Você está na página 1de 30

ETEC TAKASHI MORITA

ENSINO MÉDIO COM HABILITAÇÃO TÉCNICA EM ADMINISTRAÇÃO – PI (2° A)


GRUPO B

KAROL MIHO TSUGAO, LEONARDO DA SILVA ALMEIDA, LIVIA MATOS


DA SILVA, MANUELA DE JESUS PEREIRA, MARCIO LEVI CANDIDO BEZERRA,
MARIA EMILIA APARECIDA FERREIRA E SOFIA CASTRO OLIVEIRA CAMBOIM
DE MELO

PESQUISA: PROBLEMAS SOCIAIS

SÃO PAULO
2024

1
ETEC TAKASHI MORITA
ENSINO MÉDIO COM HABILITAÇÃO TÉCNICA EM ADMINISTRAÇÃO – PI (2° A)
GRUPO B

KAROL MIHO TSUGAO, LEONARDO DA SILVA ALMEIDA, LIVIA MATOS


DA SILVA, MANUELA DE JESUS PEREIRA, MARCIO LEVI CANDIDO BEZERRA,
MARIA EMILIA APARECIDA FERREIRA E SOFIA CASTRO OLIVEIRA CAMBOIM
DE MELO

PESQUISA: PROBLEMAS SOCIAIS

Relatório solicitado pela disciplina Estudos


Avançados em Ciências Humanas e Sociais
Aplicadas (EACHSA), pelo professor Leonardo
Guedes Ferreira.

SÃO PAULO

2024

2
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................1
2. OS PROBLEMAS SOCIAIS..................................................................................9
2.1. CAPACITISMO...............................................................................................9
2.2. CORRUPÇÃO.............................................................................................. 10
2.3. DESIGUALDADE SOCIAL...........................................................................11
2.4. ETARISMO...................................................................................................13
2.5. HOMOFOBIA................................................................................................15
2.6. MACHISMO..................................................................................................17
2.7. RACISMO.....................................................................................................18
2.8. SEXISMO..................................................................................................... 19
2.9. XENOFOBIA.................................................................................................20
3. CONCLUSÃO......................................................................................................21
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................25

3
1. INTRODUÇÃO
A sociedade contemporânea é um mosaico complexo de culturas, ideias e
valores, que se desdobra em uma imensidade de desafios e oportunidades. A
interconexão global, impulsionada pela tecnologia e pela comunicação instantânea,
trouxe consigo uma série de transformações profundas, moldando não apenas a
forma como vivemos, mas também os problemas que enfrentamos.

Neste contexto, surgem questões fundamentais sobre o papel e a


responsabilidade dos indivíduos, das comunidades e das instituições em moldar um
futuro mais inclusivo, sustentável e justo. Os desafios que enfrentamos não se
limitam a fronteiras geográficas ou a grupos específicos; eles envolvem todas as
esferas da sociedade, exigindo uma abordagem plena e colaborativa.

À medida que nos deparamos com esses desafios, somos confrontados


com perguntas complexas sobre como conciliar crescimento econômico com
equidade social, como promover o bem-estar geral e como solucionar questões
presentes a séculos em nossa sociedade, para que assim todos tenham
oportunidades e direitos iguais, vivendo uma vida digna.

Neste trabalho, propomos uma reflexão sobre os principais problemas


sociais presentes na atualidade, buscando entender não apenas os problemas em
si, mas também suas raízes e as possíveis soluções. Ao fazê-lo, esperamos
contribuir para um diálogo mais informado e construtivo sobre o futuro da nossa
sociedade e do nosso planeta.

Após pesquisas e debates significativos, este trabalho apresentará nove


adversidades enfrentadas em nosso cotidiano, abordando questões como
capacitismo, corrupção, desigualdade social, etarismo, homofobia, machismo,
racismo e sexismo. Em uma primeira etapa, será apresentada a definição e as
consequências de cada um desses tópicos. Em seguida, serão exploradas suas
causas e contexto histórico, buscando proporcionar uma compreensão clara e
abrangente de seu impacto em nossa sociedade.
Iniciando com o capacitismo, a palavra "capacitismo" vem da junção do
termo "capacidade" com o sufixo "-ismo", utilizado para denotar um sistema, doutrina
ou prática. Surgiu como um neologismo para definir o preconceito e discriminação
1
contra pessoas com deficiência ou neurodivergentes. Esse termo passou a ser
utilizado no contexto do ativismo pelos direitos das pessoas com deficiência.

Esta forma de discriminação se manifesta através da exclusão e


segregação, baseada na crença infundada de que essas pessoas são inferiores ou
incapazes. O capacitismo pode se manifestar em diversos ambientes e de várias
maneiras, incluindo ridicularização, exclusão de atividades físicas, tratamento
diferenciado e interações discriminatórias.

Existem diversas formas de barreiras que contribuem para o capacitismo,


como as arquitetônicas e físicas, que resultam na falta de acessibilidade e tornam os
locais inacessíveis para pessoas com deficiência. Além disso, barreiras
comunicacionais, metodológicas, programáticas e atitudinais também contribuem
para perpetuar esse tipo de discriminação.
As consequências do capacitismo são severas e impactam negativamente
a vida pessoal, acadêmica e profissional das pessoas com deficiência. A
normalização do capacitismo e sua prática muitas vezes inconsciente são
preocupações adicionais, refletindo a necessidade contínua de conscientização e
educação sobre esse problema que, embora tenha começado a ser discutido
recentemente, existe há muito tempo.
É essencial educar-se sobre, compreendendo suas nuances e impactos,
e desafiar estereótipos prejudiciais, reconhecendo a diversidade de habilidades e
experiências dentro da comunidade de pessoas com deficiência.

Para promover a inclusão, o apoio a políticas e práticas que garantam


oportunidades iguais para todos, independentemente da habilidade, é
imprescindível, deve-se questionar atitudes discriminatórias, promover a inclusão em
todos os aspectos da sociedade e exigir mudanças em leis e políticas que
perpetuam a exclusão. Isso inclui defender a acessibilidade em todas as áreas da
vida, desde o acesso a espaços físicos até a inclusão digital. Além disso, é essencial
ouvir e apoiar as vozes das pessoas com deficiência, reconhecendo suas
necessidades e experiências únicas, cultivar empatia e compreensão também é
fundamental para criar uma sociedade mais inclusiva e justa para todos.
Por sua vez, a corrupção vem do latim “corruptus”, que significa
estragado, subornado e/ou seduzido. Ela se manifesta de diversas formas, como o
2
suborno e a propina, até práticas institucionalizadas como o nepotismo e fraude,
onde vantagens indevidas são oferecidas para influenciar decisões e alterar o
funcionamento legal.

O suborno consiste na troca de favores por dinheiro ou outros benefícios,


subvertendo o funcionamento das leis e da justiça. Já o nepotismo envolve a
nomeação de familiares ou amigos para cargos públicos, sem levar em conta suas
qualificações, perpetuando o poder e a influência de grupos específicos. A fraude,
por sua vez, manipula informações e processos para obter vantagens indevidas,
desviando recursos públicos e privando a população de seus direitos.
Os impactos da corrupção são devastadores: recursos públicos
destinados a serviços essenciais como saúde, educação e infraestrutura são
desviados para bolsos privados ou para financiar esquemas de corrupção, privando
a população de seus direitos básicos; a administração pública se torna ineficiente e
os recursos são desperdiçados em projetos superfaturados ou mal executados,
gerando prejuízos para o país e a desigualdade social se aprofunda, concentrando a
riqueza nas mãos de poucos enquanto a maioria da população vive na pobreza e na
falta de oportunidades.
Níveis mais altos de monopolização do mercado e política. Baixos níveis
de democracia, fraca participação civil e baixa transparência política.
Devido a esses níveis mais altos de burocracia e estruturas
administrativas ineficientes, a ganância leva a "culpa" como agente causadora deste
delito.
A prática da corrupção gera descrédito e apatia em relação às instituições
públicas, enfraquecendo a democracia e a participação social. A sensação de que a
lei não é aplicada de forma justa alimenta a perpetuação da corrupção, criando um
ambiente onde o crime compensa e a justiça se torna uma ilusão.
Para combater ele, medidas em diferentes frentes são necessárias. É
fundamental fortalecer as instituições, criando mecanismos de controle e fiscalização
eficazes para prevenir e punir a corrupção. Garantir o acesso público à informação
sobre a gestão dos recursos públicos e o funcionamento das instituições é essencial
para promover a responsabilidade e o controle social.
A educação para a cidadania e a ética é fundamental para conscientizar a
população sobre os efeitos nocivos da corrupção e a importância da participação
3
social no combate a esse mal. Aplicar a lei de forma rigorosa e imparcial, punindo
exemplarmente os agentes públicos e privados envolvidos em práticas corruptas, é
essencial para desestimular o crime e fortalecer a justiça.
Somente com um esforço conjunto e persistente de todos os setores da
sociedade será possível construir um país livre da corrupção, onde os recursos
públicos sejam utilizados para o bem da população e a justiça seja uma realidade
para todos.
Já a desigualdade social se trata de um processo que impacta a relação
de uma sociedade. Esse problema está presente no mundo inteiro e se manifesta no
acesso aos direitos, mas sobretudo no acesso a oportunidades, determinando um
local aos desiguais com base nas questões econômicas, gênero, cor, crença ou
grupo social.

Essas pessoas menos favorecidas são limitadas ao seu status social e


seus direitos básicos são negligenciados, como o acesso à saúde de qualidade,
direito a propriedade, boas condições de transporte e locomoção, direito à moradia,
acesso à educação e entre outros fatores que asseguram uma vida digna de ser
vivida. Assim, podemos afirmar que a meritocracia é um mito, pois não há a
possibilidade de uma classe social alcançar feitos por meio do mérito se há uma
classe que não consegue ter as mesmas oportunidades.

Ela pode ser medida através da renda, onde a média dos mais ricos são
comparadas a média dos mais pobres, através do IDH, da escolarização, do acesso
à cultura e por meio do acesso aos serviços básicos, como saúde, segurança,
saneamento e entre outros.

Em relação a idade temos o etarismo, que é a discriminação e/ou


preconceito por idade praticado contra indivíduos ou grupos etários com base em
estereótipos, que em grande maioria são capacitistas.

Esse tipo de preconceito também pode ser chamado de idadismo ou


ageísmo (palavra derivada da língua inglesa, a partir de uma palavra utilizada para
mencionar esse tipo de preconceito, “ageism”), essa palavra em específico foi criada
em 1969, por um médico que se dedicou ao estudo do preconceito contra idosos, o
mesmo se chamava Robert Butler.
4
Ela afeta jovens, mas em sua maioria é destinado à idosos, por meio
das mais diversas situações cotidianas, como no ambiente profissional, familiar e até
mesmo na área da saúde, um exemplo é a desconsideração da opinião de alguma
pessoa por considerá-la muito jovem ou muito velha, que acontece muitas vezes em
ambientes familiares, entre pais e filhos, por exemplo.

O idadismo pode causar diversos danos psicológicos, como o sentimento


de invalidade, exclusão e isolamento por parte dos mesmos, acarretando doenças
como ansiedade e depressão.

Há também preconceito em relação a orientação sexual, como a


homofobia, o termo homofobia tem sido utilizado para conceituar a hostilidade,
intolerância e desprezo a qualquer tipo de orientação e identidade sexual diferente
da heterossexual. (ONU, 2007). Do grego, a palavra homofobia é formada pelos
termos “homo” (semelhante, o mesmo, igual, comum) e “fobia” (medo, aversão), que
significa aversão às relações semelhantes, em outras palavras, a homofobia diz
respeito ao repudio às pessoas do mesmo sexo que mantem relações românticas e
sexuais.

Nos anos 1970, o autor e psicólogo judeu-americano George Weinberg


utilizou pela primeira vez o termo "homofobia" em seu livro Society and the Healthy
Homosexual (1972), no qual afirma: "Eu nunca consideraria um paciente saudável a
menos que ele superasse seu preconceito contra a homossexualidade", sugerindo
assim que as pessoas homofóbicas possuem problemas psicológicos. Ainda na
mesma obra propõe a retirada do termo “homossexualidade” da lista de doenças.

A homossexualidade foi retirada da lista de doenças mentais dos Estados


Unidos em 1973. A Organização Mundial de Saúde (OMS) fez o mesmo em 1990.
Este é tido como um grande marco, não só para a comunidade homossexual, mas
para toda sociedade.

Além de adversidades em relação a orientação sexual e idade, há


também o gênero. O machismo se trata de um comportamento evidente na opinião e
atitude que se opõe à igualdade de direitos entre os gêneros, fazendo com que o
gênero masculino seja favorecido em relação ao feminino. Acredita-se que a mulher
5
não pode ter os mesmos direitos de um homem, julgando-a como inferior em todos
os aspectos (físico, intelectual e social) e que ambos possuem papéis distintos,
porém, reforça que o papel designado ao homem é imprescindível, diferente do
papel da mulher.

Nesse viés, o machismo se categoriza como uma opressão, se


expressando em suas formas mais diversas na sociedade, como na economia,
política, artes e etc.

Desde os primórdios esse paradigma se faz presente e devido sua


normalização sucedeu-se ao longo dos anos, só passando a ser visto como um
problema nas últimas décadas, onde iniciaram-se protestos que lutam pela
igualdade de gênero nos âmbitos da sociedade até hoje.

Esse preconceito pode acarretar diversos problemas, como o feminicídio


e a violência doméstica, o primeiro é categorizado pelo assassinato de mulheres em
detrimento de seu gênero, sendo o mesmo motivado pela cultura misógina do
machismo, que coloca o homem em uma posição de superioridade, alimentada pelo
ambiente familiar e pelos meios de comunicação, que retrata a mulher de uma
maneira fragilizada e submissa ao homem, sem contar o modo como objetificam o
corpo feminino, representando-o como um objeto fabricado para pertencer e
satisfazer o homem. O segundo é muito comum nas mais diversas casas brasileiras,
não se importando com a classe social, cor ou raça, pois se manifesta de diferentes
modos, podendo ser uma agressão física, psicológica, moral, sexual ou até mesmo
patrimonial, esse se liga diretamente a cultura do patriarcado, comentado
anteriormente, pois cria um ambiente desigual dentro do lar, dando poderes, muitas
vezes absolutistas, na relação, qualificando, dessa forma, os diversos tipos de
desigualdade de gênero.

Na esfera pública, podemos observar a persistência da disparidade


salarial, com as mulheres ainda ganhando menos que os homens para o mesmo
trabalho, mesmo com qualificação e experiência equivalentes. Além disso, as
mulheres estão sub-representadas na política, ocupando menos cargos políticos que
os homens.

6
Na esfera privada, a divisão sexual do trabalho persiste, com as mulheres
ainda sendo responsáveis pela maior parte do trabalho doméstico e pelo cuidado
com os filhos, mesmo quando trabalham fora de casa. Além disso, os estereótipos
de gênero continuam presentes, pressionando meninas e mulheres a se
conformarem com padrões como serem cuidadosas, recatadas e frágeis, enquanto
os homens são encorajados a serem fortes, provedores e dominantes. A cultura do
estupro também persiste, culpabilizando a vítima pela violência sexual e
objetificando o corpo feminino.

É importante ressaltar que o patriarcado não é um sistema uniforme e se


manifesta de maneiras diferentes em diversas culturas e sociedades. No entanto, as
formas de opressão descritas acima são comuns a todas as sociedades patriarcais.

Para combater o patriarcado e construir uma sociedade mais justa e


igualitária, é fundamental promover a educação para a igualdade de gênero,
fortalecer o empoderamento feminino e implementar políticas públicas que
promovam a igualdade de gênero em todas as áreas da vida social. A luta contra o
patriarcado é responsabilidade de todos e todas.

Contudo, a discriminação não se limita a esses quesitos, há também o


racismo, que é um sistema de opressão que se baseia na crença de que existe uma
hierarquia entre as raças, com algumas sendo consideradas superiores a outras.
Essa crença, sem base científica, leva à discriminação e marginalização de grupos
específicos, geralmente baseados em características físicas como cor da pele,
textura do cabelo e traços faciais.

Ele se manifesta de diversas formas, desde atos individuais de


preconceito até desigualdades estruturais que beneficiam brancos e desfavorecem
negros e indígenas. Os impactos do racismo são multifacetados e afetam diversas
áreas da vida, como saúde, educação, segurança, justiça e diversos aspectos da
vida das pessoas e da sociedade como um todo.

Na educação o racismo se manifesta no bullying, que levam a traumas


psicológicos (baixa autoestima, depressão, ansiedade, entre outros) e falta de
oportunidades, ademais, na sociedade gera impasses como ocupações precárias e
menor renda. Também leva à violência física e simbólica, como maior taxa de
7
homicídios, encarceramento em massa e estereótipos na mídia, além disso, impacta
negativamente na saúde e no acesso à justiça para negros e indígenas.

O racismo apresenta-se desde ações individuais até estruturas sociais


que perpetuam desigualdades. No âmbito individual, o racismo se caracteriza por
atos de preconceito e discriminação direcionados a indivíduos, como ofensas
verbais e físicas, discriminação em ambientes públicos e privados, segregação
espacial e social, e negação de oportunidades de emprego, educação e moradia.

Já o racismo institucional se manifesta através de preconceitos


enraizados em instituições e sistemas sociais, como o sistema de justiça criminal
que encarcera negros e indígenas de forma desproporcional, o mercado de trabalho
que discrimina na seleção e remuneração, e o sistema educacional que perpetua
estereótipos raciais e marginaliza culturas afro-brasileiras e indígenas.

O racismo recreativo é o termo que define o racismo em forma de


recreação, brincadeira ou entretenimento, perpetuando estereótipos e a
discriminação racial. Esse preconceito visa ridicularizar e humilhar pessoas com
base no grupo racial, étnico e cultural de forma casual e cômica. Ele inclui piadas
racistas, festas e fantasias temáticas insensíveis, imitações e representações
estereotipadas na mídia, e outras formas de comportamento que menosprezam ou
marginalizam pessoas negras.

Há também o racismo estrutural, último tipo, se caracteriza por


desigualdades sistêmicas que beneficiam brancos e desfavorecem negros e
indígenas, como menor acesso à educação de qualidade, saúde, moradia e renda,
falta de representatividade política e social, e concentração de renda e poder nas
mãos de uma minoria branca.

Por fim, temos a xenofobia, um fenômeno enraizado na história da


humanidade. Tem origem nas antigas raízes gregas "xeno" e "phobos", que
significam estrangeiro e medo, respectivamente, a xenofobia representa a aversão
ao estrangeiro e ao diferente. Embora tenha suas origens na antiguidade, a
xenofobia persiste como um desafio global nos dias de hoje.

8
Manifestando-se de diversas formas em diferentes contextos sociais,
culturais e políticos, a xenofobia muitas vezes se associa a períodos de crise
econômica, conflitos políticos e mudanças sociais. Em muitos casos, indivíduos e
grupos são alvo de discriminação e hostilidade simplesmente por serem percebidos
como estrangeiros ou diferentes.
Diversas situações são causadas pela xenofobia, como por exemplo a
violência, tanto física quanto psicológica, podendo resultar em ferimentos, trauma
psicológico e até mesmo morte. Há também a segregação, limitando seu acesso a
oportunidades educacionais, de emprego e sociais, e assim causando danos a
integração social e gerando um impacto econômico, pois o preconceito pode afastar
renomados profissionais e prejudicar o turismo.

2. OS PROBLEMAS SOCIAIS
2.1. CAPACITISMO
O capacitismo possui raízes históricas profundas que remontam a séculos
passados, assim como os diversos problemas presentes em nossa sociedade. Sua
origem está vinculada à percepção de que a deficiência é uma condição indesejável,
e que as pessoas com deficiência são menos capazes ou menos dignas de respeito
e oportunidades do que aquelas sem deficiência.

Ao longo da história, as pessoas com deficiência foram frequentemente


vistas como "anormais" ou "inferiores", sendo alvo de discriminação, estigmatização
e marginalização. Em muitas sociedades antigas, as pessoas com deficiência eram
consideradas um castigo divino ou resultado de má sorte, o que contribuiu para sua
exclusão e isolamento.

Como exemplo, no século XIX e início do século XX, surgiram


movimentos eugênicos que defendiam a eliminação das pessoas com deficiência da
sociedade, eles se baseavam na crença de que a deficiência era hereditária e
poderia ser erradicada por meio da reprodução seletiva. Essas ideias influenciaram
políticas eugenistas em vários países, que resultaram em esterilizações forçadas,
segregação e até mesmo genocídio de pessoas com deficiência durante o regime
nazista na Alemanha.

9
Com a evolução da ciência moderna e da medicina, a deficiência passou
a ser vista mais como uma condição médica a ser tratada ou curada do que como
uma parte natural da diversidade humana. Contudo, apesar dos avanços
significativos na compreensão e no tratamento das pessoas com deficiência o
capacitismo ainda é muito presente em muitas sociedades, manifestando-se nas
mais diversas formas. Reconhecer a origem histórica do capacitismo é fundamental
para combatê-lo e promover uma sociedade mais inclusiva e justa para todos.

2.2. CORRUPÇÃO

As explicações para as origens da corrupção variam, mas há consenso de


que a desigualdade social é uma das principais causas da corrupção. Isto pode ser
visto no facto de que os países mais desiguais do mundo são aqueles com menores
incidências de corrupção, enquanto os países menos desiguais têm corrupção
sistémica na política e na sociedade.

De maneira geral a corrupção está presente nas organizações a partir do


princípio, pois desde a colonização houve diversas formas de corrupção e desvio de
recursos de maneira ilegal.

No Brasil, os primeiros registros de prática de ilegalidades se fazem


presentes na colonização portuguesa, quando funcionários públicos se envolviam no
comércio ilegal de produtos brasileiros, como o pau-brasil, tabaco e ouro, visando
benefícios pessoais prejudicando as leis vigentes. Essa situação marcou o padrão
de corrupção, que se manteve ao longo da história do país.

Durante o período da escravidão na agricultura, especialmente na


produção de açúcar, a corrupção era uma realidade marcante. Apesar da proibição
do tráfico de escravos em 1850, o governo brasileiro tolerava traficantes que
desrespeitavam essa lei em troca de vantagens econômicas e políticas. Esse
cenário reflete uma faceta da corrupção que visava a manutenção de interesses
particulares em detrimento da justiça e dos direitos humanos.

10
Desde a independência até os dias atuais, a corrupção tem sido um
problema persistente no Brasil, permeando todos os setores da sociedade. Políticos,
órgãos governamentais e instituições privadas muitas vezes se envolvem em
esquemas corruptos em busca de poder e enriquecimento ilícito. Esse
comportamento mina a confiança pública nas instituições e prejudica o
desenvolvimento econômico e social do país.

É importante ressaltar que a corrupção não se restringe apenas à esfera


política ou institucional. Qualquer indivíduo que busque benefícios pessoais sem
respeitar as leis e normas éticas pode ser considerado corrupto. O "jeitinho
brasileiro", que muitas vezes é usado para obter vantagens em situações cotidianas,
é um exemplo dessa mentalidade que perpetua a corrupção na sociedade brasileira.

Assim, a corrupção no Brasil é um problema complexo e enraizado, que


demanda não apenas medidas punitivas, mas também uma mudança cultural e
institucional para ser combatida de forma eficaz. É fundamental promover a
transparência, a educação cívica e o fortalecimento das instituições democráticas
para construir uma sociedade mais justa e íntegra.

2.3. DESIGUALDADE SOCIAL


Uma das principais causas da desigualdade é a concentração de dinheiro,
portanto, sua má distribuição. Como a “burguesia” concentra a maior parte das
riquezas, a outra parte da população, que é marginalizada, não tem outra escolha se
não dividir a quantia que lhe resta.

Além desse principal porquê, há também a má distribuição de poder, má


administração dos recursos (especialmente os públicos), a lógica de mercado do
sistema capitalista (quanto maior o lucro da empresa e de seu dono, melhor), falta
de investimento nas áreas sociais e a falta de oportunidade de trabalho. A junção
desses fatores gera a desigualdade desproporcional presente atualmente.

Entretanto, há também justificativas em relação a esse problema nos


séculos passados, pois a desigualdade não surgiu nos tempos atuais, ela está

11
presente desde o princípio, mas se intensificou por volta do século XIX, com o maior
avanço do capitalismo.

No século XVII, Jacques Bossuet defendia a ideia de que os reis


governavam pois tinham esse direito divino, assim, a existência da aristocracia e o
padrão de vida superior ao padrão enfrentado por outras classes (plebeus,
camponeses e servos) também eram justificados e resumidos a uma única causa
divina. Vale ressaltar que eram os impostos pagos pelos pobres que
proporcionavam o luxo exorbitante da aristocracia.

Em contrapartida temos Herbert Spencer, um sociólogo autor da teoria do


darwinismo social que acreditava em uma ideologia onde a desigualdade de
diferentes sociedades era explicada. Para ele, a carência que os povos do
continente sul enfrentavam se davam por seu baixo desenvolvimento intelectual e
genético, contrário dos brancos europeus que eram considerados superiores. Nota-
se que essa teoria é absurdamente racista e etnocêntrica, além de não explicar o
verdadeiro motivo para haver tanta miséria no continente citado.

O continente sul enfrentava e enfrenta tantas dificuldades por culpa da


exploração dos europeus no colonialismo e imperialismo. Ademais, os países que
atualmente manifestam os maiores índices de desigualdade social e carência são os
que foram explorados durante séculos, portanto a genética e intelecto de um povo
não justifica seus problemas sociais.

Por fim, Karl Marx, teórico do socialismo, também aponta a existência de


uma ideologia por trás do sistema capitalista, que tem em vista manter a exploração
da classe trabalhadora pela burguesia. Essa teoria está presente na “A ideologia
alemã”.

De acordo com ele, uma ideologia se trata de um conjunto de leis, ideias,


símbolos e normas existentes para prosseguir com a exploração do trabalhador pela
burguesia. Assim, os “agentes” da informação (sistema judiciário, educação e toda a
rede de produção concentrada nas mãos da burguesia) integrariam a estrutura
material de produção, a infraestrutura, e a superestrutura que preservaria a
ideologia, sendo isso o motivo dos trabalhadores continuarem aceitando ser
explorados.

12
Sua origem tem ligação desproporcional de força, uma vez que a
burguesia se mostra mais “forte” e dona dos meios de produção, e o proletariado se
apresenta como uma classe social mais “fraca”, não sendo dona nem de sua força
de trabalho, pois ela é apropriada pela burguesia.

Essa desigualdade se torna mais evidente nas fábricas inglesas no século


XIX, onde não havia direitos trabalhistas, forçando o proletariado a trabalhar até 16
horas diárias e ficar à mercê dos burgueses. Além disso o sistema era desigual, pois
uma pequena parcela da população dispunha de muito e a outra parte não contava
sequer com o básico.

Para solucionar o problema Karl desenvolveu o socialismo científico,


propondo a revolução do proletariado, que implantasse uma ditadura onde as
classes sociais se dissipariam por meio da socialização dos meios de produção,
dando fim a propriedade privada. Esse seria um estágio imperfeito do sistema
defendido por ele, pois ao longo do tempo se tornaria o comunismo, onde a
propriedade privada e as classes sociais seriam completamente extintas.

Assim, ao longo dos anos diversos sociólogos e teóricos tentaram explicar


a causa da desigualdade, contudo o culpado mais evidente é o modelo capitalista,
pois não há preocupação em relação ao proletariado, apenas ao lucro e acumulação
de riqueza, que ocorre por meio da exploração extrema dos cidadãos e meio
ambiente.

2.4. ETARISMO

O etarismo é um problema social de grande impacto e com raízes


complexas e diversas, portanto, sua origem não tem uma determinação exata, pois
foi algo que se moldou ao longo dos séculos, não se limitando à um evento ou época
específica, mas a uma série de fatores históricos, como a desvalorização do peso da
experiência, tanto nos setores profissionais, como nos familiares; a modernização e
a industrialização, que tiveram um grande impacto no abandono da mão de obra
idosa; alguns outros fatores que influenciaram no aumento da prática dessa
discriminação são: as mudanças nas estruturas familiares, pois, atualmente a idade
média dos pais aumentou, por conta de fatores políticos e sociais; a crescente do
13
estereótipo de que os jovens são irresponsáveis e imaturos e, portanto, não são
capazes de assumir as responsabilidades necessárias para determinados postos,
que se estendem da área profissional à área familiar.

O debate sobre o etarismo vem crescendo cada vez mais, com o passar
dos anos essa causa passou a ser levada mais a sério, virando até mesmo crime
segundo a Legislação Brasileira, que com o intuito de combater esse preconceito
que é comumente dirigido aos idosos, criou o Estatuto do Idoso, que tem como
finalidade regularizar os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou
superior a sessenta anos.

Um termo que se relaciona diretamente ao preconceito contra o idoso é a


velhofobia, que é uma variação do etarismo e se caracteriza pelo preconceito, o
medo e a rejeição pelo envelhecimento. Esse tipo de preconceito pode se manifestar
através de estereótipos negativos em relação ao envelhecimento, como o medo da
perda da capacidade física e cognitiva, a ideia de incapacidade, que infelizmente
sonda grande parte dos adultos mais velhos, assim como o medo da solidão e da
perda da independência.

O etarismo vem acompanhado de piadas, infantilização e exclusão e tem


como causas as mais diversas problemáticas, algumas delas em idosos são: o medo
do envelhecimento, alimentado pelas mídias sociais; o medo da obsolência
profissional, pois infelizmente a partir de uma certa idade os idosos deixam de
receber oportunidades no mercado de trabalho e muitos são demitidos por serem
considerados ineficientes e inferiores em relação aos mais jovens; e a associação do
envelhecimento com o declínio físico e mental, que é uma das principais causas do
etarismo presente na nossa sociedade.

Quando praticado contra jovens, se manifesta principalmente pelo


estereótipo de que a opinião deles só é validada a partir de uma certa idade, pois
eles ainda não têm maturidade suficiente para entender os assuntos debatidos pelos
“mais velhos”.

A principal forma de propagação do etarismo são os meios de


comunicação que os apresentam como seres que são incapazes de tomar decisões
14
próprias, retirando deles sua autonomia e subestimando sua capacidade de
julgamento e decisão, fatores esses que apenas aumentam a fobia pelo
envelhecimento que muitos adultos apresentam, ademais, o modo como muitos
jovens se dirigem aos mais velhos em programas televisivos, é um ótimo exemplo
de como os idosos são desrespeitados, por meio de palavras ofensivas, que vão de
ofensas à xingamentos que muitas vezes tem como intuito oprimir, e de como isso
vem sendo normalizado cada dia mais, por meio dos meios de comunicação, que
além de criarem diversos estereótipos sobre os idosos, também criam a ideia de que
os jovens são imaturos e incapazes de tomar decisões corretas sobre si mesmos,
através de representações exageradas e extremamente dramáticas das relações
juvenis.

Diante disso, fica claro o modo como esse tipo de ideologia prejudica
nossa sociedade de diversas formas, pois além de desvalorizarmos os idosos, que
são uma classe que durante muito tempo contribuiu para o desenvolvimento da
nossa sociedade, deixamos de lado todo o conhecimento e sabedoria retido por eles
com o passar dos anos, diminuindo também a autoestima deles, fatores que podem
levar a exclusão e isolamento de uma das maiores bases da nossa sociedade,
prejudicando o desenvolvimento físico e mental dos mesmos.

O etarismo também prejudica de diversas formas os personagens mais


jovens da nossa sociedade, aumentando a dificuldade de ingresso no mercado de
trabalho por serem discriminados, até mesmo durante os processos seletivos por
serem considerados muito jovens e inexperientes; diminuindo sua autoconfiança,
fazendo com que os mesmos duvidem de suas capacidades, o que influencia
diretamente no aumento das doenças mentais, como a ansiedade e a depressão,
além de que reprimimos jovens talentos que estão começando sua vida pessoal e
profissional, o que prejudica o desenvolvimento técnico, social e profissional da
sociedade, aumentando a taxa de desemprego, moradores de rua, entre outros.

2.5. HOMOFOBIA
Na civilização grega antiga, a homossexualidade era comum em alguns
aspectos da sociedade grega. Por exemplo, os soldados espartanos eram
15
encorajados a formar laços emocionais e físicos uns com os outros, acreditando-se
que isso fortalecia o vínculo entre os guerreiros e os tornava mais corajosos e leais
na batalha.

No entanto, é importante notar que a aceitação da homossexualidade na


Grécia Antiga não era universal. Embora fosse amplamente tolerada em certos
contextos, como o mencionado, havia também expectativas sociais em relação à
reprodução e à família que valorizavam a heterossexualidade. Além disso, as
mulheres eram frequentemente excluídas dessas práticas e não tinham a mesma
liberdade sexual que os homens.

Essa normalização de relações homoafeivas não são vistas atualmente, e


uma das principais causas da homofobia é a influência cultural e religiosa. Em
muitas culturas e religiões, a homossexualidade é considerada um desvio moral e
uma violação das normas sociais. O judaísmo e o cristianismo foram as principais
religiões responsáveis pela propagação da intolerância homossexual, as relações
que eram normalizadas nos tempos antigos (principalmente nas civilizações gregas
e romanas) passaram a ser julgadas como pecaminosas e profanas, pois no livro
sagrado dessas religiões tem-se diversas “passagens” que condenam as relações
homoafetivas, o que levou a inúmeras mortes e diversas torturas psicológicas e
físicas na época, como a castração.

A falta de educação e a ignorância também desempenham um papel


significativo na perpetuação da homofobia. A falta de compreensão sobre questões
relacionadas à orientação sexual e identidade de gênero pode levar a estereótipos
prejudiciais e atitudes discriminatórias, visto que as pessoas tendem a temer o
desconhecido. O medo do que é percebido como diferente pode levar à preconceito
contra pessoas homossexuais, portanto, se faz necessário a implementação de
conhecimento acerca de outras orientações sexuais na educação das pessoas
desde cedo.

A legislação discriminatória presente ainda em muitos países também


contribui para a perpetuação da homofobia. Em alguns lugares, as leis ainda
criminalizam a homossexualidade e negam direitos essenciais às pessoas com base
na sua orientação sexual, o que leva a homofobia ao nível institucional.
16
Considerando a exclusão dessas pessoas na sociedade, essa marginalização
confere ainda mais preconceito a elas.

Conclui-se, portanto, que as causas da homofobia estão ligadas


principalmente a influências culturais, religiosas, educacionais, políticas e sociais.

2.6. MACHISMO
Segundo o psicólogo Frederick Leong da Universidade de Michigan, a
palavra machismo surgiu no final do século XV na Península Ibérica e era utilizado
para descrever comportamentos associados à masculinidade, características como,
virilidade, dominância e força física, não necessariamente, de forma negativa, mas
sim uma distinção entre os comportamentos femininos e masculinos, antes disso, o
termo era utilizado de forma neutra pela população. Entretanto, foi apenas no século
XX, mais especificamente na década de 1960, quando os movimentos feministas e
as lutas pela igualdade de gênero se iniciaram e uma estudante das causas
feministas, Evelyn Paniagua Stevens, passou a utilizar o termo de forma pejorativa,
que o machismo recebeu seu novo significado perante a sociedade, associando-o a
desigualdade de gêneros, ao sexismo e à opressão das mulheres, sendo
popularmente empregado para criticar comportamentos que discriminam ou
inferiorizam as mulheres.

Conforme as ideias de Joan Scott, historiadora que a partir da perspectiva


da mulher, estuda a história, o patriarcado é uma forma de organização social onde
os homens são os patriarcas da comunidade, assim, as mulheres e os jovens são
seus subordinados. Essa caracterização ressalta a supremacia masculina e resume
a identidade feminina apenas ao papel de procriação, desvalorizando sua relevância
como ser humano.

O machismo se originou na Grécia e Roma Antiga, onde o líder e


autoridade máxima era o homem, como era o caso da comunidade viking em que o
valor das mulheres se baseava na quantidade de filhos homens que ela tinha,
enfatizando a maternidade como motivação da existência da mulher.

17
Contudo esse cenário não é exclusivo dos tempos antigos, apesar da
evolução na configuração familiar o patriarcado ainda é evidente em diversas
famílias e é normalizado. No Brasil, essa naturalização é vista principalmente no
emprego do termo “família tradicional brasileira”, onde o patriarcado se manifesta de
maneira exacerbada, seguindo as ideias antigas da história.

É difícil definir com exatidão onde surgiu o machismo por se tratar de um


tema que se manifesta nos mais diversos locais, tendo raízes complexas, se
moldando ao passar dos séculos e se tornando o que conhecemos hoje.

As causas do machismo são muito diversas, englobando desde a área


profissional até a área familiar e religiosa, pois, é muito comum vermos
discrepâncias exorbitantes nas divisões de tarefas entre homens e mulheres nos
ambientes familiares, onde as mulheres comumente assumem serviços relacionados
à manutenção da higiene e alimentação da família.

2.7. RACISMO
O racismo tem origens profundas e amplas, dificultando a identificação de
uma única causa específica. No entanto, é possível traçar sua evolução ao longo da
história e citar pensamentos que intensificaram esse preconceito.

Uma das origens remonta à Antiguidade, onde a ideia de superioridade de


certos grupos étnicos já era presente em algumas civilizações. Por exemplo, na
Grécia Antiga, os gregos consideravam-se superiores aos povos bárbaros.

O racismo moderno tem suas bases mais profundas no período da


colonização europeia a partir do século XV. Com a expansão marítima, os europeus
entraram em contato com povos de outras regiões do mundo, como africanos,
americanos nativos e asiáticos. Esses encontros frequentemente resultaram em
conflitos e na necessidade de justificar a exploração e subjugação desses povos.

Para legitimar a colonização e a escravidão, foram desenvolvidas teorias


pseudocientíficas que afirmavam a existência de diferenças biológicas e intelectuais
entre as raças, apontando a europeia como superior em relação as outras. Um
exemplo é o filósofo alemão Immanuel Kant, que defendia a ideia de que os
africanos eram naturalmente inferiores aos europeus.
18
No século XIX, cientistas europeus, principalmente médicos e
antropólogos, usaram seus conhecimentos para elaborar doutrinas raciais. Um dos
métodos utilizados por esses cientistas era medir o tamanho do crânio de indivíduos
de diferentes "raças". Os crânios maiores, que supostamente comportavam mais
massa cerebral, eram considerados indicativos de superioridade racial. Outro
método consistia em analisar os traços faciais, como nariz, lábios, orelhas e cor dos
olhos, para determinar o grau de "pureza racial" atingido por uma determinada raça
ao longo da evolução humana.

Muitos desses cientistas baseavam-se na teoria darwinista da seleção


natural e acreditavam que as mesmas leis aplicáveis à evolução dos seres vivos
eram também válidas para descrever uma hierarquia das civilizações, considerando
as mais fortes como sendo construídas por raças superiores. Dois dos maiores
representantes do cientificismo racista foram o francês Arthur Gobineau e o inglês
Houston S. Chamberlain.

Essas ideias foram amplamente difundidas e influenciaram diversas


áreas, incluindo a política, a economia e a religião. A escravidão africana, por
exemplo, foi justificada como um "fardo civilizacional" que os europeus estariam
assumindo para "educar" os africanos. Essa mentalidade colonialista e racista
perpetuou-se ao longo dos séculos, deixando marcas profundas na sociedade e nas
relações entre os povos.

Mesmo após a abolição da escravidão e o fim formal do colonialismo, o


racismo persistiu, muitas vezes de forma velada e institucionalizada. A luta contra o
racismo tornou-se, assim, uma batalha fundamental pelos direitos humanos e pela
igualdade, que continua a desafiar sociedades em todo o mundo até os dias atuais.
Esse desafio é visível, pois, os negros ocupam até hoje, cargos de submissão, que
se relacionam diretamente com os cargos da área da produção, que em sua maioria
são menos remunerados.

19
2.8. SEXISMO

O sexismo é uma forma de discriminação que afeta pessoas em todo


o mundo, deixando uma marca negativa na sociedade. Ele não se limita apenas a
discriminações óbvias, mas também inclui ideias e ações que privilegiam certos
indivíduos com base em seu sexo, gênero ou orientação sexual. Essa ideologia
prejudicial se baseia na crença infundada de que um gênero é superior ao outro, o
que não apenas perpetua estereótipos prejudiciais, mas também vai contra os
princípios de justiça e dignidade humana.

Ele se manifesta de várias maneiras, desde pequenas agressões até atos


de violência mais graves. Por exemplo, piadas depreciativas, comentários sexistas e
a objetificação do corpo humano são formas visíveis de como essa ideologia
prejudicial afeta nossa vida diária, moldando nossas percepções, limitando
oportunidades e perpetuando desigualdades.

No entanto, o sexismo não se limita apenas às relações entre homens e


mulheres. Ele também afeta pessoas de diferentes identidades de gênero e
orientações sexuais. Por exemplo, a misandria (ódio contra homens), a misoginia
(ódio contra mulheres), a homofobia (ódio contra pessoas homossexuais) e a
transfobia (ódio contra pessoas transgênero) estão todas intrinsecamente ligadas ao
sexismo. Todas essas formas de ódio e desprezo refletem a negação da igualdade e
dignidade de todos os seres humanos.

As consequências do sexismo são amplas e profundas, afetando todos os


setores da sociedade e prejudicando tanto indivíduos quanto a comunidade como
um todo. A negação de oportunidades e direitos com base no sexo ou gênero limita
o potencial de cada indivíduo, prejudicando a coesão social e impedindo o pleno
desenvolvimento de comunidades inteiras.

No entanto, apesar dos desafios que enfrentamos, é possível combater o


sexismo. Isso requer um esforço coletivo e constante, com dedicação para desafiar
e transformar as estruturas sociais e culturais que perpetuam essa forma de
discriminação. A educação desempenha um papel fundamental nesse processo,

20
capacitando as pessoas desde a infância a reconhecer e enfrentar o sexismo em
todas as suas formas, promovendo valores de igualdade, respeito e diversidade.

2.9. XENOFOBIA
As causas da xenofobia são complexas e multifacetadas, incluindo o
medo do desconhecido, competição por recursos e preconceitos enraizados. Líderes
políticos e grupos extremistas muitas vezes exploram esses sentimentos para
promover suas agendas ou consolidar o poder.
Combater a xenofobia requer uma abordagem abrangente que envolva
educação, conscientização e políticas inclusivas. Promover a compreensão
intercultural, celebrar a diversidade e promover o diálogo são passos fundamentais
para criar sociedades mais tolerantes e inclusivas.
É fundamental que governos, instituições e comunidades se unam para
enfrentar esse desafio, criando um ambiente onde o respeito mútuo e a aceitação da
diferença prevaleçam sobre o medo do estrangeiro. Somente através do esforço
conjunto poderemos construir um mundo mais acolhedor para todos
No Brasil, uma nação marcada pela diversidade cultural e pela história de
imigração, a xenofobia também encontra espaço, mesmo que em formas variadas.
Apesar da contribuição dos imigrantes para a construção de uma sociedade
multicultural, ainda enfrentamos casos de discriminação e hostilidade direcionados a
esses grupos, especialmente em momentos de crise.

3. CONCLUSÃO
Após o desenvolvimento do trabalho e a realização de inúmeras
pesquisas, os integrantes do grupo entenderam que no Brasil esses problemas
estão profundamente firmados em nossa sociedade.
Por exemplo, o capacitismo manifesta-se através de barreiras físicas que
impedem as pessoas de realizar algumas atividades de forma independente, falta de
educação e de emprego no mercado de trabalho para pessoas com deficiência.
Em particular, a corrupção no Brasil é um elemento abominável e está
ligado na formação cultural do nosso povo. Os colonos portugueses deram aos
índios espelhos para ganhar o seu apoio, esta seria uma forma de explorar

21
ilegalmente o poder intelectual de conseguir tudo de maneira fácil, essa corrupção
ainda pode ser vista atualmente de maneira nítida em nosso governo.
Em termos de desigualdade social, o Brasil é conhecido por sua alta
concentração de renda, com 1% da população mais rica detendo 28,3% da renda
total, o que o torna um dos países mais desiguais do mundo. Nas últimas décadas, o
país passou por mudanças significativas em termos de desigualdade, especialmente
em 2000.
O etarismo é uma realidade em alguns aspectos da vida dos idosos no
Brasil. No mercado de trabalho, as pessoas são frequentemente excluídas das
oportunidades de emprego devido a preconceitos e estereótipos negativos sobre a
sua idade. Proporcionando danos no psicológico desses indivíduos.
A homofobia pode ser vista socialmente de muitas maneiras diferentes.
Por exemplo, estrutural, secreto, interno; No Brasil, a homofobia ainda não é
considerada crime, mas é punida pelas leis raciais.
O machismo permeia a sociedade brasileira de forma profunda e
complexa e se manifesta em muitas áreas da vida cotidiana. O machismo tem suas
raízes na era colonial, caracterizada pela escravidão e pelo patriarcado. A cultura
machista existe há séculos, influenciada por fatores como a Igreja Católica, as
estruturas familiares tradicionais e a divisão sexual do trabalho.
O sexismo causa desigualdade salarial porque as mulheres ganham
menos do que os homens pelo mesmo trabalho. Isto, juntamente com os elevados
níveis de feminismo e os ataques às mulheres, leva à violência doméstica. Limites
da representação das mulheres na política. Isto reforça os estereótipos de género e
limita as oportunidades para homens e mulheres. Perpetua a cultura do estupro,
culpa a vítima e cria medo e ansiedade.
A xenofobia, caracterizada pelo ódio a pessoas de outras culturas ou
nacionalidades, é um problema premente no Brasil, apesar da tendência do país de
projetar uma imagem amigável. Isto assume diversas formas, desde comentários
preconceituosos até atos de violência, e tem um impacto negativo na vida de
imigrantes, refugiados e brasileiros de outras regiões.
O racismo tem impulsionado a desigualdade racial no Brasil desde os
tempos coloniais, com negros e indígenas com pior desempenho nos indicadores
sociais. Isto levou à violência racial com muitos assassinatos e agressões contra

22
esta população. Limita a representação política dos povos negros e indígenas. Isto
limita as opções de todos, reforçando estereótipos raciais. Isto manifesta-se na
discriminação contínua nas instituições estatais e privadas.

Conclui-se, portanto, que o pior tipo de problema social é o racismo, pois


por envolver julgamentos e pré-conceitos em relação a cor de pele, crenças e
ancestralidade, não há uma solução exata para exterminar o problema, uma vez que
a penalidade por meio da Lei e a conscientização, construída durante anos, não foi e
continua não sendo o suficiente para que tal problema seja resolvido.

Claramente, assim como o racismo, diversos problemas sociais se


manifestam até os dias atuais e impactam nossa sociedade, contudo, diferente do
racismo todos possuem uma solução e com a ajuda das organizações legislativas há
a possibilidade de exterminá-los. (Achei esse parágrafo estranho)

Utilizando a desigualdade social como exemplificação, um modelo notório


que visa solucionar o problema é o de Karl Marx citado no desenvolvimento do
trabalho, todavia há diversas teorias para uma sociedade mais equitativa que não
foram postas em prática por culpa do nosso sistema e da ganância dos indivíduos
responsáveis por gerenciar nossa sociedade.

Nesse contexto, essa argumentação poderia ser um contraponto em


relação a nossa opinião, pois apesar de haver solução para todos os problemas
nenhum até o momento foi resolvido e todos afetam os mais diversos grupos sociais.
Entretanto, haveria mais justiça e equidade com a união de nossa sociedade em
função dessa causa, pois problemas como corrupção e desigualdade, que abrangem
o Estado, podem ser solucionados com a mudança dos indivíduos responsáveis por
esse âmbito, por meio de eleições ou até mesmo impeachment. Há também a
possibilidade da inclusão desse tema dentro das instituições educacionais, criando
senso crítico, e apesar desse assunto já ser abordado em matérias como sociologia,
com o novo ensino médio a educação adequada e a aprendizagem plena sobre é
questionável.

Mas apesar de todas essas questões eles representam problemas


solucionáveis, uma vez que todas as “respostas” hipotéticas são viáveis.
23
Em relação a preconceitos como homofobia, xenofobia, machismo,
etarismo, sexismo e entre outros, o racismo se destaca pois apesar de todas as
adversidades terem relação com o ser humano e sua essência inalterável, a
conscientização deles vem gerando resultados notórios ao decorrer dos anos.
Diferenciando-se da discriminação racial.

De fato, não há uma solução definida para eles, mas o mundo vem se
transformando e a exterminação dessas diferentes adversidades se torna cada vez
mais nítida. Todos os problemas citados vêm diminuindo gradativamente, a
conscientização vem aumentando e contribuindo com essas causas, principalmente
com as novas formas de lidar com essas questões, gerando um ambiente menos
hostil para os indivíduos desses grupos sociais.

Ao realizar uma comparação, podemos categorizar como “semelhantes”


ao racismo o machismo, o etarismo e o capacitismo, uma vez que todos se tratam
de preconceitos físicos e visíveis, diferenciando-se da homofobia, por exemplo, que
se refere a algo afetivo. Por se tratar de uma característica nítida é impossível
disfarçá-la, e embora seja mais difícil lidar com o preconceito no cotidiano, o respeito
e a empatia em relação aos indivíduos dessas comunidades vêm crescendo de
maneira significativa, mulheres e PCD’s vem conquistando seus lugares por direito,
provando sua força e refutando ideias antigas; idosos e jovens estão no processo da
compreensão do ponto de vista de ambos e os homossexuais alcançam cada vez
mais seu direito de amar publicamente, sem medo.

Em relação ao racismo, é inegável a evolução da sociedade nesse


quesito, afinal, desde o século XV até os dias atuais há melhoras evidentes, o fim da
escravidão é um exemplo notório de nosso progresso. Contudo, apesar de sua
finalização e melhorias em relação a antipatia, os negros continuam com suas
correntes, impedindo-os de prosperar juntamente de toda a população. As amarras
atuais são invisíveis no físico, mas extremamente nítidas em nossa sociedade.

Assim, após diversas argumentações, o pressuposto principal que nos


leva a ter uma conclusão relacionado ao pior problema social e este ser o racismo é
a falta de atitude do Estado para interferir de maneira eficaz contra essa
adversidade, normalizando-a de uma maneira absurda, e a falta de reação de uma
24
parcela da própria população, que se mostra indiferente a toda essa questão, não
propondo soluções e não contribuindo para que tal sequer exista.

Nota-se também como essa questão é extremamente enraizada em


nossa sociedade, além de ser injusta e, de certa maneira, normalizada. A falta de
consciência de inúmeras pessoas vinculado a esse paradigma é tanta que pode ser
considerada triste, pois uma sociedade repleta de indivíduos que não se cuidam e
apoiam reflete nosso retrocesso como seres humanos.

Assim, a desconstrução completa do pensamento racista, presente de


maneira global, levará tempo, e pode ser um pensamento utópico, por se apresentar
de maneira contínua durante séculos e não haver uma finalização apesar dos
esforços para tal.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PORFíRIO, Francisco. "Desigualdade social". Brasil escola, 2019.


Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/desigualdade-social.htm.
Acesso em: 17 de março de 2024.

MERELES, Carla. Desigualdade social: um problema sistêmico e urgente.


Politize, 2017. Disponível em: https://www.politize.com.br/desigualdade-social/.
Acesso em: 17 de março de 2024.

MATÉRIA, Equipe. Homofobia. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em:


https://www.todamateria.com.br/homofobia/. Acesso em: 17 mar. 2024

BLUME, Bruno André. O que é homofobia? Politize, 2016. Disponível em:


https://www.politize.com.br/homofobia-o-que-e/. Acesso em: 17 mar. 2024.

UCHOA, Pablo. É possível curar a homofobia? BBC News, 2018.


Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-45624418. Acesso em: 18
mar. 2024.

25
MOYA, Isabela. Machismo: você entende mesmo o que significa? Politize
2019. Disponível em: https://www.politize.com.br/o-que-e-machismo/. Acesso em: 18
mar. 2024.

Tudo sobre sexismo: o que é e como combater. Sami Saúde 2022.


Disponível em: https://blog.samisaude.com.br/o-que-e-sexismo/. Acesso em: 21 mar.
2024.

O que é sexismo - Terminologia e situações sexistas (umcomo.com.br)

AVELINO, Iara. Sexismo: o que é. Dicas de Mulher, 2022.Disponível em:


https://www.dicasdemulher.com.br/sexismo/. Acesso em: 19 mar. 2024.

SILVA, Daniel Neves. "Xenofobia"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/xenofobia.htm. Acesso em 19 de março de
2024.

PORFíRIO, Francisco. "Etnocentrismo"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/etnocentrismo.htm. Acesso em 19 de
março de 2024.

SILVA, Daniel Neves. "Etarismo"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/etarismo.htm. Acesso em 19 de março de
2024.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA.


“Etarismo, o preconceito contra os idosos”; Disponível em:
https://sbgg.org.br/etarismo-o-preconceito-contra-os-idosos/. Acesso em 17 de
março de 2024.

BORGES, Eliza de Oliveira. Você sabe o que é etarismo? Disponível em:


https://geriatriagoiania.com.br/voce-sabe-o-que-e-etarismo/#:~:text=Etarismo
%20%C3%A9%20a%20discrimina%C3%A7%C3%A3o%20contra,infantiliza
%C3%A7%C3%A3o%20e%20atitudes%20de%20exclus%C3%A3o.. Acesso em: 17
mar. 2024.

26
https://www.unimedcampinas.com.br/blog/viver-com-saude/capacitismo-o-
que-e-e-expressoes-que-devem-ser-excluidas-do-vocabulario-#:~:text=Essa
%20forma%20de%20discrimina%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A9,dignas%20de
%20respeito%20e%20oportunidades.

QUEIROZ, Moral. Como começou a corrupção no Brasil. 2018.


Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/artigos/como-comecou-a-corrupcao-no-
nosso-pais/524237643. Acesso em: 19 mar. 2024.

https://escolakids.uol.com.br/historia/racismo.htm

27

Você também pode gostar