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·: ·. I,1}\.'' .2s<'•~·••"·:)~ié' •· ·. ·

\Atenção e Performance
Limitações no Processamento da Informação

PALAVRAS-CHAVE

Aceleração não intencional


Acidentes "olhei-mas-não
consegui-ver"
Assincronia de início do estímulo
(SOA)
Atenção
Atenção sustentada
Ativação
Cegueira inatencional
Colapso (choking)
Efeito coquetel de festa
Estreitamento perceptivo
Foco externo da atenção
Foco interno da atenção
Hipervigilância
Identificação de estímulo
Paradigma da estimulação dupla
Período refratário psicológico
(PRP)
Princípio do U invertido
Processamento automático
Programação do movimento
Seleção de resposta
Técnica de tarefa de atenção
(PROBE-TASK TECHNIQUE)
ID#ilãi••t•lirlA•••iC•J
o que é atença-o?·
Limitações na ident1'f',caçao
- do estímulo
Limitações na seleção de resposta
- do movimento
Limitações na programaçao
Tomada de decisão sob estresse
Resumo

OBJETIVOS DO CAPÍTULO
- como fator limitador da performance humana. Este capítulo . ,
O Capítulo 3 descreve o pape 1 d a a t ença 0 ira
ajudá-lo a compreender . . _
a atenção e suas várias propriedades e def1n1çoes, . ~
a atenção como limitação da capacidade de processar a informaçao,
a atenção como limitação da capacidade de realizar ações, e
a performance sob condições de estresse aumentado.

A tarefa de dirigir até a loja ilustra por que E assim por diante. Em um curto período de
o tópico da atenção é tão complexo. Considere o tempo esse cenário ilustrou a natureza do concei-
seguµite: to de atenção e fatores que o influenciam. A aten-
ção parece ser limitada pelo fato de que apenas
Você está dirigindo para o supermercado, uma determinada quantidade de capacidade de
mas infelizmente esqueceu a lista, que es- processamento da informação parece existir. Se
tava na porta da geladeira, e você está ten- estiver sobrecarregada, muita informação pode ser
tando lembrar o que havia nela - ovos, leite, perdida. Além disso, a atenção parece ser seria-
creme de amendoim, hmmm, não, leite não, da, pois parece concentrar-se primeiramente em
comprei um pouco ontem....
uma coisa, depois em outra, apenas com gran~e
Você recebe um telefonema. É sua colega de dificuldade (se há) podemos concentrar atençao
quarto e ela pede a você para levar macar- em duas coisas ao mesmo tempo. Algumas ve~e~,
rão para o jantar e também alguns pimentões a atenção é direcionada para eventos sensoriais
verdes. externos (o que antros motoristas estão faze nd_o),
Há um cruzamento à frente; o semáforo está Algumas vezes, ela é concentrada nas operaçoes
verde por algum tempo e pode ficar amarelo mentais . mternas
. (tentando 1embrar os itens na
a qualquer momento, então é melhor estar lista de compras). E algumas vezes é volta_da P:o:
pronto ... informações sensoriais internas (sensaçoe~ teni
A temperatura está bem alta hoje; pode ser ,
musculos • ~
e arhculaçoes). A l'em d'1sso ' ex1ssnio
que seja necessário ligar o ar-condicionado.
Qual desses controles eu uso?
as dificuldades para fazer duas tarefas ª~ f en-
tempo, como conversar ao telefone ce ~-~ereu·
O que minha colega de quarto pediu para eu quanto dirige. A atenção é muitas_ t~efa~an~es eni
levar? Pense, vou lembrar - macarrão e ... tes (ver também a afirmação de William
cebolas verdes, sim, é isso. Foco na Prática 3.1).
O sinal está amarelo; dá tempo de parar com
segurança, ou devo acelerar no cruzamento?
V

William James sobre atenção


Considere a seguinte afirmação, feita há mais d
William James (1890): e um século, pelo famoso psicólogo

Todo mundo sabe o que é a atenção. É a tom d d


e_ vívida, de um entre aqueles vários objeto: ~u ~i~~sse pela mente, de maneira clara
simultaneamente possíveis. Focalização e :s de pensamento que parecem
I . 1· concentraçao de consciê . C
essencia. sso imp ica a retirada de algumas . fi . nem es ao em sua
A •

as outras. (p. 403-404) co1Sas, ª m de hdar de maneira eficaz com

- "Apesar
J de seu comentário questionável de que "t d 0
t' 1 ° d b
mun o sa e o que é a aten-
çao , ames con _1nua reve ando a complexidade do tema. Nesta d ec l araçao - James su-
gere que- a atençao
1 " assuma pelo menos três papéis difere n es. nme1ro, ames d'1z que
t p · · J
a atençao
,, p envo ve , · 1·m h as d e pensa-
• dtomar posse pela mente .. · de uma entre .. , vanas
mento- . or me10 essa
al • d' , declaração ele
, ' . sugere que a atença- 0 env o1ve um processo d e
seleçao no qu o .m 1v1duo esta mampulando várias linhas em curso do pensamento,
cada uma competmdo por recursos atuais (ou consciência). Em segundo lugar ele afir-
ma q~e a atenção envo~ve '_'fo~ali~ação ... da consciência." Essa é uma difere~ça sutil,
mas rmportante, da pnmeira ideia. Atenção envolve um processo ativo , diretivo do
pensamento atual, presumivelmente um que seja dinâmico - que mude com as neces-
sidades de mudança do executante. E por último, James sugere que a atenção requer "a
retirada de algumas coisas para lidar eficazmente com as outras." Aqui, ele está nova-
mente envolvendo algo sutilmente diferente - que há um limite para a quantidade de
atenção que pode ser alocada. O executante deve ser capaz de mudar a quantidade de
alocação de atenção quando ocorrem mudanças nas exigências da tarefa.
Como discutiremos neste capítulo, as intuições e descrições de James sobre aten-
ção eram bastante precisas.

de tarefas que interferem umas nas outras. A ideia


O QUE É ATENÇÃO? foi que, se duas tarefas interferem uma na outra, en-
tão ambas exigem algum acesso à capacidade limi-
Todos os exemplos anteriores representam usos di- tada de processar a informação; isto é, ambas reque-
fer~n-~es de atenção. Mas o que é atenção? Em nossa rem atenção. A Figura 3.1 ilustra essa ideia. Ambos
opmiao, a atenção é um recurso (ou "conjunto" de os círculos representam a capacidade total que está
recursos ligeiramente diferentes) que está disponí- disponível para ser alocada. No exemp_lo d~ conta
vel e que pode ser usado para várias finalidades . bancária, esse seria o total de todo o dmhe1ro que
Em muitos aspectos , a atenção é como uma con- temos disponível. A Figura 3.1 ilustr~ como a quan-
ta bancaria,
, · que contém recursos financeHOS· que tia fixa de atenção (recurso de capacidade) deve ser
nos possibilitam realizar atividades da vida diária. dividida entre a tarefa "principal" e alguma tarefa
Asm
_ aneuas · pelas quais esses recursos d e atençao
- secundária. Quando a tarefa principal
. é _relativa-
te "simples" e não requer mmta atençao, como
sao alocados definem como usamos a atenção. men - . 'd d
representado na Figura 3.1a, entao mais capac1 a e
.Uma maneira de pensar sobre a atenção está re-
1acionada com as limitações em fazer duas coisas tencionai permanece para outras tarefas.
ª Essa noção tem fortes implicações para a com-
ªº.mesmo tempo. Os psicólogos abordaram essas li- preensão da performance habilidosa. Em muitas
rruta çoes
- no processamento de informações pnmei-· ·
rarnente tentando entender as exigências separadas
~4~2_ _!Ri~c~ha~r~d~A:·..:S~c~h~m~id~t~e~T~i~m~o~th~y~D~.~L=:e:_e_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

Performance da tarefa
Boa performance de secundária mais precária
tarefa secundária

Recursos que sobram


para a tarefa secundária

b
1 FIGURA 3.1 Atenção que sobra para uma tarefa secundária é reduzida quando a tarefa primária é mais complexa
(b) comparada com quando a tarefa primária é simples (a).
Baseada em Posner e Keele 1969.

habilidades, existe uma quantidade esmagadora algum processamento pode ocorrer "em paralelo"
de informações que poderiam ser processadas, al- (isto é, sem atenção) na etapa de identificação do
gumas delas relevantes para a performance (p. ex., estímulo, mas que muito menos processamento
o que outros motoristas estão fazendo, como no paralelo ocorre no estágio de seleção da resposta.
exemplo anterior) e algumas delas irrelevantes Por último, interferência considerável frequente-
para a performance (p. ex., música que está tocan- mente existe entre as tarefas no estágio de progra-
do no rádio). O problema do executante é como mação do movimento.
lidar com essa potencial sobrecarga. O executante
deve aprender a saber do que participar e quando,
e deve desviar a atenção habilmente entre os even-
tos no ambiente, monitorando e corrigindo suas
próprias ações, planejando ações futuras e fazendo LIMITAÇÕES NA IDENTIFICAÇÃO
muitos outros processos que competem pelos re- DO ESTÍMULO
cursos limitados de capacidade atencional.
As seções adiante voltam-se para a questão de
quando e em que condições as tarefas interferem Algumas evidências sugerem que o processame_n~~
. "
d a m1ormaçao - nos estag10s, . peru, ."énco
. s , sensona
_ de
umas nas outras. Uma maneira de entender os ti-
pos de interferência multitarefas envolve as etapas do modelo de processamento de informaçao P~elo
de processamento das informações descrito no ser feito em paralelo. Com processamento para trar
· ou mais
d 01s • fl uxos de mformaçoes
• - podem en -
Capítulo 2 - identificação do estímulo, seleção da . d 558
no sistema ao mesmo tempo e po em serpro~ ot1·
resposta e programação do movimento (ver figur
2.2). É útil perguntar se, dentro de cada fase
interferência entre dois processos que concor;em
h: .
d os em con1unto
tros. Para outras ' tare"as
1,
.

no
,,
sem 1nter1erencia · uns com os
entanto, a ca paCI
•dadr
_ dxi-
ao,U •

pela capacidade disponível. Há evidências de que de informação excede os limites de atenÇ r0 ntes
gm· d o que nós desviemos a atençao - e ntre as 1'
----------~-----------------....:A~pr~e~n~d~iza~g~e~m~e~P~e~rf~o~rm~a~n~c=e~M~o~t~o~ra~_!.4~3
Co rrentes. Ainda
con enção d
outras pesquisas revelam q
d d' . ue
sustenta a ten e a 1mmuir após long culações associados à postura e à locomoção e as
ªª t
eríodo de processament o d a m1ormação.
. e Essaso pesso~s parecem lidar com isso junto e sem muita
Pfluências sobre o processamento de informação consc1ênci a. A 1'd eia
· é que, considerando os pro-
J.11 discuti d as nas pró x1mas
são . -
seçoes. cessos que ocorrem no estág10 . d e 1dentif1caçao
. . . - do
estímulo • algum a m · formaçao
- sensorial
. pode ser
proces~ada em paralelo e sem muita interferência
- ou se1a, sem atenção.
Processamento paralelo
Cherry (1953 ) desenvolveu a tarefa de "escu-
A informação de diferentes aspectos da exibição ta dicóti " · .
víd ca para mveshgar essas ideias. Os indi-
visual, como a cor e a forma dos objetos, aparen- uos usavam fanes de ouvido, de tal forma que
temente pode ser processada em conjunto sem ~orrentes separadas de informação eram direciona-
interferência. Evidências para o processamento as para cada orelha; eles foram orientados a pres-
paralelo na identificação de estímulo advêm de tar atenção a um canal e ignorar o outro. Depois
uma análise do efeito de Stroop (Stroop, 1935; de u~ curto período de tempo os indivíduos re-
MacLeod, 1991). Imagine que você é um indivíduo moviam os fanes de ouvido e eram convidados a
pesquisador, a quem se pediu que respondesse 0 rep~tir a informação que havia sido apresentada ao
mais rapidamente possível, nomeando a cor da ouv~do "atendido". Inesperadamente, também se
tinta em que palavras são impressas, como na Fi- pedm a eles para revelar o que havia sido apresen-
gura 3.2. Em alguns casos, as palavras impressas tado no ouvido "não atendido". Os indivíduos em
não têm nenhuma relação semântica com as cores grande parte foram incapazes de lembrar a infor-
em que são impressas, como na lista a. Em outros ~~ção do não atendido, embora pudessem iden-
casos, a lista em b, as cores de tinta competem com tificar algumas "características superficiais" da
os nomes das palavras em si. O efeito de Stroop é mensagem, tais como o sexo do falante e o volume
a tendência do conjunto de estímulos à direita de da voz.
exigir mais tempo para a conclusão dos nomes das Cherry (1953) chamou isso de efeito coque-
cores do que o da esquerda. As evidências suge- tel e representa outro exemplo de processamento
rem que a cor da tinta e a palavra que a tinta indica paralelo. O efeito é esse: ·imagine-se em uma sala
são inicialmente processadas juntas e em parale- grande em uma festa, em que muitos grupos de
pessoas estão envolvidos nas conversas. Há ruído
lo. A interferência é causada mais tarde pelos dois
considerável em torno da conversa em que você
estímulos que concorrem por diferentes respostas.
está envolvido - música alta, outras conversas e
Também há considerável processamento pa-
assim por diante- mas você ainda pode participar
ralelo dos sinais sensoriais dos músculos e arti-
de uma conversa com êxito, excluindo efetivamen-
te o ruído de fundo. Mas nem toda a informação
está bloqueada. Você pode estar envolvido em
uma conversa e de repente ouvir seu nome sen-
CASA AZUL do falado em uma conversa em que você não está
completamente envolvido. Mesmo que você tenha
LÁPIS efetivamente "excluído" aquele "ruído" de fundo,
PRETO parte dela foi processada em paralelo no estágio de
identificação do estímulo, a fim de que você pu-
CAVALO LARANJA desse ouvir o seu próprio nome. O efeito coquetel
mostra que mesmo algumas características "não
RELÓGIO VERDE atendidas" do processamento sensorial são proces-
sadas em paralelo com outras informações "aten-
RIO didas" nos primeiros estágios de processamento
AMARELO sensorial.
LETRA VERMELHO
Cegueira inatencional
a b
1FIGURA A seção anterior ilustra como a informação de es-
. 3.2 Efeito de Stroop. Cronometre enquanto
da norn · tímulo pode ser processada em paralelo, mesmo
e as cores das palavras impressas em ca da 1·ist a.
~
~~~-----===_=:~~----
ichard A. Schmidt e Timothy D. Lee

á la E ainda, por
apesar dos esforços para bloque : · les dirigida
__

vezes, uma busca visual muito simp e~trada es-


rocura por uma b
para a meta, como a p d'fício parece a -
pacífica ou o número de um :o~nos ,;cegos" para
sorver a nossa atenção, tor~an táveis por vários
outras coisas. Alguns acha os n:m que nós pode-
grupos de pesquisa demonstr~ arentemente
mos negligenciar ca~acterístic~o ?stamos envol·
óbvias em nosso ambiente quan plo parti-
. l atenta Por exem '
vidas na busca visua · d de Simons
cipantes de uma pesquisa no estu od de seis
e Chabris (1999) assistiram a um ví eo tr si
essoas que passavam bolas de basquete en te
P . d estavam em cons an-
enquanto todos os Joga ores " . " ta-
te movimento. Três jogadores em um_ time es
vam vestidos com calças jeans e camisetas pretas,
e outros três de jeans e camisetas brancas no outro 1 FIGURA 3.3 Efeito de cegueira inatencional. Os indi-
"time". Cada time passou a bola s~me~te para os víduos (observadores do vídeo) contaram o número dE:
jogadores do seu próprio time. Os md1vídu?s. ex- passes da bola feitos entre os jogadores de cam isetas
perimentais assistiram a um vídeo dessa ativida- brancas. Mais tarde, cerca de metade desses indivíduos
de· sua única tarefa era contar o número de passes não se lembravam de ter visto o "gorila " andar pelo
fei~os pelo time vestido de branco. Você pode ver meio do grupo.
a situação experimental em www.youtube.com/ Reproduzida, com permissão de Simons e Chabis 1999_
watch?v=vJG698U2Mvo.
Depois que o vídeo de 30 s terminou, o expe-
rimentador pediu aos participantes a resposta do
número de passes realizados e após isso pergun- Chabris, 1999). Assistir ao vídeo uma segunda
tou se eles haviam visto algo incomum. Apenas vez, ou pensar que algo inesperado poderia ocor-
cerca de metade de todos os indivíduos testados rer, também elimina o efeito. Furley e colaborado-
respondeu que viram alguém vestido de gorila no res (2010) descobriram que jogadores de basquete
meio do grupo de jogadores, que bateu no peito altamente qualificados apresentavam menor pro-
(no estilo de um gorila), mais ou menos na meta- babilidade de não ver o "gorila" do que os jogado-
de do vídeo. Notavelmente, a outra metade não res menos habilitados.
relatou ter visto o "gorila", embora sua visualiza- Apesar dessas limitações no efeito de cegu~i-
ção fosse clara (ver Figura 3.3). Quando o vídeo ra inatencional, os achados revelam que ela nao
foi repetido para eles, esses indivíduos ficaram se restringe a assistir vídeos, mas pode ser de-
chocados por não ter visto o "gorila" evidente. monstrada em eventos de ação. Estudos de outro
Esse fenômeno, que recebeu o rótulo de "ce- "campo" de pesquisa revelam que as pessoas que
gueira inatencional", foi originalmente desco- estão envolvidas em tarefas que demanda~ at~~:
berto por Neisser e Becklen (1975), que usaram ção são propensas a negligenciar coisas muito
0

uma tarefa semelhante, mas com uma mulher . quern


vias, como uma mudança em uma pessoa ª .
com um gua:da-sol em vez de uma pessoa com . & Lev111.
e1es estão dando orientações (S1mons ·do
roupa de gorila. O efeito foi muito estudado des- 1 998 ) ou uma pessoa em um monoc1c · IO vesti
de que resultados de Neisser-Becklen f us uni·-
blicados. oram pu- com uma roupa de palhaço em um camP , ·os
. , . d de vari
Entretanto, negligenciar a visão bastant . versitar10 (Hyman et al., 2010). Na ver ª · ,se
dente d " ·1 ,, e ev1- 'd 1· dos a e.
o gon a _tem probabilidade de ocorrer ac1 entes automobilísticos parecem iga .... as·
apenas em um conJunto restrito de circunstâncias
. fenomeno. Isso recebeu o rótulo de "olhei·•" •de'n·
- ' e Vl
quan d o o espectador é envolvido em -nao consegui-ver"· aqui mesmo que haJa . e!Jl
. ' ' . d d'rig1u
fa de p~squisa específica. Assistir ao v~: tare- cias
. de
_ que o motorista olhou, ele am
d ª 1bicrc
. • teta
mstruçoes de busca específicas produ . sem direçao à calçada destinada ao pe eStte, wn,
casos desta "cegueira inatencional" (zS1~ menos ou outro veículo, causando um acid~nte (:~1es·
1mons & 2 005; Langham et al, 2002); o motori 5tª 5
Aprendizagem e Performance Motora 45

men te "não viu" o outro objeto vindo, embora te-


"olhado" para ele. por segundo. Mas, ocasionalmente, depois de
nhaA cegueira matencmna
. . 1 1· , muito tempo, após intervalos longos , irregulares
exp 1ca por que nos
mom entaneamente deixamos de reconhecer um (imprevisíveis), o ponteiro pularia 2 s. Descobriu-
·go que encontramos por acaso enquanto procu- -se que a detecção desses últimos saltos era con-
am1 os por outra pessoa em uma mu1ti'd ao. ~ N assa fiável nos primeiros 30 min de trabalho, mas di-
ram d d' . d minuía drasticamente depois disso . Esses foram
uisa tem si o irec10na a para uma pessoa
pes q . . íf' chamados de "decrementos de vigilância" oure-
características visuais espec 1cas e nos torna-
com d' 'd duções da vigilância.
temporalmente 1stra1 os para as pessoas que
mos 1
- 0 correspondem àque es cn nos
'té · d e pesqmsa.
· Sabe-se que alguns fatores afetam a vigilância ,
na d · ·1·
Mágicos e batedores e carteira uh 1zam essencia · 1- ou atenção sustentada; estes incluem a motivação ,
ente O mesmo conceito. Um enfoque, pela "víti- o nível de despertar e, é claro , a fadiga (claramente
:a", em um detalhe específico, especialmente se relacionada com a quantidade acumulada de tem-
a atenção tiver sido direcionada pelo mágico ou po para realização da tarefa). Fatores ambientais,
ladrão, leva a vítima a "cegar" para as intenções da tais como temperatura e ruído, também são conhe-
outra pessoa (Stephen et al., 2008). cidos por afetar a atenção sustentada (ver Davies
& Parasuraman, 1982, para mais detalhes). Depois
de um período de tempo , a tarefa de se concentrar
em um único alvo de nossa atenção torna-se urna
Atenção sustentada tarefa progressivamente mais difícil.
A Segunda Guerra Mundial gerou um impulso Esses efeitos são bastante evidentes na base
nas pesquisas sobre atenção sustentada a fim de diária, pois influenciam muitas profissões em que
melhor compreensão dos limites de operadores a vigilância é uma necessidade. Por exemplo, con-
de radar que estavam em vigilância à procura de sidere a tarefa de trabalhar como agente de segu-
aviões inimigos. Mackworth (1948), que era lí- rança em um aeroporto movimentado. Antes de as
der dessa pesquisa, projetou uma tarefa na qual pessoas poderem embarcar, elas precisam passar
os sujeitos observariam o ponteiro de um apare- por uma série de verificações de segurança, o que
lho semelhante a um relógio que mexe segundo inclui uma varredura nos raios X da sua bagagem
de mão. Cada peça de bagagem que passa pelo raio

.,. __..~,
':» ~
1
- ~-....t

!li

"'"' 3•4
1 FIGUD• Segurança de um aeroporto tem d e manter O esforço durante longos períodos de tempo .
46 Richard A. Schmidt e Timothy D. Lee

X deve ser submetida a uma inspeção visual por Um tipo de processamento da info .
um operador humano que procura pela presen - parado, muito diferente, parece ocorrrmaçao se.
. er em
ça de objetos que não sejam permitidos a bordo soas altamente práhcas. Alguns anos at á Pes.
(Figura 3.4). As mais óbvias (armas, facas) devem Vidmar, um medalhista olímpico de 19~ s, Peter
4
ser relativamente fáceis de detectar. Mas os proble- em ginástica, afirmou que_ antes de sub·I r no• Prata
mas enfrentados pelo agente de segurança incluem ralho, ele prestava atençao apenas no . ª~ª·
tentar decidir se algo que se parece com um obje- movimento em sua rotina - a subida· 0 Prune1ro
dos elementos ocorria . mais . ou menos' .. resta nte
to proibido o é realmente, ou não, o que atrasa o
.
ticamen t e " , 1s
. t o é , sem a necessidade de autorna
aten _·
processo de verificação. Experimentos em tarefas
de busca visual revelam que o número e similari- (Vidmar, 1984). Esses elementos posteriores r~ª?
dade de objetos que distraem desempenham um savam apenas de pequenos ajustes durante p ci.
papel importante no sucesso da pesquisa. A tarefa ocorrência, · possi'b'l't i . mar conce nªtsua
i i an d o ao V'd rar.
do agente torna-se ainda mais difícil pelo fato de -se em aspectos d e ord em superior de sua rot·
que encontrar objetos proibidos é (felizmente) uma como estI·1 o e 1orma.
r É como se grande parteina d'
0
ocorrência rara - então, a atenção sustentada para processamento de informação necessário ne
a tarefa é de preocupação primordial (Wolfe et al., . 1 d . á . r
rotma comp exa e gm stica 1osse fundamental- ssa
2005). mente diferente do processamento controlado, não
exigindo muito atenção. Essa forma de lidar coma
informação, o processamento automático, é (a) rá-
pido; (b) não demandante de atenção, em que tais
LIMITAÇÕES NA SELEÇÃO processos não geram (muita) interferência em ou-
tras tarefas; (c) organizado em paralelo, ocorrendo
DA RESPOSTA juntamente com outras tarefas de processamento; e
(d) involuntário, muitas vezes inevitável.
A interferência entre as tarefas nunca é mais evi- O processamento automático de informações é
dente do que quando o executante deve realizar considerado resultado de uma grande quantidade
duas ações simultaneamente, sendo que cada ta- de prática. A sua capacidade de rapidamente reco-
refa exige operações mentais, como atender a um nhecer coleções de letras como palavras que você
telefonema enquanto despeja água em uma má- está lendo agora vem de anos de prática. Muitos
quina de café. Ambas as atividades são considera- anos atrás, Bryan e Harter (1897 , 1899) realizaram
das realizadas durante a seleção de resposta, pois estudos de operadores de telégrafo, cujo trabalho
exigem que as escolhas sejam feitas entre várias era identificar (receber) e enviar código Morse -
possíveis respostas alternativas - que mãos usar que é composto por ·períodos variáveis de ruíd?
para despejar a água e pegar o telefone, com que breve (chamados de pontos e traços), que combi·
orelha escutar, monitorar a água para que ela não nam definindo letras e números. Bryan e Harter
derrame e para que não se despeje muito, e assim descobriram que operadores de telégrafo ~o~cen·
por diante. Essas atividades são orientadas pelo travam-se em letras individuais na fase inicial da
processamento controlado, que é considerado aprendizagem, mas que, à medida que ganhavam
(a) lento; (b) exigente de atenção, com interfe- proficiência, processavam o código Morse cornos
rência causada pelo processamento concorrente· .
combmaçoes - de letras, mrus . tar d e como palavra
(c) organizado em série, com uma dada tarefa d~ completas e até mesmo frases. , . teJU
processamento vindo antes ou depois de outras A eficácia do processamento automatit° diá·
tarefas de processamento; e (d) volicional facil-
1 fortes implicações não só para muitas tare ~\da·
men~e interrompida ou evitada. O processa mento rias (como a leitura), mas também para h~~efa é
rel~tivamente esforçado, controlado é uma parte
des de alto nível de desempenho. Se um~ ·dades
muito grande_ das atividades de processame no t ·t aU VI
•r
d as iniormaçoes conscientes, que envolve realizada de forma automática, mUI as tes po·
_ t . . . opera _ de processamento da informação importante n1as
çoes men ais entre atividades relativament l 'damen , 1
-apren di'das, ou até mesmo completamente e ma - dem ser produzidas não apenas rapi
. ltãneas 0 5 ,
en
.
11er d e real izar d novas. em paralelo com outras, tare f as simu tos esta·
uas tarefas de processament d
performance perturbadora. É como se c~r norado 5
informação juntas pode interromper com ~eta~
mente ambas as tarefas. p gios (p. ex., seleção de resposta) fossem ig
todos juntos.
-
custos e benefícios da automaticidade
Aprendizagem e Performance Motora 47

jogadores da defesa, levaria a uma decisão rápi-


Performances automáticas, cujos benefícios são da e a um movimento para contra-atacar a jogada
quase óbvi_os, estão _relacionadas com o processa- espera~a, uma resposta que seria sem perspectiva,
mento da mformaçao em paralelo, rapidamente dada a Jogada atual.
e sem interferência de outras tarefas de proces~ Claramente, então, a automaticidade pode
sarnento. Por exemplo, depois de muita prática ter obstáculos, bem como benefícios. Embora o
jogadores de vôlei de alto nível podem ler os pa~ proces~amento muito rápido seja eficaz quando
drões de movimento de seus adversários automa- o a~b1_ente é estável e previsível. pode levar a
ticamente que significam que a bola vai ser corta- ternve1s erros quando o ambiente (ou um opo-
da a partir de, digamos, seu lado esquerdo (p. ex., nente) muda a ação no último momento. Assim,
ver Allard & Burnett, 1985). Mas o que ocorre se, a automaticidade parece mais eficaz em habilida-
após produzir consistentemente um padrão que des fechadas, em que o ambiente é relativamente
leva uma jogada para a esquerda, a equipe adver- previsível. Com habilidades abertas, tantos mais
sária usar o mesmo padrão levando a uma jogada padrões são possíveis de modo que o executante
deve desenvolver uma resposta automática para
para a direita? O processamento automático, pelos

1 A automaticidade possibilita que atletas al-


~mente habilitados processem a informa-
ç_ao sobre os movimentos de seus adversá-
rios rap,ºd amente e respondam.
L~e: :e---------------~---------._
~4!8_~R~ic~h~a~rd~A~-~S~c~hm~id~t.:e2T~im~o~t~hy~D~.

cada um deles; isto geralmente é possível somen- conversa por telefone, e não se o motorista e t '
te após muitos anos de experiência. segurando, olhando, ou manipulando O telefo::
(p. ex., Strayer & Jo~nston,_2OO1). As ações físicas
envolvidas na man1pulaçao do telefone celul
não adicionam s1gm · 'fi cat·_1vamen t e para as deman.
ar
Desenvolvimento de automaticidade
das de atenção necessárias para manter uma con.
Como as pessoas desenvo1vem · a. capacidade de
? M 't versa enquanto dirige (ver Ishigami & Klein, 2009
rocessar as informações automatlcament~ m para uma revisão important~ desta pesquisa). A

~;o ~:ve
p áf é um ingrediente importante, entao, voce
esperar para ver a automaticidade ~e~en-
vo1ver-se rap1'damente · A prática da automatlc1da-
• - d
discussão em Foco na Pesqmsa 3.1 fornece mais
informações sobre os métodos utilizados para
compreender as demandas de atenção da direção
de é geralmente mais eficaz sob uma cond1çao e distraída.
"mapeamento consistente", em que a resposta ge- Lembre-se, porém, que o uso de um telefone
rada está relacionada de maneira consistente com celular ao mesmo tempo em que realiza outras
um determinado padrão de estímulo. Por exem~l~, atividades pode ser tão perigoso quanto falar (ou
a resposta para uma luz vermelha enquanto diri- escrever mensagens de texto) e dirigir. Por exem-
ge é sempre fazer o veículo parar. Isso contrasta plo, em um estudo observacional, Thompson e
com uma condição de "mapeamento variado",
colaboradores (2013) descobriram que pessoas que
em que um determinado estímulo, às vezes, leva
mandavam uma mensagem ou falavam em um te-
a uma resposta e, às vezes, a outra resposta (Sch-
lefone celular enquanto atravessavam um cruza-
neider & Shiffrin, 1977). Um exemplo é a incrível
variedade de layouts de botões em diferentes mar- mento movimentado andaram cerca de 20% mais
cas de televisão com controle remoto, em que uma lentamente do que pedestres não distraídos. Os
determinada função (a mudança do canal) exige o pedestres que digitavam mensagens de texto tam-
pressionamento de botões diferentes, dependen- bém eram mais propensos do que os pedestres não
do da marca. A diversidade de tais condições de distraídos a não olhar para ambos os lados antes
"mapeamento variado" torna o processamento de entrar no cruzamento.
automático quase impossível de alcançar, e essas
tarefas requerem processamento controlado consi-
derável para evitar cometer erros.
LIMITAÇÕES DA PROGRAMAÇÃO
Seleção da resposta e direção distraída DO MOVIMENTO
A direção distraída de um automóvel é um exce-
Como visto no Capítulo 2, a fase de programação
lente exemplo que envolve a capacidade limitada
do movimento é o terceiro na sequência de et~pas
de atenção. Mas uma questão importante é: a dire-
ção distra~da afeta a etapa de seleção de resposta de processamento de informações. Aqui, depms de
o executante ter percebido o que o amb1en . te pos-
ou o estág10 de programação do movimento? Leis
aprovadas em muitos estados dos EUA e em ou- sibilitará, e depois de ter escolhido uma respo 5ta
tros países proibiram o uso de telefones celulares que atenda a essas demandas, ele ainda deve orga-
d~ante a direçã~ de carro. Por quê? O pressupos-
.
mzar .
o sistema motor a fim de rea1mente executar
' deve fazer a1·ustes cri'ticOS
!º e que a operaçao manual de um telefone celular a ação. Nessa fase ele
, em·
mterfere na operação de um veículo motorizado; que ocorrem em vários níveis (p. ex., nos~ t
este argumento coloca a culpa no déficit da tarefa bros, músculos, e na medula espinal). Esses aius ,e5
evi'd entemente levam tempo. Um bom exemplo ear
8
d~pla telefone celular-direção como uma limita-
çao da programaçã_o do movimento. Mas a pesqui- ação de um esgrimista, que tem de pré-progra:i-
sa sugere outra co1~a, que mãos livres e O uso do um movimento apesar de ter de executai: 0 mente
telefone sem as maos ou segurando-o são quase menta em face de um ambiente potencialm da
que igualme~te problemáticos ao exceder os limi- mutável. No exemplo a seguir a ação prograJllª ·.
tes de capacidade de atenção do condutor. A ori- é '
um pouco complicada envolvendo um ui·-
. _ ' seg
gem do problema está na capacidade exigida pela manto em direçao ao centro do ombro e, em a ãO·
da, acompanhado de uma súbita mudança na ç
•- - ::, - • •• ._ • _ , ,.._,1 1 11u11\,,,.-;;, IYIVLVIQ

Distração na direção
Os pesquisadores usaram abordagens distintas para compreender os efeitos de várias
distrações, como falar em um telefone celular, quando ao controle de um veículo. O
prob~ema _evide~te de se realizar o tipo mais lógico de pesquisa - usando motoristas
ein: situaçoes reais de tráfe?o - é que_ ele traz outros motoristas, os participantes da pes-
qmsa, e _às os pr~pnos pesqm_sadores para situações potencialmente perigosas,
o que nao e ehco. Assim, os pesqmsadores desenvolveram diferentes métodos para
avaliar o custo da atenção de se realizar várias tarefas durante a direção.
A abordagem estatística para o problema específico do uso do telefone celular du-
rante a direção usa os registros de chamadas dos indivíduos que estavam envolvidos
em um acidente. Os achados de um estudo que usou esse método revelaram que a pro-
babilidade de se envolver em um acidente automobilístico aumentou 400% quando
um motorista estava falando ao telefone celular (Redelmeier & Tibshirani, 1997). Esses
autores também descobriram que o aumento da taxa de acidentes enquanto se fala ao
telefone celular durante a direção de um carro é quase o mesmo que dirigir com uma
concentração de álcool no sangue (CAS) de 0,08% - a definição legal de se dirigir sob
a influência (DSI) do álcool em alguns estados e países.
O tipo mais comum de experimento envolve humanos dirigindo em simuladores
em ambientes laboratoriais. Alguns simuladores fornecem ambientes de direção extre-
mamente realistas, possibilitando aos pesquisadores ter o controle sobre as "condições
de tráfego" e variadas distrações sem colocar ning~ém em pe~igo. .
Alguns pesquisadores foram mais longe ao criar um am~iente ao ar hvre, usando
um carro real e um ambiente de direção simulado em uma area segur_a e~ outros as-
pectos, como um grande estacionamento vazio. Na verdade, um ~os primeiros estudos
desse tipo foi realizado há mais de 40 anos, e os autores s~genram, naquel~ época,
que telefones celulares e motoristas eram uma mistura perigosa (Brown, Tickner &
Simmons, 1969). o · tr d r
Evi· d entement e, ca da método tem vantagens e desvantagens. M s regis os·a ede iga-um A

- 1 d dos reais sobre as chamadas que ocorreram. as, a ocorrenci


çoes. envo vem a d .
mo mostrado nos registros, d'iz mm·to pouco sobre o estado
aci~en~e : uma chama a, co da Os simuladores proporcionam ao pesquisador um
do mdiv1duo durante a chama · lh t . distrações contínuas o momento
1 1 d gas de traba o men ais, '
exce ente contra e e car , . nsura ão de comportamentos. Mas essas são
de ocorrência de eventos cnt_icos e ª me d _ç - real. Ambientes ao ar livre, em
0 0
todas simulações de um ambiente de con UJªº'. na ladas também têm a vantagem do
carros reais, mas com con d içoe. - s de conduçaot simuas novamente
' sem a realida d e d e
b
controle, por um om pesqms , • · ador dos even
N f al as informações forneci'das por to-
os, m , '
uma experiência de direção em trafego rea1· f m c~m aos pesquisadores as melhores
dos os tipos de atividades de pesquisa jubntadis. orçna_eo distraída
- cri'ti'cas so re re
respostas para essas ques t oes ·

Exploração adicional or telefone celular pode afetar a


d d terminada conversa p
1. Como a natureza e uma e ara a tarefa de dirigir?
capacidade de uma pessoa de atentar p d' ussão com um passageiro dentro de
. e tem uma isc
2 Você acha que um motorista qu d' ão que O motorista que conversa no
• & itos sobre a ireç
um carro teria os mesmos eie - ?
telefone celular? Por quê ou por que nao ·
50 Richard A. Schmidt e Timothy D. Lee

O esgrimista move o florete em direção ao der ocorrem devido a interferência qu


- d . . e suroe
ombro do oponente, mas , em seguida , altera rapi- programaçao o pnme1ro e segundo m ovim . be na
damente a direção e toca a cintura. Muitas vezes , tão rapidamente quanto possível. -ntos
responder ao primeiro movimento , o falso , parece
ter interferido na velocidade do adversário de res-
ponder ao segundo movimento, e o ponto é perdi- Período refratário psicológico
do. O atraso na resposta sugere uma forte interfe-
O atraso
. na resposta ao segundo
, de dois es1mu1
t'
rência entre as atividades nas fases posteriores de
estreitamente espaçados e denominado O , os
processamento da informação. Especificamente, o refratário psicológico (PRP). Uma quesF p_ertod o
atraso ocorre por causa da interferência na fase de . . ao impor
tante d 1z respeito a quanto tempo uma pe -
programação do movimento, que tem a tarefa de ssoa de-
organizar o sistema motor para fazer o movimento mora para mu dar d e (a) dar uma resposta d'1 •0 . ,
• • , ri 1da
desejado. a um obJehvo a um estimulo para (b) dar um O ·
·c
posta d 11erente d'1ng1
• 'd a a um objetivo a um est'ares-
Parte dessa visão vem de evidências de pesqui- ·f . 1mu-
sas consideráveis que utilizam o chamado para- 1o d 1 erente. O sistema motor processa O pri •
t' 1 . . meno
digma de dupla estimulação, em que o indivíduo es 1mu o e gera a pnme1ra resposta. Em seguid
. d a, se
é obrigado a responder, com respostas separadas, o pesqmsa or apresentar o segundo estímulo du-
a cada um dos dois estímulos apresentados mui- rante o tempo em que o sistema está processand
to próximos no tempo (ver Foco na Pesquisa 3.2). o primeiro estímulo e a sua resposta, 0 início d:
Esse paradigma é, em muitos aspectos, análogo ao segunda resposta pode ser retardado consideravel-
problema enfrentado pelo adversário do esgrimis- mente (o efeito PRP).
ta, que deve responder a um movimento e depois yma exr,licação, p_ara o PRP é que há um tipo
outro em rápida sucessão. Os atrasos para respon- de gargalo no estag10 de programação do movi-

1 A esgrimista da esquerda faz um m .


to, possibilitando mar ov1mento enganoso e está a ·111en·
car um ponto e revelar as limitaç- d gora no processo de fazer um segundo movi
oes o está .0 d
9• e programação do movimento.
Aprendizagem e Performance Motora 51

Paradigma de dupla estimulação


A pesquisa sobre o período refratário psicológico (PRP) usa o "paradigma de dupla
estimulação", em que se pede ao indivíduo, por exemplo, para responder a um tom
(Estímulo) levantando a mão direita de uma chave o mais rapidamente possível. Um
tempo muito curto após o tom, uma luz (Estímulo 2) pode aparecer; o indivíduo tem de
responder levantando a mão esquerda da chave o mais rapidamente possível. A sepa-
ração entre os inícios dos dois estímulos, chamada assincronia de início do estímulo
(SOA), pode variar de zero a algumas centenas de milissegundos. Os pesquisadores em
geral estão interessados no tempo de reação (TR), para o segundo estímulo (TR2), como
uma função de SOA. (Ver a linha do tempo do paradigma mostrado na Figura 3.5a.)
Os achados gerais de um estudo que usa esse paradigma estão no gráfico na Figu-
ra 3.5b, em que o TR2 é representado como uma função de SOA. A linha horizontal
(TR2 marcado) é o valor de TR2 quando o primeiro estímulo não é de todo apresentado;
representa o TR "comum" (sem interferência) a este estímulo usando esta resposta.

Som Luz Mão direita Mão esquerda


S S R, R2
, 2 '

'1

Tempo•--co---fiD
1 . --..-.ioi
'
IC
'1

---------.cJ.,-.------------1~bc....
':

la
1

300

250

íii'
.§. 200

150
TR de controle
-~ ------0

I FIGURA 3.5 Paradigma da dupla estimulação (a) e 100


resultados de experimento por Davis (1998) (b), mos-
trand0 que o TR é prolongado grandemente na menor
2
SOA. 150 250 350 450
50
Re,rnores - . dos de Davis SOA(ms)
195 ' sd, com auto rização, de Schmidt e Lee 2011, Da b
9

> continua
~Le=e~----------------------------
~52~_!Ri~ch~a~rd~A~-~S~c~hm~i~d~te:.Ti~1~m~o~th~y_!:D~.

> continuação tuado no TR enquanto o prime·


OA há um atraso acen 2 iro
Dependendo da duração de S ' d SOA é de cerca de 50 ms, o atraso é muito
O
estímulo está sendo processado. Qbuand ªlorde TR se comparado com o valor con-
. que o do ro o va v . . . . d h
grande, e po d e ser mais . atraso em TI¼ dimmm, mas am a á algum
1
trole. A medida que a SOA se pro onga, ºsoA de 200 ms ou mais. A hipótese de canal
d - de TR mesmo com a á 1
atraso na pro uçao 2 • • 'nalmente proposta como respons ve por efeitos
01
único (Welford, 195 2 ), que ongi · m· ento do primeiro estímulo e da resposta blo-
ar
como esses, g .
umenta que o processa d
. . t do segundo estímulo e a resposta até esse mo-
queia completamente O pro~:~~S:ª;r~meiro estímulo e da resposta f?i concluído. Um
menta em que º. processam b dados como esses acredita que o maior atraso em TR 2
ensamento mais recente so re d . d _
P · & ê • tre os estágios de programação o movimento essas açoes.
surge da inter1er ncia en

Exploração adicional .
aração mais importante neste paradigma é o TR para o segundo de
1. Por que a Comp . • • tí 1 ?
dois estímulos pouco espaçados, e não a resposta ao primeiro es mu o.
2 . Como se esperaria que a magnitude do efeito d? P~ mu~ass e dependendo do
número de escolhas envolvidas na resposta ao primeiro estímu1o•7

menta, e que este estágio pode organizar e iniciar complexa, que envolve um movimento para ini-
apenas uma ação de cada vez, como esquematizado ciar uma jogada, um atraso para retê-la, e então o
na Figura 3.6. Qualquer outra ação deve esperar até arremesso real - tudo feito em rápida sucessão. O
que o e~tágio tenha terminado de iniciar o primeiro. movimento do arremessador é organizado como
Esse atraso é maior quando o tempo entre estímu- uma única unidade e é preparado como qualquer
los (SOA) é curto, pois nesse momento o estágio de outro movimento seria no estágio de programação
programação do movimento está apenas começan- do movimento. No entanto, o jogador de defesa
do a gerar a primeira resposta; essa resposta deve vê apenas a primeira parte dessa ação; isso pode
ser emitiqa antes que o estágio comece a gerar a ser considerado corno o primeiro estímulo (S1l no
segunda resposta. A medida que a SOA aumenta, paradigma de dupla estimulação, e desencadeia a
mais da primeira resposta terá sido preparada no resposta para bloquear o arremesso, que só ocorre
momento em que o segundo estímulo for apresenta- mais tarde. O processamento do primeiro estímulo
do, para que haja menos atraso antes do estágio de conduz a grandes atrasos na resposta à nova infor·
programação do movimento ser desfeito. mação de que o arremesso foi retido, que é uma f~-
Mais um achado é de interesse nesse momento. sa (como indicado pelo fato de que o segundo e5ll·
Quando a SOA é muito curta, digamos menos do mula, S2 , o arremesso real está sendo feito agora).
qu~ 40 ms, o sistema motor respqnde ao segundo O resultado é que a primeira resposta (movimento
estimulo de uma maneira muito diferente. o sis- _ . e essen·
para bl oquear) nao pode ser retida, e ocorr .
tema responde ao primeiro e ao segundo estímu- · 1mente como foi planeJ· ada. Isso ena · um atra, 0
crn
lo como se .fossem um só, 0 que produz ambas as . d posta
respostas mmto grande para iniciar uma segun a res, ·t
. d s1multaneamente. Nesse fenôme no, d e- . . . l e e fe1o
corretiva ao bloqueio do arremesso rea , qu. d r
nomma o agrupamento, os primeiros estágios de . ioga o
proce~samento presumi~e~mente detectam ambos mrus ou menos ao mesmo tempo em que O , ,. e·
os estimulos como um defensivo está caindo de volta no solo apos f? il
_ . unico evento e organizam· e
gar a 1arsa "
. Isso tudo torna o arremesso muito ac0
urna úni ca açao, mais complicada, em que ambos
os membros respondem simultaneamente. P'?'ª 0 Joga
· d or de ataque e deixa,
. ao mesmo ternP '
O fenôme~o de _refratariedade psicológica que
0
Jogador da defesa desorientado. de
acabamos de d~scutrr é responsável por muitos dos Alguns princípios de falseamento urgern 0 s
Pesqmsas.. . . mente,
processos suh1acentes em falseamentos. No bas- sobre refratariedade. Primeira . dis·
quete, por exemplo, o jogador que faz os arremes- falso - a primeira resposta - deve ser real 1stª• te·ª
f .
sos pré-programa uma única ação, relativamente mta e clara, para que o jogador de defesa trª
f 1sea·
como um arremesso rea,1. Segundo, para um ª
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _..!_A~p~r~e~
nd~i~za~g~e~m~e~P~e~rf~o~rm~an~c=e~M~ot~o~
·ra~-5~3

Tempo
.. MffiüíiMMi·l•l·14Miiif:a &i44t@61iMMi!D

s, -r-----------

S2 entra n~ garrafa 100 ms após s,, mas é retardado no


gargalo ate a resposta S1 ser programada.

s, --r----------.. . .
s2--;---------------..J
1 3.~ Um gargalo ~e processamento da informação no estágio de programação do movimento ocorre quan-
est1mulos (~, e S) sa_o apresentados com 100 ms de intervalo. Em (a), o primeiro estímulo entra no sistema de
pro.cessamento da informaçao. Em (b), o segundo estímulo é introduzido, mas é retardado no gargalo enquanto a pri
meira resposta é programada. Isso é semelhante ao que acontece em resposta a um falseamento em esportes rápidos~

tmenta eficaz , a açao


- urnca
, · programa d a que contém, estágio de programação do movimento, chamada
anta arremesso falso como o real é planejado de
O de técnica de tarefa de atenção. Aqui, o pesquisa-
modo
r as eparar o arremesso falso (estímulo 1) e o dor faria o indivíduo realizar uma tarefa (chamada
1
ea (eS tímulo 2) de modo suficiente para gerar um tarefa primária; poderia ser de natureza discreta ou
matraso rel ªtivamente
· grande para a resposta ao estí- contínua). Em algum ponto estratégico no desem-
10 2 penho da tarefa primária, o pesquisador iria son-
fal: -.A Partir dos dados na Figura 3.5, para que o
em~ seia maximamente eficaz, essa separação fica dar (ou testar) a atenção exigida na tarefa principal
siad orno de 60 a 100 ms. Se a separação for dema- apresentando uma tarefa secundária, em geral um
0 falamante curta, o jogador da defesa pode ignorar
estímulo discreto, como um tom ou luz (o estímu-
(a~º e responder, em vez disso, ao arremesso real lo de sondar, probatório). Agora, a tarefa adicio-
defe pamento). Se a separação for muito longa, o nal do indivíduo seria responder ao estímulo tão
rapidamente quanto possível, com uma resposta
TR nsor resp on dera, ao segundo estímulo
, com um
essenc·1 1 manual (p. ex., pressionar uma tecla) ou vocal (p.
perdido ª mente normal, e o arremessador terá
ex., dizer "pare") e o TR iria medir o atraso para
ª vantagem do falseamento. responder à sondagem. Com essa estratégia, o pes-
quisador usaria o TR probatório como uma medida
Téc · da atenção exigida pela tarefa primária; uma tarefa
nica de tarefa de
aten ... primária que exige mais atenção resultaria em res-
çao (probe-task) postas mais lentas ao sinal de estímulo probatório
Alguns do que uma tarefa primária que demandou menos
rente pesquisadores usam uma abordagem dife-
para O estudo da atenção exigida durante 0 atenção.
4 Richard A. Schmidt e Timothy D. Lee

Um exemplo de como essa técnica é utilizada


dos movimentos de apo~t~ efigia;1 alguma aten.
ção, uma vez que o ~ m e(eva o lem) relação à
----
ia. pesquisa é o trabalho de Posner e Keele 1969 ) · co
ndição de não movimento contro e . Segunct
d ,, d o,
w seu estudo, os indivíduos foram convi~ados natureza "curva a as curvas, tanto do alv 0
'd b' fvo
1 ' v1sual- ª equeno como do grande no gráfico, sugere qu
:1. fazer um movimento rápi 0 , 0 Je .
mente guiado usando uma alavanca, por me1~ da p
as demandas- d e atençao- nao- 1oram
e ·e
um1ormemen. e
rotação de 135º para um alvo. Os indivíduos fize- te distribuídas por todo o movimento. Os TR pro.
ram. esses movimentos para grandes ou pequenos batórios elevados nas posições que representam 0
alvos - sendo que a ideia é que os alvos men_?- início (posição 0°) e final (posição 135°) do movi.
res podem exigir mais da capacidade de ate~ç~o mento sugeriram que esses foram partes do movi-
devido ao aumento dos requisitos de prec1sao mento que demandaram mais atenção do que as
do apontar. A técnica de atenção foi us~da para posições médias (isto é, posições de 15 , 45 , 75 , e
avaliar as demandas de atenção em vários pon- 105º). Por último, o TR probatório para a curva de
tos durante o movimento - ou antes do início do alvo pequeno era geralmente maior do que para a
movimento, no ponto de iniciação, ou em vários curva de grande alvo, indicando que movimentos
pontos posteriores. Ensaios que avaliaram o TR com maior exigência de precisão demandam mais
também foram realizados em uma condição de
atenção do que os movimentos com exigências
controle, na qual não foi feito nenhum movimen-
to de apontar. menos precisas.
Os resultados do estudo de Posner e Feele são Contudo, essas técnicas de tarefa de atenção
apresentados na Figura 3. 7. Existem vários fato- secundárias não são isentas de limitações e proble-
res interessantes aqui. Primeiro, o valor de TR de mas. Como veremos mais adiante (no Capítulo 6),
controle (representado como uma contínua na fi- a produção de dois movimentos ao mesmo tempo
gura perto de 260 ms), era consideravelmente me- introduz desafios de coordenação especiais para o
nor do que os TR probatórios paFa qualquer um sistema de processamento. Se os movimentos são
dos outros pontos dos dados no gráfico. Isso foi compatíveis (p. ex., manter um ritmo de batimento
interpretado como indicando que todas as partes com duas mãos, como em tambores), então, dois

~ ~"V'"'" ' • -~

(
--o-- Alvo Pequeno
--O-- Alvo Grande

500 ~~"""""""',.,,.,,.,,,' 1j
400

ã,
.§.
300

TA ccmtrote (sem movimento)


200

O 15 45 ·
15
1 FIGU Posição em _7 os 135
RA 3.7 Demandas de aten - movimento (graus)
~pontar visualmente guiado para u~~l~~mo medido por TR probatório , . o de
no quando nenhum movimento de gran~e ou pequeno. A linh em vanos pontos durante o movirnent tó·
Reproduzida, com permissão d P . . . apontar esta sendo feito a reta denota TR médio para o estímulo proba
' e osneç e Kee,e 1969. .
--- mbros podem ser coordenados de tal modo
!lle não há detrimento para a performance (p. ex.,
que th & Ivry, 1996). Um problema surge quando
Aprendizagem e Performance Motora 55

das pelo atraso no TR probatório foram "contami-


nadas" pela concorrência entre as exigências do
Helmu roais ações m . d epen d en t es tAem ex1genc1as
. A . movimento. McLeod (1980) constatou que muito
duas ou . . t' . p l menos competição ocorreu entre uma tarefa de
• ·se temporais mcompa 1ve1s. or exemp o,
espacial . .d d . membro primária e uma resposta probatória vo-
membro pode ser ex1g1 o para pro uzu uma
UD: 0 es acial enquanto outro produz uma ação cal, por exemplo, e forneceu uma avaliação menos
ª?ª
d1feren
t~ _ tal como esfregar a barriga e bater na
p 1· ·tm
contaminada da demanda de atenção. Esse tipo de
ideia deu origem à noção de "pools" de atenção,
0 mesmo tempo. o 1rr1 os, em que um
cabeçba ªproduz um batimento mais rápido do que em que um determinado pool estaria relacionado
roem ro ·tm ) - com respostas vocais e outro pool estaria relacio-
o oudetr o membro (p. ex., 4:3d n .d os' , sao. um exem- nado com respostas motoras. Teremos muito mais
pio tarefa desafiadora
, . ev1 o as ex1gencias de
A •

a dizer sobre a movimentação de dois membros ao


0 incompatíveis.
temb problema da técnica de atenção (probe-task)
mesmo tempo quando discutirmos a coordenação
no Capítulo 6.
, esponder manualmente a uma sondagem

~:s
e que r d . f
d produzir efeitos e mter erencia espec1 1-
A • 'f'
~mais e acima daqueles associados à atenção) Foco da atenção durante a ação
em uma tarefa primária manual (McLeod, 1980).
N St udo de McLeod, isso ocorreu porque a na- Uma área de pesquisa relativamente rece~te em
oe d agem f01..m- relação ao estágio de programação do movimento
tureza da resposta manual . para a. son. e
'vel com o movimento ex1g1do para a tareia diz respeito a um foco de atenção ~~comandado_ do
campati - 1· executante. O executante se senhna melhor due-
. . ai . Assi·m , as demandas de atençao ava ia-
prmc1p
cionando o seu foco para uma fonte interna, por

,,
•-
-1"1.
1,
.,,' 1

-t.

~. .-
_.
~~\':fi~ '-' - d
A
f' maior
.
. se os movimentos forem mcompa ,-
r
1P....__ " ---
rodução de dois movimentos ao mesmo tempo .in troduz um •esa, 10'da com uma mão do que com a outra.
ma batida mais rap,
" ei.s, como quando um tocador d e tam bor toca u
55~6-~R~ic:!h~a~rd~A'.:-~S~c~hm~id~t.:.ª_I_T~im~o~th~y~D:-~L::e.:.e______________________
:
exemplo, por meio da monitoração do mov~ento
em curso, ou a atenção seria direcionada mais ~fe-
TOMA.DA DE DECISÃO
SOB ESTRESSE
---
tivamente a um alvo externo, tal como um ob1eto
a ser atingido ou o efeito pretendid? que a ação
A ativação, o nível de excitação produzido
. sob es.
terá sobre o ambiente? Pesquisa considerável con-
tresse, é um aspec t o comum d e situações de
duzida por Wulf e colaboradores sugere que, em
formance habilidosa. Isso é certamente verdadP~r-
quase todas as situações, um foc~ exten1;0. de aten- . d . eira
ção resulta em performance mais qualificada do para mmtos eventos esport1vos, em que a pressão
que um foco interno de atençãó. Esses estudos têm para ganhar e a ameaça de perder, bem como •
fluências de multidão, são fontes importantes:·
revelado benefícios muito impressionantes para a
performance, observados em uma ampla varied_ade O d:
ativação emocional para os jogadores. nível
de tarefas de laboratório e do esporte, e para crian- ativação imposta por uma situação é um determi-
ças, adultos e idosos saudáveis (ver Wulf, de 200-7, nante importante de performance, particularmente
para uma revisão). se o desempenho for dependente da velocidade e
Um aspecto dessa pesquisa que ainda preci- precisão na tomada de decisões.
sa ser esclarecido é este: em que nível de habili-
dade um foco externo seria preferível a um foco
interno? Talvez essas instruções de foco interno Princípio do U invertido
beneficiem indivíduos que são apenas iniciantes,
com um foco externo preferido para aqueles que Pode-se pensar em ativação como o nível de ex-
alcançaram talvez até apenas uma proficiência mí- citação ou ativação gerado no sistema nervoso
nima (p. ex., Beilock et al., 2002; Perkins-Ceccato, central. Por exemplo, os baJxos níveis de ativação
Passmore, & Lee, 2003). Vamos voltar à questão do estão associados a estados semelhantes ao sono, e
foco de atenção quando se considera o processo de níveis elevados estão associados a estados agita-
aprendizagem no Capítulo 9. dos e extremamente alertas encontrados em situa-
Outro aspecto a considerar sobre essa pesqui- ções que ameaçam a vida. As influências do nível
sa é que esses efeitos ocorrem quando alguém está de ativação sobre a performance têm sido estuda-
focado em alvos internos ou externos durante .a das há muitos anos. O princípio do U invertido
execu?ã~ da habilidade. Por exemplo, uma ginasta (ou, a Lei de Yerkes-Dodson, [1908)) representa
especialista pode passar por uma série de pensa- uma visão antecipada da relação entre ativação e
~entos internos e externos durante uma prepara- performance. A ideia é que o aumento do nível de
çao pré-performance. Mas, quando vem o momen- agitação geralmente melhora a performance, mas
to de realizar o movimento, a pesquisa sugere que só_ até certo ponto. A qualidade da performance
um ~oco externo vai produzir os resultados mais atmge seu pico em algum valor intermediário de
qualificados. E, como nós discutimos mais adian- at~vaç!o e ela deteriora à medida que o nível de
t~ n~ste capítulo, as consequências para um espe- ativaçao aumenta mais - por isso a função em U
cialista de reverter para um foco interno durante invertido.
ea execução
'd do .movimento
· po d em ser desastrosas, . O ~uporte para a aplicação do princípio do
pof em explicar uma grande proporção dos ca- mvertido para a performance motora humana foi
sos amosos de atletas e músicos que "entr
~mtl. colapso"_(choked) sob pressão (Beilock, 2~;:
etas qualificados que desemp enh am rotmeira. . ·
fornecido por um estudo de Weinberg e Ragan
(197 8). A tarefa envolveu jogar bolas a um alvo,
t e os níveis de estresse foram induzidos por com·
men e com um foco externo de atenção , . -
mudam seu foco sob pressão ara ' as ":,ezes, paração (falsa) das performances dos indivíduos
-~
movimento (talvez pensand 0p a produçao do com as d e outros indivíduos como eles (menin
• em como real· eStndantes dos primeiros anos do ensino médio),
o movimento, ou como vai sent· . . izar
ir o mov1me t Na condição de "alto estresse" 90% do grupo de
. quan d o ele é realizado). Essa mudan no "c ' er·
atencional pode reduzir a qual'd. d çda no foco omparação" supostamente apresentou uma Pd0
i a e o desem- formance mais precisa do que os indivíduos .
penh . o, 1evand o ao foco mais interna!' d
·d . d d iza o e uma
gran · e ansie a e. Essa esp~.u...al d escen d ente g teS t e. Os autores supuseram com boa justificatl·
va: acr. e d't '
1 amos, que os meninos estudantes dosar
uma das causas de colapso. era
primeiros anos do ensino médio iriam consider
esset·ipo d e feedback da informação como prov~
Aprendizagem e Performance Motora 57

cadora de ativação ou estresse. Os grupos de es- velmente é melhor não colocar muita fé na forma
tresse moderado e baixo foram informados de que "simétrica" dessa função em U. Como mostrado
60 e 30%, respectivamente, do grupo de compa- na Figura 3.9, as evidências mais recentes e a te-
ração pontuaram com mais precisão do que eles. orização sugeriram que diferenças de tarefa, assim
Quando os indivíduos realizaram a tarefa nova-
mente, após essas falsas declarações indutoras de
estresse, os seus desempenhos estavam conforme
as previsões do princípio de U invertido, como
mostrado na Figura 3.8.
o princípio de U invertido pode ser sur- 11

preendente para muitos que lidam com o esporte


e treinamento, pois geralmente se acredita que 0
quanto maior o nível de motivação ou ativação, :e
'GI 10
mais eficaz será a performance. Os treinadores E
0
frequentemente gastam uma grande quantidade 0
Ili
de tempo antes dos jogos tentando levantar o ní-
vel de ativação do time, e ouvimos os comentado- .
E
!
as
G)
9
res de esportes dizerem que a performance de um "C

time foi ruim porque os jogadores não estavam !


0
u
"empolgados" o suficiente para a competição. Ili
w 8
No entanto, essa visão geral é contrariada pelas
evidências experimentais: um nível alto de ati-
vação somente é eficaz até certo ponto, enquanto
aumentar ainda mais a ativação na verdade pre-
judica a performance. Baixa Moderada Alta
Ativação
1 FIGURA 3.8 Instruções indutoras de estresse têm
efeitos sobre a performance que são compatíveis com
Variações do princípio do U invertido
as previsões do principio do U invertido (de Weinberg
Com os anos, a forma geral do U invertido tem sido & Ragan, 1978).
uma boa orientação para a reflexão sobre a relação Reimpressa, com autorização, de Schmidt e Lee 2011; Dados de Weinberg
entre agitação e performance. No entanto, prova- e Ragan 1978.

as
o
a:i

3e
e
ai

,@
t

as
i
l~~~~~-----~
e
. . . ___.~~==:----,:.__.:-;;.: .: ;:~ ~~~~
Baixa
Moderada
Nível de ativação

I FIGURA 3.9 Variações ao princípio de U invertido.


PRÃTIÇA
-
'-'
g_~
Pânico automotivo
,. _ a rofessora de 35 anos de idade relatou que havia acabado
1
Era uma manha norma h P tes de ir para a escola. Ela parou para tomar um café no
de. deix • ar O filho na crec e an câmbio de engatado para ponto morto para poder pegar
1 0
drive•t~:i: :i~ad: 0 copo no suporte de café, ela pretendia colocar o pé no
ª c~eir · P d va O câmbio de volta do ponto morto para engatado. De repente
freio enquanto muba ptamente para frente e ganhou velocidade. Pressionar mais fort~
o carro moveu-se a ru . . .d d .
· parecia apenas fazer o carro ir mrus ráp1 o. Pensan o que os freios
0 pe d al d o fr 010 • e • d d t
haviam falhado, a professora pressionou com mais 1orça run a, e es a vez o pedal foi
fim. o carro atravessou o estacionamento, totalmente fora de controle, com
todo até O d l'd' ., 1
a motorista em completo estado de pânico, antes eco 1 ir com um veicu o estacio-
nado no outro lado da rua. Os air bags foram acionados, e felizmente ninguém ficou
seriamente ferido. Foi só então, já que o motor continuou a rodar com as rodas ainda
guinchando, que a mulher percebeu seu erro - ela havia pressionado o acelerador em
vez do freio.
Essa história ilustra uma série de questões importantes sobre o controle motor ao
qual voltaremos mais adiante no livro: como orientamos os movimentos na ausência
de feedback visual; como os erros de seleção de movimento podem ocorrer sem nossa
detecção;. como e quando fazemos correções de erros; e finalmente, e mais importante
para nossa discussão atual, o fato de que os modos normais de processamento de in-
formações podem deixar de operar quando estamos em um estado de pânico, às vezes,
chamado de hipervigilância .
. À m:dida que você reflete sobre essa história, há uma série de soluções fáceis para
ª. situaç~o que vem à mente. Desligar a ignição, mudar a marcha para o ponto morto e
ti:ar pe d? pedal teriam todos resolvido o problema. Mas nesses casos de aceleração
nao mtenc10nal
. ., ' um fenômeno que ocorre muito · comumente, nenhuma dessas ações
corretivas e normalmente tomada (Schmidt 1989) Em vez d' , 1 t 1 um
agente externo tal ., ' · isso, e gera men e a g
A hiperv· ~l" c_omo uma arvore, parede, ou outro veículo, que faz o carro parar.
1g1 ancia ocorre nos mais altos n' · d .
ção não intencional O tr d iveis e ativação. Nos casos de acelera-
' con o1a or parece "congelar" d· - d
controle do movimento normal como d . . na ireçao, tanto em termos e
Em um estado hipervigilante a tomad:dahvid~d~s ~e processamento de informações.
em uma incapacidade de prod' . _ e decisao e gravemente limitada, resultando
•ignição) e um desempenho , uzir f' açoes " ena· rivas " (por exemplo, desligar a chave de
1
~
Sao re1ativamente
• raros. Masne uicazdem geral · Fel'izmente, estados de h1perv1g1• · ·1"ancia
·
completamente mudado para qr: .º eles ocorrem, o destino do indivíduo é quase
cessamento de informações emº ,. ~10namento "lutar ou fugir" de um sistema de pro-
. pan1co.

como as diferenças ind. . d .


indivíduo, podem resu~:~ ~:smna "agitação" do e . ·1 tradas
onsidere as três curvas hipotéticas 1 us ,,1,.''
formas de curva, com performan ud_anças para as na figur a 3 .9. A curva cinza
do quer nas extremidades i f . ce ideal ocorren-
. claro mareada efll
mostra :rnance
res do contínuo de agitaçã: eriores como superio- , . um aumento acentuado da penar pieº
n1ve1s relativamente baixos
. . ~
de ativaça '
0 coJll .
}í111°
d e perform de deC .
ance e, em seguida começo •vaçH(l•
mesmo ant es de um nível moderado
' de atl
Aprendizagem e Performance Motora 59

Tal curva pode representar a forma da função ati- tematicamente menos estímulos periféricos são
vação-performance par~ ~a tarefa particularmen- detectados, com maior foco sobre os aspectos es-
te complexa, talvez ex1gmdo controle motor fino perados ou importantes da tarefa e maior foco na-
(enfiar uma agulha) ou cognição (jogar xadrez), ou quelas fontes de informações mais pertinentes ou
para um indivíduo que funciona melhor em con- esperadas na tarefa (localizada na visão central).
dições calmas. Em contrapartida, a curva cinza Isso é um mecanismo importante porque possibili-
com a indicação "C" poderia representar a função ta à pessoa dedicar mais atenção àquelas fontes de
ativação-performance para uma tarefa muito sim- estímulo que são imediatamente mais prováveis e
ples, talvez exigindo grandes quantidades de força relevantes. O estreitamento perceptivo não é limi-
com muito pouca cognição (p. ex., powerlifting) ou tado à visão, mas aparentemente ocorre com cada
para uma pessoa q~e pro~pera.sob pressão. O pon- um dos sentidos de uma maneira análoga.
to aqui é que o U mvertido simples (curva preta A hipótese de utilização de dicas de Easterbrook
marcada como "B" na Figura 3.9) pode representar (1959) também ajuda a explicar o princípio do U
melhor muitas outras tarefas que têm níveis mé- invertido. Quando o nível de ativação é baixo e
dios de complexidade, envolvimento cognitivo, o campo de percepção é relativamente amplo, o
e assim por diante. Esses princípios foram reco- executante tem acesso a, e utiliza, uma ampla va-
nhecidos e estudados nas áreas de psicologia do riedade de dicas, sendo que apenas algumas delas
esporte e exercício, em que o problema geral tem são relevantes para o desempenho eficaz, por isso
sido compreender os efeitos do estresse e ativação a performance fica abaixo do ideal. À medida que
na performance e examinar como os procedimen- o nível de ativação aumenta e o foco de atenção se
tos de ativação-regulação podem ser utilizados estreita para a maioria das dicas relevantes, mais e
para gerenciar os níveis de ativação antes da per- mais das dicas irrelevantes são excluídas, de modo
formance (p. ex., Weinberg & Gould, 2011). que a proficiência aumenta porque o executante
está respondendo às dicas mais relevantes. Embora
que, quando há ainda mais ativação, o estreitamen-
Estreitamento perceptivo to perceptivo aumentado significa perda até mes-
mo de algumas das dicas relevantes, por isso a per-
Uma mudança importante no processamento da formance começa a sofrer, particularmente onde as
informação que ocorre com a ativação alta é o es- dicas não são altamente esperadas. O nível ideal de
treitamento perceptivo - a tendência para o cam- ativação presumivelmente é aquele em que o foco
po perceptivo encolher sob estresse. Esse fenôme- atencional estreitado exclui muitas dicas irrelevan-
no é conhecido como "visão de túnel", em que o tes, mas possibilita que a maioria dos indícios rele-
mundo parece ser visto através de um tubo de tal vantes sejam detectados.
maneira que todo o foco esteja em visão central.
Também foi chamado de "foco de arma", em que a
vítima de um roubo a mão armada, em pânico, não Colapso sob pressão
consegue identificar o ladrão porque sua atenção
estava voltada para a arma. Por exemplo, conside- Um dos momentos mais dramáticos nos eventos
re como a visão muda para o novato no esporte re- esportivos de alto nível ocorre quando um indiví-
lativamente estressante de mergulho em alto mar. duo ou equipe, aparentemente a caminho de deter-
Weltman e Egstrom (1966), por exemplo, apresen- minada vitória, faz a coisa inimaginável, joga des-
t~am estímulos de reação em vários locais perifé- leixadamente, e perde. Exemplos relativamente
nc?s _para estudantes de mergulho que tinham sido recentes de colapsos de equipe incluem as equipes
solicitados a realizar uma tarefa motora simples. de beisebol de 2011, Boston Red Sox e Atlanta Bra-
Em terra, onde o mergulhador pode operar sob ní- vas, sendo que ambos perderam grandes lideran-
vel baixo de ativação, a faixa de possíveis fontes ças em setembro e não foram às finais. Rory Mcll-
de estímulo às quais o indivíduo pode responder é roy forneceu um exemplo individual no torneio de
rel ªfivamente ampla, representando a maior parte golfe Masters de 2011, quando ele fez 7 tacadas no
do campo visual. Todavia, no fundo de uma pisci- back nine em um colapso de domingo. Todo mun-
na, e especialmente no fundo do oceano, em que do provavelmente pode lembrar-se de aconteci-
:e pensa que a ativação aumenta, o campo visual mentos como esse, e não há falta de exemplos em
orna-se mais estreito e intensamente focado; sis- cada esporte.
~60~~R~i~ch~a~rd~A~.S~c~h~m~id~t~e~T~i~m~o~th~y_l:D~.~L~ee:..__ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
___

se as atividades de processamento de informações


O que define um "colapso"? E, mais importante,
de uma determinada tarefa excedem os recursos
por que ele ocorre e como pode ser evitado_? s_egu~-
disponíveis, a performance desta tarefa e, talvez
do a maioria dos relatos, colapso sob pressao e mais
uma segunda tarefa tentada ao mesmo tempo, irá
do que simplesmente uma performance fra~assada
em uma situação importante. Não se esperaria, nem sofrer. De acordo com um conjunto limitado de
mesmo dos melhores jogadores de basquete, que circunstâncias, o processamento pode ser feito
acertassem todos os tiros livres ou todo arremesso "em paralelo"; ou seja, a performance em duas ta-
com salto nos últimos segundos, com o jogo na li- refas pode ser realizada junta, sem interferência.
nha. Em vez disso, o termo "colapso sob pressão" Assim como, em circunstâncias comuns de um
é reservado para situações em que os executantes coquetel, em que podemos ignorar as conversas
mudam sua rotina normal ou não conseguem se em torno de nós, a concentração em uma conver-
adaptar a uma situação de mudança, resultando em sa com uma determinada pessoa pode ocorrer até,
falha de performance. As razões para um colapso por exemplo, seu nome ser falado em uma conver-
têm tanto a ver com erros de processamento de in- sa próxima. Outros achados tendem a concordar;
formações como com erros na performance motora. informações sobre a cor da tinta de uma palavra
A teoria de controle de atenção (Eysenck et e o significado da palavra parecem ser proces-
al., 2007) sugere que níveis elevados de ansiedade sadas em paralelo; mas há considerável interfe-
tendem a reduzir as atividades de atenção seletiva rência envolvendo a seleção da ação (o teste de
"controladas" do executante e aumentam a aten- Stroop). Pessoas podem tornar-se "cegas" para de-
ção para determinados indícios potencialmente terminados estímulos se a atenção for direcionada
salvadores da vida. Essa mudança de controle de fortemente para outros lugares, por exemplo, não
atenção resulta em um aumento da competição conseguindo perceber o "gorila" à vista quando a
por recursos, que tem um efeito devastador sobre atenção dos indivíduos estava fortemente direcio-
a eficiência de processamento e, finalmente, leva à nada para outro alvo. Isso parece estar relacionado
degradação da performance e ao colapso. com uma classe de colisão de veículo automotores
Em contrapartida, pesquisadores como Beilock em que um motorista olhou, mas não conseguiu
(2010) sugerem que o colapso sob pressão ocorre
ver (isto é, perceber) um veículo que se aproxi~a.
quando, exi~te uma mudança no / oco de atenção
Por outro lado, muitas tarefas altamente pratica-
de alguem. A medida que a pressão aumenta para
das tendem a ser realizadas sem muita atenção;
uma boa performance em uma situação crítica,
isto é difícil de conseguir sem extensa prática
atletas que entram em colapso frequentemente mu-
dam da ~erformance em um tipo superaprendido, sob condições adequadas. Embora possa pare~er
automátic? de foco atencional (externo) para um que somos capazes de dirigir um carro sem
- estudos de motoristas que tentam d1n°ir
a t ençao, 0
~ºo~º ::enc1onf mais consciente, controlado (inter- . t mp 0
. sa _mu ança em atenção equivale a mudar e conversar ao telefone celular ao mesmo e
· osa.
. p~a l ;111 tipo de controle típico de hab ·1 ·d d mostram que esta é uma combinação peng .
primeiros estágios da prática. 1 1 a es nos A maior. 1·imitação
. da atenção parece es
tar no es
do
,. · d e programação do movimento. o ehama as
t ag10
período refratário psicológico (PRP) fornece e
evi'd"encias.
· O ponto de vista geral parece ser. qudas'
RESUMO embora possamos ser capazes sob determina 5•
· . ,.. - nos e
circunstancias de responder sem atençao de
Uma boa maneira de pensar b tágios de identificação dos estímulos e seleçao da
ginar um "pool" d so re a atenção é ima- respo st a, apenas uma ação pode ser progra:11ªdo
e recursos de tal man .
eua que, de c~da vez durante o estágio de prograniaçao
movimento.
Aprendizagem e Performance Motora 61

AUXÍLIOS PARA APRENDIZAGEM


Aprendizagem interativa
Atividade 3.1: revise os conceitos associados a limitações na atença-0 mb ' d t •
·
re1ac10na d os a suas d e fi mçoes.
· - co man o ermos

Atividade 3.2: indique se cada uma em uma lista de características aplica-se ao processa-
mento controlado ou processamento automático.

Atividade 3.3: usando uma figura do texto, explore como a relação do U invertido entre
ativação e performance varia de acordo com a situação e a pessoa.

Exercício de princípios para aplicação


Atividade 3.4: o exercício de princípios para aplicação deste capítulo prepara para escolher
uma atividade e analisar as demandas de atenção de três situações de performance dentro
da atividade. Você também vai indicar se a demanda por atenção refere-se principalmente
ao estímulo de identificação, à programação de resposta, ou à programação de m ovimento,
e examinar como o estresse pode afetar a tomada de decisão durante esta atividade.
-·. trf'.: ,d

Verifique sua compreensão


1. Tanto o processamento paralelo corno o se- gramação do movimento do processamento da
rial pode ocorrer durante o estágio de iden- informação.
tificação do estímulo de processamento de 3. Com relação à atenção, explique porque um
informação. Forneça exemplos dos tipos de salva-vidas em uma piscina lotada pode achar
informações que podem ser processadas em mais difícil executar seu trabalho à medida que
paralelo e em série quando um escalador de ele se aproxima do fim do seu turno. Quais os
montanhas decide que movimento fazer. fatores que influenciam a sua capacidade de
2. Explique corno um falseamento no basquete- manter a atenção? Sugira duas políticas que
bol em cadeiras de rodas ilustra urna interfe- um local com piscina poderia adotar para faci-
rência forte entre atividades no estágio de pro- litar a atenção sustentada dos salva-vidas.

Aplique seu conhecimento


1. A maneira como a informação é processada z. Quando se faz mountain biking, alguns c1f'clis-
durante o estágio de seleção da resposta de tas que não têm nenhum problema em azer
um processamento de informação pode ser ma trilha reta têm dificuldade em executar
muito diferente entre um novato e um espe- tarefa idêntica (andando em uma linha reta)
em uma ponte que tem a mesma largura (ou
cialista que realiza a mesma tarefa. Descre-
mais larga) do que a trilha, resultando em um
va os tipos de processamento, destacando as
desempenho pior ou mesmo uma queda. Que
principais características de cada um. Corno
el O foco na atenção pode desempenhar
a interferência na tarefa está relacionada com paP · ' · d o U.m-
ste fenômeno? Como o prmc1p10
cada tipo de processamento? Como uma pe~- ne d . d ar a exp l'1-
vertido poderia ser usa o para a1u
soa que está dançando uma valsa pode reali- r por que uma ponte sobre um desfiladeiro
zar diferentemente como um novato e como
~:de tornar a tare~a d_e -ª~~ar de bicicleta em
um especialista? uma linha reta mais d1fíc1l.
62 Richard A. Schmidt e Timothy D. Lee

Sugestões de leitura complementar


nadas com a atenção. Davies e Parasuraman ~-;j
Muitos livros e artigos de revisão sobre a atenção discutem a atenção sustentada em mais detalh
e performance humana foram escritos. As obras Weinberg e Gould [2011] discutem . a agitaçãoes.
'o
de Wickens e McCarley (2008), Chun, Golomb, e d
estresse e outros temas e especial importância
Turk-Browne (2011) e Kahneman (2011) são ex- na psicologia do esporte e do exercício. O livro de
celentes recursos recentes (2007). O livro de Wulf Beilock (2010) sobre colapso também é uma lei-
sobre o foco de atenção é de especial relevância tura fascinante. Ver a lista de referência de todos
para o desempenho motor e aprendizagem. O livro estes recursos adicionais.
de Chabris e Simons 2010) discute a cegueira da
desatenção e outras questões fascinantes relacio-

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