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INTELIGÊNCIA
SUZANA MÁRCIO KARENINE CRISTINA
MAGALHÃES XAVIER MIRACELLY NOVIKOFF
(ORGS.)
INTELIGÊNCIA
ARTIFICIAL
ARTIFICIAL
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
NA EDUCAÇÃO E NA COMUNICAÇÃO
NA EDUCAÇÃO E NA COMUNICAÇÃO
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA
EDUCAÇÃO E NA COMUNICAÇÃO
I61
Bibliografia
ISBN Digital 978-65-251-5333-9
ISBN Físico 978-65-251-5337-7
DOI 10.24824/978652515337.7
2023
Foi feito o depósito legal conf. Lei nº 10.994 de 14/12/2004
Proibida a reprodução parcial ou total desta obra sem autorização das Editoras CEP/FDC e CRV
Todos os direitos desta edição reservados pelas Editora CEP/FDC e CRV
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Conselho Editorial CEP:
Profa. Dra. Adriana Braga (PUC-Rio)
Prof. Dr. Adriano Duarte Rodrigues (Universidade Nova de Lisboa, Portugal)
Gen Ex Alberto Mendes Cardoso (EB)
Prof. Dr. Celso Castro (FGV)
Prof. Dr. Cleomar Rocha (UFG)
Prof. Dr. David Pion-Berlin (University of California, Estados Unidos)
Prof. Dr. Eduardo Raposo (PUC-Rio)
Prof. Dr. Eliézer Rizzo Oliveria (UNICAMP)
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Este livro passou por avaliação e aprovação às cegas de dois ou mais pareceristas ad hoc.
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YOU: How can you explain the human psiche in the future of the AI?
ELIZA: These questions are troubling you?
ELIZA: What do you think?
YOU: What do YOU think?
ELIZA: We were discussing you – not me.
(Eliza, o primeiro Chatbot, criado em 1965, uma IA psicanalista,
em diálogo com um humano, realizado em 2023)
PREFÁCIO����������������������������������������������������������������������������������������������������� 13
Carlos Alexandre de Oliveira Costa
INTRODUÇÃO����������������������������������������������������������������������������������������������� 15
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A
Coletânea Humanis é uma produção científica vinculada ao Programa
de Pós-Graduação stricto sensu do Centro de Estudos de Pessoal
(CEP/FDC), uma organização militar do Exército Brasileiro (EB),
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1 Coronel do Exército Brasileiro (Academia Militar das Agulhas Negras – AMAN -1993).
14
A
nalistas perspicazes pelo mundo afora têm externalizado o ponto de
vista segundo o qual as inovações tecnológicas mais recentes, dentre
as quais se destaca a Inteligência Artificial (IA), podem vir a gerar
transformações profundas na sociedade contemporânea, comparáveis àquelas
ensejadas pela invenção do Personal Computer (PC) individual, da Internet
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Introdução
A
Inteligência Artificial (IA) está transformando radicalmente todos
os aspectos da sociedade. A acelerada evolução tecnológica, ocor-
rida desde a segunda metade do Séc. XX, proporcionou avanços
revolucionários que alteraram diversas dinâmicas do mundo contemporâneo,
refletindo-se no cotidiano dos indivíduos. Nesse contexto, um dos maiores
desafios que a geração dos educadores enfrenta na atualidade é a mobilização
de recursos para compreender e interagir com a geração dos nativos digitais5.
Ao considerar as demandas sistêmicas que o avanço tecnológico gera,
surgem reflexões sobre a capacitação da sociedade para lidar com os desafios
futuros. No contexto da Ciência Política, Lipsky (2019) apresenta o conceito
Street-Level Bureaucracy, caracterizado pela centralidade dos atores da “ponta
da linha” para o sucesso de políticas públicas. Guimarães, Bernardo e Borde
(2022) complementam que o professor, enquanto burocrata de nível de rua,
operacionaliza seu projeto educativo articulando estratégias com elevada
autonomia nas interações com seus alunos.
6 De acordo com Prensky(2001) os docentes da atualidade são dotados de uma linguagem ultrapassada (da
era pré-digital) e, a fim de estreitar a relação com a nova geração, estão em esforço contínuo para alcançar
proficiência na linguagem dos nativos digitais.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO E NA COMUNICAÇÃO 23
7 O ChatGPT é uma inovação tecnológica desenvolvida pela empresa OpenAI, a partir de um modelo de
linguagem de última geração, baseado na arquitetura GPT (Generative Pre-training Transformer) e Machine
Learning a partir de Big Data.
8 O Future of Life Institute é uma organização sem fins lucrativos com o objetivo declarado de reduzir os
riscos globais relacionados ao desenvolvimento da IA. Em março de 2023, publicou uma carta aberta com
assinatura de pesquisadores notáveis de IA, líderes empresariais e renomados professores nos seguintes
termos: “os laboratórios entraram numa corrida fora de controle para desenvolver Inteligência Artificial cada
vez mais poderosas de forma que ninguém – nem mesmo os seus criadores – consegue compreender, prever
ou controlar de forma confiável” (ver mais em https://futureoflife.org/open-letter/pause-giant-ai-experiments/).
24
9 Roadmap é uma representação visual para explorar e comunicar interações dinâmicas entre recursos, objetivos
e alterações.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO E NA COMUNICAÇÃO 25
Percurso metodológico
Fonte: Autores.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO E NA COMUNICAÇÃO 29
(2021), sobre a utilização das redes sociais e a influência dos algoritmos basea-
dos em IA, o Professor 6 compartilha que “o futuro da educação deve buscar
práticas educativas que capacitem os discentes a utilizar as novas tecnologias de
forma responsável, conscientizando-os dos seus benefícios e malefícios”. Por
sua vez, o Professor 7 complementa que “as diretrizes de implantação de IA na
educação direcionam uma mudança estrutural no ser e no pensar, o que condi-
ciona novos caminhos para o ofício do magistério e do cotidiano dos alunos”.
No contexto da implementação das medidas relacionadas a sistematização
da IA na educação, o Professor 7 relata que “as estratégias devem ser adotadas
aos poucos, buscando efetivar a inclusão de todos, promovendo maior solidez
na trajetória”. Entretanto, constata-se a existência de profissionais mais céti-
cos quanto a sua efetividade, como se observa no relato do Professor 8, que
apresenta o conflito entre tempo disponível e quantidade de trabalho como
um grande desafio:
ainda cresce em passos lentos, possivelmente por conta dos custos de sua
implementação no sistema de ensino e pela necessidade de capacitação
de professores e líderes das instituições de ensino para realizarem o bom
uso das novas ferramentas.
Considerações finais
REFERÊNCIAS
ANG, T. L.; CHOOLANI, M.; SEE, K. C.; POH, K. K. The rise of artificial
intelligence: addressing the the impact of large language models such as
ChatGPT on scientific publications. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.
nih.gov/pmc/articles/PMC10144457/. Acesso em: 10 jul. 2023.
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DIJCK, José Van; POELL, Thomas; WALL, Martjn de. The Platform Society:
Public Values in a Connective World. USA: Oxford University Press, 2018.
LATIF, E.; MAI, G.; NYAABA, M.; WU, X.; LIU, N.; LU, G.; ZHAI,
X. Artificial general intelligence (AGI) for education. arXiv preprint
arXiv:2304.12479, 2023. Disponível em: https://arxiv.org/abs/2304.12479.
Acesso em: 20 jun. 23.
periodicos.ufpe.br/revistas/index.php/politicahoje/article/view/3812. Acesso
em: 20 jun. 23.
SILVA, Glauco Peres da. Desenho de pesquisa. Brasília: Enap, 2018. Dispo-
nível em: https://repositorio.enap.gov.br/handle/1/3330. Acesso em: 20 jun. 23.
Tecnologias e educação
O
uso de tecnologias no meio educacional tem evoluído ao longo do tempo
e beneficiado, cada vez mais, o processo de ensino e aprendizagem.
Diante dessa realidade, exige-se um autoaperfeiçoamento dos docen-
tes, a fim de que esses estejam familiarizados e utilizem as novas ferramentas
tecnológicas em suas aulas. Essa demanda é crescente devido à necessidade
de fomentar um maior engajamento dos alunos no processo de aprendizagem.
Vivemos na era digital, na qual a tecnologia desempenha um papel sig-
nificativo em nosso cotidiano. Ao incorporar ferramentas tecnológicas nas
aulas, como dispositivos eletrônicos, softwares educacionais e outros recursos
interativos, os educadores podem vir a criar um ambiente de ensino mais
dinâmico e estimulante. Além disso, presume-se que o uso da tecnologia
poderia promover uma abordagem mais personalizada, permitindo que os
alunos explorem conteúdos de forma autônoma e interativa, o que aumenta-
ria a sua motivação e concentração. Portanto, de acordo com Silva (2017),
reconhecer e aproveitar os benefícios das tecnologias educacionais seria um
fator essencial para garantir um ensino eficaz e manter os alunos envolvidos
e interessados no processo de aprendizagem.
Assim sendo, este estudo considera que a capacitação do docente para
lidar com as tecnologias em sala de aula é crucial para garantir uma educa-
ção de qualidade no mundo contemporâneo. Por meio dessa preparação, o
13 Possui mestrado em avaliação pela Fundação CESGRANRIO, tendo especialização em Ciências Militares
pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO). É Bacharel em Ciências Militares (AMAN). Atualmente
é Chefe da Seção Técnica de Ensino no CEP/FDC. E-mail: felipegranero@hotmail.com
14 Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestrado em Educação pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Doutorado Em Educação – Temple University e Pós-Doutorado em
Tecnologia Educacional – Universidade de Pittsburgh. Atualmente professora adjunto do Departamento de
Estudos Aplicados ao Ensino, da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ) e do Mestrado Profissional em Avaliação, da Faculdade CESGRANRIO. E-mail: ligialeite@terra.com.br
40
Somando-se os resultados das buscas nas bases Scopus e WOS para artigos
relacionados com o termo genérico Inteligência Artificial, nos últimos três
anos, temos um total de 80.454 textos indexados. Deste montante, a IA
aplicada à Educação corresponde a 21.083, cerca de um quarto da produ-
ção científica. Já em relação à base de teses e dissertações, a área de IA
como um todo apresenta 6.241 resultados, sendo 948 relacionados à IA na
Educação, ou seja, 15% do total. Dessa forma, o levantamento realizado
constatou que parte significativa da produção científica atual em IA está
relacionada com o tema da Educação, o que indica forte presença da IA
nos sistemas educacionais e, consequentemente, um grande impacto nos
processos de ensino-aprendizagem no curto e no médio prazo.
O contexto de estudo
Este estudo teve como foco os professores que trabalham nos cursos
oferecidos para educação superior militar do Centro de Estudos de Pessoal e
Forte Duque de Caxias, tendo em vista a expertise desse Centro em capaci-
tações voltadas ao Ensino Militar, de acordo com Granero (2020):
Metodologia
dados por ser amplamente utilizado em avaliação e por atender aos propósitos
e objetivo ora delineados (ELLIOT, 2012).
O questionário construído foi composto por questões fechadas priorizan-
do-se a obtenção de dados quantitativos. Tal decisão foi tomada pelo fato de
que a intenção é a realização de uma avaliação preliminar de uma percepção
atual sobre a utilização da Inteligência Artificial pelos professores, na perspec-
tiva de que, futuramente, sejam realizadas avaliações mais aprofundadas, nas
quais se poderia utilizar, também, dados qualitativos. As questões fechadas são
continuação
Categorias Indicadores Questões
13. Estou apto(a) a integrar a Inteligência Artificial no planejamento de minhas
Planejamento para aulas e atividades educacionais.
uso da IA 14. Sinto-me preparado(a) para implementar ferramentas de Inteligência
Preparação Artificial na sala de aula de forma eficaz.
prática 15. Sou capaz de avaliar e interpretar os resultados do uso de Inteligência
Avaliação de Artificial no processo de ensino e aprendizagem.
Resultados 16. Utilizo dados e métricas gerados pela Inteligência Artificial para ajustar
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avaliação global foi feita uma relação entre a pontuação total obtida (soma
dos pontos de cada resposta, conforme escala apresentada) e a pontuação
máxima possível de ser atingida, de forma percentual e por faixas. Assim, foi
proposto um padrão de avaliação (Quadro 3), com a intenção de emitir uma
avaliação global e indicar recomendações em função do enquadramento em
uma determinada faixa percentual:
Pontuação
Avaliação Global Recomendação
(percentual)
85% (ou acima) Os docentes se As atividades de capacitação docente para utilização da IA estão
do valor máximo consideram preparados sendo efetivas e devem continuar nos mesmos moldes. Não há
possível de forma excelente. necessidade de revisão.
Entre 70% – 84% As atividades de capacitação docente para utilização da IA estão
Os docentes se
do valor máximo sendo efetivas, contudo, há necessidade de uma revisão em
consideram preparados
possível determinados aspectos, a fim de otimizar o processo.
Entre 50% – 69% Os docentes se As atividades de capacitação docente para utilização da IA
do valor máximo consideram parcialmente estão sendo parcialmente efetivas. Há necessidade de uma
possível preparados ampla revisão.
Abaixo de 50% As atividades de capacitação docente para utilização da IA
Os docentes não se
do valor máximo não são efetivas ou não existem. Há necessidade de uma
consideram preparados
possível reformulação ou implantação de um novo processo.
4 Resultados
Avaliação Global
Conclusões e recomendações
Dessa forma, é possível afirmar que este estudo avaliativo teve como
produto uma avaliação criteriosa (coerente com a literatura especializada) da
percepção dos docentes do Centro de Estudos de Pessoal e Forte Duque de
Caxias em relação ao uso da IA para fins educacionais, abrindo espaço para
avaliações futuras.
Por fim, de tudo o que foi exposto, conclui-se que o objetivo deste estudo
avaliativo, que se refere à avaliação da percepção do docente no uso da Inte-
ligência Artificial, no contexto da Educação Superior Militar, foi atingido em
Recomendações
REFERÊNCIAS
ALEXANDRE, Neusa Maria Costa; COLUCI, Marina Zambon Orpinelli.
Validade de conteúdo nos processos de construção e adaptação de instrumentos
de medidas. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 16, n. 7, p. 3061-
3068, jul. 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/5vBh8PmW5g-
4Nqxz3r999vrn/?lang=pt. Acesso em: 29 maio 2023.
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15 Graduada em Serviço Social pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Mestra em Serviço Social pela
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Doutora em Serviço Social pela Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Professora Adjunta e Pesquisadora do Instituto de Pesquisa da
Capacitação Física do Exército (IPCFEx). E-mail: anirbasuff@hotmail.com
16 Graduada em Medicina na Universidade Federal Fluminense (UFF). Especialista em Cardiologia pela
Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Pós-Graduada em Geriatria pelo Instituto Brasileiro de Ciências
Médicas (IBCMED). Médica Cardiologista do Instituto de Pesquisa da Capacitação Física do Exército
(IPCFEx). E-mail: aline.tito@yahoo
17 Graduado em Fisioterapia pela Universidade Castelo Branco (UCB). Bacharel em Educação Física
pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mestre em Ciências da Motricidade Humana pela
Universidade Castelo Branco (UCB). Pesquisador do IPCFEx. E-mail: alvaroandreson@yahoo.com.br.
18 Graduado em Educação Física pela Escola de Educação Física do Exército, graduado em Psicologia pela
Universidade Santa Ursula, pós-graduado em Musculação e Treinamento de Força, Treinamento Desportivo
e Psicologia do Esporte. Mestre em Ciências do Desporto pela UNIVERSO. Doutor em Ciências do Desporto
pela Universidade do Porto. Pesquisador Chefe da Seção de Saúde e Qualidade de Vida do IPCFEx. E-mail:
marcoantoniolippert@gmail.com
19 Graduada em Psicologia na Universidade Estácio de Sá. MBA em Gestão de Pessoas (Universidade Cândido
Mendes). Pós-Graduanda em Neuropsicologia (CAESM). Psicóloga na Seção de Saúde e Qualidade do
Instituto de Pesquisa da Capacitação Física do Exército. E-mail: gracesilva.psicologa@gmail.com
20 Nutricionista pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Participou de projetos de iniciação científica
e extensão sobre adoção de ferramentas da qualidade em Serviço de Alimentação e Nutrição no Laboratório
de Microbiologia de Alimentos do Instituto de Microbiologia Professor Paulo de Góes da Universidade
Federal do Rio de Janeiro. Atuou como monitora da disciplina de Microbiologia dos Alimentos para o curso
de bacharelado em Nutrição. Pós-Graduada em Nutrição Clínica e Esportiva pelo Instituto de Pesquisas,
Ensino e Gestão em Saúde. E-mail: eduardamundy@gmail.com
21 Graduada em Tecnologia da Radiologia pela Universidade Iguaçu (UNIG) e em Pedagogia pela faculdade
UNYLEYA. Especialista em Anatomia Funcional pela Faculdade UNYLEYA. Especialista em Docência do
Ensino Superior pela AVM faculdade integrada e Especialista em Docência na Educação Profissional de
Nível Técnico. Auxiliar da Seção de Saúde e Qualidade de Vida. E-mail: andreza.adorarte@hotmail.com
22 Graduada em Farmácia na Universidade Federal Fluminense (UFF). Mestra em Ciências Aplicadas ao
Sistema Músculo Esquelético pelo Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO). Chefe do
Laboratório de Análises Clínicas do Instituto de Pesquisa da Capacitação Física do Exército. E-mail:
bioquimica.ipcfex@gmail.com
23 Possui graduação em Nutrição pela Faculdade de Saúde, Ciências Humanas e Tecnológicas do Piauí –
NOVAFAPI (2009). Graduação em Educação Física pela Universidade Estadual do Piauí – UESPI (2010).
58
Introdução
A
revista The Economist publicou artigo em 2018 afirmando que o uso
de aplicativos de celulares e aparelhos eletrônicos para monitorar con-
dições crônicas de saúde, como diabetes, iriam revolucionar a saúde.
Partindo de Negri (2019), podemos compreender que são novas as ferramentas
aliadas para que o indivíduo tenha mais controle e conhecimento sobre sua
própria saúde, o que tende a melhorar a prevenção de ocorrências agudas que
Pós-Graduação lato sensu em Nutrição Clínica pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Extensão – IBPEX
(2012). Pós-Graduação lato sensu em Nutrição, Exercício Físico e Envelhecimento pela Faculdade de
Ciências Médicas do Piauí – FACIME (2013). Mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Alimentos e
Nutrição – PPGAN – UNIRIO. Atualmente é doutoranda da Universidade Federal do Rio de Janeiro/ UFRJ.
Pesquisadora do Núcleo de Pesquisa em Micronutrientes/ NPqN. E-mail: laiseonline@yahoo.com.br
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO E NA COMUNICAÇÃO 59
aba TFM do aplicativo, uma função que reporta ao Teste de Avaliação Física
(TAF), na qual estão disponíveis as normas que regulam o TAF. Nesta ferra-
menta, está disponível destinada à estruturação do programa de TFM, sendo
sugerida divisão por programas semanais de treinamento em 4 ou 5 sessões,
nas quais o/a militar opta pelo número (de sessões) e o próprio aplicativo já
faz uma proposta de distribuição de atividades. O aplicativo disponibiliza
igualmente conteúdo que fundamenta a sessão de TFM (Figuras 8 e 9), na
qual são depositadas orientações gerais e focadas na fase de aquecimento e
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Considerações finais
REFERÊNCIAS
BOVOLINI, A.; GARCIA, J.; ANDRADE, M. A.; DUARTE, J. A. Metabolic
Syndrome Pathophysiology and Predisposing Factors. International Journal
of Sports Medicine, v. 42, n. 3, p. 199-214, 2021
ZAFAR, U.; Khaliq, S.; AHMAD, H. U.; MANZOOR, S.; LONE, K. P. Meta-
bolic syndrome: an update on diagnostic criteria, pathogenesis, and genetic
links. Hormones (Athens, Greece), v. 17, n. 3, p. 299-313, 2018.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
COMO DISPOSITIVO MIDIÁTICO:
oportunidades, impactos e desafios
Adriana Domingues Garcia25
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
Introdução
N
este artigo, refletimos sobre as oportunidades, impactos e desafios
do uso de dispositivos de Inteligência Artificial (IA) na comunicação
social, mais especificamente das organizações públicas e privadas, no
contexto da sociedade midiatizada. O tema de estudo apreendido é constituído
das mudanças tecno-tecnológicas e semiointeracionais a partir da emergência
da IA, aplicada à Comunicação Social, as quais podem contribuir para novas
configurações no agenciamento deste espaço midiatizado.
O que motivou o primeiro insight deste estudo foi termos presenciado
um agente de comunicação social de organização pública, utilizando, em
maio de 2023, o Chat GPT. Essa foi a ferramenta responsável pela popu-
larização da IA no Brasil, a partir de 30 de novembro de 2022, quando a
empresa estadunidense OpenAi fez o lançamento desse chat inteligente.
Apenas cinco dias após a estreia, mais de 1 milhão de usuários já haviam
baixado e experimentado a ferramenta. Em janeiro de 2023, essa marca pas-
sou para 100 milhões de usuários, tornando-se o aplicativo de crescimento
mais rápido na história.
No Brasil, o projeto de lei para regulamentar os sistemas de IA ainda
está sendo discutido no Senado Federal. Trata-se do Projeto de Lei (PL) n°
2338, de 202326, que tem o objetivo de proteger os direitos fundamentais e
garantir a implementação de sistemas seguros e confiáveis, em benefício
da pessoa humana, do regime democrático e do desenvolvimento científico
e tecnológico.
25 Oficial Técnico Temporária (OTT) do Exército Brasileiro, na especialidade Comunicação Social – Jornalismo,
servindo no Comando da 3ª Divisão de Exército, em Santa Maria/RS. Doutora em Comunicação pela
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Mestra em Ciências da Comunicação pela Universidade do
Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), em São Leopoldo/RS. Graduada em Comunicação Social, com habilitação
em Jornalismo pela Universidade Franciscana (UFN), em Santa Maria/RS. E-mail: adrigarcism@gmail.com.
26 Tramitação sobre a regulamentação da Inteligência Artificial. Disponível em: https://legis.senado.leg.br/sdleg-
getter/documento?dm=9347593&ts=1684441712901&disposition=inline&_gl=1*jfzlgs*_ga*MTUyMzAwOD
g1Ny4xNjg3NjMwNTAx*_ga_CW3ZH25XMK*MTY4ODE0ODc5OS4zLjAuMTY4ODE0ODc5OS4wLjAuMA
72
O espaço midiatizado
27 O novo modelo teórico da Ciência da Comunicação: “Midiatização e Práticas Sociais” defende a transformação
da Sociedade dos Meios (MARTIN-BARBERO, 1985) que deixa de ser caracterizada pela existência de
74
dispositivos sócio-técnico-discursivos, como apenas intermediadores, para “[...] uma sociedade onde a
cultura, lógicas e operações midiáticas afetam, relacional e transversalmente, a própria sociedade, no âmbito
mesmo de suas diferentes práticas” (FAUSTO NETO et al., 2010, p. 10).
28 Regras de vida individual e coletiva, maneiras de dizer e de fazer regulares, que orientam expectativas em
função de sua obrigatoriedade indiscutível (RODRIGUES, 1997, p. 25-26)
29 Essa visão direciona para a questão da autorreferencialidade, estudado principalmente por Fausto Neto
(2005), conceito o qual não nos aprofundaremos nesse trabalho.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO E NA COMUNICAÇÃO 75
IA como dispositivo
Viés metodológico
sociais e de comunicação.
Em Ferreira (2010) é apresentado o estudo do dispositivo midiático
(DISP), inserido no espaço midiatizado, envolvido ativamente em relações
e intersecções entre processos sociais (PS), que são as instituições e atores
analisáveis por meio de diversas perspectivas das teorias sociais clássicas; e
processos de comunicação (PC), constituídos de questões novas, atos diferidos
no tempo e espaço em tensão com os dispositivos. Sendo que não só um polo
condiciona o outro, mas também intercede nas relações.
Midjourney Apesenta recursos de escrita rápida e criação de imagens que podem ser incluídos em posts nos
diversos canais de comunicação. Utiliza uma rede neural para gerar imagens a partir de descrições
textuais. Funciona da seguinte forma: o usuário envia uma descrição textual para o Midjourney e a rede
neural interpreta essa descrição e gera uma imagem que se aproxima do que foi descrito.
continua...
80
continuação
Dispositivo
Função
de IA
Synthesia Plataforma para a elaboração de vídeos por meio da IA. Desenvolve vídeos em até 120 idiomas,
economizando tempo e recursos valiosos para a elaboração desse material. Oferece uma alternativa
acessível para a elaboração de vídeos tradicionais, além de dispor de um aplicativo baseado na web e
que pode ser facilmente acessado pelo navegador. A interface também é bastante intuitiva. Os avatares
Synthesia que fazem os vídeos podem ser escolhidos entre mais de 100 tipos disponíveis, além da
possibilidade de desenvolver um avatar corporativo exclusivo
Speech Text Converte voz em texto. Conta com recurso de leitura em voz alta, permitindo que pessoas com defici-
ência visual tenham acesso a conteúdos escritos. Suporta mais de 30 idiomas diferentes e apresenta
um sistema bastante preciso, com uma taxa de erro de palavra de apenas 3,8% no conjunto de dados
utilizados. Utilizado para transcrição de entrevistas, videoconferências, transcrições de podcasts
e transformação de conteúdos MP3 para texto.
continua...
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO E NA COMUNICAÇÃO 81
continuação
Dispositivo
Função
de IA
Speech Text
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Inferências
Considerações finais
REFERÊNCIAS
BRAGA, José Luiz. Comunicação, disciplina indiciária. Matrizes, USP
(Impresso), v. 1, p. 73-88, 2008.
Introdução
É
essencial a reflexão sobre a difusão das redes sociais digitais à luz da
Ciência da Informação (CI), ressaltando-se o interesse e a vantagem
científica nas pesquisas desse campo tão atual, visto que elas atual-
mente nos levam à constatação de onipresença e à análise sobre a ocupação
de um espaço crescente por esse tema nos debates acadêmicos, nas mídias,
nas instituições privadas e públicas, bem como no senso comum. A definição
de rede é inerente ao ser humano, pois se trata de uma condição natural que
o leva a reunir-se com o seu próximo, estabelecendo vínculos de amizades,
profissionais, afetivos, laços de interesses que se estendem ao longo do tempo
e se transformam, sendo possível constatar que a informação e o conhecimento
se fazem presentes em todos os âmbitos, aspectos e áreas considerados basi-
lares tanto do ponto de vista profissional quanto acadêmico, quando modi-
ficados pelas ações dos atores institucionais ou por indivíduos, tornando-se
competências de grande valor, possibilitando crescimento e desenvolvimento
socioeconômicos que incentivam o progresso, sendo esses recursos essenciais
para a composição e manutenção das redes sociais digitais.
32 Lógica Fuzzy – Permite lidar com a ambiguidade da informação e a incerteza do mundo real.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO E NA COMUNICAÇÃO 87
Pesquisa bibliográfica
Análise comportamental
sistemas múltipla relação. Desse modo, pode-se afirmar, de acordo com Mar-
teleto (2001, p. 72), que “a análise de redes estabelece um novo paradigma na
pesquisa sobre a estrutura social. [...] A estrutura é apreendida concretamente
como uma rede de relações e de limitações que pesa sobre as escolhas, as
orientações, os comportamentos, as opiniões dos indivíduos”.
Inteligência Artificial
35 IA – Inteligência Artificial.
90
Formulação do problema
Metodologia
Aplicação do modelo
Coleta de Dados
Remoção de Stop
Words Extração do radical das
Fuzificação/ palavras
Defuzificação (AM)
Classificação de textos
Extração das palavras
de cada frase
Base de Dados de Agregação de
Treinamento opiniões / Análise
de Sentimentos Aferição de precisão do
algoritmo
Detecção de Emoções
em Textos
Defuzificação
Obtenção de
Obtenção do
unidade de índice
gráfico da nuvem
de subjetividade e
de palavras
Polarização
Tomada de
Decisão
Experimentos e resultados
Quantitativo e percentual de
Comentários Total de
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Alegria #FFFF00
Desgosto #6DD900
Medo #26C9FF
Raiva #B20000
Surpresa #FF8000
Tristeza #4D7AFF
continuação
Eleições Americanas
CRISP FUZZY Percentual RGB (255)
(2016)
Graus de Alegria Raiva Medo Desgosto Surpresa Tristeza
ID Comentários Emoção
pertinência % % % % % %
Acabei de assistir
a primeira hora de
seus palavrões e pa-
lavrões sobre Trump
alegria: 0.07%
e seus apoiadores,
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| desgosto:
e mal posso esperar
0.46% | medo:
para ver o resto. Seus
33.94% |
rostos presunçosos
2 surpresa raiva: 11.02% 0,07 11,02 33,94 0,46 39,87 14,63
assumindo expres-
| surpresa:
sões horrorizadas
39.87% |
quando Trump co-
tristeza:
meça a matá-lo deve
14.63% |
ser hilário!!! HAHAH-
AHA!!! Vamos fazer
de novo pessoal!!
TRUMP2020!!!!!!!!!!’
alegria: 3.78% |
desgosto: 0.5%
Eu não posso acredi- | medo: 13.0%
tar que meus impos- | raiva: 1.91%
3 surpresa 3,78 1,91 13 0,5 67,67 13,13
tos vão para financiar | surpresa:
este BS! 67.67% |
tristeza:
13.13% |
Donna Brazil dá a
Hillary as principais
questões do debate
antes do tempo e
eles não são presos!
alegria: 0.09%
Corrupção. Corrup-
| desgosto:
ção flagrante! Donna
1.92% |
consegue emprego
medo: 2.17%
4 como colaboradora surpresa 0,09 18,4 2,17 1,92 71,2 6,23
| raiva: 18.4%
da Fox News? Os
| surpresa:
republicanos teriam
71.2% | tristeza:
sido enterrados sob
6.23% |
a prisão se tivessem
pensado nesse nível
de TRAPAÇA! Para
o inferno com a es-
querda como um todo.
continua...
96
continuação
Eleições Americanas
CRISP FUZZY Percentual RGB (255)
(2016)
Graus de Alegria Raiva Medo Desgosto Surpresa Tristeza
ID Comentários Emoção
pertinência % % % % % %
alegria: 18.11%
90 por cento dos re- | desgosto:
pórteres são tenden- 2.29% | medo:
ciosos em relação ao 5.3% | raiva:
5 surpresa 18,11 32,68 5,3 2,29 36,28 5,35
GOP e Trump. Só 32.68% |
Considerações finais
REFERÊNCIAS
FELÍCIO, Soraia Pacheco de Almeida Silva; FRÓES, Maira Monteiro;
MOTTA, Claudia Lage Rebello da; SILVA, José Otávio Pompeu; OLIVEIRA,
Carlo Emmanoel Tolla de; BOENTE, Alfredo Nazareno Pereira. Aplicabili-
dade da lógica fuzzy nos testes cognitivos iniciais do mecanismo de combina-
ção social – oraculous. Revista das Faculdades Integradas Vianna Júnior,
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
Introdução
U
m conceito apropriado não tem a clareza do ponto de vista empírico
ou teórico como principal atributo. Segundo Gerring (1999), um
bom conceito é construído sobre uma estrutura de três partes: sua
extensão, ou seja, o(s) fenômeno(s) que ele cobre; os atributos que o definem,
o que inclui a definição e a conotação; e o termo que o indica.
A partir dessa fundamentação teórica, este estudo busca fazer uma revisão
conceitual pautada na necessidade de atualização no que diz respeito à seleção de
informações disponíveis para os usuários de mídia atualmente. Justifica-se essa
necessidade de revisão na evolução tecnológica que permeia os meios de comu-
nicação, bem como no próprio processo de produção e consumo de conteúdos.
O ambiente informacional atual é caracterizado pela abundância de infor-
mação, do capitalismo dadocêntrico (HAN, 2022), que criam um cenário
de hipertelia comunicacional (CUNHA, 2016). Nesse mesmo ambiente, é
destaque a presença da Inteligência Artificial em vários processos. Segurado
(2021) fala em era informacional, período em que os algoritmos assumem
um papel cada vez mais de destaque e transformam os aspectos mais banais
de nossa vida cotidiana, como uma navegação na internet ou localização por
GPS, em ativos rentáveis e monetizáveis.
Segurado (2021) destaca que os modelos de previsiblidade e as reco-
mendações dos algoritmos exercem um papel central na lógica da indústria de
36 Graduada em Jornalismo pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Mestra em Comunicação Midiática pela
Unesp. Doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP). Professora do Centro de
Estudos de Pessoal e Forte Duque de Caxias (CEP/FDC). E-mail: kareninemrc@hotmail.com
37 Tenente-Coronel do Exército Brasileiro (Academia Militar das Agulhas Negras – AMAN, 2002). Bacharel
em Administração de Empresas (Universidade de Caxias do Sul – UCS, 2010). Pós-Graduado em Comu-
nicação Social (Centro de Estudos de Pessoal – CEP/FDC, 2016). Pós-Graduado em Psicopedagogia
Escolar (CEP/FDC, 2021). Mestre em Comunicação Social Militar (CEP/FDC, 2019). E-mail: nascimento.
comsoc@gmail.com
102
Algoritmos e filtros-bolha
crenças semelhantes. Mais uma vez, voltamos à precisão conceitual, ainda que
o enfoque deste texto não seja o conceito de comunicação, mas os conceitos
que dizem respeito aos filtros informativos.
Considerações finais
38 Conforme Martino (2015, p. 231), a competência midiática ou media literacy diz respeito ao entendimento
do funcionamento e uso da mídia, extrapolando a ideia de “saber usar”. Ou seja, é uma competência maior
que dominar as técnicas de uso dos dispositivos midiáticos. É compreender o fluxo de sentidos e pensar
criticamente a cultura das mídias.
108
REFERÊNCIAS
BRUNS, Axel. Gatekeeping, gatewatching, realimentação em tempo real:
novos desafios para o jornalismo. Brazilian Journalism Research, v. 7, n.
II, p. 119-140, 2011.
MARTINO, Luís Mauro Sá. Teoria das mídias digitais: linguagens, ambien-
tes, redes. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2015.
Introdução
A
Inteligência Artificial (AI) se tornou assunto recorrente em pautas
midiáticas e do campo comunicacional no ano de 2023, devido à
popularização recente do ChatGPT40, sistema de Inteligência Artificial
da empresa OpenAI que permite a interação e conversação do usuário da plata-
forma (humano) com um robô em formato de chat em texto, e de plataformas
populares como Midjourney, voltada à produção de imagens com aplicações
no design e na criatividade, de modo a propor a automatização de dados em
auxílio ao humano nos processos de tarefas e atividades do cotidiano.
Apesar da AI ser um assunto com vasta bibliografia científica reunida
em um conhecimento de pesquisa dos últimos 70 anos, tal como registram
os autores de referência Stuart Russel e Peter Norvig (2022), com início nos
anos 1956, após os experimentos de Alan Turing (em testes entre a máquina
simulando o comportamento humano), posteriormente, em aplicações em
39 Graduada em Comunicação Social – Habilitação Jornalismo, pela Universidade Federal de Juiz de Fora
(UFJF). Mestra em Comunicação, pela linha Tecnologias da Comunicação e Cultura do Programa de Pós-
Graduação em Comunicação PPGCom, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Doutora em
Comunicação Social, linha Mídias e Mediações Socioculturais, pelo Programa de Pós-Graduação da Escola
de Comunicação (ECO-Pós) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professora Adjunta das
Especializações em Comunicação Social do Centro de Estudos de Pessoal (CEP/FDC), Exército Brasileiro.
E-mail: raquel.timponi@gmail.com
40 Ferramenta de IA desenvolvida pela empresa OpenAI, baseada no modelo GPT de linguagem pré-treinada
(Pre-trained Language Model, PLM), que interage de forma conversacional para gerar respostas para
perguntas, solicitações e comentários (Disponível em: https://openai.com/blog/chat. Acesso em 23 mar.
2023). Sobre o modo de funcionamento, foi construída usando grande quantidade de documentos da
internet, capaz de gerar texto natural e coerente, quando alimentado com determinada tarefa ou contexto
(atendimento ao cliente, treinamento de funcionários, conversas virtuais, além de aplicações diversas na
produção de conteúdo midiático), podendo seu comando ser dado em várias línguas, inclusive o português,
uma vez que o chatbot possui sistema de tradução automática (CARNEIRO, 2023, p. 2). Disponível em:
https://openai.com/blog/chat
110
como “dados consentidos”)41, mas sim, nos “dados residuais”, em níveis invisí-
veis, isto é, dados em que os usuários não exercem controle – ou seja, as ações
dos usuários registradas em rede que geram projeções sobre o comportamento
humano, o que envolve personalidade, emoções, orientação sexual, política,
conjunto de informações que o usuário, em tese, não teria a intenção de revelar.
Ainda no sentido de refletir sobre o controle e influência desse ecossis-
tema de plataformas de IA no usuário, o pesquisador proeminente da área de
Inteligência Artificial, Stuart Russel (2021, p. 105) explicita como é feita a
influência nas redes: “a maneira mais sutil de mudar o comportamento das
pessoas é modificar seu ambiente de informações, de maneira que passem a
acreditar em coisas diferentes e a tomar decisões diferentes”. Portanto, se a
publicidade tradicional e as ferramentas de guerra anteriormente já utiliza-
vam instrumentos psicológicos, o que muda atualmente, segundo o autor, é
a capacidade de personalizar mensagens pela IA e de maximizar o impacto
sobre elas, de modo a aprender a cada mensagem enviada, pelo rastreamento
dos hábitos de leitura, suas preferências, seu provável nível de conhecimento
sobre os assuntos que pesquisa (RUSSEL, 2021). A título de exemplo sobre a
influência dos algoritmos em rede, ver o estudo de Rose Marie Santini (2020)
sobre a “algoritmização do gosto”, que aborda do modo que as plataformas
de streaming e sistemas de recomendação estão interferindo/influenciando
no gosto das pessoas, no caso específico da música.
De modo semelhante, outro exemplo demonstra preocupação de uma falta
de governança do acesso aos dados e da falta de transparência na divulgação
dos usos que são feitos do material coletado. Assim, nos aplicativos que geram
imagens envelhecidas das pessoas ou na confecção de avatares pessoais para
uso em mídias sociais há um objetivo para além do caráter lúdico, uma vez
que, pelas técnicas de reconhecimento facial, é possível registrar usuários,
promover o treinamento das ferramentas de IA, além de outras possíveis
41 Apesar de não termos consciência do que será feito com esses dados, pelo fato de não haver o hábito dos
usuários da rede digital de leitura da política de privacidade apresentada em aplicativos ou ao aceitar os
termos ao entrar em uma plataforma de mídia social, essa é uma questão importante que deve ser avaliada.
114
42 Sobre o assunto, ver artigo dos jornalistas Noah Yuval, Harris Harari e Raskin Tristan do The New York Times,
de nome “Precisamos aprender a dominar a Inteligência Artificial antes que ela nos domine”, republicado
no jornal O Globo, edição impressa, Editoria Economia, em 28 de março de 2023.
43 Disponível em: https://www.lgpdbrasil.com.br. Acesso em: 6 maio 2023. Se refere à Lei nº 13.709, de 14 de
agosto de 2018, modificada pela Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019.
44 General Data Protection Regulation. Disponível em: https://gdpr-info.eu/. Acesso em: 15 maio 2023.
45 Sobre o assunto, o seminário “A Construção do Marco Regulatório da Inteligência artificial no Brasil”,
promovido em março de 2023 pelo Supremo Tribunal Federal, em Brasília, tratou dos principais pontos
elaborados em documento feito por um conjunto de juristas, profissionais do terceiro setor, entre outros.
Disponível em: https://www.youtube.com/live/NNwAxLWBpIc?feature=share. Acesso em: 15 maio 2023.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO E NA COMUNICAÇÃO 115
46 Ferramenta de criação de imagem a partir de descrição de texto, da OpenAI, mesma responsável pela
criação do ChatGPT.
47 O Midjourney é um chatbot que funciona obrigatoriamente junto à plataforma Discord.com. No início dos
testes para a produção deste capítulo, a ferramenta apresentava a versão free para teste e geração de
algumas imagens. A partir de 3 de março de 2023, o software passou a ser somente pago, gerando prompts
de imagens ilimitados. Especialmente após problemas de usos indevidos em deepfakes, a plataforma está
desenvolvendo princípios e restrições aos usuários que funcionem como normas de segurança.
48 Gerador de imagem digital que ficou conhecido por ter um uso facilitado e ser gratuito. Desenvolvido pela
empresa StabilityAI. Disponível em: https://stablediffusionweb.com/. Acesso em: 15 mar. 2023.
49 Considerado um gerador de arte em IA diferencial apropriado para designers, pois, na opção de entrada
avançada da ferramenta, é possível e adicionar o máximo de detalhes que quiser à obra de arte, tornando-a
personalizada, o que difere do padrão semelhante estético das demais plataformas.
50 É como os computadores entendem os humanos e manipulam a linguagem para dar um padrão de resposta
traduzido.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO E NA COMUNICAÇÃO 117
51 A predição é o modo de usar informações disponíveis e a lógica para gerar as informações que não tem,
por uma variedade de técnicas: “classificação, agrupamento, regressão, árvores de decisão, inferência
bayesiana, redes neurais, análise de dados topológica, aprendizado profundo, aprendizado por reforço,
aprendizado profundo por reforço, redes de cápsula etc.” (AGRAAL et al., 2019, p. 13).
118
52 Livre tradução para: “Midjourney Bot works best with simple, short sentences that describe what you want
to see. Avoid long lists of requests. Instead of: Show me a picture of lots of blooming California poppies,
make them bright, vibrant orange, and draw them in an illustrated style with colored pencils Try: Bright orange
California poppies drawn with colored pencils” (MIDJOURNEY GUIDE).
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO E NA COMUNICAÇÃO 119
Metodologia
53 Para Carneiro (2023) questões sensíveis levantadas por autores da vigilância, como Amadei e Silva (2019),
emergem quando do uso dessas ferramentas, como racismo algorítmico, controle e vigilância e desigualdade.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO E NA COMUNICAÇÃO 123
Para a análise desse estudo, foi realizado o teste de alguns prompts para gerar
imagens pela ferramenta de IAG Midjourney, a iniciar por comandos de prompts
que traduzissem a identidade visual do evento. Escolheu-se para a realização do
experimento a concepção visual de uma arte gráfica do evento Jornada da Comu-
nicação Social de 2023, com temática sobre a IA e a Comunicação Institucional.
Como ponto de partida, a equipe organizadora se reuniu para pensar em
uma imagem metáfora que pudesse fazer parte da concepção da identidade
visual do evento, definida da seguir: a construção de um autômato de IA em
uma pose semelhante à imagem da escultura da escultura “O pensador”, de
Rodin, como uma sombra projetada sobre sua imagem de um humano pen-
sante, de modo a demonstrar a precedência do humano em relação às máqui-
nas de IA. Ainda como concepção, era objetivo utilizar a imagem como uma
metáfora do tempo atual em que é preciso se voltar para dentro e refletir sobre
o processo com o cérebro, elemento que torna o humano superior à máquina
(o processo de sua reflexão e conhecimento, baseado em suas vivências e
experiências). Ainda como brainstorming, partiu-se para uma segunda pos-
sibilidade de imagem, em uma alternativa de se pensar uma imagem de um
robô com a imagem refletida de um homem sobre a água em uma paisagem,
como uma referência ao mito da imagem de Narciso, de modo a comparar o
homem com o autômato, e a também demonstrar o pensamento do humano
124
54 Para teste das funcionalidades básicas do Midjourney, a autora deste artigo realizou alguns prompts na
versão gratuita, de modo a testar alguns parâmetros. Após a versão teste se esgotar, foi comprado um plano
mensal de ferramenta, de modo a permitir a geração de mais imagens sem limites e a gerar prompts com
resultados mais assertivos.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO E NA COMUNICAÇÃO 125
55 Software de IA planejado para dar movimentação à boca de imagens e avatares, feito à base de Inteligência
Artificial. O usuário realiza o upload da foto do avatar, digita o texto que deseja que seja transformado em
vídeo e o aplicativo transforma o texto em voz sintetizada e movimenta a boca da fotografia apresentada,
126
com a opção de escolha de diferentes vozes ou de uma gravação feita pelo próprio usuário. Disponível em:
https://www.d-id.com. Acesso em: 3 mar. 2023.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO E NA COMUNICAÇÃO 127
Considerações finais
56 No caso de outros programas como o Jasper AI, esses elementos de design já poderiam ter sido feitos na
mesma plataforma em complemento da imagem produzida pela IA.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO E NA COMUNICAÇÃO 129
REFERÊNCIAS
AGRAWAL, Ajay; GANS, Joshua; GOLDFARB, Avi. Máquinas preditivas:
a simples economia da Inteligência Artificial. Trad. Wendy Campos. Rio de
Janeiro: Alta Books, 2018.
LGPD: sua empresa está preparada? LGPD Brasil.com.br. [S. l: s. d.], 2022.
Disponível em: https://www.lgpdbrasil.combr. Acesso em: 6 maio 2023.
REFLEXÕES HISTÓRICAS E
EPISTEMOLÓGICAS, ANÁLISES
PROSPECTIVAS E PRINCÍPIOS
NORTEADORES RELACIONADOS AO USO
DE IA E DAS TECNOLOGIAS EMERGENTES
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DO PASSADO DA FORMAÇÃO
MILITAR À ERA DA REVOLUÇÃO
CIENTÍFICA PERMANENTE:
sobre história, tecnologias disruptivas
e soberania nacional
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
Introdução
A
preocupação em obter capacitação adequada aos desafios da guerra
moderna, onde se inserem o desenvolvimento da indústria e a forma-
ção dos profissionais do ofício militar, é assunto que, de longa data,
ocupa a atenção dos formulares da política de defesa de inúmeras nações.
Diante da revolução científica permanente, a guerra passou a exigir maior e
constante capacitação técnica dos contendores, num ambiente onde as desi-
gualdades e assimetrias entre os países tem se ampliado vertiginosamente.
Países em desenvolvimento, a exemplo do Brasil, estão em posição delicada
nesse cenário, uma vez que o assunto passa pela constante capacitação tecno-
lógica, alertando para os riscos políticos para a soberania nacional inerentes
às fragilidades nessa área.
Sob o ponto de vista da política de defesa (BRASIL, 2016), a capaci-
tação das tropas para operar novas tecnologias é crucial, sendo um assunto
que passa pelo preparo para guerras convencionais, assimétricas, híbridas e
outras modalidades de conflito. Trata-se, entretanto, como infere a política
de defesa, de tema inserido em um contexto mais amplo, envolvendo ques-
tões como o potencial industrial, científico e tecnológico do país, o domínio
de cadeias produtivas, cabendo ressaltar a necessidade de implementar, em
termos efetivos, uma visão estratégica no setor. Ilustra a importância dada ao
desenvolvimento científico e tecnológico aplicado ao preparo militar, a atitude
tomada pelas nações com alto nível de industrialização e com tradição de apli-
cação de políticas estratégicas, onde se destaca o exemplo norte-americano:
“A decisão política das Forças Armadas dos Estados Unidos de estar duas
57 Licenciado em História pela Universidade Estadual do Paraná (Unespar), Campus de União da Vitória.
Doutor em História pela Universidade de Brasília (UnB). É membro do Corpo Docente do Instituto Militar de
Engenharia (IME). Major do Exército Brasileiro, integra a carreira do magistério do Quadro Complementar
de Oficiais (QCO). E-mail: salomao.edu@gmai.com
136
Desenvolvimento
Resultados e discussão
58 Em síntese, essa definição corresponde à inovação tecnológica, englobando produtos e serviços, que
provocam rupturas com tecnologias já estabelecidos no mercado.
59 http://portal.sbpcnet.org.br/noticias/crise-na-ciencia-nao-se-deve-so-a-falta-de-recursos/
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO E NA COMUNICAÇÃO 143
60 https://www.globalfirepower.com/countries-listing.php
144
Considerações finais
63 Acrônimo cunhado pela imprensa internacional para designar o bloco formado por Brasil, Rússia, Índia,
China e África do Sul.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO E NA COMUNICAÇÃO 147
REFERÊNCIAS
2023 MILITARY STRENGTH RANKING. GFP. Annual ranking. Disponí-
vel em: https://www.globalfirepower.com/countries-listing.php. Acesso em:
11 jul. 2023.
ARKIN, Ronald Craig. Lethal autonomous systems and the plight of the
non-combatant. In: Ryan Kiggins (ed.). The political economy of robots:
prospects for prosperity and peace in the automated 21st Century. Londres:
Palgrave Macmillan, 2018. p. 317-316.
HOBSBAWN, Eric. Era dos extremos: o breve século XX, 1914-1991. São
Paulo: Cia das Letras, 1994.
HRW – HUMAN RIGHTS WATCH. Mind the gap: the lack of accountability
for killer robots. Abril, 2015. Disponível em: https://www.hrw.org/report/2015
abr. 09/mind-gap/lack-accountability-killer-robots. Acesso em: 19 maio 2023.
ISRAEL chama Brasil de ‘anão diplomático’ por convocar embaixador. G1. Mundo, 24
jul. 2014, às 10h27. Atualizado em: 24 jul. 2014, às 19h53. Disponível em:
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2014 jul. israel-lamenta-decisao-do-bra-
sil-de-convocar-embaixador-em-tel-aviv.html
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO E NA COMUNICAÇÃO 149
PRIORE, Mary del Priore; DAROZ, Carlos (org.). A história do Brasil nas
duas guerras mundiais. São Paulo: Editora Unesp, 2019.
SINGER, Peter W. Wired for war: the robotics revolution and conflict in the
21st century. New York: Penguin Books, 2009.
Introdução
A
discussão sobre Inteligência Artificial tem sido, nos últimos tempos,
uma das temáticas prioritárias na agenda acadêmica e hipermidiática.
Para além das narrativas de ficção científica e do imaginário cole-
tivo, eis que a IA ultrapassou as fronteiras da futurologia, deixando de ser
uma tendência para impor-se como realidade irreversível. Enquanto temática
transdisciplinar, reveste-se de especial importância, uma vez que mantém
conexões com diversas áreas do conhecimento, tanto as que se voltam à ino-
vação tecnológica como aquelas dedicadas à investigação fundamentada nas
ciências humanas e sociais.
Minha proposta para este artigo é resgatar algumas memórias profissio-
nais que podem contribuir para a reflexão sobre a pergunta provocativa que
acompanha a discussão sobre IA, especificamente no que diz respeito à atuação
dos docentes. Afinal, na educação, a IA representa retrocesso e/ou avanço?
Por razões óbvias, não faz mais o menor sentido lutar com a realidade,
ainda que muitos teóricos consistentes se posicionem de forma crítica diante
dos riscos do avanço tecnológico. Se até algum tempo o avanço da IA acompa-
nhava discretamente o desenvolvimento do hardware, do software, das redes e
da robótica, o fato é que nos últimos anos emergiu como onda transformadora
cujas potencialidades estimulam os ânimos dos tecnófilos. De outro modo,
instaurou-se um certo pânico por parte dos tecnófobos que profetizam sobre
um futuro que desperta medo e insegurança. Entre os dois extremos, apesar
das facilidades impregnadas nos superpoderes da IA, do desemprego estrutu-
ral ao plágio, da invasão de privacidade ao roubo da propriedade intelectual
e do deepfake à manipulação social e política, os riscos que dela advêm são
64 Pedagoga, mestra e doutora em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo
(USP). Realizou diversas especializações, além de estágio pós-doutoral na Escola de Comando e Estado-
Maior do Exército (ECEME). É docente do quadro do magistério superior do Exército Brasileiro (Centro de
Estudos de Pessoal e Forte Duque de Caxias – CEP/FDC), atua como assessora pedagógica na Assessoria
de Liderança e Valores Militares do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx), na qual
é editora dos Cadernos de Liderança Militar e, recentemente, passou a integrar a Chefia de Educação e
Cultura (CHEC) do Ministério da Defesa.
152
Retrocesso ou avanço?
Retrocesso
O visitante estranhou porque, quando o levaram para conhecer a sala de
aula do futuro, não havia uma professora-robô, mas duas. A única dife-
rença entre as duas era que uma era feita totalmente de plástico e fibra de
vidro – fora, claro, a tela do seu visor e seus componentes eletrônicos –,
e a outra era acolchoada. Uma falava com as crianças com sua voz metá-
lica e mostrava figuras, números e cenas coloridas no seu visor, e a outra
ficava quieta num canto. Uma comandava a sala, tinha resposta para tudo e
centralizava toda a atenção dos alunos, que pareciam conviver muito bem
com a sua presença dinâmica, a outra dava a impressão de estar esquecida
ali, como uma experiência errada.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO E NA COMUNICAÇÃO 153
O visitante acompanhou, fascinado, uma aula como ela seria num futuro
em que o computador tivesse substituído o professor. O entendimento
entre a máquina e as crianças era perfeito. A máquina falava com clareza
e estava programada de acordo com métodos pedagógicos cientificamente
testados durante anos. Quando não entendiam qualquer coisa as crianças
sabiam exatamente que botões apertar para que a professora-robô repe-
tisse a lição ou, em rápidos segundos, a reformulasse, para melhor com-
preensão (As crianças do futuro já nascerão sabendo que botões apertar.)
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Avanço e retrocesso!
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Conclusão
REFERÊNCIAS
CASTELLS, Manuel. Sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
DE EDUCAÇÃO E CULTURA
DO EXÉRCITO (DECEX)
Suzana Marly da Costa Magalhães65
Carlos Alberto Schettini Pinto66
Márcio Vieira Xavier67
Introdução
A
IA já começa a permear os conflitos armados, na guerra contem-
porânea, contribuindo para incrementar a eficiência, a precisão e a
velocidade das operações militares, ajudando na tomada de decisões
em tempo real, ao realizar análises preditivas e melhorar a comunicação
entre as equipes.
Em uma análise prospectiva, considera-se que a IA pode vir a ser usada
para desenvolver e comandar sistemas autônomos de armas e veículos, em
ambientes adversos, sem a necessidade da presença do ser humano. Por sua
65 Pós-Doutora em História Política e Bens Culturais com foco nas Instituições Militares (FGV/RJ). Doutora em
Letras (Université de Paris III – Sorbonne Nouvelle). Mestra em Educação (UFC). Graduada em Pedagogia
(UFC) e Letras (UNIRIO). Especialista em Gestão de Ensino a Distância (UFF). Atualmente é chefe da
Seção de Pós-Graduação do CEP/DC.E-mail: suzanaisgn@gmail.com
66 Doutorando em Engenharia de Produção e Sistemas no CEFET-RJ. Mestre em Engenharia de Produção
e Sistemas pelo CEFET –RJ. Mestre em Operações Militares pela EsAO-RJ. Bacharel em Administração
pela UFRuRJ. Bacharel em Ciências Militares. Assessor da Seção de Pós-Graduação do CEP/FDC. E-mail:
schettini.buco@gmail.com
67 Mestre em Humanidades Ciências Militares (CEP/FDC). Especialista: Neuroeducação (UNINTER).
Psicopedagogia Escolar (CEP/FDC). Administração de Empresa (FGV/SP). Ciências Militares (EsAO).
Bacharel em Ciências Militares (AMAN). Participa do grupo de Pesquisa no CEP/FDC “Neuro Mil da formação
ao combate” desde 2022. Atualmente coordena o Curso de Psicopedagogia Escolar no CEP/FDC. E-mail:
marciovx1260@gmail.com
164
O que é a IA?
A IA no ambiente militar
70 [6] https://hcss.nl/
168
Conclusão
REFERÊNCIAS
ALTET, Marguerite. As pedagogias da aprendizagem. Lisboa: Instituto
Piaget, 2028.
FIDOS JUNIOR, Marco; PINTO, Marcos Cesar. Big data e inteligência arti-
ficial no ambiente militar naval. Revista Passadiço, v. 34, n. 41, 2021. Dis-
ponível em: http://portaldeperiodicos.marinha.mil.br/index.php/passadico/
article/view/2848. Acesso em: 9 jul. 2023.
180
MELO, Gabriel Adriano de; CUNHA NETO, Lourenço Bruno da; OLIVEIRA,
Geovanna Santos Nobre de; CAMARGO, Wesley Proença de; DAL TOSO,
Gianluigi. NEWELL, Allen; SIMON, Herbert A. The Logic Theory Machine:
A Complex Information Processing System. The Rand Co, p-868, 15 jun.
1956. Disponível em: http://shelf1.library.cmu.edu/IMLS/BACKUP/Mind-
Models.pre_Oct1-/logictheorymachine.pdf. Acesso em: 9 jul. 2023.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO E NA COMUNICAÇÃO 181
TONG, Zhang. China’s military kicks off debate on use of ChatGPT with
article in oficial PLA newspaper. South China Morning Post., 14 abr. 2023.
Disponível em: https://www.scmp.com/news/china/science/article/3216969/
chinas-military-starts-kicks-debate-use-chatgpt-article-official-pla-newspaper.
Acesso em: 9 jul. 2023.
182
Introdução
A
presentar as abordagens da Inteligência Artificial (IA) contidas na
literatura científica e identificar suas aplicações e implicações no
contexto educacional para pensar sua relação com a consciência, no
ensino, é o objetivo do presente texto nesta edição da Humanis 2023.
É notória a presença da IA na vida social de abrangência global e local,
via assistentes virtuais, sistemas de recomendação, reconhecimento facial,
tradução automática, jogos de computador e em uma variedade de outras
tecnologias. Assim, abordar a IA como linguagem de programação para o
ensino é razoável quando se observa que ela está cada vez mais presente nas
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), como assistentes virtuais
de voz e chatbots educacionais, como a Alexa da Amazon, o Google Assis-
tant e o Duolingo. Ela favorece uma relação entre o ensino e a aprendizagem
de modo lúdico ou sistemático, remodela os ambientes educacionais e vem
ganhando espaço no cotidiano dos alunos. As diferentes abordagens de pes-
quisa para aprendizagem, por meio de jogos de perguntas e respostas, ofere-
cem informações pertinentes para o processo educacional e são estratégias
amplamente utilizadas em salas de aula, tanto presenciais quanto virtuais.
74 No presente artigo adotaram-se as grafias IA (Inteligência Artificial) e IAG (Inteligência Artificial Geral) que
são as mais utilizadas na literatura vigente.
186
respostas dos alunos, fornecer feedback imediato e até mesmo atribuir notas
com base em critérios predefinidos. O tema sobre a avaliação é polêmico,
considerando as tradicionais discussões sobre avaliação e sua validade para
a formação do aluno. Não cabe aqui fomentar o debate, mas inquietar o leitor
para gerar reflexões.
Entre o processo de avaliação, as ferramentas de detecção de plágio com
os algoritmos de IA são aplicadas para avaliar e identificar plágio em trabalhos
acadêmicos. Essas ferramentas comparam o texto submetido com uma ampla
base de dados para detectar possíveis trechos copiados.
À medida que a tecnologia avança, aumenta a probabilidade de surgi-
mento de novas ferramentas e abordagens que aproveitem a IA para melhorar
a experiência de aprendizagem, além de oferecer suporte aos estudantes e
educadores (LEE, 2018; 2019; ROSA, 2011).
Vale salientar que as plataformas de ensino on-line não substituem com-
pletamente a interação presencial em sala de aula e o contato direto com pro-
fessores e colegas. Elas devem ser vistas como ferramentas complementares
que podem enriquecer o processo de aprendizagem e proporcionar oportuni-
dades de educação mais flexíveis e acessíveis.
Ressaltamos que a IA atual ainda está longe de atingir a mesma capa-
cidade e generalidade da inteligência humana, como pensam os adeptos do
ChatGPT. Esse robô virtual criado pela OpenAI é um dos problemas éticos
em debate pelo seu potencial de representar a Inteligência Artificial Geral
(IAG), considerado uma ameaça para inúmeras profissões, como a de profes-
sor. No presente artigo, não se adentra na discussão, no entanto pontuamos
que, embora seja capaz de realizar tarefas específicas de forma eficiente, o
chatbot GPT-5, como a promessa da OpenAI de torná-lo indistinguível de um
humano e atingir a IAG ainda enfrentará desafios, se não, pelo menos na com-
preensão de contextos amplos, ele estará no limite do raciocínio abstrato e na
adaptação a situações complexas e imprevistas. Portanto, a sua capacidade de
não diferenciar as reais motivações do ser humano ao solicitar informações ou
“criar cenários”, poderá impedi-lo de evitar atos contra a humanidade. Aqui, a
consciência é um caro tema a ser desenvolvido e separa homem de máquina.
190
Considerações finais
REFERÊNCIAS
ARBIX, Glauco. A transparência no centro da construção de uma IA
ética. Disponível em: https://doi.org/10.25091/s01013300202000020008.
Acesso em: 20 maio 2023.
DOMINGOS, Pedro. The master algorithm: how the quest for the ultimate
learning machine will remake our world. New York: Basic Books, 2018.
LEE, Kai-Fu. AI superpowers: China, Silicon Valley, and the New World
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
Introdução
A
Inteligência Artificial representa um instrumento teórico-metodo-
lógico de extrema importância para as ciências da engenharia de
produção e, por consequência, para os engenheiros que atuam nessa
área com o objetivo de “desenvolver, controlar e avaliar sistemas produtivos
integrados de bens e serviços, envolvendo pessoas, materiais, tecnologia,
informação e energia” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENGENHARIA
DE PRODUÇÃO, 2018, p. 1). Dessa forma, o conhecimento sobre Inteligência
Artificial, seus conceitos, teorias e métodos, é crucial para a compreensão e
aplicação eficiente na engenharia de produção.
Ao buscar ampliar o conhecimento, é papel do profissional em formação
explorar a literatura de qualidade e investigar as pesquisas e desenvolvimentos
relacionados a um tema específico. Neste estudo, o foco reside em identifi-
car as diferentes abordagens de pensamento acerca da Inteligência Artificial
e compreender a racionalidade adotada pelos cientistas em seus trabalhos. A
perspectiva de uma racionalidade crítica e criativa, voltada para o bem comum
da humanidade, é uma preocupação dos adeptos da visão social e ecológica, pois
são essas perspectivas que direcionam suas práticas. Em contrapartida, as técni-
cas geralmente têm um viés mais focado em questões econômicas e lucrativas.
75 Graduado em Engenharia de Produção pelo Centro Universitário de Volta Redonda – UNIFOA. Engenheiro
da CBSI/CSN em Volta redonda. E-mail: andrei.novi@yahoo.com
76 Graduação em Arquitetura e Urbanismo pelo Instituto Metodista Bennett (1984). Mestrado em Arquitetura
pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1991). Doutorado e pós-Doutorado em Engenharia de Pro-
dução pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2003 e 2010, respectivamente). Professor do Centro
Universitário de Volta Redonda – UNIFOA. E-mail: marcellosanto@hotmail.com
77 Graduação em Engenharia de Produção pela Universidade Federal Fluminense (2007). Mestra em Engenharia
de Produção com ênfase em Qualidade e Produtividade pela Universidade de Taubaté (2010). Professora
do Centro Universitário de Volta Redonda – UNIFOA. E-mail: byanca.lima@foa.org.br
200
Engenharia de produção
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Inteligência Artificial
Tendências de racionalidades
Metodologia e viabilidade
Resultados e discussão
Eng 17 12 35 47
Eng. Produção 0 1 4 0
Intel Arti 1 0 1 3
Total 18 13 40 50
Considerações finais
REFERÊNCIAS
ABRAHAM, A. (ed). Machine Intelligence Research Labs, (MIR Labs),
Auburn, WA, USA. Engineering Applications of Artificial Intelligence,
v. 71, p. 1-314, May, 2018. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/
journal/engineering-applications-of-artificial-intelligence/vol/71/suppl/C.
Acesso em: 2 maio 2018.
HAUGELAND, J. (ed.). Artificial Intelligence: The Very Idea. [S. l.]: MIT
Press, 1985.
KURZWEIL, R. The Age of Intelligent Machines. [S. l.]: MIT Press, 1990.
Introdução
C
onforme define Margareth A. Boden (2020, p. 13), “a Inteligência
Artificial (IA) procura preparar os computadores para fazer o tipo de
coisas que a mente é capaz de fazer”, embora devamos considerar,
no entanto, que a inteligência propriamente não pertence a apenas uma única
dimensão, mas se constitui a partir de um espaço onde diferentes habilidades
são utilizadas para processar a informação.
O termo Inteligência Artificial (doravante, IA) foi cunhado por John
McCarthy em 1956 para substituir o que até então se denominara “simula-
ção computacional”, embora a referência a ela venha desde a Antiguidade,
quando pensadores e filósofos já falavam de uma inteligência não humana
que pensasse por si própria e que livraria os seres humanos da escravidão
(ARISTÓTELES, 1990).
A IA traz uma relação estreita com áreas do conhecimento como a da
linguagem e do raciocínio lógico, com a intencionalidade, a adaptabilidade,
a aprendizagem associativa, a replicação e a computação simbólica, assim
como com ciências como a matemática, a biologia, a psicologia, a neurologia,
a neurociência, além da computação e da programação.
Dessa forma, estudar e compreender a IA ocorre a partir de processos
multi e interdisciplinares, embora a sua aplicação deva ocorrer a partir de uma
perspectiva transdisciplinar79, considerando-se as demandas uma sociedade
78 Graduada em Letras (Português-Inglês) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mestra em
Estudos e Análise do Discurso pelo Curso Interdisciplinar em Linguística Aplicada da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ). Doutora em Letras pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). E-mail:
rcastrocristina@gmail.com.
79 Neste artigo, consideram-se os seguintes conceitos: a) multidisciplinaridade – justaposição de duas ou mais
áreas do conhecimento, levando em consideração objetivos múltiplos, não necessariamente inter-relacionados
entre si, embora coordenados; interdisciplinaridade – perspectiva a partir da qual duas ou mais áreas do
conhecimento interagem entre si, inclusive na integração mútua dos conceitos; transdisciplinaridade –
conceito a partir do qual o conhecimento é compreendido de forma plural, sendo sua aquisição realizada de
maneira holística e contextualizada, indo muito além da divisão artificial em disciplinas. Exige um pensamento
que vá além da divisão cartesiana das áreas do conhecimento, o pensamento complexo.
220
volitiva, instável, que exige um ser humano mais crítico e consciente de, por
exemplo, questões como a sustentabilidade e a mentalidade criativa.
Assim, o objetivo deste artigo é o de responder ao questionamento: qual
o olhar que se deve dar à IA tendo em vista a sua aplicação nas práticas de
ensino? Pretende-se responder à pergunta a partir de uma breve revisão biblio-
gráfica sobre os temas do Pensamento Complexo, das Inteligências necessárias
ao ser humano do século XXI e do Ensino por Competências, em especial
nas instituições de ensino do Exército Brasileiro, como prosseguimento ao
O pensamento complexo
80 A autora deste artigo crê que, na escola, nas práticas expositivas em sala de aula, a partir também da leitura
e consulta aos livros didáticos e demais materiais didáticos, os docentes transmitem informações, não
222
dizer a ela que ela está te incomodando e ela terá uma resposta semelhante a
de um humano, demonstrando, inclusive, se sentir ofendida).
Em outras palavras, não será a escola que baseia suas práticas de ensino
apenas no ensino mecânico, por transmissão, com aprendizagem passiva, em
memorização de conteúdos a serem descartados numa prova tradicional, sem
a preocupação de fixá-los, entendê-los, relacioná-los e saber o porquê e o para
quê que vai desenvolver estas quatro inteligências tão necessárias do século
XXI (presente) em diante (futuro). É preciso que se pense em um ensino
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no trabalho (intelectual ou prático) que uma pessoa realiza para fazer esco-
lhas, fundamentar seus atos, resolver situações e tomar decisões. Num ensino
mediado por ferramentas de IA, as competências e as habilidades em ação
traçam a linha entre usar adequadamente e usar a IA pela IA.
No Sistema Colégio Militar do Brasil (SCMB), a escolha por este enfoque
pedagógico veio como uma saída para diminuir o fracasso escolar, alinhado
ao desenvolvimento de práticas de multiletramentos. Entendeu-se que não
mais se podia adotar a prática de transmissão de informações disciplinares
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estanques, mas que o aluno necessitava ser orientado para o domínio das
(novas) linguagens e gêneros que se apresentavam, ser levado a refletir sobre
o processo do que lhe era ensinado, dando-lhe significado e estando preparado
para transferir o que aprende para dar conta das situações que se apresentariam
em sua vida, em diferentes contextos.
Na linha de ensino bélica, a implantação do ensino por competências (ao
menos na teoria e nos documentos) em 2011 ocorreu a partir do “Programa
O Profissional Militar do século XXI”, no contexto da “Diretriz do Processo
de Transformação do Exército Brasileiro (DPTEB)”, advinda do movimento
denominado de “Processo de Modernização do Ensino (PME)”, iniciado em
1995 (BRASIL, 1996). O ensino por competências surgiu como sugestão de
redirecionamento ao enfoque pedagógico adotado até então, o tecnicismo,
para correção de seus vieses81.
Neste sistema, o conceito de competências se apresenta como “capaci-
dade de mobilizar, ao mesmo tempo e de maneira inter-relacionada, conhe-
cimentos, habilidades, valores e atitudes, para decidir e atuar em situações
diversas”, semelhante ao que se apresentou para o SCMB, conforme descrito
em parágrafo anterior neste artigo.
A escolha pelo ensino por competências82 se justifica pelo cenário atual,
conforme descrito no caderno do “Programa O Profissional Militar do Século
XXI (CEP/FDC, 2011, p. 33):
81 O ensino por competências não substituiu nem anulou completamente o tecnicismo nas práticas de ensino
militar, visto que algumas das técnicas e características deste enfoque pedagógico tinham (e têm) espaço
na formação militar. Na verdade, ambos os enfoques pedagógicos têm espaço na formação militar.
82 Devemos ressaltar que o ensino por competências apresenta afinidades com outras reformas ocorridas
ao longo do século XX no ensino militar, como as introduzidas pela Missão Francesa e pelas diretrizes da
Missão Americana, que “buscavam um processo de ensino-aprendizado centrado no aluno, [...] além da
ênfase no desenvolvimento das capacidades mentais avançadas, tais como o planejamento, a abstração,
a capacidade de resolver problemas” (CEP/FDC, 2011, p. 38).
226
Nas seções anteriores deste artigo, foi possível perceber que o pensa-
mento complexo (ou a complexidade do real) está na essência de todo o
debate acerca do ensino por competências, assim como está intrinsecamente
relacionado às inteligências do século XXI propostas por Fava (2018). É a
partir deste pensamento que compreendemos que em vez de segmentar o
conhecimento, devemos unificá-lo, conectando-o às multifacetadas perspec-
tivas da realidade que nos cerca, evitando, assim, a cegueira que nos impede
de usar adequadamente os recursos advindos do conhecimento científico.
Em seu vídeo sobre a Teoria do Pensamento Complexo de Edgar Morin,
Vilson Leffa (2022) explica que o ser humano tem uma visão equivocada da
ciência, que erroneamente favorece o reducionismo, a fragmentação e o rompi-
mento de conexões possíveis entre diferentes esferas do conhecimento. Como
o linguista aplicado explica, “a palavra complexidade foi escolhida porque
vem de complexus, do Latim, que significa ‘costurado junto’” (LEFFA, 2022).
Na teoria do Pensamento Complexo, o conhecimento se constrói, como
já referenciado neste artigo, por meio das conexões (Morin chama de religa-
ções) entre as diferentes áreas do saber, a articulação dos contraditórios, da
certeza versus a incerteza, do sujeito versus a sociedade – ao lançarmos um
olhar sobre um objeto, uma realidade, um problema a ser resolvido, devemos
fazê-lo por meio de um olhar analítico, mas articulador dos conhecimentos
nas diferentes áreas do saber, a fim de que a compreensão ocorra na sua
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO E NA COMUNICAÇÃO 227
83 AI can also help us to learn in a more personalized and efficient way. It will analyze our learning behavior
and preferences and provide us with customized recommendations for courses and study materials.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO E NA COMUNICAÇÃO 229
que, a partir de redes neurais artificiais e com o auxílio da teoria dos grafos,
traz resultados baseados na compilação estatística).
Em países como a China, escolas já utilizam ferramentas de IA que
prometem conectar escola, pais e professores, informando acerca do humor,
do nível de atenção, das ações e atividades do/as estudantes. No Brasil,
já chegou um aplicativo/plataforma que faz a mesma coisa – ClassDojo
– inclusive, alegando ser possível trabalhar habilidades socioemocionais
a partir dele. Já há quem se coloque tanto a favor quanto contra tal uso
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84 Ethical guidelines for education as a context of AI application are mainly lacking (Holmes et al. 2021), although
the need has been recognised decades ago (Aiken and Epstein 2000). Nonetheless, educational issues are
included in general policy-level guidelines (e.g. AI HLEG 2019a).
230
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Maria da Conceição de; CARVALHO, Edgar de Assis. Educação
e Complexidade: os sete saberes e outros ensaios. São Paulo: Cortez, 2005.
NIEMI, Hannele; PEA, Roy D.; LU, Yu (ed.). AI in Learning: designing the
Future. Switzerland: Springer Nature, 2023. Edição do Kindle.
Introdução
N
ão é de hoje que nossa sociedade convive com diferentes inteligên-
cias artificiais (IAs). Assumindo funções humanas nas sombras do
mundo do trabalho, robôs atendem a nossas reclamações, saciam
nossa curiosidade, gerenciam nossa rotina. Porém, a emergência de alguns
deles capazes de nublar a fronteira entre o Homem e a Máquina nos inquieta
e assusta. O que temos a ganhar ou perder em um mundo no qual não mais
seremos os únicos capazes de transformar a realidade que nos cerca? E o
que o Exército Brasileiro (EB) tem a ganhar ou perder, como instituição
formadora de sujeitos, em uma sociedade pautada pela lógica da tecnologia?
Este trabalho objetiva, por meio de revisão bibliográfica, examinar “a
contrapelo” fatos e conceitos que estão ressignificando a nossa sociedade,
principalmente quando implicados na avaliação da formação militar, objeto
de nosso recorte. São fatos e conceitos que, uma vez assumidos sem uma
crítica ancorada em valores fundacionais, podem desvirtuar um processo de
subjetivação historicamente voltado para o ser do profissional das Armas,
muito mais do que para seu fazer cotidiano.
Em especial, interessa-nos o fugidio conceito de inteligência, o qual,
pela histórica dificuldade de aquilatar, foi substituído por sua manifestação
operacional, a competência. O que as IAs têm a nos dizer – e mais: a nos
esconder – sobre o que estamos olhando quando avaliamos a inteligência
(ou a competência)?
85 Coronel da reserva do Exército (Academia Militar das Agulhas Negras – AMAN, 1988). Mestre em Aplicações
Militares (Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais – EsAO, 1996). Mestre em Educação (Universidade Federal
do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, 2007). Doutor em Ciências Sociais (Pontifícia Universidade Católica
do Rio de Janeiro – PUC-Rio, 2015). Pós-Doutor em História (Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO,
2022). Membro do grupo de pesquisa História Militar, política e fronteiras (2023). Como pesquisador, investiga
o ensino militar dentro do Exército Brasileiro. E-mail: fabiofreire1965@gmail.com
234
86 Na esteira de outros pesquisadores que, como primeiramente Alan Turing, formularam hipóteses de
evolucionismo do hardware, o químico estadunidense Gordon Moore (1929-2023) previu, no artigo “Cramming
More Components onto Integrated Circuits” (MOORE, 1965), que o número de transistores contidos em um
mesmo dispositivo duplicaria, a custo constante, a cada vinte e quatro meses (esse intervalo foi reduzido
posteriormente para dezoito meses).
87 A hipótese da singularidade tecnológica diz respeito ao momento no qual uma IA capaz de
autoaperfeiçoamento ultrapassará a inteligência humana. Esse fenômeno imponderável pode proporcionar
leituras otimistas, como a de que essa IA irá resolver os problemas humanos para os quais nunca
encontramos solução; ou pessimistas, como a de que a Humanidade perderá seu livre-arbítrio para
as máquinas. Para saber mais sobre a singularidade tecnológica, ver: https://pt.wikipedia.org/wiki/
Singularidade_tecnol%C3%B3gica#Hist%C3%B3ria_do_conceito
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO E NA COMUNICAÇÃO 235
ritmos das plataformas digitais. Esses são exemplos ligeiros e, com certeza,
não exaustivos, de situações cotidianas em que admitimos as máquinas como
sujeitos de nosso convívio, porque elas foram – e são – capazes de resolver
problemas com eficácia humana (ou sobre-humana). Essas IAs não são “real-
mente” sujeitos, mas os imitam de maneira satisfatória, em aspectos opera-
cionais recortados da capacidade “multitarefa” (também “multiproblema”)
de todos os seres humanos.
Entendemos a complexidade humana, para fins deste trabalho, como um
tipo de relação holonômica89 entre suas partes constitutivas, de tal maneira que
sua qualidade intrínseca emerge de cada uma das partes, desde que nenhuma
delas seja tomada em separado do todo90. Quando Turing evita definir concei-
tos implicados na constituição do ser humano, está reconhecendo, ainda que
em modo implícito, que existe aí uma complexidade que ele não conseguiria
enfrentar, ou, por outra: que não seria necessário enfrentar, uma vez feita a
escolha pela imitação eficaz.
O que parece preocupar a muitos, em tempos de mediatização das IAs, é
a possibilidade de algum tipo de superação da espécie humana pelas máqui-
nas, no que isso venha a implicar em sermos dominados por elas. Mas o que
estaríamos perdendo, no caso dessa superação?
Santaella (2023) inclui a eclosão dessa super IA humanoide91 como o
momento da quarta ferida narcísica no Homem. A metáfora das três feridas
narcísicas foi apresentada por Sigmund Freud (2010), inventariando aqueles
momentos em que a humanidade foi destituída de posições hegemônicas
(podemos pensar em posições “centrais”). A primeira das feridas diz respeito
88 Para saber mais sobre o assistente virtual inteligente, no formato chatbot online, que trouxe a discussão
sobre as IAs (e o medo de um futuro distópico) para a superfície das redes sociais, ver: https://openai.com/
89 “Artur Koestler criou a palavra Holons para designar esses subsistemas que são, simultaneamente, ‘todos’ e
‘partes’, e enfatizou que cada holon tem duas tendências opostas: uma tendência integrativa, que funciona
como parte do todo maior, e uma tendência autoafirmativa, que preserva sua autonomia individual” (PAULA
CARVALHO, 1990, p. 213)
90 Ou, como disse o poeta: “Para ser grande, sê inteiro: nada / Teu exagera ou exclui. / Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és / No mínimo que fazes. / Assim em cada lago a lua toda / Brilha, porque alta vive” (PESSOA,
1969, p. 289).
91 “Semelhante ao humano”, portanto, uma imitação.
236
humanos, por sua vez, alimentam-se tanto das árvores como dos animais, e
fazem a mesma coisa: recebendo energia, transformando / dissipando energia.
Ao longo de todo esse processo – incluindo-se aí, mesmo os seres
inanimados –, existe a produção de informação em toda a sorte de registros
que vão se acumulando dentro dos sistemas: as árvores, em seu ciclo vital,
desenvolvem anéis nos seus troncos, os quais são um registro do clima e da
geografia94; os herbívoros distinguem-se em cores, tamanhos, especificidades
diversas que são a codificação do seu entorno; os homens, em um estágio
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bem mais complexo por conta de sua cultura, produzem sentido sobre os
processos de fuga da entropia.
Porém os seres desprovidos de cérebros (ou estruturas equivalentes) não
são capazes de fazer um uso próprio dessa informação. Uma árvore registra,
pelo tamanho e espessura de seus anéis, como foram as estações dos últimos
anos, mas será necessário um ser humano para dispor dessa informação –
preservada em fósseis – para, por exemplo, reconstituir as eras geológicas
precedentes. E mais: seres neurologicamente mais complexos produzem
conhecimento sob a forma dessas modificações que ocorrem neles próprios,
e são capazes de aprendizagem, pela passagem entre si das modificações.
Cultura pode ser entendida, portanto, como o grande sistema de comparti-
lhamento de informação, sob a forma de energia e com o objetivo de evitar a
entropia95. Ao tipo de informação produzida, transmitida e gerenciada dessa
maneira, iremos chamar, com Nicolelis (2020), de informação gödelliana96.
Dessa concepção sobre computadores orgânicos – que é a formulação
mais antiga sobre computação –, seguimos para os computadores com os quais
estamos acostumados. Em 1948, o matemático e engenheiro elétrico Claude
Shannon publicou seu seminal conceito da informação em termos matemá-
ticos97, no qual estabeleceu o bit como unidade quantitativa de informação.
Essa formulação é partidária da mesma origem dos computadores analógicos,
quanto à relação entre energia e entropia, mas se atém ao que Shannon chama
94 Charles Babbage (1791-1871), um dos pioneiros da era moderna da computação, formulou a hipótese
de que seria possível determinar a idade e as condições climáticas de eras passadas a partir de árvores
fossilizadas. Porém a dendrocronologia só foi reconhecida como área de pesquisa muito tempo depois, a
partir do trabalho perseverante do astrônomo Andrew Ellicott Douglass (1867-1961).
95 Ou melhor, formulado por Nicolelis (2020, p. 60): “Basicamente, a nossa teoria propõe que seres vivos
dissipam energia para sustentar um processo de auto-organização que permite à informação ser incorporada
em sua matéria orgânica, de sorte a formar ilhas de entropia reduzida que valentemente tentam frear,
mesmo que em escala infinitesimal, a tendência dominante de todo o universo em migrar para um estado
de aleatoriedade terminal”.
96 Acompanhando a homenagem ao matemático Kurt Gödell (1906-1978).
97 SHANNON, Claude E. A Mathematical Theory of Communication. The Bell System Technical Journal, v. 27,
p. 379-423, July, 1948. Disponível: https://people.math.harvard.edu/~ctm/home/text/others/shannon/entropy/
entropy.pdf. Acesso em: 30 maio 23.
238
100 Foge ao escopo desse artigo uma discussão sobre os tipos de racionalidade. A ascensão do Iluminismo na
Modernidade, sobre o Cristianismo na Idade Média, representou uma valorização anterior de um tipo de razão.
Porém a razão imposta pelo Tecnicismo tem a ver com o que WEBER (2000) chamou de “racionalidade técnica”.
101 Para uma taxonomia das correntes pedagógicas, ver Libâneo (2001).
240
cabendo, aqui, uma discussão sobre a manutenção das relações de poder – seria
a economia de recursos (fazer com menos) e a conquista da eficácia (fazer
melhor); o que parece ser a consequência, no entanto, é a hegemonia de uma
subjetividade maquínica (GHIRALDELLI, 2023), ou – o que dá no mesmo
– a expulsão da Humanidade de seu próprio mundo (uma ferida narcísica).
No Brasil, a entrada do Tecnicismo se dá ao fim da década de 1960,
formalizado em seguida pela Lei 5.692/71, que consagra princípios do for-
dismo, do taylorismo, do enfoque sistêmico e do behaviorismo relacionado
102 Basta observar os sinais de modernização do ensino que já ecoavam do “irmão do norte”, os EUA, principal
referência doutrinária para o EB, e que podem ser recolhidos de Janowitz (1967).
103 “Orientam a execução de missões de combate para atingir o padrão mínimo desejado e descrevem os
principais aspectos a serem considerados na preparação do exercício correspondente” (BRASIL, 2012, p. 12).
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO E NA COMUNICAÇÃO 241
104 “O padrão mínimo é definido por dois fatores: a síntese do desempenho coletivo do agrupamento,
demonstrado pela execução de tarefas que caracterizam o cumprimento da missão de combate; e as Tarefas
Específicas, relacionadas com a missão de combate, que devem ser executadas, satisfatoriamente, pelos
principais elementos do escalão considerados e seus agrupamentos subordinados (BRASIL, 2012, p. 13).
242
105 Foge ao escopo dessa investigação aprofundar as convergências entre o Ensino por Competências e o
próprio Tecnicismo. Para tanto, ver: Saviani (2007, capítulo XIV).
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO E NA COMUNICAÇÃO 243
Considerações finais
106 Lembrando, aqui, do estatuto de Dom Rodrigo Coutinho para a Real Academia Militar (1810).
107 Em especial, a reforma de Benjamin Constant, em (1890).
108 A novilíngua imaginada por Orwell (2019) nos contamina sem imposição autoritária, muita mais pela sedução
do conforto e do comodismo, como em um “admirável mundo novo” (HUXLEY, 2014). Sem nos incomodarmos
– e até gostando – vamos perdendo a capacidade linguística de criticar e divergir.
244
REFERÊNCIAS
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Ensino. Diagnóstico efetuado no sistema de ensino e proposta de ações
para corrigir as deficiências encontradas (Doc. 49). Rio de Janeiro, 1996.
Disponível: http://www.decex.eb.mil.br/port_/ leg_ensino/8_outras/a_memo-
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Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
GLEUBER VIEIRA, Gen Ex. Uma grande evolução. Verde Oliva: publicação
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nível: https://www.documentarymania.com/video/Game% 20Over%20Kas-
parov%20and%20the%20Machine/. Acesso: 30 maio 23.
Introdução
O
presente capítulo, através de uma revisão sistemática da literatura
especializada, apresenta uma visão geral das mudanças trazidas pela
digitalização da educação, pela ascensão da Inteligência Artificial
e pela necessidade de desenvolver competências digitais na educação a dis-
tância. Assim, pretende-se destacar as mudanças observadas no processo de
ensino e aprendizagem a distância e nas competências digitais que auxiliem
no uso de Inteligência Artificial nessa modalidade.
O momento é de rápida transformação em todos os setores da sociedade,
causando mudanças significativas em todos os aspectos da vida cotidiana.
Entretanto, talvez nenhum seja mais transformador do que a IA, que, nos
últimos anos, influencia o modo como ensinamos e aprendemos, criando
oportunidades e desafios a serem enfrentados.
Dessa forma, o capítulo explora dois aspectos cruciais dessa transforma-
ção: a emergente importância das competências digitais e o papel da Inteligên-
cia Artificial na educação a distância. No cenário educacional do século XXI, é
cada vez mais evidente que as competências digitais se tornaram fundamentais
para a vida e para o trabalho. De acordo com Silva e Behar (2019), as CD são
um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA) voltados para
o uso das tecnologias digitais que, mobilizados, podem auxiliar o sujeito na
solução de determinada situação problema. Desse modo, na EaD conside-
ra-se fundamental entender quais competências digitais são essenciais e de
que forma podem ser construídas, tornando-se assim uma solução específica
109 Professora da Escola de Guerra Naval (EGN). Colaboradora na Universitat Oberta de Catalunya (UOC) no
Máster Universitário en Educación y TIC e do Programa de Pós-Graduação em Informática na Educação
(PGIE/UFRGS). Pós-Doutorado no PPGIE/UFRGS. Doutora em Informática na Educação – PPGIE/UFRGS,
com período sanduíche na Universitat Oberta de Cataluña (UOC). Mestra em Educação PPGEDU/UFRGS.
Graduada em Pedagogia (UFRGS). Participa como pesquisadora no Núcleo de Tecnologia Digital aplicado
a Educação. Membro da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) e da Associação Brasileira
de Tecnologia Educacional (ABT). E-mail: ketia.kellen@marinha.mil.br
250
Metodologia
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
Tabela 1 – Artigos
Resultados e discussão
A partir da análise dos seis artigos, foram identificados quatro estudos [A1,
A3, A4 e A6] que abordam as competências, nem sempre digitais, mas com
foco no uso da IA. O estudo de Pardamean et al. (2022) [A1] apresenta a impor-
tância da construção do pensamento integrativo e a construção de competências
para aprendizagem on-line em comparação com a aprendizagem convencional,
continuação
Autor Competências
Pardamean et al. (2022) Pensamento integrativo e autonomia.
Adnan et al. (2022) Competências de acordo com as disciplinas específicas que estão sendo estudadas.
Comunicação, resolução de problemas, colaboração, trabalho em equipe, competências
Santana e Díaz (2022) técnicas relacionados à programação, uso de ferramentas de software e hardware ligadas
à IA e big data.
Carolus et al. (2023) Alfabetização digital em IA e alfabetização em dados.
Fonte: Elaborado pela autora.
Competências Digitais
Competências cognitivas
Competências emocionais
Considerações finais
REFERÊNCIAS
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of Students’ Performance in Virtual Learning Environment by Leveraging
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tion revolution: will artificial intelligence liberate or infantilise humanity:
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skills: A systematic literature review. Computers in human behavior, v. 72,
p. 577-588, 2017.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO E NA COMUNICAÇÃO 265
Ambiente militar 10, 14, 17, 163, 164, 167, 168, 177, 179
Ambientes virtuais 26, 38, 144, 156, 157, 228, 254
Aplicativo TFM 9, 57, 62
Aprendizagem 9, 10, 11, 15, 17, 18, 21, 24, 25, 26, 31, 32, 35, 37, 38, 39,
40, 41, 42, 43, 46, 47, 53, 55, 73, 75, 78, 90, 102, 154, 155, 156, 157, 158,
159, 160, 162, 163, 164, 166, 170, 171, 172, 173, 174, 175, 176, 178, 179,
183, 187, 188, 189, 190, 191, 193, 195, 198, 203, 205, 206, 215, 219, 221,
222, 223, 227, 228, 229, 231, 237, 239, 242, 244, 249, 250, 253, 254, 255,
256, 260, 261
Autoaperfeiçoamento 25, 29, 30, 39, 51, 171, 234, 241
Avaliação da aprendizagem 9, 10, 15, 17, 21, 25, 163, 173, 223
B
Big Data 23, 24, 26, 27, 68, 85, 105, 179, 228, 250, 254, 256, 257, 258, 260
C
Capacitação docente 40, 43, 49, 53, 54, 56
Capacitação física 9, 14, 16, 57, 58, 59, 61, 65, 66, 68, 69
Cibernética 143, 156, 167, 175, 257, 259, 260, 261
Ciência 13, 17, 21, 22, 37, 41, 55, 58, 69, 70, 73, 78, 85, 99, 136, 137, 141,
142, 146, 147, 150, 164, 177, 186, 196, 197, 204, 210, 217, 226, 246
Competências digitais 11, 14, 18, 26, 249, 250, 251, 254, 256, 258, 260,
261, 264
Comunicação institucional 10, 16, 107, 109, 110, 111, 123, 128
Comunicação social 15, 16, 17, 42, 71, 72, 78, 87, 101, 109, 111, 115, 123,
125, 128, 246
Contexto educacional 17, 24, 154, 156, 157, 159, 183, 184, 224
Cultura do Exército 10, 13, 17, 42, 54, 55, 151, 163, 178, 242
268
D
Desafios 9, 11, 16, 17, 18, 21, 22, 26, 34, 35, 38, 40, 41, 44, 56, 70, 71, 75,
78, 82, 84, 108, 111, 115, 135, 136, 137, 141, 142, 146, 152, 154, 166, 177,
185, 186, 188, 189, 192, 197, 217, 220, 229, 241, 249, 261
Dispositivo midiático 9, 16, 71, 76, 77
Docentes 9, 14, 15, 16, 21, 22, 23, 25, 26, 28, 29, 30, 32, 33, 34, 39, 41, 44,
45, 48, 49, 50, 51, 52, 53, 54, 151, 152, 164, 174, 175, 176, 185, 221, 228,
E
Educação a distância 18, 30, 43, 152, 157, 158, 249, 250, 251, 253, 254,
256, 259, 260, 261
Educação Superior 9, 16, 39, 40, 41, 43, 44, 45, 53, 54, 55, 218
Educação Superior Militar 9, 16, 39, 41, 43, 45, 53, 54, 55
Engenharia de Produção 10, 18, 85, 163, 183, 199, 200, 201, 204, 205, 207,
209, 210, 213, 214, 215, 216, 217
Ensino-Aprendizagem 35, 40, 164, 166, 170, 171, 172, 175, 187, 188,
206, 242
Ensino do Exército 13, 14, 43, 179, 220, 223, 242
Ensino e aprendizagem 11, 18, 24, 25, 32, 38, 39, 41, 42, 43, 46, 47, 53, 55,
159, 179, 188, 221, 249, 253, 256, 261
Ensino por competências 18, 22, 35, 171, 178, 180, 220, 223, 225, 226,
242, 245
Escolanova 169, 170, 173, 177
Exército Brasileiro 6, 13, 18, 22, 35, 37, 42, 43, 55, 58, 59, 62, 63, 67, 71,
101, 109, 115, 135, 148, 149, 151, 170, 177, 178, 180, 220, 223, 225, 230,
233, 239, 241, 245, 246
F
Ficção científica 110, 124, 125, 129, 151, 168, 227
Forças Armadas 15, 17, 41, 61, 65, 136, 137, 138, 140, 141, 144, 146, 148,
167, 168, 169, 176, 181
G
Gatekeeping 10, 16, 101, 102, 103, 108
Gatewatching 10, 16, 101, 103, 108
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO E NA COMUNICAÇÃO 269
H
Hardware 151, 234, 256, 257, 258, 260
Hipermídia 204, 205, 206, 216
I
IA 7, 9, 10, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 32,
33, 34, 40, 41, 42, 44, 46, 47, 49, 50, 51, 52, 53, 54, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 78,
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
79, 80, 81, 82, 89, 90, 91, 109, 110, 111, 112, 113, 114, 115, 116, 117, 119,
120, 121, 122, 123, 124, 125, 126, 128, 129, 131, 135, 136, 137, 141, 144,
145, 151, 152, 158, 159, 160, 163, 164, 165, 166, 167, 168, 169, 172, 175,
176, 177, 178, 183, 184, 185, 186, 187, 188, 189, 191, 192, 193, 194, 195,
196, 201, 202, 204, 213, 214, 219, 220, 222, 225, 226, 227, 228, 229, 234,
235, 243, 244, 247, 249, 250, 252, 253, 254, 255, 256, 257, 258, 259, 260, 261
Identidade Visual 14, 17, 110, 121, 123, 125, 126, 127, 128
Impactos 9, 16, 71, 78, 142, 185, 192, 194
Inclusão 33, 59, 154, 162, 184, 187, 251, 261
Informações 25, 26, 41, 42, 45, 47, 59, 60, 61, 62, 74, 77, 78, 79, 82, 86, 87,
96, 101, 102, 103, 105, 106, 107, 110, 112, 113, 117, 119, 122, 129, 143, 144,
160, 165, 166, 167, 168, 183, 184, 188, 189, 191, 207, 208, 210, 221, 222,
226, 228, 238, 239, 241, 252, 256, 257, 258, 259, 260
Inovações Tecnológicas 15, 22, 23, 25, 29, 30, 31, 32, 34, 42, 185
Instrumentos de avaliação 56, 166, 173, 175, 176
Inteligência Artificial 3, 4, 7, 9, 10, 11, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 21, 22, 23, 24,
25, 26, 27, 33, 34, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 44, 45, 46, 47, 48, 50, 53, 54, 55,
56, 60, 68, 69, 71, 75, 76, 84, 85, 87, 89, 90, 91, 92, 97, 101, 102, 105, 106,
107, 108, 109, 110, 111, 112, 113, 114, 115, 116, 122, 125, 128, 129, 130,
131, 136, 145, 150, 151, 161, 163, 165, 166, 168, 179, 180, 181, 183, 184,
185, 189, 194, 196, 197, 198, 199, 200, 201, 202, 203, 204, 205, 206, 207,
211, 212, 213, 214, 215, 218, 219, 222, 226, 227, 228, 229, 230, 231, 233,
249, 251, 252, 253, 254, 255, 256, 257, 258, 259, 261, 263
Inteligência Artificial Generativa 10, 14, 16, 17, 109, 110, 111, 115, 116
Interdisciplinaridade 156, 219, 224
L
Linguagem natural 25, 82, 110, 111, 116, 166, 186, 187
M
Meios de comunicação 16, 73, 81, 84, 101, 102, 103, 104
270
Midjourney 4, 17, 79, 109, 111, 114, 115, 116, 117, 118, 119, 121, 122, 123,
124, 127, 128, 129, 130
Modelos de ensino 17, 164, 171, 172, 173, 174, 177
Modernização do Exército 11, 18, 233, 239
N
Neurociência 154, 165, 202, 205, 219, 227
R
Raciocínio humano 110, 204, 205
Redes sociais digitais 15, 85, 86, 87, 88, 90, 97
Revolução científica 10, 17, 135, 136
Robótica 24, 35, 110, 136, 137, 141, 145, 151, 165, 168, 187, 202, 205
S
Sistema de avaliação 14, 171, 172, 175, 176
Sistema de ensino 10, 13, 14, 16, 17, 34, 41, 43, 163, 164, 169, 171, 172,
176, 177, 230, 242, 245
Soberania nacional 10, 17, 135
Software 90, 116, 117, 125, 151, 164, 168, 209, 256, 257, 258, 260, 263
T
Tecnicismo 11, 17, 18, 169, 170, 177, 222, 225, 233, 239, 240, 242
Tecnologia 13, 15, 16, 23, 24, 26, 27, 30, 32, 34, 39, 40, 41, 42, 44, 54, 56,
57, 58, 59, 68, 69, 70, 77, 85, 104, 112, 115, 130, 131, 136, 137, 141, 142,
145, 146, 149, 152, 161, 162, 167, 177, 187, 189, 196, 199, 220, 223, 227,
228, 229, 233, 240, 243, 249, 250, 254, 257, 258, 259, 260
Tecnologias disruptivas 10, 17, 135, 136, 137, 142, 143, 144
Tecnologias emergentes 9, 10, 15, 19, 73, 110, 135, 176
Tendência de racionalidade 18, 200, 212, 213, 215
Tomada de decisões 41, 46, 145, 163, 164, 167, 186, 202, 208, 226
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SOBRE O LIVRO
Tiragem: Não comercializada
Formato: 16 x 23 cm
Mancha: 12,3 x 19,3 cm
Tipologia: Times New Roman 10,5 | 11,5 | 13 | 16 | 18
Arial 8 | 8,5
Papel: Pólen 80 g (miolo)
Royal | Supremo 250 g (capa)