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Em neurociências damos o nome de atenção a um conjunto de processos que levam o

indivíduo a dar prioridade e a responder estímulos determinados (que lhe forem


relevantes), em detrimento de outros (LIMA, 2005). Este processo envolve não só a
seleção de estímulos externos como também internos (resgate de informações arquivadas
na memória, pensamentos, etc.).

A primeira divisão que pode ser feita é com relação a sua origem. Esta pode ser
voluntária ou involuntária (DALGALORRONDO, 2000).
A atenção voluntária ou controlada é aquela intencional, que acontece quando
nós  decidimos para onde dirigir o nosso foco, nós que a controlamos
(Dalgalorrondo, 2000). Já a atenção involuntária ou automática é acionada por
características dos estímulos ao redor, que atraem um ou mais dos nossos
sentidos, ela não depende do nosso controle consciente e ocorre, por exemplo,
diante de estímulos inesperados no ambiente (barulhos, cores intensas, novidades,
incongruências, etc.) (LIMA, 2005).

Outra subdivisão da atenção diz respeito à maneira como ela é operacionalizada. Esta
envolve as seguintes categorias: 
Atenção seletiva: é a capacidade de se concentrar em estímulos determinados, enquanto
se ignora outros. É o mecanismo básico da atenção. Existe um exemplo clássico para esse
tipo de atenção, conhecido como “coktail party effect” (efeito coquetel), lançado por Cherry
(EYSENCK; KEANE, 1994 apud LIMA, 2005).

Atenção sustentada: acontece quando a atenção seletiva é mantida por um


tempo prolongado sobre algum estímulo para se atingir determinado fim.
(DALGALORRONDO, 2000). Acontece quando estamos executando tarefas que
exigem concentração como, por exemplo, assistindo a uma aula ou um filme, lendo
um livro, etc.
Figura 12 – Exemplo de atenção concentrada: quando se está fazendo uma prova
Atenção alternada: é a capacidade de mudar o foco atencional, desengajando-o
de um estímulo e engajando-o em outro, como acontece, por exemplo, quando
estamos assistindo uma aula e, ao ouvir alguma coisa interessante, tiramos a
atenção do professor e voltamos para a escrita, para registrar no papel o que foi
falado. Não conseguimos escrever ao mesmo tempo em que ouvimos algo com
atenção, temos que alternar os focos. O mesmo acontece quando estamos
ouvindo música e estudando, não conseguimos nos concentrar nos dois ao mesmo
tempo (LIMA, 2005).
Figura 13 – Exemplo de atenção alternada: quando se lê e faz anotações
Atenção dividida: é parecida com a atenção alternada, porém acontece quando
fazemos duas tarefas simultaneamente como, por exemplo, conversar enquanto
dirigimos. Para que essa atenção seja possível, é necessário que uma das tarefas
que estejamos realizando já tenha sido automatizada por nós. Uma tarefa precisa
“estar sendo mediada pelo processamento automático, enquanto a outra por meio
de esforço cognitivo (processamento controlado)” (LIMA, 2005, p. 117).
Figura 14 – Exemplo de atenção dividida: falar ao telefone enquanto se passa
roupa e fuma (OBS.: mas somente se passar roupa e fumar forem
comportamentos já automatizados pela pessoa)
ém dessas subdivisões, quando o assunto é atenção, é importante saber que existem
vários fatores capazes de interferir em sua modulação. Dentre eles, podemos citar: a
motivação, o sono, a fome, a dor, a sede, a vontade de fazer as necessidades fisiológicas,
entre outros.

IDADE
» Consegue focalizar em objeto visualmente, em sons e em toque;
» Predomina a atenção involuntária (objetos novos, cores...);
» Para momentaneamente para focalizar em um único objeto, durante
1 - 2 anos brincadeira exploratória.
» Focalizar a atenção por pelo menos 5 minutos em uma única atividade
3 anos lúdica (exceto TV e computador).
» Começa a conseguir eliminar a influência de fatores irrelevantes/distratores;
» Focaliza a atenção por pelo menos 10 minutos em única atividade lúdica
4 – 5 anos (exceto TV e computador).
A partir » Comportamento seletivo organizado, com a participação da linguagem.
dos 6 anos  

As funções executivas (F.E.) são um conjunto de processos mentais, responsáveis pelo


controle, monitoramento e regulação das nossas ações, pensamentos e emoções. 
Segundo Robins (1996), citado por Malloy-Diniz et al. (2012, p.93) “(…) embora apareçam
também em outros animais, estas funções atingiram o máximo do seu desenvolvimento
em nossa espécie”. Em relação aos aspectos neuroanatômicos, as funções executivas
ficam, de forma predominante, no nosso lobo frontal, mais especificamente, no córtex pré-
frontal, que é uma região especialmente desenvolvida no ser humano. 

Assim como a inteligência, as funções executivas podem ser consideradas um


conceito “guarda-chuva”, pois abriga diversas habilidades e domínios ao mesmo
tempo (MALLOY-DINIZ; NICOLATO; MOREIRA; FUENTES, 2012).
Figura 16 – Ilustra as FE como um conceito guarda-chuva.
Hoje ainda não existe um modelo teórico universal que explique quais são todas as
habilidades que fazem parte das F.E., mas estudos atuais confirmam a existência
de 3 componentes principais (COSTA et al., 2016), são eles: 

Inibição (ou controle inibitório): é a capacidade de controlar impulsos, emoções


ou respostas automáticas inapropriadas à situação. Ela envolve os processos de
atenção e o pensamento, pois, para responder de acordo com a situação,
precisamos estar atentos ao contexto, ignorar estímulos internos e externos que
sejam irrelevantes para aquele momento e pensar antes de emitir uma resposta.
Como se pode ver, a inibição está diretamente relacionada com ter disciplina,
habilidades sociais e com se comportar de forma adaptativa (SEABRA; REPPOLD;
DIAS; PEDRON, 2014). Segundo Seabra et al. (2014), algumas evidências
sugerem que a capacidade de inibição começa a se desenvolver por volta dos 12
meses de idade. Mas, o seu maior pronunciamento acontece entre os 3 e 5 anos,
atingindo o auge de desenvolvimento na adolescência, quando passa a ter nível
equivalente ao do adulto.
Figura 17 – Exemplo de uso do controle inibitório: ter vontade de comer doces e
resistir

Existe possibilidade de haver problemas com o controle inibitório, caso a pesso

1. Aja impulsivamente, sem autocontrole, tendo dificuldade de frear seus comportamentos e


2. Se envolva em situações de risco.
3. Fale ou peça a mesma coisa repetidas vezes.
4. Não saiba esperar a vez de falar, corte a fala dos outros, fale em momentos inadequados
5. Mesmo sabendo a resposta certa, erre questões de prova por impulso ou desatenção.
6. Não pense antes de falar ou agir.
7. Tenha dificuldade de guardar segredos.
8. Tenha problemas em aguardar a vez quando está esperando na fila para ser atendido.

Memória de trabalho (ou memória operacional): é a habilidade de sustentar


uma informação em mente pelo tempo suficiente de utilizá-la na solução de algum
problema, ou para fazer relações de ideias ou integrá-la a outras informações
presentes na memória de longo prazo (COSTA et al., 2016).
Alguns exemplos de utilização da memória operacional são: imaginar em qual
posição ficaria a cama para que ela passasse por uma porta menor do que ela
(manipulação de informação visuoespacial); fazer cálculos matemáticos de cabeça;
integrar informações novas que obteve em uma aula a informações aprendidas
anteriormente; ler um texto do início ao fim, sem esquecer o que leu no início
(sustentação de informação na mente, enquanto realiza alguma atividade, nesse
caso a leitura); lembrar-se de instruções longas dadas em várias etapas; lembrar-
se do que ia falar depois de uma distração, dentre outros.
Figura 18 – Exemplo de uso da memória operacional: numa aula de dança, ouvir o
passo a passo de uma coreografia ao mesmo tempo em que o executa.

Existe possibilidade de haver problemas com a memória operacional, caso a pess

1. Precise se esforçar para compreender textos, lendo mais de uma vez o mesmo parágrafo
lo.
2. Precise se esforçar muito para resolver problemas que requerem a manutenção de inform
mente como, por exemplo, cálculos mentais de matemática.
3. Seja inconsistente ao lembrar-se de fatos que envolvam cálculos como, por exemplo: “On
jornal que uma carreta bateu num ônibus que transportava 20 passageiros. Desses 20, 8
tiveram ferimentos leves e 7 estão internados no hospital”.
4. Precise esforçar-se para concluir tarefas que envolvam vários passos, porque não se lem
que precisa fazer ou da sequência que precisa seguir. Por exemplo, esquecer-se de com
uma atividade que começou, mesmo tendo a professora explicado bem os passos anterio
5. Tenha dificuldade de lembrar-se de instruções longas que envolvem várias etapas, esque
a totalidade das instruções. Por exemplo, se pedirem para que vá até a coordenação, peg
preta, coloque os documentos que estão em cima da mesa, com um símbolo azul, dentro
até aqui, ela esquecer-se-á de parte ou da totalidade do que deveria fazer.
6. Perca partes importantes de uma conversa porque não manteve as informações ditas na
enquanto escutava.
7. Costume esquecer-se do que já fez e o que ainda falta fazer para concluir uma tarefa.
8. Tenha dificuldade em integrar novas informações ao conhecimento anterior.
9. Costume esquecer-se do que ia falar.
10. Tenha dificuldades em tomar notas e ouvir ao mesmo tempo.
11. Precise anotar recados e compromissos, caso contrário, esquece-se deles rapidamente.
12. Esqueça o que leu de um dia para o outro ou, às vezes, logo após terminar de estudar.
13. Chegue sempre atrasada aos compromissos.

Flexibilidade: é a habilidade de mudar o foco atencional, o ponto de vista, as


prioridades ou as regras para adaptar-se às demandas do ambiente. É isto o que
possibilita ao indivíduo estar sempre pronto para lidar com situações novas ou
desafiadoras, sem ficar preso a padrões rígidos de respostas (MALLOY-DINIZ;
NICOLATO; MOREIRA; FUENTES, 2012).
Figura 19 – Exemplo de uso da flexibilidade: encontrar soluções alternativas para
problemas do dia a dia como arrumar uma forma de colocar dois pratos para
esquentar onde só cabe um e assim economizar tempo e energia elétrica.

Existe possibilidade de haver problemas com a flexibilidade, caso a pessoa:

1. Seja rígida na forma de pensar, muito inflexível.


2. Fique frustrada sempre que há mudanças de horário, de programação, de rotinas e de re
3. Seja resistente em aceitar formas alternativas de resolver um problema, só aceitando se
jeito”.
4. Tenha dificuldade para alternar as atividades (passar de uma atividade para outra).
5. Tenha dificuldade em mudar o ponto de vista como, por exemplo, entender uma informaç
forma figurada ao invés de literal, substituir uma informação ultrapassada por uma atual.
6. Costume ficar presa em partes de tarefas, sem conseguir ir adiante.

ão consideradas funções executivas, são:


Categorização: é o ato de categorizar, identificar características em comum entre
objetos e agrupá-los a partir dessas características.Por exemplo, mosca e barata
fazem parte da categoria de insetos (MALLOY-DINIZ; NICOLATO; MOREIRA;
FUENTES, 2012). “É um processo natural do ser humano que busca, na criação
de grupos, um modo de organizar as informações e simplificar suas interações com
o mundo” (MEIRELES et al., 2016).
Figura 20 – Exemplo de uso da categorização: saber identificar, dentre estas
figuras, todas aquelas que têm relação com hospital

Existe possibilidade de haver problemas com a categorização, caso a pessoa:

1. Apresente dificuldade para organizar informações na mente, agrupar entidades relaciona


classificar.
2. Tenha dificuldades em acessar informações na memória, visto que o processo de catego
utilizado como uma ferramenta de apoio à recuperação de informação. Por exemplo: se v
uma pessoa falar nomes de frutas que comecem com a letra “A”, ela, mesmo tendo conh
vários, não os evocará porque mentalmente ela não tem bem estabelecido o conceito de
uma categoria. Assim, ela poderá falar o nome de algumas frutas, mas incluir nesta mesm
que não tenham nada a ver com frutas ou que não comecem com a letra “A”.

Planejamento e solução de problemas: envolvem as capacidades de


estabelecer metas; identificar problemas a serem resolvidos; pensar em
alternativas possíveis para alcançar o objetivo; escolher a estratégia mais eficiente,
executá-la e monitorar a sua eficácia (MALLOY-DINIZ; NICOLATO; MOREIRA;
FUENTES, 2012).
Figura 21 – Exemplo de uso do planejamento e solução de problemas: munir-se de
todas as provisões necessárias para um acampamento, antevendo os possíveis
contratempos.
Existe possibilidade de haver problemas com o planejamento e solução de problemas, cas

1. Não divida por etapas as tarefas que faz e vá agindo de forma desordenada, tentando ale
encontrar a solução.
2. Ache que pode realizar as tarefas de uma forma mais simples e prática, sem precisar seg
passo, não percebendo a importância deste para atingir o objetivo final.
3. Diante de várias etapas para realizar uma tarefa, não perceba quais são as mais importa
menos, não conseguindo chegar ao objetivo final.
4. Diante de várias tarefas para fazer no mesmo dia, acabe ficando presa em uma de meno
deixando as outras mais importantes sem fazer.
5. Atrapalhe-se ao tentar contar um fato ou uma história, por não organizar suas ideias na o
adequada.
6. Não tenha noção do tempo que gasta para realizar determinada tarefa.

omada de decisões: é a escolha de uma dentre duas ou mais alternativas que


exigem análise de custo e benefício e das consequências a curto, médio e longo
prazo (MALLOY-DINIZ; NICOLATO; MOREIRA; FUENTES, 2012).
Figura 22 – Exemplo de tomada de decisão: escolher entre continuar a dieta para
atingir a meta de emagrecimento ou fugir e satisfazer a vontade de comer doce.
Existe possibilidade de haver problemas com a tomada de decisões, caso a pess

1. Tenha dificuldade para pensar nas consequências de suas escolhas a longo prazo, focan
ganhos imediatos.
2. Faça escolhas de forma impulsiva, sem avaliar bem as alternativas.
3. Tenha dificuldade de optar por alternativas que envolvam recompensas a longo prazo.
4. Tenha problemas em seguir planos para atingir metas.
5. Tenha dificuldade em concluir projetos que iniciou.
6. Tenha problemas com disciplina.

Autorregulação emocional: é a habilidade de o sujeito controlar a expressão das


emoções, reagindo de forma proporcional às situações, sem se deixar governar
pela emoção que o está afligindo. Isso requer controle inibitório e uma avaliação do
contexto e de suas demandas, além da avaliação da eficiência e pertinência da
resposta que será dada (MALLOY-DINIZ; NICOLATO; MOREIRA; FUENTES,
2012; ARRUDA, 2014).
Figura 23 – Exemplo de autorregulação emocional: controlar expressões de raiva
que só trariam prejuízos à relação com o outro.
Existe possibilidade de haver problemas com a autorregulação emocional, caso a pe

1. Faça “tempestades em copo d’água”, reagindo de maneira excessiva (desproporcional) a


problemas.
2. Tenha “explosões”, quando contrariada.
3. Fique nervosa facilmente.
4. Mude de humor com muita facilidade.
5. Frustre-se com facilidade (intolerância à frustração).

Como pudemos ver, as funções executivas possuem um papel muito importante em


nossas vidas, especialmente na idade adulta, quando, normalmente, crescem as nossas
responsabilidades e desafios. Tamanha é a complexidade dessas funções, que elas
continuam a se desenvolver mesmo após a segunda década de vida, quando o nosso
cérebro já está com todas as suas funções amadurecidas. Por isso é comum vermos
adolescentes cometerem tantos atos inconsequentes. A eles falta ainda o pleno
desenvolvimento de habilidades como o controle inibitório, a autorregulação emocional,
dentre outras. Mas é importante ressaltar que, para desenvolvermos bem tais habilidades,
precisamos de estimulação. Podemos nascer com potencial ou não (no caso de condições
genéticas impeditivas ou fatores ambientais que prejudicaram o desenvolvimento do
cérebro durante a gestação) para desenvolver as funções executivas, e este
desenvolvimento dependerá muito das nossas experiências e estimulações recebidas
desde a primeira infância até a adolescência, que são fases cruciais nesse processo
(CCDUH, 2010). Estudos mostram que crianças que, desde bem cedo, receberam
estimulação adequada para desenvolverem as F.E., tornaram-se jovens e adultos com
melhor saúde mental, comportamento, sociabilidade e desempenho acadêmico e
profissional (ARRUDA, 2014). 

ReflexãoFechar 
É comum observarmos que a causa da falta de produtividade de muitas pessoas é
o fato de não conseguirem se organizar e gerenciar bem o seu tempo, seja no
trabalho ou nos estudos. Com este capítulo aprendemos que essa habilidade
depende das funções executivas. Pensando nisso, o que você faz para maximizar
o tempo?
10 dicas sobre gestão de tempo:
1. Decida o que é importante na sua vida.
2. Escreva os objetivos que pretende alcançar em todas as áreas da sua vida.
3. Identifique quais atividades precisa realizar para atingir esses objetivos.
4. Decida quando quer fazer cada uma dessas atividades e quais os recursos que necessita (competências,
informação, financeiros, etc.).
5. Reserve na sua agenda um tempo por ano, mês, dia, para fazer essas atividades e para organizar os
recursos indispensáveis.
6.  Faça o que planejou, de forma flexível, ajustando o plano às necessidades do momento, mas sem perder
de vista aonde quer chegar.
7. Resista às solicitações do momento, tomando as decisões de acordo com o que quer para a sua vida e não
com o que os outros querem.
8. Faça as suas tarefas cada vez melhor, para gastar cada vez menos tempo nelas.
9. Lembre-se que só se vive uma vez, por isso não deixe os seus planos afastá-lo das coisas interessantes
que a vida proporciona de forma caótica e espontânea.
10. Avalie periodicamente a forma como utiliza o seu tempo. Seja autocrítico e honesto consigo próprio (mas
não rígido). Não responsabilize os outros pela sua vid

Etapas do desenvolvimento das funções executivas


A tabela a seguir sintetiza os marcos do desenvolvimento das funções executivas:
IDADE
Conseguem:
Desenvolver a habilidade de lembrar que objetos não visíveis ainda estão lá
(brinquedo escondido embaixo do pano);
Aprende a colocar duas ações juntas numa sequência (remover pano para
7 - 9 meses pegar brinquedo).
Conseguem:
Executar tarefas simples e planos com duas etapas;
Integrar duas ações, como olhar pra um local e ir até ele;
9 - 11 meses Inibir uma ação ao ver que há uma barreira impedindo.
Conseguem:
Realizar atividades da vida diária como se alimentar, tomar banho, escovar
os dentes e se trocar;
Inibir, mas ainda de forma irregular, alguns comportamentos (Ex.: “não corra
na rua”, “não coloque a o dedo na tomada”, etc.);
Manter na mente duas regras (Ex.: vermelho vai aqui, azul vai lá) e agir com
1 – 4 anos base nelas.
Conseguem:
Realizar tarefas de três etapas (Ex.: “vá até o quarto, pegue o guarda-chuva
e coloque na sacola”);
Compreender que a aparência nem sempre é igual à realidade (Ex.: quando
recebem uma esponja que é parecida com uma pedra);
Reduzir a perseveração (persistir em uma regra mesmo sabendo que a regra
mudou);
Flexibilizar regras (Ex.: ordenar cartões coloridos por formato em vez de cor);
Demorar mais para comer o doce que está em sua mão;
Entre 2 e 5 anos: alternar regras de acordo com o contexto (Ex.: tira os
sapatos em casa, os mantém na escola e coloca botas quando está
chovendo);
4 – 5 anos Organizar o quarto e arrumar a cama (pode necessitar ser lembrado).
6 – 10 anos Conseguem:
Realizar tarefas de múltiplas etapas, que envolvem mais tempo, sem
monitoria;
Realizar tarefas domésticas por 15-30 minutos, sem perder o foco;
Cuidar dos seus pertences quando estão fora de casa;
Realizar tarefas escolares de 1 hora;
Planejar projetos escolares simples (selecionar, ler e resumir pequenos
livros);
Administrar atividades extracurriculares;
Guardar dinheiro para algo desejado, planejar como gastar o dinheiro;
Inibir comportamentos inadequados de forma autônoma, sem supervisão.
Conseguem:
Realizar tarefas de múltiplas etapas, envolvendo um tempo mais longo,
incluindo responsabilidades diárias;
Realizar tarefas domésticas de 60 a 90 minutos de duração;
Cuidar dos irmãos menores;
Utilizar métodos de organização em agenda, computador;
Planejar e conduzir projetos de longo prazo;
Programar rotina (tarefas, atividades extracurriculares, lazer,
11 – 14 anos responsabilidades familiares).
Conseguem:
Administrar tarefas escolares diárias, preparar-se para provas em tempo
hábil;
Modular o esforço e a dedicação conforme a demanda dos professores;
Ter melhores desempenhos do controle inibitório, da flexibilidade e da
autorregulação emocional, mas ainda está desenvolvendo-os;
Separar períodos de tempo para obrigação e para lazer e fazer bom uso de
cada um.
15 – 17 anos (ARRUDA, 2014; MIRANDA, 2014).

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