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Memória e atenção
Apresentação

Júlia, Soraia, Joana

1. Introdução (Importância da memória no comportamento, sendo ela um


processo ativo e dinâmico)
2. Atenção
a. Definição
A atenção é um processo cognitivo que consiste na capacidade de concentrar a
atividade mental em estímulos relevantes, mesmo em ambientes com várias distrações, para
depois processá-los.

b. Tipos de atenção
Existem vários tipos de atenção, mas para não estar aqui a falar ao pormenor de cada
uma, separei quatro delas.
● Para começar, temos a atenção seletiva, que nos permite escolher em qual estímulo
iremos concentrar a nossa atenção, mesmo quando estamos sujeitos a outros, daí o
nome seletiva/seleção. Um exemplo de situação em que se pode verificar esse tipo
de atenção é quando decidimos nos focar no que o colega ao lado está a dizer, ao
invés de prestar atenção na explicação do professor.
● A atenção alternada consiste na habilidade de mudar o foco da atenção entre os
diferentes estímulos. Isso acontece, por exemplo, quando alguém está conduzindo e
tem que estar atento tanto ao ato de conduzir o veículo em si, como ao ambiente ao
redor (semáforo, pedestres, outros veículos, etc), alternando, assim, o seu foco
consoante ao que acontece.
● Já a atenção sustentada baseia-se na capacidade de se manter atento/focado por um
longo período de tempo. Tal como quando lemos um livro, assistimos a um longo
documentário ou jogamos xadrez, por exemplo.
● Por último, mas não menos importante, há a atenção dividida, que nos possibilita
estar ligados a vários estímulos ou realizar mais de uma atividade em simultâneo.
Um bom exemplo disso é quando uma pessoa está ouvindo música e lendo ao
mesmo tempo.
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A atenção1, assim como qualquer outra habilidade, física ou mental, necessita de


prática para se desenvolver e se tornar mais eficaz. Esta capacidade depende, entre outros
fatores, do nível de concentração 2 e do estado emocional do indivíduo, do horário, etc.
Uma pessoa que é distraída vai estar pouco atenta à aula, por exemplo. Se estiver
triste ou com raiva, isso também pode influenciar o nível de concentração, que por sua vez
afeta a atenção. Ao longo do dia, temos todos variações no grau de atenção, que podem
mudar de acordo com cada um. Essas variações resultam de diversos fatores, alguns deles já
foram mencionados anteriormente, outros são: o uso frequente de substâncias tóxicas,
doenças patológicas tal como depressão e ansiedade.

c. Problemas de atenção (ex.: TDAH, DDA e outros transtornos)


Para além dos problemas que eu vou falar, existem outros transtornos a nível da
atenção. Os mais conhecidos são o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade,
também conhecido maioritariamente como TDAH que vou falar mais especificamente e um
pouco mais pormenorizado, e o déficit de atenção (DDA), sem hiperatividade.

TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção por Hiperatividade)


Hiperatividade e déficit de atenção (TDAH) - Síntese | Enciclopédia sobre o
Desenvolvimento na Primeira Infância (enciclopedia-crianca.com)
O transtorno de déficit de atenção com hiperatividade, também conhecido
maioritariamente como TDAH, é um transtorno neuropsiquiátrico que dificulta o foco, a
atenção e pode ocasionar a impulsividade. Este distúrbio pode surgir através de fatores
genéticos e ambientais. O diagnóstico deste tipo de problema é mais comum no caso das
crianças, porém também é possível ocorrer na fase adulta, muitas vezes devido à ignorância
dos sintomas.
Este tipo de transtorno é algo que ainda precisa de muita compreensão da
sociedade, pois, em muitos casos, existem julgamentos de certas atitudes devido a
determinados estereótipos. Quem desconhece o impacto que este distúrbio pode ter na
vida de uma pessoa, acaba por acreditar que, por exemplo, a hiperatividade é falta de
educação ou que a desatenção é resultado de uma pessoa desinteressada propositalmente,
quando a realidade nem sequer é essa. Vamos então, mostrar-vos dois vídeos sobre o que
eu acabei de dizer, tendo como objetivo a vossa compreensão acerca do impacto que isto
pode ter na vida de uma criança e o quão ela pode ficar afetada psicologicamente. O
primeiro é este.
Crianças com TDAH - Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade - YouTube
O 2º vídeo é este que tem como objetivo vocês descobrirem qual criança tem TDAH:
https://www.youtube.com/watch?v=IGixEw9C-8o

1
Atenção: perceber os detalhes da ação realizada (entender o que está sendo lido).
2
Concentração: manter o foco na ação que está a ser realizada (não se distrair).
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3. Memória
a. Definição
A memória é, também, um processo cognitivo e consiste na capacidade que temos
de armazenar e conservar informação, e posteriormente recuperar esta através de ações
previamente aprendidas.

b. essamento de informação (fases)


Para que seja possível o funcionamento do sistema de memorização de forma eficaz,
existem três operações interdependentes, isto é, não dependem umas das outras, para o
processamento da informação, sendo elas a receção e codificação (criação), o
armazenamento (retenção) e a recuperação (recordação).
Então, afinal como é que a informação chega à memória? Como é que ela é mantida
e, posteriormente, trazida à memória? Sabem responder?
O processo de informação inicia-se então com a receção das informações do meio e
a sua respetiva codificação ou transformação em códigos cujos quais podem ser acústicos
(ex.: sequência de sons), visuais (ex.: imagem de sinais que são letras) ou semânticos (ex.:
ter consciência do significado de um determinado conceito e o que ele representa). Esta fase
é uma das que exige mais esforço por parte do ser humano porque, por exemplo, quando o
nosso objetivo é memorizar a informação dedicamos uma atenção redobrada à mesma.
Após codificada, a informação vai ser armazenada ou arquivada. Ocorre então, de
uma certa forma, um registo no nosso cérebro, isto é, uma modificação na nossa rede neural
e cada elemento da memória é guardado numa diferente área cerebral para que mais tarde
possa ser recuperada. E temos então a última fase, a fase que recuperamos, recordamos e
temos acesso à informação anteriormente guardada. Durante esta operação, várias zonas do
cérebro são utilizadas.
Portanto, como é que guardamos tudo o que vivemos e aprendemos? Memórias.

c.
Tipos de memória (esquema pág. 94 manual)
Os humanos têm a capacidade de reter diferentes tipos de memórias, durante
períodos de tempo bastante variáveis. Uma memória pode durar apenas um segundo como
pode durar até uma vida inteira.
- memória sensorial ou MS (ou depósito de informação sensorial)
As memórias sensoriais são mesmo muito importantes no que toca ao
processamento global da informação uma vez que, o estabelecimento do registo duradouro
das nossas experiências depende das mesmas. Este tipo de memória permite conservar as
características físicas de um determinado estímulo através dos órgãos sensoriais, isto é, das
sensações.
A sua duração é de milissegundos, ou seja, uma capacidade muito limitada, e, por
isso, é que a atenção é fundamental para que a informação não desvaneça rapidamente e
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possa ser então transferida para a memória de curto prazo, o tipo de memória que a minha
colega vai explicar a seguir.
Em relação à rede sensorial de uma determinada memória, podemos subdividi-la em duas,
sendo estas as que têm sido mais estudadas:
● icónica ou visual -> relacionada exclusivamente às informações ambientais
percebidas pelo sistema visual;
○ ex.: por exemplo, se eu pedir para olhar para uma imagem e, em seguida,
fechar os olhos e tentar ver a imagem
● ecoica ou auditiva -> capacidade do cérebro de manter uma réplica do som que é
ouvido por um breve período de tempo;
○ ex.: entendimento de palavras ou frases

- memória a curto prazo ou MCP (ou memória de trabalho);


A memória de curto prazo está presente no hipocampo e no lobo frontal. Como o
próprio nome diz, é uma memória que retém a informação durante um curto espaço de
tempo limitado. Esta pode ser dividida em duas, a memória imediata e a memória de
trabalho.
● memória imediata: a informação é rece8bida e fica retida durante aproximadamente
30 segundos. Neste tipo de memória temos uma capacidade limitada a cerca de sete
itens.
- ex.: decorar o nome de uma pessoa assim que nos é dito; decorar sete números ou
letras.
● memória de trabalho: Funciona como o centro da consciência humana, pois esta
permite a explorar e manipular informações novas vindas da memória sensorial
como faz a ligação com a memória de longo prazo, permitindo manter presente a
informação guardada. Este tipo de memória é como se fosse um espaço de
pensamento onde as informações necessárias para realizar uma tarefa ficam
armazenadas
-ex.: quando lemos um texto, vamos relacionar as informações do texto com as que
já temos de longo prazo, estas vão ser manipuladas e integradas para depois serem
armazenadas.

- memória a longo prazo ou MLP


A memória a longo prazo armazena episódios e fatos da nossa vida. Esta está
presente em diferentes partes do córtex cerebral e tem um período de permanência de
minutos, horas, dias, meses e até anos e uma capacidade alargada. Esta pode ser também
dividida em dois tipos, explícitas ou declarativas e implícitas ou procedimentais.
● memória explícita (ou declarativa): inclui fatos e proposições, diz respeito às coisas
que sabemos por termos lembrança, por exemplo a cor da parede da nossa sala. esta
memória subdivide se em duas
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memória episódica ou autobiográfica: episódica refere-se a eventos específicos no


tempo, a autobiográfica refere-se às experiências e à história de cada indivíduo.
memória semântica: está associada a tudo aquilo que aprendemos ao longo da vida,
esta memória é a que nos permite reconhecer os objetos, perceber os significados
das palavras, à cultura geral

● memória implícita (ou procedimental): inclui procedimentos e ações, são coisas que
sabemos fazer, mas já as fazemos de forma inconsciente. Refere-se a uma memória
que não precisa de uma recordação explícita, são hábitos e capacidades motoras, daí
o seu nome.
-ex.: a forma como pegamos no lápis quando vamos escrever, o caminho da escola,
andar de bicicleta...

d. Esquecimento (Como funciona? É normal?)


Esquecer faz parte da memória. Imagine o cérebro como um telemóvel de última
geração que tem uma capacidade de armazenamento muito grande, porém limitada. Apesar
de toda informação que o indivíduo queira manter naquele aparelho, vai chegar uma hora
em que o armazenamento vai estar cheio e vai ser preciso selecionar os dados (fotos, vídeos,
músicas, documentos, etc) mais importantes, deletando aqueles de menor relevância, para
assim poder continuar funcionando. O cérebro funciona praticamente da mesma forma, a
diferença é que, além de exceder o limite de capacidade de qualquer aparelho tecnológico já
inventado, esse processo de seleção de informação ocorre de forma inconsciente, na
maioria das vezes, e está relacionado com uma mente saudável.
Uma pessoa não se lembra de como foi o seu dia, com todos os detalhes bem claros,
exatamente por esse motivo. Há diversas informações que podemos reter ao longo do dia,
muitas delas inúteis. E é justamente enquanto dormimos que essa seleção ocorre, por isso é
muito importante ter um boa noite de sono. Problemas no ciclo do sono, como a insônia,
condicionam uma menor retenção das informações, ou seja, o indivíduo vai ter mais
dificuldade em se lembrar das coisas.
Existem três tipos de esquecimento:
● Esquecimento regressivo: Habitualmente ocorre com idosos devido aos
degeneramentos cerebrais destes e caracteriza-se pela incapacidade de reter novas
informações e de relembrar eventos passados.
● Esquecimento motivado: se sucede quando a memória é afetada por
acontecimentos, normalmente traumáticos, é como uma defesa do corpo. Por vezes
se verifica como uma alteração ou perda na memória do indivíduo. (ex: abuso da
Luisa).
● Interferências das aprendizagens: esse esquecimento acontece devido à influência
que algumas memórias têm sobre outras. Quanto mais tempo um certo conteúdo é
“guardado”, maior a probabilidade dele ser alterado por outros.
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e. Recordações
Diferente do que muitas pessoas acreditam, a memória não funciona como um vídeo
que pode ser reiniciado e assistido, sem alteração nenhuma no seu conteúdo, quantas vezes
o indivíduo quiser. A memória se altera consoante as experiências que a pessoa teve.
Elisabeth Loftus é uma psicóloga cognitiva que estuda a memória, mais especificamente
quando a pessoa se lembra de algo. O ponto onde eu quero chegar é que a memória pode
ser traiçoeira. Vamos supor que você tenha uma tia que sempre vai para todas as festas de
família, mas, por algum motivo, acaba se esquecendo se ela compareceu ou não à festa de
aniversário do seu parente no ano passado. Sua mente vai, consequentemente, relacionar o
facto de ela sempre ter ido às festas com esse dilema, então mesmo que ela não estivesse
presente, você iria pensar que ela esteve. Esse é um bom exemplo de como a memória pode
nos “enganar”. As memórias não são revividas, mas sim reconstruidas.
Agora vou vos contar uma curiosidade, existe uma técnica para a exercitar a memória
chamada “Método de Loci”, mais conhecida como palácio mental. Esta técnica consiste em
imaginar um lugar qualquer, normalmente um lugar familiar para a pessoa, e ir
acrescentando informações nas estruturas dos espaços referidos, sempre que necessário
basta simplesmente “ir” àquele local que os dados vão estar todos lá. Esse procedimento
leva tempo e prática.

f. Imaginação
A imaginação é um recurso mental que permite ao indivíduo transfigurar dados
coletados através dos sentidos, ou seja, alterar/modificar a realidade conhecida utilizando a
mente. Imaginar não é criar. Quem imagina transforma o que já existe em algo que, até
então, não existia (ex: novos designs de roupas, brinquedos, etc). A estimulação da
criatividade é um fator importante para o desenvolvimento da imaginação. Escritores e
artistas, por exemplo, com bloqueio criativo não conseguem começar uma nova obra ou,
simplesmente, ficam presos àquilo que já fazem habitualmente. Seguindo pela definição,
criatividade é a capacidade de criar, inventar. Mas na verdade, não é possível realmente criar
algo, apenas descobrir ou remodelar o que já existe. Uma boa forma de estimular a
criatividade é não se prender a uma rotina única ou definida por outros, lendo, ouvindo
música, entre outras.
O sonho e a imaginação são muito parecidos, o que os diferenciam, habitualmente, é
que o sonho é feito de maneira inconsciente (no sono), enquanto que a imaginação ocorre
quando o sujeito está consciente.
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g. Curiosidades
(https://www.pearsonclinical.com.br/blog/2015/geral/7-coisas-interessantes-
sobre-a-memoria/)

1. A capacidade de memorizar informações melhora com a idade


O tipo de memória que é menos afetado com a idade é a memória semântica,
quanto mais velhos ficamos mais conhecimento ganhamos ou seja na memória lexical os
mais velhos ganham aos mais jovens.

2. A memória começa a funcionar antes mesmo de você sair da barriga da mãe


De acordo com estudos, a memória começa a funcionar 20 semanas após o feto
humano começar sua formação.
As partes do cérebro são desenvolvidas em tempos diferentes as áreas da memória explícita
são desenvolvidas mais tarde

4. Excesso de açúcar prejudica a memória após os 40 anos


À medida que vamos crescendo, o corpo demora mais para metabolizar a glicose. E
vocês perguntam, o quê que isso tem a ver com a memória? A verdade é que está tudo
relacionado e podemos comprovar isso através de um estudo recente que aponta que os
níveis elevados de açúcar prejudicam a função de uma parte do hipocampo chamada giro
dentado, que é o principal ponto afetado pelo envelhecimento, de acordo com o
neurologista Scott Small.

5. Começamos a esquecer as memórias de infância enquanto ainda estamos na infância


A resposta para a maioria de nós quando nos perguntam se nos lembramos do que
estávamos a sentir, por exemplo, no nosso primeiro dia de jardim de infância, a maioria das
respostas é não.
Estas memórias mínimas começam a desaparecer quando ainda somos crianças. O
facto de este tipo de amnésia (infantil) acontecer é uma parte super normal do nosso
desenvolvimento como seres humanos. Tudo isto, está cientificamente provado através de
um estudo de alguns psicólogos da Universidade Emory (Estados Unidos). O que se concluiu
com o estudo foi que enquanto crianças entre cinco e sete anos lembravam 60% ou mais de
seus eventos de vida precoce, crianças de oito e nove anos lembravam menos de 40% das
mesmas memórias.

6. Criptomnésia

Webgrafia/ Informação -> Soraia finaliza


Perceção, Aprendizagem e Memória :: Psicologia B (webnode.pt)
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A Memória :: Psicologia B 12º ano (webnode.pt)

https://www.cognifit.com/pt/atencao

https://www.ibccoaching.com.br/portal/conheca-os-4-tipos-de-atencao-segundo-psicologia-e
-como-desenvolve-los-no-trabalho/

https://psicoativo.com/2015/12/atencao-psicologia-cognitiva-tipos-atencao.html

http://psicologiacop.blogspot.com/p/memoria.html?m=1

http://m.paulohorta-psicb.webnode.pt/conceitos/memoria,-percep%C3%A7%C3%A3o-e-apr
endizagem-/memoria/

https://www.blogs.unicamp.br/socialmente/2012/01/24/fatos-interessantes-sobre-a-memo
ria-humana/

https://www.topmelhores.com.br/ciencia/542-35-fatos-curiosos-sobre-a-memoria

http://web.tecnico.ulisboa.pt/~ist425696/wordpress/ciencia-e-tecnologia/a-memoria-huma
na-como-funciona/

https://boaforma.abril.com.br/saude/fatos-curiosos-sobre-a-memoria-que-voce-nao-sabia/

https://www.pearsonclinical.com.br/blog/2015/geral/7-coisas-interessantes-sobre-a-memor
ia/

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