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Obrigação Tributária.

Crédito
Tributário. Lançamento.
Modalidades. Suspensão do CT.
Extinção do CT. Jurisprudência
Prof. Felipe Pelegrini
Direito Tributário

www.mmab.com.br @pelegrinifelipe

Raquel Balbino Rocha - 83221271115


OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

Art. 113, CTN: A obrigação tributária é


principal ou acessória.

 Conceito

 Obrigação x Crédito Tributário

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CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Conceito. “É o vínculo jurídico, de


natureza obrigacional, por força do qual o
Estado (sujeito ativo) pode exigir do
particular, o contribuinte ou responsável
(sujeito passivo), o pagamento do tributo ou
da penalidade pecuniária (objeto da relação
obrigacional)”.
(MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 36. ed. São Paulo:
Malheiros, 2015, p.176)
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OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
A relação tributária é uma relação obrigacional cujo objeto é uma
prestação pecuniária. Num dos polos, está o devedor; no outro, o
credor. Obrigação e crédito pressupõem um o outro. A
obrigação, quando surge, já se estabelece em favor do sujeito
ativo. À obrigação, pois, do ponto de vista da fenomenologia da
relação jurídica, corresponde o crédito e vice-versa. Mas o CTN,
por ficção, diz que a obrigação surge com a ocorrência do fato
gerador (art. 113, §1º) e que o crédito é constituído através do
lançamento (art. 142). Isso porque se refere ao crédito
formalizado, documentado, revestido de certeza e liquidez e, por
isso, exigível, oponível ao sujeito passivo.
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OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
TRIBUTÁRIA
Art. 113, CTN: A obrigação tributária é
principal ou acessória.

§ 1º A obrigação principal surge com a


ocorrência do fato gerador, tem por objeto o
pagamento de tributo ou penalidade
pecuniária e extingue-se juntamente com o
crédito dela decorrente.

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OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação


tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou
negativas, nela previstas no interesse da arrecadação
ou da fiscalização dos tributos.

 Obrigação acessória: Deveres formais (obrigação de


fazer em sentido amplo, isto é, fazer, não fazer,
tolerar, tudo em prol do interesse da arrecadação e
fiscalização dos tributos.
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OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

Paulo de Barros Carvalho entende que as chamadas


obrigações acessórias são, na verdade, deveres que “não
têm natureza obrigacional, por faltar-lhe conteúdo
dimensível em valores econômicos”. Prefere, por isso, a
expressão “deveres instrumentais ou formais”, forte em que
não têm natureza obrigacional e em que nem sempre são
acessórios, pois existem independentemente do surgimento
efetivo da obrigação tributária dita principal.
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OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

Esses deveres são, entre muitos, o de escriturar livros,


prestar informações, expedir notas fiscais, fazer
declarações, promover levantamentos físicos, econômicos
ou financeiros, manter dados e documentos à disposição das
autoridades administrativas, aceitar a fiscalização periódica
de suas atividades, tudo com o objetivo de propiciar ao ente
que tributa a verificação do adequado cumprimento da
obrigação tributária.
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OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

 Autonomia da Obrigação Acessória: As obrigações


acessórias decorrem diretamente da legislação tributária, no
interesse da administração tributária. Sua observância
independe da existência de obrigação tributária correlata.

 IMUNIDADE – LIVROS FISCAIS. O fato de a pessoa


jurídica gozar da imunidade tributária não afasta a
exigibilidade de manutenção dos livros fiscais. (STF, 1ªT.,
RE 250.844, Rel. Min. Marco Aurélio, maio 2012.
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OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

 ”6. A imunidade tributária não autoriza a exoneração de


cumprimento das obrigações acessórias. A condição de
sujeito passivo de obrigação acessória dependerá única e
exclusivamente de previsão na legislação tributária. 7.
Recurso extraordinário do qual se conhece e ao qual se dá
provimento, reconhecendo a imunidade da ECT
relativamente ao ICMS que seria devido no transporte de
encomendas”(STF, Pleno, RE 627051, Rel. Min, Dias
Toffoli, nov. 2014).
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OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

 Cadastros de Contribuintes: CPF / NIT / CNPJ / CEI.

As pessoas físicas possuem um número de inscrição perante a RFB (CPF).


Mas, para os recolhimentos previdenciários, não basta o CPF, exigindo-se o
número de inscrição junto ao INSS, qual seja, o Número de Inscrição do
Trabalhador (NIT), que pode corresponder à sua inscrição no INSS, no PIS,
no PASEP ou no SUS. O cadastro das pessoas jurídicas, empresas e
equiparados dá-se pela inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
(CNPJ) ou, quando dispensadas deste, pela inscrição no Cadastro Específico
do INSS (CEI). Também devem ser inscritas no CEI as obrigas de
construção civil.
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 Obrigações acessórias comuns

• SPED;
• DCTF;
• DACON;
• DCOMP;
• GFIP;
• DIRF;
• DIMOB etc

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OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
TRIBUTÁRIA

§ 3º A obrigação acessória, pelo simples


fato da sua inobservância, converte-se em
obrigação principal relativamente à
penalidade pecuniária.

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OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
TRIBUTÁRIA

 Conversão em obrigação principal:

A impropriamente chamada conversão depende de


previsão legal específica, estabelecendo pena pecuniária
para o descumprimento da obrigação acessória. Ou seja,
não há uma conversão automática em obrigação principal.
O que ocorre, sim, é que o descumprimento da obrigação
acessória normalmente é previsto em lei como causa para
a aplicação de multa, esta considerada principal (113, §1º,
CTN).
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OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
TRIBUTÁRIA
”1. A obrigação acessória, quando
inobservada, nos termos do art. 113, §§2º e 3º e
115 do CTN, torna-se obrigação principal, em
relação à multa pecuniária, seguindo a natureza
jurídica dos tributos e sujeita aos mesmos
dispositivos aplicáveis” (STJ, 2ªT., REsp
837.949/RS, Rel. Min. Luiz Fux, abr. 2009).

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OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
TRIBUTÁRIA
”4. O §3º do artigo 113 do CTN dispõe que o
descumprimento de uma obrigação acessória
pode gerar a aplicação de uma penalidade
pecuniária que, por sua vez, se consubstancia em
uma obrigação principal”. (STJ, 2ªT., REsp
1012203/ES, Rel. Min. Humberto Martins, mar.
2008).

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OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
TRIBUTÁRIA

CTN, Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a


pessoa jurídica de direito público, titular da
competência para exigir o seu cumprimento.

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OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
TRIBUTÁRIA
O art. 119 do CTN define quem possui capacidade
para figurar no polo ativo da relação tributária, como
credor e, assim:

a) Editar normas complementares das leis e dos


decretos;
b) Orientar o contribuinte quanto ao cumprimento de
suas obrigações;
c) Fiscalizar, lançar, fazer tramitar o processo
administrativo fiscal ensejando ao contribuinte que
tenha sua defesa apreciada; 18

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OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
TRIBUTÁRIA

d) Inscrever o crédito tributário em dívida ativa;

e) Produzir o título executivo mediante expedição


de certidão de dívida ativa;

f) Cobrar o crédito tributário amigavelmente;


g) Protestar a CDA em cartório;
h) Promover a execução fiscal em juízo;
i) Certificar a situação fiscal do contribuinte. 19

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OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
TRIBUTÁRIA
CTN, Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.

Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:

I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação


que constitua o respectivo fato gerador;

II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua


obrigação decorra de disposição expressa de lei.

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OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
TRIBUTÁRIA

CTN, Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as


convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo
pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda
Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das
obrigações tributárias correspondentes.

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OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
TRIBUTÁRIA
CTN, Art. 126. A capacidade tributária passiva independe:

I - da capacidade civil das pessoas naturais;

II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação


ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou
da administração direta de seus bens ou negócios;

III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que


configure uma unidade econômica ou profissional.

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CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Art. 139, CTN:

O crédito tributário decorre da obrigação


principal e tem a mesma natureza desta.

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CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Art. 113, CTN: A obrigação tributária é
principal ou acessória.

§ 1º A obrigação principal surge com a


ocorrência do fato gerador, tem por objeto o
pagamento de tributo ou penalidade
pecuniária e extingue-se juntamente com o
crédito dela decorrente.

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CRÉDITO TRIBUTÁRIO
§ 2º A obrigação acessória decorre da
legislação tributária e tem por objeto as
prestações, positivas ou negativas, nela
previstas no interesse da arrecadação ou da
fiscalização dos tributos.

§ 3º A obrigação acessória, pelo simples


fato da sua inobservância, converte-se em
obrigação principal relativamente à
penalidade pecuniária. 25

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CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Conceito. “É o vínculo jurídico, de


natureza obrigacional, por força do qual o
Estado (sujeito ativo) pode exigir do
particular, o contribuinte ou responsável
(sujeito passivo), o pagamento do tributo ou
da penalidade pecuniária (objeto da relação
obrigacional)”.
(MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 36. ed. São Paulo:
Malheiros, 2015, p.176)
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• Implicações entre o fato, a obrigação e o crédito.
PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. EXCESSO DE
EXECUÇÃO. ITR. ERRO NA BASE DE CÁLCULO. DECLARAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO.
LANÇAMENTO. ART. 147, § 1.º, DO CPC. CORREIÇÃO DO ERRO PELO PODER
JUDICIÁRIO. POSSIBILIDADE.
(…)

4. O crédito tributário, na expressa dicção do art. 139 do CTN, decorre da


obrigação principal e, esta, por sua vez, nasce com a ocorrência do fato
imponível, previsto na hipótese de incidência, que tem como medida do seu
aspecto material a base imponível (base de cálculo).
5. Consectariamente, o erro de fato na valoração material da base imponível
significa a não ocorrência do fato gerador em conformidade com a previsão da
hipótese de incidência, razão pela qual o lançamento feito com base em erro
"constitui" crédito que não decorre da obrigação e que, por isso, deve ser alterado
pelo Poder Judiciário. (STJ, 1ªT., REsp 770.236/PB)
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CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Mesma Natureza. “… tem a mesma


natureza da obrigação, porque ela é a própria
obrigação depois de apurada e
matematicamente expressa em conceito
absolutamente determinado, ou seja, em
quantia”.
(NOGUEIRA. Rui Barbosa. Curso de Direito Tributário. 14. ed. São Paulo:
Saraiva, 1995, p.291)

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CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Art. 140, CTN:

As circunstâncias que modificam o crédito


tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou
as garantias ou os privilégios a ele atribuídos,
ou que excluem sua exigibilidade não afetam
a obrigação tributária que lhe deu origem.

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CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Vício formal no lançamento.


Se há vício formal no lançamento, resta
invalidada a constituição do crédito. Mas isso
não afeta a obrigação tributária, de forma que
novo lançamento poderá ser efetuado, desde
que antes de expirado o prazo decadencial.

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Súmula 473, STF:
A administração pode anular seus próprios atos,
quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revogá-
los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial.

● Ao Estado é facultada a revogação de atos que repute ilegalmente


praticados; porém, se de tais atos já tiverem decorrido efeitos concretos, seu
desfazimento deve ser precedido de regular processo administrativo.
[Tese definida no RE 594.296, rel. min. Dias Toffoli,P, j. 21-9-2011, DJE 146 de 13-
2-2012,Tema 138.]

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CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Art. 141, CTN:


O crédito tributário regularmente constituído
somente se modifica ou extingue, ou tem sua
exigibilidade suspensa ou excluída, nos
casos previstos nesta Lei, fora dos quais não
podem ser dispensadas, sob pena de
responsabilidade funcional na forma da lei, a
sua efetivação ou as respectivas garantias.
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Indisponibilidade dos bens públicos:
“O funcionário da Administração Tributária está impedido de
dispensar a efetivação do crédito ou as respectivas garantias, sob
pena de responsabilidade funcional, na forma da lei. Na
implicitude dessa mensagem prescrita, vemos o magno princípio
da indisponibilidade dos bens públicos, um dos fundamentos do
direito administrativo. É bom enfatizar que a dispensa do créditos
ou de suas garantias e privilégios não se inscreve apenas àqueles
que tiverem sido formalizados pela via do ato de lançamento…
Todavia, aquilo que o legislador pretendeu exprimir, nessa parte
do dispositivo, é que à margem de autorizações expressas na
legislação tributária, o funcionário, em qualquer hipótese, não está
autorizado a abrir mão da exigência”.
(CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2016,
p.358)
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Existência, exigibilidade e exequibilidade do crédito:

Com o surgimento da relação jurídico-tributária, decorrente da


incidência da norma tributária impositiva sobre o fato gerador, tem-se
por existentes o débito e o crédito tributário. Apenas quando
formalizada (documentada) a sua existência e liquidez, porém, é
que o Fisco pode opor o crédito tributário ao contribuinte, dele
exigindo o seu cumprimento.

O crédito, portanto, ganha exigibilidade, no sentido do Fisco exigir o


seu pagamento.

Se houver inadimplemento, o Fisco poderá encaminhar o crédito


devidamente formalizado e, portanto, exigível, para inscrição em
dívida ativa, de modo a produzir o título executivo extrajudicial que
lhe dará exequibilidade: a certidão de dívida ativa (CDA).
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Art. 142, CTN:

Compete privativamente à autoridade administrativa


constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim
entendido o procedimento administrativo tendente a
verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação
correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o
montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e,
sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.

Parágrafo único. A atividade administrativa de


lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de
responsabilidade funcional.
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• Competência privativa da autoridade
administrativa:

a atividade administrativa de lançamento somente


poderá ser realizada por um agente público
competente. Assim, pela análise do artigo, não pode
o particular praticar a atividade de lançamento,
apesar de posicionamentos diversos de vários
juristas

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Súmula 436, STJ:
A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo
débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada
qualquer outra providência por parte do fisco.

EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. LANÇAMENTO


POR HOMOLOGAÇÃO. NECESSIDADE DE NOTIFICAÇÃO. CARÁTER
CONFISCATÓRIO DA MULTA FISCAL. Em se tratando de débito declarado pelo
próprio contribuinte, não se faz necessária sua homologação formal, motivo por que o
crédito tributário se torna imediatamente exigível, independentemente de qualquer
procedimento administrativo ou de notificação do sujeito. O valor da obrigação principal
deve funcionar como limitador da norma sancionatória, de modo que a abusividade se
revela nas multas arbitradas acima do montante de 100%. Agravo regimental a que se
nega provimento. (STF, AI 838302 AgR, 2015)

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• Constituição do crédito tributário:

o lançamento formaliza o crédito tributário perante o


particular. Enquanto o Fisco não efetua o
lançamento, não poderá exigir a quantia, mesmo
que seja devida. Defendem doutrinadores que o
lançamento declara a existência da obrigação
tributário e constitui o crédito tributário

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• Procedimento administrativo vinculado:

segundo o CTN, o lançamento é entendido por um


procedimento administrativo, sendo um conjunto de atos
administrativos encadeados entre si para formação de um
ato válido. Para boa parte da doutrina, o lançamento seria
considerado um ato administrativo e não um procedimento
administrativo, como descrito no artigo. Ademais, tal
procedimento é vinculado, isto é, a autoridade
administrativa não exerce discricionariedade no ato de
lançamento, devendo observar seus requisitos, sob pena de
nulidade.

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TRIBUTÁRIO. ISS. LANÇAMENTO DE OFÍCIO GENÉRICO. AUSÊNCIA DE
ESPECIFICAÇÃO QUANTO AO FATO GERADOR. NULIDADE. ACÓRDÃO
PARADIGMA VERSA SOBRE AUTOLANÇAMENTO. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE
FÁTICA. RECURSO NÃO CONHECIDO.

1. No Direito Tributário vige a regra da tipicidade fechada quanto à identificação do fato


imponível.

2. Lançamento tributário que não especifica qual dos serviços constantes da lista tributada
pelo ISS foi realizado pelo contribuinte é nulo, gerando, por conseqüência, a nulidade da
inscrição em dívida ativa correspondente e extinção da execução fiscal que venha a ser
ajuizada.

3. Identificar se a forma genérica pela qual foi realizada o lançamento ocasionou, ou não,
dificuldade concreta no exercício de defesa do contribuinte é circunstância impossível de
ser avaliada em sede de recurso especial, por implicar reexame de provas (Súmula
7/STJ). Em tese, o lançamento efetuado dessa maneira impossibilita o pleno exercício de
defesa por parte do sujeito passivo tributário. (STJ, 2ªT., REsp 602.228/SC)
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PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO - RECURSO ESPECIAL - APRECIAÇÃO DA
VIOLAÇÃO A DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS - IMPOSSIBILIDADE - CPC, ART.
535 - AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO - DISSÍDIO NÃO DEMONSTRADO: NÃO-
CONHECIMENTO PELA DIVERGÊNCIA - TRIBUTO LANÇADO POR
HOMOLOGAÇÃO - REPETIÇÃO DE INDÉBITO - TERMO INICIAL DO PRAZO
PRESCRICIONAL: HOMOLOGAÇÃO EXPRESSA OU TÁCITA - LC 118/2005 -
APLICAÇÃO RETROATIVA: INCONSTITUCIONALIDADE - PACIFICAÇÃO DO
ENTENDIMENTO ? EREsp’s 435.835/SC e 644.736/PE - COBRANÇA DE TRIBUTO
- DANO MORAL - NÃO-CARACTERIZAÇÃO - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS -
FALTA DE INTERESSE RECURSAL.

5. A cobrança de tributo, por si só, não tem o condão de gerar dano material ou
moral. Ao contrário, constitui poder/dever da Administração Pública, sempre que,
prima facie, entender que ocorreu a hipótese de incidência prevista na legislação que
o instituiu. Ademais, à luz do disposto no art. 142, parágrafo único, do CTN, trata-se
de atividade administrativa vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade
funcional. (STJ, 2ªT., REsp 1035660/RS)
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• Verificação da ocorrência do fato gerador e da
obrigação correspondente:

o ato de lançamento vai definir todos os critérios da


hipótese de incidência tributária. Neste caso, o
lançamento deverá trazer em seu bojo o aspecto
espacial (local da ocorrência) e temporal (momento
da ocorrência)

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• Determinação da matéria tributável:

o lançamento deverá externalizar para o


contribuinte qual a matéria que estará sendo
tributada e qual o tributo em questão. Se for
imposto, sobre qual espécie de conduta ou situação
jurídica (ex.: patrimônio, renda, serviços).

É a definição do aspecto material do fato gerador.

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• Cálculo do montante do tributo devido:

o lançamento deverá trazer ao particular qual valor


passa a ser devido aos cofres públicos, por meio da
multiplicação da base de cálculo e da alíquota.

Eis o aspecto quantitativo do fato gerador.

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• Identificação do sujeito passivo:

o sujeito passivo pode ser a figura do contribuinte


ou do responsável. Assim, o lançamento deverá
demonstrar quem é o devedor que terá esse dever
legal de recolhimento dos valores aos cofres
públicos, em decorrência da prática do fato gerador.

Trata-se do aspecto pessoal do fato gerador.

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• Proposição de penalidade cabível:

não é apenas a identificação do tributo que o lançamento


poderá trazer. Uma vez que a multa também se
caracteriza como obrigação principal (art. 97, V, CTN),
ambos podem ser delineados pelo lançamento. Assim, a
aplicação de um auto de infração e imposição de multa
se classifica como tipo de lançamento.
CRÉDITO TRIBUTÁRIO: CONSTITUIÇÃO. LANÇAMENTO
FISCAL: EFEITOS. DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO
… II- Com a lavratura do auto de infração consuma-se o
lançamento fiscal, o qual, ainda que provisório, impede a
decadência. (STF, 1ªT., RE 90.926)
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Art. 144, CTN: O lançamento reporta-se à data da
ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei
então vigente, ainda que posteriormente modificada ou
revogada.

§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à


ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de
apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de
investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito
maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de
atribuir responsabilidade tributária a terceiros.

§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos impostos lançados por


períodos certos de tempo, desde que a respectiva lei fixe expressamente a
data em que o fato gerador se considera ocorrido. 47

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➡ Formas de Lançamento Tributário:

✓ Auto de Infração e Imposição de Multa (AIIM)

✓ Notificação de Débito

✓ Aviso de Lançamento

✓ Inscrição em Dívida Ativa

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A notificação conclui o lançamento.

A notificação ao sujeito passivo conclui o lançamento,


demarcando a formalização do crédito pelo Fisco. O crédito
devidamente notificado passa a ser exigível do contribuinte.
Com a notificação o contribuinte é instado a pagar e, se não o
fizer, nem se apresentar impugnação, poderá sujeitar-se à
execução compulsaria através da Execução Fiscal. Ademais,
após a notificação, o contribuinte não mais terá direito a
certidão de negativa de débitos. A notificação está para o
lançamento como a publicação está para a lei, podendo-se
invocar “mutatis mutandis”.

(STF, RE 222.241/CE)
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Súmula 397, STJ. O contribuinte do IPTU é
notificado do lançamento pelo envio do carnê ao
seu endereço.
"Em se tratando de IPTU, a notificação do lançamento é feita através do envio, pelos
Correios, do carnê de pagamento do tributo. 2. ‘A notificação deste lançamento ao
contribuinte ocorre quando, apurado o débito, envia-se para o endereço do imóvel a
comunicação do montante a ser pago. Como bem ressaltou o acórdão, há presunção
de que a notificação foi entregue ao contribuinte que, não concordando com a
cobrança, pode impugná-la administrativa ou judicialmente. Caberia ao recorrente,
para afastar a presunção, comprovar que não recebeu pelo correio o carnê de
cobrança (embora difícil a produção de tal prova), o que não ocorreu neste feito".'

(REsp 168.035/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 24.9.2001). (AgRg no


REsp 784771 RS, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
03/06/2008, DJe 19/06/2008)
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• Processo Administrativo Fiscal - PAF - Decreto 70.235/72
• Art. 144 CTN = lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato
gerador, regendo-se pela lei então vigente.

I) Impugnação do Sujeito Passivo = não concordando com o lançamento,


abre-se prazo de 30 dias, a contar da notificação, para apresentar
defesa administrativa (impugnação - art. 14 Dec 70.235/72). Se
indeferida, mais 30 dias para Recurso Voluntário, nos termos do art. 33
do Dec 70.235/72.
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II) Recurso de ofício = recurso interposto pela autoridade fazendária (art 34,
Dec 70.235/72) quando a decisão de primeira instância exonerar o
pagamento de tributos e encargos das multas no valor total ou quando
deixar de aplicar a pena de perdimento de bens e mercadorias

Atenção! Para restituição de impostos e contribuições (SRFB) não caberá


recurso de ofício.

III) Iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos do art 149


CTN = trata-se de revisão de ofício do lançamento realizado pela autoridade
fazendária 52

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➡ Modalidades de Lançamento Tributário:

a) Lançamento direto, de ofício ou ex officio


(art. 149, I, CTN);

b) Lançamento misto ou por declaração (art. 147, CTN);

c) Lançamento por homologação ou autolançamento


(art. 150, CTN).
53

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a) Lançamento direto, de ofício ou ex officio
(art. 149, CTN)

É aquele lançamento realizado por autoridade fiscal que,


dispondo de dados suficientes em seus registros para efetuar
a cobrança da exação, constitui o crédito tributário
dispensando o auxílio do contribuinte.

Procedimento de iniciativa da Administração Pública

Ex.: IPTU, IPVA, Taxas e Contribuição de Melhoria


54

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Art. 149, CTN: O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela
autoridade administrativa nos seguintes casos:
I - quando a lei assim o determine;
II - quando a declaração não seja prestada, por quem de
direito, no prazo e na forma da legislação tributária;
III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha
prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de
atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de
esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-
se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela
autoridade;
IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a
qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de
declaração obrigatória;
55

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Art. 149, CTN: (...)

V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa


legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte;
VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro
legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;
VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício
daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação;
VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por
ocasião do lançamento anterior;
IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta
funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato
ou formalidade especial.

Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não


extinto o direito da Fazenda Pública. 56

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Art. 149, CTN: (...)

I) quando a lei assim o determine;

São aqueles cuja lei determine que cabe o Fisco toda a atividade
de verificação da ocorrência do fato gerador, identificação do sujeito
passivo, cálculo e notificação do mesmo para que haja o pagamento.
O IPVA e o IPTU costumam ser tratados, pelas leis instituidoras, como
tributos sujeitos a essa modalidade.

57

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Art. 149, CTN: (...)

II) quando a declaração não seja prestada, por quem de


direito, no prazo e na forma da legislação tributária;

Tributos sujeitos a lançamento por declaração em que o sujeito


passivo não presta a declaração.

 Ocorre quando o contribuinte deixa de cumprir a sua parte, dando


ensejo a lançamento de ofício supletivo.

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Art. 149, CTN: (...)

III) quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha


prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de
atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de
esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-
se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela
autoridade;

 Revisão das declarações

 Tributos sujeitos a lançamento por declaração em que a declaração é


insatisfatória 59

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TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. IPTU. ERRO DE FATO.
LANÇAMENTO ORIGINÁRIO QUE NÃO CONSIDEROU EDIFICAÇÃO NO
IMÓVEL. REVISÃO DE OFÍCIO. POSSIBILIDADE. ART. 149, VIII, CTN.
VULNERAÇÃO DO ART. 144 DO CTN RECONHECIDA.

3. O art. 149, III, do CTN contempla hipótese de revisão de ofício se ocorre


fato não conhecido ou não provado na ocasião do lançamento originário.
No caso concreto, verifica-se que houve a quitação integral do IPTU pelo
contribuinte e, somente depois, por meio de recadastramento e revisão
efetivados pela municipalidade, observou-se uma construção no terreno,
que gerou a complementação da cobrança.

(STJ, 1ªT., REsp 1025862/SP)

60

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PROCESSO CIVIL. TRIBUTÁRIO. AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO
FISCAL. REVISÃO DO LANÇAMENTO APÓS O PRAZO DECADENCIAL.
IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES.

1. É firme o entendimento desta Corte no sentido de que, nos termos


dos arts. 145, III, e 149, VIII, e parágrafo único, ambos do CTN, a
revisão do lançamento tributário é perfeitamente possível desde que
realizada dentro do prazo decadencial. Desse modo, o termo final
para a revisão do lançamento é o mesmo previsto para o lançamento
revisado, nos termos do que dispõe o parágrafo único do art. 149 do
Código Tributário Nacional.

(STJ, 2ªT., AgRg no REsp 1405517/AL)

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Art. 149, CTN: (...)

IV) quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto


a qualquer elemento definido na legislação tributária como
sendo de declaração obrigatória;

 Declarações inexatas: tendo o lançamento originário se baseado


em declarações inexatas prestadas pelo contribuinte, é lícito à
autoridade administrativa revê-lo, por isso que caracterizado o erro
de direito.

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Art. 149, CTN: (...)

V) quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da


pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se
refere o artigo seguinte;

 Tributos sujeitos a lançamento por homologação, quando o


contribuinte não cumpra sua obrigação integral ou parcialmente.

 “ICMS.PAGAMENTO A MENOR. LANÇAMENTO DE OFÍCIO...


1. Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, quando ocorre
o recolhimento em desconformidade com a legislação aplicável, deve
a autoridade fiscal proceder ao lançamento de ofício (CTN, art. 149)...”
(STJ, 2ªT., Resp 973.189/MG, Rel. Min. Castro Meira, set. 2007)
63

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Art. 149, CTN: (...)

VI) quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo,


ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de
penalidade pecuniária;

 Infração à legislação tributária. Lançamento de multa. A aplicação


de multa é feita pelo Fisco, de ofício.

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Art. 149, CTN: (...)

VII) quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro


em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação;

VIII) quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não


provado por ocasião do lançamento anterior

“IPTU. REVISÃO DO LANÇAMENTO DE OFÍCIO. ERRO DE


FATO. POSSIBILIDADE... 2. É possível a revisão, de ofício, do
lançamento tributário, por meio de lançamento complementar, em
virtude de erro de fato quando da apuração do imposto (art. 145 c/c
149, VIII, do CTN)” (STJ, 1ªT., AgRg no Resp 1238475/MG, Rel. Min.
Arnaldo Esteves Lima, set. 2013)
65

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Art. 149, CTN: (...)

IX) quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu


fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão,
pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial.

Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada


enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública.

“REVISÃO DE LANÇAMENTO DO IPTU. ERRO DE FATO... 1. (...)


somente podem ser revistos lançamentos cujo direito de constituição
do crédito tributário não esteja decaído. Assim, os efeitos da revisão
atingirão apenas os lançamentos ocorridos no quinquênio anterior”
(STJ, 1ªT., RMS 11.271/RJ, Rel. Min. Francisco Falcão, ago. 2004).
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b) Lançamento misto ou por declaração (art. 147, CTN);

Nessa espécie, o Fisco constitui o crédito tributário a partir de


informações fornecidas pelo contribuinte por meio de
declaração, sem as quais o lançamento ficaria prejudicado.

Procedimento de iniciativa da Administração Pública

Ex.: Imposto de Importação (II) e o Imposto de Exportação (IE)

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Art. 147, CTN: O lançamento é efetuado com base na declaração
do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da
legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações
sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação.

§ 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante,


quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante
comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o
lançamento.

§ 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame


serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a que
competir a revisão daquela.

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TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL - ITR. ERRO
NA DECLARAÇÃO QUANTO AO TAMANHO DO IMÓVEL. RETIFICAÇÃO.
POSSIBILIDADE POR INICIATIVA DO CONTRIBUINTE OU DE OFÍCIO. AUSÊNCIA DE
VIOLAÇÃO AO ART. 147, § §1º e 2º, DO CTN. PRECEDENTE (RESP 770.236-PB, REL.
MIN. LUIZ FUX, DJ 24/09/2007)

1. O lançamento pode ser revisto se constatado erro em sua feitura, desde que não esteja
extinto pela decadência o direito de lançar da Fazenda. Tal revisão pode ser feita de ofício
pela autoridade administrativa (art. 145, inciso III, c/c 149, inciso IV, do CTN) e
a pedido do contribuinte (art. 147, §1º, do CTN).

2. É cediço que a modificação da declaração do sujeito passivo pela Administração


Fazendária não é possível a partir da notificação do lançamento, consoante o disposto pelo
art. 147, § 1.º, do CTN, em face do princípio geral da imutabilidade do lançamento. Conduto
pode o sujeito passivo da obrigação tributária se valer do Judiciário, na hipótese dos autos
mandado de segurança, para anular crédito oriundo de lançamento eventualmente fundado
em erro de fato, em que o contribuinte declarou, equivocadamente, base de cálculo superior
à realmente devida para a cobrança do Imposto Territorial Rural. (STJ, 2ªT., REsp
1015623/GO)
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c) Lançamento por homologação ou autolançamento
(art. 150, CTN)

No lançamento por homologação, o contribuinte participa


direta e ativamente de sua formatação (cálculo e pagamento
do tributo), cabendo ao Fisco tão somente o procedimento
homologatório.

Procedimento de iniciativa do Particular


Fazenda: em um prazo de 05 anos, a contar da ocorrência do
fato gerador, deverá homologar a apuração desse
lançamento de forma (i) expressa (ii) tácita, para fins de
extinção do crédito tributário

Ex.: ICMS, IR, IPI, PIS, COFINS, CSLL etc. 70

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CTN, Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja
legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame
da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando
conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.
§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o
crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento.
§ 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação,
praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do
crédito.
§ 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na
apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua
graduação.
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da
ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha
pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito,
salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
71

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CTN, Art. 150. (...) § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de
cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo
sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se
homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se
comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.

 Termo a quo do prazo para homologação: 05 anos contados “do dia da


ocorrência do fato gerador e não do primeiro dia do exercício seguinte
àquele em que a autoridade poderia (recusando homologação) efetuar
o lançamento de ofício (art. 150, §4º)”

(AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 15. ed. São Paulo:


Saraiva, 2009, p.407)
72

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Súmula 436, STJ - a entrega da declaração dispensa
qualquer outra providência por parte do fisco.

 Homologação da fazenda se torna prescindível (confissão de


dívida)

Súmula 436/STJ - 13/05/2010 - Recurso especial repetitivo. Recurso


especial representativo da controvérsia. Tributário. Crédito tributário.
Entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal.
Desnecessidade de qualquer outra providência por parte do fisco. Recurso
especial repetitivo. CPC/1973, art. 543-C.CTN, art. 150. Lei 9.779/1999, art.
16. 73

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Crédito Tributário: Suspensão da Exigibilidade
Principal objetivo: vedar a cobrança do crédito tributário, afastando a situação de
inadimplência do contribuinte.

Atributos da suspensão:
• Suspende o prazo prescricional;
• Impede a inscrição em dívida ativa, a execução fiscal; ou, se já promovida, o seu curso;

Não impede:
- constituição do crédito
- decadência tributária

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Suspensão da Exigibilidade do Crédito:

Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:


I - moratória;
II - o depósito do seu montante integral;
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do
processo tributário administrativo;
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras
espécies de ação judicial; (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)
VI – o parcelamento. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das
obrigações assessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja
suspenso, ou dela consequentes.

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Crédito Tributário: Suspensão da Exigibilidade
• Art. 111, I, CTN: interpreta-se de forma literal a suspensão da exigibilidade do crédito
tributário

• Art 151, parágrafo único, CTN: Obrigações acessórias deverão ser cumpridas mesmo
que o crédito da obrigação principal esteja com a exigibilidade suspensa

Art. 151, CTN:

MO DE RE CO PA
Obs.: Certidão Positiva com Efeitos de Negativa (art. 206 CTN)

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Crédito Tributário: Suspensão da Exigibilidade
I) Moratória: arts. 152 a 155, CTN
Trata-se de dilação de prazo, em regra, para pagamento de créditos vincendos

- Ex lege (97, VI, CTN)


- Pode se dar em face de caráter (i) geral (ii) individual
- Atinge apenas créditos constituídos (lançados) à data da lei ou despacho que a
conceder (154 CTN)
- Pode se dar em face de determinada região, classe ou categoria dos Sujeitos
Passivos
- Prazo determinado, seja de forma geral ou individual

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Crédito Tributário: Suspensão da Exigibilidade
II) Depósito do Montante Integral:
• ato voluntário do contribuinte
• atinge todas as modalidades de lançamento

 Súmula 112, STJ


- Integral
- Dinheiro

 Depósito do Montante Integral x Súmula Vinculante 28

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Crédito Tributário: Suspensão da Exigibilidade
• “DEPÓSITO INTEGRAL. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO.
ART. 151, II, DO CTN.

1. A jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de que o depósito de que


trata o art. 151, II, do CTN constitui direito subjetivo do contribuinte, que pode
efetuá-lo tanto nos autos da ação principal quanto em Ação Cautelar, sendo
desnecessária a autorização do Juízo. É facultado ao sujeito passivo da relação
tributária efetivar o depósito do montante integral do valor da dívida, a fim de
suspender a cobrança do tributo e evitar os efeitos decorrentes da mora,
enquanto se discute na esfera administrativa ou judicial a exigibilidade da
exação...” (STJ, 2ªT., REsp 1289977/SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, dez.
2011).

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Crédito Tributário: Suspensão da Exigibilidade
• “DEPÓSITO DO MONTANTE CONTROVERTIDO. CTN, ART. 151, II.

2. O montante integral do crédito tributário, a que se refere o artigo 151, II, do


Código Tributário Nacional, é aquele exigido pela Fazenda Pública, e não aquele
reconhecido pelo sujeito passivo da obrigação tributária. Recurso especial
conhecido e provido. (STJ, 2ªT., REsp 69.648/SP, Ari Pargendler, ago. 1997).

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Crédito Tributário: Suspensão da Exigibilidade
III)Reclamações e Recursos Administrativos:
Decreto 70.235/72

Lançamento Tributário Prazo: 30 dias

Impugnação Administrativa
(art. 14 Dec. 70.235/72)

 Não há constituição definitiva do crédito, logo não se pode inscrever o débito em


dívida ativa;
 Certidão Positiva com Efeitos de Negativa (206 CTN).

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Crédito Tributário: Suspensão da Exigibilidade
• O Fisco possui um prazo de 360 dias, a contar de seu protocolo, para
ressarcimento ou análise dos recursos interpostos pelo contribuinte (art. 24 da Lei
11.457/07)

• A Lei 11.457/07 unificou:


Secretaria da Receita Federal x Secretaria da Receita Previdenciária

Secretaria da Receita Federal do Brasil

• Art. 5º, LXXVIII, CF = a duração razoável do processo constitui cláusula pétrea

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Crédito Tributário: Suspensão da Exigibilidade
Súmula 373 STJ: é ilegítima a exigência do depósito prévio para admissibilidade
de recurso administrativo.

Súmula Vinculante nº 21 STF: é inconstitucional a exigência de depósito ou


arrolamento prévio de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso
administrativo.

Art. 38, parágrafo único, da Lei 6.830/80: a ação judicial (anulatória) implica
em renúncia ao processo administrativo
Obs.: aplica-se igual tratamento ao parcelamento.

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Crédito Tributário: Suspensão da Exigibilidade
IV) Concessão de Liminar em Mandado de Segurança:

Art. 5º, LXIX, CF


Art. 5º, LXX, CF
Lei 12.016/09

Função: Visa evitar ou coibir lesão a direito líquido e certo perpetrado por autoridade
administrativa de forma abusiva ou ilegal, desde que o ato praticado não seja amparado
nem por HC nem por HD.

MS: Direito líquido e certo (não admite dilação probatória futura)

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Crédito Tributário: Suspensão da Exigibilidade
Requisitos para concessão da liminar: (art. 7º, III, Lei 12.016/09)
• Fumus Boni Juris
• Periculum in Mora

Vedações à concessão de liminar: (art. 7º, §2º)


Compensação de Tributos (art. 170-A, CF
Liberação de mercadorias apreendidas advindas do exterior, antes do desembaraço
aduaneiro

Efeitos da Liminar em MS:


Súmulas: 405 e 626 STF

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Crédito Tributário: Suspensão da Exigibilidade
 Súmula 405, STF: DENEGADO O MANDADO DE SEGURANÇA PELA SENTENÇA,
OU NO JULGAMENTO DO AGRAVO, DELA INTERPOSTO, FICA SEM EFEITO A
LIMINAR CONCEDIDA, RETROAGINDO OS EFEITOS DA DECISÃO CONTRÁRIA.

 Súmula 626, STF: A SUSPENSÃO DA LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA,


SALVO DETERMINAÇÃO EM CONTRÁRIO DA DECISÃO QUE A DEFERIR,
VIGORARÁ ATÉ O TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO DEFINITIVA DE
CONCESSÃO DA SEGURANÇA OU, HAVENDO RECURSO, ATÉ A SUA
MANUTENÇÃO PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, DESDE QUE O OBJETO
DA LIMINAR DEFERIDA COINCIDA, TOTAL OU PARCIALMENTE, COM O DA
IMPETRAÇÃO.

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Crédito Tributário: Suspensão da Exigibilidade
V) Concessão de liminar ou tutela antecipada em outras espécies de ações
judiciais:

• Tutelas provisórias possuem previsão dentre os artigos 294 a 311 do CPC

• Tutela provisória de (i) urgência (antecipada ou incidental) ou tutela


provisória de (ii) evidência

Mesmas vedações à concessão de liminar se estendem para a tutela.

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Crédito Tributário: Suspensão da Exigibilidade
VI) Parcelamento:

Art. 155-A, CTN: o parcelamento será concedido na forma e condições


estabelecidas em lei específica

• Dilação de prazo para pagamento de créditos vencidos


• Deverão ser incluídos no pagamento os juros e a multa (155, §1º, CTN)
• Formas e condições estabelecidas em Lei (97, VI, CTN)
• Aplica-se, subsidiariamente, os ditames relativos à Moratória

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Crédito Tributário: Suspensão da Exigibilidade
Irregularidade formal ou falta de requisitos x pagamento das
parcelas:

“ O mero erro material do contribuinte ao preencher o pedido de


parcelamento de débitos tributários não justifica a sua exclusão do
programa” (STJ, 2ª T., Resp 1395148/PR, Rel. Ministra Eliana
Calmon, set. 2013)

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Crédito Tributário: Suspensão da Exigibilidade
§ 1o Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário
não exclui a incidência de juros e multas. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)

§ 2o Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as disposições desta Lei,


relativas à moratória. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)

§ 3o Lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos créditos


tributários do devedor em recuperação judicial. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

§ 4o A inexistência da lei específica a que se refere o § 3o deste artigo importa


na aplicação das leis gerais de parcelamento do ente da Federação ao devedor em
recuperação judicial, não podendo, neste caso, ser o prazo de parcelamento inferior
ao concedido pela lei federal específica. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito

• Art. 141 do CTN = prevê a Taxatividade das causas de extinção do


crédito tributário.

STF, ADI 1917 = taxatividade


STF, ADI-MC 2045 = não taxatividade

Art. 156 CTN = hipóteses de extinção do crédito tributário

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
• Pagamento;
• Compensação;
• Transação;
• Remissão;
• Prescrição e Decadência;
• Pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no
art. 150 CTN;
• Consignação em pagamento (art. 164, §2º, CTN);
• Decisão administrativa irreformável (sem anulatória);
• Decisão judicial passada em julgado;
• Dação em pagamento de bens imóveis, na forma da lei.

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
I) Pagamento: (arts. 157 a 164 CTN)
Eis o método mais comum para extinção do crédito tributário, sendo certo que tal
pagamento poderá se dar através:

Dinheiro
Dação em pagamento de bens imóveis (Lei 13.259/16)

Art. 157 CTN = a imposição de penalidade não ilide o pagamento integral do crédito
tributário

Art. 160 CTN = na omissão da lei, o vencimento do tributo ocorrerá 30 dias após a
notificação de lançamento.

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
Pagamento Indevido:
Pagamento indevido = direito de restituição (Contribuinte, Responsável, Substituto
ou Estado)

Restituição administrativa*

judicial

Prazo: 02 anos* para a propositura da ação anulatória de decisão administrativa


(art. 169 CTN), a contar da decisão administrativa irreformável que a denegou

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
Restituição dos Tributos Indiretos:
STF = admitem repercussão econômica

Art. 166 CTN // Súmula 546 STF

Cabe a restituição de tributo pago indevidamente, quando reconhecido por decisão,


que o contribuinte de jure não recuperou do contribuinte de facto o quantum
respectivo

STF = contribuinte de direito (IPI, ICMS)

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
Encargos na Repetição de Indébito:

Súmula 162 STJ (correção monetária observa o pagamento indevido)

Súmula 188 STJ (juros moratórios observam o trânsito em julgado da sentença)

Súmula 523 STJ (taxa SELIC para tributos federais e estaduais

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
II) Compensação: (arts. 170 e 170-A do CTN)
Há, de forma simultânea, uma situação de crédito x débito perante a Fazenda
Pública.

• Objeto: créditos líquidos, certos, vincendos e vencidos, desde que haja lei
específica (AgRg REsp 862.572/CE).

Regra: tributos de mesma natureza


Cuidado!
Lei 11.457/2007 (SRFB)
Impostos Federais x Contribuições Sociais

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito

“10. A compensação, posto modalidade extintiva do crédito tributário (artigo


156, CTN), exsurge quando o sujeito passivo da obrigação tributária é, ao mesmo
tempo, credor e devedor do erário público, sendo mister, para sua concretização,
autorização por lei específica e créditos líquidos e certos, vencidos e vincendos do
contribuinte para com a Fazenda Pública (artigo 170, do CTN)” (STJ, 1ª T., AgRg
no Resp 862.572/CE, Rel. Min. Luiz Fux, maio 2008).

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito

 Regime da Lei nº 8.383/91: Compensação de contribuições previdenciárias, a


terceiros e outros tributos

 Contribuições previdenciárias e terceiros: regidas pelo art. 66 da Lei 8.383/91


e art. 89 da Lei nº 8.212/91

 Demais tributos administrados pela RFB: art. 74 da Lei nº 9.430/96

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
 CTN, Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de
tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito
em julgado da respectiva decisão judicial.

”COMPENSAÇÃO. ART. 170-A DO CTN. REQUISITO DO TRÂNSITO EM JULGADO.


APLICABILIDADE A HIPÓTESES DE INCONSTITUCIONALIDADE DO TRIBUTO
RECOLHIDO. 1. Nos termos do art. 170-A do CTN, é vedada a compensação
mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito
passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial, vedação que
se aplica inclusive às hipóteses de reconhecida inconstitucionalidade do tributo
indevidamente recolhido. (STJ, 1ª Seção, Resp 1167039/DF, Rel. Min. Teori Albino
Zavascki, ago. 2010)

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
• Compensação de créditos tributários x precatórios???
-> Não. Inexiste lei específica autorizadora.

Compensação exige trânsito em julgado da sentença! (art. 170-A CTN)

• Não se compensa através de Mandado de Segurança (Súmula 460 STJ);


• Não se compensa através de medida liminar ou tutela antecipada (Súmula 212 STJ);
• O contribuinte poderá optar pelo recebimento do indébito através de compensação ou
precatório judicial (Súmula 461 STJ)

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
V) Decadência e Prescrição: (arts. 173 e 174 do CTN)
• Art. 146, III, b, CF = Lei Complementar em âmbito nacional
• Código Tributário Nacional - Lei 5.172/66
• CTN = LO em sentido formal / LC em sentido material

Decadência: 173 CTN


Prescrição: 174 CTN

Prazo: 05 anos (quinquenal)

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
• Arts. 45 e 46 da Lei 8.212/91 - prazo de 10 anos às Contribuições Previdenciárias do
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em se tratando de decadência e prescrição.

• Fazenda: Utilização da LINDB (argumento principal): lei especial revoga lei geral,
portanto a Lei 8.212/91 (específica previdenciária) revogaria a norma geral do CTN

• STF: Lei 8.212/91 é uma Lei Ordinária e os institutos devem ser tratados por Lei
Complementar (146, III, b, CF)

• Edição da Súmula Vinculante nº 8 STF = Inconstitucionalidade dos arts. 45/46 da Lei


8.212/91.

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
Decadência Tributária: consiste na perda do direito do Fisco de constituir o crédito
tributário pelo lançamento.

Prazo: 05 anos, contados:

Lançamento de Ofício ou por Declaração: art. 173, I do CTN - primeiro dia do


exercício financeiro seguinte daquele em que o lançamento deveria ter sido
efetuado (REGRA GERAL);

Lançamento por Homologação: art. 150, §4º do CTN - data da ocorrência do


fato gerador.

Regra Geral: prazo decadencial não se interrompe e não se suspende

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
Entendimentos da Jurisprudência:
I) Interrupção do prazo decadencial:

Art. 173, II, CTN: anulação do lançamento por vício formal (ato administrativo
plenamente vinculado)

Súmula 473 STF = A administração pode anular seus próprios atos, quando
eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos;
ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial
(princípio da autotutela do Fisco)

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
Entendimentos da Jurisprudência:
II) Imposto de Renda:

• Fato Gerador: Complexivo


• Prazo aplicável: 173, I, CTN

Ex.: Ano-base 2013


Abril/2014 declaração de ajustes
01/01/2015 início da contagem da decadência

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
Entendimentos da Jurisprudência:
III) Tributos sujeitos a Lançamento por Homologação:

• Existência da Declaração e Inexistência de pagamento


(Súmula 436 STJ: não há que se falar em decadência)

• Inexistência de Declaração e Pagamento:


(173, I, CTN: REGRA GERAL)

• Ato de pagamento a menor realizado com dolo, fraude ou simulação:


(173, I, CTN: REGRA GERAL)

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
• Ausência de Declaração e Ausência de Pagamento (não paga e não declara):
(Art. 173, I, CTN: REGRA GERAL)
Súmula 555 STJ

• Antecipação do Pagamento e Entrega da Declaração (pagamento a menor)


(Art. 150, §4º, CTN)
Obs.: Em caso de pagamento menor do que o devido, o Fisco possui um prazo de 5 anos para apurar eventual
diferença nos valores recolhidos e efetuar, de oYcio, o lançamento suplementar daquilo que faltar. Esse prazo de 5
anos é contado do dia em que ocorreu o fato gerador, na forma do § 4º do art. 150.

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
Prescrição Tributária: consiste na perda do direito do Fisco de cobrar judicialmente o
crédito tributário através Execução Fiscal.
Prazo: 05 anos, contados da constituição definitiva do crédito tributário

✓ 31º (trigésimo) primeiro dia, contados da notificação do lançamento tributário,


quando não houver pagamento ou defesa administrativa tempestiva;

✓ Decisão administrativa irreformável, na hipótese em que haja lançamento


tributário e o sujeito passivo, no prazo hábil, contesta-o através de defesa(s)
administrativa(s). Sobrevindo a última decisão desfavorável ao contribuinte, operar-
se-á sua irreformalidade - art. 42 do Dec. 70.235/72.

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
• Suspensão do Prazo Prescricional: MO DE RE CO PA

• Art. 2º, §3º, da Lei 6.830/80: inscrição em dívida ativa suspende a prescrição por 180
dias ou até a distribuição da execução fiscal

• Atenção! A LEF (Lei 6.830/80) é uma Lei Ordinária, sendo que o instituto da prescrição
deve ser tratado por LEI COMPLEMENTAR em âmbito nacional

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
• Interrupção do prazo prescricional: as hipóteses estão previstas no art. 174,
parágrafo único, CTN
I) despacho do juiz que ordena a citação da execução fiscal
II) protesto judicial
III) ato judicial que constitua o devedor em mora
IV) ato, ainda que extrajudicial, que importe em confissão de dívida

Regra Geral:
Suspensão da prescrição: indefinidas vezes
Interrupção da prescrição: uma única vez

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
• Parcelamento (natureza jurídica de suspensão ou interrupção da prescrição do
crédito):

Ex.: MP 783 PERT (Programa Especial de Regularização Tributária) // IN: 1711 (SRFB)
—> Necessário um termo de aceite (termo geral de confissão de dívida)

Solução: Natureza Dúplice!

• Adesão: interrupção da prescrição (174, parágrafo único, IV, CTN)

• Ato contínuo: suspensão (151, VI, CTN).

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
• Prescrição Intercorrente: prescrição do processo executivo (art. 40, §4º. Lei
6.830/80).

Haverá prescrição intercorrente, desde que o devedor ou seus bens não sejam
encontrados pelo prazo de 01 ano;
O juiz determinará que o processo vá para o arquivo;
Findo o prazo de cinco anos, sem novas diligências ou movimentações no arquivo;
O juiz, de ofício, decretará a prescrição intercorrente, desde que ouvida a Fazenda
Pública

Súmula 314 STJ

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
• Prescrição Intercorrente x Lei Complementar:

Art. 2º, §3º da Lei 6.830/80 = prescrição material

Art. 40, §4º da Lei 6.830/80 = prescrição processual

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
Efeitos:
• Lei declarada inconstitucional possui efeitos ex tunc, fato que poderia gerar direito de
repetição

• Modulação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade (Art. 27 da Lei 9.868/99):


i) razões de segurança jurídica; ou
ii) excepcional interesse social.

• O STF poderá, por maioria de 2/3 de seus membros, modular os efeitos de Ex tunc para Ex
nunc, não havendo que se falar em direito de restituição ao particular.

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
IV) Remissão: (art. 172 CTN)
Constitui o perdão da dívida tributária principal (tributo), de forma total ou
parcial

Requisitos:
• lei específica;
• despacho fundamentado de uma autoridade administrativa competente

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
Hipóteses de Perdão:

• Situação econômica do sujeito passivo;


• Erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo quanto à matéria de fato (ex.:
erro material em um código de receita diferenciada)
• Diminuta importância do crédito tributário;
• Considerações de equidade (senso de justiça, observado o disposto no art. 108,
§2º, CTN);
• Condições econômicas de uma determinada região

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
III) Transação: (art. 171 CTN)
Trata-se de acordo estabelecido entre o Estado x Particular, objetivando
concessões mútuas para terminação de litígios.

Características:

• lei autorizadora
• concessões mútuas entre os sujeitos da obrigação tributária
• terminação do litígio
• extinção do crédito tributário

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
VI) Conversão do Depósito em Renda:

Sujeito Passivo realiza o depósito do montante integral nas ações judiciais com o objetivo
de suspender a exigibilidade do credito tributário (art. 151, II, CTN)

Depósito = Caução

Sujeito Passivo não Conversão em renda ao Ente


possui razão em seu Público, após trânsito em
pleito julgado da sentença
favorável ao Fisco

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
VII) O pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do art. 150
CTN
Lançamento Por Homologação
• Antecipação no Pagamento
• Entrega da Declaração

Homologação:
• Expressa
• Tácita

E se pagamento antecipado a menor? Extinção parcial do crédito?

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
Luciano Amaro ensina que:

O que se dá, neste caso, é que o pagamento, embora se preste a


satisfazer a obrigação tributária, pode não ser suficiente para extingui-la
totalmente, e, então, caberá lançamento de ofício para exigência da
diferença. Assim, mesmo que não haja homologação, o pagamento feito
extingue (parcialmente embora) a obrigação tributária.

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
VIII) Consignação em Pagamento, nos termos do art. 164, §2º, CTN:

• Hipóteses do art. 164 do CTN


• Objetivo: evitar a mora diante de um pagamento devido
• Caberá ao sujeito passivo realizar a ação consignatória no lugar do pagamento,
cessando para o devedor os juros e demais encargos, salvo quando a ação for julgada
improcedente

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
IX) Decisão administrativa irreformável (sem a possibilidade de ação anulatória)
• Processo Administrativo Fiscal (Dec. 70.235/72)
• Coisa julgada em face do particular = Brasil adota o Sistema Inglês ou de Jurisdição
Única
Cabe ao Poder Judiciário a decisão definitiva da pretensão do particular, e não a um
tribunal administrativo

• Decisão administrativa não poderá ser reformada na via judicial quando desfavorável à
Administração Pública
Tribunal Administrativo faz coisa julgada material em relação à Administração Pública

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
X) Decisão judicial passada em julgado
• Sistema Inglês ou de Jurisdição Única
• Poder Judiciário = decisão definitiva da pretensão do particular

Trânsito em julgado Extinção do crédito

 Coisa julgada: Extingue o crédito tributário a sentença de eficácia desconstitutiva


proferida em ação anulatória ou em embargos à execução transitada em julgado.

CPC, Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e
indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso.

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
XI) Dação em pagamento de bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em
lei

Art. 356, CC: acordo realizado entre credor e devedor, sendo que o credor consente
da entrega de coisa diversa da avençada.

• Bens Imóveis x Bens Móveis, para fins de extinção:


STF = apenas bens imóveis
Art. 146, III, CF +
Art. 141 CTN +
Art. 97, VI, CTN

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Crédito Tributário: Extinção do Crédito
Lei nº 13.259/16: regulamenta a dação em pagamento de bens imóveis

A extinção do crédito tributário pela dação em pagamento em imóveis, na forma do inciso XI do


art. 156 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, atenderá às
seguintes condições:

I - será precedida de avaliação judicial do bem ou bens ofertados, segundo critérios de


mercado;

II - deverá abranger a totalidade do débito ou débitos que se pretende liquidar com


atualização, juros, multa e encargos, sem desconto de qualquer natureza, assegurando-se ao
devedor a possibilidade de complementação em dinheiro de eventual diferença entre os
valores da dívida e o valor do bem ou bens ofertados em dação.

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Muito obrigado pela atenção!!!!

@pelegrinifelipe

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