LAMINITES

EM BOVINOS
¹Dinis Cardoso, ¹João Sá, ¹José Dias, ¹Margarida Queiroz, ¹Maria Campos, ¹Maria Maia
O papel da nutrição na
prevenção
¹Instituto Universitário de Ciências da Saúde, Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário (Cespu), CRL, 4585-116 Gandra, Portugal

Margarida a Dinis
INTRODUÇÃO
En
SINAIS CLÍNICOS
A laminite é uma lesão que envolve a degeneração, necrose e inflamação das • Aguda: dor intensa, claudicação severa, relutância
em mover-se, tremores musculares, andar rígido,
lâminas, o tecido entre o casco e a falange distal. arqueamento do dorso, sudorese e aumento da
Atualmente, a teoria mais aceite defende que esta doença resulta na frequência cardiaca e respitatória.
vasoconstrição periférica causada por fatores sistêmicos adversos no • Crónica (>6 semanas): os cascos apresentam
metabolismo animal, desencadeando a libertação de endotoxinas e mediadores alterações na forma e tamanho, a sola perde a
elasticidade e densidade normais, tornando-se
químicos. mais quebradiça. Nestes casos, é observada
Este estudo destaca a relevância de um maneio nutricional apropriado como hemorragia da linha branca e da sola.
uma medida preventiva eficaz na redução de incidências de laminite.

e Maria Maia
FISIOPATOLOGIA
A alta ingestão de hidratos de carbono na dieta resulta no acúmulo de ácido lático no rúmen, proveniente da
fermentação. O excesso de ácido lático reduz o pH ruminal, levando à morte de bactérias gram-negativas. A morte
destas bactérias resulta na libertação de endotoxinas, que são absorvidas pela parede do rúmen, atingindo a
corrente sanguínea. A presença de endotoxinas induz a libertação de mediadores anti-inflamatórios e aminas
2020 - 2022
vasoativas, desencadeando alterações circulatórias no dígito. Isso resulta em isquemia e hipóxia nas lâminas do
cório, levando à degeneração laminar.

Como consequência, ocorre comprometimento na junção derme-epiderme do dígito e inibição na síntese normal do tecido córneo do casco.
Além dos lipopolissacarídeos (LPS), a histamina, absorvida pela parede do rúmen, também pode desencadear alterações circulatórias.

Miguel Dinis
ETIOLOGIA PATOGENIA
-

• Doenças sistémicas • Fase I: o fluxo sanguíneo para o córion é comprometido devido à

ação de substâncias vasoativas, como endotoxinas e histamina na
• Ingestão excessiva de hidratos de carbono corrente sanguínea.
• Acidose ruminal • Fase II: alterações inflamatórias e degenerativas na junção derme-
epiderme. Isso resulta na perda da função do aparelho suspensor e
• Granulometria da fibra e da ração na compressão do córion pela falange distal.
• Fase III: as lesões atingem a cápsula córnea, tornando-se
• Fator genético (conformação dos dígitos) clinicamente visíveis. Essas alterações são observadas na forma de
• Rações com baixo teor de gordura hemorragia na linha branca e na sola do casco.
• Excesso de proteína na ração
C
Maria
.

Sá
CONCLUSÃO
·

Em resumo, a laminite é uma condição multifatorial nos•
bovinos, que causa dor, claudicação e perda de
produtividade. A conscientização sobre os riscos
metabólicos, como a acidose ruminal, destaca a importância•
de práticas nutricionais responsáveis. Evitar picos rápidos
de ingestão de grãos e realizar uma transição gradual para•
dietas ricas em concentrados são medidas cruciais.
Reconhecendo a ligação entre nutrição e saúde dos cascos,•
os produtores podem implementar estratégias
personalizadas. Investir na prevenção, através de uma•
abordagem nutricional sólida, preserva a saúde dos bovinos
e contribui para a eficiência da produção pecuária.
ESTRATÉGIAS NUTRICIONAIS
Iniciar a alimentação durante o período seco com pequenas quantidades de
concentrado, aumentando gradualmente antes e após o parto. Evitar altos níveis de
amido e optar por concentrados de alta qualidade.
Introduzir dietas gradualmente, respeitando a relação forragem:concentrado,
especialmente em dietas ricas em concentrado.
Minimizar o stress e assegurar que os animais ruminam, promovendo o
tamponamento do rúmen e prevenindo a acidose ruminal.
Incluir tampões e modificadores ruminais na dieta para regular o pH ruminal e
manter a saúde do trato digestivo.
Garantir um suprimento equilibrado de nutrientes, incluindo aminoácidos, minerais
(como cálcio e zinco) e vitaminas, especialmente a biotina para a queratinização
adequada do casco.
• Utilizar culturas de Saccharomyces cerevisiae na ração de vacas leiteiras para
aprimorar a fermentação ruminal > estabiliza o pH, minimizando o risco de acidose e
prevenindo a laminite.

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