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FACULDADE DE DIREITO
DISCIPLINA DE PROCESSO CIVIL III
DOCENTE: Me. FABIANO FERNANDO DA SILVA
DISCENTE: KLEVERSON JOSIAS FRANCO SILVA; RUTH OLIVEIRA BARROS;
VICTOR GABRIEL LELIS DE BESSA
AÇÃO MONITÓRIA
CUIABÁ-MT
FEVEREIRO/2024
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Sumário
INTRODUÇÃO............................................................................................................. 2
1. DA AÇÃO MONITÓRIA (ARTIGO 700 A 702 DO CPC).......................................... 4
2. A NATUREZA JURÍDICA DA AÇÃO MONITÓRIA...................................................5
3.2 . Interesse de Agir............................................................................................ 6
3.3. Prova documental............................................................................................7
4. OBJETO DA AÇÃO MONITÓRIA.............................................................................9
5. COMPETÊNCIA..................................................................................................... 11
6. PROCEDIMENTO.................................................................................................. 12
REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 17
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INTRODUÇÃO
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1. DA AÇÃO MONITÓRIA (ARTIGO 700 A 702 DO CPC)
A ação monitória é um instrumento jurídico especial que busca uma via célere
para a cobrança de créditos ou bens, oferecendo uma alternativa ágil em
comparação aos procedimentos tradicionais de execução judicial com a
simplificação da fase de conhecimento.
Este procedimento especial é regulamentado nos art. 700 a 702 do CPC,
destaca-se pela possibilidade do autor a cobrança de dívidas com base em prova
escrita que não constitui título executivo,assim, agilizando a averiguação do direito
alegado simplificando a fase de conhecimento.
Nesse cenário, a ação monitória surge como uma alternativa ao trâmite usual da
execução judicial, permitindo ao credor reivindicar seus créditos ou bens sem se
submeter aos procedimentos padrão das ações executivas. Antes, o credor
precisaria passar pela fase de conhecimento para comprovar a existência da dívida
e, assim, obter um título executivo que o habilitasse a iniciar a ação de execução
para recuperar o débito.
O procedimento monitório se desdobra em duas modalidades: o puro e o
documental. No primeiro caso, as alegações do autor se fundamentam em um juízo
de verossimilhança, enquanto no segundo, é imperativo que o autor apresente prova
documental, ou seja, prova escrita. No contexto do ordenamento jurídico brasileiro,
optou-se exclusivamente pelo procedimento monitório documental.
Este procedimento especial visa à obtenção de um título executivo judicial em
favor da parte que disponha de prova escrita. Essa prova deve abranger: a
obrigação de pagamento de uma quantia em dinheiro; a obrigação de entrega de
coisa fungível ou infungível, seja móvel ou imóvel; ou ainda, a obrigação de realizar
ou de se abster de determinada conduta.
Ademais, a legislação oferece ao credor duas vias distintas para buscar a
satisfação de seu crédito: as vias ordinárias ou o procedimento monitório. Enquanto
nas vias ordinárias o devedor é citado para contestar a ação, no procedimento
monitório, sua participação se restringe ao pagamento da dívida dentro do prazo
legal, sem necessidade de contestação. Essa abordagem visa simplificar o
processo, facilitando assim a execução do crédito.
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2. A NATUREZA JURÍDICA DA AÇÃO MONITÓRIA
3. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE
3.1 Legitimidade
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3.2 . Interesse de Agir
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Ademais, o CPC/2015 estabelece que a prova escrita requerida deve provir
da pessoa contra a qual o pedido é formulado, permitindo ao juiz formar seu
convencimento, não necessariamente tendo origem escrita.
Em caso de dúvida sobre a prova apresentada na inicial da ação monitória, o
CPC determina que o juiz deve intimar o autor para emendar a petição inicial de
acordo com o procedimento comum (art. 700, § 5º). Interpretando esse dispositivo,
caso a emenda satisfaça o juiz quanto à suficiência da prova da obrigação, a ação
monitória seguirá o rito especial (Enunciado 188, FPPC). Se a dúvida persistir, o
procedimento especial pode ser convertido em procedimento comum para evitar a
extinção sem resolução do mérito. Se o autor não emendar, o juiz extinguirá o
processo conforme o art. 485, I.
Uma questão relevante é a admissibilidade do cheque prescrito como prova
documental no procedimento monitório. Se a ação cambial prescrever, o cheque
perde a eficácia como título executivo, impedindo o portador de executar o direito de
crédito contra os coobrigados. No entanto, a cártula mantém a prova da existência
do crédito e de sua transferência, permitindo que o portador exija o crédito, não o
título, por meio da ação monitória.
Em outras palavras, a comprovação da origem do débito é essencial. Esse
entendimento foi ratificado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no julgamento do
REsp 1.094.571/SP, conduzido sob o rito dos recursos repetitivos (art. 543-C do
CPC e Res. nº 8/2008 do STJ). Destaca essa perspectiva:
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requisição de uma quantia incerta com expectativa de liquidação futura, pois não
existe fase posterior para definir o quantum debeatur. Se o demandado não reagir à
citação, o mandado inicial, por sua natureza, está destinado a se transformar
automaticamente em um mandado de execução por quantia certa assim que o prazo
para embargos expirar, eliminando a necessidade de um estágio adicional de
liquidação. (Theodoro Júnior,2023)
A execução forçada, como explica Theodoro Júnior (2023) para a satisfação
de obrigações, conforme previsto nos arts. 806 a 813 do CPC/2015, aplica-se tanto
à "entrega de coisa fungível", que diz respeito às obrigações de entregar coisas
genéricas ou incertas, identificadas apenas pelo seu gênero e quantidade (CC, arts.
243 a 246), quanto à entrega de coisas infungíveis, sejam elas móveis ou imóveis.
Esta última se enquadra na obrigação de entregar coisa certa, abrangida pelos arts.
233 a 242 do Código Civil. Portanto, quando a lei menciona a "entrega de coisa
fungível", está se referindo a uma categoria específica de obrigações que contrasta
com as obrigações de entregar coisa certa, cada uma com seus respectivos regimes
e procedimentos de execução. (Theodoro Júnior, 2023)
No CPC de 1973, apenas as coisas certas móveis eram abrangidas pelo
procedimento em discussão. Contudo, na atual legislação, o CPC de 2015, os bens
imóveis também podem ser objeto dessa ação. Além disso, o CPC/2015 ampliou o
escopo do procedimento monitório para incluir a possibilidade de se exigir o
cumprimento de obrigações de fazer e não fazer, conforme estabelecido nos arts.
247 a 251 do Código Civil. A execução dessas obrigações em juízo é efetivada
conforme o previsto nos arts. 814 a 823.
O autor Humberto Theodoro Júnior (2023), destaca em sua obra que houve
uma mudança significativa na abordagem jurídica do Superior Tribunal de Justiça
(STJ) brasileiro sobre a cobrança de dívidas de jogo contraídas no exterior.
Historicamente, empréstimos ou obrigações financeiras resultantes de jogos
realizados fora do Brasil eram considerados inexigíveis em território brasileiro,
baseando-se na ideia de que tais dívidas violavam a ordem pública interna conforme
o entendimento do Código Civil brasileiro.
No entanto, o autor afirma que essa perspectiva mudou recentemente. O STJ
passou a permitir a cobrança dessas dívidas no Brasil, desde que o jogo que deu
origem à dívida estivesse de acordo com as leis do país onde ocorreu. Essa nova
orientação foi solidificada em um caso específico relacionado a uma dívida de jogo
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contraída em um cassino nos Estados Unidos, onde o jogo é legalizado e
regulamentado. O STJ argumentou que, se tanto a legislação estrangeira quanto a
brasileira permitem certos tipos de jogos de azar regulamentados pelo Estado, então
a cobrança de dívidas oriundas desses jogos deveria ser permitida.
A decisão do STJ levou em conta que as obrigações são regidas pela lei do
local onde foram contraídas. Assim, uma dívida de jogo assumida legalmente em um
país onde o jogo é permitido e regulado não deve ser automaticamente descartada
no Brasil. A recusa em honrar tal dívida, especialmente quando contraída de forma
livre e consciente em um país onde é legal, foi considerada pelo STJ como contrária
aos princípios da boa-fé e da proibição do enriquecimento sem causa. Por
conseguinte, o tribunal brasileiro passou a aceitar a cobrança de dívidas de jogo
contraídas legalmente no exterior, utilizando-se, por exemplo, da ação monitória
para efetivar tal cobrança em território brasileiro.
5. COMPETÊNCIA
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6. PROCEDIMENTO
Procedimentos Iniciais
A Ação Monitória começa com a petição inicial nos termos do artigo 319 e
320 do Código de Processo Civil, não há, em primeiro momento, requisitos
específicos bem como não há peculiaridades quanto à escolha da competência.
Na causa de pedir, o autor deve requerer a expedição de mandado para o
cumprimento de obrigação, devendo informar, conforme o caso, a importância
devida, valor da causa, conteúdo patrimonial ou o proveito econômico perseguido
em juízo.
Caso reste dúvidas acerca do título disposto na inicial, o juiz será intimado
para emendar a exordial, adaptando-a para seguir pelo rito comum, caso o juízo
ateste a veracidade dos fatos, este profere decisão que abarca o mandado de
pagamento/entrega da coisa, cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, no
prazo de quinze dias.
Após a citação, se não oferecido embargos, o réu deve cumprir as obrigações
que lhe forem impostas e pagar o valor de honorários advocatícios de 5%. Inclusive
sobre citação a Súmula 282 do Superior Tribunal de Justiça diz que cabe citação por
edital em ação monitória.
De acordo com Elpídio Donizetti o devedor possui 5 posturas que pode tomar
após citado que são:
1 - Cumprir o que o juízo estabeleceu - causa a extinção do processo e o réu
fica isento de custas processuais;
2 - Cumprir o que o juízo estabeleceu mas apresentar embargos - neste caso o
processo prossegue e o autor da ação não pode pedir o levantamento da
quantia depositada enquanto não forem julgados os embargos monitórios;
3 - Permanecer inerte - hipótese em que o mandado monitório será convertido
em executivo.
4 - Opor embargos monitórios no prazo de 15 dias - tais embargos têm em
vista a suspensão da eficácia do mandado e o impedimento da formação do
título executivo, com a desconstituição da dívida. Sua interposição independe
de segurança do juízo e eles são processados nos próprios autos do
procedimento monitório (art. 702). A critério do juiz (trata-se de método de
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organização do feito), os embargos poderão ser autuados em apartado, se
parciais, constituindo-se de pleno direito o título executivo judicial em relação à
parcela incontroversa (art. 702, § 7º). Rejeitados os embargos, o título
executivo será constituído, o que possibilitará ao credor promover o respectivo
cumprimento e ao devedor oferecer bens à penhora e impugnar o cumprimento
da sentença (art. 702, § 8º) ;
5 - Pleitear o parcelamento do débito, na forma do art. 916 do CPC - O
parcelamento deve ser formulado no prazo para a oposição dos embargos e,
uma vez deferido, inviabiliza a oposição destes (art. 701, § 5º, c/c art. 916, §
6º).
Da Sentença
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Processual civil. Recurso especial. Embargos à monitória.
Apelação. Efeitos. As hipóteses excepcionais de recebimento
da apelação no efeito meramente devolutivo, porque restritivas
de direitos, limitam-se aos casos previstos em lei. Os embargos
à monitória não são equiparáveis aos embargos do devedor
para fins de aplicação analógica da regra que a estes
determina seja a apelação recebida só no seu efeito devolutivo.
Rejeitados liminarmente os embargos à monitória ou julgados
improcedentes deve a apelação ser recebida em ambos os
efeitos, impedindo, o curso da ação monitória até que venha a
ser apreciado o objeto dos embargos em segundo grau de
jurisdição” (REsp 207.728/SP, 3ª Turma, Rel. Min. Nancy
Andrighi, j. 17.05.2001, DJ 25.06.2001, p. 169).
Da Execução
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Ação monitória contra massa falida e devedor insolvente
Jurisprudências
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REFERÊNCIAS
DONIZETTI, Elpídio. Curso de Direito Processual Civil. 23 ed. São Paulo, Atlas, 2020.
JÚNIOR, Humberto T. Curso de Direito Processual Civil. v.2. Grupo GEN, 2023. E-book.
ISBN 9786559647286. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559647286/. Acesso em: 02 fev. 2024.
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