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AULA
Genealogia
Meta da aula
Continuar a desenvolver conceitualmente o que se denomina
“Movimentos Sociais”.
objetivo
Pré-requisito
Aula 1.
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social de que fazem parte. O líder será aquele capaz de engendrar nas
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pessoas o desejo de compartilhar uma transformação social. Tal estágio
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é breve, pois a liderança capaz defende um discurso competente, cuja
clareza de estratégias e fortes apelos levam os participantes ao interesse
de dividir suas forças e alcançar sua reta mobilização. Do contrário, o
líder incompetente leva os membros inicialmente interessados à perda
de interesse e à desmobilização.
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ATIVIDADE
1. Baseado no que foi falado na aula anterior, em que fase ou estágio você
categorizaria o MST - Movimento dos Sem Terra?
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Assim, observamos mais uma contradição do Estado, pois não é o
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exercício da cidadania o libelo dos governos atuais? Não é exatamente um
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povo consciente, capaz de produzir um pensamento crítico que alimente a
prática cotidiana e seja por esta última retroalimentado? Um povo capaz
de produzir sua própria realidade social seria, portanto, não somente o
arauto de decisões governamentais, mas também o legislador e operário
das mudanças estruturais? O próprio Paulo Freire (1967) insiste que
não é a educação que muda a sociedade – a educação é a expressão da
sociedade –, mas é o envolvimento político da educação que torna possível
visar a mudanças nas estruturas políticas e econômicas. Mas o diferente
parece sempre ameaçar. O diferente, mesmo sem querer, parece alterar
algo, ameaçando “rebanhos”, “carneiros” e “pastores”...
Uma vez institucionalizado, enfim, um movimento social deverá
ser coerente em seus princípios para não perder a direção a partir da
qual se fez o desejo de transformar a realidade social, e se tornar mais
uma dinâmica social contraditória em sua prática!
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ATIVIDADE
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Pensar no que são socialmente capazes de conquistar, segundo
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uma projeção social através da qual vislumbram alcançar privilégios
AULA
materiais (pelo que imaginam poder obter, como determinadas melhorias
em moradia, informação e consumo), determina os significados de que
serão coletivamente erguidos em termos de classe social; significados
coletivamente constituídos, num sentimento comum, composto em grupo
diante das injustiças sociais. Enfim, na impossibilidade da mobilidade
social, pessoas poderão se unir para dividir o seu sentimento de injustiça;
o sentimento de serem abandonadas pelo Estado. Nesse sentido, tem
início a união de sujeitos, cuja ação poderá se voltar para um mesmo
fim: lutar pelo que acreditam ter direito por serem cidadãos de uma
mesma ordem pública.
Como exemplo de análise conceitual do que temos visto até
agora, com relação aos movimentos sociais, considere a classe a que
você pertence: a de professores. Pense conosco: no Brasil, é notório
o sentimento de insatisfação dos professores em face de seus salários.
Mesmo pertencendo a um sindicato que garante determinados direitos
à classe docente, dificilmente encontraremos um professor satisfeito com
o salário que ganha. Podemos dizer, portanto, conforme aprendemos,
que o sindicato dos professores, na defesa de seus interesses, funciona
dentro de uma ordem passiva, numa tipologia reformista e já totalmente
institucionalizada. Nem por isso deixa de ser movimento social, pois todo
sindicato tem esse perfil: a organização de pessoas para o estabelecimento
de uma nova ordem (ou ajustes) de vida.
Por outro lado, entre tantos outros problemas da sociedade
brasileira, o número de pessoas que sobrevive de subempregos levou
muitos cidadãos a terem a favela como única forma de aquisição da
casa própria. Nas favelas, é patente o sentimento compartilhado de
injustiça e abandono social. Em defesa de direitos, muitas associações
de bairro foram fundadas com o objetivo de comunidades inteiras
alcançarem melhorias em termos de qualidade de vida. O fenômeno
do exemplo do morro da Mangueira, de cujos trabalhos se destacam
dinâmicas artísticas, esportivas e educacionais, retrata o fato de sua
assistência estar estruturada como um movimento social de ordem
passiva, dentro de uma tipologia progressista e reformista, num estágio
sólido de institucionalização. O morro da Mangueira, enfim, graças a
seus projetos e atividades variadas, tornou-se um modelo de movimento
social desejável “aos olhos” do Estado.
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dentro de sala de aula que se inicia a inserção social, como um rito pelo
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o qual toda criança e jovem desta nação haverão necessariamente de
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passar para aprender valores e multiplicá-los ao longo da vida.
Entendendo que os movimentos sociais decorrem de insatisfações
coletivas, devemos começar a pensar na relação dos movimentos sociais e
na escola como aparelho ideológico por excelência, já que, em seu espaço
físico, pessoas se desenvolvem no sentido psicossociológico. Na escola,
aprendemos o que falar, como agir e socialmente atuar. Por outro lado,
os movimentos sociais sustentam necessariamente a defesa de melhorias
sociais, erguida no desejo de transformações. Como os movimentos
sociais poderiam se associar à educação, uma vez que esta prima por
reproduzir o que já está reconhecido institucionalmente?
Essa pergunta deverá ser respondida até o final do curso, mas
merece desde já o nosso interesse, pois, por conta de sua complexidade,
não é fácil respondê-la.
RESUMO
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ATIVIDADE FINAL
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AUTO-AVALIAÇÃO
Até a próxima!
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Leituras recomendadas
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FORACCHI, Marialice M; MARTINS, José S. Sociologia e sociedade: leituras de introdução à
sociologia. Rio de Janeiro: LTC, 2002.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967.
LAKATOS, Eva Maria. Sociologia geral. São Paulo: Atlas, 1990.
SUNG, Jung Mo; SILVA, Josué Cândido da. Conversando sobre ética e sociedade. Petrópolis:
Vozes, 1996.
______. Economia como religião. Petrópolis: Vozes, 1998.
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