Você está na página 1de 2

Análise da Administração Indirecta do Estado

O tema da Administração Indirecta do Estado é extremamente relevante e suscita


debates importantes sobre a forma como o Estado delega funções e serviços públicos
para entidades descentralizadas. Aqui estão alguns pontos que podem ser discutidos
nesse tema:
Definição e Conceito: Inicialmente, é importante definir o que se entende por
Administração indirecta do Estado. Isso envolve discutir as diferentes formas de
descentralização administrativa, como autarquias, empresas públicas, sociedades de
economia mista e fundações públicas, e suas respectivas características.
Segundo Almeida (2016), afirma que a administração indirecta do Estado é um sector
da Administração Pública, composto por pessoas colectivas públicas dotadas de
autonomia administrativa e financeira, criadas com o objectivo de prosseguirem fins do
Estado e sujeitas à sua superintendência e tutela.
Segundo Mello (2002), o Estado tanto pode desenvolver por si mesmo as actividades
administrativas que tem constitucionalmente a seu cargo, como pode prestá-las através
de outros sujeitos. Quando resolve prestá-las através de outro sujeito, pode transferir a
particulares o exercício de certas actividades que lhe são próprias ou então, criar outras
pessoas auxiliares.
Segundo Araújo (1997), os principais modelos da administração indirecta são :
Autarquia, Fundação Pública, Consórcio Público, Empresa Estatal, Serviço Social
Autónomo, Organização Social, Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público,
Fundação de Apoio, Parceria Público Privada
Objectivos da Administração indirecta: Uma análise crítica pode ser feita sobre os
objectivos da Administração Indirecta, como a busca por maior eficiência na prestação
de serviços públicos, flexibilidade na gestão e redução da burocracia estatal.
Modelos de Gestão: Debatem-se os diferentes modelos de gestão adoptados pela
Administração Indirecta, como gestão por resultados, gestão por competências e gestão
participativa, avaliando seus pontos fortes e fracos.
Transparência e Accountability: Questões relacionadas à transparência e prestação de
contas também são centrais nesse debate. Como garantir que as entidades da
Administração indirecta atuem de forma transparente e responsável, considerando que
muitas delas têm certa autonomia em relação ao poder central?
Eficiência e Efectividade: Um ponto crucial de análise é a eficiência e efetividade da
Administração indirecta na entrega de serviços públicos. Isso inclui discutir a qualidade
dos serviços prestados, o impacto social das políticas implementadas e a relação custo-
benefício dessas entidades.
Controle e Regulação: Como deve ser o papel do Estado na regulação e controle das
entidades da Administração indirecta? Deve haver um equilíbrio entre a autonomia
dessas entidades e a necessidade de garantir que atuem em conformidade com os
interesses públicos e os princípios democráticos.
Desafios e Tendências Futuras: Por fim, é importante discutir os desafios enfrentados
pela Administração Indirecta, como a necessidade de modernização, adaptação a novas
demandas sociais e económicas, e as tendências futuras, como a digitalização dos
serviços públicos e a busca por maior sustentabilidade. Esses são apenas alguns dos
aspectos que podem ser abordados em um debate sobre Administração Indirecta do
Estado. É um tema complexo e multifacetado, que requer análises cuidadosas e
consideração de diferentes perspectivas para uma compreensão mais completa.

Referências bibliográficas
MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 14 ed. São
Paulo: Malheiros, 2002.
GOUVEIA, Jorge Bacelar (2009), Manual de Direito Constitucional, Volume II, 3ª
Edição revista e actualizada, Coimbra, Almedina.
MACIE, Albano (2012), Lições de Direito Administrativo Moçambicano, Vol. I,
Maputo.

Você também pode gostar