O documento discute o Estado Democrático de Direito e a Democracia Liberal. O Estado Democrático de Direito concilia a origem popular do poder e a prevalência da legalidade. A Democracia Liberal surgiu da Revolução Francesa e pregava a liberdade individual e a mínima intervenção do Estado na economia. Atualmente, ideais neoliberais promovem a desigualdade social e a supremacia branca em detrimento da justiça social.
Descrição original:
Título original
O Estado Democrático de Direito e a Democracia Liberal
O documento discute o Estado Democrático de Direito e a Democracia Liberal. O Estado Democrático de Direito concilia a origem popular do poder e a prevalência da legalidade. A Democracia Liberal surgiu da Revolução Francesa e pregava a liberdade individual e a mínima intervenção do Estado na economia. Atualmente, ideais neoliberais promovem a desigualdade social e a supremacia branca em detrimento da justiça social.
O documento discute o Estado Democrático de Direito e a Democracia Liberal. O Estado Democrático de Direito concilia a origem popular do poder e a prevalência da legalidade. A Democracia Liberal surgiu da Revolução Francesa e pregava a liberdade individual e a mínima intervenção do Estado na economia. Atualmente, ideais neoliberais promovem a desigualdade social e a supremacia branca em detrimento da justiça social.
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO
Centro de Ciências Jurídicas e Políticas – CCJP
Tópicos Interdisciplinares Professor Álvaro Reinaldo de Souza Aluna: Jacqueline da Silva Cerqueira (MAT.: 20182361076)
O Estado Democrático de Direito e a Democracia Liberal
De acordo com a doutrina de Ivo Dantas, professor de direito constitucional
da UFPE, o Estado Democrático de Direito concilia "duas das principais máximas do Estado Contemporâneo, quais sejam a origem popular do poder e a prevalência da legalidade”, que formam entre si uma forte relação de interdependência. Sendo assim, no Estado Democrático de Direito coexistem harmonicamente o Princípio da Soberania Popular, aplicado através do regime democrático, e o Princípio da Legalidade, herança do Estado Liberal.
A Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, proclamou o
Estado Democrático Brasileiro, se debruçando nos pilares da democracia e dos direitos fundamentais, que garantem ao regime democrático brasileiro não somente a participação de todos os cidadãos no sistema político nacional, mas também a busca por todos os meios assegurados, constitucional e legalmente, a fim de preservar a integridade dos direitos essenciais da pessoa humana, estabelecendo, portanto, uma proteção jurídica aos indivíduos.
O Estado Democrático de Direito cria os chamados "direitos de terceira
geração", que compreendem os direitos essencial ou naturalmente coletivos, ou seja, os direitos difusos e coletivos, onde o Estado, além de tutelar os interesses individuais e sociais, também tutelam pelo respeito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, pela paz , pela autodeterminação dos povos e pela moralidade administrativa. Para isso, o legislador constituinte de 88 implementou formas de concretizar o modelo do Estado Democrático de Direito, pautado nos ditames da justiça, solidariedade, pluralismo e ausência de preconceitos. Nesse modelo, o Estado deve agir pro-ativamente, executando políticas públicas e formulação de leis que assegurem os direitos de afirmação do ser humano, privilegiando os direitos das minorias étnicas, raciais, sexuais e religiosas, já que assim requer o princípio da solidariedade social.
Por outro lado, a democracia liberal surgiu com o advento da Revolução
Francesa, que foi uma revolta social da burguesia responsável por elevar o patamar do burguês de classe dominada e discriminada para classe dominante e discriminadora, destruindo os alicerces que sustentavam o absolutismo (antigo regime), pondo fim ao Estado Monárquico autoritário.
"Liberdade, Igualdade e Fraternidade" eram termos que resumiam os reais
desejos da burguesia: liberdade individual para a expansão dos seus empreendimentos e a obtenção do lucro; igualdade jurídica com a aristocracia visando à abolição das discriminações; e fraternidade dos camponeses e sans-cullotes (denominação dada pelos aristocratas aos artesãos, trabalhadores e até pequenos proprietários participantes da Revolução Francesa) com o intuito de que apoiassem a revolução e lutassem por ela.
Dessa forma, os capitalistas em ascensão tinham liberdade para ditar a
economia a seu favor, através da prática da auto-regulação do mercado, a qual está sendo bastante utilizada atualmente, por meio do surgimento do Estado Neoliberal. Pregava-se a mínima intervenção do Estado na economia, criando a figura do "Estado Mínimo", defendendo a ordem natural da economia de mercado, com o escopo de expandir seus domínios econômicos.
Na atual conjuntura, o avanço dos ideais neoliberais tem promovido a
desigualdade social e manutenção da supramacia branca, herdeira e rica. Isso porque a valoração do binômio “mercado e moral” em detrimento da justiça social, esvazia o significado de liberdade, já que essa última é egoísta e não comporta preocupação com outras classes sociais, se tornando na liberdade de oprimir. Assim sendo, grupos extremistas viram a possibilidade de, em prol da “liberdade de expressão”, atacar a esquerda e pautas progressistas, garantindo terreno eleitoreiro e valendo-se, inclusive, de fake news.
Juntamente com o fenômeno da democracia neoliberal, podemos observar a
forte ideia de moralidade, muito associada com o cristianismo, cujas pautas centrais incentivam a desigualdade, o preconceito e a intolerância, como na questão da liberdade reprodutiva da mulher e da sociedade LGBTQIA +.
Democracia, Direitos Fundamentais, Paradigmas: Justiça, Segurança e Liberdade : Democracia – história do constitucionalismo e formação do Estado – Estado de Direito Democrático – Estado Social – Direitos Fundamentais