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Aula 1

INDUMENTÁRIA NA IDADE MÉDIA: A EUROPA


Imprimir DOS SÉCULO
V A.C. AO SÉCULO XII
Conhecer os aspectos históricos e culturais da tradição da indumentária na Idade Média e na
Idade Moderna.

52 minutos

INTRODUÇÃO

Considerando o recorte histórico, que se inicia no século V a.C. e vai até o final do século XII, podemos
evidenciar, inicialmente, o período de ascensão dos povos gregos e romanos. Veremos as características do

vestuário na Grécia, em seu auge e avanço cultural, e posterior domínio romano, com a incorporação e a
simbiose cultural que se instaurou entre esses dois povos. Após, o apogeu e a decadência do vasto Império
Romano, em um período de grandes expansões territoriais e conquistas sobre diversos povos, ocorreu uma
mistura cultural refletida também nas roupas e figurinos.
Na sequência, avançaremos para a Idade Média, considerada, em alguns aspectos, como um retrocesso cultural

ou idade das trevas, que compreende um extenso período histórico. Dividiremos esse período em fases e áreas
para explicar a transformação da indumentária, seja nas peças e tecidos, ou no caráter social que elas refletiam.

Bons estudos!

AS GRANDES INVASÕES E AS IMPLICAÇÕES NO VESTIR

Para uma melhor compreensão da influência das grandes invasões entre o período do século V a.C. e primeiros

séculos d.C. nas indumentárias dos povos, vamos iniciar com uma análise da civilização grega, que surgiu entre
os mares Egeu, Jônico e Mediterrâneo, em uma área litorânea composta por várias ilhas. Foi esse um período de
grande prosperidade e produção cultural, evidenciando-se nos campos da filosofia e da própria ideia de
democracia, além das artes em geral, sempre com um apurado padrão estético.
Em se tratando de vestuário, é necessário considerar que o clima quente da região exigia tecidos leves e com
poucas peças. As principais peças do vestuário grego eram: chiton, peplos, himation e chlamys. Geralmente, a
composição era feita por duas peças de roupa sobre o corpo, sendo a roupa de baixo – chiton ou peplos – e, por
cima, um manto - himation ou chlamys. Essas roupas, em suma, constituíam-se em vários comprimentos de
tecidos de linho ou lã, com um formato retangular, sem muito apuro de corte ou costura, sempre presos com
grampos, broches ou alfinetes, e também fazia parte do figurino um cinto.

Chiton

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Uma espécie de túnica, usada por ambos os sexos, independente da idade. Era um tecido retangular, amarrado
sobre um ou ambos os ombros e embaixo dos braços, podendo ter uma lateral aberta. Na Figura 1, você pode
ver a sequência de vestir um chiton preso nos dois ombros.

Figura 1 | Chiton

Fonte: Commons Wikimedia.

Peplos
Era um pedaço de tecido amarrado de diversas formas, usual entre as mulheres. Na parte superior, era
dobrado e preso em ambos os ombros, deixando o tecido aberto para baixo e em uma lateral. Era uma peça de
corpo inteiro, usada com cinto, sozinha ou sobreposta e chiton.

Figura 2 | Peplos

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Fonte: Commons Wikimedia.

Himation
Usado sobre peplos ou chiton, de um tecido igualmente retangular, mas mais pesado e volumoso, para
enfrentar os dias mais frios. Seu manto era torcido em torno de uma cinta que também passava sob o braço
esquerdo e sobre o ombro direito.

Chlamys

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Usado por homens para fins militares ou caça, como manto de lã, que era preso no ombro direito com broche
ou botão.
Seguindo a nossa análise histórica, na atual região da Itália, a antiga civilização romana destacou-se pelas suas

conquistas militares, com seus vastos domínios de terra e, de certa maneira, muitas características da cultura
grega foram incorporadas pelos romanos, em um verdadeiro processo “simbiótico”, o que nos leva a encontrar

várias citações nomeadas como cultura grego-romana.


Segundo Lobo et al., (2014, p. 22), “pelo fato de, em 149 a.C., os romanos conquistarem a Grécia e, em 133 a.C.,

assumir total controle sobre o mar Mediterrâneo, as roupas de romanos, gregos e etruscos acabam se
confundindo historicamente, sendo difícil definir quem realmente iniciou a utilização de túnicas”.
Comprovando essa simbiose, temos, na Figura 3, exemplos do vestuário romano, muito semelhante ao que

vimos no caso grego.

Figura 3 | Trajes Greco-romanos

Fonte: Lobo et al. (2014, p. 23).

Lobo resume, de forma objetiva, algumas características do vestuário desse período, como podemos comprovar
no trecho a seguir:

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De modo geral, podemos dizer que suas roupas eram confeccionadas com lã̃ ou linho,
baseados em modelo sem corte; porém, ao contrário do que a maioria pensa, eles não

utilizavam somente branca em seus trajes. Essa ideia surgiu na época do Renascimento,
quando foram descobertas estátuas antigas haviam perdido a cor. Pesquisas mais tarde
comprovam que esses povos utilizavam roupas coloridas e estampadas. Presume-se
que os pobres utilizavam branco ou a cor natural da fibra.
— (LOBO et al., 2014, p. 22).

É preciso salientar que essa forma de vestir romana também pode ser conceituada pela túnica e/ou toga,
semelhante ao Chiton, sendo uma peça comprida, em classes mais ricas, e mais curta nos menos abastados.

VIDEOAULA: AS GRANDES INVASÕES E AS IMPLICAÇÕES NO VESTIR

Você será convidado a uma imersão no período Greco-romano, período de conquistas militares e invasões
promovidas pelo Império Romano, que refletiram na influência imposta em diversas áreas, passando pelos
aspectos culturais e, mais especificamente, pelo nosso foco de estudo, que é a indumentária. Tipologias das
peças de roupa e as composições daquela época ganharam destaque.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

O VESTUÁRIO NA EUROPA ORIENTAL

A indumentária que, até então, era muito simples, no que diz respeito ao aspecto estilístico, e que tinha o maior

objetivo de proteção corporal, seja visualmente ou quanto ao clima, iniciou uma grande transformação a partir
da Idade Medieval.
“A Idade Média é um período da história da Europa entre os séculos V e XV. Inicia-se com a queda do Império
Romano do Ocidente e termina durante a transição para a Idade Moderna” (LOBO et al., 2014, p. 26).
Vamos considerar o período compreendido após o término da Idade Antiga até o século XII. A área geográfica
da Europa, no período do Império Romano conformou-se a partir do desenvolvimento dos Bizantinos - parte
oriental.

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A formação do Império Bizantino começa com a reconstrução da antiga cidade grega de
Bizâncio, ordenada pelo imperador romano Constantino. Surge assim uma nova capital

para o Império Romano, com rotas comerciais estratégicas que colocariam a Roma do
Oriente como interface entre o mar Mediterrâneo e o mar Negro, ou seja, na zona
limítrofe entre Europa e Ásia. (...) Há um consenso entre os historiadores medievais
sobre a definição do Império Bizantino como uma civilização composta por inúmeras
culturas.
— (BAUER et al., 2019, p. 82,85)

Em Bizâncio, um tecido largamente utilizado foi a seda, que contava com uma produção local, sem a
necessidade da recorrente importação de países como Índia ou China. Tratava-se de um tecido de exclusividade
dos nobres e ricos, para confecção de suas roupas. Como em outras culturas, a roupa ganhava um caráter de
distinção social, pois quanto mais ornamentada era, mais influência e poder denotava o seu usuário. Outros

tecidos, como a lã, o linho e o algodão também foram utilizados na indumentária bizantina.
De maneira geral, as formas e linhas da indumentária bizantina advinham de diversas influências, como dos
romanos, árabes e persas e, de certa forma, acabou por influenciar toda a região da Europa nesse período.
Destacava-se a rica ostentação de cores, usada não apenas pelo casal imperial, mas também pelos mais
privilegiados financeiramente. Conveniente ressaltar que as roupas imperiais eram mais refinadas, e levavam

também fiapos de ouro, pérolas e pedras preciosas como ornamentação.


A túnica foi uma peça básica desse período, variando no comprimento, dos joelhos aos tornozelos, presas por

um fino cinto ou uma pala ornamentada. As túnicas caracterizavam-se por longas mangas até os punhos, tanto
para homens quanto para as mulheres, em composições que poderiam levar um manto sobreposto. Nos
ombros, eram usados broches ou fivelas ricamente decoradas, com a função de prender as peças. No caso das
mulheres, a túnica se desenvolveu em uma espécie de vestido firmemente atado na sua parte superior. Como

comentado anteriormente, as roupas diferenciavam as classes sociais, e a túnica dos mais abastados eram mais
decoradas, com bordados variados, enquanto os mais pobres tinham túnicas simples, sem ornamentação.
Os calçados, que outrora eram sandálias abertas, agora eram fechados, ornados com pedras e pérolas, em
geral, de seda, tecidos decorados ou couro.

VIDEOAULA: O VESTUÁRIO NA EUROPA ORIENTAL

Este vídeo vai explica por que a indumentária da Europa Oriental influenciou todo o desenvolvimento de uma
nova maneira de o povo europeu se vestir, bem como as características das peças usadas, desde a classe
plebeia, do clero e dos nobres, finalizando com o casal imperial. Veremos algumas peças de roupas específicas e
suas características.

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VESTUÁRIO NA EUROPA OCIDENTAL E NA EUROPA CENTRAL

Ainda dentro do período medieval, agora na região central e ocidental da Europa, acompanhando as
transformações da indumentária, você verá que houve uma maior empregabilidade da costura, pois os artesãos
desenvolveram habilidades para compor roupas mais refinadas, costuradas com mais cuidado e o acréscimo de
adornos, como joias e pedrarias.

“Aos poucos, estas túnicas foram ganhando detalhes, como bordados, barras em seda etc. Essas roupas
passaram a ser produzidas artesanalmente pelos primeiros tecelões e alfaiates, que começaram a aplicar mais
cores em suas confecções” (LOBO et al., 2014, p. 26).
Outras duas peças eram comuns: o manto e também algo semelhante às calças de hoje.

As roupas eram feitas de linho, cânhamo e algodão, além do couro. A distinção entre pobres e nobres era feita

pela composição da vestimenta, sendo as cores marrom e ocre usadas pelos trabalhadores e plebeus.
Nesse período histórico, aconteceram muitas batalhas militares, com objetivo de defesa e/ou invasão e
conquistas territoriais, portanto temos que mencionar também os trajes usados pelos soldados. Lobo et al.,
(2014, p. 27), ressalta que “podemos observar o estilo de armaduras utilizadas pelos soldados no século XII –
eles utilizam uma malha de aço dos pés à cabeça para proteger o corpo. No rosto usam uma touca de ferro por
baixo do capacete e no capacete havia um protetor de nariz”.

Figura 4 | Armaduras militares

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Fonte: Lobo et al. (2014, p. 27).

Vamos dividir o período em duas fases para melhor entender as transformações ocorridas na indumentária.

Europa Feudal
Levando em conta a necessidade de defesa e sobrevivência, em virtude dos constantes ataques entre povos, o

Feudalismo instaurou-se como modelo sócio-econômico-político, e perdurou entre os séculos V a X, decretando


um retrocesso nas grandes cidades gregas e romanas, em detrimento de um forte êxodo rural. Observa-se, de

um lado, os senhores feudais e, de outro, os trabalhadores, chamados vassalos, com uma nítida diferença nas
suas indumentárias. Essa distinção se dava pelos tecidos e ornamentos empregados, já que os cortes eram
semelhantes.

A túnica era usada por homens, com comprimento até as panturrilhas, nos ricos, ao passo que, nos menos

favorecidos, ela ia até a altura dos joelhos, presa ao corpo por um cinto. Sobre a túnica havia uma capa
semicircular atada ao ombro por um broche, forrada de pele para os dias frios.
Nas mulheres as túnicas possuíam ou não as mangas, e eram vestidas pela cabeça, presas ao ombro por
broches e atadas por um cinto. Sobre os ombros levavam um lenço e, por vezes, um longo manto do mesmo
comprimento da túnica.

Europa Gótica
Iniciou-se por volta do final do século X e início do século XI, estendendo-se até meados do século XV, marcando
o renascimento das áreas urbanas e o retrocesso do sistema feudal, com o surgimento da burguesia e o fim do

trabalho servil. Vamos tratar especificamente do período inicial e seus desdobramentos.


“Aos poucos, a modelagem começa a ser diferenciada, marcando a silhueta feminina e iniciando um novo estilo
gótico” (LOBO et al., 2014, p. 26).
Pela primeira vez, a indumentária de homens e mulheres diferencia-se significativamente, com o encurtamento
das peças masculinas e a permanência do comprimento até o chão para as peças femininas. Tal encurtamento
fez surgir o calção e as meias cobrindo as pernas.

Na Idade Média, quem nascesse nobre permaneceria nobre durante toda a vida. As
roupas eram diferentes de acordo com as classes sociais, havendo até́ leis que
restringiam tecidos e cores somente aos nobres. A burguesia, que não era nobre, mas
era rica, começou a imitar o estilo nobre das roupas, iniciando um processo de trabalho
dos costureiros. (...), foram criados sapatos para evidenciar e diferenciar na sociedade o
grau de riqueza e nobreza de seus donos: quanto mais fino e longo a ponta do sapato,
mais rico era.
— (LOBO et al., 2014, p. 26-27)

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Figura 5 | Sapato utilizado na Idade Média

Fonte: Lobo et al. (2014, p. 27).

VIDEOAULA: INDUMENTÁRIA E MODA: INFLUÊNCIAS E PROCEDIMENTOS DE

MODA

Neste vídeo, você poderá entender melhor como era a indumentária da Europa Central e Ocidental, dentro do
recorte histórico da Idade Medieval. Vamos trazer algumas imagens com a explicação da composição da
indumentária, desde os modelos mais simples do início, até o momento que antecede o Renascimento, com o

batismo do termo “moda”.

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ESTUDO DE CASO

Você foi convidado para participar da semana acadêmica do curso de moda da universidade em que estuda,
sendo o responsável por apresentar um quadro resumo sobre o período histórico entre a Idade Antiga, mais
precisamente o seu final, com a difusão da cultura Greco-romana, e uma parte da Idade Média, até o século XII.
A ementa específica que lhe cabe é explicar as principais características históricas de cada momento, e também
os seus reflexos no modo dos povos se vestirem, expressando suas preferências na indumentária.
Descreva, de forma objetiva, como você poderia abordar essas questões, ressaltando como a indumentária
serviu como divisor sócio-econômico-político das civilizações europeias.

RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO

Na Grécia, na Idade Antiga, a indumentária era constituída basicamente por pedaços de tecidos envoltos ao
corpo, sem uma preocupação com modelagens, cortes ou costuras rebuscadas. O chiton, uma espécie de
túnica, era basicamente a peça de roupa mais presente, tratando-se de um pedaço de tecido de linho retangular
que cobria o corpo, podendo ser preso em um ombro e embaixo dos braços ou nos dois ombros. Ela era usada
por ambos os sexos e, geralmente, com uma abertura lateral, uma vez que os gregos valorizavam a estética e

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não tinham preconceitos com a nudez. Especialmente as mulheres, também usavam o peplos, que era uma
peça de corpo inteiro, usado com cinto, sozinho ou sobreposto e chiton.
Nessa época de invasões e conquistas territoriais, especialmente representadas pelo Império Romano,

podemos comprovar uma simbiose entre a vestimenta de gregos e romanos, uma vez que as peças da
indumentária tinham características similares.

Os homens romanos vestiam-se com a túnica e, por vezes, acima dela, usavam outra bastante drapeada, sendo
a peça que mais marcou a sua indumentária. Quanto mais volumosa, mais evidente era seu prestígio e status

social, uma vez que pessoas menos favorecidas e soldados usavam apenas a túnica simples de baixo. As
mulheres usavam uma túnica longa que, muitas vezes, era sobreposta por outra, que tinha a principal
característica de ter mangas, como um manto em formato retangular.

No início, a Idade Média apresentou transformações na indumentária, pois houve maior empregabilidade da
costura. Artesãos desenvolveram habilidades para compor roupas mais refinadas, costuradas com mais
cuidado e com o acréscimo de adornos, como joias e pedrarias. As túnicas receberam detalhes, bordados,
pedrarias e até fios de ouro nos trajes imperiais. Outras duas peças eram bastante comuns: o manto e também
algo semelhante às calças de hoje.

As roupas eram feitas de linho, cânhamo e algodão, além do couro. A distinção entre pobres e nobres era feita
pela composição da vestimenta, sendo as cores marrom e ocre usadas pelos trabalhadores e plebeus, e as mais
coloridas e enfeitadas usadas pelas classes mais abastadas.
Outra distinção social era a túnica usada por homens, com comprimento até as panturrilhas nos ricos, ao passo
que os menos favorecidos usavam-na até a altura dos joelhos, presa ao corpo por um cinto. Sobre a túnica,
colocava-se uma capa semicircular atada ao ombro por um broche, forrada de pele para os dias frios.

Nas mulheres, as túnicas possuíam ou não as mangas, e eram vestidas pela cabeça, presas ao ombro por
broches e atadas por um cinto. Sobre os ombros, levavam um lenço e, por vezes, um longo manto do mesmo
comprimento da túnica.
No final do século X, iniciou-se uma nova fase, chamada gótica, quando ocorreram outras transformações
marcantes, o estopim para grandes mudanças do Renascimento.
Foi nessa época que as modelagens da indumentária sofreram uma forte distinção entre homens e mulheres,
com o encurtamento das peças masculinas e a permanência do comprimento até o chão nas peças femininas.
Tal encurtamento fez surgir o calção e as meias cobrindo as pernas.
Os sapatos também distinguiam as classes ricas, com pontas finas e compridas.

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 Saiba mais

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Fazemos duas sugestões para que você aprofunde seus estudos sobre a indumentária nos períodos da
Idade Antiga e Média.
A primeira sugestão é o livro História social da moda, que traz a evolução da moda ao longo da história,

evidenciando a diferenciação entre roupa masculina e feminina na Idade Média, dentre outros assuntos
pertinentes.

CALANCA, D. História Social da Moda. São Paulo: Senac, 2008.


A segunda obra - História e sociologia da moda: evolução e fenômenos culturais - começa tratando da

utilização da indumentária da pré-história à Idade Média, passando pelos egípcios, gregos e romanos, e
explica também a moda do Renascimento até os séculos subsequentes.
LOBO, R. N; LIMEIRA, E. T. N. P.; MARQUES, R. D. N. História e Sociologia da Moda - Evolução e

Fenômenos Culturais. São Paulo: Editora Saraiva, 2014.

Aula 2

INDUMENTÁRIA NA IDADE MÉDIA: SÉCULO XIV AO SÉCULO


XVI
Identificar os aspectos históricos e culturais da tradição da indumentária na Idade Média e
Moderna.

57 minutos

INTRODUÇÃO

O nosso recorte histórico situa-se no final da Idade Média e início da Idade Moderna, em uma época de
efervescência cultural na Europa, que renascia de um longo período de inércia.
Em um primeiro momento, vamos ver como surgiu o termo ”moda”, e como ela se desenvolveu na Borgonha,
atual região da França.
Dentro do período que vai do século XIV ao século XVI, você verá, de forma resumida e objetiva, como a
indumentária masculina e feminina se desenvolveu, distinguindo-se uma da outra, como, até então, não
acontecia de forma tão evidente.
Na sequência, respeitando as mesmas premissas, daremos atenção ao histórico da indumentária e da moda na
Itália e na Espanha, finalizando com uma atenção especial à influência da Alemanha sobre a Europa e o período
monárquico inglês.
Vamos iniciar!

O VESTUÁRIO NA FRANÇA E BORGONHA

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Vamos levantar peculiaridades do final da Idade Média e início da Idade Moderna, mais precisamente no
período compreendido entre os séculos XIV e XVI, dando destaque à sociedade da França e da Borgonha.
O final do século XIV coincide com o último estágio do período Medieval Gótico na Europa, em que o vestuário

masculino foi encurtado e o feminino permaneceu longo, apresentando, pela primeira vez, uma distinção clara
na indumentária, sendo a masculina quem tem maior volume e destaque em sua composição.

A sociedade feudal passou por um processo de mudança, entre os séculos XI e XV, que
gerou o esgotamento da autossuficiência produtiva e um crescimento demográfico.
Com a diminuição das invasões, as condições de vida tornavam-se estáveis, o que

desencadeou o aumento da população o. O crescimento populacional gerou efeitos

produtivos e sociais, o que aumentou as áreas cultivadas, com o intuito de ampliar a


produção e o desenvolvimento comercial, voltados para as trocas locais. Esse comércio
foi se intensificando pela circulação de produtos diversificados (p. ex., grãos, aves, ovos,
gado, lã, ferramentas, etc.), o que gerou o impulsionamento de diversos setores

artesanais.
— (BAUER, 2019, p. 176)

O desenvolvimento do comércio consolidou uma nova classe social, a burguesia, que detinha grande influência
em virtude do seu poderio econômico. Segundo Lobo (2014), quando buscamos apontar o surgimento da moda,
devemos levar em conta a importância que a roupa passou a exercer na sociedade, distinguindo-a do termo
indumentária, que se refere ao surgimento da roupa. O termo moda surgiu em meio a essa mudança nas
relações comerciais, pois a roupa definitivamente passou a diferenciar socialmente as pessoas, com maior

evidência do que na época medieval.

A moda surgiu em meados do século XV, no início do Renascimento europeu, momento


em que as pessoas começam a dar valor à roupa no contexto social, na corte de
Borgonha (atualmente parte da França), com a ideia de diferenciar as pessoas pela
classe social. Naquela época somente os nobres poderiam utilizar certas cores.
— (LOBO et al., 2014, p. 15)

A França ainda tinha algumas influências da moda italiana, até o início do século XVI. As composições
masculinas levavam um gibão curto, a camisa à mostra feita com dois tecidos, sendo mais adornado na frente e
menos decorado nas costas. As mangas possuíam fendas que iam dos ombros até os cotovelos. As meias ainda
eram usadas, mas, após esse período, passaram a ficar separadas das justas calças advindas dos calções. Por

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sobre o corpo podiam aparecer também os mantos.
As mulheres ainda mantinham os cortes do final do século XV, com um vestido sobre um chemise, a calça justa
ao corpo dos pés até a cintura, e um corset amarrado. Usavam também um véu de seda ou veludo, bordado ou

adornado com pedras preciosas.


Da metade do século XVI em diante, os homens passaram a usar o gibão acolchoado, com uma ponta

proeminente, e a calça justa ao corpo, que ia da cintura até as pontas dos pés. O calção em formato cilíndrico
poderia ficar ainda mais curto, chamado culot. As mulheres usavam rufos no pescoço e penteados com os

cabelos presos em arcos. Os corpetes dos vestidos ficaram mais compridos e moldavam o corpo, com mangas
avolumadas e pesadas. Já as saias dos vestidos ficavam achatadas e suspensas, como você pode ver na Figura
1.

Figura 1 | Vestimenta da corte francesa

Fonte: Commons Wikipedia.

VIDEOAULA: O VESTUÁRIO NA FRANÇA E BORGONHA

Vamos fazer um recorte histórico compreendido entre o século XIV até o século XVI, verificando algumas
transformações sociais e culturais que influenciaram diretamente no desenvolvimento da indumentária das
pessoas, e a instauração da moda como distinção socioeconômica, especificamente na Borgonha e na França.
Veremos algumas peças do vestuário e suas respectivas modelagens.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

VESTUÁRIO NA ITÁLIA E NA ESPANHA

Nos países da Europa, iniciou-se um processo, a partir do século XIV, no qual a indumentária surgia com uma
série de extravagâncias e com alguns extremos, como os vestidos que apresentavam mangas que iam até o
chão, os adornos e chapéus que ganhavam importância nas cabeças, geralmente cobertos por joias e penas de

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animais, dentre outros exemplos, que ressaltaram-se com o advento posterior do Renascimento.
Na Itália, no final do período gótico medieval, as mulheres usavam longos vestidos e chapéus de chifres ou
formato cônico, com véus que pendiam da ponta superior, além de penteados que usavam um pedaço de

tecido que enlaçava o queixo.

Figura 2 | Chapéu feminino

Fonte: Lobo et al. (2014, p. 28).

Nos homens, foi marcante o gibão, com uma camisa e uma espécie de manto usado sobre a roupa.
Em época posterior, na qual a prosperidade avançou pelos países da Europa, as classes médias compostas por
trabalhadores qualificados começaram a usar roupas mais complexas que, ainda distantes da exuberância das

elites, seguiam uma certa similaridade. Foi nesse período que a roupa assumiu o aspecto de temporalidade,
pois os trajes passaram a ser ditados pela moda, e estar desatualizado passou a ser uma preocupação social.
Era o advento do Renascimento e todas as consequências evolutivas no campo cultural e filosófico, que se
instaurou, primeiramente, na região da Itália. “O Renascimento foi um período de grandes modificações na
estrutura social e econômica do mundo. Um novo segmento ganhou espaço: o dos comerciantes, que
habitavam as cidades que estavam começando a se formar” (LOBO et al., 2014, p. 28).

Esse período teve muitas transformações também no âmbito do vestuário, surgindo o


uso de tecidos com cores, brilhos, texturas e caimentos diferenciados. Apareceram
novos modelos, como vestidos com golas, punhos, mangas, bolsos e barrados
diferenciados. Os homens passaram a portar chapéus e roupas mais pesadas na parte
superior do corpo e sapatos de pontas finas, viradas para cima. As mulheres também
passam a usar chapéus, além de vestidos floridos.
— (LOBO et al., 2014, p. 28)

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A Itália, nos séculos XV e XVI, sofreu influências das cortes espanhola, francesa e germânica. De forma geral, as
mulheres buscavam referências nas luxuosas cerimônias espanholas, preferindo o preto e o dourado. Já os
homens optavam pelo preto. A influência francesa foi mais marcante que a germânica, principalmente em

relação aos chapéus e sapatos, adornos diversos, brocados, veludos e mantos.


“Uma das principais influências da moda europeia foi a corte espanhola. Uma das tendências de grande

importância foi o uso de grandes colarinhos no pescoço” (LOBO et al., 2014, p. 29). Veja o exemplo na Figura 3,
com um traje dos séculos XV e XVI, com os babados ao redor do pescoço, chamados rufos.

Figura 3 | Colarinho

Fonte: Lobo et al. (2014, p. 29).

Complementavam o traje feminino espanhol os corpetes justos na parte superior do vestido, com mangas em
camadas e, na parte inferior, saias volumosas.
Na Espanha, a indumentária masculina era composta por camisa, um colete básico e o gibão com mangas
volumosas. Na parte inferior, o calção cilíndrico, com uma calça estreita que ia por baixo. Compunha o traje um
codpiece proeminente e o chapéu reto com pedras preciosas. Alguns adicionavam uma adaga decorada.

VIDEOAULA: VESTUÁRIO NA ITÁLIA E NA ESPANHA

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Vamos dar uma atenção maior à influência exercida na moda pelo Renascimento, que despontou na Itália e se
espalhou pela Europa no período dos séculos XV e XVI. Após, falaremos de algumas particularidades dos trajes
femininos e masculinos de forma geral, dando ênfase à nova preocupação e valorização da silhueta feminina.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

O VESTUÁRIO NA ALEMANHA E NA INGLATERRA

As cortes ditaram a moda desse período, sobretudo a inglesa, se a compararmos com a corte alemã.
Segundo Silva (2012), as cortes europeias passaram por um processo de criação de uma identidade própria,
muito característica de cada país, que demarcou um reconhecimento inerente da moda em cada um deles. A
moda italiana espalhou-se pela Europa e se dividiu em dois grandes polos: Itália e Alemanha. França e Inglaterra
foram influenciadas pela forma de vestir alemã, enquanto a Itália permaneceu fiel a si mesma. Contudo, no final
do século XVI, o estilo alemão deu lugar à moda espanhola mais sóbria, elegante e quase toda na cor preta.
Particularmente, essa rigidez na moda era reflexo da rigorosa e altiva corte espanhola, extremamente religiosa.

A moda da Europa Ocidental foi caracterizada pelo aumento gradativo da opulência. É importante frisar o
emprego dos tecidos contrastantes, barras e bordados, além de guarnições aplicadas como formas de
ornamentação.

As mangas tanto dos homens como das mulheres eram bufantes. As roupas eram
luxuosas e basicamente de tecidos caros, como veludo e seda. As vestimentas das
senhoras tinham discreta ênfase no busto e acentuavam bastante os quadris. Os

acessórios eram joias deslumbrantes, sendo o lenço e o leque peças bastante comuns.
Os homens usavam calções e casacas até́ o joelho e chapéus largos e achatados.
— (LOBO et al., 2014, p. 34)

A silhueta larga, cônica para mulheres, com maior largura nos quadris, ao passo que alargada para homens nos
ombros, atingiu seu auge no final do século XIV e início do século XV. Anos depois, houve a adoção de uma linha
alta e estreita com uma cintura em forma de ‘V’ voltava à moda.
O Renascimento trouxe algumas escolhas da corte europeia, influenciadas pela racionalidade, muito
proeminente na Alemanha e na Inglaterra.
A moda masculina teve uma importância maior, com roupas mais curtas e justas. A própria separação da
indumentária masculina e feminina fomentou a idealização do corpo humano, com valorização da beleza física.
A combinação das linhas e cores também apareceu nas roupas, além do emprego de materiais luxuosos, ricos,
densos, bordados pesados, joias suntuosas e delicadas rendas.

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Uma moda curiosa chamada de landsknecht veio da Alemanha, que podemos traduzir
por talhadas. Foi o hábito de cortar o tecido da roupa em tiras ou em pequenas
aberturas nas quais apareciam as peças de baixo, fosse a chemise usada sob o gibão ou
mesmo o tecido que unia as tiras do calção bufante. Esse detalhe foi comum para
ambos os sexos, contudo foi mais evidente entre os homens.
— (BRAGA, 2011, p. 45)

Na Alemanha, tecidos, como o veludo, compunham os trajes que, nas mulheres, valorizavam as formas naturais
do corpo, enfatizando discretamente o busto e acentuando o quadril. Os homens usavam casacos até os
joelhos, gibão e ombros com almofadas, calças até os joelhos, chapéus achatados e largos.
A Inglaterra, principalmente no período do reinado da rainha Elizabeth, tinha como evidência masculina as
cânulas que cobriam a coxa e sapatos abertos dos lados, com línguas móveis. Mais tarde, teriam saltos e seriam
abotoados com fivelas douradas. O rufo foi substituído pela gola reta decorada com desenhos bordados.

A influência espanhola na indumentária feminina inglesa pode ser vista nas saias, no corpo dos vestidos com
ossos de baleia e nos rufos, além do leque de penas. Já a influência francesa é vista no penteado para cima, com
os arcos e coques, além dos laços nas saias e pedras preciosas no vestido. Compunha a indumentária, ainda, as
mangas-balão cobertas por “mangas falsas” e a moda de leque dobrado.

VIDEOAULA: O VESTUÁRIO NA ALEMANHA E NA INGLATERRA

Vamos situar o período compreendido entre os séculos XV e XVI com alguns traços marcantes dentro dos países

da Inglaterra e da Alemanha, sobretudo a influência alemã sobre outros países. Aprofundaremos mais a prática
alemã das talhadas nos tecidos para produzir camadas e também algumas peculiaridades dos trajes ingleses,
sobretudo a influência das cortes como um todo.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

ESTUDO DE CASO

Você foi convidado para participar de um evento de moda da sua cidade, mais especificamente para compor
uma tribuna, onde serão feitos alguns debates sobre a evolução da indumentária ao longo da história da
humanidade. O organizador do encontro, a fim de tornar o workshop mais dinâmico e proveitoso aos
espectadores, separou os períodos históricos entre os participantes, sendo você o responsável por comentar

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sobre a moda na Europa, após a instauração do Renascimento.
Descreva quais assuntos e seus desdobramentos seriam importantes para você discorrer a respeito da
influência do Renascimento na história da indumentária e da moda.

RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO

O período do Renascimento, instaurado a partir do século XV, pode ser considerado um dos mais extravagantes
e esplêndidos momentos vividos na área da indumentária, em virtude de ser o momento em que realmente a

terminologia “moda” surgiu na sociedade. Esse fato se deve ao aspecto temporal assumido pelas roupas, pois
elas passaram a marcar datas, ou seja, houve, pela primeira vez, roupas usadas em um período delimitado, e

novos modelos e composições dos trajes em períodos seguintes. A busca pela atualização constante, sabendo o
que estava sendo usado em uma corte ou outra, fez com que a moda ganhasse o impulso inicial para se
transformar no que é hoje em dia.
Foi nesse período, que a sociedade começou a buscar mais conhecimento, questionando-se sobre assuntos
antes inquestionáveis, como a própria hegemonia da Igreja Católica. A arte também ganhou destaque,
retomando os valores da cultura clássica da Grécia e Roma Antigas.
Junto dessa ebulição de ideias, chamada Renascimento Cultural, temos o Renascimento Urbano e Comercial,
que surgiu como consequência da estabilidade política da Europa, após os grandes conflitos, e com o desejo de

expansão comercial e territorial.


A própria estabilidade política e a expansão econômica permitiram que mais pessoas pudessem ter acesso ao
conforto e ao luxo, o que incluiu também a produção rebuscada do vestuário.
Tecidos com cores, brilhos, texturas e caimentos diferenciados possibilitaram o desenvolvimento de novos
modelos, como vestidos com golas, punhos, mangas, bolsos e barrados diferenciados. As cidades italianas de

Gênova, Veneza, Florença e Milão passaram a fabricar tecidos com alta qualidade, com veludos, brocados,
cetins e sedas. De forma geral, a indumentária mudou bastante, tornando-se mais requintada, principalmente
em países com monarquias fortes, como França, Itália, Alemanha e Inglaterra. Essas cortes bem estabelecidas
trouxeram cada uma suas peculiaridades no modo de se vestir e se adornar, embora houvesse certa
similaridade entre elas, uma vez que exerciam influência umas às outras. Esse processo de influência começou
com a Itália, mas teve sequência com a moda alemã, francesa, espanhola e inglesa. Na indumentária masculina,
muito colorida, provocativa e mais expansiva do que das mulheres, o que caracterizou o período foi o Gibão –
que, traduzido para os dias de hoje, seria o nosso paletó - geralmente acolchoado, com ou sem mangas, que
eram presas por cordões escondidos por um detalhe almofadado. Sobre o Gibão, usavam ainda uma espécie de
túnica aberta na frente e confeccionada com bastantes ornamentos. Na parte inferior, usavam um calção
bufante.
Para as mulheres, foi comum o uso do vestido rígido na parte superior, mas com uma cintura mais baixa,
abrindo-se em formato cônico também rígido, o que limitava os movimentos. As mangas, muitas vezes, eram
longas e largas e quase tocavam o chão. Nessa composição, ainda entravam o rufo usado no pescoço. Os
penteados eram parecidos aos do período anterior, com adornos rendados, pérolas e tranças enroladas.

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 Saiba mais
Deixamos algumas sugestões de bibliografia para aprofundar o seus estudos sobre a evolução da

indumentária e o surgimento da moda. São livros que possuem, além de registros literários, uma rica
seleção de imagens e desenhos que facilitarão o entendimento de alguns termos e peças do vestuário.

BOUCHER, F. História do vestuário no Ocidente. São Paulo: Cosac & Naify, 2010.
BRAGA, J. História da Moda: uma narrativa. São Paulo: Anhembi Morumbi, 2007.
HOHLER, C. História do vestuário. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009.
NERY, M. L. A evolução da indumentária: subsídios para criação de figurino. Rio de Janeiro: SENAC,
2004.

Aula 3

INDUMENTÁRIA NA IDADE MODERNA: SÉCULO XVI AO


SÉCULO XVII
O século XVII temos a moda barroca em destaque, resultado de todo um movimento pós
Renascimento, com destaque inicial em várias correntes artísticas.

44 minutos

INTRODUÇÃO

O período conhecido como Renascimento, instaurado na Europa a partir do século XIV, caracterizou-se por
apresentar grandes modificações na estrutura social, econômica, política e cultural do mundo, como até então,
o homem não havia experimentado. Especialmente, um novo segmento ganhou espaço: os comerciantes. O
crescimento das cidades que gradativamente iam se conformando em grandes organizações novamente, em

detrimento dos pequenos feudos, alavancou a expansão do comércio, que por sua vez, acabou conquistando
novas terras e ampliando o poder da Europa. Também nesse período aconteceram diversas transformações no
âmbito do vestuário, surgindo o uso de tecidos com cores, brilhos, texturas e caimentos diferenciados. Em
consequência desse avanço têxtil, novos modelos com particularidades evidentes fizeram sucesso,
especialmente nas classes mais abastadas.
Adentrando o século XVII temos a moda barroca em destaque, resultado de todo um movimento pós
Renascimento, com destaque inicial em várias correntes artísticas.
Vamos iniciar!

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CONTEXTO ESTÉTICO, POLÍTICO, HISTÓRICO E SOCIAL DO SÉCULO XVI:
RENASCIMENTO E O LUXO NA FRANÇA, HOLANDA E INGLATERRA

O Renascimento foi o período vivenciado entre o ano de 1300, na Idade Média, e o ano de 1650, na Idade

Moderna. Nesse período, a arte buscava valorizar o homem, em vez dos aspectos religiosos que permeavam a
cultura até o momento (BARROSO et al., 2018, p. 75).
Foi um período de verdadeiro renascimento em muitos aspectos, inclusive de uma nova visão de mundo.

O Renascimento surgiu na Itália e esse nome foi usado pela primeira vez por Giorgio
Vasari (1511-1574), pintor e arquiteto italiano, famoso por suas biografias de artistas
italianos. Ele define o período como constituído de um movimento intelectual e artístico
que modifica a visão sobre o homem e a natureza, além da revalorização do

pensamento e da arte a uma nova ideia de cultura humanística. Nesta época, as


transformações sociais eram evidentes principalmente pela transição do feudalismo
para o capitalismo, afetando diretamente a todos.
— (LOBO et al, 2014, p. 31)

O homem colocou-se no centro do universo, questionando-se e formando correntes de pensamento. Segundo


Barroso et al. (2018), foi um período de transformações profundas, que se basearam em algumas ideias e

concepções já existentes e que influenciaram a cultura e as artes, tais como:


• Humanismo: um movimento intelectual iniciado na Itália, no século XIV, que buscava evidenciar o homem e a

natureza humana.
• Racionalismo: tinha a razão e a ciência como base para buscar o conhecimento sobre o mundo.

• Individualismo: emergiu da necessidade do homem de conhecer a si próprio, passando a se considerar crítico


e responsável por suas ações.
• Universalismo: na educação renascentista, é ressaltado o desenvolvimento do conhecimento humano, uma
vez que o homem buscava se especializar em diversas áreas.
As manifestações artísticas também foram um grande expoente do período, sem contar nas transformações
sociais, políticas e econômicas que se deram no período.
Em razão do acúmulo de riqueza decorrente do comércio na região do Mediterrâneo, instalou-se uma nova
classe, da qual emergiram os burgueses, que faziam grandes questionamentos do poder do clero e da nobreza,
especialmente pelo custo que geravam, somado ao fato de pouco contribuírem à sociedade.
“A vida nos burgos (vilas fortificadas com muralhas) fortalecia o capitalismo comercial e a circulação de dinheiro,

gerando transformações econômicas no modo de vida das pessoas” (BARROSO, et al., 2018, p. 75).
O crescimento das cidades foi impulsionado, ao mesmo tempo que alavancou o desenvolvimento do comércio.
Tal crescimento acabou por atrair os comerciantes que se instalavam nos seus arredores para vender e

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comprar mercadorias. Esse crescimento urbano possibilitou o desenvolvimento de muitas cidades na Europa,
tendo reflexos definitivos em países, como França, Inglaterra, Itália e Holanda. Esse crescimento urbano
promoveu uma diversificação das atividades econômicas, ou seja, uma série de ofícios surgiu para atender às

demandas internas das cidades. O próprio aumento da produção agrícola, com melhorias de técnicas e
melhores condições de vida, possibilitou o aumento da população europeia, que se concentrou nos arredores

das cidades, que, por sua vez, ofereciam possibilidades de trabalho para distintas funções, mais atrativo que a
vida nos feudos de até então.

VIDEOAULA: CONTEXTO ESTÉTICO, POLÍTICO, HISTÓRICO E SOCIAL DO SÉCULO


XVI: RENASCIMENTO E O LUXO NA FRANÇA, HOLANDA E INGLATERRA

Vamos iniciar o vídeo tratando das trocas comerciais que passaram a acontecer na região do Mediterrâneo,
especialmente nas cidades-estados em torno de Gênova e Veneza com o comércio euroasiático, que
alavancaram a expansão burguesa e a instauração de uma nova ordem detentora de alto poder aquisitivo.
Posteriormente, falaremos do classicismo e o legado do Renascimento na cultura.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

SÉCULO XVI: O UNIFORME MILITAR, O TEATRO E AS COLEÇÕES DE VESTUÁRIO

Podemos resumir a moda na era renascentista como uma consequência direta da era gótica. Uma vez que se
instaurou a livre concorrência e um forte apelo do comércio, os comerciantes buscavam no Oriente as sedas, os

perfumes, os temperos e formas de tingimentos, até então desconhecidos na Europa. Foi uma época na qual
surgiram os primeiros corpetes e as mangas no vestuário, igualmente para homens e mulheres, sendo bem
trabalhadas, e também muito exageradas e bufantes. Esse livre comércio permitiu à moda renascentista italiana
que se espalhasse, em um primeiro momento, na França e, posteriormente, por toda a Europa.

Figura 1 | Traje renascentista

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Fonte: Lobo et al. (2014, p. 28).

Esse período teve muitas transformações também no âmbito do vestuário, surgindo o


uso de tecidos com cores, brilhos, texturas e caimentos diferenciados. Apareceram
novos modelos, como vestidos com golas, punhos, mangas, bolsos e barrados

diferenciados. Os homens passaram a portar chapéus e roupas mais pesadas na parte


superior do corpo e sapatos de pontas finas, viradas para cima. As mulheres também
passam a usar chapéus, além de vestidos floridos.
— (LOBO et al., 2014, p. 28)

Não podemos falar em vestuário e moda nessa época sem mencionar nobres e burgueses, sendo a burguesia
composta praticamente por comerciantes que detinham o capital, ainda que não possuíssem títulos de
nobreza. A população, em geral, que não estava inserida na nobreza ou na burguesia, limitava-se a usar o que
lhe era fornecido pelos seus empregadores, segundo as suas obrigações.

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As mangas tanto dos homens como das mulheres eram bufantes. As roupas eram
luxuosas e basicamente de tecidos caros, como veludo e seda. As vestimentas das
senhoras tinham discreta ênfase no busto e acentuavam bastante os quadris. Os
acessórios eram joias deslumbrantes, sendo o lenço e o leque peças bastante comuns.
Os homens usavam calções e casacas até́ o joelho e chapéus largos e achatados.
— (LOBO et al., 2014, 34)

“No teatro Renascentista surge a Commedia Dell’Arte, que utilizava a linguagem do povo, movimentação
intensa, improviso e repetição de personagens, tornando essa arte mais acessível e mais comunicativa”
(BARROSO et al., 2018, p. 82). Os atores tinham liberdade em cena, com bastante ação e o diálogo era natural,
com um conteúdo que trazia verdades das vivências da população. As suas vestimentas eram protagonistas e
seguiam a tendência exuberante usada pelos nobres e burgueses, nas produções eruditas, enquanto que nas
apresentações mais populares, o rebuscamento era muito menor, com bastante comedimento.

Os trajes militares característicos da Idade Média, em que as malhas de aço e armaduras pesadas, faziam parte
do cenário de batalhas e guerras travadas pela constante disputa territorial e invasões pela Europa, também
passaram por transformações. As alterações mais significativas dizem respeito justamente a essa atenção a
uma maior mobilidade, portanto os gibões com mangas e os calções bufantes também apareceram nas
vestimentas dos soldados. O gibão também poderia ser metálico conferindo maior proteção ao soldado. O

capacete metálico compunha a proteção da parte superior da cabeça ou, então, um chapéu também poderia
ser utilizado. Espadas, mosquetes e lanças completavam a indumentária militar do século XVI.

VIDEOAULA: SÉCULO XVI: O UNIFORME MILITAR, O TEATRO E AS COLEÇÕES DE


VESTUÁRIO

Uma das figuras mais relevantes, como medida para o vestuário, foi feita por Leonardo Da Vinci, que construiu

o homem com medidas perfeitas: “Homem Vitruviano. Esse desenho traz uma série de medidas consideradas
fundamentais para a construção da tabela de medidas para o vestuário. Vamos comentar essa figura, de onde
tiramos a base para confecção de roupas.

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SÉCULO XVII: ACESSÓRIOS, PROFISSÕES, MATÉRIA-PRIMA E PUBLICAÇÕES

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O século XVII estende-se até o período da Idade Moderna na Europa, que viveu, naquele momento, um
movimento de ordem cultural e social conhecido como Barroco.
Foi justamente após a era renascentista que a moda viveu outro grande momento, a era Barroca, que

compreendeu os anos entre 1600 e 1700, tendo sido a antecessora do Rococó. A Itália, como no Renascimento,
foi o ponto de início do Barroco, que se expandiu pelos países católicos europeus e também nas Américas.

Trata-se de um estilo artístico que foi uma continuação do Renascimento, primeiramente nas artes plásticas,
depois na literatura, no teatro e na música.

A moda desse período teve suas particularidades, e foi marcante a presença de golas e punhos rendados nas
roupas. “Nessa época surgiu a primeira escola de moda do mundo, cuja criação é atribuída a Luís XIV, motivado
por sua vaidade” (LOBO et al., 2014, p. 36).

“Os homens tinham cabelos na altura dos ombros ou maiores e com cachos; alguns usavam bigode e as roupas
eram bastante enfeitadas, com bermudas amplas e semelhantes a saias, meias de seda, botas até́ o joelho e um
longo casaco até́ os joelhos” (LOBO et al., 2014, p. 35).
Já as roupas das mulheres apresentavam volumes na região dos ombros e possuíam mangas bufantes, com
golas caídas, camisa de linho e espartilho até́ a cintura, saia aberta e anáguas com sapatos de salto. “Já na

maquiagem, as mulheres usavam muito pó de arroz, que ressaltava a pele clara e tinha como significado o
elevado status social” (LOBO et al., 2014, 35).
Pintores, escultores, arquitetos e alfaiates, tiveram destaque nesse período, cada qual em seu ofício, criando as
suas obras para atender a demanda de nobres, burgueses e o clero. O comércio seguia a sua expansão iniciada
no Renascimento e alimentava as cidades com as mercadorias e matérias-primas em geral.
As publicações e a literatura barroca caracterizaram-se pelas oposições, contrastes e dilemas. Contrário ao

Renascimento que questionava a religião, o homem desse período buscava a salvação, mas não deixava de
almejar concomitantemente os prazeres mundanos. As principais características desse período literário são: uso
de recursos, como antíteses, metáforas, paradoxo e sinestesia; pessimismo; linguagem muito rebuscada e
obscura; e intensidade com a presença da hipérbole.

Logo após a primeira parte do século XVII, a literatura deu origem à literatura moderna.
A herança clássica trazia padrões morais e formas estéticas, sendo que a literatura do
século anterior era repleta de moral, mas, ao mesmo tempo, havia a necessidade cristã
de rejeitar o tão prezado modelo clássico, por sua origem pagã, considerada uma
influência enganosa e corruptora, o que explica a rejeição do classicismo em boa parte
do Barroco.
— (BARROSO et al., 2018, p. 75)

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Se pudéssemos resumir o período, generalizando para a literatura, arte, ofícios e moda, suas principais
características seriam uma linguagem dramática, emprego do racionalismo, exagero e rebuscamento, uso de
figuras de linguagem, união do religioso e do profano, arte dualista, jogo de contrastes, valorização de detalhes,

cultismo (jogo de palavras) e conceptismo (jogo de ideias).

VIDEOAULA: SÉCULO XVII: ACESSÓRIOS, PROFISSÕES, MATÉRIA-PRIMA E


PUBLICAÇÕES

Nosso vídeo vai lhe convidar para viajar no tempo e encontrar o período Barroco, sempre carregado de

informações, conflitos e dramaticidade nas produções artísticas e culturais, que se refletiram na moda, com
trajes que revelavam vitalidade e eram compostos de muitos adornos e acessórios. Vamos fazer um breve
resumo da indumentária e suas características mais marcantes.

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ESTUDO DE CASO

Você precisa montar uma apresentação para seus colegas mostrando como se desenvolveu a moda entre os

séculos XIV e XVII, especialmente, com um conjunto de informações que aponte as particularidades dos
períodos do Renascimento e do Barroco.
Seu professor solicitou também que seja feito um recorte histórico desse período, de forma que será necessário
discorrer sobre as principais características de cada um dos períodos e como influenciaram na história da

humanidade.
Como você poderia montar o assunto, abordando o que foi solicitado?

RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO

Você pode começar a sua apresentação falando sobre o período histórico e as características do vestuário e da
moda de cada época.
O Renascimento foi o período vivenciado entre os séculos XIV e XVI, na Idade Moderna. Nesse período, a arte
buscava valorizar o homem, em detrimento dos aspectos religiosos que dominavam o pensamento e a cultura
até o momento, sendo um período em que o nome faz jus ao que aconteceu: um verdadeiro renascimento em
muitos aspectos, com uma nova visão de mundo. O Renascimento surgiu na Itália como um movimento
intelectual e artístico que modificou a visão sobre o homem e a natureza, com a busca da revalorização do
pensamento e da arte para uma nova ideia de cultura humanística. Nessa época, as transformações sociais
eram evidentes, principalmente pela transição do feudalismo para o capitalismo, afetando diretamente a todos.

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Poderíamos sintetizar que o homem colocou-se no centro do Universo, questionando-se e formando correntes
de pensamento.
O crescimento das cidades foi impulsionado ao mesmo tempo que alavancou o desenvolvimento do comércio.

Esse crescimento urbano possibilitou o desenvolvimento de muitas cidades na Europa, tendo reflexos
definitivos em países como a França, Inglaterra, Itália e Holanda.

A moda, nesse período, teve muitas transformações, surgindo o uso de tecidos com cores, brilhos, texturas e
caimentos diferenciados. O vestuário apresentou novos modelos, como vestidos com golas, punhos, mangas,

bolsos e barrados diferenciados. Os homens passaram a portar chapéus e roupas mais pesadas na parte
superior do corpo, calções e sapatos de pontas finas, viradas para cima. As mulheres também passaram a usar
chapéus, além de vestidos floridos.

As mangas dos trajes masculinos e femininos eram bufantes. As roupas de nobres eram luxuosas e
basicamente de tecidos caros, como veludo e seda. As vestimentas femininas tinham discreta ênfase no busto e
acentuavam bastante os quadris. Os acessórios eram joias deslumbrantes, sendo o lenço e o leque peças
bastante comuns.
O período Barroco foi um estilo artístico que se iniciou na Itália no final do século XVI até meados do século

XVIII, e seguiu em países católicos com estilo do absolutismo e da contrarreforma. Presente nas artes e na
cultura, suas principais características incorporavam uma linguagem dramática, o emprego do racionalismo,
exagero e rebuscamento, uso de figuras de linguagem, união do religioso e do profano, arte dualista, jogo de
contrastes, valorização de detalhes, cultismo e conceptismo.
A moda desse período teve suas particularidades, e foi marcante a presença de golas e punhos rendados nas
roupas. No vestuário feminino, a rainha Elizabeth, foi uma grande influência, já no vestuário masculino, foi o rei

Luís XIV.
Os homens usavam os cabelos na altura dos ombros ou maiores e com cachos. As roupas eram bastante
enfeitadas, com bermudas amplas e semelhantes a saias, meias de seda, botas até́ o joelho e um longo casaco,
também até́ os joelhos.
Já as roupas das mulheres apresentavam volumes na região dos ombros e possuíam mangas bufantes, com
golas caídas, camisa de linho e espartilho até́ a cintura, saia aberta e anáguas e com sapatos de salto.
Maquiavam-se com muito pó de arroz, que ressaltava a pele clara e tinha como significado o elevado status
social.

Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.

 Saiba mais
A obra História e sociologia da moda: evolução e fenômenos culturais começa tratando da utilização da
indumentária da Pré-história à Idade Média, passando pelos egípcios, gregos e romanos, e explica também
a moda do Renascimento, do Barroco, e séculos subsequentes.

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LOBO, R. N.; LIMEIRA, E. T. N. P.; MARQUES, R. D. N. História e sociologia da moda - evolução e
fenômenos culturais. São Paulo: Editora Saraiva, 2014.
O vídeo Moda no período do Renascimento, apresenta de forma objetiva e sintética, as principais

características da moda no período, em consonância com as peculiaridades do movimento renascentista.


JENNEFFER, Adassa. Moda no período do Renascimento. Youtube.

Aula 4

INDUMENTÁRIA NA IDADE MODERNA: SÉCULO XVI AO


SÉCULO XVIII
Entender a relevância dessas civilizações na Antiguidade, seus aspectos culturais, comerciais, o
impacto dessas relações e, também, como a indumentária influenciou esses povos.

49 minutos

INTRODUÇÃO

A Idade Moderna, especificamente após o período Barroco, precisamente o momento conhecido como Rococó,
deflagrou uma disputa muito forte entre franceses e ingleses em distintos campos, inclusive na moda.
Primeiramente, vamos tratar da moda francesa, com uso de sedas e brocados, seja nos trajes femininos ou
masculinos, onde especialmente os vestidos franceses tiveram grande destaque com uso de temas doces e
delicados.
Posteriormente, abordaremos a moda inglesa, que com o passar das décadas tornou-se mais prática, menos
ornamentada, com tecidos distintos dos franceses, mas com fortes influências campestres que simplificaram
sobretudo os trajes masculinos.
Nosso último assunto vai trazer de forma específica a vestimenta infantil, que até a Idade Moderna era muito
simples. Levantaremos também algumas peculiaridades e as transformações ao longo das décadas do século
XVIII.
Vamos iniciar!

VESTUÁRIO NA FRANÇA

O Rococó́ nasceu em Paris, como reação da aristocracia em relação ao Barroco. Seu início se deu no século XVIII
e depois de se consolidar na Europa, migrou para a América.

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Contudo, um dos pontos cruciais dessa época foi a disputa entre França e Grã-̃
Bretanha, seja na moda, seja em conflitos pelo mundo, como a Guerra dos Sete Anos,
que foi vencida pelos britânicos, garantindo o controle de boa parte do comércio da
América do Norte e principalmente o controle do comércio indiano, o que muito
favoreceu a Grã-̃ Bretanha.
— (LOBO; LIMEIRA; MARQUES, 2014, p. 37)

Embora os britânicos dominassem o comércio, a França ainda mandava no comércio de luxo. Nesse período, as
sedas, chintzes, estampados e bordados estavam fortemente presentes. Também nesse período foram
acrescentados as vestimentas, a cartola irregular, que era um espaço assimétrico, ou no formato de uma
concha, em que outro desenho poderia ser inserido. “Na maquiagem, que era vista como sinônimo de status,
somente as mulheres da corte poderiam usar blush vermelho em formato de círculos nas bochechas” (LOBO;
LIMEIRA; MARQUES, 2014, p. 37).

As vestimentas femininas apresentavam muitas flores, inclusive nos cabelos, tanto as naturais quanto as
artificiais. O busto e a cintura eram ajustados pelos corpetes, que nos vestidos tinham um decotado quadrado,
com magas até os cotovelos, sendo finalizadas por babados, rendas e laços de fita, com suas saias muito
volumosas, em formato cônico.

Figura 1 | Traje da rainha Maria Antonieta

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Fonte: Commons Wikimedia.

Os vestidos poderiam ser abertos ou fechados. Era nomeado “aberto” quando a saia tinha um recorte na parte

da frente, deixando aparecer a parte de baixo, muito ornamentada. Já o “fechado”, como o próprio nome
sugere, tinha a saia sem a abertura. Um grande volume aparecia na parte lateral dos quadris, que internamente
levavam uma espécie de cestinho, em geral feito de vime, chamados de paniers. Na parte das costas, os
vestidos por vezes tinham pregas largas, que iniciavam nos ombros e iam até o chão, denominadas de Pregas à
Watteau.

Os tecidos de seda e grossos brocados inspirados na natureza, eram usados tanto por mulheres quanto por
homens. Nesse período, os homens vestiam calção, camisa, coletes bordados, casacos também bordados,

meias brancas e sapatos de salto. A verdade é que pouca mudança aconteceu em relação ao reinado de Luís
XIV.
No ano de 1774, sobe ao trono Luís XVI e sua rainha Maria Antonieta, um ícone feminino que refletia os
excessos desse período. Inicialmente, as mulheres usavam seus penteados mais baixos e empoados, no
entanto o que acabou marcando o período foram os penteados exagerados, surgidos com o passar do tempo.
Eles chegaram ao extremo em proporções e adornos, sendo feitos com os próprios cabelos das mulheres, que
não usavam perucas, apenas enchimentos com crina de cavalo, para que pudessem ganhar mais volume. Por
incrível que possa parecer, eram enfeitados com cestos de frutas, modelos de barcos, moinhos de vento,

borboletas, etc.
O final do Rococó foi marcado por decotes mais profundos e os paniers cresceram muito em volume, a ponto
de uma mulher só conseguir passar por uma porta caso ela tivesse duas folhas e fossem as duas abertas. O
marco para o fim desse período se dá com a instauração da Revolução Francesa, quando Luís XVI e Maria
Antonieta foram decapitados na guilhotina em praça pública.

VIDEOAULA: : VESTUÁRIO NA FRANÇA

Vamos iniciar com uma breve contextualização do período compreendido dentro dos séculos XVII e XVIII,
especialmente no comportamento da corte a partir da regras de moda impostas por Luís XIV. Após, vamos
abordar a vestimenta feminina, que nesse período teve um maior destaque, com acréscimos e distinções
marcantes em relação aos período antecessores.

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VESTUÁRIO NA INGLATERRA

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A batalha travada entre franceses e britânicos no âmbito da moda ocorreu durante todo o período do Rococó́ e
continuou pelos anos seguintes. Enquanto os franceses usavam ornamentos decorativos, os britânicos contra-
atacavam com tecidos e estampas naturais. “Os britânicos buscavam naturalizar os seus produtos com flores de

maracujá́, pássaros e animais exóticos e os franceses respondiam com a seda e o deslumbre, além da fantasia
do Oriente” (LOBO; LIMEIRA; MARQUES, 2014, p. 37).

Somado a essa constante disputa entre franceses e britânicos, outro ponto que chamava a atenção no período
Rococó́ eram as mudanças nos feitios dos tecidos. Segundo Lobo, Limeira e Marques (2014), as roupas,

especialmente na alta sociedade, eram usadas apenas em uma temporada. O procedimento era doar as roupas
usadas aos parentes pobres, ou então serem vendidas, ou ainda modificadas, uma vez que a nova temporada
exigia da alta sociedade roupas novas. Isso mantinha o comércio ativo e reforçava a exclusão social, ou seja, a

pessoa que não estivesse usando as vestimentas da nova temporada não era da alta classe ou, então, no
mínimo, estava desatualizada, “fora da moda”.
A metade final do século XVIII demarcou um grande avanço e influência da moda feminina, e o estilo inglês se
tornou muito popular, inclusive influenciando as francesas. O interesse por comodidade, esportes e a vida no
campo ganharam mais interesse na Inglaterra, e diferente das francesas, as inglesas preferiam vestidos mais

justos. Usavam também as saias com tecido acolchoado e mantilhas de renda preta sobre os ombros, que
levavam enfeites com laços de fita e joias. Diferente das francesas, que usavam penteados com volumes
exagerados, as mulheres inglesas preferiam uma touca e, por cima, chapéus de palha. Também diferente dos
trajes de seda franceses, os ingleses levavam tecidos simples, com pouco enfeite, em algodão.
O robe l’anglaise (vestido inglês), era caracterizado por um recorte nas costas do corpete. O corpete era justo,
com barbatanas nas costuras, mas muito mais leve que o estilo francês, extremamente estruturado. A frente do

corpete tinha um decote bem profundo, coberto com um tecido em formato triangular, que envolvia os ombros
e era preso ao decote, formando ainda uma ponta nas costas; encontrando-se com a saia, que era costurada
junto dele com uma fileira de pregas pequeninas nos quadris, terminando em uma pequena cauda. Um panier
suportava a saia que se abria amplamente na frente sobre uma anágua ou saia, que podia ser do mesmo tecido
ou não do vestido.

Figura 2 | Frente do robe l’anglaise (vestido inglês)

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Fonte: Commons Wikimedia.

Figura 3 | Costas do robe l’anglaise (vestido inglês)

Fonte: Commons Wikimedia.

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Na moda masculina, gradativamente o perfil foi afinando e os brocados extravagantes do início do século
deram lugar a tecidos mais finos, com cores lisas ou em listras. Os adornos lentamente desapareceram até o
fim do século. A casaca foi ficando mais justa e as pontas da frente abrindo-se. Já o colarinho passou a ser reto e

as mangas abotoadas. De uma certa forma, a influência da moda campestre inglesa simplificou os trajes
masculinos.

Temos que lembrar também do kilt, que surgiu no século XVIII. Os escoceses usavam uma peça em formato
retangular por cima da roupa, que possuía listras que se cruzavam. Ela era enrolada na cintura e jogada por

cima do ombro, combinada com túnicas, coletes e calças curtas.

VIDEOAULA: VESTUÁRIO NA INGLATERRA

Para a nossa produção visual, você será convidado a se aprofundar um pouco nas tipologias do vestuário
feminino, especialmente nos vestidos ringote e outras influências que deram origem a novos modelos usados
pela Europa como um todo. Traremos ainda um complemento em relação ao vestuário masculino e suas
mudanças ocorridas no século XVIII.

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A ROUPA DAS CRIANÇAS

Antes do século XVIII não existem registros significativos sobre uma indumentária específica para o público
infantil.
Antes de surgir o questionamento sobre o conceito da infância e das idades iniciais do ser humano, as crianças
usavam, até os seus três anos, pequenas batas ou vestidos compridos, sem muita preocupação em diferenciar
os gêneros. Avançando para a Idade Moderna, segundo Lurie, (1992), na faixa etária dos três aos seis anos, as
crianças eram vistas como uma espécie de miniaturas de adultos, e seus trajes não eram confortáveis para o
seu dia a dia. O autor complementa que as crianças que não pertenciam às classes mais abastadas, usavam
roupas remendadas, geralmente de baixa qualidade e sempre reaproveitadas dentro da família por seus
integrantes. A diferença para as crianças pertencentes às famílias mais ricas, residia na qualidade das roupas,
mas sem grande variedade de peças para o seu vestuário.
A mudança desse pensamento em relação ao público infantil foi marcante mesmo a partir do século XVIII,
quando as crianças passaram a serem vistas com distinção dos adultos, ou seja, com necessidades próprias e
desejos diferentes, e não mais somente como um ser humano ainda inacabado e em fase de transição. Esse foi

um ponto determinante para que se instaura-se uma prática até então inexistente, que foi o desenvolvimento
de roupas para as crianças com mais esmero, ainda que em um primeiro momento não tivessem tido tantas
opções de modelos.
Reflexo de uma sociedade repressora, que prezava pelo controle e disciplina das crianças, as roupas infantis se

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resumiam em modelos que se espelhavam na indumentária adulta, com trajes muito semelhantes aos que
vestiam os adultos, somente com uma numeração menor, adaptada ao seu tamanho.
Foi nessa época que filósofos passaram a perceber a necessidade que as crianças tinham de se expressarem

por meio das roupa, com mais liberdade e leveza. Esse movimento ganhou força com profissionais da área da
medicina e da educação, mas principalmente com um filósofo suíço: Jean-Jacques Rousseau.

Os membros de uma criança em crescimento devem estar livres para se mover com
facilidade em suas roupas; nada deve restringir seu crescimento e movimento; […] O
melhor é fazer com que as crianças usem batas durante o maior tempo possível e,

então, prover-lhe roupas folgadas, sem tentar definir formas, o que não passa de mais

uma maneira de deformá-las. Seus defeitos de mente e corpo talvez remontem todos à
mesma fonte, ao desejo de torná-las homens antes do tempo.
— (ROUSSEAU apud LURIE, 1992, p. 52)

Essa junção de esforços, nas primeiras décadas do século XVIII, conseguiu fazer com que as crianças passassem
a se vestir com mais liberdade, e a indumentária passou a ser composta de vestidos com tecidos mais leves,
que recebiam cores alegres e adornos conectados com a sua faixa etária. As meninas, por exemplo, se viram
livres das armações das saias, possibilitando maior autonomia para seus movimentos e suas brincadeiras.

VIDEOAULA: A ROUPA DAS CRIANÇAS

Vamos complementar em nosso vídeo com alguns fatores históricos que separaram o modo como as crianças

se vestiam antes do século XVIII. Traremos alguns exemplos da indumentária que era usada até então, e vamos

fazer uma relação com as melhoras proporcionadas, especialmente na questão social ligada às meninas.

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ESTUDO DE CASO

A França e a Inglaterra travaram várias disputas durante o século XVIII, seja nos conflitos bélicos pelo domínio
territorial, seja no mundo da moda. Uma dessas batalhas foi vencida pela Inglaterra, o que lhe garantiu exercer
o controle de boa parte do comércio internacional da época, com as Américas e a Índia. Ainda assim, a França
dominava as transações comerciais de artigos de luxo. Esse período do Rococó evidenciava o uso das sedas,

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chintzes, estampados e bordados nas vestimentas.
Se você precisasse realizar uma pequena exposição, explicando as principais diferenças entre a moda inglesa e
francesa, quais os assuntos relevantes deveriam ser apresentados?

RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO

O embate entre franceses e britânicos, no âmbito da moda, ocorreu durante todo o período Rococó́ e continuou
pelos anos seguintes. Na França, os ornamentos decorativos eram valorizados, enquanto que na Inglaterra se

destacavam os tecidos com estampas naturais. Os britânicos buscavam naturalizar os seus produtos com flores
de maracujá, pássaros e animais exóticos, enquanto os franceses optavam pela seda.

Uma coisa comum nos cortes de ambos os países era a mudança nos feitios dos tecidos. Na alta sociedade as
roupas eram usadas apenas em uma temporada, e após era costume doar as roupas usadas aos parentes
pobres, ou então serem vendidas, ou ainda modificadas, uma vez que a nova temporada exigia novas
roupagens. Isso mantinha o comércio ativo e reforçava a exclusão social, ou seja, a pessoa que não estivesse
usando as vestimentas da nova temporada não era da alta classe ou, então, no mínimo, estava desatualizada,
“fora da moda”.
A metade final do século XVIII demarcou um grande avanço e influência da moda feminina, e o estilo inglês se
tornou muito popular, inclusive influenciando as francesas.

As vestimentas femininas francesas apresentavam muitas flores, tanto naturais quanto artificiais. O busto e a
cintura eram ajustados pelos corpetes, que nos vestidos tinham um decotado quadrado, com magas até os
cotovelos, sendo finalizadas por babados, rendas e laços de fita, com suas saias muito volumosas, em formato
cônico.
Em contrapartida, na metade final do século XVIII, o interesse por comodidade, esportes e a vida no campo

ganharam mais interesse na Inglaterra, e diferente das francesas, as inglesas preferiam vestidos mais justos.
Usavam também as saias com tecido acolchoado e mantilhas de renda preta sobre os ombros, que levavam
enfeites com laços de fita e joias. Diferente das francesas, que usavam penteados com volumes exagerados e
com enfeites e adornos, as mulheres inglesas preferiam uma touca e, por cima, chapéus de palha. Também
diferente dos trajes de seda franceses, os ingleses levavam tecidos simples, com pouco enfeite, em algodão.
Nesse período, os homens franceses vestiam calção, camisa, coletes bordados, casacos também bordados,
meias brancas e sapatos de salto. A verdade é que pouca mudança aconteceu em relação ao reinado de Luís
XIV.
Na moda masculina inglesa, os brocados extravagantes do início do século deram lugar a tecidos mais finos. Os
adornos lentamente desapareceram até o fim do século. A casaca foi ficando mais justa e as pontas da frente
abrindo-se. Já o colarinho passou a ser reto e as mangas abotoadas. De uma certa forma, a influência da moda
campestre inglesa simplificou os trajes masculinos.

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 Saiba mais
Deixaremos duas opções de leitura para aprofundar os seus estudos sobre a história da moda. A primeira

sugestão é o livro História Social da Moda, que traz a evolução da moda ao longo da história, evidenciando
a roupa masculina e feminina, dentre outros assuntos pertinentes.
CALANCA, D. História Social da Moda. São Paulo: Senac, 2008.
A segunda obra traz informações gerais sobre a história da moda ao longo dos tempos.
BONE, E. et al. A história da moda. São Paulo: Usborne, 2018.

REFERÊNCIAS
15 minutos

Aula 1

BAUER, C. S.; PINNOW, R. V.; CAMPOS, C. R. P. D.; SOUSA, E. A. D. História medieval. São Paulo: Grupo A, 2019.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786581492106/. Acesso em: 28 set. 2021.
CALANCA, D. História Social da Moda. São Paulo: Senac, 2008.
LOBO, R. N; LIMEIRA, E. T. N. P.; MARQUES, R.D.N. História e Sociologia da Moda - Evolução e Fenômenos
Culturais. São Paulo: Editora Saraiva, 2014. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536520629/. Acesso em: 28 set. 2021.

World History Encyclopedia. Disponível em: https://www.worldhistory.org/. Acesso em: 28 set. 2021.

Aula 2

BAUER, C. S.; PINNOW, R. V.; CAMPOS, C. R. P. D.; SOUSA, E. A. D. História medieval. São Paulo: Grupo A, 2019.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786581492106/. Acesso em: 6 out. 2021.
BOUCHER, F. História do vestuário no Ocidente. São Paulo: Cosac & Naify, 2010.
BRAGA, J. História da Moda: uma narrativa. São Paulo: Editora Anhembi Morumbi, 2011.
HOHLER, C. História do vestuário. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009.
LOBO, R.N; LIMEIRA, E.T.N.P; MARQUES, R.D.N. História e Sociologia da Moda - Evolução e Fenômenos
Culturais. São Paulo: Editora Saraiva, 2014. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536520629/. Acesso em: 5 out. 2021.
NERY, M. L. A evolução da indumentária: subsídios para criação de figurino. Rio de Janeiro: SENAC, 2004.
SILVA, A. A. G. História da Moda: da idade média à contemporaneidade - do acervo bibliográfico do Senac –
Campus Santo Amaro, CRB-8 Digital, São Paulo, v. 1, n. 5, p.102-112, jan. 2012.

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Aula 3

BARROSO, P. F.; NOGUEIRA, H. de S. História da Arte. Porto Alegre: SAGAH, 2018. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595022980/. Acesso em: 21 out. 2021.

JENNEFFER, A. Moda no período do Renascimento. Youtube. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=cq9emDOq53I. Acesso em: 22 out. 2021.
LOBO, R. N.; LIMEIRA, E. T. N. P.; MARQUES, R. D. N. História e Sociologia da Moda - Evolução e Fenômenos
Culturais. São Paulo: Editora Saraiva, 2014. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536520629/. Acesso em: 21 out. 2021.

Aula 4

BARROSO, P. F.; NOGUEIRA, H. de. S. História da Arte. Porto Alegre: SAGAH, 2018. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595022980/. Acesso em: 21 out. 2021.
LOBO, R. N.; LIMEIRA, E. T. N. P.; MARQUES, R. D. N. História e Sociologia da Moda - Evolução e Fenômenos
Culturais. São Paulo: Editora Saraiva, 2014. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536520629/. Acesso em: 21 out. 2021.
LURIE, A. A linguagem das roupas. Rio de Janeiro: Rocco. 1992.

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