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Revista Brasileira de Terapia

e-ISSN: 1982-3541 Comportamental e Cognitiva

Ensino de terapia analítico-comportamental: uma

REVISÃO SISTEMÁTICA | REVIEW ARTICLE | REVISÃO SISTEMÁTICA


revisão sistemática da literatura
Teaching of behavioral-analytic therapy: a systematic review of the literature

Enseñanza de terapia analítico-comportamental: una revisión sistemática


de la literatura

RESUMO: O objetivo desta pesquisa foi avaliar a corres-


pondência entre características do ensino de Terapia Analíti-
co-Comportamental e o conhecimento em Análise do Com-
portamento (AC) relativo aos processos de ensinar e aprender.
Foi realizada revisão sistemática de literatura, sendo selecio-
nados estudos nas bases SciELO e PePSIC, nas coleções So-
bre Comportamento e Cognição e Comportamento em Foco Autores

e nos principais periódicos de Análise do Comportamento Bruna dos Santos Rodrigues 1


em que brasileiros publicam. Para recuperação dos estudos, Gabriel Gomes De Luca 2*
foram utilizados descritores como “ensino” e “aprendiza- 1, 2
UFPR
gem” em combinação com “terapia analítico-comportamen-
tal” e “terapeuta analítico-comportamental”. Foram anali- Correspondente
sados 36 estudos, nos quais foram examinadas informações * gabrieldeluca.ufpr@gmail.com
relativas ao processo de ensino-aprendizagem que, no geral, Prédio Histórico da UFPR, Praça Santos
apresentam generalidade, imprecisão e pouca clareza, cor- Andrade, 50 - sala 108. Centro, Curitiba -
PR, 80020-300.
respondendo pouco com conhecimentos analítico-compor-
tamentais referentes aos processos de ensino-­aprendizagem.
Apesar disso, estudos recentes apresentam informações mais
claras, indicando possível tendência dos pesquisadores em
se basear cada vez mais nos conhecimentos de AC ao ensi- Dados do Artigo
nar terapeutas analítico-comportamentais. DOI: 10.31505/rbtcc.v21i3.1342
Palavras-chave: ensino-aprendizagem, Terapia Analítico-­
Recebido: 13 de Agosto de 2019
Comportamental, Análise do Comportamento, formação de
Revisado: 23 de Outubro de 2019
terapeutas analítico-comportamentais. Aprovado: 28 de Outubro de 2019

Como citar este documento


ABSTRACT: The objective of this study was to evaluate
Rodrigues, B., & De Luca, G. (2019).
the correspondence between characteristics of the teaching of Ensino de Terapia Analítico-Comporta-
Behavioral-Analytic Therapy and the knowledge of Behav- mental: uma revisão sistemática da lite-
ratura. Revista Brasileira de Terapia Com-
ior Analysis about teaching-learning processes. A systematic portamental e Cognitiva. Advance online
literature review was performed. The studies were selected publication. doi: https://10.31505/rbtcc.
v21i3.1342
on Scielo and PePSIC databases, on Sobre Comportamento
e Cognição and Comportamento em Foco collections and in
the main journals of Behavior Analysis in which Brazilians
publish. The recovery of the studies was made using descrip- É permitido compartilhar e adaptar. Deve dar o crédito
apropriado, não pode usar para fins comerciais.
tors like “teaching” and “learning” in combination with “an-

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alytic-behavioral therapy” and “analytic-behavioral therapist”. 36 studies were identified and


analyzed, in which information about teaching-learning processes, in general, presents a high
level of generality, imprecision and little clarity, presenting little correspondence with analyt-
ic-behavioral knowledge regarding the teaching-learning processes. Nevertheless, recent stud-
ies present clearer information, indicating a possible tendency for researchers increasingly the
base of their work on behavior analytic knowledge when teaching analytic-behavioral therapists.
Keywords: teaching-learning, Behavioral-Analytic Therapy, Behavior Analysis, formation of
behavioral-analytic therapists.

RESUMEN: El objetivo fue evaluar la correspondencia entre rasgos de la enseñanza de la Te-


rapia Analítico-Comportamental y el conocimiento en Análisis de la Conducta respecto a los
procesos de enseñanza y aprendizaje. Se realizó una revisión sistemática de literatura, seleccio-
nándose estudios en las bases de datos SciELO y PePSIC, en las colecciones Sobre Comporta-
mento e Cognição y Comportamento em Foco y en los principales periódicos de AC en que los
brasileños publican. Para la recuperación de los estudios, se utilizaron términos como “ense-
ñanza” y “aprendizaje” en combinación con “terapia analítico-conductual” y “terapeuta analí-
tico-conductual”. Se identificaron 36 estudios, en los cuales se examinaron informaciones res-
pecto a los procesos de enseñanza y aprendizaje que, en general, presentan generalidad y poca
claridad. Sin embargo, estudios recientes presentan informaciones más precisas y claras, indi-
cando una posible tendencia de los investigadores a basarse cada vez más en los conocimientos
de AC al enseñar terapeutas analítico-conductuales.
Palabras-clave: enseñanza-aprendizaje, Terapia Analítico-Comportamental, Análisis de la Con-
ducta, formación de terapeutas analítico-comportamentales.

C omo é transformado um aprendiz em


um terapeuta analítico-comportamen-
tal? A maneira usual de ensino consiste na
mé, 2001). Será que essa maneira alternativa,
denominada Programação de Ensino ou, mais
recentemente, Programação de Contingências
“transmissão de conteúdo”. Existe, entretan- para Desenvolver Comportamentos (Kienen,
to, evidências de que ensinar o aprendiz a “re- Kubo, & Botomé, 2013), está sendo utilizada
produzir” informações não implica em ele se para ensinar Terapia analítico-comportamen-
comportar de acordo com elas (Kubo & Boto- tal? Quanto? Considerando essas questões, pa-
mé, 2001; Skinner, 1972). Na Análise do Com- rece relevante, científica e socialmente, avaliar
portamento, já foram e estão sendo produzidos as características do ensino de Terapia Analíti-
conhecimentos que implicam em outra maneira co-Comportamental na literatura e sua corres-
de ensinar, direcionada para o desenvolvimento pondência com o conhecimento em Análise do
de comportamentos pelo aprendiz, para Comportamento a respeito do processo de en-
além do “reproduzir informações”. Nessa sinar e aprender.
perspectiva, ensinar envolve etapas como propor
comportamentos-objetivo geral e intermediários Os Processos de Ensinar e Aprender
a serem ensinados e avaliar aprendizagem, com Conforme a Análise do Comportamento
base em uma concepção de que só há ensino
quando o aprendiz passa a apresentar um novo Estudos da Análise do Comportamento
comportamento (Botomé, 1981; Kubo & Boto- produziram importantes contribuições para o

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conceito de ensino-aprendizagem (e.g.: Boto- o Método Keller (Keller, 1999) ou o intertea-


mé, 1981; Kubo & Botomé, 2001). De acordo ching (Saville, Lambert, & Robertson, 2011).
com esses estudos, “ensino-aprendizagem” é Em outra perspectiva, na Programação de Con-
um processo melhor referenciado pelos ver- tingências para Desenvolver Comportamentos
bos “ensinar” e “aprender”, uma vez que assim (PCDC), que consiste em um avanço do Méto-
é enfatizada a interação de sujeitos como cen- do Keller, o objetivo do ensino é que o apren-
trais no processo: os aprendizes e alguém no diz desenvolva comportamentos de interesse
papel de professor. Nessa interação, o ensinar para transformar a realidade em algum sentido
é o comportamento apresentado por alguém no planejado (Kienen, Kubo, & Botomé, 2013).
papel de professor, cujo resultado consiste na Para tanto, é central o papel do professor, que
modificação do comportamento de alguém no tem a responsabilidade de planejar as condi-
papel de aprendiz (Kubo & Botomé, 2001). O ções que possibilitam a aprendizagem (Car-
aprender é o processo comportamental cons- valho, Silva, Kienen, & Melo, 2014; Kienen,
tituído pela mudança do comportamento do Kubo & Botomé, 2013; Kubo & Botomé, 2001;
aprendiz, enquanto o ensinar é o comporta- Nale, 1998). Esse tipo de programação de en-
mento do professor, que produz tal mudança. sino pode ser organizado em 10 etapas. A pri-
Assim, só é possível dizer que o professor en- meira é 1) a caracterização da realidade com a
sina se houver aprendizagem por parte do alu- qual o aprendiz deverá lidar após formado, 2)
no e, portanto, ensinar é mais do que ter a in- identificação da realidade que se deseja produ-
tenção de ensinar ou apresentar ações que não zir como resultado das ações do aprendiz for-
produzem, efetivamente, aprendizagens (Fer- mado e 3) identificação dos comportamentos-­
reira, 2003; Kubo & Botomé, 2001; Skinner, objetivo, entendidos como os comportamentos
1972). Existem, entretanto, diferentes manei- que o aprendiz precisará apresentar para trans-
ras de ensinar, como o ensino “tradicional” e a formar a realidade no sentido almejado (Kubo
Programação de Contingências para Desenvol- & Botomé, 2001). Após realizadas essas eta-
ver Comportamentos (Kienen, Kubo & Boto- pas, é papel do professor 4) identificar o que o
mé, 2013; Nale, 1998). O ensino tradicional é aprendiz deverá aprender para desenvolver o
caracterizado pela “transmissão de conteúdo”, comportamento-objetivo (ou seja, os compor-
de modo que o objetivo é que o aluno apren- tamentos-objetivo intermediários), 5) identi-
da a reproduzir informações apresentadas pelo ficar os recursos e repertórios já existentes, 6)
professor. A proposição de “conteúdos” como definir a sequência de comportamentos a se-
objetivos de ensino tem sido evidenciada em rem ensinados, 7) identificar recursos, instru-
pesquisas recentes, que revelaram que parte dos mentos, ambientes e procedimentos necessários
objetivos propostos por professores são itens de para, só então, 8) realizar o ensino. Diferen-
conteúdos (e.g. Luiz & Botomé, 2017). te do ensino tradicional, na PCDC, o aprendiz
Nessa perspectiva, o ponto de partida para não é considerado formado após a realização
planejar o ensino são as informações existen- dos procedimentos de ensino planejados, mas
tes, as quais orientam a decisão de o que será são 9) avaliados os comportamentos desenvol-
ensinado e os procedimentos que serão utiliza- vidos em cada aprendiz, a fim de 10) identi-
dos para tal. Após realizados os procedimentos, ficar os resultados do processo de ensino. As-
o aluno é considerado “formado”. O conheci- sim, informações, que na proposta tradicional
mento produzido em Análise do Comporta- de ensino eram o ponto de partida, na PCDC é
mento possibilitou o desenvolvimento de di- apenas mais um recurso utilizado para desen-
ferentes perspectivas para o ensino, tais como volver comportamentos, isto é, ensinar (Kie-

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nen, Kubo, & Botomé, 2013; Cortegoso & Co- lítico-Comportamental” no Brasil. Há autores
ser, 2011; Kubo & Botomé, 2001). que defendem o uso da expressão para fazer re-
ferência a um modelo terapêutico típico do Bra-
Ensino de Terapia sil, caracterizado pelo uso da análise funcional
Analítico-Comportamental do comportamento como instrumento de avalia-
ção e intervenção terapêutica (Leonardi, 2015).
A expressão “Terapia Comportamental” é Apesar disso, outros terapeutas passaram a in-
utilizada para fazer referência a diversas prá- cluir em suas práticas estratégias terapêuticas
ticas terapêuticas (Moskorz, Kubo, De Luca, de modelos de terapia de terceira “onda”. Isso
& Botomé, 2012). Particularmente no Brasil, tem sido possível devido às modalidades tera-
a Terapia Comportamental foi desenvolvida pêuticas que tradicionalmente são referencia-
desde seu início, no final da década de 1960, das como de terceira “onda” serem caracteri-
por meio da adesão aos princípios de aprendi- zadas pelo retorno aos pressupostos da Análise
zagem skinnerianos e da utilização de técnicas do Comportamento e do Behaviorismo Radi-
do paradigma respondente (Leonardi, 2015; cal (Leonardi, 2015; Rafihi-Ferreira, dos San-
Rafihi-Ferreira, dos Santos, Carvalho, & So- tos, Carvalho, & Soares, 2016). Nesse sentido,
ares, 2016). Nos Estados Unidos da Améri- a expressão “Terapia Analítico-Comportamen-
ca, por sua vez, apesar da Terapia Comporta- tal” é utilizada neste trabalho para fazer refe-
mental ter começado a ser desenvolvida antes, rência a terapias baseadas na Análise do Com-
ela passou por uma “revolução cognitiva” em portamento e Behaviorismo Radical, incluindo
1960, quando terapeutas desenvolveram a Te- terapias de terceira “onda”.
rapia Cognitiva e se distanciaram dos pressu- O ensino de Terapia Analítico-Comporta-
postos analítico-comportamentais. Assim, foi mental pode ocorrer de diversas formas, como
apenas entre o final da década de 1980 e o iní- treinamentos teóricos (participação de aulas
cio da década de 1990 que a clínica analítico-­ expositivas, leitura de textos), workshops e
comportamental voltou a ser desenvolvida de supervisão clínica. A supervisão clínica é con-
maneira expressiva, constituída por diferentes siderada um dos momentos mais importantes
modelos terapêuticos baseados, em algum grau, da capacitação do terapeuta em formação (Be-
na Análise do Comportamento e Behaviorismo ckert, 2002), sendo papel do supervisor propi-
Radical (Leonardi, 2015; Rafihi-Ferreira, dos ciar mudanças de comportamento do terapeu-
Santos, Carvalho, & Soares, 2016). Essas mo- ta-aprendiz em relação ao cliente (Silveira et
dalidades terapêuticas são conhecidas como de al., 2009; Starling, 2002). Para tanto, a manei-
terceira “onda” da Terapia Comportamental. ra mais comum é a orientação verbal do super-
Entre elas, estão: a Terapia Comportamental visor em relação ao relato do aluno acerca de
Dialética (Linehan, 1993), Psicoterapia Ana- seu atendimento, o que pode ser problemático
lítico-Funcional (Kohlenberg & Tsai, 1991), considerando que “relatar sobre a intervenção”
Terapia Comportamental Integrativa de Casais e “intervir” são comportamentos diferentes (Bi-
(Jacobson & Christensen, 2002), e Terapia de tondi, Ribeiro, & Sétem, 2012). Outra variável
Aceitação e Compromisso (Hayes, Strosahl, & que complexifica a supervisão clínica é que o
Wilson, 1999), dentre outras (Lucena-Santos, relato do aprendiz pode estar sob controle de
Pinto-Gouveia, & Oliveira, 2015). duas contingências diferentes: a da sessão re-
Essa diversidade na história da Terapia Com- alizada, o que possibilitaria melhor análise e
portamental resultou também em uma diversi- supervisão do caso, ou da própria supervisão
dade no que hoje é entendido por “Terapia Ana- (Beckert, 2002).

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A participação em aulas expositivas e leitura tivas em Análise do Comportamento e Revista


de textos é também parte da formação do tera- Brasileira de Análise do Comportamento. Além
peuta analítico-comportamental na graduação, disso, foram identificados estudos em todos os
que possibilita o aprendiz a ter mais conheci- volumes das coleções Sobre Comportamento e
mento sobre como intervir. O conhecimento ad- Cognição e Comportamento em Foco, por es-
vindo de aulas expositivas e leituras, no entan- tas serem fontes de informações de Análise do
to, é constituído por informações, as quais são Comportamento no Brasil que não estão indexa-
recursos, mas não necessariamente capacitam das nas bases de dados pesquisadas.
o aprendiz a apresentar os comportamentos-ob- Foram incluídos artigos relacionados ao ensi-
jetivo (Kubo & Botomé, 2001). Um meio de no de Terapia Analítico-Comportamental, sendo
capacitação que envolve prática é o workshop, esta entendida aqui como terapias fundamenta-
sendo ele composto por treinamento teórico e das em algum grau na Análise do Comporta-
exercícios práticos, com objetivo de desenvol- mento e no Behaviorismo Radical (Leonardi,
ver comportamentos no terapeuta que o tornem 2015; Morskorz, Kubo, De Luca, & Botomé,
apto a intervir (Fonseca, 2016). 2012). As terapias costumeiramente designa-
Mas será que esses processos de ensino- das como de “terceira onda” – como FAP, ACT
-aprendizagem estão baseados no conhecimen- e DBT – também foram consideradas terapias
to de Análise do Comportamento a respeito dos analítico-comportamentais.
processos de ensinar e aprender e na Programa- Nos indexadores de periódicos, a busca foi
ção de Contingências para Desenvolver Com- realizada por meio das seguintes palavras-cha-
portamentos? Considerando a lacuna existente ve relativas ao ensino: (ensino OR ensinar OR
em literatura a respeito de possíveis respostas a aprendizagem OR aprender OR formação OR
essa pergunta e o conhecimento produzido por formar OR habilidade OR habilitar OR com-
analistas do comportamento a respeito de eta- petência OR aptidão OR capacitação OR capa-
pas e fundamentos básicos para desenvolver citar OR comportamento-objetivo OR objeti-
comportamentos, o objetivo deste trabalho foi vo de ensino OR objetivo comportamental OR
avaliar as características do ensino de Terapia atividade OR fazer OR prática OR função OR
analítico-comportamental de acordo com a li- avaliação OR contingência OR transmissão de
teratura e sua correspondência com o conheci- conhecimento OR saber OR estudo OR instru-
mento em Análise do Comportamento a respei- ção OR treino OR supervisão OR modelagem
to do processo de ensinar e aprender. OR modelação OR instrução OR instrutor OR
professor OR docente OR avaliação OR desen-
Método volver profissional OR desenvolvimento pro-
fissional OR desempenho OR capacidade OR
Os estudos analisados foram identificados treino OR educação profissional) em conjunto
nas bases de dados SciELO e PePSIC, por se- (AND) com palavras-chave relativas à terapia
rem as principais bases de Psicologia no Brasil. analítico-comportamental: (terapia comporta-
Foi realizada, também, via online, um exame mental OR terapia analítico comportamental
e seleção de artigos em todos os volumes das OR psicoterapia analítica funcional OR FAP
principais revistas em que a comunidade bra- OR psicólogo clínico OR psicoterapeuta com-
sileira de analistas do comportamento publica portamental OR psicoterapia comportamental
(Strapasson, Zuge, & Cruz, 2017). São elas: OR prática clínica OR intervenção psicológica
Acta Comportamentalia, Revista Brasileira de OR intervenção clínica OR atuação clínica). A
Terapia Comportamental e Cognitiva, Perspec- busca foi realizada por meio de leitura do títu-

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lo dos estudos, sendo selecionados aqueles que instrumentos, ambientes e procedimentos de en-
pareciam fazer referência ao ensino de Terapia sino necessários); 8. Realização do ensino; 9.
analítico-comportamental. Quando o título do Avaliação de ensino; 10. Resultados do ensino.
estudo não era claro o suficiente para ser inclu- No processo de seleção dos estudos, os cri-
ído ou excluído, o resumo (ou parte do estudo, térios de exclusão foram: (a) artigos relativos a
quando não tinha resumo) foi lido até que fos- modalidades terapêuticas não fundamentadas no
se possível classificá-lo. Behaviorismo Radical e Análise do Comporta-
A identificação dos artigos nos periódicos e mento, (b) artigos de Psicologia Clínica em ge-
bases de dados foi realizada entre os dias 30 de ral, não fundamentada na Análise do Comporta-
maio a 9 de junho de 2018, tendo sido selecio- mento; (c) estudos sobre formação do psicólogo
nados artigos em português de qualquer data até em áreas que não a clínica; (d) estudos relativos
o dia da recuperação dos estudos. Foram sele- ao ensino do profissional acompanhante tera-
cionados artigos em português devido ao objeti- pêutico, mesmo que fundamentado na Análise
vo de avaliar o ensino de Terapia analítico-com- do Comportamental, (e) estudos sobre efeitos
portamental especificamente no Brasil, sendo a da Terapia Comportamental com determinados
maior parte da produção publicada em periódi- tipos de populações e (f) estudos sobre ensino
cos nacionais (Rafihi-Ferreira, dos Santos, Car- de behaviorismo ou Análise do Comportamento.
valho, & Soares, 2016).
O critério de inclusão
foi o estudo fazer referên-
cia a qualquer variável do
processo de ensino (Kubo
& Botomé, 2001) de Te-
rapia Analítico-Compor-
tamental. As variáveis
observadas foram: 1. Situ-
ações que o aprendiz de-
verá lidar após ensino; 2.
Resultados esperados das
ações do aprendiz após
ensino; 3. O que o apren-
diz deverá estar apto a fa-
zer para lidar com situa-
ções e o que deverá estar
apto a produzir após o en-
sino (comportamento-ob-
jetivo); 4. O que o apren- Figura 1. Fluxo da informação com as diferentes fases da revisão sistemática rea-
diz precisará aprender lizada. Adaptado de “Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Me-
ta-Analyses: The PRISMA Statement”, de Moher D, Liberati A, Tetzlaff J, Altman
(comportamentos inter- DG, The PRISMA Group, 2009, PLoS Med, 6(7), p. 3.
mediários); 5. Recursos e
repertórios que já existem; 6. Sequências e par- A identificação e seleção dos artigos foi re-
tes em que é apropriado dividir e organizar o gistrada em um fluxograma adaptado do mo-
conjunto de comportamentos (mapeamento do delo da plataforma PRISMA. Nesse fluxogra-
ensino); 7. Planejamento do ensino (recursos, ma, apresentado na Figura 1, está registrada a

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quantidade de artigos que apresentam os des- ações do aprendiz”: “aumento de CRB2s” e


critores citados em qualquer parte deles. De- “aumento de O2s”1.
pois, foi avaliado o resumo de cada artigo a fim As informações foram examinadas com
de verificar se ele fazia referência ao ensino de base em critérios específicos de cada uma das
Terapia Analítico-Comportamental, sendo ex- etapas básicas de um processo de ensinar e
cluídos os que não continham tal tipo de infor- aprender. Por exemplo, as informações rela-
mação e também os duplicados. Um estudo foi tivas aos Resultados do ensino, foram exami-
eliminado posteriormente, durante a coleta de nadas em relação ao tipo de sujeito a que se
dados, por que apesar de o título dele ser re- referiam (cliente, terapeuta, outros), grau de
ferente a habilidades terapêuticas, o conteúdo clareza do resultado (se específico, se genéri-
dele não era relacionado ao ensino de Terapia co etc.) e contexto em que o resultado foi ob-
analítico-comportamental. servado (em contexto de ensino, em contexto
terapêutico etc.). Para descrição de resultados
Análise de Dados e discussão, os estudos foram divididos em
dois grupos: (a) Relato de experiência: estu-
Os estudos selecionados foram listados em dos que consistem em relatos de experiência
ordem crescente com base no ano de publica- de ensino e aprendizagem de comportamentos
ção, sendo que no caso de ocorrência de mais constituintes da atuação de um terapeuta ana-
de um estudo publicado no mesmo ano, a or- lítico-comportamental. Foram incluídos neste
denação foi por ordem alfabética. A partir des- grupo relatos de experiência como supervisor,
sa lista foi atribuído um número de 1 a 36 em de ensino em disciplinas de graduação e de re-
ordem crescente, para cada um dos estudos. A alização de pesquisas com objetivo de ensino
referência deles pode ser encontrada em con- de comportamento relevante para o terapeuta
junto com a lista de referências deste artigo analítico-comportamental. E o segundo grupo,
(representados com um asterisco no começo (b) Ensaios conceituais: estudos constituídos
da referência). fundamentalmente por informações relacio-
Após esta etapa, foi realizada a leitura in- nadas a variáveis relativas ao ensino e apren-
tegral dos estudos selecionados e a identifi- dizagem de comportamentos constituintes da
cação, neles, de informações sobre possíveis atuação de um terapeuta analítico-comporta-
variáveis que fazem referência ao processo de mental, sem explicitar relação com experiência
ensino-aprendizagem de Terapia Analítico- de ensino. No primeiro grupo de estudos, pu-
-Comportamental. Essas informações foram deram ser identificadas informações referentes
registradas em um protocolo em que na colu- a qualquer uma das 10 variáveis, enquanto no
na vertical, à esquerda, era registrada a refe- segundo podem ter sido identificadas informa-
rência de cada um dos estudos observados e ções referentes às variáveis de um a seis. Isso
na coluna horizontal, na parte de cima do pro- porque as demais variáveis (7 a 10) envolvem
tocolo, constavam as 10 variáveis observadas. a realização do ensino.
Por exemplo, a partir da sentença “Em rela-
ção à cliente, observou-se o aumento de CR-
B2s e O2s, ao longo das sessões, indicando
melhora”, da seção de “Resultados e Discus-
são” do estudo de Lepienski e Silveira (2017, 1 CRB2 e O2 são referentes à apresentação de “com-
portamentos-progresso” do cliente em sessão e na
p. 352), foram selecionadas informações re- vida cotidiana, respectivamente (Tsai, Kohlenberg,
lativas à variável “Resultados esperados das Kanter, Kohlenberg, Follette, & Callaghan, 2011).

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Resultados e Discussão Sartor, Sabbag, Barbosa, Brandengurg, et al.


2014; Nobile, Garcia, & Silva, 2017; Rafihi-
Ocorrência dos Estudos ao Longo dos -Ferreira, Santos, Carvalho, & Soares, 2016;
Anos e Vínculo Institucional dos Autores Tozze & Bolsoni-Silva, 2018), publicados
nos últimos cinco anos, são de pesquisadores
Foram analisados 36 estudos. Desses, 22 de diversas localidades do Brasil (e.g, Uni-
são relatos de experiências de ensino e 14 são versidade Federal do Paraná, Universida-
ensaios conceituais. Na Figura 2 é apresenta- de Federal do Ceará, Universidade Estadual
da a ocorrência acumulada de estudos selecio- Paulista, Universidade de São Paulo, Uni-
nados durante o período de 1997 a julho de versidade Estadual de Londrina, FACEL e
2018. A produção de estudos a respeito do en- Clínica Particular).
sino de Terapia Analítico-Comportamental é Desses estudos mais recentes, quatro fo-
pequena, porém relativamente constante desde ram construídos por autores de diferentes lu-
1997. Os anos que apresentaram maior quanti- gares e instituições de ensino (Barbosa, Du-
dade de produção foram 2003 e 2004, nos quais tra, & Ferreira, 2017; Mayer, Nascimento,
muitos estudos foram publicados na Coleção Sartor, Sabbag, Barbosa, Brandengurg, et al.
Sobre Comportamento e Cognição. Ainda que 2014; Nobile, Garcia, & Silva, 2017), indican-
isso possa sugerir que as publicações dos vo- do integração de pesquisadores de diferentes
lumes dessa coleção consistiram em um estí- lugares para realização de pesquisas relacio-
mulo para a produção dos estudos sobre o fe- nadas ao ensino de Terapia Analítico-Com-
nômeno ora investigado, parece não ter havido portamental. Os outros cinco são de autores
nessa época uma política editorial relacionada vinculados a uma mesma instituição: Unesp
a isso, sugerindo que o aumento da produção (3), Universidade Federal de São João del-­
nesses anos não foi determinado por políticas Rei (1) e UFPR (1). Além disso, desses estu-
editoriais específicas para esse fim. dos mais recentes, a Universidade Estadual
Paulista (Unesp), Uni-
versidade Federal do
Paraná (UFPR) e Fa-
culdade de Administra-
ção, Ciências, Educação
e Letras (FACEL) são as
instituições vinculadas
à maior ocorrência de
publicações, sendo a
Unesp com três publi-
cações e as outras duas
com duas ocorrências
Figura 2. Ocorrência acumulada de estudos no decorrer dos anos. cada. Esse dado indi-
ca que não há concen-
Os nove estudos mais recentes (Almeida, tração de estudos em uma região ou insti-
Runnacles, & Silveira, 2016; Barbosa, Du- tuição de ensino superior específicos, mas
tra, & Ferreira, 2017; Bolsoni-Silva, & Ma- há pesquisadores de diferentes regiões inte-
tsunaka, 2017; Chagas, & Bessa, 2017; Le- ressados em aspectos do ensino da Terapia
pienski & Silveira, 2017; Mayer, Nascimento, Analítico-Comportamental.

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Variáveis Relativas ao Processo comportamentos a serem ensinados, para além


de Ensino-Aprendizagem do ensino apenas de informações.
Essa coerência, po-
rém, não é corrobora-
da pela baixa ocorrên-
cia de identificação de
“comportamentos-ob-
jetivo” (10) e pela au-
sência de identificação
de informações sobre
“mapeamento do ensi-
no”, indicando não ter
sido explicitado como
esse ensino foi orga-
nizado, em termos de
abrangência e ordena-
Figura 3. Quantidade de estudos por variável analisada. A parte da barra em cor mais ção dos comportamen-
clara representa a quantidade de ensaios conceituais em que a variável foi identifica-
tos a serem ensinados,
da, enquanto a cor mais escura é referente a esta identificação nos estudos de relato de
experiê­ncia de ensino. nem nos 22 relatos de
realização de ensino.
Na Figura 3 é apresentada a quantidade de Caso essa ausência de informações sobre a re-
estudos com contribuições referentes às vari- lação de abrangência e dependência entre os
áveis examinadas. Conforme essa figura, “re- comportamentos-objetivo constitua não apenas
cursos e repertórios que já existem” foi a variá- a falta da descrição desse aspecto, mas a des-
vel identificada na maior quantidade de artigos consideração dele no ensino, isso sugere cer-
(33), seguida de “comportamentos intermediá- ta incoerência com o princípio dos “pequenos
rios” (32). As variáveis menos identificadas fo- passos”, que propõe maior efetividade do ensi-
ram “comportamento-objetivo” (10) e “mape- no quando os comportamentos mais simples são
amento de ensino”, em relação a qual não foi desenvolvidos anteriormente aos mais comple-
identificada informação. As informações cole- xos (Cortegoso & Coser, 2011; De Luca, 2013;
tadas em relação à variável “recursos e repertó- Kubo & Botomé, 2001; Matos, 2001). Com a
rios que já existem” foram especificamente so- concretização desse princípio em processos de
bre os “recursos”, que em sua maior parte, eram ensinar e aprender, a proposição das contingên-
referentes à supervisão como principal ativida- cias de ensino tende a ser mais precisa e tende
de de ensino, demonstrando maior ênfase dos a ser diminuída a probabilidade de erro por par-
analistas do comportamento em identificar e ca- te do aprendiz, aumentando o engajamento dele
racterizar atividade de ensino, uma vez que há no processo de aprendizagem (Matos, 2001).
maior referência a informações sobre como en- As “situações com as quais o aprendiz irá
sinar que sobre o que ensinar. Apesar disso, a lidar após formado” identificadas na literatura
grande quantidade de ocorrência de informações consultada são diversas e genéricas. Em nove
relacionadas aos “comportamentos intermediá- dos 27 estudos, essa variável foi identificada
rios” indica uma coerência com os pressupostos apenas por meio das expressões “queixa”, “di-
de Análise do Comportamento a respeito da im- ficuldades”, “sofrimento do cliente e/ou clien-
portância da identificação e caracterização dos tes específicos”. Do restante, dois fazem refe-

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rência a “dificuldades da criança”, no caso de rização dos resultados esperados, por exemplo,
terapia infantil, e dois são referentes a dificul- que é possível propor comportamentos-objetivo
dades com as quais o terapeuta irá lidar, como que, se apresentados, podem produzi-los. Em
dificuldades pessoais e sentimentos aversivos adição, como ensinar o aprendiz a caracterizar
gerados pelo cliente. Nos outros estudos, as in- a realidade com a qual ele irá lidar, um com-
formações são diferentes em cada um, sendo portamento relevante para a efetividade da in-
algumas: dificuldade em relacionamento inter- tervenção, sem informações referentes a essa
pessoal, dificuldades com habilidades sociais, realidade? (Carvalho, Silva, Kienen, & Mello,
Transtorno Borderline etc. Em apenas três estu- 2014; Cortegoso & Coser, 2011; Kubo & Bo-
dos essa variável é apresentada de forma mais tomé, 2001; Botomé, 1981).
específica. Um exemplo é um estudo onde são Em complemento, há pouca ênfase em re-
citadas as situações: cliente com contradições lação aos “resultados esperados das ações do
em seu comportamento, problemas do cliente aprendiz após ensino”, já que foram identifi-
e das condições a eles relacionadas, condições cadas informações referentes a essa variável
aversivas produzidas pelo cliente, aspectos da em 23 dos 36 estudos analisados, sendo apenas
vida do cliente, diversidade de repertórios com- 13 referente aos estudos em que houve realiza-
portamentais entre diferentes, respostas agres- ção de ensino. Do total de estudos em que foi
sivas do cliente, resistência do cliente em mu- identificada essa variável, 10 foram por meio
dar um padrão rígido de comportamento de de alguma das seguintes expressões genéricas:
fuga e esquiva, cliente tentar estabelecer re- “mudança”, “melhora”, “bem-estar do clien-
lação de amizade com terapeuta etc. (Barbo- te” ou “sucesso na terapia”. Em outros estu-
sa, Dutra, & Ferreira, 2017). Esses dados in- dos foi identificada, como resultado esperado
dicam que, com poucas exceções, constam na das ações do aprendiz após o ensino, “cliente
literatura informações referentes às “situações identificar contingências das quais seu com-
com as quais o aprendiz irá lidar”, mas de ma- portamento é função”, o que parece constituir
neira pouco clara. A falta de clareza sobre es- importante resultado a ser alcançado na tera-
ses aspectos, que devem adquirir em contex- pia, mas insuficiente por não necessariamente
to terapêutico a função de classes de estímulos propiciar mudança terapêutica. Apenas em dois
antecedentes a controlar o comportamento do estudos é acrescida a informação que o clien-
terapeuta, pode dificultar a elaboração de con- te precisa aprender a “manipular as variáveis
tingências em contexto de ensino para que o que controlam seu comportamento” (Bitondi,
terapeuta-aprendiz passe a ficar sob controle Ribeiro, & Sétem, 2012; Mayer, Nascimen-
dessas variáveis. Além disso, pode implicar em to, Sartor, Sabbag, Barbosa, Brandengurg, et
pouca clareza do terapeuta em relação a quando al., 2014), o que parece consistir um resultado
apresentar um comportamento específico e di- mais significativo do que apenas a identifica-
ficuldade ou falta de clareza por parte dos pro- ção dessas variáveis e, portanto, um resultado
fessores na proposição dos resultados a serem mais promissor para o cliente. Outras informa-
alcançados após realização do ensino, já que ções identificadas mais específicas são: cliente
a identificação das “situações com as quais o desenvolver “comportamentos de intimidade”
aprendiz irá lidar” é condição para essa propo- (Almeida, Runnacles, & Silveira, 2016) e “au-
sição (Cortegoso & Coser, 2011; Kubo & Boto- mento de CRB2s e O2s” (Lepienski & Silveira,
mé, 2001). Esse processo tem efeito em todas 2017). Em geral, portanto, a literatura acerca
as outras etapas relativas à construção de um do ensino de Terapia Analítico-Comportamen-
programa de ensino, pois é a partir da caracte- tal apresenta pouca clareza em relação aos re-

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sultados esperados das ações do aprendiz após cesso de ensino (os comportamentos a serem
ensino, sendo insuficiente para caracterizar es- desenvolvidos nos e pelos aprendizes) e o que
ses resultados e orientar a atuação profissional. consta na literatura consultada a respeito des-
Essas informações não correspondem com os sa variável. Foram raras, por exemplo, indica-
conhecimentos analítico-comportamentais a ções de objetivos de ensino que se referiam a
respeito dos processos de ensinar e aprender e informações. Essa correspondência, entretan-
suscita questões a serem investigadas em pes- to, pode ser aprimorada, dado que grande parte
quisas futuras, como: sob controle de quais re- das informações referentes a aspectos do com-
sultados o terapeuta orienta sua própria atuação portamento restringem-se à ação a ser apresen-
profissional? Como avaliar se a terapia foi efe- tada pelo aprendiz, não explicitando, na maio-
tiva? Quais resultados tornam a terapia efeti- ria das vezes, as situações nas quais o aprendiz
va? Os terapeutas estão sendo capacitados para deve apresentar essa ação e quais as prováveis
avaliarem os resultados de seus atendimentos? consequências dela (Botomé, 2001, 2013), além
Como já citado, informações sobre “com- de alguns objetivos de ensino serem descritos
portamentos-objetivo” foram identificadas em de forma vaga ou ambígua.
10 estudos, enquanto “comportamentos-inter- Foram identificadas informações, nos estu-
mediários”, em 32. As informações referentes dos analisados, em relação a aspectos dos com-
a essas variáveis foram as relacionadas a clas- portamentos a serem apresentados pelo tera-
ses de comportamentos, ações e itens listados peuta no contexto do “aqui e agora” da sessão
nos estudos como referentes aos comporta- e também de comportamentos a serem desen-
mentos a serem ensinados aos aprendizes de volvidos como pré-requisitos. Destes, o prin-
terapeuta analítico-comportamental. Essas in- cipal aspecto identificado é referente ao apren-
formações, portanto, não são necessariamente diz buscar desenvolver seu autoconhecimento
classes de comportamentos, em termos analí- (e.g. Berri & Wruck, 2010; Wielenska, 2009,
tico-comportamentais. Algumas informações, 2010). Prevendo e controlando seu próprio com-
por exemplo, são referentes a itens ou temas portamento, o que envolve autoconhecimento
relevantes sobre o comportamento do terapeu- e – obviamente – autocontrole, maior a proba-
ta, como contato visual (Ulian, 2002; Ireno, & bilidade de o terapeuta-aprendiz identificar as
Meyer, 2009), postura e apoio (Ireno, & Meyer, variáveis controladoras da relação terapêutica
2009) e a comunicação e enfrentamento (Bol- e do comportamento do cliente, o que aumen-
soni-Silva, & Matsunaka, 2017). Outras infor- ta a possibilidade de “sucesso” na terapia. Dis-
mações, identificadas na maioria dos estudos, so decorre a ênfase em alguns estudos sobre a
fazem referência a alguma ação ou atividade a importância de o aprendiz também fazer tera-
ser realizada pelo terapeuta, como “terapeuta pia, uma vez que esta tende a aumentar seu ní-
concorda” (Moreira, 2003), “terapeuta repro- vel de autoconhecimento (e. g., Heller, 2006;
va ou discorda de ações do cliente” (Zamigna- Otero, 2004). Outras informações referentes a
ni, Meyer, 2011; Chagas, & Bessa, 2017), “dar habilidades pré-requisito a serem desenvolvi-
instrução” (Mayer, Nascimento, Sartor, Sa- das foram: conhecimento teórico (e. g., Almei-
bbag, Barbosa, Brandengurg, et al. 2014), “li- da, Runnacles, & Silveira, 2016; Ulian, 2002),
dar com diferenças” (Barbosa, Dutra, & Fer- ampliar as habilidades para lidar com fatores
reira, 2017), “elogiar” (Tozze & Bolsoni-Silva, estressores na relação interpessoal com o clien-
2018) etc. Esses dados indicam haver corres- te (e. g., Barbosa, Dutra, & Ferreira, 2017; Mo-
pondência entre o conhecimento em Análise do riyama, Escaraboto, Koeke, 2009) e submeter-
Comportamento sobre o objetivo de um pro- -se a avaliação de outros profissionais a fim de

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verificar os processos e resultados da atuação portamentos relativos a “caracterizar necessi-


enquanto terapeuta (Ferreira, 2003). dades terapêuticas”.
Kienen, Botomé, Kubo, Mattana e Shim- Com exceção da classe de comportamen-
bo (2003) propuseram que a atuação profis- tos “comunicar descobertas oriundas de in-
sional de um psicólogo é constituída por seis tervenção”, as outras classes de comporta-
classes gerais de comportamentos: caracterizar mentos constituintes da atuação profissional
necessidades sociais de intervenção, planejar foram identificadas, mas por meio de informa-
intervenção, executar intervenção, avaliar in- ções genéricas. A respeito das classes plane-
tervenção, aperfeiçoar intervenção e comuni- jar, avaliar e aperfeiçoar intervenções, foram
car descobertas oriundas de intervenção. Uma identificadas informações, que, porém, são ge-
avaliação a respeito do quanto há informações néricas. Por exemplo, em relação a “elaborar
referentes a essas classes de comportamento na programas”, as informações selecionadas foram
literatura relacionada ao ensino de Terapia Ana- “planejar” e “escolher técnicas” (Rafihi-Fer-
lítico-Comportamental evidencia que a classe reira, dos Santos, Carvalho, & Soares, 2016;
de comportamento “executar intervenção” é a Wielenska, 2009); em relação a “avaliar inter-
mais embasada na literatura, tanto em termos venção”, foram “observar efeito do seu com-
de quantidade quanto de especificidade de in- portamento sobre o cliente” (e. g., Barbosa,
formações. Em relação a “caracterizar neces- Dutra, & Ferreira, 2017; Silveira & Silvares,
sidades” as informações são mais genéricas e 2003; Wielenska, 2010) e a respeito do “aper-
em menor quantidade, sendo principalmente feiçoar intervenção”, “identificar, descrever
constituídas por expressões como realizar co- e justificar o que o terapeuta faz” e “adequar
leta de dados, analisar funcionalmente os com- linguagem” (Berri & Wruck, 2010). Existem,
portamentos do cliente, identificar e descrever entretanto, outros estudos nos quais são apre-
comportamentos relevantes do cliente (e.g., Ber- sentadas informações referentes a classes de
ri & Wruck, 2010; Ferreira, 2003; Rafihi-Fer- comportamentos do terapeuta que não foram
reira, Santos, Carvalho, & Soares, 2016). Es- analisados neste estudo, uma vez que são dis-
ses dados evidenciam que a coleta de dados é sertações (e.g., Mattana, 2004; Moskorz, 2011;
referente a um comportamento a ser apresenta- Ulian, 2007) ou artigo publicado em data pos-
do pelo terapeuta. Mas, considerando a pouca terior à recuperação dos estudos (Moraes & De
ênfase na literatura em relação ao que o tera- Luca, 2018). A última classe de comportamen-
peuta deve fazer para caracterizar o problema tos constituinte da classe mais geral “atuação
do cliente, distinguindo-o da queixa (Moskorz, profissional”, comunicar descobertas, é con-
Kubo, De Luca, & Botomé, 2012), isso sugere cretizada com a própria publicação do estudo
maior preocupação dos pesquisadores de ensi- e chegou a ser citada como um comportamen-
no de Terapia Analítico-Comportamental a res- to a ser desenvolvido pelos terapeutas, espe-
peito de como lidar com as situações do que cificamente, a partir da construção de relató-
com quais situações lidar. Esse dado não cor- rios para outros profissionais (Regra, 1997).
responde com os conhecimentos produzidos
por analistas do comportamento em relação Variáveis Específicas Relativas aos
aos processos de ensinar a aprender que evi- Estudos Constituídos por Relatos
denciam a interdependência entre esses dois de Experiências de Ensino
processos (Cortegoso, & Coser, 2011; Kubo
& Botomé, 2001) e sugerem a necessidade de Referente ao planejamento dos ensinos rela-
produção de conhecimento a respeito de com- tados, o procedimento mais usado foi a supervi-

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são, enquanto os recursos utilizados foram di- tualização do ensino realizado. Os aprendizes
versos, como: gravação de sessões de terapia nas experiências de ensino realizadas são, na
e de supervisão, solicitação ao aprendiz de re- maioria dos estudos, graduandos. O que pode
latório de atendimentos clínicos, análise do re- ser decorrência da própria exigência de super-
lato do aprendiz, observação ao vivo de atendi- visão do aprendiz graduando, concretizada pela
mentos terapêuticos realizados pelo aprendiz, Lei 4.119 que fundamenta a profissão do psi-
role-play, atendimento dos aprendizes em du- cólogo (Brasil, 1962). Em complemento, nove
pla, software e registro cursivo, além da utili- estudos foram realizados para ensinar aprendi-
zação de instrumentos como o IHS, o FIAT-T zes já formados, o que indica preocupação dos
e a FAPRS2. Esses dados indicam a existência pesquisadores a respeito do ensino de Terapia
de recursos diversos que podem ser usados no Analítico-Comportamental na formação conti-
ensino de Terapia Analítico-Comportamental. nuada dos terapeutas. Porém, ao serem obser-
Nesses estudos, constituídos por relato de vados os resultados do processo de ensinar e
experiência de ensino, são citados diferentes aprender, em 10 estudos foi utilizada observa-
tipos de participantes do processo de ensino- ção direta do comportamento dos aprendizes e
-aprendizagem (Figura 4). Como em um úni- em 15 estudos foi realizada observação indireta,
co estudo pode ter sido citado diferentes tipos sendo nove por meio de relato, três por meio de
de participantes, a soma de ocorrência dos ti- instrumentos e, também três, por meio de rela-
pos de participantes é maior do que a quanti- to e instrumento. Isso sugere a necessidade de
dade total de estudos. realização de mais estudos em que os resulta-
dos do processo de en-
sinar e aprender sejam
observados por meio de
observação direta, au-
mentando ainda mais
a fidedignidade deles
(Matos, 2001).
A “avaliação do en-
sino” foi citada em 21
estudos. Em nove de-
les, entretanto, esse
Figura 4. Quantidade de estudos em que são apresentados cada tipo de participante. processo foi feito de
maneira geral, apenas
De acordo com a Figura 4, os clientes são ci- por meio de citação ou ilustração de algum
tados como participantes em 19 dos 22 estudos. procedimento ou recurso de avaliação, como
Apesar de citados nos estudos, o comportamen- “interpretação dos relatos dos aprendizes” e
to dos clientes nem sempre foram observados “identificação do controle de estímulos do com-
como variáveis críticas em relação ao processo portamento do aprendiz”, sugerindo escassez
de ensinar e aprender, mas apenas como contex- de informações que, se usadas, aumentariam a
probabilidade de uma avaliação mais acurada
2 Inventário de Habilidades Sociais IHS-Del Prette do desenvolvimento de comportamentos cons-
(Del Prette & Del Prette, 2001); Functional Idio- tituintes da atuação do terapeuta analítico-com-
graphic Assessment Template (Callaghan, 2006);
Functional Analytical Psychotherapy Rating Scale portamental. Foram identificadas informações
(Callaghan & Follette, 2008). a respeito do delineamento do estudo apenas

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em sete estudos: AB (em dois estudos), linha portamental. Tal correspondência é, entretanto,
de base múltipla (em dois estudos), pós teste relativa ou parcial, ao serem consideradas cada
(em dois estudos), e um com testagem em três uma das variáveis constituintes de um processo
momentos do ensino (antes, no meio, e após), de ensino. Os comportamentos-objetivo inter-
o que sugere preocupação de, pelo menos, par- mediários, por exemplo, raramente foram pro-
te dos pesquisadores com a demonstração fi- postos com base em conteúdos, mas nem sem-
dedigna dos efeitos das contingências de ensi- pre eram propostos com a clareza exigida pelos
no sobre os comportamentos dos aprendizes. próprios analistas do comportamento (Botomé,
Apesar de os clientes terem sido citados em 2001/2013; Kubo & Botomé, 2001). Além dis-
19 dos estudos constituídos por relato de ex- so, algumas variáveis são citadas, mas descri-
periência, apenas em dois deles foi avaliado o tas de forma por demais genérica, como as si-
efeito dos comportamentos dos aprendizes so- tuações com as quais o aprendiz (o terapeuta)
bre os clientes. Esse dado parece pouco coeren- irá lidar em contexto clínico e os resultados a
te com os conhecimentos produzidos por analis- serem produzidos pelo e no processo terapêu-
tas do comportamento a respeito dos processos tico. Ademais, é possível concluir certas ten-
de ensinar e aprender, uma vez que a função da dências com base no exame da literatura con-
atuação do terapeuta analítico-comportamen- sultada, como a integração de profissionais de
tal é produzir mudança no comportamento do diferentes regiões e instituições de ensino na
cliente e a observação dessa variável, ainda que produção de conhecimento a respeito do en-
influenciada por dificuldades metodológicas, é sino de Terapia Analítico-Comportamental e,
aquela que mais consistentemente configura- sobretudo, maior especificidade das informa-
ria a eficácia do ensino de Terapia Analítico- ções relacionadas a esse ensino e maior quan-
-Comportamental. Descobrir se esta mudan- tidade de variáveis citadas nesses estudos, mais
ça está sendo realizada implica na necessidade recentes. O aumento da relação entre os pres-
de avaliação dos efeitos da atuação terapêutica supostos da Análise do Comportamento a res-
sobre os comportamentos do cliente. Essa ca- peito dos processos de ensinar e aprender e a
racterística geral de imprecisão das avaliações formação de terapeutas analítico-comportamen-
nos relatos de experiência implica também em tais, a partir da proposição de comportamen-
descrições dos resultados do ensino de maneira tos-objetivo (geral e intermediários) a serem
genérica. Via de regra, as informações são refe- desenvolvidos pelos futuros terapeutas, da es-
rentes a resultados produzidos acerca do desen- pecificação dos resultados terapêuticos a serem
volvimento de comportamentos nos aprendizes, produzidos etc., parece constituir recurso im-
em especial, no contexto de ensino (gradua- portante para maximizar a capacitação de no-
ção). Parece haver, entretanto, uma tendência vos terapeutas analítico-comportamentais, tor-
dos pesquisadores a considerarem uma quan- nando-a cada vez mais coerentes com o próprio
tidade maior de variáveis no processo de pla- conhecimento da Análise do Comportamento.
nejamento de ensino e maior clareza em rela-
ção aos processos envolvidos nessas variáveis. Referências
Em síntese, o exame da literatura consulta-
da possibilita concluir que há correspondência Referências precedidas de um asterisco in-
entre o conhecimento produzido por analistas dicam estudos incluídos na revisão da literatura
do comportamento em relação aos processos de
ensinar e aprender, em especial a respeito da * Almeida, M. S. D., Runnacles, A. L. S., &
PCDC, e o ensino de Terapia Analítico-Com- Silveira, J. M. D. (2016). Treino de com-

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