O termo homeostase foi criado para descrever a manutenção de condições quase constantes no meio interno, onde todos os órgãos e tecidos do corpo humano executam funções que contribuem para manter essas condições em relativo equilíbrio. Por exemplo, os pulmões fornecem oxigênio ao líquido extracelular para repor o oxigênio utilizado pelas células, os rins mantêm constantes as concentrações de íons e o sistema gastrointestinal fornece os nutrientes. A doença é considerada um estado de ruptura da homeostase. No entanto, mesmo na presença de doenças, os mecanismos homeostáticos permanecem ativos por meio de compensações. No corpo humano é possível identificar vários tipos diferentes de homeostase, visto que para manter um estado de homeostase no qual todas as células sejam capazes de desempenhar suas funções, diversas funções do organismo devem se manter constantes e dentro de uma variação aceitável, tal como a temperatura corporal, a concentração de água e eletrólitos, o pH, a concentração dos gases sanguíneos. . A homeostase é conseguida principalmente graças a dois sistemas básicos: o sistema nervoso e o sistema endócrino. Esse primeiro é responsável principalmente por coordenar todas as ações do organismo, enquanto o sistema endócrino sinaliza o que deve ser feito por cada órgão. Os mecanismos de controle da homeostase funcionam por processos de feedback negativo. Podemos definir esses processos, também chamados de retroalimentação negativa, como alterações no meio interno que desencadeiam alterações no sentido oposto. Nesse tipo de retroalimentação, o corpo tenta gerar respostas que diminuam um desequilíbrio, garantindo a homeostase do organismo. A homeostase hidroeletrolítica (ou osmorregulação), por exemplo, é controlada principalmente pelos rins, que regulam a concentração de água, minerais ou outras substâncias que são eliminadas através da urina ou reabsorvidas para a corrente sanguínea. Com isso, além de garantir os níveis de água e eletrólitos necessários para o funcionamento adequado do organismo, a homeostase hidroeletrolítica também está envolvida na regulação do pH do sangue e da pressão arterial. 2. Descrever a composição do meio intracelular e extracelular (definição de meio interno segundo Claude Bernard, líquido intracelular e líquido extracelular). Cerca de 60% do corpo humano adulto é composto de líquidos, principalmente, uma solução aquosa de íons e outras substâncias. A maior parte desses líquidos estão dentro das células e são chamado líquido intracelular, cerca de um terço se encontra nos espaços fora das células e é chamado líquido extracelular. No líquido extracelular estão os íons e nutrientes necessários para manter a vida celular. Dessa forma, todas as células vivem, essencialmente, nesse mesmo ambiente. Este líquido extracelular está em movimento constante por todo o corpo. Ele é rapidamente transportado no sangue circulante e, em seguida, misturado no sangue pelos líquidos teciduais, por difusão, através das paredes dos capilares. O líquido extracelular contém grandes quantidades de principalmente de sódio, além de cloreto e íons bicarbonato mais os nutrientes para as células, como oxigênio, glicose, ácidos graxos e aminoácidos. Também contém dióxido de carbono, que é transportado das células para os pulmões para ser excretado, além de outros produtos de excreção celulares, que são transportados para os rins para serem eliminados. O líquido extracelular é dividido entre: • Líquido intersticial – banha as células dos diversos tecidos e é ¾ do volume do LEC. • Plasma – contém quantidades maiores de proteínas. O líquido intracelular difere significativamente do líquido extracelular; por exemplo, ele contém grandes quantidades de íons potássio, magnésio e fosfato, em vez dos íons sódio e cloreto, encontrados no líquido extracelular. 3. Descrever a composição da membrana plasmática. Consiste em uma bicamada lipídica com proteínas associadas, sendo que algumas dessas proteínas estão integradas na bicamada enquanto outras se prendem às superfície interna e externa da membrana. A membrana plasmática é frequentemente chamada de “mosaico Fluido”, pois os lipídios e as proteínas podem se difundir pelo plano da membrana, variando regionalmente sua aparência. Os principais lipídios da membrana plasmática são os fosfolipídios e fosfoglicerídeos. → Fosfolipídios: moléculas anfipáticas, com cabeça hidrofílica e duas cadeias de ácido graxo hidrófobóbicas que formam a parte interna da bicamada. O colesterol também está presente na bicamada e serve para estabilizar a membrana na temperatura corporal normal, sendo que ele pode representar até́ 50% dos lipídios encontrados. A Fluidez da membrana pode variar de acordo com a temperatura e a composição lipídica. Quanto maior a temperatura, mais fluída fica a membrana. A presença de cadeias insaturadas de ácidos graxos aumenta a Fluidez da membrana. 50% da membrana é composta por proteínas. Elas são classificadas como: (1) integrais, que estão inseridas na bicamada lipídica; (2) ancoradas por lipídio, que são proteínas ligadas às membranas por meio de ligações covalentes a uma molécula lipídica; ou (3) periféricas, que estão mais frequentemente ligadas à proteínas integrais ou ancoradas. A membrana plasmática também apresenta proteínas de transporte, canais de água, canais iônicos (espaços aquosos por toda a extensão da molécula que permite o livre movimento da água, bem como de íons e de moléculas selecionadas) e carreadores de soluto (se ligam à moléculas ou íons a serem transportados, causando alterações conformacionais que movem a substância através da membrana). 4. Descrever os tipos de transportes celulares. O transporte através da membrana celular, para manter constante as diferenças entre os meios intracelular e extracelular, pode ocorrer por: • Difusão – movimento molecular de substâncias através dos espaços intramoleculares ou em combinação com uma proteína carreadora. Difusão – pode ser dividida em dois: → Difusão simples – movimento de substâncias através de aberturas na membrana ou através de espaços intermoleculares, sem a ajuda de proteínas carreadoras. A intensidade da difusão depende da quantidade da substância, da velocidade do movimento e do número e tamanho das aberturas na membrana. Pode ser dividida em duas vias: (1) interstício da bicamada lipídica ou (2) canais aquosos. → Difusão facilitada – por meio de proteínas carreadoras. • Difusão pelos canais proteicos – são distinguidas por duas características importantes: (1) são seletivamente permeáveis e (2) muitos dos canais podem ser abertos ou fechado por comportas que são reguladas por sinais elétricos (voltagem dependentes) ou químicos (dependentes de ligantes). • Osmose – Efeito da diferença de pressão através da membrana, sem gasto de energia. Vai do meio menos concentrado (hipotônico) para o mais concentrado (hipertônico). • Transporte ativo – membrana celular transporta moléculas ou íons contra um gradiente de concentração, sendo que o transporte depende de uma proteı́na carreadora penetrada na membrana. • Primário – a energia é derivada diretamente da degradação de ATP • Secundário – energia é derivada secundariamente da energia armazenada na forma de diferentes concentrações iônicas de substâncias moleculares secundários ou iônicas entre os dois lados da membrana celular, gerada originalmente por transporte ativos primário. 5. Definir, descrever e exemplificar os tipos de receptores celulares e quais as consequências de sua ativação. Receptores são de vários tipos, mas eles podem ser divididos em duas categorias: receptores intracelulares, os quais são encontrados dentro da célula (no citoplasma ou no núcleo), e receptores de superfície celular, os quais são encontrados na membrana plasmática. Receptores intracelulares são proteínas receptoras encontradas dentro da célula, normalmente no citoplasma ou no núcleo. Na maioria dos casos, os ligantes de receptores intracelulares são pequenas, moléculas hidrofóbicas (repelidas por água), pois elas precisam atravessar a membrana plasmática para alcançar seus receptores. Quando um hormônio entre em uma célula e se liga ao seu receptor, isto faz com que o receptor mude de forma, permitindo que o complexo hormônio-receptor entre no núcleo (se já não estava lá) e regule a atividade gênica. A ligação do hormônio expõe regiões do receptor que têm atividade de ligação ao DNA, podendo alternar a transcrição do DNA. Receptores de membrana plasmática são proteínas ancoradas à membrana que se ligam a ligantes na superfície externa da célula. Neste tipo de sinalização, o ligante não precisa atravessar a membrana plasmática. Portanto, muitos tipos diferentes de moléculas (incluindo aquelas grandes, hidrofílicas ou "que são atraídas por água") podem agir como ligantes. Um receptor de membrana plasmática típico tem três diferentes domínios, ou regiões de proteína: um domínio extracelular ("fora da célula") de ligação ao ligante, um domínio hidrofóbico que se estende através da membrana e um domínio intracelular ("dentro da célula"), o qual geralmente transmite um sinal. Há muitos tipos de receptores de membrana, mas aqui nós veremos três tipos comuns: canais iônicos dependentes de ligantes, receptores acoplados à proteína G, e receptores tirosina quinases. Canais iônicos dependentes de ligantes são canais iônicos que podem abrir em resposta à ligação de um ligante. Para formar um canal, este tipo de receptor de membrana celular tem uma região intramembranal com um canal hidrofílico (atraído pela água) no meio dele. O canal permite que íons atravessem a membrana sem precisar tocar o núcleo hidrofóbico da camada fosfolipídica. Receptores acoplados à proteína G (GPCRs) são uma grande família de receptores de membrana plasmática que compartilham uma estrutura e um método de sinalização comuns. Todos os membros da família GPCR têm sete diferentes segmentos de proteínas que atravessam a membrana, e transmitem sinais no interior da célula através de um tipo de proteína chamada de proteína G. Receptores ligados a enzimas são receptores de membrana plasmática com domínios intracelulares que estão associados com uma enzima. Em alguns casos, o domínio intracelular do receptor na verdade é uma enzima que catalisa a reação. Outros receptores ligados à enzima têm um domínio intracelular que interage com uma enzima. Uma quinase é apenas um nome para uma enzima que transfere grupos fosfato para uma proteína ou outro alvo, e um receptor tirosina quinase transfere grupos fosfato especificamente para o aminoácido tirosina. Receptores tirosina quinases são cruciais para muitos processos de sinalização em humanos. Por exemplo, eles se ligam a fatores de crescimento, moléculas de sinalização que promovem divisão celular e sobrevivência. 6. Definir os agentes que interagem com os receptores celulares. Ligantes, que são produzidos por células sinalizadoras e interagem com receptores no interior ou na superfície das células alvo, são de grande variedade. Alguns são proteínas, outros são moléculas hidrofóbicas como esteróides, e outros ainda são gases como óxido nítrico. Ligantes que podem entrar na célula Pequenos ligantes hidrofóbicos podem passar através da membrana plasmática e se ligar a receptores intracelulares no núcleo ou no citoplasma. No corpo humano, alguns dos mais importantes ligantes deste tipo são os hormônios esteróides. Hormônios esteróides familiares incluem o hormônio sexual feminino estradiol, que é um tipo de estrogênio, e o hormônio sexual masculino testosterona. Ligantes que ligam do lado externo da célula Ligantes solúveis em água são polares ou carregados e não podem atravessar a membrana plasmática facilmente. Portanto, a maioria dos ligantes solúveis em água se ligam aos domínios extracelulares dos receptores de membrana plasmática, ficando na superfície exterior da célula. Ligantes de peptídeo (proteína) compõem a maior e mais diversa classe de ligantes solúveis em água. Por exemplo, fatores de crescimento, hormônios como a insulina, e certos neurotransmissores são classificados nesta categoria.