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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA, HIPERFOCO E TRANSTORNO DO


DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE

Uma pesquisa bibliográfica

GABRIEL GOLONI LOLO

São Paulo

2021
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Sumário

Resumo.............................................................................................................. 4
ABSTRACT.........................................................................................................5
Introdução..........................................................................................................6
Desenvolvimento...............................................................................................7
Outras características do Transtorno do Espectro Autista.........................12
O cérebro no TEA............................................................................................13
Neuroplasticidade e poda neural...................................................................15
Transtorno Opositivo-Desafiador (TOD).......................................................16
Ondas cerebrais e TDAH................................................................................19
Prematuridade e TEA......................................................................................25
Características da Síndrome de Asperger....................................................26
Tratamento e intervenção...............................................................................28
CONCLUSÃO................................................................................................... 29
Referências......................................................................................................30
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Resumo

O presente artigo trata de uma pesquisa bibliográfica que buscou investigar os aspectos do Transtorno
de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) aliados ao Transtorno do Espectro Autista (TEA) por
meio de artigos em língua portuguesa e em língua inglesa em bases de dados como SCIELO, Pubmed
e PePSIC por meio da metodologia SNAPPS e uso do método indutivo. Buscou-se compreender o
funcionamento cerebral de um indivíduo com TDAH bem como a condição de hiperfoco. Além desses
aspectos, procurou-se esclarecer as diferenças entre indivíduos com e sem o transtorno, assim como os
neurotransmissores envolvidos. Ademais, foram contemplados aspectos referentes às ondas cerebrais
no transtorno. Também se buscou informações acerca do TOD, uma das comorbidades que podem
acontecer concomitantemente com o TDAH, além de discussão acerca das formas de intervenção
frente ao transtorno. Também são feitos comentários acerca dos fatores de risco para o TEA

Palavras-chave: TDAH; hiperfoco; Transtorno do Espectro Autista


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ABSTRACT

This article is a bibliographic research that sought to investigate the aspects of Attention Deficit
Hyperactivity Disorder (ADHD) and Autism Spectrum Disorder (ASD) through articles in Portuguese
and English in databases such as SCIELO, Pubmed and PePSIC through the SNAPPS methodology
and use of the inductive method. The aim was to understand the brain functioning of an individual
with ADHD as well as the condition of hyperfocus. Besides these aspects, the differences between
individuals with and without the disorder were clarified, as well as the neurotransmitters involved. In
addition, aspects related to brain waves in the disorder were contemplated. Information was also
sought about ODD, one of the comorbidities that can occur concomitantly with ADHD, as well as a
discussion about the forms of intervention against the disorder. Comments are also made about the risk
factors for ADHD.

Keywords: ADHD; hyperfocus; Autism Spectrum Disorder


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Introdução

O Hiperfoco pode ser definido como uma forma intensa de concentração em um


mesmo assunto, tópico ou tarefa e é bastante frequente em pessoas com transtorno do espectro
autista (TEA), sendo um padrão de comportamento restrito e repetitivo. O hiperfoco também
pode estar presente em outras condições como TDAH. Dentre as características do TDAH,
podemos citar:

a) Dificuldade de comunicação e de interação;

b) Dificuldade em manter contato visual;

c) Dificuldade em interpretar expressões;

d) Dificuldade de interpretação do contexto de comunicação (por exemplo, de


compreender a linguagem figurada, imaginativa);

e) Padrões estereotipados e repetitivos de comportamento;

f) Interesses restritos, nos quais o indivíduo obtém desempenho acima da


média;

g) Hiperfoco em atividades específicas;

h) QI normal (na maioria das vezes) ou acima da média;

i) Atraso na fala (em graus mais severos);

j) O indivíduo não reage bem quando é rejeitado;

k) Instabilidade do humor e das emoções.

A etiologia do TEA está relacionada com fatores genéticos e ambientais, tais como:
baixo peso ao nascer (< 2500g), uso de drogas, infecções maternas durante a gestação e
prematuridade (MOORE et al., 2000, CEDERLUND; GILLBERG, 2004; SCHENDEL;
BHASIN, 2008)
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Desenvolvimento

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é a primeira doença


neuropsiquiátrica que surgiu no século XX e está associada a prejuízo acadêmico e social
sendo tipicamente diagnosticada nos primeiros anos escolares da criança; havendo estudos de
tratamentos com medicamentos desde 1937. A aprovação e a regulamentação do tratamento
medicamentoso com estimulantes para crianças deram-se no início dos anos 1960 (DOYLE,
2004)

O TDAH tem aparecido com variações na sua nomenclatura no decorrer da história,


incluindo algumas denominações como Lesão Cerebral Mínima, Reação Hipercinética da
Infância, Distúrbio do Déficit de Atenção ou Distúrbio de Hiperatividade com Déficit de
Atenção/Hiperatividade e TID (Transtorno Invasivo do Desenvolvimento) (Poeta e Neto,
2006)

Historicamente, as primeiras referências aos transtornos hipercinéticos na literatura


médica apareceram no meio do século XIX (Topczewki, 1999); e sua nomenclatura vem
sofrendo alterações contínuas. Na década de 40, surgiu a designação “lesão cerebral mínima”,
que em 1962, foi modificada para “disfunção cerebral mínima”.

Os sintomas geralmente se iniciam antes dos sete anos, embora o diagnóstico do


transtorno seja posterior. Os sintomas aparecem em casa, na escola e no trabalho. Muitas
vezes, o transtorno é reconhecido no ambiente escolar por que as dificuldades de atenção
ficam evidentes (Bromberg, 2002; Silvia, 2004)

Segundo Riesgo e Rohde (2004), alguns eventos pré ou perinatais como, por exemplo,
o baixo peso ao nascer, a exposição ao álcool ou cigarros durante a gestação, aumentam o
risco para o desenvolvimento do TDAH.

O TDAH frequentemente se apresenta em comorbidade com outras doenças


psiquiátricas, como, por exemplo, os transtornos da conduta e de oposição desafiante na
infância e os transtornos do humor, de ansiedade e por uso de substâncias na vida adulta.
Outro complicador para os estudos de neurobiologia do transtorno envolve o fato de que o
TDAH de crianças e o TDAH de adultos não são uma singularidade. Por exemplo, na
infância e na adolescência, os meninos são mais afetados do que as
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meninas, e a apresentação predominantemente hiperativa tem prevalência mais alta, algo que
não acontece nos adultos. Além disso, estudos clínicos demonstram que o TDAH também
pode sofrer remissão na vida adulta, justificando a possibilidade de flutuações do diagnóstico
ao longo da vida. Por fim, estudos em coortes populacionais indicam que o TDAH de adultos
talvez não seja sinônimo de TDAH persistente, já que também existe a possibilidade do
surgimento da doença mais tardiamente na adolescência e mesmo na vida adulta.
(QUEVEDO; IZQUIERDO, 2020, p. 320)

O TDAH geralmente se manifesta como hiperatividade, impulsividade ou desatenção,


o que gera a impressão de que a pessoa não consegue se concentrar.

Dificuldade de aprendizagem, perturbações motoras (equilíbrio, noção de espaço e


tempo, esquema corporal etc.) e fracasso escolar são manifestações que acompanham o
transtorno hiperativo. A variabilidade do comportamento entre ambientes é outra
característica dessas crianças. O TDAH representa, junto com a dislexia, a principal causa de
fracasso escolar, sendo que a dificuldade de aprendizagem está presente em 20% das crianças
com este transtorno (Mattos, 2001). A falta de atenção e a desorganização estão diretamente
ligadas à vida escolar da criança, que tem seu processo de alfabetização comprometido, em
especial na área de exatas, por exemplo, na matemática (AMORIM, 2012).

Uma pessoa com TDAH tem dificuldade de permanecer em atividades obrigatórias de


longa duração. Participar como ouvinte de uma palestra em que o tema não seja motivo de
grande interesse e não o faça entrar em hiperfoco, por exemplo (SILVA, 2009)

Outra característica é a tendência ao desespero. Quando algum indivíduo se vê diante


de uma dificuldade, costuma vê-la como intransponível (SILVA, 2009, p. 24)

Além disso, um TDA tem baixa tolerância à frustração e, quando não consegue esperar
por algo, lança-se impulsivamente no seu objetivo de consegui-lo. O indivíduo também se
irrita com facilidade quando algo não acontece conforme ele planejou.

Ainda de acordo com Silva (2009), a mente do indivíduo com TDAH age sem pensar
ou avaliar possíveis consequências. Costuma, por exemplo, falar sem pensar, o que pode
acarretar ofensas.
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O transtorno é observado a partir de três subtipos: os que apresentam


predominantemente as dificuldades de atenção; outro que prevalece a impulsividade e a
hiperatividade; e o que combina os dois anteriores. O tipo com predomínio de sintomas de
desatenção é mais frequente no sexo feminino e parece apresentar, conjuntamente com o tipo
combinado. Nos tipos que apresentam, predominantemente, as dificuldades de atenção, são
apresentadas características marcantes de falta de atenção e dificuldade para se ater aos
detalhes, os que ocasionam erros grosseiros nas atividades, sejam elas escolares ou não.

No tipo combinado, no qual concomitantemente há sintomas de ambos os subtipos, as


pessoas com déficit de atenção se distraem com facilidade diante do menor estímulo,
interrompendo continuamente suas atividades. Nelas, a hiperatividade se manifesta não só
como inquietação motora, mas também intelectual e verbal. A impulsividade se evidencia por
respostas aceleradas, dificuldade de autocontrole e de autorregulação de seguir instruções de
forma sequenciada e pausada, e de antecipar as consequências de seus atos (Rohde et al,
2004).

No que se refere aos estudos da genética do TDAH, estudos epidemiológicos mostram


a recorrência familiar e, conforme Todd (2000), o risco da recorrência do TDAH entre pais e
irmãos é cerca de cinco vezes maior que a prevalência na população. Estes dados foram
obtidos a partir de estudos com famílias com gêmeos e adotados. Para ver os genes que
potencialmente estão relacionados ao TDAH, consultar BERGER; ROHN; OXFORD (2013,
p. 7)

Outros achados apontam alguns problemas genéticos relacionados com o TEA que são
as convulsões, a deficiência mental, a diminuição neural, assim como a diminuição sináptica
na amígdala, no hipocampo e no cerebelo. Da mesma forma o tamanho aumentado do
encéfalo e concentração aumentada de serotonina circulante também são causas
neurobiológicas que estão associadas ao TEA. Estas fortes evidências acerca do fator genético
de doenças psiquiátricas como o Transtorno do Espectro Autista, permeiam há mais de três
décadas. Há 15 anos, estudos começaram uma análise de ligação gênica, no qual uma
quantidade muito pequena de genes foi identificada e poderá ser reconhecida somente quando
um número muito alto de pessoas afetadas e familiares passarem por análise
(CARVALHEIRA et al, 2004).
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Em outro estudo, Faraone et. al (1992) concluíram que 57% das crianças com TDAH
têm pais afetados com o transtorno, com um risco de 15% entre irmãos. Também
confirmaram esta teoria os estudos feitos com gêmeos monozigotos, nos quais se constatou a
concordância de 51%, enquanto em dizigoticos a concordância é de 33% com maior
incidência de TDAH em familiares de primeiro grau do indivíduo afetado.

Embora haja um componente genético para o TDAH, não se tem certeza de qual é. Os
genes parecem ser responsáveis não pelo transtorno em si, mas por uma predisposição
ao TDAH. A prevalência da doença entre os parentes das crianças afetadas são cerca de 2 a
10 vezes mais do que na população em geral (isto é chamado de recorrência
familial) (ATENÇÃO, 2022)

Em outro estudo, Faraone e colaboradores (1992) concluíram que 57% das crianças
com TDAH têm pais afetados com o transtorno, com um risco de 15% entre irmãos. Também
confirmaram esta teoria os estudos feitos com gêmeos monozigotos, nos quais se constatou a
concordância de 51%, enquanto em dizigotos a concordância é de 33% com maior incidência
de TDAH em familiares de primeiro grau do indivíduo afetado (COUTO, MELO-JUNIOR,
GOMES, 2010)

Porém, como em qualquer transtorno do comportamento, a maior ocorrência dentro da


família pode ser devido a influências ambientais, como se a criança aprendesse a se comportar
de um modo “desatento” ou “hiperativo” simplesmente por ver seus pais se comportando
desta maneira, o que excluiria o papel de genes. Foi preciso, então, comprovar que a
recorrência familial era de fato devida a uma predisposição genética, e não somente ao
ambiente. Outros tipos de estudos genéticos foram fundamentais para se ter certeza da
participação de genes: os estudos com gêmeos e com adotados. Nos estudos com adotados
comparam-se pais biológicos e pais adotivos de crianças afetadas, verificando se há diferença
na presença do TDAH entre os dois grupos de pais. Eles mostraram que os pais biológicos
têm 3 vezes mais TDAH que os pais adotivos.

Segenreich e Mattos (2007) afirmam que trabalhos recentes encontram evidências de


que o TDAH se trata de um distúrbio neurobiológico. Dois grupos de
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pesquisas atuais têm resultados que atribuem a este transtorno duas possíveis causas: uma
relacionada ao déficit funcional do lobo frontal, mais precisamente o córtex cerebral; e a outra
ao déficit funcional de certos neurotransmissores.

Pesquisadores como Barkley (2002) acreditam ainda que o TDAH se evidencia por um
déficit básico no comportamento inibitório. Uma deficiência em determinadas áreas nas quais
o cérebro deveria comandar. Ainda para este pesquisador, um dos problemas preponderantes é
que a criança com este transtorno tem dificuldade em manter sua atenção focalizada por um
período mais longo.

Outra característica que se manifesta na criança com TDAH é a hiperatividade, que é


marcada por inquietação, impaciência, atividade motora excessiva, e, também, como conversa
excessiva. Além disso, percebe-se uma movimentação diferenciada, marcada por tiques
(movimentos repetitivos). É comum também observar que a criança costuma interromper
falas de outras pessoas ou mudar de assunto durante uma conversa. (LUIZÃO;
SCICCHITANO, 2014).

É na vida escolar da criança que os problemas decorrentes do TDAH ficam mais


evidentes. O desempenho escolar da criança com TDAH é instável. Em alguns momentos, a
criança realiza uma excelente atividade, enquanto em outros realiza um trabalho com baixa
qualidade; e isso ocorre em períodos muito próximos. A causa dessa instabilidade no
desempenho reside na instabilidade da atenção. Algumas características diferenciam a criança
com TDAH de crianças sem o transtorno, e estas diferenças parecem evidenciar-se quando a
criança ingressa no contexto escolar.

O TDAH não é considerado uma dificuldade de aprendizagem. O transtorno, na


verdade, pode levar o indivíduo a desenvolver dificuldades de aprendizado.

O acompanhamento psicopedagógico é importante, pois busca auxiliar atuando


diretamente sobre a dificuldade escolar, minimizando a possível defasagem de conteúdos
escolares e possibilitando condições para que novas aprendizagens ocorram. Além disso, o
psicopedagogo poderá auxiliar a criança nos aspectos ligados à organização e planejamento
do tempo e das atividades.
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A impulsividade é marcada por ações que não são precedidas de pensamento e parece
não se limitar apenas ao aspecto motor, sendo observada também nos pensamentos da pessoa.

Além disso, de acordo com Klin (2006), crianças com TEA têm dificuldade em aceitar
alterações na sua rotina. Uma tentativa de alteração da rotina de uma criança por parte dos
pais pode ser recebida com sofrimento por ela. As alterações na rotina ou no ambiente podem
evocar grande oposição ou contrariedade.

A compreensão das alterações dos mecanismos do cérebro de uma pessoa com TEA
pode estimular a elaboração de novas e mais adequadas estratégias sociais para estes pacientes
(ZILBOVICIUS, 2006)

Outras características do Transtorno do Espectro Autista

Tanto a hiper quanto a hipossensibilidade aos estímulos sensoriais são típicos das
crianças com TEA. Elas podem ser muito agudamente sensíveis a sons (hipossensibilidade), e
tapar os ouvidos ao ouvir um cão latir ou o barulho de um aspirador de pó. Outras podem
parecer ausentes frente a ruídos fortes ou a pessoas que as chamam, mas ficam fascinados
pelo fraco tique-taque de um relógio de pulso ou pelo som de um papel sendo amassado.
(KLIN, 2006, p. 7).

Essas disfunções são características do TPS (Transtorno de Processamento Sensorial).


A hipersensibilidade ocorre quando a criança busca evitar os estímulos sensoriais. Isso faz
com que a criança evita novas texturas, barulhos muito altos, encolha o corpo, evite contato
físico etc.

Bodfish e colaboradores (2000) identificaram classes similares, agrupadas em quatro


categorias distintas: 1) comportamentos motores estereotipados; 2) comportamentos
ritualísticos; 3) comportamentos compulsivos; 4) comportamentos auto lesivos e; 5) interesses
restritos. Os três primeiros seriam variações de um mesmo tipo de comportamento, com
diferentes graus de complexidade. A estereotipia motora, a modalidade mais simples, é
definida como conduta auto reforçadora, caracterizada por movimentos repetitivos tais como
balançar o corpo, correr sem propósito ou remexer as mãos. As condutas ritualísticas
envolvem comportamentos
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estereotipados mais complexos, como o cumprimento de rotinas e resistência a mudanças. As


compulsões representam grau mais acentuado de um complexo conjunto de comportamentos
estereotipados que tipicamente vem associado a alterações fisiológicas e afetivas. Em termos
comportamentais ele é observado em comportamentos exagerados de verificação,
ordenação/contagem para alcançar simetria/exatidão, limpeza e/ou acúmulo de objetos
(CHOK; KOESLER, 2014).

O cérebro no TEA

Na década de 80, para não precisar remontar a história destas técnicas, estudos post-
mortem deram início aos estudos básicos de neuroanatomia em pessoas autistas. Foram
descritas alterações no lobo frontal medial, temporal medial, gânglios da base e tálamo
(DAMÁSIO e MAURER, 1978, apud MOURA et al, 2005).

Os artigos sobre o tema relatam que pacientes autistas apresentam prejuízo em regiões
cerebrais como o cerebelo, a amígdala, o hipocampo, gânglios da base e corpo caloso, no
entanto, as anormalidades celulares e metabólicas permanecem desconhecidas (BOLIVAR et
al, 2007; DEVITO et al, 2007; MINSHEW & WILLIAMS, 2007 apud PEREIRA, 2007).

Segundo Zilbovicius et al. (2006), investigações com exames de imagem cerebral


realizadas em indivíduos autistas descobriram diferenças localizadas principalmente nos
sulcos frontais e temporais. Tal estudo encontrou anormalidades da anatomia e do
funcionamento do lobo temporal de indivíduos autistas. Essas alterações estão localizadas
bilateralmente nos sulcos temporais superiores (STS). O STS é uma região importante para a
percepção de estímulos sociais e demonstram hipoativação na percepção de face e cognição
social (direção do olhar, expressões gestuais e faciais de emoção), e estão significativamente
ligados com outras partes do “cérebro social”, tais como o Giro Fusiforme e a Amígdala
(ZILBOVICIUS et al., 2006)

A compreensão das alterações dos mecanismos do cérebro autista pode estimular a


elaboração de novas e mais adequadas estratégias sociais para estes pacientes
(ZILBOVICIUS, 2006)
14

De acordo com este autor, ainda foram observadas alterações no lobo temporal,
responsável pela linguagem, pelo processamento visual, pela memória, pelo gerenciamento
das emoções e pela memorização.

Segundo Frith e Cohen (2013), a principal anormalidade de pessoas com TEA é a


dificuldade de elaborar considerações a respeito de outros indivíduos. São os neurônios
espelho, localizados no lobo frontal, que permitem pensar sobre nós mesmos e sobre o outro
e, desta forma, prever o comportamento de seus semelhantes.

Para Lameira, Gawryszenwski e Pereira (2006), o entendimento de ações (essencial


para a tomada de atitude em situações de perigo), a imitação (extremamente importante para
os processos de aprendizagem) e a empatia (a tendência em sentir o mesmo que uma pessoa
na mesma situação sente, a qual é fundamental na construção dos relacionamentos) são
funções atribuídas aos neurônios-espelho e são exatamente essas funções que se encontram
alteradas em pessoas autistas.

Um estudo publicado em 2010 revelou que as crianças com TDAH não têm as mesmas
ligações entre o córtex frontal do cérebro e a área de processamento visual. Isto sugere
que o cérebro com TDAH processa a informação de forma diferente do que um cérebro sem
TDAH.

Segundo Phan et.al (2020), a mielinização inadequada dos neurônios pode, também,
ser um fator do TDAH. A falta de oligodendrócitos maduros está ligada ao Transtorno do
Espectro Autista (TEA), de acordo com um estudo realizado em ratos e cérebros de cadáveres
humanos.

A mielina é uma substância gordurosa que envolve e isola os axônios dos neurônios.
Em neurônios mielinizados, devido a condução saltatória, os impulsos nervosos propagam-se
com maior velocidade

Os Oligodendrócitos, células que controlam a mielinização, parecem ser menos ativos


no TEA, o que gera uma mielina “mais fina". isto provavelmente deve-se a mutações em
alguns genes que controlam a atividade dos oligodendrócitos. A
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desmielinização pode ser causada por mutações que provocam alterações nas células
precursoras dos Oligodendrócitos, alterando a produção da bainha de mielina.

Os estudos de Garcia e Mesqueira (2011) identificaram alterações em estruturas como


hipocampo, subículo, córtex entorrinal, amígdala, corpo mamilar, giro do cíngulo anterior e
do septo e estruturas do sistema límbico em pacientes com o Transtorno do Espectro Autista.

O diagnóstico do TEA ainda é baseado em critérios comportamentais, pois não foram


achados marcadores biológicos para o transtorno. (MOURA et al, 2005, apud GARCIA e
MOSQUEIRA, 2011)

Neuroplasticidade e poda neural

Uma das características do cérebro é a plasticidade, também chamada de


neuroplasticidade, que é a capacidade do cérebro de se adaptar a diferentes situações e
ambientes. Além do mais, a plasticidade cerebral descreve a habilidade do cérebro de eliminar
sinapses (poda neural) e de estabelecer novas conexões (BERGER; ROHN; OXFORD, 2013).

No primeiro ano de vida de um ser humano o cérebro forma os circuitos neurais. Essa
“rede”, que se assemelha a uma teia de aranha, é repleta de ligações entre os neurônios – as
chamadas sinapses -, sendo a responsável por conduzir a informação que transita entre o
cérebro, sistema nervoso central e organismo. Nesse período do desenvolvimento infantil, a
criança possui o dobro de sinapses que um adulto. Isso ocorre porque o cérebro lança circuitos
para inúmeras atividades, já que não conhece o estilo de vida que levaremos.

Além disso, durante a infância ocorre um ajuste no número de neurônios (poda


neuronal) e aumento da sinaptogênese (formação das sinapses), favorecendo a aprendizagem
de novas informações. Já durante a adolescência, ocorre um refinamento sináptico, com
eliminação de sinapses ineficientes” e aumento da mielinização. A taxa de aprendizagem de
novas informações diminui, mas a capacidade de usar e elaborar o que já foi aprendido
aumenta.
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Períodos críticos são fases de desenvolvimento, nas quais alguns sistemas neurais
estão mais suscetíveis à plasticidade. Há duração e início específicos para cada sistema em
dependência da idade e da exposição à experiência. Sem ativação neural, o sistema fica em
um estado de espera com desenvolvimento inadequado. Por outro lado, ambientes
enriquecidos podem prolongar o período de maior plasticidade. (ANDRADE; MARTINS
JUNIOR; FRANCO, 2013)

Com o tempo, na medida em que o indivíduo recebe estímulos de aprendizagem e


desenvolvimento, o cérebro passa a reconhecer quais conexões têm sido utilizadas com maior
frequência e reforça esses circuitos na forma de memória. Os recursos que não são utilizados
vão sendo desativados. A essa exclusão, dá-se o nome de “poda neural”, um processo que
ocorre dentro do cérebro, que resulta na redução do número total de neurônios e sinapses.
Esse “corte” acontece inúmeras vezes ao longo da vida, sendo mais intenso próximo aos 3
anos de idade e na adolescência, o que é benéfico para o bom funcionamento do cérebro.
(RUSSO, 2018)

Transtorno Opositivo-Desafiador (TOD)

Uma das comorbidades que um indivíduo com TDAH pode apresentar é o TOD
(Transtorno de Oposição e Desafio). O DSM-IV (APA, 1995) caracteriza o transtorno de
oposição e desafio como um transtorno comportamental que apresenta um padrão recorrente
de comportamento negativista, desafiante, desobediente, principalmente com figuras de
autoridades que levam a um prejuízo na vida acadêmica, social e familiar do paciente.

Para o diagnóstico de TOD são necessários pelo menos quatro dos seguintes sintomas:
1) Irrita-se frequentemente; 2) discute com adultos ou figuras de autoridade;
3) costuma desafiar as regras dos adultos; 4) faz coisas deliberadamente para aborrecer a
terceiros; 5) culpa os outros pelos seus próprios erros; 6) se sente ofendido com facilidade; 7)
tem respostas coléricas quando contrariado; e 8) é rancoroso e vingativo quando desafiado ou
contrariado.

Como apontado por Grevet et al. (2007), pacientes com TDAH e TOD apresentaram
maior agressividade, maior ocorrência de notas baixas e mais
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problemas com seus parceiros em relação àqueles diagnosticados exclusivamente com


TDAH ou TOD.

Pacientes com TDAH apresentam menor volume da substância cinzenta em regiões


dos gânglios da base envolvidas com o controle motor, mais especificamente o putâmen, o
globo pálido e o núcleo caudado. No entanto, os níveis parecem se estabilizar após o
tratamento com Metilfenidato.

O TDAH também foi associado a prejuízo na sincronização de ativação entre a rede de


modo-padrão (DMN; do inglês default mode network), que normalmente é mais ativa quando
não há realização de tarefas, e a rede positiva de tarefas (TPN; do inglês task-positive
network), que é ativada durante a realização de tarefas. Nos indivíduos com TDAH, a
ativação da DMN ocorre durante a realização de tarefas que exigem concentração.

Uma das hipóteses para isso é que, no TDAH, há deficiência nas trocas contínuas entre
a TPN e a DMN e acredita-se que seja porque há dificuldade em desligar a DMN durante a
realização de tarefas. Essa mudança entre o estado de repouso e o de pensamento é
prejudicada nesta condição (SIDLAUSKAITE, 2016)

Um dos mais fascinantes fenômenos cognitivos no TEA é a presença das denominadas


“ilhotas de habilidades especiais” ou splinter skills, habilidades preservadas ou altamente
desenvolvidas em certas áreas que contrastam com os déficits gerais de funcionamento da
criança. Não é incomum, por exemplo, que as crianças com TEA tenham grande facilidade de
decifrar letras e números, às vezes precocemente (hiperlexia), mesmo que a compreensão do
que leem esteja muito prejudicada. (KLIN, 2006, p. 7)

De acordo com um estudo feito em 2018 por pesquisadores da Radboud University


Nijmegen Medical Centre, o cérebro de um indivíduo com TDAH tem menor volume em
cinco áreas subcorticais e menor volume em relação ao cérebro de um indivíduo sem TDAH.
Essas diferenças foram mais notadas em crianças do que em adultos. Também se concluiu que
a amigdala e o hipocampo são menores. Essas áreas são responsáveis pelo processamento
das emoções e estão ligadas à
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impulsividade. Além disso foram detectadas alterações no fluxo sanguíneo para o cérebro
em pessoas com TDAH, isso ocorre, por exemplo, nas áreas pré-frontais.

A área pré-frontal é responsável por funções executivas como o planejamento, a


organização e a atenção, além da lembrança e das reações emocionais.

A teoria científica atual defende que no TDAH existe uma disfunção da


neurotransmissão dopaminérgica na área frontal (pré-frontal, frontal motora, giro do cíngulo);
regiões subcorticais (estriado, tálamo médio dorsal) e a região límbica cerebral (núcleo
acumbens, amígdala e hipocampo). Alguns trabalhos indicam uma evidente alteração destas
regiões cerebrais resultando na impulsividade do paciente (Rubia et al., 2001)

Existem vários mitos sobre o TDAH, dentre eles o que existe maior prevalência de
meninos do que de meninas no quadro, isso se dá porque nos meninos ocorrem mais as
características de hiperatividade e impulsividade, o que acaba por incomodar mais pais e
professores fazendo com que procurem ajuda mais rápido; já nas meninas a característica que
prevalece é a de desatenção, como não incomodam são poucas as diagnosticadas com o
transtorno. O TDAH varia em intensidade, nas características e na forma em que se manifesta.
Deriva de um funcionamento alterado do sistema neurobiológico cerebral, os
neurotransmissores apresentam-se alterados quantitativa e/ou qualitativamente na área pré-
frontal do cérebro.

Acredita-se que o hiperfoco resulte de níveis anormalmente baixos de Dopamina, um


neurotransmissor particularmente ativo nos lobos frontais do cérebro. Essa deficiência de
Dopamina torna difícil alterar o foco para assumir tarefas chatas, mas necessárias.

A Dopamina é um neurotransmissor produzido pelo corpo responsável pela sensação


de prazer e pelo foco. É feita por meio da conversão do aminoácido Tirosina em Dopa que,
depois, é convertida em Dopamina. Ela afeta funções como o aprendizado, a motivação, a
frequência cardíaca, dentre outras.

Alguns pesquisadores acreditam que esta diferença se deve ao fato de os neurónios nos
cérebros e sistemas nervosos das pessoas com TDAH não medicadas terem concentrações
mais elevadas de proteínas chamadas transportadores de
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dopamina. A concentração destas proteínas é conhecida como densidade do transportador de


dopamina (DAT), responsáveis pela recaptação de Dopamina para dentro dos neurônios pré-
sinápticos, parece ser reduzida em indivíduos com TDAH. Além disso, são observados baixos
níveis de Serotonina.

O sistema serotonérgico (Serotonina) também está implicado no TDAH, e níveis


baixos de serotonina são observados em pacientes com o transtorno. No entanto, as evidências
de envolvimento desse sistema não são tão consistentes quando comparadas às existentes para
os sistemas dopaminérgico e noradrenérgico. Além disso, níveis alterados de glutamato e
ácido gama-aminobutírico (GABA) já foram reportados em indivíduos com TDAH.

A serotonina atua regulando o humor, sono, apetite, ritmo cardíaco, temperatura


corporal, sensibilidade e funções cognitivas e, por isso, quando se encontra numa baixa
concentração, pode causar mau humor, dificuldade para dormir, ansiedade ou mesmo
depressão. (ZANIN, 2021)

Podem ser alvo do hiperfoco: músicas, livros, filmes, um personagem, letras, números,
uma disciplina, entre outras infinitas possibilidades.

Ondas cerebrais e TDAH

Evidências sugerem que o mau funcionamento do lobo frontal direito com atividade
elétrica de ondas lentas (teta), que possuem frequência de 4 a 7 Hz e diminuição de ondas
rápidas (beta), que possuem frequência de 13 a 20 Hz estão relacionadas ao TDAH. Os
sintomas resultantes são falta de atenção, distração e hiperatividade. Um estudo feito em
2007, apresentado na revista Neuroscience, mostrou que a ativação das ondas beta e a inibição
das ondas Theta têm efeito sobre o comportamento desatento e aumenta o foco de crianças
com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).

Sobre as ondas Beta, Pasri (2019) afirma que

As ondas beta correlacionam-se com a consciência normal do que estamos


vivendo no dia a dia ou a um estado de alerta mais apurado ou até mesmo
raciocínio logico, porém geralmente em nosso cotidiano
20

a onda que mais se destaca são as ondas beta, conforme haja um nível mais
elevado de estresse e ansiedade, o nível de ondas beta também irá se elevar

Além desse espectro, há também as ondas alfa, que estão presentes em estados de
relaxamento, meditação concentração e aprendizado.

Figura 1- Classificação das faixas de ondas cerebrais e seus respectivos estados mentais

Fonte: http://www.brainvistta.com/português/fundamentos/o-que-são-ondas-cerebrais/
(CLASSIFICAÇÃO..., 2013)

Como mostra a figura, ondas abaixo de 8 pulsos por segundo são consideradas ondas
lentas (Teta, 4-7 Hz), estando o cérebro num estado de profundo relaxamento e inatividade. O
que ocorre no TDAH é um excesso de atividade dessas ondas lentas no córtex pré-frontal.

Em geral, quando prestamos atenção em uma tarefa, áreas especializadas do cérebro se


ativam e ele fica “acelerado”. Para pessoas com déficit de atenção, esse processo natural de
“acelerar” não ocorre e algumas vezes, durante as tarefas cognitivas, há um aumento das
ondas mais lentas, dificultando ainda mais os processos cognitivos (GOMES, 2013)

O Hiperfoco e o estado de Flow

O hiperfoco está relacionado ao estado de Flow. De acordo com Nakamura e


Csikszentmihalyi (2014) esse estado é caracterizado por concentração intensa, atenção
energizada e uma imersão na atividade que resulta em prazer.
21

O estado de Flow (fluxo) pode ocorrer de maneiras diferentes para pessoas diferentes.
Muitas vezes ocorre quando você está fazendo algo que gosta e em que é bastante habilidoso.
Além disso, a tarefa possui objetivos desafiadores, porém claros. A atividade é
recompensadora, tanto que, frequentemente, a noção de tempo é perdida (CHERRY, 2021)

Conforme Csikszentmihalyi (1975; 2000), entrar em Flow envolve encontrar um


equilíbrio entre desafio e habilidade: se o desafio for alto e a pessoa não tiver habilidades
suficientes para executá-la, o sentimento será de ansiedade e frustação, por outro lado, se as
habilidades para determinada tarefa forem altas, mas o grau de dificuldade pequeno, a
sensação é de tédio. O Flow acontecerá quando os desafios e habilidades estiverem em
perfeito equilíbrio. Além disso, é importante ter objetivos claros e próximos, e ter feedback
imediato sobre os progressos realizados. Quando em Flow, o indivíduo opera em
plena capacidade (DE CHARMS, 2013; DECI, 2013).

Mihalyi Csikszentmihalyi, psicólogo húngaro, nos introduz ao conceito de Flowtime.


Flowtime é o período de alto foco para produzir algo no estado de Flow (Fluxo), que é o
momento de produtividade máxima em que se utiliza a maior capacidade e maior energia para
realizar uma tarefa desafiadora, possuindo as habilidades necessárias.
(CSIKSZENTMIHALYI, 1998)

Figura 2- Estado de Flow


22

Fonte: https://medium.com/@AbutheGuru/the-state-of-flow-c4db63bf5d23 (ALDARAZY, 2019)

Há aspectos positivos em se ter um hiperfoco, desde que ele seja explorado


corretamente. O hiperfoco pode ajudar a desenvolver novas habilidades, pode ainda se tornar
a própria profissão da pessoa, além de ser um importante meio de aumentar a autoestima (já
que saber que se é bom em algo é encorajador).

Sobre o hiperfoco, podemos afirmar que

É uma maneira de lidar com a distração. Os jovens com TDAH da


Universidade [Escola de Medicina da Georgetown University] me dizem
que, intencionalmente, entram em um estado de foco intenso para fazer um
trabalho. As crianças mais novas fazem a mesma coisa inconscientemente,
quando estão fazendo algo prazeroso, como assistir a um filme ou jogar um
jogo de computador. Muitas vezes nem sabem que estão se concentrando tão
intensamente (SILVER, 2019, on-line).

O cérebro no TEA é hiper excitado, então o hiperfoco pode ser um refúgio durante o
estresse, situações desconfortáveis ou momentos de ociosidade.

De acordo com Brown (2005); Conner (1994) e Doyle (2007), o indivíduo entra em
hiperfoco quando está fazendo algo que gosta como ver TV ou jogar videogame.

Vale ressaltar que o hiperfoco não é um critério diagnóstico para o TDAH (American
Psychiatric Association, 2013)

Estudos recentes sugerem que se inclua a desregulação emocional como sendo um


sintoma fundamental no TDAH adulto. A emoção conglomera processos de avaliação,
sensação física, comportamento motor, intencionalidade e expressão interpessoal;
desempenha a função básica de auxiliar uma pessoa na avaliação de alternativas, ao oferecer
motivação e revelar necessidades e perigos. Portanto, regular as emoções representa uma
habilidade fundamental para a interação social. (GHIGIARELLI, 2016)

Desta forma, a desregulação emocional pode ser definida como a dificuldade ou


inabilidade de lidar com as experiências ou processar as emoções, podendo se
23

manifestar como intensificação excessiva ou como desativação das emoções.


(GHIGIARELLI, 2016)

O paciente com TDAH apresenta tendência a executar várias tarefas ao mesmo tempo,
deixando muitas inacabadas. Além disso, falha na organização de tempo e espaço, dificuldade
de planejamento, problemas de memória em curto prazo, dificuldade para lidar com regras
sociais, falhas de julgamento, interpretações errôneas por não perceber detalhes, dificuldade
em expressar sentimentos, ansiedade crônica, falta de motivação, hiperatividade e dificuldade
em aprender com a experiência (BENCZIK; CASSELA, 2015; MATTOS e ROHDE, 2012).

Em crianças, os principais sintomas do TDAH são a falta de atenção, a impulsão e a


hiperatividade. Há muito tempo as queixas de hiperatividade e impulsividade expostas pelos
pais e professores já levavam ao diagnóstico de TDAH, tanto por profissionais quanto por
leigos no assunto. Esse transtorno evidencia-se mais em crianças do sexo masculino (SOUZA
et al., 2007).

As crianças com altos níveis de labilidade emocional apresentam baixo nível de


tolerância, frustram-se mal, tem altos níveis de irritabilidade e demonstram frequentes choros
ou ataques de raiva. A labilidade emocional também pode estar associada à expressão de
emoções positivas, como exuberância, excitabilidade e energia, que são desproporcionais à
circunstância provocadora, e podem ser desagradáveis para os pares (SOBANSKI, et al.,
2010).

Características de cunho negativo são observadas em crianças portadoras do TDAH.


Por volta dos 6 a 11 anos a criança com o Transtorno apresenta baixa autoestima,
comportamentos distorcidos e problemas da ordem social. Com a chegada da adolescência,
por volta dos 12 anos, ambos os sexos podem apresentar comportamento subversivo às
normas da instituição de ensino, gerando dificuldades no aprendizado e podendo culminar até
na sua expulsão da escola (DESIDERIO, 2007).

Estas reações emocionais, tanto para as emoções positivas como para as negativas, são
tipicamente breves, durando na ordem de minutos a horas, em vez de
24

dias a semanas, e assim, diferem da labilidade associada a perturbações do espectro bipolar


caracterizadas por episódios prolongados (por exemplo, dias-semanas) de estados emocionais
baixos ou altos. A labilidade emocional no TDAH pode, no entanto, sobrepor-se com a
interrupção do humor perturbador ou “desregulação grave do humor”, ambos caracterizados
por surtos de temperamento crônicos (POSNER, KASS e HULVERSHORN, 2014)

Em 2014, um importante estudo realizado por neurocientistas no Centro Médico da


Universidade de Columbia – que foi publicado na revista científica Neuron, trouxe à luz uma
nova perspectiva quanto ao funcionamento do cérebro de um autista. A pesquisa demonstrou
que as crianças com TEA possuíam um excesso de sinapses – as conexões entre as células
cerebrais, o que, segundo o artigo, ocorreria devido a uma ineficiência no processo de poda
neural durante o processo de desenvolvimento cerebral. Devido a esse fato poderiam ocorrer
os déficits neurológicos comuns no TEA.

Um estudo liderado por brasileiros, no final de 2017, mostrou que os astrócitos


possuem um papel importante no TEA. Antigamente se acreditava que os astrócitos eram
apenas uma espécie de suporte físico para os neurônios. Agora, isso mudou. Estas células são
responsáveis por sustentar e nutrir os neurônios e estão envolvidos em diversas atividades
cerebrais. Além disso, eles regulam a concentração de diversas substâncias do sistema
neuronal, tendo assim potencial para interferir nas funções cerebrais de quem tem o espectro
autista (RUSSO, 2018)

O cérebro dos autistas está o tempo todo lidando com uma grande quantidade de
sensações, informações e múltiplos pensamentos ao mesmo tempo. O indivíduo dentro do
espectro necessita uma maior sistematização para que todos estes estímulos não o
sobrecarreguem e em consequência há uma tendência a ser mais rigoroso e rígido nas suas
ideias.

Um hiperfoco em filmes, por exemplo, pode ser o ponto de partida para uma pessoa
com TEA desenvolver sua habilidade de escrita e escrever um roteiro de filme quando adulto.
25

Muitos profissionais e educadores utilizam o hiperfoco da criança com TEA a favor de


sua educação e aquisição de novas habilidades e aprendizados.

O cérebro incorpora novos aprendizados através de redes neuronais de preferência que


vão se firmando através de experiências vividas com significado e/ou repetidas; a estratégia
deve ser então no sentido de agregar a estas redes formadas através do hiperfoco, novas
informações, ampliando o interesse e o conhecimento da criança. Isso deve ser feito através
de atividades interessantes, motivantes e reforçadoras.

Prematuridade e TEA

Outro fator de risco para o TDAH é a prematuridade. Um estudo recente, realizado na


Suécia, avaliou dados de 4 milhões de pessoas nascidas entre 1973 e 2013, apontou que
crianças nascidas prematuramente possuem mais chances de desenvolver TEA. Para pessoas
nascidas com 22 a 27 semanas de gestação, a prevalência foi de 6,1%. Para pessoas nascidas
com 28 a 33 semanas, a prevalência foi de 2,6%, 1,9% entre os nascidos de 34 a 36 semanas,
2,1% entre nascidos antes
de 37 semanas, 1,6% para os nascidos entre 37 e 38 semanas e 1.4% de incidência para os
nascidos entre 39 e 41 semanas de gestação (CRUMP; SUNDQUIST; SUNDQUIST, 2021)

História da Síndrome de Asperger

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) foi descrito pela primeira vez em 1943, pelo
médico austríaco Leo Kanner, em seu artigo “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo”.
Kanner usa o termo “mãe geladeira” para descrever a relação de distância e frieza materna,
enquadrado no modelo psicodinâmico (CRAVEIRO DE SÁ 2003, p. 95).

Em 1944, Hans Asperger, um pediatra austríaco com interesse em educação especial,


descreveu quatro crianças que tinham dificuldade em se integrar socialmente em grupos.
Desconhecendo a descrição de Kanner do autismo infantil precoce publicado só um ano antes,
Asperger denominou a condição por ele descrita como "psicopatia autística", indicando um
transtorno estável de personalidade
26

marcado pelo isolamento social. Apesar de ter as habilidades intelectuais preservadas, as


crianças apresentaram uma notável pobreza na comunicação não- verbal, que envolvia tanto
gestos como tom afetivo de voz, empatia pobre e uma tendência a intelectualizar as emoções,
uma inclinação a ter uma fala prolixa, em monólogo e às vezes incoerente, uma linguagem
tendendo ao formalismo (ele os denominou "pequenos professores"), interesses que ocupavam
totalmente o foco da atenção envolvendo tópicos não-usuais que dominavam sua conversação,
e incoordenação motora. A SA não recebeu um reconhecimento oficial antes da publicação da
CID-10 e do DSM-IV, ainda que tenha sido relatada pela primeira vez na literatura da
Alemanha em 1944.

O uso do termo "autismo" para discriminar a natureza de uma alteração tanto por
Kanner quanto por Asperger não é mera coincidência, uma vez que, no começo do século XX,
o eminente psiquiatra Eugen Bleuler havia introduzido o termo, referindo-se à limitação de
relações interpessoais e com o mundo externo típico da esquizofrenia (Frith, 2004). As
palavras "autista" e "autismo", que foram utilizadas para descrever a restrição da vida social
para um retraimento em si mesmo, derivam do grego autos, que significa "si mesmo".

O trabalho de Asperger era conhecido essencialmente nos países germanófonos e,


somente nos anos 1970, foram feitas as primeiras comparações com o trabalho de Kanner,
especialmente por pesquisadores holandeses, tais como Van Krevelen, que tinham
familiaridade com as literaturas em inglês e alemão. As tentativas iniciais de comparar as
duas condições foram difíceis devido às grandes diferenças nos pacientes descritos. Os
pacientes de Kanner eram mais jovens e tinham maior prejuízo cognitivo.

Características da Síndrome de Asperger

Apesar de existirem algumas semelhanças com o TEA, as pessoas com Síndrome de


Asperger geralmente têm elevadas habilidades cognitivas (pelo menos
Q.I. normal, às vezes indo até às faixas mais altas) e funções de linguagem normais, se
comparadas a outras desordenas ao longo do espectro.
27

Apesar de poderem ter um extremo comando da linguagem e vocabulário elaborado,


estão incapacitadas de o usar em contexto social e geralmente têm um tom monocórdico, com
alguma nuance e inflexão na voz.

Crianças com Síndrome de Asperger podem ou não procurar uma interação social, mas
têm sempre dificuldades em interpretar e aprender as capacidades da interação social e
emocional com os outros.

Hobson (1995) postulou que crianças com SA têm incapacidade para interagir
emocionalmente com os outros, portanto a criança com TEA não recebe as experiências
sociais necessárias para desenvolver as estruturas cognitivas para a compreensão.

Crianças com TEA tendem a demonstrar mais desatenção e são impulsivas, elas têm
mais dificuldades de coordenação motora e problemas cognitivos mais sérios. No Asperger,
isso vem de maneira mais leve. Além disso, o nível de inteligência em um portador de
Asperger é normal.

Na Síndrome de Asperger os indivíduos possuem uma elevada capacidade cognitiva,


de tal forma que não apresentam qualquer atraso significativo no desenvolvimento da
linguagem, e isso pode não ser percebido. Uma das suas dificuldades centra-se na
incapacidade de utilizar socialmente as suas funções de linguagem que podem ser
extremamente elaboradas, sendo assim, eles tê dificuldade para se socializar.

Baron, Cohen e col. (1993), indicam que as primeiras experiências são as cognitivas.
As teorias destes autores sobre a mente são baseadas na ideia de que as crianças com TEA
falham no desenvolvimento da compreensão de que a mente e o estado mental relatam o
comportamento.

Turber e Tager-Flusberg (1993) indicam que crianças com Transtorno do Espectro


Autista não desenvolvem uma compreensão de que a linguagem e comunicação existem para
troca de informação.
28

Tratamento e intervenção

A Ritalina (Metilfenidato) é uma droga que age como estimulante do sistema nervoso
central, tendo efeito positivo no ser humano quanto à concentração e ao desempenho de
atividades, diminuindo a fadiga. Droga também usada no tratamento do TDAH, enquadra-se
na medicalização de psicofármaco mais utilizado na Psiquiatria infantil (BRZOZOWSKI;
DIEHL, 2013).

O diagnóstico precoce do TDAH, assim como as demais patologias, é mais um fator


positivo no combate desse Transtorno. Vê-se que apesar de muitos profissionais indicarem a
Ritalina já de imediato, ainda existem profissionais que procuram em outras substâncias com
resultados iguais ou melhores para o tratamento do TDAH. (DE MATOS, 2018)

Venâncio (2015) destaca muito bem as intervenções não farmacológicas que devem
ser incluídas ao tratamento do TDAH, e nelas mostra a união da força entre a família, a escola
e o psicólogo. Pode-se destacar que o treinamento de comportamento para os pais serve como
um manual de ajuda para orientar quanto ao comportamento da criança sem gerar
consequências punitivas; intervenções psicossociais visam ajudar as crianças e suas famílias
com terapias psicológicas e sociais, como psicoeducacional, aconselhamento dos pais e
treinamento de habilidades sociais; intervenções de comportamento em forma de manual que
ajuda a utilizar recompensas e não consequências punitivas; intervenções como base na
escola, em que os professores são os principais mediadores e ocorrem na sala de aula.

Como enfatiza Russo (2021), estimular a neuroplasticidade do indivíduo com TEA


também é importante. Ações de aprendizagem que estimulem os neurônios de maneira a
contribuir com a melhora nos processos de reabilitação e otimização de resultados funcionais
do cérebro de quem está no espectro. Quanto antes forem introduzidas ações para estimular o
cérebro, mais os neurônios modificam-se para lidar com as complicações do TEA.
26

CONCLUSÃO

Por meio dessa pesquisa tornou-se possível aprofundar e descobrir novos aspectos a respeito
do TDAH, como o seu funcionamento e suas bases neurobiológicas. É importante elucidar
que o TDAH não é totalmente compreendido, o que, muitas vezes, ocasiona o aparecimento
de informações falsas e de estereótipos a respeito do TDAH e do Transtorno do Espectro
Autista.
A Ritalina é o principal medicamento utilizado no tratamento. Além disso, o apoio familiar,
psicológico e no ambiente escolar também é de extrema importância.
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