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TUTORIA UCXI – CENÁRIO 7 idosos, apesar de haver taxa de recorrência

significativamente superior.
DOENÇA DIVERTICULAR DO CÓLON
Os divertículos ocorrem isoladamente no cólon
DEFINIÇÃO sigmoide em 65% dos casos e de forma ampla no
Divertículo colônico ocorre pela herniação da cólon esquerdo, em 90 a 95% dos casos. O
mucosa e da submucosa através da parede cólon, em toda a sua extensão, está comprometido
muscular; em apenas 7% dos casos (pandiverticulose).

Diverticulose colônica designa a presença de Observação: O acometimento exclusivo do cólon


divertículos, sem associação com inflamação; direito ocorre no Ocidente em cerca de 1,5% dos
casos, contrastando com países asiáticos e
Doença diverticular (DD) denomina africanos, nos quais há envolvimento do cólon
genericamente os sintomas e os achados físicos direito em 70% dos casos, em especial o cólon
da diverticulose colônica, variando de dor no ascendente.
quadrante inferior esquerdo a complicações da
diverticulite; A diverticulite é a complicação mais comum da
DD. A incidência da diverticulite é de 4% dos
Diverticulite aguda indica a presença de pacientes com DD, podendo ser menor que 1% se
inflamação e infecção do divertículo colônico for considerada a confirmação diagnóstica por
(com a possibilidade de evoluir com tomografia computadorizada (TC) ou achado
complicações); cirúrgico.

Diverticulite não complicada refere-se à Observação: Com frequência, o quadro é


diverticulite colônica com peridiverticulite e confundido com apendicite aguda, determinando
possível flegmão; cirurgia imediata, e o diagnóstico definitivo
ocorrerá no transoperatório.
Diverticulite complicada refere-se à diverticulite
colônica associada à obstrução, à perfuração ETIOLOGIA
livre, à fístula ou ao abscesso.
Acredita-se que a etiopatogenia da DD é
EPIDEMIOLOGIA multifatorial, envolvendo dieta pobre em fibras,
obesidade, desequilíbrio na microflora
Como a diverticulose colônica pode ser intestinal e doenças genéticas em pacientes
assintomática, é difícil indicar com precisão a jovens associadas a alterações do tecido conectivo
incidência e a prevalência da doença. (síndromes de Marfan e de Ehlers-Danlos e
A diverticulose colônica é uma doença adquirida doença renal policística). Contudo, o
e comum entre os povos ocidentais, sendo uma envelhecimento pela perda da elasticidade e o
das mais prevalentes e responsáveis por um enfraquecimento da parede colônica têm
número significativo de consultas e importante papel no risco para DD.
hospitalizações, com expectativa de aumento e A dieta rica em fibras está associada com
impacto pelo envelhecimento populacional. redução do risco de DD. Contudo, o papel das
A prevalência aumenta com a idade: 5 a 10% fibras está indefinido na gênese da diverticulose.
dos casos ocorrem em indivíduos com menos de A dieta rica em gorduras e carnes vermelhas
40 anos; cerca de 50% dos casos, em pacientes está associada com risco aumentado para DD.
acima de 50 anos; e, em torno de 70%, em
indivíduos com mais de 80 anos. Não há associação entre o consumo de nozes,
castanhas, milho, pipoca, entre outros e o risco
Observação: Apesar de ser considerada uma aumentado de diverticulite ou sangramento
doença do idoso, relatos recentes apontam para diverticular.
aumento da prevalência entre adultos mais jovens.
A população de hábitos vegetarianos tem cerca
A DD é mais comum em homens com menos de de um terço da incidência para DD da
50 anos, com prevalência semelhante entre encontrada nos não vegetarianos.
homens e mulheres acima dos 50 e até os 70
anos. Não há evidências de relação entre
desenvolvimento de divertículos e tabagismo,
A diverticulite abaixo dos 40 anos não evolui de consumo de álcool ou cafeína.
forma agressiva como anteriormente entendida,
predominando em homens obesos – 84 a 96% dos Obesidade, tabagismo e medicações (Anti-
casos – com história natural e risco de inflamatórios não esteroides, corticoides e
complicações semelhantes às dos mais opioides) estão associados ao risco aumentado
de diverticulite e sangramento diverticular.
FISIOPATOLOGIA - "Mychosis": conjunto de alterações que inclui
espessamento da camada de músculos circulares,
encurtamento das tênias e estreitamento do lume.

- Elastina: aumento na deposição de elastina


entre as células musculares e as tênias. A elastina
também é depositada em uma forma contraída que
leva ao encurtamento da tênia e ao
acotovelamento da musculatura circular.

- Colágeno: doenças do tecido conjuntivo, como


a Síndrome de Ehlers-Danlos, a Síndrome de
Marfan e a doença policística renal autossômica
dominante resultam em mudanças estruturais na
Os divertículos ocorrem em sítios de entrada parede intestinal, levando a uma redução na sua
na parede colônica das artérias que nutrem o resistência à pressão intraluminal e, portanto,
cólon – vasa recta –, pontos mais frágeis da permitindo a protrusão de divertículos.
parede colônica, com herniação da mucosa e da
DIVERTICULITE
submucosa e recobertos pela serosa –
pseudodivertículos de pulsão ou divertículos não O mecanismo de
verdadeiros. desenvolvimento da
diverticulite está
Os vasos entram na parede a cada lado da tênia
centrado na
mesentérica e na borda mesentérica das duas
perfuração do
tênias antimesentéricas. São raros divertículos
divertículo, seja ela
distais à junção retossigmoide, pois as tênias
micro ou
coalescem para formar uma camada muscular
macroscópica. O
longitudinal.
antigo conceito de
Os divertículos variam de 5 a 10 mm de obstrução do óstio do
diâmetro (mas podem exceder 20 mm), costumam divertículo
ocorrer de forma múltipla e raramente se provavelmente só ocorre raramente. A pressão
apresentam de maneira isolada. intraluminal aumentada ou partículas de comida
espessadas podem causar erosão na parede
DIVERTICULOSE diverticular, que progride para inflamação, necrose
focal e perfuração (micro ou macroscópica). A
Os pontos de
manifestação clínica da perfuração depende do
penetração dos vasos
seu tamanho e de quão vigoroso for o seu
retos na parede
tamponamento pelo organismo. Perfurações, se
intestinal são áreas de
bem controladas, resultam na formação de um
fragilidade da parede
abscesso, enquanto que o tamponamento
onde uma porção da
incompleto pode levar a perfuração livre.
mucosa e da
submucosa DIVERTICULOSE E DOENÇA DIVERTICULAR
(recobertas pela
serosa) pode se A maioria dos pacientes com diverticulose –
projetar. A presença de divertículos sem associação com
segmentação pode ocorrer como resultado do inflamação – é assintomática ou apresenta
aumento da pressão intracolônica em certas áreas. sintomas pouco expressivos, como dor
As pressões individuais nas câmaras são abdominal intermitente, aumento da flatulência
temporariamente maiores que aquelas e irregularidade evacuatória.
encontradas quando o cólon não está
segmentado. A segmentação do cólon na
diverticulose é exagerada, causando oclusão de
ambas as extremidades das câmaras, resultando
em alta pressão em seu interior.

O sigmóide e outros segmentos intestinais na


doença diverticular tornam-se não complacentes
por diversos mecanismos:
O exame físico é pouco expressivo e raramente
provoca dor à palpação no quadrante inferior
esquerdo.
Frequentemente, a diverticulose é achado descompressão súbita, e é possível palpar
eventual de colonoscopia, enema opaco ou massa dolorosa.
outros métodos de imagem.
Mulheres com fístula colovaginal podem relatar
A principal recomendação para pacientes com eliminação de aspecto purulento ou fecal. Na
DD é a dieta rica em fibras (15-30 g/dia) fístula colovesical é possível constatar queixas
associada à ingesta adequada de líquidos, urinárias, fecalúria ou pneumaturia.
apesar das poucas evidências sobre vantagens
para o seu uso. O quadro clínico geralmente é claro, permitindo
o diagnóstico e o início do tratamento com
O uso de formadores de bolo fecal, como psílio ou base somente na clínica, mas com a
plantago, pode ser útil. possibilidade de estar incorreto em um terço dos
casos.
Deve-se pensar principalmente no diagnóstico
diferencial com as neoplasias colorretais, EXAMES COMPLEMENTARES
frequentes em pacientes idosos, sobretudo na
vigência de hematoquezia (presença de sangue Os exames subsidiários principais são o
vermelho pelo ânus, sinal de uma hemorragia hemograma e a tomografia computadorizada
digestiva baixa). do abdome (TCA).

DIVERTICULITE AGUDA Radiografias do tórax e do abdome,


ultrassonografia (US) do abdome ou enema
O evento inicial da diverticulite aguda – 4% dos opaco com contraste hidrossolúvel podem ser
pacientes com DD – é a perfuração utilizados. A ressonância magnética é pouco
microscópica ou macroscópica que resulta em referida na literatura.
reação inflamatória em torno do divertículo,
com peridiverticulite ou flegmão, evento designado Hemograma: leucocitose, com desvio para a
como diverticulite não complicada e que esquerda em 45 a 70% dos pacientes, embora
corresponde a 85% dos casos. sem sensibilidade ou especificidade para
diverticulite aguda. Outros exames hematológicos
Diverticulite complicada ocorre em 15% dos e bioquímicos não apresentam alterações
casos, quando a evolução do processo específicas.
inflamatório e séptico determina a formação de
abscesso, fístula, obstrução mais TCA: considerada o exame de escolha para o
frequentemente ou peritonite e sepse grave mais diagnóstico da diverticulite, pela sua
raramente. capacidade de identificar alterações
transmurais, extraluminais e de estruturas
HISTÓRIA E EXAME FÍSICO adjacentes ao processo inflamatório, executada
com uso de contraste intravenoso e oral. Os
A maioria dos pacientes com diverticulite aguda achados sugestivos de diverticulite incluem
tem cerca de 60 anos, e 20% deles possuem presença de divertículo com infiltração de
menos de 50 anos. gordura pericólica, espessamento da parede
Podem ocorrer anorexia, náuseas ou vômitos e, colônica (> 4 mm), formação de flegmão ou
raramente, hematoquezia. abscesso e identificação de ar ou contraste
extraluminal. A sensibilidade estimada está entre
Observação: Disúria e polaciúria refletem 90 e 95%.
irritação vesical pela vizinhança do sigmoide
inflamado. Exames radiológicos do tórax e do abdome:
podem evidenciar pneumoperitônio, secundário
A maioria dos pacientes apresenta-se febril (57- à perfuração colônica, em 12% dos pacientes
100%) e, ocasionalmente, com sinais de sepse. com diverticulite aguda.
Em geral, referem dor no quadrante inferior US do abdome: referida na literatura como menos
esquerdo do abdome, localização do sigmoide, eficiente que a TCA, embora seja muito utilizada
em cerca de 70 a 85% dos casos, de padrão por ter baixo custo e não ser invasiva.
intermitente ou constante, frequentemente Observação: Porém, o diagnóstico correto
associada à mudança do hábito intestinal. depende da qualificação técnica do operador e do
equipamento. Os achados mostram presença de
Observação: A dor pode ser suprapúbica ou até no
divertículos ou abscessos, espessamento da
lado direito, mimetizando apendicite aguda, nos
parede colônica ou da gordura pericolônica e
casos do sigmoide redundante, ou infecção no
perda da motilidade de alças intestinais,
cólon direito (padrão nos pacientes asiáticos).
determinados pelo processo inflamatório.
Nos casos mais intensos, identificam-se sinais Observação: Nas mulheres, apresenta maior
de peritonismo, como defesa ou dor à utilidade no diagnóstico diferencial com as
doenças ginecológicas, em que o método do cólon, basicamente bactérias gram-
apresenta melhores resultados. A sensibilidade negativas, como Escherichia coli, e bactérias
estimada está entre 80 e 90%. anaeróbias, como Bacteroides fragilis.

Enema opaco com contraste hidrossolúvel: Os antibióticos de uso oral recomendados


utilizado com segurança em pacientes com durante 7 a 10 dias ou até cessarem os
diverticulite aguda. Permite melhor avaliação da sintomas são: Ciprofloxacino associado ao
extensão do comprometimento colônico, mas metronidazol; Trimetoprima mais sulfametoxazol
tem a desvantagem de ser mais invasivo. associado ao metronidazol; Amoxicilina mais
Achados diagnósticos incluem presença de clavulanato.
divertículos, efeito de massa no cólon ou
intraluminal, trajeto fistuloso e extravasamento O tratamento em regime ambulatorial depende
de contraste. Em estudos retrospectivos, o enema do julgamento clínico, da gravidade do quadro
opaco com contraste hidrossolúvel tem mostrado e das condições do paciente – estruturas de
boa sensibilidade (94%). apoio, comunicação, transporte, recursos
econômicos e entendimento das recomendações
Dois exames devem ser evitados na médicas. O paciente não deve apresentar
diverticulite aguda: o enema com bário, pelo sintomas sistêmicos nem sinais de peritonite.
risco de extravasamento do contraste para a Referir dor de leve intensidade tolerar a dieta.
cavidade, e a colonoscopia, pelo risco de Espera-se resposta favorável ao tratamento em
perfuração do cólon inflamado, seja pelo 48 a 72 horas.
manuseio do aparelho (desfazendo bloqueios
peritoneais) ou pela insuflação de ar No caso de agravamento do quadro, como febre
(determinando hiperpressão intraluminal). ou piora da dor abdominal, o paciente deve ser
hospitalizado e reavaliado laboratorialmente e por
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL métodos de imagem, e os antibióticos devem ser
modificados.
Carcinoma colorretal é o mais importante
diagnóstico diferencial a ser efetuado com a Candidatos naturais para tratamento
diverticulite aguda. ambulatorial são os pacientes mais jovens, com
doença pouco expressiva e sem
Ressaltam-se outros diagnósticos importantes a comorbidades.
serem verificados como:
Indicações para o tratamento hospitalar
Gastrintestinais: Apendicite aguda, doença incluem: Pacientes com diverticulite complicada
inflamatória intestinal, colite isquêmica, colites e pela TC (perfuração, abscesso, obstrução ou
gastrenterites, obstrução colônica, apendagite fístulas); Pacientes nos quais a TC mostra
epiploica; diverticulite não complicada, mas apresentam:
Urogenitais: Infecção do trato urinário, cólica Imunossupressão; Febre elevada (> 39 °C);
renal; Leucocitose elevada; Dor abdominal intensa;
Idade avançada; Comorbidades significativas
Ginecológicos: Doença inflamatória pélvica, como diabetes; Intolerância à dieta oral; Não
torção ou abscesso de cisto ovariano, gravidez adesão ao tratamento; Falta de condições para
ectópica; retornar ao hospital; Falha do tratamento
ambulatorial.
Outros: Pancreatite aguda, úlcera péptica
complicada, sepse de origem abdominal, Deve-se instituir jejum ou dieta líquida,
abscesso e sangramento retroperitoneal. analgesia, hidratação e antibióticos
parenterais.
TRATAMENTO
Observação: Até a identificação dos germes
TRATAMENTO DA DIVERTICULITE NÃO
relacionados à diverticulite, a escolha dos
COMPLICADA
antibióticos será inicialmente empírica.
O tratamento da diverticulite não complicada
Os critérios para alta hospitalar incluem
geralmente consiste em mudanças na dieta e
normalização dos sinais vitais, resolução da
administração de antibióticos.
dor abdominal intensa, redução da leucocitose
A introdução de dieta líquida sem resíduos e tolerância da dieta oral.
alimentares por 2 a 3 dias e progressão para
TRATAMENTO CIRÚRGICO ELETIVO DA
dieta leve a normal conforme evolução clínica
DIVERTICULITE AGUDA
é conduta geralmente aceita há várias décadas.
As diretrizes atuais elaboradas pelas sociedades
Os microrganismos responsáveis pela
médicas envolvidas no tratamento da diverticulite
infecção da diverticulite provêm da flora habitual
determinam que a necessidade de cirurgia TRATAMENTO DA DIVERTICULITE
eletiva deve ser avaliada caso a caso e COMPLICADA
estabelecem critérios para indicação cirúrgica
eletiva: Cerca de 15% dos casos de diverticulite aguda
estão associados a complicações que
 Presença de complicações em curso de requerem cirurgia.
diverticulite aguda, como estenoses e
fístulas – colovesical (65%), colovaginal Pacientes com internação hospitalar no primeiro
episódio de diverticulite têm quadros mais graves
(25%), colocutânea, coloentérica, colouterina;
e necessitarão de cirurgia, mais do que aqueles
 Após episódios recorrentes e não
com episódios recorrentes.
complicados de diverticulite aguda que
afetam a qualidade de vida do paciente, No momento, a principal indicação para cirurgia
determinando múltiplas internações é a perfuração do cólon, que pode levar à
hospitalares prévias ou dor abdominal peritonite aguda e, consequentemente, à
constante; morbidade e mortalidade elevadas.
 Pacientes imunocomprometidos, como os
transplantados ou em quimioterapia; Atualmente, adotou-se cirurgia de Hartmann,
 Falta de recursos médicos adequados, seja com dois tempos cirúrgicos, tornando-se
pelo local de residência ou por viagens referência para o tratamento da diverticulite
frequentes do paciente para áreas remotas; complicada.
 Impossibilidade de excluir a presença de
neoplasia colorretal.

A cirurgia laparoscópica no tratamento da


diverticulite aguda tem sido associada a vários
benefícios, como menor permanência
hospitalar, menor número de complicações –
como infecção da ferida cirúrgica, transfusões de
sangue, íleo adinâmico e dor atenuada – e taxas
Pacientes classificados como Hinchey I ou II,
de conversão abaixo de 10%.
com abscessos pequenos – menos de 5 cm –,
Alguns parâmetros ainda devem ser podem ser tratados clinicamente, em regime
obedecidos: hospitalar.

 Nas cirurgias eletivas, deve-se remover todo Abscessos maiores devem ser drenados,
o cólon espessado, mas não preferencialmente, por punção percutânea,
necessariamente todo o segmento procedimento que deve ser associado à
colônico com divertículos, permanecendo antibioticoterapia.
segmentos proximais com divertículos desde Na impossibilidade da drenagem percutânea,
que sem hipertrofia da parede do cólon; ou por laparoscopia ou instabilidade clínica, os
 Deve-se remover todo o sigmoide e as zonas pacientes devem ser submetidos à cirurgia com
doentes localizadas no retossigmoide, ressecção colônica, seguida de anastomose
anastomosando o cólon distal ao reto primária com ou sem ostomia de proteção.
proximal, sem tensão e com boa
vascularização; Em situações de emergência, a drenagem e a
 Para o tratamento das fístulas, deve-se lavagem peritoneal minimamente invasiva
ressecar o segmento colônico substituíram os procedimentos cirúrgicos. Porém,
comprometido, geralmente o sigmoide, com dados recentes sugerem que esses
reparo do outro órgão afetado e anastomose procedimentos comportam risco aumentado
primária do cólon na maioria dos casos; quando comparados com a ressecção do cólon.
 Se existe dúvida sobre neoplasia associada
Pacientes classificados como Hinchey III ou IV,
à fístula, deve-se ressecar o segmento do
com peritonite purulenta ou fecal generalizada,
órgão em continuidade com o cólon,
devem ser submetidos à cirurgia
obedecendo a princípios oncológicos;
prioritariamente.
 Na presença de estenoses, com ou sem
obstrução, deve-se afastar a possibilidade A incidência de peritonite fecal na diverticulite
de neoplasia de cólon e preparar o paciente complicada é de cerca de 13%.
para ressecção e anastomose em tempo
cirúrgico único, evitando o uso de As prioridades na cirurgia de urgência, em
colostomia. ordem de importância, são: controlar a sepse,
ressecar o tecido doente e restabelecer o
trânsito intestinal.
Entre as opções cirúrgicas, podem ser citadas:

 Cirurgia em três tempos, que consiste em


colostomia proximal e drenagem, posterior
ressecção do segmento doente e, após
recuperação, fechamento da colostomia
(raramente indicada);
 Cirurgia de Hartmann, feita por ressecção
primária do segmento afetado, sepultamento
do coto retal e colostomia terminal, seguida do
fechamento da colostomia;
 Ressecção com anastomose primária com
ou sem estomia de proteção;
 Limpeza e drenagem da cavidade pela via
laparoscópica.

A cirurgia de Hartmann continua sendo o


procedimento preferencial na urgência, com
mortalidade em torno de 12% e dificuldade de
reconstrução do trânsito em até um terço dos
casos (a colostomia será definitiva).

Para a diverticulite complicada em pacientes


instáveis com peritonite fecal, o procedimento
de Hartmann é o método cirúrgico de escolha.

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