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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZADO COMERCIAL-SENAC


CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM

MICHELE PINHEIRO DIAS

UNIDADE CURRICULAR 6 – SAÚDE MENTAL


(TRANSTORNO DE PERSONALIDADE)

MACAPÁ
2023
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MICHELE PINHEIRO DIAS

UNIDADE CURRICULAR 6 – SAÚDE MENTAL


(TRANSTORNO DE PERSONALIDADE)

Trabalho apresentado ao Curso Técnico


em Enfermagem, do Centro de Educação
Profissional (SENAC), como requisito
para obtenção de nota avaliativa na
Unidade Curricular 6 Saúde Mental, sob
orientação do Instrutor Enfº Diego da Silva
Nobre COREN: 253064

MACAPÁ
2023
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 4
2 ASPECTOS CONCEITUAIS DO TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ............................. 5
3 CLASSIFICAÇÃO ............................................................................................................................ 5
3.1 Transtorno de Personalidade Paranoide .............................................................................. 5
3.2 Transtorno de Personalidade Esquizóide ............................................................................ 5
3.3 Transtorno de Personalidade Esquizotípico ........................................................................ 6
3.4 Transtorno de Personalidade Antissocial ............................................................................ 6
3.5 Transtorno de Personalidade Borderline.............................................................................. 6
3.6 Transtorno de Personalidade Narcisista .............................................................................. 7
3.7 Transtorno de Personalidade Histriônica ............................................................................. 7
3.8 Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsiva ...................................................... 7
3.9 Transtorno de Personalidade Esquiva ou Evitativa ........................................................... 8
3.10 Transtorno de Personalidade Dependente ........................................................................ 8
4 ETIOLOGIA ...................................................................................................................................... 8
5 SINAIS E SINTOMAS ..................................................................................................................... 8
6 DIAGNOSTICO ................................................................................................................................ 9
7 TRATAMENTO .............................................................................................................................. 10
8 AÇÕES DE ENFERMAGEM ........................................................................................................ 12
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................... 13
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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho aborda a formação da personalidade de um indivíduo que tem


início desde sua infância, a partir dos primeiros contatos da criança com o mundo ao
seu redor, e é moldada tanto pelas suas experiências adquirida no seu cotidiano, seja
por questões morais, seja por transtornos psicológicos que afetam a consciência e a
saúde mental daqueles com quem essas crianças convivem. Também são abordados
os tipos de transtornos de personalidade que são 10 principais tipos de transtorno
– paranoide, esquizoide, esquizotípica, antissocial, borderline, histriônica, narcisista,
esquiva, dependente e obsessivo-compulsiva. As ações de enfermagem têm que ter
um olhar humanizado para o paciente que tem transtorno de personalidade, pois a
mesma tem papel fundamental de contribui para uma relação de segurança e respeito
mútuo.
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2 ASPECTOS CONCEITUAIS DO TRANSTORNO DE PERSONALIDADE

É um conjunto de doenças psiquiátricas caracterizadas por desvio de


comportamento nem rígidos e mal ajustados que prejudicam a forma que o paciente
lida com seus impulsos e com as pessoas ao redor.

3 CLASSIFICAÇÃO

As características mais variáveis entre esses transtornos são: Existem vários


tipos de transtornos de personalidade reconhecidos pelos manuais diagnósticos,
como o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) e
a Classificação Internacional de Doenças (CID-11). Sendo assim, alguns
dos principais transtornos de personalidade são:

3.1 Transtorno de Personalidade Paranoide

O Transtorno de Personalidade Paranoide é caracterizado pelo aparecimento


de uma excessiva desconfiança. Dessa maneira, nele, o indivíduo possui a crença de
que qualquer pessoa que se aproximar poderá tentar prejudicá-lo, o que como
consequência leva a um comportamento excessivo de defensiva.
No entanto, pessoas com essa condição estão sempre prontas para rebater um
ataque, mesmo quando ele não existe. Estes, por sua vez, são especialistas em
distorcer situações, suspeitar de relações próximas e fingir ou aparentar frieza,
podendo ser verbalmente ou fisicamente ofensivos contra alguém.

3.2 Transtorno de Personalidade Esquizóide

No Transtorno de Personalidade Esquizóide há uma significativa ausência de


vontade de ter relações sociais ou sexuais com outras pessoas. Desse modo,
indivíduos portadores da personalidade esquizóide gostam de se isolar e, em grande
parte dos casos, não expressam desejo algum de formar uma família ou dividir a vida
com alguém.
Além disso, possuem dificuldade de processar estímulos sociais, por isso
preferem realizar atividades solitárias. Sendo assim, podem ser vítimas de bullying e,
ainda, agressores posteriormente (caso a raiva acumulada seja excessiva e
persistente).
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3.3 Transtorno de Personalidade Esquizotípico

O Transtorno de Personalidade Esquizotípico é facilmente confundido com


a esquizofrenia. Diante disso, os quadros esquizotípicos são conhecidos por
apresentarem comportamentos considerados estranhos e excêntricos.
Neste tipo, os indivíduos podem alegar acreditar em telepatias, serem
supersticiosos e basearem a sua vida em uma realidade paralela, composta por suas
percepções fantasiosas. Todavia, os pensamentos se destoam dos demais indivíduos
e os levam a sensação de que possuem superpoderes e que são seres especiais, e
ninguém os entende.

3.4 Transtorno de Personalidade Antissocial

Composto por indivíduos que, desde cedo apresentam sintomas como


a dificuldade de se adequar às normas sociais, o antissocial conta muitas mentiras
para se beneficiar. Ainda, não sente remorso ao machucar ou ferir alguém e tem
comportamentos como o de quem não se importa com a sua segurança, e nem com
a dos outros.
Além disso, se enxergam como fortes, autossuficientes e solitários, mas com
uma grande autoestima e capacidade de persuasão, que facilita no ato de explorar o
outro e se beneficiar de alguma maneira. Logo, estudos comprovam que o Transtorno
de Personalidade Antissocial atinge cerca de 1% a 2% da população mundial.

3.5 Transtorno de Personalidade Borderline

Pessoas com Transtorno de Personalidade Bordeline possuem


comportamentos impulsivos e arriscados. Contudo, possuem dificuldade em associar
quais serão as consequências de seus atos. Assim, são domados por uma grande
quantidade de raiva, que influencia em suas alterações de humor e ataques de fúria
direcionados às pessoas de seu convívio próximo.
Sob essa perspectiva, pessoas com Borderline sentem-se inseguras, têm
medo de ficarem sozinhas e possuem um grande sentimento de vazio que pode
acarretar em automutilações ou comportamentos suicidas.
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3.6 Transtorno de Personalidade Narcisista

O narcisista tem uma autoestima alta e inabalável, possui a crença de que são
mais importantes que outras pessoas e gostam de ser admirados e aplaudidos pelos
demais, sendo o centro das atenções. Nesse sentido, são exibicionistas e, muitas
vezes, exploradores em suas relações sexuais, sendo adeptos, muitas vezes,
ao sadomasoquismo.
Ainda, possuem a ideia de que as pessoas próximas devem seguir os seus
desejos. Entretanto, quando isso não acontece, podem expressar arrogância, frieza
emocional e comportamento punitivos.

3.7 Transtorno de Personalidade Histriônica

O Transtorno de Personalidade Histriônica consiste em indivíduos que não


possuem um objetivo claro de vida. Entretanto, são sedutores, submissos e estão
sempre em busca de aprovação, temendo a dor da rejeição.
Assim, por viver em função da conquista da opinião positiva do outro sobre a
sua pessoa, possuem comportamentos extrovertidos e intensos, regidos por um
significativo apego emocional excessivo. Logo, são pessoas com comportamentos
dramáticos, que sempre se colocam como vítimas nas situações e podem agir de
forma inadequada apenas para chamar atenção.

3.8 Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsiva

É composto por pessoas que possuem apego a seguir normas, regras e desejo
de atingir a perfeição (segundo suas próprias percepções). Desse modo, se
preocupam excessivamente com detalhes e caso algo não saia como o esperado, são
domados por uma enorme sensação de angústia e desespero.
No entanto, sua relação com o ambiente pode também ser caracterizada
pelo TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo), monitorando, por exemplo, a limpeza
do ambiente excessivamente como forma de controlar o seu exterior.
Porém, no Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsiva essa
preocupação é levada também para outros âmbitos da vida, prejudicando o indivíduo
em suas interações sociais e em sua relação consigo mesmo.
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3.9 Transtorno de Personalidade Esquiva ou Evitativa

É caracterizado pelo evitamento de situações e lugares em que pode haver


muitas pessoas, ou que há a possibilidade de serem avaliados e julgados. Assim,
nesse tipo de transtorno o indivíduo se torna extremamente sensível a críticas e tende
a se fechar em suas interações sociais.
Por conseguinte, a evitação de situações sociais e a falta de habilidades para
lidar com pessoas podem levar ao isolamento social e à dificuldade em estabelecer
relacionamentos saudáveis.

3.10 Transtorno de Personalidade Dependente

No Transtorno de Personalidade Dependente há uma excessiva dependência


relacionada ao outro e uma sensação abrangente de necessidade de cuidado. Diante
disso, são pessoas submissas e que expressam seu amor por meio do toque físico.
Contudo, no dia a dia, temem fazer atividades sozinhas e dificilmente não estão
em um relacionamento amoroso. Além disso, não possuem autoconfiança e, na hora
de tomar decisões, sempre recorrem a uma outra pessoa para decidir por elas.

4 ETIOLOGIA

As causas do transtorno de personalidade variam de acordo com a doença,


mas geralmente são ocasionados pela interação dos genes com o ambiente. Ou seja,
o paciente nasce com a predisposição genética da doença e os fatores ambientais
aumentam a sua incidência.

5 SINAIS E SINTOMAS

Os sintomas do transtorno de personalidade dependem do tipo de doença,


geralmente aparecem em forma de:
 Falta de identidade;
 Dificuldade de se relacionar com outras pessoas;
 Falta de respeito com outras pessoas;
 Falta de empatia com os outros;
 Atitudes abusivas;
 Angústia;
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 Tristeza;
 Solidão.
Existem diversos sintomas que indicam um transtorno de personalidade. É
essencial buscar a ajuda de um profissional qualificado para identificar as causas e a
melhor forma de se curar do problema.

6 DIAGNOSTICO

O médico faz um diagnóstico de um transtorno de personalidade específico


tomando por base listas de traços de personalidade (critérios) descritas para cada
transtorno no DSM-5.
Algumas pessoas com um transtorno de personalidade ficam angustiadas
com seu próprio comportamento e ativamente buscam tratamento. Outras pessoas
não conseguem reconhecer que há um problema com seu próprio comportamento.
Por isso, a pessoa tende a não procurar ajuda por si mesma. Pelo contrário, é
possível que elas sejam encaminhadas por amigos, familiares ou um assistente
social se o seu comportamento estiver causando dificuldades às outras pessoas.
Quando uma pessoa com transtorno de personalidade procura ajuda, em
geral ela procura ajuda com sintomas como ansiedade, depressão ou abuso de
substâncias, ou para os problemas criados pelo seu transtorno de personalidade,
como divórcio, desemprego ou solidão, e não devido ao próprio transtorno. Quando
a pessoa relata esses sintomas ou problemas, o médico geralmente faz perguntas
para determinar se um transtorno de personalidade pode estar envolvido. Por
exemplo, o médico pergunta como a pessoa vê a si mesma e aos outros e o que ela
faz quando as pessoas reagem negativamente ao seu comportamento. Os
transtornos de personalidade são pouco diagnosticados, pois às vezes os médicos
se concentram nos sintomas de ansiedade ou depressão, que podem se sobrepor
às características de eventuais transtornos de personalidade primários. O médico
suspeita de um transtorno de personalidade se a pessoa:
 Continua a ter uma opinião sobre si própria ou sobre outras pessoas de
maneiras que não correspondem à realidade
 Descreve um padrão inadequado de pensamentos ou comportamento que ela
não muda apesar das consequências negativas desse comportamento
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 Seu comportamento e/ou suas consequências lhe causam angústia, ou não


ela não consegue funcionar adequadamente devido ao seu comportamento.
Os pensamentos e comportamentos indevidos podem englobar a opinião e o
entendimento que a pessoa tem sobre si mesma e sobre outros, de que maneira a
pessoa interage com outros e/ou qual o grau de controle que a pessoa tem sobre
seus próprios impulsos. Esses pensamentos e comportamentos são considerados
um transtorno apenas se eles forem persistentes (não ocorrem apenas de vez em
quando) e a pessoa continua a tê-los, mesmo quando eles causam à pessoa
angústia ou dificuldades na vida diária. Além disso, os pensamentos e
comportamentos precisam ter começado durante a adolescência ou no início da
idade adulta, e não em uma idade mais avançada.
Para ajudar a confirmar o diagnóstico, o médico pode conversar com amigos
e membros da família da pessoa para obter mais informações. Sem esse auxílio,
tanto o médico quanto a pessoa podem ficar sem conhecimento do papel da pessoa
na criação dos problemas.

7 TRATAMENTO

Em geral, o objetivo do tratamento dos transtornos de personalidade é:


 Reduzir o sofrimento subjetivo
 Permitir que os pacientes entendam que seus problemas têm origem interna
 Diminuir comportamentos significativamente mal adaptativos e socialmente
indesejáveis
 Modificar traços de personalidade problemáticos
Reduzir o sofrimento subjetivo (p. ex., ansiedade, depressão) é o primeiro
objetivo. Esses sintomas muitas vezes respondem à intensificação do suporte
psicossocial, que muitas vezes representa retirar o paciente de situações ou
relacionamentos estressantes demais. Tratamento medicamentoso pode ajudar a
aliviar o estresse. A redução do estresse torna o tratamento do transtorno de
personalidade subjacente mais fácil.
Um esforço para permitir que os pacientes percebam que seus problemas são
internos deve ser feita precocemente. Os pacientes precisam entender que seus
problemas com o trabalho ou relacionamentos são causados por suas formas
problemáticas de se relacionar com o mundo (p. ex., tarefas, autoridade ou em
relacionamentos íntimos). Alcançar esse entendimento requer uma quantidade
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substancial de tempo, paciência e compromisso por parte do médico. Os médicos


também precisam de uma compreensão básica das áreas de sensibilidade emocional
do paciente e das formas usuais de enfrentamento. Familiares e amigos podem ajudar
a identificar os problemas que pacientes e médicos de outra forma não perceberiam.
Comportamentos mal-adaptativos e indesejáveis (p. ex., imprudência,
isolamento social, falta de assertividade, explosões temperamentais) devem ser
tratados rapidamente para minimizar os danos continuados para empregos e
relacionamentos. A mudança comportamental é mais importante para os pacientes
com os seguintes transtornos de personalidade:
 Borderline
 Antissocial
 Esquivo
O comportamento geralmente pode ser melhorado em meses por terapia em
grupo e modificação de comportamento; limites no comportamento muitas vezes tem
de ser estabelecidos e impostos. Às vezes, os pacientes são tratados em um hospital-
dia ou ambiente residencial. Grupos de autoajuda ou terapia familiar também podem
ajudar a mudar comportamentos socialmente indesejáveis. Como os membros
familiares e amigos podem agir de maneiras que reforçam ou diminuem os
comportamentos ou pensamentos problemáticos do paciente, o envolvimento deles é
útil; com aconselhamento, eles podem ser aliados no tratamento.
Modificar traços de personalidade problemáticos (p. ex., dependência,
desconfiança, arrogância, espírito de manipulação) leva muito tempo—tipicamente >
1 ano. A base para efetuar essa mudança é:
 Psicoterapia individual
Durante a terapia, os médicos tentam identificar problemas interpessoais à
medida que eles surgem na vida do paciente. Os médicos então ajudam os pacientes
a entender como esses problemas estão relacionados a seus traços de personalidade
e fornecem treinamento de habilidades para desenvolver maneiras novas, melhores
de interagir.
Normalmente, os médicos devem indicar repetidamente os comportamentos
indesejáveis e suas consequências antes que os pacientes se deem conta. Essa
estratégia pode ajudar os pacientes a mudar seus comportamentos desadaptativos e
convicções equivocadas.
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Embora os médicos devam agir com sensibilidade, eles devem estar cientes de
que bondade e conselhos sensatos por si sós não mudam os transtornos de
personalidade.

8 AÇÕES DE ENFERMAGEM

A enfermagem, ao cuidar de pessoas com transtorno de personalidade


borderline, possui um papel fundamental para que o acolhimento se efetive. Esses
profissionais, atuando em contato com o paciente, criam condições favoráveis à
aproximação e alteridade, o que contribui para uma relação de segurança e respeito
mútuo.
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9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A personalidade é muito ampla e complexa para ter uma única definições e


conceitos, mas é, determinada pelo conjunto de processos psicológicos interno a
alguém. Portanto, considerando tantas variáveis que influenciam na construção da
personalidade, pode-se compreendê-la como um mapa, o qual auxilia na “navegação”
da convivência consigo e com a sociedade. As pessoas nunca serão verdadeiramente
iguais a ninguém, ainda que muitos possam compartilhar semelhanças nesses
processos psicológicos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

https://www.sanarmed.com/transtornos-de-personalidade-i-classificacao-
e-diagnostico-colunistas
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