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Troca

Malinowiski – 1922 Trabalho de campo na Papua Nova Guiné/trobriandeses. (mwali e


soulava)

[novidade]O autor demonstra, a partir do trabalho de campo que a troca nas sociedades
“primitivas” não segue – como até então se supunha – um padrão meramente utilitário e
espontâneo. [o Kula] Malinowski toma como principal tema de seu trabalho o Kula, um amplo
sistema cerimonial de trocas intertribais, no qual se trocam ornamentos de conchas (mwali e
soulava) são trocados uns pelos outros. Tais ornamentos não apresentam utilidade cotidiana,
são pequenos demais, e estão sob condição constante troca, sendo assim transportados de
ilha em ilha em sentidos opostos (soulava em sentido horário e mwali em sentido anti-
horário). [aliança, função e conflito] Através das trocas do Kula se estabelecem parcerias,
laços de amizade, vínculos de prestação de serviços e alianças políticas. O kula produz relações
pessoais que se mantêm ao longo do tempo, se atualizam e se entrelaçam. O kula propicia
trocas diversas: costumes, canções etc. - contato entre as tribos. Assim, o kula produz uma
coesão intertribal e a eliminação do conflito

Mauss – 1925 estudo comparativo

[link] Algumas das questões levantadas por Malinowski são desenvolvidas três anos depois por
Marcel Mauss. Através de um estudo comparativo, Mauss pretende se desvencilhar das
particularidades das relações de troca em cada cultura e entender o que há de comum na
economia das sociedades primitivas e o quanto desse modelo permanece nas sociedades
europeias.

[enraizamento, dom e não equivalência dos presentes] –

[dar receber e retribuir, interesse, expectativa e código moral] –

[e a sociologia?] Tematizando a modernidade, os autores próximos a sociologia vão pensar


sobre o que há de fundamentalmente novo nas relações de troca e como isso reconfigura os
modos de pensar e agir individuais e coletivos. Os bens agora se equivalem e uma
desestruturação da coesão social antes existente e da economia nas demais
instâncias/instituições da vida.

Simmel – Dinheiro separa o sujeito e objeto (posse, empresa, etc.). Economia do dinheiro
produz dois efeitos: liberdade pessoal e individualização + objetivação das relações
econômicas (relação com a propriedade, como a terra, relação com a empresa/guilda... elas
eram relações íntimas e coletivas. o sujeito não existia sem elas, as produzia diretamente e era
por esses elementos diretamente constituido).

-> individuo se torna livre pra se expressar e explorar uma personalidade. Se por um lado
maiores são os círculos sociais, por outros mais independentes são os indivíduos e mais
personalidades são essas relações.

-> objetivação: Caráter impessoal da atividade econômica


-> homogeneização dos produtos. Dinheiro se sobrepõe aos demais bens e se torna um fim
em si mesmo, fazendo com que, assim, os fins originais da ação se percam. Esvaziamento de
sentido na vida moderna.

Marx – troca objetiva, (não é um contrato geral como o mauss). Equivalência quantitativa
(não existe no Malinowski e mauss). Td é mercadoria. Relações sociais se coisificam
(fetichismo).

Questão 2 – metodologia

Malinowski - [crítica] Para Malinowski, a antropologia de seu tempo era marcada


negativamente pela ausência de elaboração metodológica entorno da prática etnográfica. Se
os “antropólogos de gabinete” realizaram interpretações distanciadas das vidas locais
daqueles povos que estudavam, contaminando assim suas análises com sua própria visão de
mundo e preconceitos, os “antropólogos de varanda”, mesmo indo a campo, insistiam em
produzir essa mesma distância, o que implicava em uma análise . [imergir no campo] O autor
propõe a imersão do antropólogo no campo. Ele deveria acampar com os nativos sem a
presença do homem branco, participar das atividades locais e, assim, poderia evocar o
verdadeiro espírito dos nativos e tomar parte na vida a aldeia. Quando menos notasse, estaria
compartilhando sentimentos e costumes, pensando como o nativo. [submergir e analisar]
Enquanto vive a vida da comunidade, o antropólogo deveria também registrar todos os
detalhes (ampla coleta de dados) da vida local. Com esse duplo movimento, poderia apreender
o esqueleto (leis que regulam), a carne e o sangue (o comportamento real, como as regras
esquematizadas pelo cientista e suas exceções são vividas/se constituem na prática) e o
espírito da sociedade (concepções coletivas que a sociedade possui sobre si mesma, crenças,
valores).

Geertz : -. Cultura como uma teia de significados produzida pelo homem e a partir do qual ele
vive. O papel do antropólogo é reconhecer/desvendar essas teias. Impossibilidade da imersão:
dialética das experiências (próxima e distante)

[aproximação com weber- antropologia como uma ciência interpretativa. A diferença de weber
é que ele busca uma universalização da sua intepretação e, pra isso, trabalha com a noção de
racionalidade e de tipos ideais]
[ contraposição ao estruturalismo – leitura de quarta mão. É apenas o uso de um dos
entendimentos, distante.]

**
Strauss:
[apresentação] Apesar de reconhecer a diversidade das culturas, Strauss vai buscar evidenciar
a unidade humana, em sentido contrário ao empreendimento boasiano (que evidenciava a
diferença, apesar de reconhecer uma unidade). Para tanto, atenta sua análise para o
elemento que considera um dos mais universais dentro do âmbito da cultura: a proibição do
incesto.

[natureza x cultura] Distinção metodológica. Como a empiria falha, toma a natureza como o
universal e a cultura como a regra/norma.

[a proibição do incesto] em maior ou menor grau está presente em todas as sociedades,


portanto adquire um caráter de natureza; ao mesmo passo que se trata de uma norma, já que
é constantemente vigiado, (a ausência de incesto não é universal; pelo contrário, ele é
“surpreendentemente comum”, universal é sua proibição). Ele não é simplesmente a
sobreposição da natureza e da cultura, é a passagem de um para o outro.

Elias:::

Civilização (resgata freud) como um processo de muitos níveis. Coerção externa + auto
regulação dos comportamentos. Social e psicológico(individuo) se retroproduzem. A
civilização, na perspectiva de Elias é um processo GLOBAL que tende a vencer sobre a
“incivilidade” (há um grande processo civilizador e eventos/casos contrários, descivilizadores).
Esse processo é .

“O processo universal de civilização individual pertence tanto às condições de individualização


do ser humano singular como às condições da vida social em comum dos seres humanos”. O
processo civilizador promove o crescimento das unidades de subsistência (homens da caverna
viviam em pequenos grupos, hj os grupos são enormes..., formação do estado nação) , ao
passo que produz um distanciamento entre os individuos.

Figuração é o conceito de sociedade do Elias: mutável e de muitas formas. Tenta superar a


distinção entre indivíduo e sociedade, compreendendo que um se constitui a partir do outro.

Processo social: transformações amplas, de longa duração, que seguem por um caminho
específico dentro de muitos possíveis.

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