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CAMP-VR

CÍRCULO DE AMIGOS DO MENOR


PATRULHEIRO DE VOLTA REDONDA

APOSTILA CURSO DE
APRENDIZAGEM AUXILIAR
ADMINISTRATIVO

1
Unidade 1

Quem é o assistente administrativo hoje?

Os conhecimentos que os trabalhadores vão adquirindo ao longo e suas trajetórias


de formação e de vida, ou seja, aquilo que aprendem com a prática cotidiana,
dentro e fora do trabalho, ou em cursos de formação profissional, são
importantíssimos para o desenvolvimento da carreira e para que consigam um bom
emprego.

Antes de começarmos a observar cada um dos aspectos da ocupação de assistente


administrativo, vamos olhar para seus conhecimentos atuais. Afinal, você já tem
conhecimentos, experiências e percepções que podem ser úteis no dia a dia dessa
ocupação. Nossa proposta é identificar esses itens, por duas razões. A primeira
delas é que há muitas coisas que já fizemos (ou ainda fazemos) e não valorizamos.
Certamente você possui saberes adquiridos durante a vida, por meio de
experiências e aprendizagens obtidas na escola ou fora dela.

A segunda razão para identificar seus conhecimentos e experiências é que isso vai
permitir a você e seus colegas compartilharem saberes. Um ajudará o outro a
reconhecer e a extrair, das vivências individuais, saberes que podem ser úteis para a
ocupação que estão buscando.

Aprender a ouvir é um grande começo. Essa é uma característica


importante (e valorizada) quando buscamos uma ocupação na qual
precisamos lidar com pessoas diferentes o tempo todo.

2
Atividade 1
Sua história de vida
1. Escolha alguém da classe – de preferência, uma pessoa que ainda não
conheça bem – para formar uma dupla com você. Um de vocês conta sobre
sua vida enquanto o outro anota o que achar importante. Depois, vocês vão
trocar de posição. Não deixem nenhum detalhe de fora.
2. Vocês devem falar sobre seus estudos, trabalhos e bicos; o que fazem no dia a
dia (seus hábitos cotidianos); do que gostam de fazer para se divertir e
relaxar; o que sabem fazer em casa; o que aprenderam um dia, mas hoje não
sabem mais fazer etc. Falem também sobre como vocês são: do que gostam e
não gostam; se são organizados, dorminhocos, falantes etc.
3. Vocês terão cerca de 40 minutos para essa parte da atividade. Cada um da
dupla poderá falar durante 20 minutos, mais ou menos, sem ser interrompido
pelo outro (a menos que seja para esclarecer dúvidas).

Lembre-se de que existem conhecimentos:

• de tipos diferentes – relacionados à comunicação (fala e escrita), aos números, aos


esportes, às habilidades manuais etc.;

• que aprendemos em lugares diferentes – na escola, no trabalho, na vizinhança, na


reunião da associação de bairro etc.;

• que aprendemos de maneiras diversas – olhando os outros fazendo (ou seja, pelo
exemplo), lendo, exercitando etc.

2. Agora, que tal organizar todas essas informações, fazendo uma lista dos seus
conhecimentos?

Vocês farão isso em dupla, tendo como base a conversa e as anotações efetuadas
pelo colega na questão anterior. No entanto, cada um deve escrever no próprio
caderno o que descobriu (ou já sabia) sobre si mesmo. Você pode se basear no
modelo apresentado a seguir.

Meus estudos Exemplo Minhas características


Até que ano estudei Estudei até o 5o
3
ano (parei em 1999)
Cursos de qualificação que Nenhum.
fiz
Conhecimentos Trabalhei no setor de
relacionados às minhas estoque de um
experiências de trabalho supermercado.
Conhecimentos Gosto bastante de
relacionados ao meu conversar.
jeito de ser e agir Tenho facilidade para
organizar as contas de
casa.
Outras coisas que sei ou Sei jogar bola e desenho
aprendi bem.

Atividade 2
O que eu sei sobre a ocupação de assistente administrativo?

Pense no que você sabe sobre ser assistente administrativo e anote suas respostas
nos

espaços a seguir.

1. O que um assistente administrativo faz?

2. Quais os conhecimentos necessários para ser um profissional dessa área?

Classificação Brasileira de Ocupações


O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) produz um documento chamado
Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), que busca expressar e definir as
ocupações existentes em todo o País, não apenas no Estado de São Paulo. Ele
descreve mais de 2 mil ocupações e diz o que é preciso para exercê-las: a
escolaridade necessária, o que cada profissional deve fazer, onde pode atuar etc.
4
Entre as informações que constam desse documento, existe um grupo que nos
interessa definir neste momento: quem é o assistente administrativo hoje.

A CBO organiza as ocupações em “famílias”. A família ocupacional do assistente


administrativo é a de código 4110, denominada como “Agentes, assistentes e
auxiliares administrativos”, na qual encontramos a definição do que faz e do que
deve saber fazer um trabalhador que pretende exercer essa ocupação.

Para o assistente administrativo, a CBO traz alguns sinônimos de como a ocupação


pode ser conhecida; essa diferenciação de nomenclatura pode acontecer por
diversas razões: seja porque a ocupação é conhecida por nomes variados, seja
porque pode ter um nome diferente de acordo com a cultura local de muitos
Estados e municípios em todo o Brasil.

Vejamos quais são, então, os sinônimos dados para o assistente administrativo na


descrição da CBO:

• agente administrativo;

• assistente administrativo sindical;

• assistente de compras;

• assistente de escritório;

• assistente técnico – no serviço público.

Por se tratar de uma “família ocupacional”, encontramos nesse grupo não apenas a
ocupação de assistente administrativo, mas também nove outras que têm afinidade
e atividades em comum com a de assistente administrativo. São elas, com seus
respectivos sinônimos:

1. auxiliar de escritório: auxiliar administrativo, auxiliar de compras, escriturário;

2. atendente de judiciário;

3. auxiliar de judiciário;

4. auxiliar de cartório;

5. auxiliar de pessoal: apontador de cartões de ponto;

6. auxiliar de estatística: controlador de estatística;

5
7. auxiliar de seguros: auxiliar técnico de seguros;

8. auxiliar de serviços de importação e exportação: auxiliar de tráfego de exportação


e importação, conferente de documentação de importação e exportação,
conferente de exportação;

9. agente de microcrédito: agente de microfinanças, assessor de microcrédito,


assessor de microfinanças, coordenador de microcrédito.

A descrição resumida (sumária), feita pela CBO, sobre o que fazem esses
trabalhadores é a seguinte:

Executam serviços de apoio nas áreas de recursos humanos, administração, finanças


e logística; atendem fornecedores e clientes, fornecendo e recebendo informações
sobre produtos e serviços; tratam de documentos variados, cumprindo todo o
procedimento necessário referente aos mesmos [...].

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego.


Classificação Brasileira de Ocupações (CBO).

Disponível em: <http://www.mtecbo.gov.br>.

Você sabia?
A descrição para cada ocupação da CBO é feita pelos próprios trabalhadores. Dessa
forma, temos a garantia de que as informações vêm de quem atua no ramo e,
portanto, conhece bem a ocupação.

Atividade 3
Os conhecimentos previstos na CBO e os seus próprios
conhecimentos
6
No quadro a seguir, estão descritas as atividades que o assistente administrativo
pode realizar em seu cotidiano de trabalho, de acordo com a descrição feita pelos
profissionais que participaram da CBO, e que pode variar conforme o ramo de
atividade da empresa e os departamentos em que é possível trabalhar.

Leitura em voz alta, de cada um dos itens a seguir e as áreas de atividades que lhes
são correspondentes. Acompanhe atentamente essa leitura e, enquanto estiver
ouvindo, aproveite para assinalar ao lado de cada uma das atividades umas das
opções seguintes:

• aquelas que você já sabe fazer;

• as que sabem mais ou menos, ou seja, aquelas cujo conhecimento você precisa
aprimorar;

• as que não sabe fazer ou, mesmo, a respeito das quais nunca ouviu falar.

Tratar documentos Conhecimentos Conhecimentos Conhecimentos


que tenho que preciso que não tenho
aprimorar
Registrar a entrada e
saída de documentos

Conferir notas fiscais,


faturas de pagamentos e
boletos

Triar documentos

Distribuir documentos

Conferir dados
e datas

Verificar documentos

Identificar
irregularidades nos
documentos

7
Tratar documentos Conhecimentos Conhecimentos Conhecimentos
que tenho que preciso que não tenho
aprimorar
Localizar documentos

Atualizar informações

Solicitar cópias de
documentos

Receber documentos

Formatar documentos

Submeter pareceres

Arquivar documentos

Localizar documentos

Atualizar informações

Receber documentos

Tratar documentos Conhecimentos Conhecimentos Conhecimentos


que tenho que preciso que não tenho
aprimorar
Preencher documentos

Digitar notas e
lançamentos contábeis

Preencher ficha de
Movimentação de
pessoal

Preparar relatórios, Conhecimentos Conhecimentos Conhecimentos


formulários e planilhas que tenho que preciso que não tenho
aprimorar
Coletar dados

Elaborar planilhas
de cálculo
8
Elaborar
organogramas,
fluxogramas e
cronogramas

Efetuar cálculos

Requisitar
pagamentos

Conferir cálculos

Redigir atas

Colher assinaturas

Acompanhar processos Conhecimentos Conhecimentos que Conhecimentos


administrativos que tenho preciso aprimorar que não tenho
Verificar prazos
estabelecidos

Localizar processos
administrativos

Acompanhar processos
administrativos

Encaminhar
protocolos internos

Acompanhar andamento
de pedidos

Expedir ofícios e
Memorandos

Solicitar informações
Cadastrais

Atualizar cadastros

9
Atualizar dados de
Planejamento

Acompanhar
organogramas,
fluxogramas e
cronogramas

Atender clientes Conhecimentos Conhecimentos que Conhecimentos


e/ou fornecedores que tenho preciso aprimorar que não tenho
Registrar reclamações
dos clientes
Receber clientes e/ou
Fornecedores
Identificar perfil dos
clientes e/ou
fornecedores
Esclarecer dúvidas
Solicitar documentos
Coletar referências
Pessoais

Executar rotinas de Conhecimentos Conhecimentos Conhecimentos


apoio na área de que tenho que preciso que não tenho
recursos humanos aprimorar
Dar suporte
administrativo à área
de treinamento
Atualizar dados dos
Funcionários

Auxiliar no controle
de pessoal
(afastamento, férias,
horas extras...)

Prestar apoio logístico Conhecimentos Conhecimentos Conhecimentos


que tenho que preciso que não tenho
aprimorar
Controlar material de
expediente

Levantar a necessidade
de material
10
Prestar apoio logístico

Solicitar compra
de material

Conferir material
Solicitado

Providenciar devolução
de material fora de
especificação

Distribuir material de
Expediente

Requisitar materiais

O que mais diz a CBO


São ainda contemplados na CBO conhecimentos relacionados:

• à escolarização formal e à formação profissional dos trabalhadores, por meio de


cursos e/ou de experiências de trabalho;

• a atitudes pessoais que interferem no desempenho profissional.

11
Atividade 4
Mais informações da CBO
Escolarização e Sim Não Cursando
formação/experiência
profissional
Ensino Médio
Completo

Treinamentos e
cursos

Curso de idiomas

Atitudes pessoais Conhecimentos Conhecimentos Conhecimentos


que tenho que preciso que não tenho
aprimorar
Demonstrar
iniciativa

Trabalhar em equipe

Demonstrar
Flexibilidade

Atitudes pessoais Conhecimentos Conhecimentos Conhecimentos


que tenho que preciso que não tenho
aprimorar
Demonstrar
capacidade de
adaptação de
linguagem

Demonstrar
capacidade de
negociação
12
Demonstrar
capacidade de
empatia

Demonstrar
capacidade de
observação

Demonstrar
persistência
Demonstrar
facilidade
de comunicação

Transmitir
Credibilidade

Contornar situações
Adversas

Demonstrar
Criatividade

Demonstrar
Autocontrole

Demonstrar
capacidade de
organização

Algumas questões relevantes relacionadas ao exercício da


ocupação

13
Lei Antifumo
A primeira delas está relacionada a uma questão de saúde: a proibição do fumo em
ambientes fechados.

Para compreender melhor o que essa lei significa para os trabalhadores que atuam
em ambientes fechados, antes temos de falar um pouco sobre o tema saúde.

Observe a definição de saúde utilizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária


(ANVISA):

A Organização Mundial da Saúde – OMS define saúde como “o completo estado de


bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de enfermidade”.
Tal conceito tem uma profunda relação com o desenvolvimento e expressa a
associação entre qualidade de vida e saúde da população. A saúde, nesse sentido, é
resultado de um processo de produção social e sofre influência de condições de vida
adequadas de bens e serviços.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)

A ANVISA na redução à exposição involuntária à fumaça do tabaco. Brasília:


ANVISA, 2009. p. 4. Disponível em:

<http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/Anvisa+Portal/Anvisa/Inicio/Derivados+d
o+Tabaco/

Durante muitas décadas, enquanto o hábito de fumar era permitido em ambientes


fechados, como empresas e lojas, os trabalhadores desses locais ficavam expostos à
inalação dessa fumaça. As pessoas que inalam fumaça mesmo sem tragar são
denominadas “fumantes passivas”.

É comprovado que os fumantes passivos também são atingidos pelo mal que a
fumaça do tabaco provoca na saúde.

Segundo informações da Anvisa:

Quando o cigarro é aceso, somente uma parte da fumaça é tragada pelo fumante, e
cerca de 2/3 da fumaça gerada pela queima é lançada no ambiente, através da
ponta acesa do produto (cigarro, charuto, cigarrilhas e outros).

14
Essa fumaça, denominada corrente secundária, somada à fumaça exalada pelo
fumante, forma, em ambientes fechados, a Fumaça Ambiental do Tabaco (FAT) ou
Poluição Tabagística Ambiental (PTA).

Os trabalhadores expostos a essas condições, como aqueles que trabalham em


espaços fechados, como escritórios, têm, segundo estudos, um risco entre 300% e
400% maior de contaminação do que qualquer outra categoria ocupacional.
Tendo em vista toda essa questão, que é de saúde pública, diversos Estados e
municípios se mobilizaram no sentido de aprovar leis que proibissem o fumo em
ambientes fechados.

Lei Antifumo nº 12.546/2011.


Além da proibição de fumar nos locais totalmente fechados, em todo o país, agora
também impede o fumo nos locais parcialmente fechados em qualquer um de seus
lados por uma parede, divisória, teto ou toldo. E nada de fumódromos. A lei vale
também para áreas comuns de condomínios e clubes.

Atividade 5
Alguns impactos da Lei Antifumo

Leia a reportagem a seguir, que discutas a regulamentação da Lei Antifumo em


âmbito federal.

Lei Antifumo passa a valer a partir desta quarta (3) por Portal Brasil
Publicado: 03/12/2014 09h08
15
Regulamentação proíbe fumar em ambientes fechados de todo o País.

Antes da lei federal, oito estados já tinham normas próprias. A partir desta quarta-
feira (3), passa a valer em todo o País a chamada Lei Antifumo, que proíbe, entre
outras coisas, fumar em ambientes fechados públicos e privados.

Aprovada em 2011, mas regulamentada em 2014, a Lei 12.546 proíbe o ato de


fumar cigarrilhas, charutos, cachimbos, narguilés e outros produtos em locais de uso
coletivo, públicos ou privados, como halls e corredores de condomínios,
restaurantes e clubes – mesmo que o ambiente esteja parcialmente fechado por
uma parede, divisória, teto ou toldo.

Antes da regulamentação oito estados brasileiros já contavam com leis próprias


sobre o tema. São eles: São Paulo, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Amazonas,
Mato Grosso, Paraíba e Paraná. Entretanto, com a decisão, o que passará a valer
sobre a matéria é a nova lei federal, que deverá influenciar os hábitos de 11% da
população brasileira, composta por fumantes.

Nas Américas, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), 16 países já


estabeleceram ambientes livres de fumo em todos os locais públicos fechados e de
trabalho: a Argentina, Barbados, o Canadá, Chile, a Colômbia, Costa Rica, o Equador,
a Guatemala, Honduras, a Jamaica, o Panamá, Peru, Suriname, Trinidad e Tobago, o
Uruguai e a Venezuela.

A lei ainda extingue os fumódromos e acaba com a possibilidade de propaganda


comercial de cigarros, mesmo nos pontos de venda, onde era permitida publicidade
em displays. Em caso de desrespeito à norma, os estabelecimentos comerciais
podem ser multados e até perder a licença de funcionamento.

Fica liberada apenas a exposição dos produtos, acompanhada por mensagens sobre
os males provocados pelo fumo.

Além disso, os fabricantes terão que aumentar no próprio produto os espaços para
avisos sobre os danos causados pelo tabaco. Pela nova regra, a mensagem deverá
ocupar 100% da face posterior das embalagens e de uma de suas laterais.

Você sabia?

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Existe um órgão público para fiscalizar e normatizar todos os setores relacionados a
produtos e serviços que possam afetar a saúde da população brasileira. A Anvisa,
vinculada ao Ministério da Saúde, atua também na área de alimentos: coordena,
supervisiona e controla as atividades de registro, informações e inspeção, controle
de riscos e estabelecimento de normas e padrões. O objetivo é garantir as ações de
vigilância sanitária de alimentos, bebidas, águas envasadas, seus insumos, suas
embalagens, aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia, limites de
contaminantes e resíduos de medicamentos veterinários. Essa atuação é
compartilhada com outros ministérios, como o da Agricultura, Pecuária e
abastecimento, e com os Estados e municípios que integram o Sistema Nacional de
Vigilância Sanitária.

Saiba mais sobre esse órgão acessando o site da Anvisa.

Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br>.

Onde pode fumar?


Será permitido fumar em casa, em áreas ao ar livre, parques, praças, áreas abertas
de estádios de futebol, vias públicas e tabacarias, que devem ser voltadas
especificamente para esse fim.

Entre as exceções estão também cultos religiosos, onde os fiéis poderão fumar caso
faça parte do ritual.

Você sabia?
O cigarro é composto por cerca de 400 substâncias, das quais aproximadamente 200
são tóxicas. Dentre as substâncias tóxicas, 40 são cancerígenas, ou seja, podem
provocar o aparecimento de câncer.

Opiniões

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Entre os frequentadores de bares e restaurantes, a lei não é unanimidade. A
estudante Fábia Oliveira, 18 anos, disse ser a favor de leis mais rigorosas contra
quem fuma em ambientes fechados.

“É um desrespeito com quem não gosta de cigarro. A pessoa que fuma prejudica
todos que estão à sua volta. Você acaba se prejudicando, contra a sua vontade, pela
escolha dos outros. Ninguém é obrigado a sentir o cheiro de cigarro”, acrescentou.

O supervisor Diego Passos, 31 anos, é contra a lei e acredita que a norma não surtirá
efeito.

“Quem fuma dentro de um bar, por exemplo, vai continuar fumando. Não poderei ir
a uma boate, a um bar porque fumo? Nenhuma lei é capaz de fazer uma pessoa
parar de fumar. Além do mais, não há fiscalização”, disse.

Finalizando a leitura do texto acima, comente os pontos positivos da Lei Antifumo e


se os negativos se os tiver.

Assédio moral e assédio sexual: Você já ouviu falar?


Neste tópico discutiremos as condições de trabalho que nem sempre são visíveis,
mas podem causar danos à saúde e à integridade do empregado.

Nos períodos difíceis da economia, os trabalhadores amargam forte aumento dos


níveis de desemprego e, com isso, a situação de temor aumenta na mesma
proporção. Se não há emprego para todos, as empresas podem passar a cobrar mais
dos empregados: novas atitudes, novos comportamentos, grau de escolaridade mais
elevado etc. Esse clima de medo em relação à perda do emprego pode gerar um
sentimento de insegurança entre os trabalhadores .

Compreender as situações de trabalho, como ele é organizado e qual é a autonomia


de cada trabalhador para resolver determinadas situações ajuda a não agravar a
angústia das pessoas envolvidas.

Por exemplo:

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1- No supermercado, a fila está imensa. A culpa é da funcionária do caixa ou da
administração do supermercado, que não contrata pessoas suficientes para
atender os clientes?

Normalmente é o trabalhador quem escuta as reclamações. A tentativa de


construir uma sociedade mais justa passa pela tomada de consciência sobre
os limites que o trabalho impõe, especialmente em determinadas situações,
como as de crise e falta de vagas no mercado.

Mas o que é assédio moral?


De acordo com o site Assédio Moral no Trabalho, humilhação e assédio moral são
diferentes.

O que é humilhação?
[...] É um sentimento de ser ofendido/a, menosprezado/a, rebaixado/a,
inferiorizado/a, submetido/a, vexado/a, constrangido/a e ultrajado/a pelo outro/a.
É sentir-se um ninguém, sem valor, inútil. Magoado/a, revoltado/a, perturbado/a,
mortificado/a, traído/a, envergonhado/a, indignado/a e com raiva. A humilhação
causa dor, tristeza e sofrimento.

E o que é assédio moral no trabalho?

É a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e


constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no
exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias
e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e
aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigidas a um ou mais
subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e
a organização, forçando-a a desistir do emprego.

ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO.

Disponível em: <http://www.assediomoral.org>.

19
Assédio moral é, portanto, uma situação em que há uma deterioração intencional
das condições de trabalho, na qual as chefias exercem um papel negativo sobre os
subordinados. A pessoa que sofre o assédio moral, em geral, fica isolada, não
participando das atividades da empresa. Segundo o site, a humilhação não é assédio
moral porque esse tipo de assédio possui algumas características:

1. repetição sistemática;

2. intencionalidade (forçar o outro a abrir mão do emprego);

3. direcionalidade (uma pessoa do grupo é escolhida como bode


expiatório);

4. temporalidade (durante a jornada, por dias e meses);

5. degradação deliberada das condições de trabalho.

ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO.


Disponível em:
<http://www.assediomoral.org>.

Pesquisas realizadas permitiram identificar algumas estratégias


utilizadas pelo agressor, ou seja, aquele que pratica o assédio
moral:

Escolher a vítima e a isolar do grupo.


Impedir de se expressar e não explicar o porquê.
Fragilizar, ridicularizar, inferiorizar, menosprezar em frente aos pares.
Culpabilizar/responsabilizar publicamente, podendo os comentários de sua
incapacidade invadir, inclusive, o espaço familiar.
Desestabilizar emocional e profissionalmente. A vítima gradativamente vai
perdendo simultaneamente sua autoconfiança e o interesse pelo trabalho.
Destruir a vítima (desencadeamento ou agravamento de doenças

20
preexistentes). A destruição da vítima engloba vigilância acentuada e
constante. A vítima se isola da família e amigos, passando muitas vezes a usar
drogas, principalmente o álcool.
Livrar-se da vítima, que é forçada a pedir demissão ou é demitida,
frequentemente, por insubordinação.
Impor ao coletivo sua autoridade para aumentar a produtividade.

ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO.


Disponível em: <http://www.assediomoral.org>.

Assédio moral prejudica a saúde


As consequências do assédio moral para a saúde são muitas. Em entrevistas com
pessoas que sofreram assédio moral, a médica Margarida Barreto identificou que
homens e mulheres reagem de formas diferentes a agressões. Veja os resultados da
pesquisa:

Consequências do assédio moral à saúde


Entrevistas realizadas com 870 homens e mulheres vítimas de opressão no
ambiente profissional revelam como cada sexo reage a essa situação (em
porcentagem).

Sintomas Mulheres Homens


Crises de choro 100 -
Dores generalizadas 80 80
Palpitações, tremores 80 40
Sentimento de 72 40
inutilidade
Insônia ou sonolência 69,6 63,6
excessiva
Depressão 60 70
Diminuição da libido 60 15
Aumento da pressão 40 51,6
arterial
Sintomas Mulheres Homens
Dor de cabeça 40 33,2
Distúrbios digestivos 40 15
Tonturas 22,3 3,2
21
Ideia de suicídio 16,2 100
Falta de apetite 13,6 2,1
Falta de ar 10 30
Passa a beber 5 63
Tentativa de suicídio - 18,3

Assédio sexual
O assédio sexual é uma forma de coação que ocorre, principalmente, com mulheres.
Imagine uma situação: “ o chefe da produção conta a Neide que ela será demitida
em15 dias. Ela se apavora, pois é responsável pelo sustento de sua família. Diante
da reação de medo, o chefe começa a insinuar que algumas atitudes dela podem
reverter essa situação.
Ou seja, ele espera “favores sexuais” dela para mantê-la no emprego.

Essa cena é muito comum e pode também acontecer com homens, mas é mais rara.
As mulheres são as maiores vítimas de tal prática.

Para o MTE, assédio sexual no ambiente de trabalho:

[...] consiste em constranger colegas por meio de cantadas e insinuações constantes


com o objetivo de obter vantagens ou favorecimento sexual.
Essa atitude pode ser clara ou sutil; pode ser falada ou apenas insinuada; pode ser
escrita ou explicitada em gestos; pode vir em forma de coação, quando alguém
promete promoção para a mulher, desde que ela ceda; ou, ainda, em forma de
chantagem.

É importante saber
que o assédio sexual é crime previsto na Lei federal no 10.224, de
2001, com pena de um a dois anos de detenção.

O MTE recomenda que, nesses casos, a pessoa assediada deve:

• Dizer claramente não ao assediador.

• Contar para os (as) colegas o que está acontecendo.

22
• Reunir provas, como bilhetes, presentes e outras.

• Arrolar colegas que possam ser testemunhas.

• Relatar o acontecido ao setor de recursos humanos.

• Relatar o acontecido ao Sindicato.

• Registrar a ocorrência na Delegacia da Mulher e, na falta dessa, em uma delegacia


comum.

• Registrar o fato na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego.

Atividade 6

Identificação de assédio moral e sexual


1- Em grupo, conversem e listem frases ouvidas em situações vividas por vocês
(ou contadas a vocês) nas quais os chefes ou empregadores procuravam
constranger ou humilhar funcionários.
23
2- Relatem os acontecimentos e as consequências ocorridos com vocês e/ou
com as pessoas que lhes contaram essas situações.

3- Vocês acham que essas situações configuram assédio moral, humilhação ou


assédio sexual? Justifiquem as respostas.

Unidade 2

Assistente administrativo e mercado de trabalho atual


Nessa Unidade, vamos conhecer melhor o universo atual das empresas.
O objetivo é conhecer mais a fundo os possíveis locais e possibilidades de trabalho
para a ocupação de assistente administrativo.
24
Vamos conhecer os principais tipos de empresa e suas características mais
relevantes.

A maneira como você vai trabalhar e os vínculos empregatícios também podem ser
diferenciados:

• você pode trabalhar como empregado assalariado para alguém ou para alguma
empresa (na indústria, no comércio etc.);

• você pode trabalhar por conta própria, montando o seu negócio (sozinho ou com
um sócio), ou como autônomo, prestando serviços em estabelecimentos como
pessoa jurídica.

Conhecendo a administração das empresas


Vamos falar agora sobre as principais formas de organização de
empresas/indústrias. É importante entender essa organização, inclusive do ponto de
vista histórico, pois no desenvolvimento de seu trabalho o assistente administrativo
precisará conhecer o funcionamento da empresa de forma global.

Pense em alguma atividade que você costuma fazer em casa: cozinhar, higienizar o
banheiro, consertar a porta do armário etc. Talvez, mesmo que inconscientemente,
você se organize para fazer essas tarefas: calcula o tempo que levará para realizá-
las; verifica se tem todos os ingredientes para fazer um prato, ou se tem o parafuso
certo, ou os produtos para a limpeza; e faz uma lista para não se esquecer de nada
nas compras. Ainda avalia o resultado: se o prato ficou bom, se a limpeza ficou
adequada e assim por diante.

Se você considerar o trabalho realizado nas indústrias, no comércio e na prestação


de serviços, verá que algumas situações são muito semelhantes. Porém, na
empresa, a organização é estudada para que cada trabalhador faça mais em menos
tempo. Essa foi a lógica arquitetada no início do século XX (20) por Frederick
Winslow Taylor (1856-1915), cujo pensamento ficou conhecido em todo o mundo
como taylorismo.

Como pensava Taylor no início do século XX (20)?


Taylor acreditava que os operários “faziam cera” no trabalho, conforme a própria
expressão utilizada por ele, que escondiam dos patrões como realizavam cada
atividade e eram contrários a produzir diariamente tanto quanto fosse possível. Ele
25
também achava que os sindicatos tinham uma visão errada, pois queriam que os
operários trabalhassem menos e em melhores condições. Como solução para esse
caso, desenvolveu o que chamou de “organização científica do trabalho”.

Como era essa organização?


Taylor observou o trabalho dos carregadores de barras de ferro, operários em
grande parte provenientes dos países da Europa que se encontravam em situação
econômica difícil.
Havia 75 carregadores e cada barra pesava 45 quilos. Cada homem carregava 12,5
toneladas de ferro por dia trabalhado.

Como ele conseguiu aumentar a produtividade?


Produtividade: Resultado da divisão da produção física obtida numa unidade de
tempo (hora, dia, ano) por um dos fatores empregados na produção (trabalho, terra,
capital). Em termos globais, a produtividade expressa a utilização eficiente dos
recursos produtivos, tendo em vista alcançar a máxima produção na menor unidade
de tempo e com os menores custos.

SANDRONI,Paulo.
Dicionário de economia do século XXI
26
8. ed. revista e ampliada.Rio de Janeiro: Editora Record, 2014. p. 694.

• Segundo ele, uns planejam e outros executam o trabalho, ou seja, ele


compreendia que alguns eram destinados a pensar e outros a executar. Por isso,
havia a divisão entre os que pensavam como carregar as barras e os que só
utilizavam a força física.

• Com base na observação do trabalho, propôs o controle do tempo e dos


movimentos, isto é: ele sabia que um movimento era feito em “x” segundos e outro
em “y” segundos. A intenção era que o empregador tivesse controle sobre todo o
processo de trabalho e, assim, na visão de Taylor, os empregados não fariam mais
“cera”.

• O trabalhador precisava obedecer aos comandos, inicialmente pensados por


Taylor, sobre o momento e o tempo exatos de se mover, sempre com a vigilância e a
supervisão constantes das chefias.

Taylor, no entanto, considerou que nem todo carregador poderia executar seu
método e, assim, incluiu mais um item em sua lista de procedimentos para obter a
produção pretendida: a seleção científica do trabalhador, acompanhada do devido
treinamento para realizar a tarefa tal como esperada por quem a planejou.
Taylor observou o comportamento dos carregadores, pois, em sua concepção, não
seria qualquer operário que se submeteria às exigências. Ele pesquisou o passado, o
caráter, os hábitos e, principalmente, as pretensões de cada trabalhador.
Finalmente, encontrou um imigrante holandês cujos hábitos lhe pareceram
adequados. Este estava construindo, ele mesmo, a casa para morar com sua família.
Fazia isso pela manhã; corria para o emprego, onde carregava barras de ferro; e, ao
voltar para casa, continuava a construção. Todos diziam que esse operário era muito
econômico. Esse trabalhador que reuniu as “qualidades” que Taylor desejava
chamaremos de Schmidt.

27
Atividade 1
Schmidt e Taylor
1. Leia, a seguir, o diálogo de Taylor com Schmidt, o trabalhador que ele pretendia

selecionar. Esse diálogo foi retirado do livro Princípios de administração científica,

que teve sua primeira edição publicada em 1911.

– Schmidt, você é um operário classificado?

– Não sei bem o que o senhor quer dizer.

– Desejo saber se você é ou não um operário classificado.

– Ainda não o entendi.

– Venha cá. Você vai responder às minhas perguntas. Quero saber se você é um
operário classificado, ou um desses pobres-diabos que andam por aí. Quero saber se
você deseja ganhar $ 1,85 dólar por dia, ou se está satisfeito com $ 1,15 dólar que
estão ganhando todos esses tontos aí.

– Se quero ganhar $ 1,85 dólar por dia? Isto é que quer dizer um operário
classificado? Então, sou um operário classificado.

– Ora, você me irrita. Naturalmente que deseja ganhar $ 1,85 por dia; todos o
desejam. Você sabe perfeitamente que isso não é bastante para fazer um operário
classificado. Por favor, procure responder às minhas perguntas e não me faça perder
tempo. Venha comigo. Vê esta pilha de barras de ferro?

– Sim.

– Vê este vagão?
28
– Sim.

– Muito bem. Se você é um operário classificado, carregará todas estas barras para o
vagão, amanhã, por $ 1,85 dólar. Agora, então, pense e responda à minha pergunta.
Diga se é ou não um operário classificado.

– Bem, vou ganhar $ 1,85 dólar para pôr todas estas barras de ferro no vagão,
amanhã?

– Sim; naturalmente, você receberá $ 1,85 dólar para carregar uma pilha, como esta,
todos os dias, durante o ano todo. Isto é que é um operário classificado e você o
sabe tão bem como eu.

– Bem, tudo entendido. Devo carregar as barras para o vagão, amanhã,

por $ 1,85 dólar e nos dias seguintes, não é assim?

– Isso mesmo.

– Assim, então, sou um operário classificado.

– Devagar. Você sabe, tão bem quanto eu, que um operário classificado deve fazer
exatamente o que se lhe disser desde manhã à noite.

Conhece você aquele homem ali?

– Não, nunca o vi.

– Bem, se você é um operário classificado deve fazer exatamente o que este homem
lhe mandar, de manhã à noite. Quando ele disser para levantar a barra e andar,
você se levanta e anda, e quando ele mandar sentar, você senta e descansa. Você
procederá assim durante o dia todo. E, mais ainda, sem reclamações. Um operário
classificado faz justamente o que se lhe manda e não reclama. Entendeu? Quando
este homem andar você andar, você anda; quando disser que se sente, você deverá
sentar-se e não fazer qualquer observação. Finalmente, você vem trabalhar aqui
amanhã e saberá, antes do anoitecer, se é verdadeiramente um operário
classificado ou não.

TAYLOR, Frederick Winslow.

Princípios de administração científica

8. ed. São Paulo: Atlas, 1990. p. 45-6.

29
2. Agora, responda às questões a seguir.

1- Qual é sua opinião sobre a entrevista feita por Taylor?

A) O que lhe pareceu conveniente?

B) E o que lhe pareceu inconveniente?

Conveniente

Inconveniente

3) Como são as entrevistas de emprego na atualidade? São diferentes da feita por

Taylor no momento da “promoção” de Schmidt? Por quê?

4) O que achou das características valorizadas por Taylor para encontrar o


operário para a tarefa a ser executada? Como era essa organização?

30
Foi dessa forma que Taylor conseguiu praticamente quadruplicar a produtividade

no trabalho. Leia a seguir a opinião de Taylor sobre Schmidt, mesmo sendo ele o

operário ideal para o aumento da produção:

Ora, o único homem, entre oito, capaz de fazer o trabalho, não tinha em nenhum
sentido característica de superioridade sobre os outros. Apenas era um homem tipo
bovino – espécime difícil de encontrar e, assim, muito valorizado. Era tão estúpido
quanto incapaz de realizar a maior parte dos trabalhos pesados.

A seleção, então, não consistiu em achar homens extraordinários, mas


simplesmente em escolher entre homens comuns os poucos especialmente
apropriados para o tipo de trabalho em vista.

TAYLOR, Frederick Winslow. Princípios de administração científica.

8. ed. São Paulo: Atlas, 1990. p. 54-5.

Operário “tipo bovino”?


Para Taylor, portanto, era natural que alguns mandassem e outros obedecessem, e
os mandados deveriam ser do “tipo bovino”, o que, em outras palavras, significava
que o operário não deveria refletir sobre a organização do trabalho.
Tendo em vista que o objetivo de Taylor era aumentar a produtividade e os lucros
das empresas, faltava para ele, ainda, aperfeiçoar seu método. Era necessário
reduzir a quantidade de trabalhadores.

Em outra experiência que realizou, ele conseguiu reduzir o número de trabalhadores


e o custo do carregamento diário, conforme você pode observar na tabela a seguir.

Dados Antigo sistema Com o taylorismo


Trabalhadores 400 a 600 140
Média de toneladas 16 59
por dia/homem
Remuneração $1,15 $ 1,88
Custo do $ 0,072 $ 0,033
carregamento/
tonelada
31
Atividade 2
Taylorismo hoje?

32
Como você pôde observar o fenômeno da redução de pessoal não é novo, pois
esse é um dos motores que sustentam o capitalismo. Em outras palavras, diminuir
custos é um dos pilares para a acumulação de capital.

1- Em grupo, discutam:

a) Quais são, na opinião do grupo, os aspectos mais importantes na lógica de


trabalho elaborada por Taylor?

b) Discutam: Existe taylorismo hoje? Em quais situações o grupo observa a


existência do taylorismo na atualidade? Em quais ocupações vocês
identificam esse modo de organização do trabalho?

4- Escolham uma ocupação com a qual tenham contato ou em que tenham


experiência. Reflitam: O taylorismo do início do século XX (20) está presente
na organização desse trabalho? Por quê?

5- Com auxílio do monitor, você e sua turma poderão montar um painel das
ocupações que cada grupo elegeu e analisar como o taylorismo está, ou não,
presente no mundo do trabalho hoje.

O fordismo na esteira do taylorismo


Fordismo talvez seja uma palavra mais familiar a você do que taylorismo. O termo é
derivado do nome de seu idealizador, Henry Ford (1863-1947), empresário
33
estadunidense da indústria automotiva. Ford procurou aperfeiçoar o pensamento
de Taylor. Ele concluiu que se ganharia ainda mais tempo se as peças
fossem até os operários, e não o inverso, como acontecia até então. Com isso, ele
criou a linha de produção em série. Além de arquitetar a esteira mecânica, Henry
Ford teve outro papel que trouxe consequências para todo o mundo: ele construiu o
primeiro carro popular da história, o Ford T. Sua produção em série deveria vir
associada ao consumo em série, pois Ford tinha a convicção de que a produção em
massa reduziria os custos do automóvel e, com isso, o preço final do produto seria
menor.

Essas foram
inovações
importantes
na organização
do trabalho, do
ponto de vista
da produção. No
entanto, o
trabalho ficou mais intenso e sem pausas.

Veja a seguir como se deu a redução do tempo na montagem do automóvel no fordismo.

Etapas Etapas Tempo de montagem de um


veículo
Antes do taylorismo 12 horas e 30 minutos
Com o taylorismo 5 horas e 50 minutos
Com treinamento dos 2 horas e 38 minutos
operários
Com a linha de montagem 1 hora e 30 minutos
automatizada (em 1914)

O filme Tempos modernos, de Charlie Chaplin (1889-1977), ilustra como era


o trabalho nas fábricas: repetitivo, sem tempo para um descanso mínimo entre uma
tarefa e a próxima. É possível resumir o filme em três etapas principais:

34
• A fábrica em que o personagem Carlitos trabalha conta com uma esteira
mecânica, na qual as peças se movem passando pelo trabalhador a certa velocidade,
de modo que a máquina determina o tempo em que ele deve apertar o parafuso.

• O trabalho repetitivo, com o tempo para a realização da tarefa manual sendo


controlado e determinado pelo tempo da máquina, a pressão da chefia e o barulho
na fábrica comprometem a saúde mental do personagem .

A
despeito do tom bem-humorado do filme, não se pode negar que as condições de
trabalho eram tais como as apresentadas. O trabalhador perdia mais uma vez o
controle sobre a tarefa que executava: a esteira rolante determinava o tempo em
que cada uma delas deveria ser realizada. Os locais eram inseguros e insalubres, ou
seja, o ruído e a poeira faziam mal à saúde dos operários.

Um século depois e mesmo com o avanço da tecnologia, o ritmo, a intensificação do


trabalho e a pressão por produtividade ainda são aspectos nocivos à saúde do
trabalhador. Portanto, é preciso ficar atento aos abusos que acontecem em nome
do aumento da produtividade.

35
Além disso, as condições insalubres de trabalho permanecem em muitos locais

Atividade 3

O sentido do trabalho
Como foi estudado, o fordismo nasceu nos Estados Unidos da América (EUA),
motivado pelos mesmos princípios de Taylor.
36
Os operários, no entanto, percebiam que cada vez mais executavam um trabalho
mecanizado e sem qualificação. Com isso, eles passaram a optar por outras
atividades que ainda garantissem maior envolvimento com o trabalho.

Ford, percebendo a dificuldade em contratar funcionários, lançou o seguinte plano:

• ofereceu salário de 5 dólares por dia (antes o pagamento era de 2,5 dólares);

• estabeleceu jornada diária de oito horas de trabalho.

A jornada de trabalho sempre foi de 8 horas diárias?


Nem sempre foi assim. Durante a 1ªRevolução Industrial, não havia limite
para a jornada diária de trabalho. Mesmo as crianças trabalhavam 14, 16
horas por dia.
Foi em 1919 que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) estabeleceu
uma convenção que limitava a jornada de trabalho em 8 horas diárias e a
semanal em 48 horas.
No Brasil, foram necessárias diversas lutas sindicais, iniciadas no século XIX
(19), para a conquista das 8 horas diárias. No entanto, foi apenas em 1934
que a Constituição determinou a jornada de trabalho de 8 horas diárias ou 48
semanais.
Atualmente, a jornada semanal de trabalho definida pela Constituição
Federal de 1988 é de 44 horas. Esse tema está sendo agora debatido, pois há
forte pressão para que a jornada legal seja limitada a 40 horas.
Na França, por exemplo, no auge da crise do emprego na década de 1980, o
governo determinou a redução da jornada de trabalho semanal para 35
horas, com o intuito de criar mais empregos.

No entanto, esse plano não era para todos. Assim como Taylor aplicou uma “seleção
científica do trabalhador”, as novas condições de Ford eram apenas para os homens
que tivessem certos hábitos esperados pela empresa:

• não consumissem bebidas alcoólicas;

• provassem que tinham boa conduta;

• destinassem o salário totalmente à família.

37
Henry Ford “inovou” mais uma vez e criou um departamento de serviço social para
acompanhar a vida dos trabalhadores que desfrutavam desse tipo de contrato de
trabalho.

As visitas às casas dos operários fizeram com que praticamente 1⁄3 deles (28%)
perdesse essa condição.

É bom lembrar que, mesmo dobrando o salário e reduzindo a jornada de trabalho,


Ford ainda conseguiu baratear o preço do carro.

Para se ter ideia: o capital da empresa em 12 anos (1907-1919) passou de 2 milhões


de dólares para 250 milhões de dólares.

Outras indústrias se
expandiram e passaram
a utilizar os mesmos
princípios de Taylor e
Ford: esteiras,
controle de tempo e

movimentos, e trabalhos repetitivos sob o olhar de um contramestre, atualmente


denominado nas empresas como supervisor, líder de equipe etc.

Toyotismo: a nova organização do trabalho Você percebeu que as alterações na


organização do trabalho têm sempre o mesmo objetivo: aumentar a produtividade
reduzindo custos. A lógica é: fazer mais em menos tempo e, se possível, com menos
trabalhadores.
No toyotismo não foi diferente. Essa nova forma de organização do trabalho surgiu
no Japão após a 2ª Guerra Mundial (1939-1945), principalmente para fazer frente à
indústria automobilística estadunidense. Os japoneses inovaram e alteraram
completamente o modo de pensar que vigorava com o fordismo.

Veja a seguir os pilares do toyotismo:

38
• Just-in-time (JIT) − significa, literalmente, “no momento exato”. Trata-se de uma
técnica de organização do espaço-tempo nas empresas. Seu objetivo é tornar a
produção e a distribuição de mercadorias mais dinâmicas. Nesse processo, a
produção ocorre de acordo com a demanda e as empresas não acumulam estoque.

• Automação − mais conhecida como Controle de Qualidade Total, é assim chamada


porque exige um controle de qualidade autônomo na produção, isto é, essa
estratégia elimina a supervisão do trabalho e das peças produzidas. Nela, cada um é
responsável pelo que deve ser feito e pressupõe-se que haja um trabalho em
equipe: se alguém está com dificuldades, o colega o ajuda. Uma fábrica de
automóveis no Brasil, por exemplo, chegou a gravar um código na peça fabricada
que indicava quem era o operário que a havia feito. Se a peça apresentasse
problema, o funcionário seria diretamente responsabilizado.

• Kanban – é o sistema de informações que alimenta a produção e a entrega. Com o


uso de cartões coloridos, cada cor indica uma situação – processo que você
conhecerá melhor a seguir.

Kanban... do que se trata?


Kanban é uma palavra de origem japonesa que significa “cartão”. A introdução do
sistema de cartões coloridos é um dos pilares do toyotismo, e eles cumprem o papel
de indicar: o que e quanto produzir, em que momento produzir e para onde será
levada a produção.

O kanban é fundamental nesse processo, pois indica exatamente a quantidade da


produção e o material necessário para cada etapa, com vistas sempre ao estoque
zero. Ele é indicado em situações de produção com características mais
padronizadas: montagem de carros, fabricação de peças etc.

Por serem dispostos em um quadro, o sistema kanban também é conhecido como


“gestão visual”, pois visualmente o trabalhador consegue perceber o que está em
atraso ou a etapa que requer mais atenção. Além disso, a equipe responsável pela
produção insere no quadro o material de que necessita, por exemplo, para o dia

39
seguinte. Dessa forma, os formulários de solicitação são suprimidos e a integração
entre as equipes fica estabelecida no quadro. Observe o exemplo a seguir.

Note a indicação das situações de produção, segundo as cores:


• a cor verde significa que a produção está fluindo bem;

• a cor amarela significa que é preciso ficar atento à cadência da produção;

• a cor vermelha alerta que a situação está crítica.

As cores são utilizadas quando:


• a produção precisa de um componente;

• o abastecedor do setor dirige-se com uma caixa vazia do componente e cartão


kanban para o setor que produz o componente;

• o cartão é colocado no quadro de cartões do setor de produção;

40
• o serviço no setor finaliza, e o cartão de requisição é retirado e enviado com o
componente para o setor requisitante.

O produto, ou a caixa do produto, e o kanban devem movimentar-se pela fábrica


como um par, isto é, não podem circular caixas sem kanban, nem kanban sem
caixas.

Veja as principais diferenças entre toyotismo e fordismo no quadro a seguir:

Fordismo Toyotismo
Produção em série de um mesmo Produção de muitos modelos em
produto pequena quantidade
Grandes estoques de produtos Estoque mínimo; só se produz o que é
vendido.
Especialização: um homem opera uma Polivalência: um homem opera várias
máquina máquinas

Essa nova organização do trabalho resultou na diminuição do tempo de fabricação


de, por exemplo, um automóvel: eram necessárias 19 horas para a produção de um
veículo no Japão, enquanto, na Europa, a produção ainda demorava 36 horas. Por
volta de 2012, em determinada fábrica no Brasil, eram produzidos 34 carros por
hora. A lógica do toyotismo logo se expandiu para outros tipos de indústria e
serviço. Se a palavra de ordem no fordismo era rigidez (em todos os sentidos:
fixação do homem ao posto de trabalho, controle dos tempos e movimentos,
estabilidade no emprego), no toyotismo a palavra-chave é flexibilidade.

Esse conjunto de mudanças, que em países como Estados Unidos, França, Alemanha
e Japão, aconteceu nos anos 1980, chegou com força ao Brasil na década de 1990.
Pelas características históricas do País, que concede amplos benefícios ao capital
privado, as mudanças ocorreram de forma mais objetiva para as empresas movidas
pela busca da redução de custo e do aumento da competitividade. A corda rompeu-
se do lado dos trabalhadores, que foram demitidos em massa, em consequência de
muitas mudanças e da inovação tecnológica.

Se a ordem era a redução de custos, as empresas adotaram também a terceirização


de várias etapas da produção.

41
Veja no esquema que segue como as empresas passaram a terceirizar certos
serviços antes sob sua responsabilidade.

Atividade 5
O trabalho nas
empresas

1. Leia a reportagem a seguir.

Executivos deixam trabalho em grandes empresas para atuar em outras menores.


Pequenas corporações também podem oferecer remunerações melhores.

Conseguir um cargo numa multinacional ou empresa de grande pote nem sempre é


o sonho de todos os executivos e profissionais brasileiros. Muitos deles estão
dizendo “adeus” às grandes corporações e migrando para as menores. A troca
acontece pela busca de melhor qualidade de vida, chance de enfrentar desafios
maiores e de ser mais escutado e aproveitado no ambiente de trabalho.

As pequenas corporações também podem oferecer remunerações melhores.


Pesquisa realizada pela consultoria em recursos humanos Hay Group aponta que os
salários, os bônus e os incentivos de longo prazo pagos pelas empresas nacionais a
seus diretores e presidentes já são 22% maiores do que os oferecidos pelas
multinacionais.

Foram analisadas 312 companhias que atuam no Brasil. Mas, quando analisados só
os salários, os das multinacionais ainda são 7% maiores. Já os incentivos de longo
prazo são 14% maiores nas empresas nacionais. “Essa diferença pode ocorrer
porque as empresas nacionais têm e podem montar os incentivos de acordo com as

42
regras do Brasil, que tem carência de executivos”, diz Rodrigo Redorat, gerente do
Hay Group.

O consultor organizacional e diretor da Rhumo Consultoria, Sérgio Campos, afirma


que nunca houve tanto êxodo de executivos para empresas menores como agora.
“Quando o executivo está em uma organização, ele não é o único. Há outros pares
na mesma linha hierárquica. É como se houvesse várias estrelas no mesmo palco”,
avalia.

Nas empresas menores, a logomarca famosa é tirada das costas, mas outros
benefícios são conquistados, na opinião de Campos. “Normalmente a pessoa passa a
ser ligada ao dono da empresa e a ter atuação. mais forte, em nível hierárquico
maior e com mais qualidade de vida. Muitas vezes passa a perder menos tempo no
trânsito e ganha tempo com a família. Em alguns casos até melhora a remuneração,
em função dos bônus”, diz Campos.

Do lado da empresa menor, ela ganha com a experiência. “O profissional de grandes


corporações já passou por diversas situações que a empresa menor ainda vai viver.
Ele consegue driblar mais os fatos adversos que ainda venham a ocorrer”, observa
Campos.

Observação:
A volta às pequenas empresas também tem sido observada pela psicóloga Antonieta
Rossi, sócia do Instituto de Desenvolvimento e Gestão Empresarial (Idege). “As
empresas de grande porte muitas vezes são vistas como robozinhos. O processo não
é tão humanizado. As pessoas não se sentem como parte dela e não sabem muito
como contribuir. Nas menores eles se sentem como parte do resultado”, observa
Antonieta. O grande desafio das corporações atuais, diz, é fazer com que os
profissionais contribuam mais. “As pesquisas mostram que os funcionários estão
cumprindo menos do que deveriam”, afirma. [...]

CHOUCAIR,Geórgea.

1. Depois de lida a reportagem, fale um pouco do tipo de empresa na qual você


pretende trabalhar. Justifique a sua escolha.

43
Unidade 4

Funcionamento e organização do setor administrativo

Atividade 1

Conhecendo o cotidiano da ocupação

44
Em grupo de quatro colegas, entrevistem profissionais da área. Antes de saírem
para a entrevista, você e seus colegas de grupo devem preparar um roteiro com as
perguntas.

O que vocês gostariam de saber sobre a ocupação de assistente administrativo?


Vocês podem começar coletando dados gerais sobre o entrevistado:

01-nome e idade;

02- tempo na ocupação e como a escolheu;

03- lugar onde trabalha;

04- quais são os tipos de atividade que desenvolve na empresa onde trabalha;

05- dificuldades no cotidiano do trabalho;

06- aspectos positivos a serem destacados na realização do trabalho.

Entrevista terminada façam um resumo com as informações mais importantes coletadas


para apresentar à turma.

Em seguida, produzam um cartaz, indicando:

01- o que é mais prazeroso na realização das atividades de auxiliar administrativo;

02- o que é mais difícil;

03-o que vocês não podem esquecer para serem bons profissionais. Quais são os
pontos que merecem atenção o tempo todo.

45
Falando sobre rotina

O trabalho do assistente administrativo é permeado de rotinas.

É muito comum ouvirmos pessoas reclamarem ou falarem que sua vida é uma
rotina; que todo dia fazem tudo sempre igual...

Vamos ler o texto a seguir:

Como era a vida na Idade Média

[...]Sábado de um típico camponês na França do século 10 começa às 5 da manhã.


Ele, a esposa e os quatro filhos acordam em sua casa de um único cômodo, comem
mingau de pão e dão início à labuta. O pai e os mais velhos, de 12 e 14 anos, vão
para o campo – a colheita de trigo e cevada está atrasada. A família passou os dois
dias anteriores cumprindo o trabalho obrigatório nas terras do senhor feudal. Há
muito o que fazer. A mãe e os mais novos, de 6 e 8 anos, vão lidar com a horta e as
galinhas. Todos fazem uma rápida pausa para comer (sempre que possível peixe). O
batente só termina quando já está escuro. Eles dormem juntos, sobre um
amontoado de palha, iluminados por velas de sebo e aquecidos por uma pequena
fogueira no centro do cômodo. Descansam felizes. O dia seguinte é o único da
semana em que a rotina árdua muda um pouco: seguem o comando dos sinos e vão
à missa. Rezam por suas almas e são orientados mais a temer o diabo e a adorar a
Deus. Assim viveram, durante dez séculos, 90% dos habitantes do Velho
Continente. [...]

CORDEIRO, Tiago. Como era a vida na Idade Média. Aventuras na História, 1º abr.
2010.

46
Atividade 2

A rotina em minha vida

1. Voltando ao presente, pense em como é o seu dia. Escreva nas linhas a seguir, de

forma objetiva, como é um dia “normal” em sua vida, desde o momento em que

acorda até a hora em que vai dormir.

2. Poetas, músicos e artistas expressaram de variadas formas os seus sentimentos


acerca daquilo que se torna repetitivo, rotineiro. Leia duas letras de música sobre o
tema:

Rotina Clemente/Marcelino

Acorda cedo para ir trabalhar

E o relógio de ponto a lhe observar

No lar esposa e filhos a lhe esperar

Sua cabeça dói, um dia vai estourar

Com essa rotina, rotina

Rotina, rotina

Sua cabeça dói, não consegue pensar


47
E as quatro paredes a lhe massacrar

Daria tudo pra ver o que acontece lá fora

Mesmo sabendo que não iria suportar

Essa rotina, rotina

Até quando ele vai aguentar?

Até quando ele vai aguentar?

No lar a sua esposa lhe serve o jantar

E os filhos brincam na sala de estar

Levanta da poltrona e liga a TV

Chegou a hora do programa começar

Rotina, rotina

O homem da TV lhe diz o que fazer

Lhe diz do que gostar, lhe diz como viver

Está chegando a hora de se desligar

A sua esposa lhe convida para o prazer

Cotidiano Chico Buarque


Todo dia ela faz tudo sempre igual

Me sacode às seis horas da manhã

Me sorri um sorriso pontual

E me beija com a boca de hortelã

Todo dia ela diz que é pra eu me cuidar

E essas coisas que diz toda mulher

Diz que está me esperando pro jantar

48
E me beija com a boca de café

Todo dia eu só penso em poder parar

Meio-dia eu só penso em dizer não

Depois penso na vida pra levar

E me calo com a boca de feijão

Seis da tarde como era de se esperar

Ela pega e me espera no portão

Diz que está muito louca pra beijar

E me beija com a boca de paixão

Toda noite ela diz pra eu não me afastar

Meia-noite ela jura eterno amor

E me aperta pra eu quase sufocar

E me morde com a boca de pavor

Todo dia ela faz tudo sempre igual

Me sacode às seis horas da manhã

Me sorri um sorriso pontual

E me beija com a boca de hortelã

Agora, responda às questões a seguir.

a) Você conhece essas músicas? Há elementos comuns nas duas? Em caso


afirmativo, quais são esses elementos?

b) Que sentimento essas músicas lhe transmitem?

49
c) O que é rotina para você?

Falando da rotina no trabalho


Depois da reflexão sobre o termo “rotina”, para você , há um “caminho utilizado
normalmente”, ou seja, tarefas habituais que devem ser realizadas pelo assistente
administrativo?

Será que é importante existir uma rotina básica nesse tipo de ocupação?

Se considerarmos que é importante, a existência de rotinas básicas nessa ocupação,


é correto dizer, então, que é preciso criar uma “sequência mais ou menos maquinal
de atos e procedimentos habituais” em relação às tarefas do assistente
administrativo?

Veja o que diz a educadora Madalena Freire sobre rotina:

[...] rotina aqui não é expressão do rotineiro que se arrasta tediosamente. [...] A
rotina estrutura o tempo (história), o espaço (geografia) e as atividades [...] rotina é
alicerce básico para que o grupo construa seus vínculos, estruture seus
compromissos, cumpra suas tarefas, assuma suas responsabilidades [...].

FREIRE, Madalena. Educador: educa a dor. São Paulo: Paz e Terra, 2008. p. 118.

Vamos refletir:
Ainda que as tarefas exercidas pelo assistente administrativo sejam habituais e
exercidas com regularidade, a qualidade e o cuidado na realização das mesmas tem
estreita ligação com a maior ou menor consciência da importância e do sentido
dessas tarefas durante sua realização. Portanto, se o trabalhador sabe o que tem de
fazer, sabe por que e para que tem de fazer, e ainda quais são os riscos da sua
atividade, provavelmente fará o planejamento de suas tarefas, organizará seu
tempo e seus compromissos, e cumprirá suas tarefas de maneira mais estruturada e
responsável.

50
Organização do setor administrativo
O profissional que atua como assistente administrativo poderá trabalhar em
diferentes áreas ou setores de uma empresa, e não apenas em um local
predeterminado.

Assim, é possível, para o assistente administrativo, realizar atividades de apoio para


os diversos setores de uma empresa (comercial, recursos humanos etc.), além de
poder trabalhar também em diversos tipos de estabelecimento, como lojas,
farmácias, supermercados, hotéis etc.

Portanto, vamos conhecer agora a estrutura organizacional das empresas e os


diversos setores que a compõem, pois eles são as possíveis áreas de atuação da
ocupação para a qual você está se qualificando.

Pode-se dizer que as atividades da administração têm por objetivo o exercício de


quatro funções básicas:

• planejar;

• organizar;

• controlar;

• dirigir.

Como já vimos nas unidades anteriores, essas atividades, que existem desde a
Antiguidade, foram organizadas em fábricas e indústrias a partir da Revolução
Industrial.

51
Desde esse momento, diversas teorias administrativas surgiram, de acordo com as
necessidades das empresas, para dar suporte e orientar essas funções básicas. Veja
a seguir um quadro-resumo dessas principais teorias.

Outra

questão importante é entender como as empresas estão organizadas do ponto de


vista da economia da qual fazem parte.

A economia está dividida em três setores de atividade: primário, secundário e


terciário.

O setor primário compreende as atividades diretamente relacionadas à terra: o


extrativismo, a pecuária e a agricultura.

O setor secundário reúne as atividades industriais de transformação de matérias


primas em produtos industrializados (máquinas, equipamentos, veículos, roupas,
alimentos, bebidas, cosméticos, produtos de higiene e de limpeza, entre outros).

52
O setor terciário representa as atividades ligadas ao comércio e à prestação de
serviços, como educação, saúde, telecomunicações, transporte, limpeza, serviços de
alimentação, turismo, serviços bancários, entre outros.

Unidade 5

O fenômeno da globalização
Vimos às formas de organização do trabalho, que se alteraram no decorrer da
história, mas que guardam entre si algumas semelhanças.

Se o toyotismo se impôs como uma nova ordem para o trabalho, é importante


destacar, entretanto, que essa forma de organização não se instalou em toda a
produção, embora sua “filosofia” tenha sido rapidamente incorporada pelas
empresas. Isso aconteceu, em parte, em razão da globalização.

O que se entende por globalização?

Converse com seu colega e juntos definam o que é globalização?

É importante compreender que a globalização não é um fenômeno apenas


econômico. Ela abrange questões políticas, sociais e, principalmente, a produção.

A globalização e de que maneira ela afeta as empresas e, também o trabalho do


assistente administrativo.

53
As crises dos anos 1970
A partir dos anos 1970, o mundo passou por muitas mudanças reforçadas pela
rápida industrialização em parte dos países então chamados subdesenvolvidos,
aqueles poucos que, à época, passaram a ser denominados de países em
desenvolvimento, como o Brasil. Além disso, houve a concentração de capitais e o
aumento da capacidade tecnológica nos países desenvolvidos, que abrigavam as
matrizes das principais indústrias, as quais instalaram suas filiais por todo o planeta,
e dessa forma as economias se internacionalizaram cada vez mais.

Apesar desse crescimento econômico e industrial, ainda no fim dos anos 1960
surgiram as primeiras evidências de crise nos EUA, país com maior concentração de
investimentos, capacidade de inovação, expansão e consumo. Para garantir sua
superioridade no cenário internacional, esse país despendeu muitos recursos.

Na década seguinte, de 1970, os EUA enfrentaram a inflação e o desemprego, o que


ocorreu particularmente a partir da crise do petróleo em 1973. Isso porque o
petróleo era a principal matéria-prima da indústria capitalista desde a 2ª Revolução
Industrial, fosse como fonte de energia do mundo moderno, fosse como base para a
fabricação de plástico, gasolina e outros produtos químicos, além de farmacêuticos.
Gerou-se, no período, uma das primeiras instabilidades financeiras do dólar, que, no
final da 2ª Guerra Mundial, tornara-se a moeda padrão nas relações comerciais
internacionais.

Em virtude do apoio
dos Estados Unidos a
Israel na guerra árabe-
israelense em
1973, os árabes, que
controlavam a
Organização dos
Países Exportadores de

54
Petróleo (Opep), impuseram um forte aumento no preço do petróleo como forma
de retaliação. O preço do barril, que oscilara entre 1 e 3 dólares entre 1900 e 1973,
passou para 15 dólares em dois anos, abalando a estrutura de custos das indústrias
por todo o mundo. Em uma crise posterior, em 1979, o preço do barril de petróleo
chegou a atingir a marca dos 40 dólares.

Essas crises em relação ao preço do petróleo estiveram associadas ao fato de que o


controle de produção e distribuição era monopolizado por empresas
estadunidenses e europeias que atuavam no Oriente Médio, as quais sempre
contaram com grande poder na Opep.

Parte das empresas que exploravam petróleo em muitos países dessa região não
era nacional. Assim, o aumento do preço do barril foi bom, por exemplo, para
empresas petroleiras internacionais que lá atuavam. Mesmo na atualidade, com a
atuação da Opep, empresas internacionais mantêm relações estreitas com governos
de países da região, influenciando a definição do preço do barril.

A globalização
A partir dos anos 1970, a economia e a política passaram por rápidas e profundas
mudanças que contribuíram para o processo de globalização. Esse termo indica uma
integração planetária dos mercados, dos meios de comunicação e dos transportes,
principalmente em razão dos avanços tecnológicos da segunda metade do século XX
em diante.

A globalização pode ser compreendida por vários ângulos, entre eles o econômico.
Esse fenômeno tem como características fundamentais as mudanças tecnológicas e
a sua distribuição desigual por todo o mundo, os novos processos de produção nas
indústrias e um forte aumento na exportação e importação de mercadorias, bem
como um intenso fluxo de produtos e de capitais pelo planeta. Seguindo essa
tendência, as grandes corporações multinacionais passaram a procurar países ou
regiões onde os custos de produção (total, de determinado produto; ou parcial, de
partes ou componentes) fossem inferiores aos dos locais onde estavam até então
instaladas, de modo a obter custos finais inferiores e, consequentemente, maior
competitividade, ou apenas para conseguir maiores lucros. Essa prática,
denominada offshoring, permite, assim, que determinado produto seja composto
por componentes produzidos em países diferentes, que apresentem o menor custo

55
de produção para certa peça ou componente específico, e que sejam reunidos e
montados em outro país, onde a montagem seja mais barata.

Todo esse processo depende, naturalmente, do fato de que os custos logísticos na


movimentação desses componentes – por exemplo, de transporte, de
armazenamento etc. – sejam inferiores à diferença de custos de produção entre um
país e outro.

As tecnologias em tempos de globalização


A globalização é marcada pela aliança entre ciência e técnica a serviço das grandes
empresas. Como consequência, assistimos à produção de importantes inovações,
como a energia nuclear, a engenharia genética, os avanços na química e na
engenharia de materiais, as telecomunicações (satélites, fibra óptica) e a
informática. Os avanços tecnológicos da segunda metade do século XX invadiram
todos os setores da economia, com maior ou menor intensidade e impacto
crescente no cotidiano das pessoas. Com a microeletrônica, não apenas muitas
fábricas foram robotizadas, mas cada vez mais os objetos tecnológicos começaram a
fazer parte do dia a dia das pessoas: dos relógios digitais da década de 1970 aos
tablets do século XXI.

A internet, por exemplo, revolucionou a maneira de trocar informações, facilitando


o trabalho nas esferas pública e privada. De maneira geral, as pessoas têm cada vez
mais acesso à internet, mesmo sem ter conexão em casa; podem utilizá-la nos
centros instalados por prefeituras ou governos estaduais, em lan houses e outros
estabelecimentos.

Atividade 1
56
Aspectos tecnológicos da globalização

No mundo atual, a rápida difusão da informação proporcionada pelo avanço


tecnológico permite que acontecimentos ocorridos em diferentes partes do planeta
sejam transmitidos em tempo real, como o ataque às torres gêmeas nos Estados
Unidos (2001), o tsunami na Tailândia (2004) e o terremoto no Haiti (2010).

Com base no texto visto, responda a seguinte pergunta:

1. Você acha que os avanços tecnológicos encurtaram distâncias e tempo?


Justifique a sua resposta?

2- Você considera que a globalização e o maior acesso à informática permitiram às


pessoas, atualmente, serem mais bem informadas? Por quê?

3- Será que todas as pessoas do mundo realmente têm acesso a todas as


informações que circulam nos meios de comunicação? Justifique.

4- Pesquise o significado da expressão “sociedade da informação”. Em sua


opinião, como ela pode ser entendida no contexto da globalização e das
mudanças tecnológicas que marcaram o mundo nas últimas décadas?

As empresas na globalização
57
A crescente concorrência e a consequente necessidade de reduzir custos levaram as
empresas a ampliar seu leque de atuação em diferentes continentes, partindo,
sobretudo, para os países subdesenvolvidos. Estes comumente oferecem mais
facilidades tanto para a instalação, como a concessão de incentivos fiscais e o
favorecimento para obtenção de terrenos para implantação de fábricas, quanto
para a contratação de trabalhadores com baixo custo de mão de obra, geralmente
decorrente de altos índices de desemprego e baixa qualificação profissional dos
trabalhadores.

Além disso, essas empresas investem em inovação e tecnologia financiando centros


de pesquisa, localizados nos países desenvolvidos, com laboratórios e universidades
envolvidos nessas atividades. São os países que mais investem em educação. Ao
mesmo tempo em que esse avanço tecnológico possibilita às empresas maior
concentração de riquezas, também provoca a redução do número de empregados
que nelas trabalham.

As grandes corporações, além de controlar a produção de bens de alta tecnologia


(como computadores, equipamentos de telecomunicação, aviões, remédios, vacinas
etc.), dominam os mercados, os fornecedores para suas indústrias, as patentes e a
inovação.

Assim, os países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento ficam dependentes


dessas grandes corporações no que diz respeito aos investimentos e à importação
de produtos e serviços. Além disso, os importados, os de maior valor agregado, são
mais caros do que os exportados e, quando produzidos localmente, implicam
remessas de lucros e pagamentos de licenças de produção às matrizes no exterior,
em ambas as situações desfavorecendo a economia dos países subdesenvolvidos
ante os países ricos.

A globalização financeira na América Latina


Mas a globalização não se limita à indústria e ao comércio. A globalização financeira
vem ocorrendo com maior intensidade desde as últimas décadas do século XX e se
caracteriza pela circulação de capital entre os países, ou seja, pelos fluxos
internacionais de capital. De início concentrados especialmente nos países
desenvolvidos, esses fluxos se intensificaram e expandiram-se para todo o planeta,
tornando-se o principal motor da economia mundial. Por um lado, isso aconteceu
58
graças aos avanços tecnológicos na área de telecomunicações, que permitiram aos
investidores aplicar recursos em empresas do mundo todo sem sair de seus países
de origem.

Além disso, transformações no sistema financeiro mundial promoveram alterações


nas regras que permitiram que valores circulassem em meio digital, pois, antes
disso, a transferência de dinheiro de um país para outro só era possível em espécie.

Ainda assim, a maior parte dos investimentos continuou partindo de grandes


companhias e instituições financeiras sediadas nos países desenvolvidos. Por
outro lado, a expansão dos fluxos de capital se deu em virtude dos investimentos
estrangeiros em determinados países de economia periférica que passaram a ser
definidos no âmbito mundial como países emergentes, em função dos interesses
desses investidores internacionais. Na América Latina da década de 1990, por
exemplo, o Fundo Monetário Internacional (FMI) firmou acordos econômicos com
os governos do Brasil, da Argentina e do México, nações então com altas dívidas,
simpáticas ao neoliberalismo e com políticas econômicas que previam a abertura de
suas economias ao capital estrangeiro.

Em um primeiro momento, no entanto, os investimentos diretos nesses países


restringiram-se majoritariamente a aplicações em bolsas de valores (investimentos
especulativos), que ofereciam oportunidades de lucro a curto prazo. Os benefícios
desse tipo de negociação ficavam, sobretudo, para os países desenvolvidos, que,
além de lucrar, vendiam suas ações ao menor sinal de instabilidade econômica,
causando danos financeiros importantes às nações emergentes.

Do ponto de vista dos países emergentes, esse quadro se alterou quando foram
criadas condições para atrair investimentos produtivos dos países desenvolvidos,
como a implantação de filiais de empresas multinacionais, a compra de empresas
nacionais e a privatização de setores estratégicos. No final do século XX , por
exemplo, o Brasil optou por privatizar empresas dos setores de mineração, e,
principalmente, toda a infraestrutura de geração e distribuição de energia elétrica,
bem como a das telecomunicações, além das áreas de transportes e outras
infraestruturais; o setor financeiro também se abriu ao mercado internacional,
inclusive com a privatização de bancos. Para isso, o País flexibilizou as regras para
receber em seu território companhias estrangeiras, delas cobrando menos impostos
e oferecendo-lhes ainda outras vantagens financeiras, a exemplo da possibilidade de
pagar salários menores que aqueles vigentes em seus países de origem.

59
No entanto, para garantir sua competitividade em escala mundial, parte dessas
empresas multinacionais instituiu políticas que levaram ao crescimento da
flexibilização das relações de trabalho, seja pelo aumento do trabalho informal, seja
pela expansão da terceirização, soluções que oferecem menores custos às empresas
e menos benefícios aos trabalhadores.

Para as populações dos países que fizeram a opção, então, pela política conhecida
como neoliberal, sobrevieram ampliação da precariedade dos vínculos trabalhistas,
maior instabilidade nos empregos e, como decorrência, crescente vulnerabilidade
social diante das mudanças econômicas e políticas internacionais. Paralelamente,
verificou-se, também, aumento da pobreza, em razão da redução de investimentos
sociais e do fechamento de fábricas nacionais incapazes de concorrer com os
produtos importados.

Fonte: Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do


Trabalho. Geografia, História e Trabalho: 8º ano/3º termo do Ensino Fundamental.

Neoliberalismo: Em 1989, os EUA e instituições financeiras, como o Fundo


Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, reunidos em Washington,
formularam uma série de medidas econômicas que norteariam os rumos
estratégicos de reformas sociais e econômicas que deveriam ser adotadas na
América Latina. Essas reformas impunham uma adesão à política econômica
liberal, em curso na Inglaterra desde o final da década de 1970 e nos EUA
desde o início dos anos 1980.
Essa política, chamada de neoliberalismo, tem como ideia central que os
Estados adotem a menor intromissão possível na economia, com base no
conceito de livre mercado – isto é, um mercado que regula a si mesmo, sem
intervenções.

Vídeo: O Brasil e a Nova Ordem Econômica – do Programa EJA Mundo do Trabalho


– CEEJA, História - Volume 3. Disponível em:

http://www.ejamundodotrabalho.sp.gov.br>.

60
O vídeo explica o contexto histórico do final da década de 1980, marcado pelo
processo de abertura política no Brasil. Especialistas também discutem os avanços
da legislação trabalhista a partir da aprovação da Constituição de 1988. Em seguida,
abordam-se a década de 1990 e a entrada do Brasil na ordem econômica do
neoliberalismo. A análise de especialistas e o depoimento de dois trabalhadores
explicam como as políticas econômicas e os efeitos da reestruturação produtiva
transformaram o mundo do trabalho.

01 – Depois de assistir ao vídeo, registre abaixo, quais foram as maiores


transformações ocorridas no mundo do trabalho?

Atividade 2
Globalização e (des) igualdade social

Leia a frase a seguir.

[...] as pessoas e os grupos sociais têm o direito a ser iguais quando a diferença os
inferioriza, e o direito a ser diferentes quando a igualdade os descaracteriza.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Por uma concepção multicultural de direitos humanos.

Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 48, jun. 1997. p. 30.

61
Prevenção e combate a incêndios
Os trabalhadores devem receber treinamento específico para combater qualquer
foco ou princípio de incêndio no escritório, no galpão, no estoque etc. É preciso
saber evitar que o fogo se inicie e, caso isso não seja possível, é necessário combatê-
lo com rapidez e eficiência. Geralmente, os incêndios têm seu princípio em
pequenos focos, que, se controlados, podem evitar acidentes maiores, pois até a
chegada dos bombeiros o fogo pode se alastrar rapidamente. Para controlá-los, é
preciso ter conhecimento sobre a melhor forma de fazê-lo. No seu ambiente de
trabalho, você poderá encontrar alguns símbolos com informações quanto ao risco
de incêndio. Geralmente, essa sinalização é composta por informações de proibição,
de alerta, de orientação e salvamento e de equipamentos. Veja a seguir alguns
desses símbolos.

62
1. Sinalização de proibição

2. Sinalização de alerta

3.Sinalização de orientação e
salvamento

4. Sinalização de equipamentos

63
Quanto aos equipamentos
Os equipamentos de proteção podem ser de uso coletivo ou individual.
Equipamentos de proteção coletiva (EPC): destinados à proteção dos trabalhadores
nos locais de trabalho. Esses equipamentos são de uso coletivo, como: circuladores
de ar, hidrantes, mangueiras, detectores de fumaça, entre muitos outros.

Equipamentos de proteção individual (EPI): o


item 6.1 da NR 6 considera que EPI é todo dispositivo ou produto,
de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção
de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

Capacete: equipamento de proteção de trabalhadores que deve ser sempre utilizado


onde houver risco de queda de materiais ou produtos, como na construção civil ou em
armazéns.

64
Óculos de segurança: utilizados para proteger os olhos contra a
luz (radiação luminosa) ou estilhaços, em locais onde existam
tais riscos.

Protetores auriculares: equipamentos colocados nos ouvidos


em locais de trabalho com ruídos que estejam acima de 85
decibéis, evitando assim colocar em risco a audição dos
trabalhadores.

Máscara respiradora: utilizada em locais onde existam


concentrações perigosas de poeiras, gases e trabalhos com
tintas, principalmente micro pulverizadas.

Botinas ou sapatos: o uso desses equipamentos visa


proteger os pés do trabalhador. Existem vários modelos,
dependendo do tipo de piso onde se exerce a atividade
profissional.

Luvas de segurança: na realização de trabalhos de


transferência de paletes, arrumação ou manuseio de cargas.

65
A Norma Regulamentadora no 11 (NR 11) determina os requisitos de segurança que
devem ser observados nos locais de trabalho, em relação ao transporte, à
movimentação, à armazenagem e ao manuseio de materiais, tanto de forma
mecânica quanto manual, com o fim de prevenir acidentes.

Não bastam locais seguros e equipamentos adequados para que os acidentes não
ocorram. É fundamental que as pessoas que trabalham nesses locais estejam
capacitadas, orientadas e aptas para garantir a segurança individual e coletiva.

No caso dos assistentes administrativos, que trabalham muito tempo sentados e em


frente ao computador, é importante atentar para a correta postura ergonômica.

• O topo da tela do computador deve ficar ao nível dos olhos e sua distância deles
deve ser por volta de 45 cm a 70 cm, ou seja, a distância de um braço.

• Os ombros e braços devem ficar de forma relaxada, enquanto a cabeça e o


pescoço devem ficar retos em relação à tela e ao corpo.

• As costas precisam estar apoiadas no encosto da cadeira; se for o caso, colocar um


suporte para que isso aconteça.

• Os punhos devem estar em posição neutra com relação ao teclado, ou seja, a


altura da cadeira ou do apoio do teclado precisa estar de forma a garantir que os
antebraços, os punhos e as mãos fiquem retos.

• O mouse deve ficar na mesma altura do teclado.

• Ao mesmo tempo, os cotovelos devem ficar junto ao corpo e não esticados para a
frente ou para trás. De preferência, a cadeira deve ter apoios para os braços, na
altura dos cotovelos. • As pernas precisam ficar retas, fazendo um ângulo um pouco
maior que 90 graus com o quadril, isto é, um pouco inclinadas em relação a ele. • A
dobra dos joelhos não deve ficar rente ao assento, e sim manter um pequeno
espaço da cadeira.

• Por fim, os pés devem ficar apoiados no chão ou em um descanso para os pés.
Outra coisa muito importante é fazer intervalos e, se possível, em alguns momentos,

66
realizar exercícios de relaxamento ou alongamento dos músculos, como
apresentado a seguir.

67
Em relação à aquisição, utilização e manutenção dos EPI, a NR 6
estabelece:
Responsabilidades do empregador:
Cabe ao empregador quanto ao EPI:

a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;

b) exigir seu uso;

c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em


matéria de segurança e saúde no trabalho;

d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;

e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;

f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;

g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.

h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas


ou sistema eletrônico. [...]

Responsabilidades do trabalhador
Cabe ao empregado quanto ao EPI:

a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;


68
b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;

c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso;

d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora nº 6.


Equipamento de proteção individual – EPI.

A importância do conhecimento legal


Todo trabalho implica responsabilidades, inclusive legais, podendo até mesmo
resultar em punições rigorosas previstas por lei, caso não sejam observadas. Veja o
exemplo da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro.

Para o empregador: Caso a empresa deixe de fornecer os equipamentos de


segurança necessários, pode ser punida com multa e até mesmo interdição da
empresa.

Para o empregado: A não utilização dos EPI pelo empregado pode levar ao
recebimento de advertências (verbais e por escrito), chegando até a causar sua
demissão, no caso de repetição de tal comportamento. Nesse caso, a demissão
acontece por justa causa, visto que a não utilização do EPI é considerada falta grave,
conforme previsto no artigo 482 das Consolidações das Leis do Trabalho (CLT).

69
Atividade 8
Segurança no trabalho

1. Observe a charge a seguir.

2. Agora, leia o que


aponta o educador
Paulo Freire:

As qualidades ou
virtudes são
construídas
por nós no esforço que
nos impomos para

70
diminuir a distância entre o que dizemos e o que fazemos. Este esforço, o de
diminuir a distância entre o discurso e a prática, é já uma dessas virtudes
indispensáveis – a da coerência.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.

3. Responda:
a) Qual é a relação que se pode estabelecer entre a frase de
Paulo Freire e a charge?

b) Qual é, em sua opinião, a importância da coerência, do cuidado e do


exemplo nas atitudes e ações das pessoas em relação à segurança e
prevenção de acidentes no trabalho?

71
Atividade 9
Linguagem verbal e não verbal

Uma imagem vale mais do que mil palavras?

1. Observe com atenção a obra, As respigadeiras, de Jean-François Millet:

72
a) Qual sua impressão sobre a obra?

b) Quais são as cores que predominam na obra?

c) O que se destaca na cena?

d) Agora, note bem as vestimentas das mulheres. O que essas roupas


podem nos indicar?

e) Por que as mulheres que aparecem na obra estão curvadas?

f) “Respigar” quer dizer catar os restos do que sobrou da colheita. Essa era
uma atividade das camponesas, na França, no século XIX, que dependiam
da respiga para sobreviver. Essas mulheres recebiam autorização para
passar rapidamente antes do pôr do sol pelos campos ceifados para
recolher algumas espigas que sobravam, depois da ceifa. Essas
informações mudam sua primeira interpretação da obra? Em que
sentido?

73
g) Existe um dito popular que afirma que uma imagem vale mais que mil
palavras. O que você acha? A análise da obra de Millet ajuda a responder
a essa questão?

Dica: Por meio da leitura, podemos


experimentar sentimentos, sensações e situações
que jamais viveríamos na realidade, e esse
conhecimento nos torna melhores, nos humaniza
e amplia nosso repertório cultural.

Unidade 7
Conhecendo as empresas

Caracterização da empresa
Uma primeira divisão importante está relacionada a classificação do porte das
empresas. Veremos duas possibilidades de classificação: uma de acordo com o
faturamento anual da empresa e outra de acordo com o número de funcionários
que ela possui.

Tabela 1 – Classificação quanto ao faturamento

Tabela 2 – Classificação quanto ao número de funcionários


74
Quanto a sua organização jurídica. Em relação a esse aspecto, as empresas podem

ser divididas em quatro tipos, conforme mostra o quadro a seguir:

Tipo de organização jurídica Descrição


Pertencem a uma pessoa ou a um
grupo e atuam no sentido de
produzir riqueza e gerar lucro, que
é distribuído entre os sócios para
seu uso particular. Um
supermercado, por exemplo,
investe uma parte do lucro na
Privadas manutenção de sua estrutura e a
75
outra parte vai para os donos e os
seus sócios. Foram criadas por lei
específica e com capital
exclusivamente público para
prestar serviços à comunidade.
Podem ser municipais, quando
ligadas à prefeitura; estaduais,
quando pertencem ao governo do
Estado; ou federais, que pertencem
e trabalham para o governo do
País. Embora não possam ser
deficitárias, tais empresas não têm
por objetivo o lucro, mas sim
cumprir aquilo que é estabelecido
pelo poder municipal, estadual ou
federal. Exemplo: [...]
Caixa Econômica Federal e as
companhias estaduais de água e
esgoto.
Foram criadas por lei específica e
com capital exclusivamente público
para prestar serviços à
comunidade. Podem ser
municipais, quando ligadas à
Públicas prefeitura; estaduais, quando
pertencem ao governo do Estado;
ou federais, que pertencem e
trabalham para o governo do País.
Embora não possam ser
deficitárias, tais empresas não têm
por objetivo o lucro, mas sim
cumprir aquilo que é estabelecido
pelo poder municipal, estadual ou
federal. Exemplo: [...]
Caixa Econômica Federal e as
companhias estaduais de água e
esgoto.

Em alguns casos, as empresas


públicas podem se organizar de
76
forma muito especial. As
Autarquias autarquias, por exemplo, são
entidades estatais autônomas, com
patrimônio e receita próprios,
criadas por lei para executar, de
forma descentralizada, atividades
típicas da administração pública. As
autarquias são isentas de
tributação. Exemplos: o INSS, as
universidades federais e o Banco
Central do Brasil.
Criadas pelo governo com a
participação de capital privado,
para a realização de
empreendimentos ou ações de
interesse social. Por esse motivo, o
lucro obtido pela atividade de uma
Empresas de economia mista empresa de economia mista deverá
ser investido em ações que
beneficiem o setor. Um exemplo é
a Petrobras, que é a maior empresa
brasileira de economia mista.
Criada originalmente para explorar
o petróleo no subsolo brasileiro,
acabou se transformando em uma
empresa de energia, lidando
também com gás natural, fontes de
energia alternativa etc. Uma parte
dela é pública e a outra pertence a
acionistas.

Organização: estrutura e funcionamento organizacional


Conceito de organização. Quando falamos de organização, não estamos apenas nos
referindo a uma empresa. O termo organização, tal como utilizado na
Administração, vai além disso. Portanto, é importante que você conheça e
compreenda a definição do termo dada pelas teorias da Administração. Veja a
seguir uma delas.

77
Uma organização é uma combinação de esforços individuais que tem por finalidade
realizar propósitos coletivos. Por meio de uma organização torna-se possível
perseguir e alcançar objetivos que seriam inatingíveis para uma pessoa. Uma grande
empresa ou uma pequena oficina, um laboratório ou o corpo de bombeiros, um
hospital ou uma escola são todos exemplos de organizações.
Fonte: MAXIMIANO, Antônio César Amaru. Introdução a administração.

Já em relação ao conceito de estrutura organizacional, pode-se definir organização


como sendo o conjunto das relações estabelecidas pelos indivíduos e pelas
diferentes áreas que formam o todo de uma empresa.

É importante que você, como assistente administrativo, conheça bem a estrutura


organizacional da empresa em que atua, para que possa lidar com as suas diferentes
áreas e, principalmente, porque é essa estrutura que define a organização de uma
empresa.
Portanto, podemos dizer que a estrutura organizacional é fundamental para o
funcionamento de qualquer empresa, e dela depende, em grande medida, a forma
como são organizadas, desenvolvidas e coordenadas às atividades cotidianas da
empresa. Em termos de comparação, pode-se dizer que a estrutura organizacional é
a espinha dorsal de toda empresa.

Você sabia?

É comum que as empresas definam e transmitam, tanto para seus funcionários


quanto para seus clientes e mercado em geral, sua missão, visão e valores. Esse
conjunto de informações sobre a empresa representa sua identidade organizacional.

Por missão, entende-se uma breve definição do que a empresa é, qual sua razão de
existir, em termos de definição da sua atividade principal e do papel da organização
na sociedade.

Já a visão é algo que se aproxima da meta do que a empresa pretende ser, ou seja,
algo que a empresa ainda não é, mas tem por objetivo concretizar. Nesse sentido,
difere da missão, que é algo que a empresa já faz, em quanto a visão é algo que
empresa e funcionários almejam alcançar.
78
Por fim, os valores são os princípios que orientam as ações e práticas da empresa e
seus funcionários, individual e coletivamente. Representam, portanto, a própria
ética da empresa.

Veja os benefícios que a empresa possivelmente terá se possuir uma estrutura


organizacional bem definida:

• facilidade na identificação das tarefas necessárias;

• maior organização das funções e suas respectivas responsabilidades;

• maior possibilidade de fornecer ao conjunto dos seus empregados informações e


recursos, bem como um ambiente propício e motivador para a realização das
atividades;

• auxílio na compatibilização entre as ações realizadas e a concretização dos


objetivos estipulados.

Segundo os conceitos da Administração, existem dois tipos de estrutura


organizacional: a formal e a informal.

Organização formal
É aquela representada pelo organograma da empresa, que geralmente apresenta
suas divisões formais, apontando as posições existentes e suas respectivas responsabilidades.
Veja a seguir um exemplo:

79
As linhas do organograma informam como está construída a hierarquia da empresa
e também representa como acontece a comunicação entre setores, cargos e
funções. É importante perceber também que as posições que estão na parte
superior do organograma indicam as de maior responsabilidade e autonomia.

No exemplo dado, observa-se que o cargo máximo na hierarquia da empresa é o do


presidente, que ocupa o primeiro nível do organograma e estabelece comunicação
direta com as diretorias da empresa.

No caso do exemplo, são: diretorias de Marketing e Comercial, de Produção e


Logística, Financeira e de Contabilidade e de Recursos Humanos. O presidente
mantém comunicação direta também com quem ocupa o cargo de secretária
executiva.

Já dentro de cada diretoria, como o traçado das linhas indica, são os diretores que
mantém a comunicação com os funcionários que ocupam os cargos e as funções
existentes na respectiva diretoria.

Outro elemento dessa estrutura organizacional formal são os manuais de


procedimentos, que muitas empresas disponibilizam para orientação de seus
empregados.

80
Nesses manuais, os funcionários da empresa encontram as definições sobre
políticas, normas e procedimentos adotados pela organização.

Por um lado, as empresas elaboram essas definições para que sirvam como
orientação para a própria organização; por outro, os funcionários devem conhecê-
las para orientar suas ações de forma alinhada aos conceitos e à cultura da empresa.

Organização informal
Já a estrutura organizacional informal de uma empresa se caracteriza por ser o
conjunto das relações que surgem das interações entre seus funcionários, de forma
mais espontânea e não tão formal como aquela delineada nos organogramas, mas
que é dada pela própria organização do trabalho, como acontece, por exemplo, nas
pequenas empresas.

Existe uma técnica


chamada “5S”, que é uma
metodologia japonesa
comumente utilizada em empresas, inclusive no Brasil,
com o objetivo de auxiliar na simplificação dos processos
e na otimização de recursos e do tempo.

Veja o que cada “S” representa em português:

• senso de utilização – sugere que se mantenham ao alcance apenas materiais


essenciais na realização de suas atividades; os demais devem ser guardados;

• senso de organização – sugere que se mantenha uma organização que facilite a


utilização dos materiais, evitando assim movimentos desnecessários;

• senso de limpeza – sugere que as empresas e os espaços de trabalho estejam


sempre limpos, facilitando assim os dois “S” anteriores;
81
• senso de padronização – sugere que o trabalho realizado ou o serviço prestado
siga sempre as mesmas condições de apresentação, evitando muita variabilidade.
Imagine se o gosto do bolo de uma padaria variasse de acordo com o turno de
confeiteiros que nela trabalham? Por isso é importante estar atento à padronização
utilizada na produção;

• senso de autodisciplina – sugere que se esteja sempre atento e alerta ao


cumprimento das orientações anteriores.

Ao realizar uma leitura, é importante grifar no texto as passagens que considerar


importantes, pois isso o ajudará a compreendê-lo melhor agora, e quando quiser
relembrá-lo bastará olhar os destaques que fez quando estudou.

Em primeiro lugar: leia o texto inteiro tentando responder à seguinte questão: Do


que trata o texto?

Em seguida, volte ao início e grife as informações que julgar essenciais para a sua
compreensão. O objetivo de grifar é destacar as ideias que o ajudarão a perceber o
que é essencial para a compreensão do assunto. Utilize essa forma de estudar para
auxiliá-lo na realização das atividades.

Atividade 1
Cultura organizacional
Compreensão de texto
1. Leia o texto a seguir.

O que é cultura organizacional? O que significa cultura organizacional?

82
Todas as empresas, independentemente do tamanho, do segmento em que atuam e
dos bens ou serviços que produzem, possuem cultura organizacional, formalmente
instituída ou não.

Aliás, as empresas são bem mais do que isso. Elas possuem personalidade própria e
podem ser rígidas ou flexíveis, apoiadoras ou hostis, inovadoras ou conservadoras,
de cultura fraca ou cultura forte.

Assim, cultura organizacional é um sistema de valores compartilhados pelos seus


membros, em todos os níveis, que diferencia uma organização das demais.

Em última análise, trata-se de um conjunto de características-chave que a


organização valoriza, compartilha e utiliza para atingir seus objetivos e adquirir a
imortalidade.

Segundo pesquisadores existem sete característica básicas que, em conjunto,


capturam a essência da cultura de uma organização.

1- Inovação e assunção de riscos: o grau em que os funcionários são estimulados


a inovar e assumir riscos.
2- Atenção aos detalhes: o grau em que se espera que os funcionários
demonstrem precisão, análise e atenção aos detalhes.
3- Orientação para os resultados: o grau em que os dirigentes focam mais os
resultados do que as técnicas e os processos empregados para seu alcance.

83
4- Orientação para as pessoas: o grau em que as decisões dos dirigentes levam
em consideração o efeito dos resultados sobre as pessoas dentro da
organização.
5- Orientação para as equipes: o grau em que as atividades de trabalho são mais
organizadas em termos de equipes do que de indivíduos.
6- Agressividade: o grau em que as pessoas são competitivas e agressivas em
vez de dóceis e acomodadas.
7- Estabilidade: o grau em que as atividades organizacionais enfatizam a
manutenção do status quo em contraste com o crescimento.

Com base nesse conjunto, pode-se dizer que a cultura organizacional onde você está
inserido é representada pela forma como os colaboradores em geral percebem as
características da cultura da empresa. [...]

Entender a cultura organizacional, aceitar melhor a sua existência, compreender os


seus meandros, entender como ela é criada, sustentada e aprendida pode melhorar
a sua capacidade de sobrevivência na empresa, além de ajudá-lo a explicar e prever
o comportamento dos colegas no trabalho.

Se a empresa onde você trabalha possui valores essenciais bem definidos e


amplamente compartilhados, maior o impacto positivo das lideranças sobre o
comportamento dos funcionários e, portanto, menor a rotatividade. Isso é o que se
pode chamar de cultura organizacional forte.

Por outro lado, quando os valores essenciais estão equivocados e se chocam com os
valores adotados pela maioria, menor o grau de comprometimento com eles e
maior a probabilidade de a empresa sumir do mapa em uma ou duas gerações. Isso
é o que se pode chamar de cultura organizacional fraca.

A questão da escolha e da permanência em qualquer uma delas depende


exclusivamente de você. De minha parte, penso que você nunca deve trabalhar para
uma empresa dotada de valores que não condizem com os seus [...].

Essa escolha será decisiva para atingir ou reduzir o grau de satisfação que você tanto
almeja no trabalho.

MENDES, Jerônimo. O que é cultura organizacional? Disponível em:


<http://www.jeronimomendes.com.br/o-que-e-cultura-organizacional>.

84
2. Tendo em vista o texto lido,
responda às seguintes
questões:

a) O que é cultura organizacional? Responda com as suas palavras.

b) Quantas e quais são as características que definem a cultura de uma


organização?

c) Segundo o texto, é importante que todo trabalhador conheça a cultura da


empresa onde trabalha. Quais são as passagens do texto que justificam essa
afirmação?

3- Discuta com seus colegas de turma suas experiências no trabalho procurando


refletir sobre a cultura organizacional da empresa onde estão como jovem
aprendiz. Tentem listar essas características, a relação e as implicações que o tipo
de cultura tem com o desenvolvimento do seu trabalho.

Finalizem esta atividade listando abaixo as conclusões da turma:

O que já aprendi sobre empresas

Responda às seguintes questões:

1. Quais são as formas de classificação de uma empresa em relação ao seu


porte?

2. E em relação ao tipo jurídico, como as empresas podem se organizar?


85
3- Forme um grupo com quatro ou cinco colegas para realizar uma pesquisa no
laboratório de informática. Cada grupo vai escolher uma empresa e
pesquisar informações sobre ela, de acordo com o que estudou nesta
Unidade. Segue um roteiro de tópicos que podem nortear sua pesquisa.

• Setor da economia em que a empresa se encontra.

• Razão social e nome fantasia da empresa.

• Porte da empresa.

• Estrutura organizacional formal.

• Cultura organizacional.

Ao final, organizem um texto com as informações coletadas e apresentem para os


demais grupos.

Unidade 8
Principais rotinas do setor comercial
Funções do marketing
O marketing se configura como um elemento fundamental dentro do setor
comercial, sendo, portanto, muito importante na sua formação como assistente

86
administrativo conhecer alguns de seus aspectos básicos, complementando assim
sua aprendizagem sobre algumas práticas do setor de comércio.

O que é marketing?
No Dicionário Aurélio encontramos as seguintes definições:

Conjunto de procedimentos e estratégias de otimização dos lucros que, através de


pesquisas de mercado, busca adequar os produtos às necessidades dos
consumidores; estudo de mercado. Reunião das atividades e ações que,
metodicamente planejadas, tentam persuadir o público em relação a determinado
produto, serviço, ideia, pessoa.

Existem várias ações de marketing, porém todas elas visam não só à formação de
uma clientela fiel, mas também a obtenção de lucro, pois sem isso o comércio não
subsiste. Existem várias ações de marketing, porém todas elas visam não só à
formação de uma clientela fiel, mas também a obtenção de lucro, pois o comércio
não subsiste. É com essa finalidade que vários estudiosos realizam pesquisas e
experimentos e, dependendo de seu resultado, eles são publicados e seguidos, tal
qual o “composto de marketing” (marketing mix, em inglês), desenvolvido por Neil
H. Borden em 1949. A teoria de Borden, que consistia em combinar uma variação de
elementos para atingir os objetivos de marketing, foi aperfeiçoada por Edmund
Jerome McCarthy (1928-), professor da Universidade Estadual de Michigan (EUA),
que a resumiu em quatro grupos, sendo conhecida atualmente como Pilares do
Marketing ou “os 4 P do marketing”, que são: produto, preço, promoção e praça (ou
ponto de venda).

Cada um desses “pilares” apresenta


determinadas características e envolve
algumas atividades, tais como:

87
• produto – “coisa ou objeto produzidos como bem de consumo ou de comércio” (©
Dicionário Aulete. <www.aulete.com.br>), pode ser de diferentes formatos,
tamanhos e serventias. Costuma ser de determinada marca e possuir especificações
próprias. Vem vedado em embalagens variadas, tanto em relação ao material com
que são produzidas como em formato e tamanho. Normalmente, os produtos
possuem garantia e prazo de validade. Entende--se também como “produto” a
prestação de um serviço, como os realizados em uma agência bancária, em uma
clínica médica etc.;

• preço – é o custo ou o valor do produto, como a “quantia estipulada para a


aquisição de uma mercadoria ou serviço”. (© Dicionário Aulete.
<www.aulete.com.br>) Normalmente, o preço é acompanhado do prazo para
seu pagamento, isto é, pagamento à vista ou a prazo, que, nesse último caso,
apresenta o número de prestações e formas de financiamento possíveis. Pode
também vir acompanhado da promessa de descontos, decorrentes de alguma
promoção ou condicionados a formas e prazos de pagamento;

• promoção define o “conjunto de técnicas, medidas e realizações destinadas a


incentivar a venda de produtos ou serviços, ao estimular o interesse e o
envolvimento de vendedores e consumidores”. (© Dicionário Aulete.
<www.aulete.com.br>)

A promoção costuma vir acompanhada de propagandas ou publicidades de


determinados produtos ou resulta de pesquisas de marketing;

• praça – definida como o “conjunto de setores comerciais de uma cidade”, (©


Dicionário Aulete. <www.aulete.com.br>), é composta pelos locais de distribuição
das mercadorias, bem como do seu armazenamento. O principal objetivo do
marketing é criar um relacionamento favorável com o cliente, promover a venda e,
com isso, gerar lucro para a empresa.

Desse modo, o que se pretende alcançar é o mercado-alvo, conformado pela


articulação entre “os 4 P do marketing”: o produto adequado às exigências dos
clientes, o preço a ser pago no mercado, a promoção para o escoamento dos
produtos e a praça em que a atividade comercial se realizará. Por isso, é importante
para a empresa identificar esse mercado-alvo, descobrindo e tentando satisfazer
suas necessidades

88
Atividade 1
Analisando um ponto de venda

Atividade em grupo:
Conversem sobre as lojas que costumam frequentar e levantem para cada item
abaixo duas características que as tornam locais agradáveis, inspirando o desejo de
retorno.

1. Sua decoração.

2. Facilidades presentes no local.

3. Localização dos produtos.

4. Atendimento dos funcionários.

Vamos agora conhecer alguns tipos de marketing conforme classificados


atualmente.
Tipo de Descrição
marketing
Institucional Trabalha para fortalecer a imagem da empresa ou
89
organização junto aos consumidores. [...] O objetivo é
divulgar a organização promovendo eventos que
reforcem sua credibilidade e sua marca, causando
uma impressão positiva.
De comunicação Visa melhorar a imagem institucional da empresa
divulgando o que ela faz de relevante para a
sociedade. Costuma contratar jornalistas, assessores
de imprensa ou profissionais de relações públicas
para fazer o contato com a mídia e interagir com a
comunidade.
Estratégico Procura definir os objetivos e as metas da organização
e a melhor maneira de alcançá-los. Para isso,
estabelece ações de curto, médio e longo prazo. O
marketing estratégico é o contrário do marketing
pontual, em que a empresa apenas reage ao que
acontece.

Ambiental É voltado para atividades de conservação e


preservação do meio ambiente. Pode ser uma ação
direta da própria empresa, que ajuda, por exemplo, a
conservar os parques públicos perto de sua sede, ou
pode incluir o financiamento de entidades e
organizações não governamentais que atuam na área
ambiental.
Cultural Inclui desde o patrocínio e o apoio a peças, filmes e
shows até o financiamento da publicação de livros e
da montagem de exposições de artes visuais. Quem
trabalha com marketing cultural deve conhecer as leis
de incentivo à cultura, que permitem o abatimento
dos investimentos no Imposto de Renda.
Esportivo Abrange desde o patrocínio de um atleta ou clube até
o financiamento de instalações esportivas ou o apoio
a programas comunitários nesse setor.

Filantrópico Procura unir a imagem da organização ou empresa a


um trabalho de caráter social. Participar de
campanhas de caridade, contribuir para instituições
que cuidam de pessoas carentes, menores
abandonados, doentes e moradores de rua são as
ações mais comuns. Também pode incluir doar um
90
percentual da renda da empresa a uma entidade
filantrópica. Exemplo: uma cadeia de lanchonetes que
destina o faturamento da venda de um determinado
sanduíche durante um dia por ano a instituições que
cuidam de crianças com câncer.

Tipo de Descrição
marketing
Social Não apenas faz doações, mas também procura
vincular a empresa a campanhas de melhoria da
qualidade de vida, cidadania, saúde, educação etc.
De serviço Procura oferecer todo um conjunto de itens que
tornem seu produto mais atraente. É o caso da loja
que, além de vender roupas, oferece também um
espaço para seus clientes ficarem à vontade, onde
eles podem descansar, tomar um café e esperar em
poltronas confortáveis enquanto a vendedora
embrulha suas compras.
De diferenciação A empresa destaca e divulga suas características para
se diferenciar de suas concorrentes. Um restaurante
carioca com uma bela vista para a Baía de Guanabara,
por exemplo, faz questão de incluir essa vista em toda
a sua divulgação, desde o cartão de visitas até as
toalhas de mesa. Assim ele comunica que é diferente
de um outro restaurante que não ofereça a mesma
paisagem.
De A empresa, a instituição ou o profissional procura
relacionamento conhecer de perto seus clientes, dando-lhes um
tratamento que revela gentileza e intimidade. É o
caso, por exemplo, de uma cabeleireira que telefona
para dar parabéns a uma cliente no dia do seu
aniversário.
De nicho Procura investigar onde estão os pontos que ainda
não foram
convenientemente explorados e atua diretamente
sobre eles.
De massa Ao contrário do marketing de nicho, procura atingir
todos os
segmentos de consumidores recorrendo a meios de
comunicação de massa, como jornais e canais de TV,
divulgando sua mensagem para populações inteiras.
91
Direto Dispensa os intermediários e oferece seus produtos
diretamente ao consumidor. Tem tido um grande
desenvolvimento com a venda por catálogo, mala
direta, telemarketing e venda eletrônica.
Endomarketing É feito dentro da própria empresa, procurando
eliminar problemas, aprimorar qualidades e motivar
os funcionários.
Político Pode reunir qualquer um dos tipos apresentados até
aqui, com o fim de fortalecer a imagem pública de
candidatos, partidos políticos ou governos,
principalmente em períodos de campanha eleitoral.

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL (SENAC). Práticas


administrativas em escritório. Rio de Janeiro: SENAC Nacional, 2010. p. 80-2.

Atividade 2

Identificando os tipos de
marketing

Observe as imagens a seguir e classifique-as em relação ao tipo de marketing,


justificando sua resposta.

92
93
Funções de compras
O setor de compras cuida de tarefas essenciais a toda a empresa, que dizem
respeito aos produtos dos quais necessita para realizar a prestação de um serviço,
como também à compra de todo o material necessário para o consumo interno do
estabelecimento.

O aprendiz dará apoio às principais funções de compras da empresa, auxiliando, por


exemplo, na identificação dos materiais que devem ser adquiridos e na organização
dos documentos necessários às compras.

Algumas etapas são importantes para a realização dessas atividades, como você
verá a seguir, mas é importante saber que variações nesses procedimentos podem
acontecer, dependendo das escolhas de organização de cada empresa.

94
Alguns dos documentos utilizados nas transações de
compras:

95

Nota fiscal
(NF) –
principal
documento
de

96
comprovação de uma transação comercial ou prestação de serviços. Nela devem
constar os principais dados da empresa, como razão social, Cadastro Nacional da
Pessoa Jurídica (CNPJ), endereço e inscrição estadual e/ou municipal. Além desses
dados, devem também ser registradas na NF informações do produto ou serviço,
tais como sua descrição, valor e data de realização. Serve ainda como documento-
base para fiscalização do governo e arrecadação de tributos e impostos.
Atualmente, a empresa pode optar ainda pela emissão da nota fiscal eletrônica

Requisição de materiais – formulário que deve ser preenchido para que se


conheçam os produtos que serão comprados. Nele constam dados como data,
número do pedido para futuros controles, descrição do produto, quantidade, valor
etc.

97
•Pedido
(ou
ordem)
de
compra –

documento que comprova a realização do pedido de compra. Nele constam


informações sobre os produtos e sobre a transação comercial realizada, como prazo
de entrega, preços, formas de pagamento etc.

98

Fatura – outro
documento que
comprova a
transação
comercial, mas
que é utilizado
apenas em
vendas a prazo.
Nele constam
basicamente os
mesmos dados
da nota fiscal,
que serve como
base para seu
preenchimento.

99
• Duplicata –
documento
basicamente
igual à fatura;
sua
importância se
dá pois é esse
o documento
utilizado como
prova de
existência de
uma dívida a
ser paga.Nele
consta a
assinatura do
cliente e, por isso, é usado como prova perante a justiça, em casos de necessidade
de comprovação de efetuação de uma transação comercial.

100
Boleto bancário – atualmente, em função da informatização das empresas, é o
documento de cobrança mais utilizado. Nele constam as informações necessárias
para a realização do pagamento, tais como valor, dados da empresa, prazo de
vencimento etc.

101
• Cadastro de fornecedores – esse tipo de documento é organizado e arquivado com
o objetivo de manter atualizadas e disponíveis as principais informações dos
fornecedores da empresa. Atualmente, a maioria das empresas organiza esses
cadastros de forma eletrônica, por meio de programas específicos ou mesmo de

editores de texto ou planilhas.

Atividade 3

Simulando a rotina de um comércio


Trabalho em Grupo:
Simular uma situação de necessidade de compra de mercadorias para que você
possa trabalhar com as rotinas descritas anteriormente. Para tanto, vamos eleger
como estabelecimento comercial um loja de departamento

Vocês vão realizar todas as etapas previstas para a realização das compras
necessárias para o funcionamento do estabelecimento. O desenvolvimento de cada
etapa deve ser acompanhado do preenchimento dos respectivos documentos:

102
103
Funções de vendas
É igualmente importante que você conheça as funções relacionadas às
vendas da empresa. Você aprendiz dará apoio às principais funções de
vendas da empresa, que podem envolver atividades de atendimento aos
104
clientes e identificação de suas necessidades, auxiliando assim no
processo de venda do produto ou serviço oferecido pela empresa.
Poderá trabalhar realizando funções como lidar com os pedidos
feitos pelos clientes; fazer a manutenção dos cadastros dos
clientes, facilitando assim o processo de venda e de futuras
negociações; e ainda cuidar do serviço de pós-venda, fornecendo,
tanto para a própria empresa como para os clientes, informações
sobre a situação dos pedidos de venda, incluindo dados sobre sua
entrega.
O departamento de vendas de uma empresa geralmente trabalha
de forma conjunta com o de marketing, resultando assim em um
processo de venda de maior qualidade para o cliente e também
para a organização da própria empresa.
Veja no quadro a seguir os principais tipos de vendas e algumas
de suas características.

105
Rotinas de estoque
Uma das técnicas mais comuns empregadas nos estoques é a chamada curva ABC,
um método de classificação de itens do estoque. Ele foi desenvolvido baseado nos
estudos feitos por Vilfredo Pareto (1848-1923) sobre distribuição de renda, que
concluíram que aproximadamente 20% da população controlava grande parcela da
riqueza, cerca de 80%. Com base nessa análise, foi elaborado o chamado princípio
de Pareto, que afirma que 80% das consequências são geradas por 20% das causas.

106
A técnica leva em consideração o fato de que estoques são formados por itens que
possuem diferentes valores de custo; logo, são utilizados em diferentes volumes; e
têm diferentes graus de importância para a produção.

Com frequência, em média, 70% a 80% do valor dos materiais estocados


correspondem a cerca de 20% dos itens, que são os de maior valor, sendo
classificados como A; os classificados como B correspondem a 15% a 20% do valor
do estoque; e os considerados como C, a uma cifra em torno de 5%.

Observe o gráfico a seguir:

Nele,
você
pode
identificar os itens classificados como:

• A, que são os itens de maior valor ou relevância;

• B, que correspondem aos itens de importância intermediária;

• C, que representam os itens de baixa relevância nos estoques.

Para obter essas informações, é preciso realizar um cálculo muito simples: de posse
do valor unitário de cada item estocado, multiplica-se esse valor pela quantidade
consumida ou vendida em uma medida de tempo que, em geral, é o de um
semestre ou de um ano, dependendo da velocidade em que, na história da empresa,
se dão as variações na demanda.

107
Atividade 4
A curva ABC da minha cozinha

1. Imagine a seguinte situação: você dispõe de dinheiro (capital de giro) e uma


despensa com enormes prateleiras e geladeiras (armazém, almoxarifado, depósito)
com capacidade para estocar os produtos que consome regularmente na
preparação de suas refeições, em quantidades suficientes para seis meses de
consumo.

2. Anote, ao lado de cada um dos produtos, a quantidade de unidades que vai


utilizar em três meses (calcule 14 semanas), além dos custos unitário e total de cada
produto. Complete a tabela com os demais produtos em unidades e custos,
conforme o exemplo a seguir.

Produto Unidades Custo unitário (R$) Custo total (R$)


Arroz 20 kg 8,25 33,00
Macarrão 12 kg (24 pacotes) 2,89 69,36
Molho de tomate 8,3 kg (26 sachês) 1,13 29,38
Carne moída 12 kg 14,59 175,08
Frango 32,5 kg (13 13,60 176,80
unidades)

3. Lembre-se de calcular o custo total. Para isso, multiplique as unidades de cada


produto pelo seu custo unitário.

108
O processamento das informações de estoque
Existem vários programas de computador, os chamados softwares, que foram
criados para controlar e integrar diferentes processos que ocorrem dentro das
empresas,facilitando o gerenciamento deles. Outros são desenvolvidos para
objetivos mais específicos, sendo chamados de softwares especialistas. Eles podem
estar disponíveis no mercado ou vir a ser especialmente desenvolvidos para um
cliente, por uma empresa de tecnologia da informação (TI), tendo em vista uma área
de trabalho da empresa que necessite de algum programa particular para atender a
peculiaridades de seu funcionamento.

São diversos os programas destinados à gestão de estoques. Um sistema


especialista voltado ao gerenciamento de um armazém, por exemplo, possui
inúmeras funções inter-relacionadas.
A abrangência dos programas é bastante extensa, permitindo registro e
processamento de todas as operações, bem como dos procedimentos envolvidos,
inclusive o rastreamento das mercadorias a partir do momento em que são
recebidas na empresa até sua saída nos veículos que farão as entregas.

Além disso, esses programas possibilitam controle e precisão inventariais (de


quantidade de itens presentes no estoque) bastante altos. Por essa razão, eles são
muito utilizados não somente em indústrias, mas também nos centros de
distribuição, em atacadistas, varejistas e operadores logísticos, que são empresas
prestadoras de serviços especializadas em armazenamento e distribuição.

Com tais programas, é possível efetuar inventários por produto ou por grupo de
produtos. Esses inventários costumam ser feitos com regularidade para que se
tenha o controle do estoque da forma mais precisa possível, uma vez que podem
ocorrer:

• danos e avarias em mercadorias manuseadas no depósito;

• furtos;

• erros de lançamento dos dados de notas fiscais nas entradas e/ou saídas dos pro-

dutos;

• erros de identificação ou classificação de produtos;


109
• expiração da validade;

• não realização de lançamentos ou registros dos dados de notas fiscais, no caso de


mercadorias devolvidas por danos no momento do recebimento;

• outros problemas que fazem com que um acompanhamento simples de entradas


e saídas de produtos frequentemente apresente erros diversos. É comum,
dependendo do tipo de negócio e porte da empresa, que se façam contagens físicas
das mercadorias para confrontação com os dados numéricos, registrados nos
programas dos computadores ou em fichas anotadas manualmente.

Atividade 5
Programas especializados

1. Em dupla, pesquisem nos sites de busca alguns programas especializados em


gestão de estoque.

2. Registrem as características de cada um deles e elejam qual lhes pareceu o mais


completo para uso diário.

110
Unidade 9
Setor Financeiro
Toda empresa, seja de pequeno, médio ou grande porte, precisa lidar com a gestão
financeira de seu negócio, o que torna esse setor vital para qualquer organização.
Com base em dados e informações financeiras é possível avaliar o desempenho
interno da empresa e planejar suas atividades futuras.

A tendência é que as empresas de maior porte possuam um setor financeiro que


desenvolva especificamente essas atividades, enquanto nas empresas de menor
porte essa gestão pode ser desenvolvida pelos próprios proprietários do negócio.

Basicamente, a principal função do setor financeiro é lidar com a movimentação –


entrada e saída – dos recursos financeiros da empresa. Essa tarefa, nada simples, é
fundamental para o bom funcionamento de toda a organização.

Geralmente, o departamento financeiro exerce diferentes funções complementares,


por exemplo: planejamento financeiro, aquisição e controle de recursos e
distribuição de recursos.

Veja no quadro a seguir a descrição de cada uma dessas funções.

Funções Descrições
O planejamento no departamento financeiro tem como
objetivo, de modo geral, fazer com que as metas
estabelecidas pela direção de uma empresa sejam
alcançadas. Para que isso aconteça, é preciso definir:
como realizar as ações necessárias, quando elas
precisarão ser executadas, por quem serão feitas e
Planejamento quanto isso vai custar.
[...] Cabe ao departamento financeiro analisar a
viabilidade de um projeto ou de um investimento
específico. Isso porque, às vezes, tem-se a intenção de

111
se realizar uma atividade e, após estudo e análise,
verifica-se que é impossível realizá-la por muitas razões,
dentre elas a questão financeira. Um projeto pode ser
muito bom, mas, se o montante de recursos
necessários ao seu empreendimento for superior à
capacidade financeira da empresa, esse projeto deve
ser descartado. [...]
Aquisição e controle de recursos Qualquer empresa, seja grande e com muitas filiais ou
mesmo uma unidade de menor porte, realiza
rotineiramente operações que visam manter o seu
negócio em dia. São pagamentos de contas, impostos,
compras de mercadorias e produtos etc. Ou seja, são
gastos diários necessários para o negócio funcionar. [...]
Cabe à administração financeira não deixar que faltem
recursos para as atividades rotineiras. Mas uma
organização não pode se contentar em pensar somente
no agora. Ela precisa ter uma visão também de longo
prazo. Portanto, o processo de aquisição e controle de
recursos deve considerar a questão do tempo. Se uma
empresa pretende ampliar suas instalações, ela precisa
destinar parte dos seus recursos do dia a dia para
viabilizar essa intenção.
Distribuição de recursos [...]
Todos os departamentos de uma empresa necessitam
de recursos. Sendo assim, para que o departamento
comercial possa vender, é necessário ter mercadorias
no estoque. Mas, para que elas estejam no estoque, é
preciso comprá-las. E, para que as compras sejam
efetuadas, é preciso pagar por elas. Além disso, não se
pode esquecer que em cada departamento da empresa
há pessoas que precisam fazer o seu trabalho direito,
da maneira correta e obedecendo aos prazos
estabelecidos. Se isso não ocorrer, prejuízos podem
surgir. Nesse caso, muitas vezes é preciso realizar
treinamentos e elaborar regras claras para que não haja
confusão entre os setores ou departamentos sobre a
responsabilidade de cada um.

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL (SENAC). Práticas administrativas


em escritório. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2010. p. 53-5.

Rotinas do setor financeiro


A primeira atividade realizada pelo financeiro de uma empresa que vamos conhecer
é a rotina de contas a pagar e contas a receber. Trata-se de uma atividade realizada
em todo tipo de empresa e fundamental para sua organização.

Por contas a pagar, compreendem-se todos os pagamentos que a empresa deve


efetuar costumeiramente, seja diária, mensal ou anualmente. São exemplos desse
tipo de conta os pagamentos realizados a fornecedores, empregados e funcionários;
compra de suprimentos; pagamento de impostos etc. Assim, é importante que haja
um rigoroso controle e organização dessas contas, para auxiliar no processo de
gestão da empresa, que deve administrar os valores dos pagamentos, bem como as
respectivas datas de vencimento. Para que isso aconteça, é fundamental o setor
112
financeiro ter canais de comunicação com todos os demais setores que compõem a
empresa, que deverão trabalhar de forma conjunta com a equipe de finanças,
transmitindo as informações necessárias. Além disso, é também importante que o
setor desenvolva práticas de cadastramento e agendamento, possibilitando o
controle das contas e dos pagamentos a serem realizados, a fim de evitar que exista
qualquer tipo de atraso, o que implicaria prejuízo para a empresa, por causa do
pagamento de juros e multas. Por fim, deve-se obter a autorização da própria
empresa e concretizar o pagamento da conta.

Já o processo de contas a receber, oposto ao de contas a pagar, diz respeito a todos


os pagamentos que devem ser realizados para a empresa, incluindo todos os seus
setores. Refere-se, portanto, ao montante de vendas efetuado pela empresa, seja
de seus produtos ou de seus serviços, que também tem de ser controlado pelo setor
financeiro de forma integrada aos demais setores que compõem a empresa.

A organização de relatórios sobre esses pagamentos e recebimentos da empresa


também é uma prática importante, mas que pode variar de acordo com cada lugar.

Outro procedimento importante está ligado aos dois descritos anteriormente. Trata-
se da conciliação bancária: comparação entre o controle interno realizado pelo
setor financeiro da empresa e as contas bancárias. Esse controle deve ser feito
diariamente em função das transações efetuadas, possibilitando assim uma
checagem das informações e a localização de possíveis inconsistências.

Uma checagem fundamental a ser executada, aliada às anteriores, diz respeito aos
saldos do controle interno e bancário, que têm de ser equivalentes.

Todos esses procedimentos são importantes e devem ser realizados


constantemente, pois, caso seja encontrado algum erro, é possível corrigi-lo,
minimizando assim os prejuízos para a saúde financeira da empresa.

O fluxo de caixa
Para Assaf Neto e Silva (1997, p. 35) “(…) o fluxo de caixa é um instrumento que
relaciona os ingressos e saídas (desembolsos) de recursos monetários no âmbito
de uma empresa em determinado intervalo de tempo”.

Portanto, o fluxo de caixa, ao controlar as entradas e saídas dos recursos


financeiros, deve ser entendido como uma importante ferramenta na gestão
113
financeira das empresas. É também com base nele que os gestores têm a
possibilidade de realizar com maior segurança suas tomadas de decisão e seu
planejamento estratégico.

Atividade 1
Montagem do
fluxo de caixa
1- Leia a reportagem a seguir:

De forma simplificada, o fluxo de caixa é basicamente constituído de duas partes:


entradas e saídas.

Hoje o assunto é voltado para as saídas de caixa. Na linguagem financeira existem


quatro itens onde podem ser alocadas as saídas: aumento de qualquer ativo, como
compras para manter o estoque adequado ou uma máquina nova; redução de um
passivo, como o pagamento de uma conta de luz, água, ou mesmo fornecedores;
prejuízo líquido, quando as depreciações não forem superiores a este valor; e
pagamento de dividendos ou recompra de ações.

Para o caso das pequenas empresas, o foco deve ser nos dois primeiros itens e
analisar as saídas sob os aspectos do comportamento desses valores, que podem ser
divididos em dois grandes grupos: custos fixos e variáveis.

Os custos fixos são aqueles que existem mesmo que a empresa não venda nada.
Eles costumam ser mensais e incidem constantemente.

Já os custos variáveis são aqueles que flutuam para cima ou para baixo de acordo
com o volume de vendas da empresa ou alguma decisão de aumento de estoques,
por exemplo.

Para cada um deles o tratamento deve ser diferenciado, pois o primeiro, os fixos, o
administrador deve ter um levantamento e periodicamente controlar suas
114
variações. O segundo tipo, os variáveis, devem ser coletados a partir das estimativas
de produção e vendas da organização e normalmente variam todos os meses.

2. Em grupo:

A partir do que leram na reportagem, elaborem um fluxo de caixa de acordo com as


orientações a seguir.

• O grupo deverá criar uma empresa fictícia para a qual o fluxo de caixa será
elaborado. Vocês deverão traçar o perfil da empresa, com informações sobre seu
porte, o setor em que atua etc.

• Para montar o fluxo de caixa, vocês deverão prever que as movimentações


financeiras acontecerão em prazos diferentes. Por exemplo: a compra de
determinada quantidade de mercadoria ou matéria-prima tem vencimento em 30
dias; outra, em 45 dias. Por outro lado, algumas vendas feitas na loja ou empresa
foram pagas à vista; outras, a prazo, com diferentes datas de pagamento etc.

• Deverão constar ainda no fluxo de caixa as despesas fixas mensais da empresa,


como folha de pagamento, luz, água, aluguel etc.

• A planilha a seguir poderá ser utilizada como exemplo para a criação do fluxo de
caixa, mas é importante que cada grupo crie sua própria planilha, inserindo os dados
necessários.

115
• Finalizando com uma exposição para o restante da turma do fluxo de caixa criado
para sua empresa. É fundamental que a apresentação do fluxo seja precedida de
uma discussão sobre a importância de realizar uma boa gestão financeira.

Unidade 10

Principais rotinas do setor de recursos humanos


Esse é o setor responsável por lidar com todas as questões que dizem respeito às
pessoas, aos funcionários de uma empresa, desde sua contratação, passando pela
sua integração com a cultura da empresa, preocupação com sua formação contínua,
questões relativas a cargos e salários, até um eventual processo de demissão. Todas
essas são atividades e responsabilidades do setor de recursos humanos.

Grandes empresas costumam ter um setor de RH muito bem estruturado, com


profissionais especializados; já empresas menores podem ter as atividades desse
setor realizadas pelo mesmo trabalhador que atua em outras práticas
administrativas, como controle de estoque ou setor de compras.

De uma forma ou de outra, todas as empresas que trabalham com funcionários


precisam adotar os procedimentos de RH. Essa é a área da empresa que lida
especificamente com questões referentes à contratação dos funcionários, bem

116
como o pagamento de seus salários e benefícios, vamos estudar mais sobre essas
questões, de acordo com a legislação brasileira. As características do emprego na
atualidade: o emprego formal

Um dos assuntos mais importantes no mundo do trabalho diz respeito ao tipo de


contrato a que cada um é submetido. E a forma de contratação de cada trabalhador
afeta diretamente a vida pessoal dele.

O emprego formal é aquele que possui registro em carteira profissional ou na


Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS). Nela, a empresa deve sempre
anotar, nas páginas próprias para o “Contrato de trabalho”, o nome da empresa, o
número do CNPJ, o endereço da empresa, a espécie de estabelecimento (comércio,
indústria etc.), o cargo para o qual o trabalhador está sendo contratado, o código da
sua ocupação na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), a data de admissão, o
número do registro, assim como o número da folha ou ficha do Livro de Registro de
Empregados, e a remuneração do trabalhador.

O conjunto das informações anteriormente citadas (nome da empresa, número do


CNPJ, endereço da empresa, espécie de estabelecimento etc.) precisa constar
obrigatoriamente na Carteira de Trabalho, pois essas informações compõem o
registro do emprego para o qual o trabalhador está sendo contratado e,
principalmente, porque só assim seus direitos serão assegurados.

A remuneração especificada na Carteira de Trabalho é o que chamamos salário


bruto, ou seja, é o total do salário pago pelo empregador, sem contar os descontos
obrigatórios que deverão ser aplicados. Poucas pessoas realmente sabem o que são
esses descontos e para que eles servem, mas é muito importante conhecê-los, pois
eles têm tudo a ver com os direitos conquistados pelos trabalhadores e também
com os nossos deveres como cidadãos.

Um dos descontos principais é o do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). É com


a reserva criada com esse dinheiro que o governo paga as aposentadorias, auxílios--
doença e outras formas de auxílio ao trabalhador. Ou seja, é uma contribuição
exigida pelo governo, mas que deve retornar em benefícios para o próprio
trabalhador.

Além desse desconto para o INSS, outros descontos comuns são o do Imposto de
Renda e o do seguro-saúde. Algumas empresas pagam parte do custo mensal desse
seguro, ficando a outra parte por conta do funcionário.

117
Podem ser descontadas do salário, ainda, algumas taxas referentes a benefícios que
a empresa ofereça, como vale-alimentação, vale-refeição etc. Embora sejam
oferecidos pelo empregador como benefícios, é comum que o funcionário contribua
com uma parte, que é descontada de seu salário.

Veja a seguir, na tabela de descontos do Imposto de Renda e da Previdência Social,


os dois principais descontos realizados nos salários.
Tabela 1 – Descontos do INSS sobre o salário bruto

Tabela 2 – Descontos do Imposto de Renda sobre o salário bruto

Exemplo:

118
Atividade 1

Comparando diferentes faixas salariais

01 - Descontos para um trabalhador que tem o salário bruto de R$ 4 000,00:

• salário bruto = R$ 4 000,00;

• desconto do INSS = R$ 440,00 (equivalente a 11% de R$ 4000,00, desconto -


padrão para os que ganham entre R$ 2195,13 e R$ 4 390,24);

• Imposto de Renda = R$ 198,97 (equivalente a 15% – desconto-padrão para os que


ganham entre R$ 2679,30 e R$ 3 572,43 – de R$ 3 560,00 – que é o salário bruto
menos o desconto já aplicado do INSS –, menos ainda R$ 335,03 – que é o valor-
padrão a ser deduzido do imposto para essa faixa salarial);

• salário líquido = R$ 3361,03.

02 - Descontos para um trabalhador que tem salário bruto de R$ 750,00:

• salário bruto (salário que consta no contrato de trabalho) mensal = R$ 750,00;

• desconto do INSS = R$ 60,00 (equivalente a 8% de R$ 750,00, desconto-padrão


para os que ganham até R$ 1317,07);
119
• Imposto de Renda = isento, pois o salário é inferior a R$ 1787,78;

• salário líquido = R$ 690,00 mensais.

3 - Quais diferenças e semelhanças você vê entre os descontos aplicados no


primeiro caso e os descontos aplicados neste último? Você acha que essas
diferenças e semelhanças são boas ou ruins? Quem é mais afetado pelos descontos?
Reflita a respeito e anote suas conclusões.

Os direitos têm história


Os direitos vinculados ao trabalho têm uma longa história, especialmente na
Europa, onde alguns países foram os primeiros a reconhecê-los.

É importante lembrar que, no Brasil, a conquista dos direitos vinculados ao trabalho


só aconteceu no século XX .

Observe a linha do tempo que indica a criação de pilares importantes do direito do

trabalhador brasileiro.

• A Carteira de Trabalho existia informalmente desde 1891. Nela, os empregadores


registravam algumas informações sobre os trabalhadores. Foi só em 1932 que, por
meio do Decreto federal no 21.175, esse documento foi instituído e com ele vários
direitos foram garantidos aos trabalhadores.

• A conquista do salário mínimo, em 1936, significou para todos os trabalhadores do


Brasil a garantia de que nenhum assalariado receba valor mensal inferior ao
estabelecido pela lei.

120
• Em 1º de maio de 1943, foi promulgada, pelo então presidente Getúlio Vargas, a
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que uniu em uma única lei toda a legislação
trabalhista do País.

• O descanso semanal remunerado previa em lei o direito ao trabalhador da


recuperação da fadiga causada pelo trabalho.

Atualmente, os principais direitos trabalhistas ou previdenciários do trabalhador


são:

• jornada semanal de trabalho: 44 horas, conforme definida pela Constituição


Federal de 1988. Esse tema está sendo atualmente debatido, pois há forte pressão
para que a jornada legal seja limitada a 40 horas semanais;

• Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS): criado em 1966, é formado pelo


depósito mensal feito pelo empregador, na Caixa Econômica Federal, do valor
correspondente a 8% do salário de cada trabalhador;

• férias remuneradas de 30 dias: com o valor do salário normal acrescido de 1/3


desse valor. Por exemplo: se o salário é de R$ 900,00, o salário a receber no mês de
férias será de R$ 1 200,00;

• 13º salário: gratificação anual, cujo valor mensal corresponde a 1/12 (um doze
avos) do salário mensal do trabalhador. Aqui também o cálculo é semelhante. Se o
salário é de R$ 900,00 e o empregado trabalhou de janeiro a dezembro, o 13º
salário será o pagamento de outros R$ 900,00. Mas, no primeiro ano na empresa, o
13º salário será proporcional aos meses trabalhados: se foi contratado em julho,
receberá como 13º salário R$ 450,00;

• aviso-prévio em caso de demissão: comunicado de rescisão de contrato de


trabalho com duração de, no mínimo, 30 dias, podendo, pelas novas regras, chegar
a até 90 dias, de acordo com o tempo de serviço na empresa;

• adicionais salariais por periculosidade e por insalubridade: sempre que o


assalariado exercer seu trabalho em condições perigosas e/ou nocivas à saúde, ele
tem direito a receber mensalmente um percentual adicionado ao salário. Esse
percentual varia conforme a classificação do grau de risco ao qual o trabalhador é
exposto: no caso de insalubridade, por exemplo, 10% para nível baixo, 20% para
médio e até 40% para alto.

121
• adicional noturno pago para aqueles que realizam seu trabalho entre 22h00 e
05h00. Seu pagamento é feito da seguinte forma: a hora, que normalmente é
computada como 60 minutos, passa a ter 52 minutos e 30 segundos, sofrendo assim
uma redução de 7 minutos e 30 segundos, o que equivale a 12,5% da hora regular.
Seu valor será 20% maior que aquele pago pela hora diurna;

• estabilidade de emprego por acidente de trabalho: se o trabalhador sofrer


acidente de trabalho, ele terá garantia de emprego por 12 meses após o término do
auxílio-doença;

• estabilidade de emprego para a mulher em caso de gestação, após a confirmação


da gestação, acrescida de mais cinco meses após o parto; para licença-maternidade
são previstos atualmente 120 dias;

• dispensa imotivada (sem justa causa): dá ao trabalhador o direito a receber


adicional de 40% sobre o total das contribuições que a empresa efetuou ao FGTS;

• direito ao pagamento de horas extras no valor estipulado pela lei;

• aposentadoria por tempo de contribuição: 35 anos para homens e 30 anos para


mulheres;

• aposentadoria por invalidez permanente, sempre que a perícia médica considerar


a pessoa incapaz para exercer o trabalho;

• seguro-desemprego: quando o trabalhador for contratado por pessoa jurídica e for


demitido sem justa causa, ele tem direito a receber até seis meses de assistência
financeira paga pelo governo federal. O valor varia conforme a faixa salarial .

Atividade 2
1º de Maio

122
1. Pesquisar sobre o dia 1° de maio, baseando no roteiro abaixo:

• Por que esse dia é comemorado?

• O que aconteceu na história para que esse dia fosse lembrado?

• Como o 1º de Maio é comemorado na sua cidade?

• O que vocês acham dessa comemoração?

• Como os direitos sociais relacionados ao trabalho foram conquistados?

2- Em dupla produzam um texto tendo como base a pesquisa feita.

Atividades e documentação do setor de Recursos Humanos (RH)


O objetivo deste tópico é apresentar as principais práticas e atividades realizadas
pelo setor de Recursos Humanos. Vamos começar falando sobre as rotinas de
admissão e demissão de funcionários.

Cabe ao RH conduzir todo o processo de seleção dos funcionários de uma empresa,


mesmo que com o apoio de profissionais de outras áreas. Essa seleção é feita por
meio de técnicas específicas que buscam selecionar os candidatos mais qualificados
para cada vaga.

Após a seleção do candidato, é função do RH realizar o procedimento de integração


dos novos funcionários à empresa. Esse processo se inicia com toda a tramitação
relativa à documentação necessária para a admissão.

O primeiro passo é solicitar a realização do exame médico admissional e depois a


entrega da documentação necessária.

Veja a seguir quais são os documentos obrigatórios para a admissão:

• Carteira de Trabalho e Previdência Social, para que sejam feitas as devidas


anotações.

123
• Certificado Militar, para provar quitação com o serviço militar (para pessoas
maiores de 18 anos do sexo masculino).

• Certidão de Casamento e de Nascimento, para verificação de dados,concessão do


salário-família e abatimento dos dependentes, para efeito de desconto de Imposto
de Renda.

• Declaração de dependentes para fins de Imposto de Renda na fonte.

• Atestado Médico Admissional, que é obrigatório, devendo ser pago pelo


empregador, que é responsável pela guarda do comprovante do custeio de todos os
exames ou consultas realizados pelo empregado (artigo 168 da CLT).

• Declaração rejeitando ou requerendo o vale-transporte.

• Outros documentos/informações, tais como Cédula de Identidade, CPF (Cadastro


de Pessoas Físicas), cartão do [Programa de Integração Social] (PIS)/[Programa de
Formação do Patrimônio do Servidor Público] (Pasep), comprovante de endereço e
de escolaridade e fotografias para o prontuário.

Depois de receber essa documentação, o empregador ou a empresa empregadora


passam a ter de exercer as suas obrigações, que são as seguintes:

• Anotar na CTPS a data de admissão, a remuneração e as condições especiais, se


houver.

• Preencher a ficha de salário-família.

• Incluir a admissão no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o


que pode ser feito pela internet, no site <http://www.mte.gov.br>.

• Até o dia 7 do mês subsequente ao mês de referência das informações, a empresa


deverá postar no correio um impresso por meio do qual presta informação sobre o
movimento de pessoal.

• Efetuar o cadastro no PIS/Pasep caso o empregado não possua um número de


matrícula.

• Devolver ao empregado sua CTPS em 48 horas, contra recibo.

Mensalmente, também é de responsabilidade desse setor fazer o controle da folha


de pagamento de todos os funcionários da empresa. Nesse documento devem
constar todas as informações relativas aos salários e descontos realizados em cima
124
do salário bruto, que podem ser vários, tais como: Imposto de Renda, plano de
saúde, descontos de benefícios e todos os encargos sociais e tributos devidos, como
INSS e FGTS.

Também devem constar da folha de pagamento informações relativas ao mês


trabalhado de cada funcionário, como faltas, licenças, atrasos ou qualquer outro
registro que se faça necessário.

Veja a seguir os detalhes de um demonstrativo de pagamento:

Após a
realização
do Após a
realização
do
pagamento
do salário,
o

empregador deve fornecer ao empregado um recibo desse pagamento, também


conhecido como contracheque.

125
126
Para orientar o
preenchimento
dessa folha de
127
pagamento, bem como realizar o controle cotidiano de entrada e saída
dos funcionários, é obrigatório que toda empresa com mais de dez
funcionários possua uma folha de ponto, que pode ser manual ou
eletrônica. Veja a seguir:

Atividade 3

Preenchendo a folha de pagamento


Nesta atividade, você é convidado a preencher uma folha de pagamento fictícia para
que possa exercitar o conteúdo que aprendeu.

As empresas podem usar programas específicos para o cálculo da folha de


pagamento, mas para realizar esta atividade será utilizada uma planilha eletrônica.

128
Em grupo de três aprendizes, escolher uma ocupação, formar uma empresa fictícia,
estabelecer o salário, e fazer o cálculo observando o que vimos nos encontros
anteriores. incluam na planilha todas as informações que aprenderam nesta
Unidade para fazerem o devido cálculo, simulando o valor do salário bruto e
inserindo os descontos devidos para chegar ao salário líquido que o trabalhador
receberá.

Ao final, vocês deverão apresentar suas conclusões para os demais grupos.

Outras rotinas do RH
Caso haja necessidade de realizar a demissão de algum funcionário, essa também é
uma atividade prevista na rotina do RH ou departamento de pessoal de uma
empresa. A ação de finalizar um contrato de trabalho, do ponto de vista legal,
denomina-se homologação.

Nesse caso, é necessária a seguinte documentação:

Demais ações do RH e gestão de pessoas


Outra função da área de recursos humanos de uma empresa é lidar com a questão
dos cargos e dos salários. Isso não significa apenas definir quais são os cargos,
quantidades de funcionários necessários e salários praticados, para que assim a
empresa possa desenvolver seu trabalho da forma e com a qualidade que deseja.

Quando falamos em desenvolvimento de plano de cargos e salários, trata-se de todo


um planejamento efetuado nessa área para que se possa construir uma prática de

129
gestão de pessoas que seja duplamente relevante. Em outras palavras, que traga
benefícios e aumento na qualidade tanto do trabalho realizado quanto da trajetória
pessoal de cada trabalhador, que pode assim almejar, por meio dos seus esforços,
dedicação e conhecimentos, a conquista de novas posições no desenvolvimento de
sua trajetória profissional dentro da empresa.

Oferecer uma política de planos e cargos transparente e que seja interessante para
todos é função que deve ser considerada fundamental pela área de recursos
humanos.

Outro aspecto importante da atuação do RH e que vem cada vez mais ganhando
espaço e importância para o bom desenvolvimento do trabalho dos funcionários de
uma empresa diz respeito à formação dessa força de trabalho.

Muitas empresas estão, cada vez mais, investindo em cursos e treinamentos para
seus funcionários, possibilitando assim que eles possam aperfeiçoar seus
conhecimentos e trazer ainda mais qualidade para o desenvolvimento do trabalho
cotidiano.

Algumas organizações fornecem auxílios no pagamento de cursos, totais ou parciais,


tais como curso de idiomas ou especializações (até mesmo de pós-graduação). Isso
porque as empresas vêm compreendendo a importância de seus funcionários
estarem sempre acompanhando e se atualizando em relação ao avanço das
tecnologias, da pesquisa, da ciência e do conhecimento.

Atividade 4
Por dentro das práticas de recursos humanos

Responda às questões abaixo:

1- Quais são os principais direitos garantidos em lei para o trabalhador


brasileiro?

130
2- Vamos supor que você esteja trabalhando como assistente administrativo
no RH de uma empresa e dois novos funcionários foram admitidos. Detalhe
quais os procedimentos que você precisará fazer para oficializar o processo
de admissãodesses funcionários.

3- Além desses procedimentos legais associados à admissão desses dois


funcionários,em quais outras atividades o RH poderá auxiliá-los?

4- Leia o seguinte depoimento:

Há 11 anos, eu entrei nesta empresa trabalhando como office boy. Naquela época,
não tinha ainda nem o Fundamental completo. A empresa me incentivou a voltar à
escola e finalizar meus estudos e depois que concluí o Ensino Médio comecei a
trabalhar na área de estoque da empresa como assistente. Fui atrás de alguns
cursos básicos na área e, graças a esses novos conhecimentos e ao meu esforço no
dia a dia de trabalho, subi de cargo e atualmente sou analista de estoque. Minha
intenção é continuar estudando, pois sei que a empresa apoia seus funcionários,
eles nos dão uma bolsa de 50% do valor do curso. Afinal, são poucos os que
conhecem esse setor como eu! (Silas, 29 anos)

Agora, responda: Qual é a relação entre esse depoimento e o setor de RH da


empresa em que Silas trabalha? Justifique sua resposta.

Atividade 5
Uma pausa para reflexão
1.
Leia e, se possível, também ouça a letra da música Pecado capital, do
músico e compositor brasileiro Paulinho da Viola.

Pecado capital
Dinheiro na mão é vendaval
131
É vendaval!
Na vida de um sonhador
De um sonhador
Quanta gente aí se engana
E cai da cama
Com toda a ilusão que sonhou
E a grandeza se desfaz
Quando a solidão é mais
Alguém já falou
Mas é preciso viver
E viver não é brincadeira não
Quando o jeito é se virar
Cada um trata de si
Irmão desconhece irmão
E aí dinheiro na mão é vendaval
Dinheiro na mão é solução
E solidão

© By Artes da Viola (Moleque)

2. Agora, em dupla, discutam a mensagem da canção e respondam:

a) Vocês acham que a letra da música expressa, de alguma forma, um certo tipo de
crítica? Se sim, o que está sendo criticado?

b) O que vocês acham que a música quer dizer com as expressões “Dinheiro na
mão é solução/E solidão”?

c) Quais relações podem ser estabelecidas entre a mensagem da música e o


sistema capitalista no qual vivemos?
132
d) E com o universo das empresas, é possível estabelecer alguma relação?

3.Organizem uma apresentação da reflexão que fizeram sobre a música. Pode


serem forma de peça de teatro, apresentação musical ou cartaz.

Unidade 11

Revisão do Aprendizado
1- Complete o quadr abaixo:

133
2- Planeje seus próximos aprendizados:

134
A preparação para o mercado de trabalho
Além de aprimorar seus aprendizados, você deve preparar-se para obter um lugar
no mercado de trabalho.

Para ajudar na procura do emprego, é importante deixar seus documentos em


ordem.

Para isso, o primeiro passo é organizar os comprovantes de tudo o que você sabe
fazer ou já fez, depois, coloque-os de forma organizada, como uma cópia de seus
documentos pessoais, em uma pata, que servirá para sua apresentação nos locais
em que você vai procurar emprego.

Conhecida como portfólio, essa pasta deve conter:

• comprovação de sua escolaridade formal – diplomas;

• certificados de cursos que você fez;

• comprovação de suas experiências de trabalho, como registros informais,


declarações ou fotos;

• cartas de recomendação;

• documentos pessoais.

Além do portfólio, você tem de fazer um currículo. Nele você vai elaborar um
resumo de tudo o que já fez, o que sabe e o que pretende fazer. Em português, é
melhor usar o termo currículo, em vez de curriculum ou curriculum vitae.

Antigamente, os currículos eram extensos, e todas as informações constantes dele


eram muito detalhadas. Algumas pessoas até inventavam dados para tornar seu
currículo mais interessante. Hoje, os currículos são curtos e objetivos. Vão direto ao
assunto e, de preferência, ressaltam os saberes e as práticas relacionados à
ocupação ou ao cargo que a pessoa pretende exercer.

Para tornar sua apresentação mais adequada, os dados que sempre devem constar
do currículo são:

a) Nome.

135
b) Dados pessoais (inclua apenas seu endereço completo e idade; não precisa
colocar estado civil, filhos etc.; essas informações só devem aparecer se forem
importantes para o cargo ou função que você tem intenção de ocupar).

c) Objetivo, ou seja, a vaga em que você está interessado.

d) Seus saberes e práticas mais adequados ao trabalho pretendido.

e) Histórico profissional, isto é, os trabalhos que já teve. Se você não teve emprego
formal, escreva: “Principais experiências”. Siga a ordem cronológica inversa: comece
pelo mais atual e siga em ordem até o mais antigo.

f) Escolaridade e cursos, lembrando que, nesse item, vale qualquer curso que você
tenha frequentado – de idiomas, computação, oficinas de qualificação profissional
relacionadas a suas áreas de interesse etc.

g) Trabalhos voluntários, passatempos e áreas de interesse.

h) Data (o dia da elaboração do currículo).

i) Assinatura.

A palavra currículo vem do latim, língua que deu origem ao português e a outros
idiomas, como o espanhol, o francês e o italiano. A expressão curriculum vitae,
traduzida do latim, quer dizer “carreira de vida”.

Atividade 3

1. Como fazer um currículo

Com base nas informações anteriores, elabore uma primeira versão de seu
currículo.

Entrevista ou seleção para o emprego.

136
Em um escritório, é provável que tenha de fazer uma entrevista, na qual vai relatar
sua vida e sua experiência profissional.

Dependendo do tamanho e das características da empresa, a entrevista vai ser mais


ou menos formal e ter uma ou mais etapas. Em empresas maiores, o clima costuma
ser mais formal, e o processo de seleção, mais demorado. Procure mostrar o que
sabe com tranquilidade.

Veja alguns princípios que poderão ajudá-lo:

• Informe-se antes sobre a empresa: onde é, como se organiza, quantas pessoas


trabalham nela etc.

• Chegue sempre um pouco antes da hora marcada, cerca de 15 minutos.

• Leve seu currículo e seu portfólio.

• Desligue seu celular e jogue fora balas ou gomas de mascar.

• Mantenha-se calmo.

• Exponha com clareza o que sabe fazer na área de administração e fale também um
pouco sobre suas atitudes e seu jeito de ser.

• Mostre-se confiante com relação ao que sabe, mas não queira parecer mais do
que é. Seja honesto em dizer que não sabe a respeito de algo que lhe seja
perguntado.

• Seja simpático, mas não fale mais do que o necessário.

• Evite intimidades. Cumprimente o entrevistador apenas com um aperto de mãos.


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SALGADO, Tarcísio Tito. Logística: práticas, técnicas e processos de melhorias. São Paulo: Senac,
2013.

Apostila Assistentes Administrativo Via Rápida.

138
139

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