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a 92% em gêmeos MZ). Isso facilita os estudos genéticos, população amostral, na população comum, não conseguimos
pois a gente pega população e estuda. afirmar isso.
E por que vem aumentando o número de pacientes com IMPORTANTE SABER: o TEA é um transtorno de herança
transtornos do espectro autista? multigênica, de difícil categorização, mas com
hereditariedade muito alta.
Pois facilitaram os critérios diagnósticos, pois muitos
pacientes que possuíam transtorno do espectro autista, de TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR (TAB)
acordo com os critérios diagnósticos anteriores, ficavam fora
do diagnóstico e não recebe tratamento, o que limita o Muitos dos primeiros estudos sobre a base genética dos
desenvolvimento do autista. Ele pode desenvolver, mas ele transtornos do humor não diferenciavam entre
vai desenvolver muito menos que deveria quanto possui transtornos do humor unipolares e bipolares.
tratamento.
Era considerado o espectro afetivo, que poderia ser
O tratamento para transtorno do espectro autista é transtorno depressivo maior, transtorno depressivo
multidisciplinar: psicoterapia, farmacoterapia, terapia recorrente, transtorno afetivo bipolar do tipo 1, transtorno
ocupacional, fonoaudiologia, tudo. afetivo bipolar do tipo 2 e transtorno afetivo bipolar de
sintomas psicóticos.
Maria Luiza
As estimativas atuais de concordância para transtorno
Mas também demonstram a complexidade genética
bipolar variam entre 65 e 100% em gêmeos MZ
desses transtornos, com a taxa de concordância em
(monozigóticos) e entre 10 e 30% em gêmeos DZ
gêmeos DZ de 1 a 10%, sugerindo um modo de herança
(dizigóticos).
bastante multigênico.
Isso aqui fala de características genéticas, hereditárias.
Por isso que tem tanta diferença de uma pessoa para outra.
É um modo de herança multigênica, é multifatorial, não existe Logo, o transtorno é altamente hereditário (entre cerca de
um gene que caracteriza o espectro autista. É uma herança 60 e 80%). Com herdabilidade chegando a até 85%. Não
poligênica. confundir hereditariedade com herdabilidade.
Em 2007, o Consórcio do Projeto Genoma do Autismo Vários estudos demonstraram que esse transtorno é bem
aplicou estratégias de microarranjos em mais hereditário do que a depressão maior unipolar,
aproximadamente 8 mil indivíduos de quase 1.500 (hereditariedade estimada entre 30 e 40%).
famílias, cada uma com pelo menos dois membros
afetados: A depressão bipolar tem características diferentes da
depressão unipolar. O paciente com depressão bipolar vai ter
Verificou-se que cerca de 10% das famílias com TEA humor deprimido, baixa autoestima, hipobulia, anedonia, falta
eram portadoras de VNCs (variantes do número de de resposta a estímulos positivos e vai ter padrões de
cópias - classe de alteração estrutural genômica que hiperativação, que pode ser irritabilidade, impulsividade,
inclui amplificações e perdas de uma região específica do humor expansivo, diferente da depressão unipolar.
cromossomo, essa podendo ser um gene completo),
consistindo mais de duplicações do que de deleções. A depressão bipolar tem início mais precoce e está mais
relacionada a depressão pós-parto e abuso de substancias
Isso (o fato de ter mais duplicações que deleções) aumenta também.
muito a possibilidade de um indivíduo ter TEA, quando se fala
de pai e mãe (hereditariedade). Se chega uma puérpera com depressão pós-parto, histórico
de transtorno por abuso de substancia, entrou em um
Embora o modelo desse estudo não permitisse avaliar se processo depressivo muito rápido e muito jovem, pensamos
a frequência de VNCs é maior em pacientes com autismo em episódio depressivo dentro do TAB.
do que em controles, outro estudo encontrou uma
reincidência de VNC de 10% em casos de autismo Então, a depressão bipolar é muito mais hereditária do que a
esporádico (sem história familiar), comparados com uma depressão unipolar.
incidência de 1% nos controles. O primeiro relato de ligação genética veio de uma análise
Da mesma forma que na doença de Alzheimer, existem os genômica que examinou 11 marcadores no cromossomo
casos esporádico (tardio) e familiar (de início precoce). É um 18.
transtorno multigênico, então é muito difícil falar hoje se o pai • Viram que alguns dos marcadores foram
ou a mãe têm predisposição a ter filhos com TEA. É lógico positivos sob um modelo recessivo em algumas
que se os pais forem autistas, a chance é absurdamente mais famílias;
alta, mas falando de genes que são encontrados na
TRANSCRIÇÕES MED 8 – 6º P – SAÚDE MENTAL – AULA 5 – 11/03/2022 3
• Alguns foram positivos sob um modelo O estudo genético vai nos oferecer modelos de compreensão
dominante em outras famílias sobre a neurobiologia envolvida nos transtornos mentais
• Alguns marcadores forneceram escores LOD comportamentais
positivos em um subgrupo de famílias sob
A disbindina é expressa no hipocampo e no córtex pré-
ambos os modelos.
frontal dorsolateral. Foi implicada na estrutura e
OBS.: LOD significa "logaritmo das probabilidades". sinalização sinápticas.
No TAB nós também temos caracteristicas multigênicas. A neurregulina pertence a uma família de fatores de
crescimento que intermedeia inúmeras funções no SNC,
O escore LOD é uma estimativa estatística de se dois incluindo a formação de sinapse, a migração neuronal e
genes, ou um gene e um gene de doença, provavelmente a neurotransmissão.
estão localizados próximos um do outro em um
cromossomo e, portanto, provavelmente herdados. Alguns estudos em embriologia mostram que os transtornos
do espectro da esquizofrenia têm bases no
Avaliamos se um gene pode ser herdado ou não em neurodesenvolvimento, desde o processo de migração
comparação com o outro pela proximidade deles no neuronal lá na embriogênese.
cromossomo.
Maria Fernanda Fonseca
É importante saber que o TAB tem uma hereditariedade muito
maior do que depressão unipolar e também tem - A DISC 1 (desorganizada na esquizofrenia 1) é um gene
características multigênicas. desorganizado ligado a esquizofrenia.
Tanto a disbindina quanto a neurregulina exercem - Diferentemente do que acontece no transtorno afetivo
influência na formação e na função da densidade pós- bipolar, esses estudos de mapeamento geraram um conjunto
sináptica. de genes candidatos que estimularam uma ampla gama de
investigações funcionais.
Alguns estudos sugerem que a borda (?) dendrítica fica
prejudicada nesses pacientes. Então, eles tendem a - Como ocorre com outros transtornos psiquiátricos, o
desenvolver vias de funcionamento paralelas. principal desafio para elucidar a base genética da
esquizofrenia é reunir amostras ricamente fenotipadas para
(A disbindina e a neurregulina) fornecem elementos estudos de mapeamento genômico amplo (estamos falando
reguladores para a neurotransmissão e para os de variáveis categóricas ou contínuas, onde a gente varia o
receptores NMDA. indivíduo).
É através disso que vemos que a esquizofrenia não é uma - Os resultado dos estudos de ligação foram mais fortes sob
deficiência de via dopaminérgica exclusivamente, mas a definição diagnóstica ampla que incluía transtornos do
envolve várias vias ao mesmo tempo. A esquizofrenia tem espectro da esquizofrenia, como o transtorno de
disfunção glutamatérgica também. personalidade esquizotípica.
Evidências apoiam loci candidatos para esquizofrenia:
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Temos paciente com a COMT hipofuncionante e - Remédio, por sua vez, é uma substância animal, mineral,
hiperfuncionante, isso vai fazer o indivíduo ser mais vegetal ou sintética. Pode ser também um procedimento,
predisposto ao transtorno psicótico do que um outro indivíduo como por exemplo a ginástica, massagem, acupuntura e
que tenha a COMT normofuncionante, a hipofuncionante tem banhos; além de fé ou crenças usados com intenção
mais risco pois não degrada de maneira correta a dopamina. benéfica.
- E quando a gente fala de transtorno por uso de substância, Então, o remédio homeopático é um remédio. Ele não é um
como o da maconha (por conta do THC). Estamos falando fármaco, nem um medicamento e nem uma droga.
disso, pois temos 3 genótipos VAL/VAL, MET/MET e
A definição de droga depende principalmente da finalidade:
VAL/MET (valina e metionina).
com ou sem intenção benéfica. Principalmente sem intenção
• O genótipo VAL/VAL está associado a uma benéfica né? Que é o que vamos falar no tema de hoje,
degradação aproximadamente 40% mais eficaz da Transtornos por Uso de Substâncias.
dopamina em comparação com o genótipo
DEFINIÇÃO JURÍDICA
MET/MET.
• Aqueles com genótipo VAL/MET exibem uma Na Lei de Drogas tem-se:
atividade COMT intermediária.
• Genótipos VAL/VAL (mais provável) ou VAL/MET “Consideram-se como drogas as substâncias ou produtos
mais o uso da Cannabis em adolescentes, tiveram capazes de causar dependência assim especificados em lei
um risco aumentado de transtorno ou alterados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder
esquizofreniforme (com O.R respectivas de 10,9 e Executivo da União.
2,5) enquanto indivíduos com genótipos MET/MET Para fins dispostos no parágrafo primeiro dessa Lei, até que
não. seja atualizada a terminologia da lista mencionada,
Por isso falamos que o canabidiol é terapêutico, mas o THC determinam-se drogas substâncias entorpecentes,
nem sempre. psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial.”
- Existem relatos que até fumantes passivos da maconha, Então, a primeira definição de drogas que a gente vê na
possam desenvolver surtos. Legislação Brasileira foi em 68, se não me engano, ou em 62.
Maria Fernanda Heleno A gente tem 3 tipos de drogas, tá gente? Tem 3 grupos de
drogas.
gente usa Benzodiazepínico pra tratar isso, porque ele vai também. Por isso que são consideradas perturbadoras da
mimetizar o efeito do álcool. Atividade do SNC.
Pergunta: Qual a dose? Continuaremos nesse slide na próxima aula.
Professor: O protocolo de tratamento de delírio tremens num
adulto é de 20 a 40mg de Diazepam por infusão contínua
durante 24h. Mas a gente pode usar também Lorazepam e a
gente até prefere, porque é um fármaco que não é
metabolizado pelo fígado, ele tem Metabolização extra-
hepática. Paciente que usa álcool pode estar com fígado
ferrado, aí a gente prefere o Lorazepam mesmo.
Isso aqui é a mesma coisa, paciente que precisa usar doses
cada vez maiores pra tentar voltar ao efeito que ele acha que
é normal, mas que na verdade é o alto da droga, o hype. A
gente vai ter aumento na intensidade de consumo e na
frequência, tudo isso pra satisfazer o reforço negativo.
A complexa interação do indivíduo com a droga envolve:
- O ambiente que a droga é usada (que pode variar de uma
cerimônia religiosa, um show de rock ou até mesmo um
suicídio assistido, por exemplo);
- A finalidade: performance, recreação, ou alívio de algum
sintoma (quando vocês forem perguntar o paciente pra que
ele usa droga, tem paciente que usa cocaína pra trabalhar ou
estudar);
- Farmacologia da substância (tem efeitos inerentes às suas
propriedades químicas à Farmacocinética e
Farmacodinâmica).
Então envolve o ambiente, a finalidade e a farmacologia da
substância.