A baixa interação social e o abuso de tecnologia são uma realidade atual e têm
impactos significativos no desenvolvimento das crianças e adolescentes,
especialmente em relação à sua capacidade de se relacionar efetivamente com os outros e de adquirir habilidades motoras e cognitivas importantes. O uso excessivo e dependência de dispositivos eletrônicos pode resultar em isolamento social, dificuldades de comunicação e problemas de saúde mental, como a depressão e a ansiedade.
Em sala de aula, torna-se fundamental implementar estratégias que incentivem
os estudantes a se envolverem em atividades manuais e interações sociais significativas. Uma abordagem baseada na neurociência pode oferecer insights valiosos para a criação de um ambiente de aprendizagem que promova o desenvolvimento holístico dos alunos. Dentre diversas possibilidades como propor aulas dialógicas, leituras e escritas de textos físicos, estímulo da criatividade propondo criação de arte, como desenhos, podem ser atividades construtivas e adequadas para o desenvolvimento cognitivo e social dos estudantes (COSENZA e GUERRA, 2011)
Conforme discorre LENT (2013) Integração de atividades táteis e sensoriais ao
estimular os alunos a participarem de atividades práticas que envolvam o uso das mãos e dos sentidos, como trabalhos manuais, artesanato, manipulação de materiais diversos e experimentação sensorial. Essas atividades não apenas desenvolvem habilidades motoras finas, mas também promovem a concentração, a criatividade e a resolução de problemas. Fomento à interação social, criar oportunidades para os alunos interagirem uns com os outros de forma presencial, colaborando em projetos em grupo, realizando discussões em sala de aula e participando de atividades cooperativas. Essas interações ajudam a desenvolver habilidades sociais essenciais, como empatia, comunicação eficaz e trabalho em equipe (COZBY, 2012)
A busca pelo Equilíbrio entre tecnologia e atividades analógicas, ao promover
uma abordagem equilibrada no uso da tecnologia, reservando tempo para atividades analógicas que estimulem o pensamento crítico, a criatividade e a imaginação. Isso pode incluir a leitura de livros físicos, a escrita à mão, o desenho e a pintura, que são atividades que contribuem para o desenvolvimento cognitivo e emocional dos alunos. Há oportunidade do envolvimento dos pais e responsáveis, promovendo uma parceria entre a escola e a família, fornecendo orientações aos pais sobre a importância de limitar o tempo de tela e incentivar atividades offline em casa. Além disso, criar oportunidades para que os pais participem de atividades escolares e interajam com os estudantes de forma significativa, reforçando a educação pelo mecanismo de ser exemplo do comportamento (LIMA et al, 2017; LINO e BRESSAN, 2017).
Em suma, a implementação de estratégias que promovam a interação social e
o engajamento em atividades manuais pode ajudar a mitigar os impactos negativos da baixa interação social e do abuso de tecnologia, contribuindo para o desenvolvimento saudável e equilibrado dos alunos. Essas abordagens baseadas em neurociências podem fornecer uma base sólida para a criação de um ambiente de aprendizagem que atenda às necessidades emocionais, cognitivas e sociais dos estudantes.
Referências Bibliográficas
COSENZA, R. AM.; GUERRA, L. B. Neurociências e educação. Porto Alegre:
Artmed, 2011.
COZBY, P. C. Métodos de pesquisa em ciências do comportamento. São Paulo:
Atlas, 2012
LENT, R. Neurociência da mente e do comportamento. São Paulo: Grupo Gen,
2013.
LIMA, K. R. et al. Trabalhando conceitos de neurociência na escola: saúde do cérebro
e plasticidade cerebral. Revista Ciência em Extensão, São Paulo, v. 13, n. 2, p. 71- 82, 2017
LINO, M.; BRESSAN, R. A. Desafios da aprendizagem: como as neurociências
podem ajudar pais e professores. Campinas, SP: Papirus, 2017
LOPES, A. C. S. Neuropsicopedagogia . Curitiba: Intersaberes, 2020