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Capítulo I ................................................................................................................................ 3

Introdução ............................................................................................................................... 3

1.1. Problematização............................................................................................................... 4

1.2 Perguntas Específicas ....................................................................................................... 4

1.3 Objectivos. ........................................................................................................................ 5

1.4. Objectivo Geral................................................................................................................ 5

1.5 Objectivos Específicos: .................................................................................................... 5

1.6 Justificativa ....................................................................................................................... 5

2. Delimitação ......................................................................................................................... 6

Capítulo II ............................................................................................................................... 7

2.1 Marco teórico .................................................................................................................... 7

2.1 Conceitos – chave ............................................................................................................. 7

2.3 Coabitação ........................................................................................................................ 7

2.3 OLE................................................................................................................................... 7

2.4.OPL................................................................................................................................... 7

2.5 Participação....................................................................................................................... 8

2.6 Desenvolvimento .............................................................................................................. 8

2.7. Descentralização .............................................................................................................. 8

3. Tipos de descentralização ................................................................................................... 9

3.1 Coabitação ...................................................................................................................... 10

3.2. Função dos Órgãos Locais do Estados .......................................................................... 10

3.3.Organização e Funcionamento dos Órgãos Locais do Estado ........................................ 10

3.4. Poder Local .................................................................................................................... 11

3.5. Atribuições e Competências das Autarquias Locais (OPL) .......................................... 12


3.6.Tipos de participação ...................................................................................................... 14

3.7.Desenvolvimento ............................................................................................................ 17

Capítulo III Aspectos Metodológicos ................................................................................... 20

4. Metodologia ...................................................................................................................... 20

4.1.Tipo de Pesquisa ............................................................................................................. 20

4.2 Universo e Amostra ........................................................................................................ 20

4.3 Técnicas de Colecta de Dados ........................................................................................ 21

4.4. Método de Apresentação, Análise e Interpretação de Dados ........................................ 21

Capitulo IV ........................................................................................................................... 22

4.5. Caracterização do Objecto de Estudo ............................................................................ 22

Capítulo V............................................................................................................................. 23

4.6. Apresentação, Análise e Interpretação de Dados .......................................................... 23

4.7. Tipos Participação ......................................................................................................... 23

5. As Acções de Desenvolvimento Local de Cada Órgão .................................................... 25

5.1 O Impacto da Coabitação Sobre os Órgãos Locais do Estado e os Órgãos do Poder


Local ..................................................................................................................................... 26

Capítulo VI ........................................................................................................................... 29

5.2 Conclusão e Recomendação ........................................................................................... 29

5.3.Recomendações ............................................................................................................... 29

5.4.Referências Bibliográficas .............................................................................................. 31

5.5.Legislação ....................................................................................................................... 33

5.6.Fontes Primária ............................................................................................................... 33

5.7.Apêndice ......................................................................................................................... 35
Capítulo I

Introdução

O processo de descentralização trouxe uma nova forma de relacionamento entre o governo


central e o governo local na promoção da participação e desenvolvimento local na
coabitação de diferentes actores dentro do mesmo espaço político-administrativo, com
atribuições e competências distintas, com único objectivo; maior flexibilidade na
administração pública e consequentemente melhor prestação de bens e serviços públicos
cada víeis mais próximo da comunidade ou cidadão.
Neste efeito, a descentralização1 em Moçambique é vista em duas perspectivas:
Administrativa (económica) e Política. Na perspectiva económica, versa-se mais pela
distribuição dos rendimentos como natureza do sector público, eficiência, efectividade e
competição, na desconcentração de poderes dos órgãos superiores para os escalões
inferiores. Na perspectiva política, diz respeito à devolução do poder ao governo local na
participação política do cidadão, no relacionamento do Estado e a sociedade.
Neste contexto urge a necessidade de Analisar a coabitação entre Órgãos do Poder Local e
Órgãos Locais do Estado, no processo da promoção da participação e desenvolvimento
local: no Distrito de Mocuba. O tema Insere-se na necessidade da reforma do Estado, na
democratização político-administrativa da sociedade, com vista ao reforço da eficiência e
eficácia na provisão de bens e serviços públicos.
O presente trabalho compreende a seguinte estrutura ordenada em capítulo nomeadamente:
o capítulo I que compreende a introdução, a problematização do caso, as perguntas
específicas, os objectivos, a justificativa e a delimitação da pesquisa. O capítulo II alude o
marco teórico, o conceitos-chave, coabitação, OLE, OPL, participação e desenvolvimento
local. No capítulo III abordam-se os aspectos metodológicos, o tipo de pesquisa, método
teórico, universo e amostra, técnica de colecta de dados e Plano de apresentação de análise
e interpretação de dados. O capítulo IV espelha a caracterização do objecto de Estudo. O
capítulo V é alusiva á apresentação e Analise e interpretação. No capítulo VI e último,
apresenta-se a conclusão e recomendações, a referências bibliográficas e o apêndice.

1
Segundo www. Saber.ac.mz/biststream/10857/3650/1/Trabalho de Licenciatura Teresa Nhambire pdf o6:43
1.1. Problematização

Segundo Lakatos e Marconi (2012, P.112) o problema “ é a dificuldade teórica ou prática,


no conhecimento de alguma coisa, de real importância para o qual se deve encontrar uma
solução”.

A descentralização em Moçambique é Vista como um processo, porem a descentralização


insere-se no quadro da construção das modificações da perda nas práticas de gestão e
interacção político-administrativo que implicou a redefinição em torno das relações Estado-
sociedade, bem como, nas formas de articulação institucional registadas nos campos
político-administrativo. Que na senda de Cistac e Chiziane (2007, p.64) descentralização
político-administrativo, “é o reconhecimento formal das autoridades comunitárias locais e
culminou com a aprovação da Lei nº 2/97 sobre os OPL e a Lei nº 8/03 relactvas aos
Órgãos Locais do Estado”. Desta feita o Poder Local organiza a participação dos cidadãos
nas soluções e promovem o desenvolvimento local, na consolidação da democracia, na
unidade com o Estado nos termos do abrigo do nº 1 do artigo 271 da CRM e os Órgãos
Locais do Estado representam o Estado ao nível local para administração e
desenvolvimento do respectivo território e contribuem para a integração da unidade
nacional nos termos do abrigo do artigo 262 da CRM.

Com efeito levanta-se a seguinte questão: Em que medida a coabitação entre os órgãos
locais do Estado e os órgãos do poder local asseguram o processo da promoção de
participação e desenvolvimento local. No distrito de Mocuba?

1.2 Perguntas Específicas

Que tipo de participação é vigente no distrito de Mocuba?

Quais são as acções de desenvolvimento local de cada órgão?

Qual é o impacto da coabitação entre órgãos locais do Estado e órgãos do poder local no
processo da promoção de participação e desenvolvimento local?
1.3 Objectivos.

Segundo Richardson (2010,p. 62) “ os objectivos gerais e específicos a serem usados


durante a investigação. Porem esses objectivos deverá ser extraído do problema levantado”

1.4. Objectivo Geral

 Analisar o impacto da coabitação entre os órgãos locais do Estado e os órgãos do


poder local na promoção de participação e do desenvolvimento local.
1.5 Objectivos Específicos:

 Identificar os principais tipos de participação vigente no Distrito de Mocuba.

 Identificar as acções de desenvolvimento local de cada Órgão.

 Mensurar o impacto da coabitação entre os órgãos locais do Estado e os órgãos do


poder local sobre a promoção da participação e desenvolvimento local

1.6 Justificativa

O interesse pelo tema surge da necessidade de querer perceber o relacionamento de duas


entidades de que estão inseridas no mesmo espaço referimos o poder local (autarquia local)
e os órgãos locais do Estado (governo do distrito), no contexto da descentralização político-
administrativa. Na relação de coabitação entre o Governo de Distrito e o Conselho
Municipal, na coordenação da promoção de participação da comunidade criando
oportunidade da democracia participativa de impulsionar o desenvolvimento local. Com a
pesquisa esperamos contribuir para a melhoria da actuação dos OLE e OPL, na participação
da sociedade: de Moçambique no geral e de Mocuba em particular, por tanto com o
trabalho esperamos servir de material para futuras pesquisa, sob vantagem da
descentralização político-administrativa e pelo tema enquadrar se nas disciplinas de
Administração Pública, Administração Autárquica e do Direito Administrativo.
1.7. Delimitação
O presente trabalho foi realizado na província da Zambézia concretamente no Distrito de
Mocuba intervalo compreendido entre 2008-2012.
Capítulo II

Neste capítulo vamos apresentar os conceitos-chave, historial da descentralização, o Poder


Local a sua relação com os Órgãos Locais do Estado nos tipos ou formas de participação
para o desenvolvimento local.

2. Marco teórico

2.1 Conceitos – chave

2.2.Descentralização

É a existência de outras pessoas colectivas públicas com autonomia distinta do Estado.


Para Amaral (2006,p.834) “ é o reconhecimento de pessoa colectiva pública autónoma,
distinta do Estado com personalidade jurídica, financeira e patrimonial”.
2.3 Coabitação

É a existência de duas entidades distinta no mesmo espaço e sob a gestão do mesmo


espaço. Segundo Nuvunga2 (2002, p.25) a coabitação “é a presença simultânea de um
governo e de uma autarquia local de tendência políticas opostas”.

2.3 OLE

Representam o Estado ao nível local, esses órgãos são: Governador, Administrador, Chefe
do posto administrativo e Chefe da localidade. Segundo MAE (1998, p.19) OLE
“representam o Estado ao nível local para administração e desenvolvimento do respectivo
território e contribuem para a integração e da unidade nacional”.

2.4.OPL3

Os órgãos do poder local são órgãos eleitos pela própria comunidade quando a lei lhe
confere, esses órgãos são Presidente do Conselho Municipal, Assembleia Municipal e o
Conselho Municipal.

2
Citado por Larousse. Le Petit (1995.p.240)
3 Ler o artigo 271 da Constituição da República de Moçambique de 2004
2.5 Participação

É o processo através do qual pessoas têm oportunidade de influenciar as decisões que lhe
afecta, na vida socioeconómica do pai em geral, em particular como forma de busca de
melhorias, soluções para o problema que a afectam as comunidades locais. Segundo
Chichava & Digo (2003,pp1-2), a participação é “o processo através do qual pessoas
especialmente as mais desfavorecidas, têm a oportunidade de influenciar as decisões que
lhes afectam, isto é, a participação do cidadão na vida socioeconómica do país, e é a forma
ideal do processo de busca das melhores soluções para os problemas que afectam as
comunidades locais”.

2.6 Desenvolvimento

Segundo Borja (1997, p.10) o desenvolvimento é “ processo endógeno e descentralizado,


compatível com a reivindicação de diversidade, flexibilidade e participação activa da
sociedade na tomada de decisões e iniciativas gerais, dando prioridade ao respeito e
utilização adequada de recursos e o desenvolvimento humano”.

Burckart (2002,p. 67) desenvolvimento visa, “ melhorar a vida das pessoas que estão vivas
hoje e das que viverão no futuro”
De acordo com, MADER (2000, p.3) o desenvolvimento é o “ processo de articulação de
esforços nas esferas do crescimento económico, equidade social, uso racional de recursos e
boa governação com objectivo de melhorar as condições de vida das populações, mediante
uma transformação produtiva.”

2.7. Descentralização

A conquista da independência nacional em 1975 por Moçambique, mudou o figurino de


organização do Estado. De acordo com Cistac (2001, p.32), o país “herdou do passado
colonial uma estrutura administrativa ancorada no princípio da centralização, isto é, na
centralização da decisão administrativa nos órgãos da administração central”. Para o efeito,
a transição do sistema administrativo centralizado para o descentralizado, ora vigente, foi
consubstanciada pela promulgação e entrada em vigor da constituição de 1990, que
despoletou o processo da descentralização com a introdução do pluralismo politico (o
multipartidarismo),abertura à economia de mercado, e a constituição dos órgãos
representativo e executivos do Estado ao nível local. O Acordo Geral de Paz (AGP), que
criou as condições para a democratização e desenvolvimento do processo de
descentralização e, finalmente, a emenda constitucional de 1996 através da lei nº 9/96 de 22
de novembro, que introduziu princípios e disposições sobre o poder local da coexistência
dos OLE, bem como o Poder Local, compreendendo as autarquias locais subdivididas em
municípios e povoações. A emenda enfatiza o princípio da descentralização e
desconcentração, através da consagração do Poder Local e sobre os Órgãos Locais do
Estado.

Assim, em 1997 foi promulgado o regime jurídico para a criação das autarquias locais com
a aprovação da lei nº 2/97 de 18 de fevereiro e que se tornou efectiva com a realização das
primeiras eleições em 33 autarquias em 1998, porem a criação das autarquias ainda é um
processo gradual, que em 2009 mais 10 vilas ascenderam a categoria, ainda mesmo
processo em 2014 mais 10 vilas também ascenderam á categoria de municípios. O passo a
seguir será a transformação de mais vilas em município, como entidades autónomas
distintas do Estado.

3. Tipos de descentralização

De acordo Cistac e Chiziane (2008,p.60), em Moçambique a descentralização é um


processo que decore em duas vertentes e simultaneamente:

 Descentralização política: é a transferência efectiva de poderes e competências dos


órgãos centrais do Estado para os órgãos territoriais. Quando os órgãos do poder
local forem livremente eleitos pela respectiva comunidade, quando a lei os
considera independente nas suas atribuições e competências e são sujeitos a forma
atenuada de tutela administrativa. Que segundo Nyakada (2008, p.41) a
descentralização política “contribui para estimular a democracia participativa no
desenvolvimento, o desenvolvimento torna rápido e a uma consumação de projecto,
na medida em que é dada aos gestores locais possibilidade de tomarem decisões
sem recorrer aos órgãos centrais”.
O governo central estabelece políticas coerentes que permitem a participação conjunta do
governo local e da população na tomada de decisão.

 Descentralização administrativa que é a repartição do poder decisório entre o


superior e vários órgãos subalternos sujeitos á direcção e supervisão. É uma técnica
administrativa que consiste na distribuição de competências a vários níveis
provincial, Distrital, Posto Administrativo, localidade e povoação, no seio da
mesma pessoa colectiva publica “Estado”. Transferência de competência para as
autarquias locais nas áreas de ordenamento do território e urbanismo, Educação,
Saúde, Acção Social, Ambiente e Promoção do Desenvolvimento.

3.1 Coabitação

Mas para o presente trabalho usamos o termo coabitação (sentido politico) para ilustrarmos
que existe, no figurino da Administração Estatal, dois órgãos de poder orientados para fim
da participação e desenvolvimento local. Esses órgãos são: os Órgãos Locais do Estado e os
Órgãos do Poder Local (autarquia).

3.2. Função dos Órgãos Locais do Estados

Os órgãos locais do Estado têm a função de representar o Estado ao nível local para a
administrar o processo de desenvolvimento do respectivo território e contribuem para a
unidade e integração nacional. As suas funções de direcção Estatal, exercem competências
de decisão, execução e controle no respectivo escalão. Estes sem prejuízo da autonomia das
autarquias locais e as das povoações. Garantem a realização de tarefas e programas
económicos, sociais e culturais de interesse local e nacional, observando a Constituição, as
deliberações da Assembleia da República e as decisões do Conselho de Ministro e dos
Órgãos do Estado de escalão Superior4 .

3.3.Organização e Funcionamento dos Órgãos Locais do Estado

O funcionamento dos órgãos locais do Estado obedece aos princípios da desconcentração e


da desburocratização administrativa, visando o descongestionamento do escalão central e a
aproximação dos serviços públicos as populações, de modo a garantir a celeridade e a

4 Ler o artigo 2da lei nº 8/2003


adequação das decisões as realidades locais Conforme os n.ºs 1 e 2 do artigo 263 da
Constituição da República de Moçambique de 2004 que o mesmo enfatiza a
‘‘descentralização e desconcentração como princípio de funcionamento dos órgãos locais
do Estado sem o prejuízo da unidade de acção e dos poderes de direcção do governo. Estes
órgãos locais do Estado promovem a utilização dos recursos disponíveis, garantem a
participação activa dos cidadãos ou comunidade e incentivam a iniciativa local na solução
dos problemas das comunidades’’.

3.4. Poder Local

Para Amaral citado por Simango (2014, p.47) o poder é “ a possibilidade de alguém
eficazmente impor aos outros o respeito da própria conduta ou a capacidade de um
individuo ou grupo modificar o comportamento de outros indivíduos ou grupo”.

Segundo MAE (1998, p.20) o poder local “é a capacidade que população tem de actuar em
estreita colaboração com os órgãos coabitantes na organização da participação dos cidadãos
no plano das acções que impulsionam o desenvolvimento local’’.

É de salientar que o poder local em Moçambique compreende a existência de autarquias


locais, no termo do nº 1 do artigo 272 da CRM. Ainda no mesmo artigo define as
Autarquias locais como sendo pessoas colectivas públicas dotadas de órgãos
representativos próprios que visam a prossecução dos interesses das populações, sem o
prejuízo dos interesses nacionais com uma autonomia administrativa, financeira e
patrimonial. Assim o poder local em Moçambique são as AL’s que beneficiaram da
descentralização política e isto é, se os seus órgãos representativos se forem livremente
eleitos. É de salientar que em Moçambique há poder local. Uma vez que as AL’s são
organizada segundo o principio representativo que se fundamenta na eleição por sufrágio
universal, direito, igual, secreto e pessoal dos cidadãos eleitores. Com uma Assembleia com
um órgão colegial e um presidente de órgão executivo das autarquias nos termos do nº 2 e 3
do art 275 da CRM. Ao passo que Chambule (2000, p.151) reconhece a existência de
órgãos próprios, argumenta que em Moçambique ´´ á AL, mas não há poder local
argumentando que há poder local quando as AL´s serem verdadeiramente autónomas e
terem um amplo grau de autonomia5 administrativa, patrimonial e financeira ou quando não
forem excessivamente controladas pela tutela administrativa e financeira do poder central6 ”

O trabalho enquadra-se com os conceitos de Cistac (2001,p.58), que destaca quatro (4)
elementos fundamentais para a sua efectiva existência e definição nomeadamente: pessoas
colectivas públicas7 , população e território8 , órgão representativo próprio9 e interesse
próprio10 . Para a concretização do peder local, a constituição da Republica de moçambique
estipula dois tipos de autarquias locais: Os municípios e Povoações.

3.5. Atribuições e Competências das Autarquias Locais (OPL)

As atribuições das autarquias locais respeitam os interesses próprios, comuns e específicos


da respectiva comunidade. Essas acções são traduzidas nas atribuições das suas
competências que são feitas com os recursos financeiros ao seu alcance e respeitam a
distribuição de competência entre os órgãos autárquicos e outras pessoas colectivas de
direito público, nomeadamente o governo do distrito. Estas acções são de atribuições11 e
dizem respeito ao desenvolvimento local no âmbito: I económico e social, II meio
ambiente, III saneamento básico e IV qualidade de vida, V abastecimento público, VI saúde
e educação, VII cultura, VIII tempo livre e desportos, IX polícia da autarquia, X
urbanização XI construção e habitação.

O processo da devolução do poder e a consolidação da democracia, que foi criada na base


da lei nº. 2/97, de 18 de Fevereiro de 1997. Lei está que clarifica as autonomias e
competência como forma de decisão já não ser tomada por Estado, mas sim em nome e por

5
Ler o artigo 3 da lei n.º 1/2008, de 16 de Janeiro.
6
É o caso de Moçambique.
7
Pessoas físicas numa comunidade que prossegue um fim especifico e cuja existência jurídica e distinta da
dos seus membros.
8
Indivíduos residentes na circunscrição territorial que estão agregados pelos mesmos interesses.
9
Dotadas de órgãos representativos próprios, eleito pela respectiva população.
10
A fim de alcançar um objectivo comum.
11
Ler o artigo 6 conjugado com o artigo 25 da lei nº. 2/9 7, de 18 de Fevereiro.
conta de uma autarquia local com um poder que emane da lei tem autonomia patrimonial12 ,
financeira13 e administrativa14 .

Segundo Cistac (2001,p.91) a autonomia implica que ‘‘os municípios dispõem, por um
lado, de um amplo leque de atribuições relativas aos assuntos próprios da comunidade local
e, por outro lado, de poder de decisão próprio sobre tais assuntos’’. Nesta visão de Cistac
argumenta esta autonomia é vista como uma acção soberana do qual as autarquias tem um
amplo leque de autonomia, que no caso de Moçambique a uma dada restrição de algumas
das autonomia e por residir na autonomia financeira do Estado ou o Estado canaliza um
fundo para as autarquias para o seu funcionamento.

De acordo com a legislação acima citada as autarquias locais gozam de uma autonomia
administrativa, que consiste no poder de praticar actos administrativos definitivos e
executórios na área da sua circunscrição territorial, cria, organiza e fiscaliza serviços
assegurar a prossecução das suas atribuições nos termos do artigo 6 da lei n.º 2/ 97, de 18
de Fevereiro. Ainda compete às autarquias planificar, pressupondo-se que concebem planos
a médio e longo prazo; elaborar plano de desenvolvimento e ordenamento do território, e
estes devem ser ratificados pelo governo central; elaborar planos de estrutura e
urbanização, planos de áreas prioritárias de desenvolvimento urbano e de construção, e
planos de zona de proteção urbana e de áreas críticas de recuperação e de reconversão
urbanística.

Autonomia financeira é o poder de elaborar, aprovar, alterar e executar planos de


actividades e orçamento. Para Zavale (2001, p.55) a autonomia financeira ‘‘é o meio
financeiro adequado á prossecução das atribuições, que os órgãos desempenham da
liberdade para estabelecer o destino das receitas e para realizar as despesas das autarquias’’.

Autonomia patrimonial tem o poder de gerir o património autárquico para a prossecução


das suas atribuições15 . De acordo com Cistac (2001,p.259) a autonomia patrimonial

12
Que lhe confere o poder de ter bens próprios, tanto imóveis como moveis para o andamento das suas
actividades.
13
De elaborar, aprovar. Alterar e executar orçamentos e planos de actividades, dispor de receitas próprias e
arrecadar outras que a lei lhe atribuir, ordenar e processar as despesas e, em caso de necessidade e de
acordo com a lei em vigor, contrair empréstimos.
14
O poder de praticar actos definitivos e executórios, criar, organizar e fiscalizar os serviços que tem por
objectivo executar as tarefas que lhe cabem.
consiste em “autarquia ter património próprio “bens, móveis e imóveis, direito e acções
que, qualquer título, lhes pertençam ou venha a pertencer”, para a prossecução das
atribuições das autoridades locais e gerir o respectivo património”. De salientar que as
autarquias locais gozam de autonomia mas não são Estados independentes. A constituição
da República sublinha que o poder local funciona no quadro da unidade do Estado
moçambicano e destaca os interesses superiores do Estado. Mas também as autarquias
locais agem no interesse da população local e sem prejuizo dos interesses nacionais e da
participação do Estado. Os planos e as acções locais não podem contradizer os planos e as
políticas nacionais. Por isso que as autarquias locais estão sujeitas a tutela administrativa do
Estado.

O processo de transferência de funções e competências, dos órgãos do Estado para as


autarquias locais é um processo que pela natureza do nosso Estado ou pais as autarquias
não são capazes de as suas competências, está transferência de funções é regido pelo
Decreto nº. 33/200616 De 30 de Agosto que concretiza o princípio da descentralização
administrativa e da autonomia do poder local. De acordo com o artigo 8 da lei nº. 33/2006,
define que os órgãos autárquico no planeamento, gestão e contratação 17 de empreitada e de
fornecimento de serviço na realização de investimento nas seguintes áreas: habitação
económica; espaços verdes incluindo jardins e viveiros da autarquia; rodovia, incluindo
passeios; infra-estrutura de utilidade pública de gestão autárquica; mercados e feiras e
bombeiros.

3.6.Tipos de participação

Segundo Chichava (1999,p.32) faz uma “interpretação de três formas de participação, a


saber: (i) participação como uma contribuição; (ii) como uma forma de organização e (iii)
como um processo de capacitação para o exercício efectivo do poder (empoderamento) ”.

A legislação consagra uma modalidade de participação dos utentes na gestão dos serviços
públicos autárquicos. Com o efeito, nos termos do nº 1 do artigo 38 da lei nº 11/97, de 31

15
Ler o artigo 7 da lei nº 2/97 de 18 de Fevereiro de 1997
16
Citado por www. Saber.ac.mz/biststream/10857/3650/1/Trabalho de Licenciatura Teresa Nhambire pdf
o6:43
17
Ler o artigo 2 e 3 da lei n.º 15/2010,de 24 de Maio.
de Maio no que concerne que, os utentes podem ter representação assegurada nas entidades
prestadoras de serviços públicos de âmbito autárquico, na forma e nos termos estabelecidos
em posturas locais, participando das decisões relativas aos planos e programas de expansão
de serviços: política tarifária; nível de atendimento da procura, em termos quer qualitativos,
quer quantitativos; mecanismos de atendimento de petições e reclamações dos utentes,
incluindo os relativos por danos causados a terceiros.

De acordo com o artigo 110 da Lei nº 2/97, de 18 de Fevereiro que estabelece que ‘‘ Os
cidadãos moradores no município podem apresentar, verbalmente ou por escrito, as
sugestões, queixas, reclamações ou petições à respectiva Assembleia. A representação far-
se-á aos Secretário da Assembleia pelos cidadãos, individualmente ou através dos corpos
directivos das organizações sociais ou por outro mecanismo organizativo por estes
designados. O caso acima referido, um representante dos cidadãos moradores poder
participar, na deliberação da respectiva Assembleia, nos debates que eventualmente tiver
lugar.’’
É de salientar que os corpos directivos mencionados no artigo acima são os líderes
comunitários, secretários dos bairros e os dirigentes das associações legitimados como tais
pela própria comunidade e com notável influência na tomada de decisões sobre os
problemas locais. Destas três categorizações enunciadas por Chichava, para efeitos do
presente estudo, enquadra-se na primeira e última categorização (como contribuição e como
meio de empoderamento dos cidadãos.

Segundo Pretty (1995, p.354) apresenta sete (7) tipos de “participação


I)Auto – mobilização, II) Participação por consulta, III) Participação Interactivas IV)
Participações por Incentivos Materiais, V) Participação Passiva VI) Participação
Manipulativa, VII) Participação Funcional”.

Como ilustra a tabela abaixo, os tipos de participação e suas características.

Tipos de participação Características


Os contactos com instituições externas para recursos e conselhos
técnicos de que precisam, mas retêm o controlo de como estes
Auto – mobilização recursos são utilizados. Esta participação expande-se ao nível do
governo e nas Organizações não-governamentais providenciando
apoio.

As pessoas participam sendo consultadas por agentes externos,


os quais definem os problemas e propõem soluções com base na
Consulta
consulta, porém, sem dividir a tomada de decisão.

As pessoas participam de forma cooperativa, interagindo através


de planos de acção e análise conjunta, os quais podem dar
Interactiva
origem a novas organizações ou reforçar as já existentes.

As pessoas participam fornecendo recursos, como mão-de-obra e


Incentivos Materiais terra em troca de dinheiro, equipamentos, sementes ou outra
forma de incentivo.

As pessoas participam, sendo informadas acerca do que


aconteceu ou o que vai acontecer. Está decisão é reservada ao
Passiva
processo de desenvolvimento é unilateral, sem qualquer diálogo;

A participação é simplesmente uma pretensão com os


Manipulativa
representantes das “pessoas” nos conselhos oficiais do programa
ou projecto.

As Pessoas participam formando grupos para satisfazer


objectivos pré determinados e relacionados com o projecto. Tal
Funcional
envolvimento pode ser interactivo e pode envolver partilha na
tomada de decisões.
Fonte: Pretty (1995, p.354) tradução feita pelo autor
3.7. Desenvolvimento

Referimos o desenvolvimento como um termo da economia (capacidade de uma nação em


geral e de uma cidade em particular de gerar taxas de crescimento na sua produção). Graças
a essa participação da comunidade surge a visão compartilhada o DL, permitindo que cada
cidadão e organização saibam o seu papel em prol de desenvolvimento local e sustentável.

Segundo Fragozo (2005, p.41) a participação é um veículo para o desenvolvimento local


que assenta na ‘‘ organização das populações e na sua capacidade de mudança e melhoria
sociais do nível de vida”. As pessoas não podem participar se não existirem estruturas
colectivas organizadas, sendo a organização uma condição importante não prévia como
simultânea à participação. Para que haja desenvolvimento é necessário que cada membro de
cada comunidade se envolva e contribua para melhorar a sua vida em particular e a do
nosso país no geral. A comunidade participa no DL quando observa resultados positivos da
sua participação, ou seja, quando é dado a ela poder de participar na decisão e na execução
de programa de desenvolvimento.

O desenvolvimento local deve, criar bases para um desenvolvimento em que todos sectores
da sociedade sejam parte de um patamar mínimo de qualidade de vida e de renda. A
participação torna os processos de DL cada vez mais democráticos e direccionados aos
objectivos que a comunidade local pretende atingir.

De acordo com Cistac & Chiziane (2007, p.23), o desenvolvimento assenta se em 3


componentes interdependentes:

 O desenvolvimento “sustentabilidade” é capacidade de satisfazer adequadamente as


necessidades básicas humanas, tais como alimentação, habitação, saúde, água,
educação e proteção social. Quando esses bens e serviços faltam de uma forma
drástica, está-se perante um estado de indigência ou de subdesenvolvimento;

 O desenvolvimento “livre da servidão” é a liberdade, ou seja, a capacidade de


escolher livremente o seu modelo de sociedade suas orientações e estratégias, sem
qualquer imposição do exterior. O desenvolvimento deve ser um processo
endógeno, cujo objetivo é reforçar a aptidão das populações para tomarem o seu
destino em mãos (empowerment 18 ), para criarem oportunidade para que cada
membro da sociedade prospere e contribua para o progresso coletivo; e,

 O desenvolvimento “ auto-estima”, o sentido de dignidade, de respeito, ser alguém e


de honra, que fazem com que um povo ou um indivíduo não possa ser utilizado por
outros, para os seus próprios interesses e objetivos.

Destas três componentes citados pelos autores Cistac e Chiziane, para o efeito do presente
trabalho enquadra se nas três componentes: desenvolvimento como, capacidade de
satisfazer as necessidades, O desenvolvimento como escolha do modelo do tipo de vida e o
desenvolvimento como auto-estima, dignidade, respeito e honra. O desenvolvimento
representa uma combinação de factores económico, social, institucionais, com o objectivo
de obter melhor qualidade de vida. No em tanto o desenvolvimento em todas sociedades
deve conter vários objectivos:

 Aumentar a disponibilidade e a distribuição de bens de necessidades básicas;


 Aumentar os níveis de vida;
 Expandir as possibilidades de escolhas económicas e sociais.

Em Moçambique o desenvolvimento ainda é um processo de promoção de melhoria do


nível de vida da população comunitária, com uma participação activa por meio de emprego
de técnicas de iniciativa que estimulem os desafios das suas respostas activas tais como:

 Erradicar a pobreza externa e fome;


 Alcançar a educação primária mínima universal;
 Promover a igualdade do género e capacitar as mulheres;
 Reduzir a mortalidade infantil;
 Melhorar a saúde materna;
 Combater o VIH/ SIDA, a malaria e outras doenças;
 Assegurar a sustentabilidade ambiental;

18 Empowerment significa acréscimo, aquisição, atribuição de poder que, induzido ou conquistado, permite aos
indivíduos ou unidades familiares aumentarem a eficácia do seu exercício de cidadania. (Cistac & Chiziane,
2007:24).
 Desenvolver uma parceria global para o desenvolvimento sustentável do país no
geral e das autarquias em particular.
Capítulo III Aspectos Metodológicos

Neste capitulo trataremos da metodologia, tipo de pesquisa, universo e as amostra, as


técnicas de colecta de dados e o modelo de apresentação análise da e interpretação de
dados.

4. Metodologia

É um conjunto de técnicas utilizadas na execução de um trabalho ou pesquisa. Que segundo


Lakatos & Marconi (2010, p.204) a metodologia “ abrange maior numero de itens, por
responder a um só tempo, as questões como? com que? onde? quanto?”.

4.1.Tipo de Pesquisa

Quanto a tipo de pesquisa é qualitativa, pois, não irá se utilizar dados estatísticos a partir
dos resultados para formular conclusões, somente preocupar-se com a descrição ou
explicação dos fenómenos. Quanto ao objecto a pesquisa descritiva porque esta consiste na
descrição de características de um fenómeno e o método indutivo. Que segundo Lakatos &
Marconi (2010. P 110) é indutivo a “aproximação dos fenómenos caminha geralmente para
planos cada vez mais abrangentes, indo das constatações mais particulares as leis e teorias”.
Visto que o problema parte do particular para o geral.

4.2 Universo e Amostra

O universo é o conjunto de elementos que possuem determinadas características. Constitui


o universo do trabalho sobre a análise da coabitação entre os órgãos locais do Estado e
órgãos do poder local na promoção e participação e desenvolvimento local, os membros
dos órgãos do poder local “membro do conselho municipal”, membros dos órgãos locais do
Estado “membros do governo distrital” bem como os membros da sociedade civil. Para a
selecção da amostra recorreu-se a técnica não probabilística aleatória simples. Por dar
abertura para todos fazerem parte do estudo. Onde seleccionamos uma amostra
correspondente a 30 pessoas das quais do trabalho 6 membros do governo do distrito, 9
membros do conselho municipal e 15 membros da sociedade civil.
4.3 Técnicas de Colecta de Dados

Para a realização do trabalho foram utilizadas várias técnicas: observação directa, a


entrevista, pesquisa bibliográfica, e documental. Visto que a técnica da observação directa
consiste em ver e ouvir mas também examinar o facto ou fenómeno que se deseja estudar
que é sistemática por ser planeada e estruturada. De acordo com Lakatos &Marconi (2010,
p.178) “a técnica de entrevista é uma conversação efectuada face a face de maneira
metódica, proporciona ao entrevistado, verbalmente, a informação necessária”.

O tipo de entrevista é focalizada porque o entrevistador tem a liberdade fazer perguntas que
quiser. De acordo com Gil (2009,p.112) “o entrevistador permite ao entrevistado falar
livremente sobre o assunto, quando este se desvia do tema original, esforça-se para a sua
retomada”. Pesquisa bibliográfica que será desenvolvida a partir dos materiais já elaborados
constituídos por livros e artigos científico. Usamos a técnica documentos. Por seu turno Gil
(2009, p.51) a pesquisa documental “vela de material que não receberam ainda um
tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objectivos da
pesquisa”.

4.4. Método de Apresentação, Análise e Interpretação de Dados

Na análise interpretação de dados foi com base nos pacotes informáticos o word e excel.
Capitulo IV

Neste capítulo abordamos os principais elementos Geográficos e historial do Distrito de


Mocuba, a sua localização e a elevação a categoria de cidade.

4.5. Caracterização do Objecto de Estudo

Mocuba19 é um Distrito situado no centro da província da Zambézia, em Moçambique, com


sede na cidade de Mocuba. Tem limite, a norte com o Distrito de Lugela, a noroeste com o
Distrito de Milange, a oeste com o Distrito de Morrumbala, a sul com os distritos de
Nicoadala e Namacurra, a leste com o Distrito de Maganja da Costa e a nordeste com o
Distrito de Ile.

A cidade de Mocuba, sede do mesmo nome, que tem como limite o rio Matebe ao norte;
Muanaco ao sul; rio Licungo a este e os rios Licungo e Lugela a oeste. Segundo MAE20
(2003 p 160), Etimologicamente o termo Mocuba “é derivado do termo Nicuba que
significa em língua local papa de farinha de milho, no passado os viajantes eram obrigados
comer antes de atravessar o rio Licungo. Para que não fossem infectados por doenças
endémicas, hoje é comum na região”.

De acordo com MAE (2003,p.161) em 1994 a cidade foi elevada a categoria de distrito
municipal pela lei n.º 3/94 de 13 de Setembro, revogada pela lei n.º 10/97 de 31 de Maio
que a elevou á categoria de município.com a aprovação da lei nº 2/97 de 18 de Fevereiro
que cria o quadro jurídico para a implantação das autarquias locais ao abrigo de nº 1 do
artigo 135 da constituição da República de Moçambique do ano 1990.

19
Pt.Wikipedia.org/wiki/Mocuba
20 Citado por Cabral (1975 p 101)
Capítulo V

4.6. Apresentação, Análise e Interpretação de Dados

Neste capítulo procuramos fundamentalmente, descrever a coabitação administrativa entre


o governo do distrito e o município da cidade de Mocuba, na perspectiva da articulação da
participação da comunidade no desenvolvimento local, na coabitação institucional.

4.7. Tipos Participação

Segundo Bango (2012,p.42) a participação comunitária “é o processo de envolvimento da


pessoas em acções económicas, sociais, culturais e políticas relevantes o que afectam as
suas vidas dandos lhes o poder de agir como sujeitos activos”.

Chichava (1999,p.32) avança três formas de participação, nomeadamente: participação


como uma contribuição; como uma forma de organização; e como um processo de
capacitação para o exercício efectivo do poder (empoderamento). Por sua vez, Pretty
(1995,p.354) apresenta sete (7) tipos (auto-mobilização, consultiva, interactiva, passiva,
funcional, informativa e incentivos materiais).

Participação e consulta comunitária, como formas de organização das comunidades para


participarem no desenvolvimento local.

Em Moçambique, a participação comunitária é feita através dos conselhos locais ao nível


do distrito; posto administrativo; localidade e povoação. Ao nível do Município da cidade
de Mocuba é feita através de fóruns locais. Facto que, de acordo com os nossos
entrevistados deve-se a inexistência de capacidades técnicas e financeiras para a
institucionalização de outros espaços de participação comunitária.

No Município da cidade de Mocuba existe basicamente 1 (um) mecanismo de participação


(fóruns locais), onde as comunidades a partir dos seus representantes se organizam para
melhor definir as suas prioridades e exprimir junto da povoação, e do poder local, com vista
o seu bem-estar e o desenvolvimento local. Neste mecanismo de participação, verifica-se a
predominância de participação consultiva e interactiva, na medida em que a comunidade
participa, principalmente quando é consultada ou responde perguntas, tomando poucas
iniciativas de mudança.

O grupo alvo do presente estudo (membros do Conselho Municipal, membros do Governo


distrital e a comunidade local) do Município da cidade de Mocuba, foram entrevistados,
sobre através de que forma/tipo de participação a sociedade civil participa no processo da
participação e desenvolvimento local.

De acordo com os nossos entrevistados ao nível de Mocuba são vigentes dois (2) tipos de
participação, como: a participação interactiva e participação consultiva. Onde 16 dos
entrevistados defendem com abundância a participação interactiva correspondente 53.33%,
e 14 dos nossos entrevistados defendem a participação consultiva correspondente a 46.67%

Defende em abundância a participação interactiva conforme ilustra a tabela abaixo

Tipos de ParticipaçãoN.ºs de EntrevistadosPercentagem


Consultiva 14 46.66666667
Interactiva 16 53.33333333
Total 30 100

Fonte: excel autoria do autor

Na senda do nosso entrevistado Dr Rafic21 defende que a participação interactiva, na


medida em que oferece espaço para que as pessoas possam apresentar as suas ideias,
opiniões, sugestões dos problemas e propostas de possíveis soluções. Por outro lado o
mesmo entrevistado defende a vigência da participação consultiva. Visto que, certas vezes
a sociedade civil são somente questionada ou levantamento das suas preocupações e sem
espaço de debates, para proposta de possíveis soluções.

21 Técnico Superior em Administração Pública, funcionário do governo do Distrito, desempenhando


actualmente o cargo de secretario permanente do Distrito.
5. As Acções de Desenvolvimento Local de Cada Órgão

Para o chefe dos Recursos Humanos, Casimiro são várias as ‘‘acções que (GDM)
promovem em prol do desenvolvimento local feitas através do financiamento de fundo
descentralizado (fundo de iniciativa local), onde o governo financia os projectos que são
submetidas pela comunidade’’. A aposta do governo no ensino técnico profissional no
regime de curta duração, para impulsionar o empreendedorismo para gerir emprego
Construções de Escolas, abastecimento de Agua, Gestão de Escolas Secundárias e
universitária, financiar projecto de desenvolvimento local.

No seu turno Dr Maley22 as acções que o município de Mocuba realiza em prol do


desenvolvimento versam se nas suas autonomias que lhe foram atribuídas. O município
goza todas mas a uma intervenção do Estado. Ainda na senda de Oliveira Maley O
conselho municipal é autónomo com amplo direito de gestão autárquica, nos termos dos
nºs 1,2,3 e 4 do artigo 7 da lei nº 2/97. Como por ex: Recolha e tratamento de lixo,
construção de centro de saúde, cemitério, apetrechamento, electricidade, saneamento
meio, urbanização.

Como ilustrar a tabela abaixo

Ações realizadas por cada órgão


Município Governo Distrital
Apetrechamento e Promover a ligação escola
manutenção de salas e comunidade, lutar contra o
administração das escolas de analfabetismo, e o bom
Educação ensino primário e centros de funcionamento das unidades
saúde e educação de adultos de prestação de serviços das
instituições de educação, e
infra- instrutura
Abertura de concurso para a Intensificar o ensino técnico
construção de escolas, profissional.

22 Mestre em economia desenvolvimento, professor de profissão actualmente vereador na área da educação


no município de mocuba
centros de saúde, gestão do
pessoal administrativo do
ensino primário e centro de
internato
Assegurar a gestão das Zelar e assegurar pela
unidades sanitárias de nível higiene e salubridade
primário (centros de saúde, pública e o bom
higiene e exames médicos) funcionamento das unidades
Saúde garantindo que nela sejam sanitárias
dispensados todos os
componentes de cuidados de
saúde primários.
Dar parecer e fazer proposta Realizar campanhas de
para o desenvolvimento da vacinação e divulgar
rede primaria de atenção de informação sobre epidemias.
saúde na área geográfica do
município,
Fonte: Lei nº 8/2003 de 19 de maio de 2003

Segundo os nossos entrevistados Dr Razul e Sr Lucas ‘‘O Estado tem participado nas
várias acções de desenvolvimento local por residir na autonomia financeira. Mais uma
parte do orçamento do Estado é canalizada ao município como forma de garantir o
funcionamento do município”. Segundo esta perspectiva os dois órgãos estão
comprometidos para o desenvolvimento local. Mas de salientar também quem esta mais
comprometida pela participação e desenvolvimento local na cidade é o Município porque
tende resolver os problemas locais e por ser uma parte da circunscrição do território do
Distrito, ao passo que governo do Distrito as suas acções é de amplo nível do Distrito.

5.1 O Impacto da Coabitação Sobre os Órgãos Locais do Estado e os Órgãos do Poder


Local

A legislação define a existência de dois órgãos no mesmo local: um OLE e outro OPL está
divisão surge nos termos da lei nº 9/96, de 22 de Novembro.
Segundo Sr Lucas23 assessor da presidente do CM a coabitação trouxe um impacto positivo
‘‘através da coordenação nas delimitações de competências e de transferências das
mesmas’’. Ainda na senda de Lucas a coabitação é vista como um acto social de fazer a
comunidade estar mais perto do município ou na melhoria de vida dos munícipes. Enfatiza
a coordenação das acções de realizações do GDM e CM.

De acordo com Sr Beatriz24 chefe da função pública a ‘‘coabitação é uma necessidade de


coordenar nas acções que são realizadas pelas duas entidades. Como por ex: no âmbito te
construção, gestão, apetrechamento de salas e manutenção’’.

Segundo a mesma perspectiva os líderes comunitários, a existência do GDM e o CM são


um ganho que a população de Mocuba tem na aproximação dos serviços que os necessita
sobre os problemas que lhes afecta. Que segundo Cotxiua, Tebula e Alves fazem uma
avaliação positiva sobretudo nas actividades por estes realizados como forma de
impulsionar o desenvolvimento do Distrito no geral e da autarquia em particular como por
ex: ensino técnico profissional, abastecimento de água que estão a cargo do governo do
Distrito, urbanização, recolha e tratamento de lixo, cemitério, parques, mercado e feiras
que estão a cargo do conselho municipal.

Segundo os secretários dos bairros e os cidadãos residentes nomeadamente Coroa, Murapue


e outros argumentam que a um vínculo da articulação da coordenação da actividade
meramente na construção, cultura, gestão, apetrechamento, intensificação de educação
cívica nas comunidades ao nível municipal como ao nível do distrital.

Que no que se refere as oportunidades e espaços de actuação do município e Governo


Distrital de Mocuba, primeiro ressalvar que eles actuam no mesmo território geográfico,
uma vez que já estão bem delimitada a área geográfica do Distrito de Mocuba. Tomando
actuação de ambas instituições no mesmo território, a falta de especificação de áreas e
actividades a desempenhar entre os mesmos órgãos, torna mais fácil a existência de

23
Professor de profissão, funcionário do conselho municipal, actualmente desempenhando a função de
assessor da presidente do conselho municipal.
24
Funcionária do governo a longa data, actualmente desempenhando o cargo de chefe da função pública no
governo do distrito.
oportunidades de coabitar. Pois estes são forcados pelas circunstâncias a actuar cada vez
mais próximo uns dos outros, para atingir os objectivos por eles desejados.
Capítulo VI

Neste último capítulo do trabalho. Consiste fundamentalmente da apresentação da


conclusão do trabalho, bem como as recomendações. Podendo chegar as conclusões
diferente quando usarmos outras perspectivas de abordagem. Já nas recomendações tem a
ver com a utilidade do trabalho, cuja essência vem apresentado na justificativa.

5.2. Conclusão e Recomendação

Para a realização do trabalho iniciamos por conceituar a descentralização política


administrativa, concluímos respondendo os objectivos específicos ilustrando as respostas
das perguntas específicas.

No que diz respeito a participação, existente no Distrito concluímos que são dois tipos. Pôs
a participação mais frequente é a interactiva por existir uma análise conjunta e por dar
espaço a interacção das opiniões e possíveis propostas para a solução dos problemas
existente no Distrito e na Autarquia. Porem esta não é a única forma de participação no
Distrito tem outro tipo de participação que não é frequente a consultiva porque as pessoas
participam sendo questionada, porém, sem dividir a tomada de decisão.

No que diz respeito as acções que são desenvolvidas pelos dois órgãos em prol do
desenvolvimento são várias as realizações que impulsionam o desenvolvimento local, na
satisfação das necessidades públicas, sobre tudo na gestão, apetrechamento e construção de
infra-estrutura, policia e saúde

Quanto ao impacto da coabitação, é vantajosa positiva na medida em que os dois órgãos


tem de articular as suas actividades como forma de coordenar as acções de competência
como meio de atingir os objectivos organizacionais dando maior satisfação a melhoria dos
serviços públicos por estes prestados.
5.3. Recomendações

 Para além dos dois tipos de participação existente, recomendamos que enquadra se a
participação funcional.
 Estimular a importância da participação comunitária nas acções do desenvolvimento
local.
 Melhorar as formas de articulação e coordenação das actividades.
 Incentivar os líderes comunitários para promoção de participação e
desenvolvimento local na sensibilização da comunidade local.
5.4. Referências Bibliográficas

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Legislação

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Boletim da República, Decreto nº 15/10, de 24 de Maio de 2010
Boletim da Republica, Decreto 33/2006 de 30 de Agosto de 2006
Boletim da República, Lei n º 1 /08, de 16 de Janeiro de 2008. I Serie, nº 3.
Boletim da República, Lei nº 8/ 03, de 19 de Maio de 2003. I serie, nº 20
República de Moçambique, Constituição da República de Moçambique, aprovado pela
Assembleia da República, em 16 de Novembro de 2004;

Fontes Primária

1. . Adérito 13/ 02 2014


2. Beatriz da Glória chefe da função publica10-02-2014
3. Baptista morador no municipio.11-02-2014
4. Calisto funcionário 13-02-2014
5. Casimiro Rodrigues chefe RGH14-02-3014
6. Coroa eis Secretario do bairro 15-02-2014
7. Daniel funcionário 13-02-2014
8. Delfina morador no município 11-02-2014
9. Davide Lourenço Cotxiua morador no municipio13-02-2014
10. Englesh morador no municipio14-02-2014
11. Fiel é vereador da área da urbanização14-02-2014
12. Francisco Murapue Secretário do Bairro Central09-02-2014
13. Francisco funcionário CM 13-02-2014
14. Felizardo funcionário. 10-02-2014
15. Fernando morador no município13-02-2014
16. Heráclito morador no município12-02-2014
17. Glória funcionária do conselho municipal 14/ 2/ 2014
18. Gabriel João Lucas assessor do presidente do conselho municipal 14-02-2014
19. Imerson morador no Município12-02-2014
20. José funcionaria no Município 13’02-2014
21. Marcelino morador no Município10-02-2014
22. Natália eis vereadora do CM13-02-2014
23. Oliveira Maley vereador conselho municipal na área de Educação14-02-2014
24. Rafic Alfredo João Razul Secretário permanente do governo do distrito 13-02-2014
25. Rui Capaina 1º Secretário do comité do círculo10-02-2014
26. Santos José Alves régulo da unidade residencial de Marmanelo14-02-2014
27. Sónia Soares funcionaria no CM 13-02.2014
28. Tonis Tebula lider da unidade residencial de 16 de Julho14-02-2014
29. Zacarias morador no bairro CFM09-02-2014
30. Zito morador no bairro CFM09-02-2014
Apêndice

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