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Ana Luiza Bittencourt

DIREITO ADMINISTRATIVO II

Princípios administrativos
- Princípio é aquilo que há de mais importante dentro do sistema, principalmente se tratando do sistema da
administração pública. Eles norteiam a conduta do Estado no exercício de atividades administrativas.

- Quando um princípio é violado, aquele servidor pratica a mais grave ofensa ao sistema administrativo.

- Um princípio não pode desaparecer, como no caso das normas.

- Pode ocorrer choque de princípios > nem tudo que é legal é moral.

PRINCÍPIOS EXPRESSOS:
- Art. 37, CF > LIMPE

● LEGALIDADE

- Diretriz básica de conduta de todos os agentes da administração pública;

- Toda e qualquer atividade administrativa deve ser pautada nas leis e demais normas. Não sendo assim, a atividade
será ilícita > subordinação completa do servidor à lei.

- Havendo dissonância entre a conduta e a lei, deverá a conduta ser corrigida para eliminar a ilicitude.

- Só se pode conceber a atividade administrativa diante de parâmetros já instituídos pela atividade legiferante (lei).

- Exceções: 3 situações que o administrador público, para atender uma necessidade atemporal, não obedece ao
princípio da legalidade > guerra, perturbação da ordem pública e calamidade pública (seca, chuva etc).

● IMPESSOALIDADE

- Igualdade de tratamento, evitando favorecimento de agentes públicos de modo a prejudicar terceiros.

- Para isso, a Administração deve voltar-se exclusivamente para o interesse público, e não privado.

- Aqui reflete a aplicação do conhecido princípio da finalidade.

- Obs.: certos atos podem ser realizados de forma pessoal > ex.: ato que permite o servidor público escolher quem
vai ocupar determinado cargo comissionado.

● MORALIDADE

- Impõe que o administrador público não dispense os preceitos éticos em suas condutas > honesto/desonesto

- Agentes públicos.

- Terceiros > aqueles que têm relações com a administração > os contratados, os concessionários > também vão
sofrer as consequências da lei.

● PUBLICIDADE

- Forma de controle externo exercido pela sociedade > controlar a legitimidade da conduta dos agentes
administrativos > fiscalização.

- Comercial (propagandas) / oficial (dos órgãos públicos).


- Todos os atos, sendo que os que não são interessantes para a população, são publicados no boletim interno do
órgão.

- Órgão oficial eletrônico > mesmo papel do diário impresso.

- Diário oficial da União, dos Municípios > nem todos os Municípios têm imprensa oficial, então essas publicações
podem ser feitas em jornais particulares. O jornal particular ganha o aspecto de oficial após um procedimento
licitatório.

- Formalidades na publicação.

- Publicação oficial > vedado mencionar nomes, símbolos, imagens que caracterizem promoção pessoal.

- Não basta publicar, deve ter transparência > as pessoas devem entender.

- Publicação resumida > ex.: edital de concurso pode ser publicado de forma resumida e fornecer o endereço da
íntegra; contratos. Leis, decretos, portarias etc não podem ser publicados de forma resumida.

- Obs.: art. 5º, XXXIII e LX CF > tem atos que são sigilosos.

● EFICIÊNCIA

- EC 19/98.

- Núcleo do princípio: produtividade – economicidade > evitar desperdícios com planejamento.

- EC 45/04 > art. 5º, LXXVIII > eficiência nos processos.

- Eficiência (modo) – eficácia (meios) – efetividade (resultado).

PRINCÍPIOS RECONHECIDOS
SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO
- No cotidiano ocorre choque entre a conduta adm. e o interesse público > esse choque é resolvido pela supremacia
no interesse público.

- Direitos individuais x direitos sociais > prevalece o direito social (interesse do povo)

- Art. 5º, XXXVI CF - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; Se ocorrer um
conflito, vai prevalecer aquilo que está na constituição primeiro e depois do interesse público.

AUTOTUTELA
- A Administração Pública comete equívocos no exercício de suas atividades, devido principalmente às múltiplas
tarefas de seu cargo. No entanto, pode ela mesma revê-los para restaurar a situação de regularidade. Não é uma
faculdade, é um DEVER > não se pode admitir qie, diante de situações irregulares, permaneça inerte e
desinteressada.

- A administração tem o dever de declarar nulos os atos com vício > iniciativa própria.

- Súmula 346 STF – a administração pública pode declarar nulidade dos seus próprios atos > a administração pública
tem o dever de fiscalizar/policiar seus atos > se existir algum ato com vício ou que não atenda o interesse público
este ato deve ser NULO.

- Súmula 473 STF – a administração pública pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque deles não originam direitos; ou revoga-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados
os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial > controle do judiciário sobre os atos da
administração.

- Obs.: anular ou revogar > dever

INDISPONIBILIDADE
- Bens e interesses da administração > os bens públicos (móveis e imóveis) da adm. pública são indisponíveis, porque
não pertencem a uma pessoa em específico, mas a toda população > patrimônio público não pode ser vendido,
doado, descartado (sem procedimentos próprios para isso). Os interesses também são indisponíveis.

- Ex.: o órgão público pode fazer cessão de um bem, visando interesse coletivo > isso não fere o princípio da
indisponibilidade.

CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO


- A finalidade da adm. é executar políticas públicas por meio de serviços públicos > esses serviços devem estar
disponíveis para a população > alguns são prestados de forma ininterrupta (hospital) e outros de forma regular
(coleta de lixo).

- Paralisação temporária: para manutenção; melhoria > é preciso cumprir com o princípio da publicidade > ex.:
empresas de energia elétrica cortam a energia e não avisam a população.

- Serviços remunerados: energia, água > nesse caso, se você deixa de efetuar o pagamento, é permitido que
concessionário interrompa o fornecimento, sem descumprir o princípio da indisponibilidade (mas para isso, a
empresa deve obedecer a algumas regras, como notificar o consumidor).

SEGURANÇA JURÍDICA
- Proteção à confiança que visa estabilizar relações jurídicas entre o Estado e o administrado > tempo e boa-fé

- Art. 54 > lei nº 9784/99 > o direito da administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos
favoráveis para os destinatários decai em 5 anos, contados da data que foram praticados, salvo comprovada a má-fé.

PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE


- Esses princípios visam evitar atos abusivos dentro da administração pública > por isso são considerados como
instrumentos de controle contra atos abusivos que eventualmente podem ocorrer.

- Os atos da adm. pública devem ser colocados em vigência aquilo que é razoável/sensato/normal > quando a adm.
pública foge dessa trilogia, ela passa a ter uma reação desproporcional, ocorrendo o excesso de poder (ato abusivo).

- Reação deve ser proporcional à ação.

- Vedado:

● Excesso: pode responder por excesso de poder

● Escassez: pode responder por prevaricação

- Adequação > meios devem ser compatíveis com os fins.

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