História Geral 3º Ano 2

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