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ANDRÉ LUIZ SOUTO MENDES BARROS

BRUNO HENRIQUE BEZERRA GUIMARÃES

RELATÓRIO TÉCNICO-CIENTÍFICO

PROTOCOLOS DE COMUNICAÇÃO RÁDIO NAS


OPERAÇÕES CONJUNTAS E INTERAGÊNCIAS: UMA
ABORDAGEM COM VISTAS À MOBILIZAÇÃO NACIONAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Escola Superior de Defesa - Campus Brasília,
como exigência parcial para obtenção do título
de Especialista em Logística e Mobilização
Nacional.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Cintiene Sandes

Brasília 2021
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Protocolos de comunicação rádio nas operações conjuntas e interagências: uma


abordagem com vistas à mobilização nacional.

André Luiz Souto Mendes Barros


Bruno Henrique Bezerra Guimarães

RESUMO
Este trabalho teve como principal objetivo verificar, frente à uma possível mobilização
nacional, a influência da adoção do uso de diferentes protocolos de radiocomunicação críticos
em Operações Conjuntas e Interagências, de modo a validar a hipótese de que os modelos de
protocolos dos Sistemas de Radiocomunicação Digital Troncalizado (SRDT) atuais, utilizados
pelo Ministério da Defesa e Ministério da Justiça e Segurança Pública, impedem ou limitam
significativamente a interoperabilidade. A abordagem foi fundamentada nos conceitos
estabelecidos na Estratégia Nacional de Defesa, conforme a Política Nacional de Defesa, com
enfoque na Logística e Mobilização Nacional, o que possibilitou concluir a necessidade da
existência de uma camada de software com vistas à completa integração dos SRDT.

Palavras-chave: Logística. Mobilização Nacional. Operações Conjuntas e Interagências.


Comunicação crítica.
ABSTRACT
This work had as main objective to verify, in face of a possible national mobilization, the
influence of the adoption of the use of different critical radiocommunication protocols in Joint
and Interagency Operations, in order to validate the hypothesis that the protocol models of
Digital Radiocommunication Systems Current trunking (SRDT), used by the Ministry of
Defense and Ministry of Justice and Public Security, significantly impede or limit
interoperability. The approach was based on the concepts established in the National Defense
Strategy, according to the National Defense Policy, with a focus on Logistics and National
Mobilization, which made it possible to conclude the need for a software layer with a view to
the complete integration of the SRDT.

Keywords: Logistics. National Mobilization. Joint and Interagency Operations. Critical com-
munication.
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1. INTRODUÇÃO
Dentre as diversas questões abordadas pela Política Nacional de Defesa (PND), a
promoção da capacidade de mobilização nacional, em proveito da defesa nacional,
apresenta-se como aspecto imprescindível no sentido de proporcionar ao Estado a
capacidade necessária ao atendimento dos seus interesses, conforme estabelecido na
Estratégia Nacional de Defesa (END).

A Capacidade de Mobilização tem como objetivo incrementar a


eficácia do emprego da expressão militar que está intimamente
associada ao grau de independência tecnológica e logística do País, da
capacidade de Mobilização Nacional e da capacidade do pronto
emprego dos recursos e serviços colocados à sua disposição (BRASIL,
2016).
No tocante à END, notadamente nas Estratégias de Defesa (ED), verificam-se nas
ED-2 e ED-3 as Ações Estratégicas de Defesa (AED) que apontam a necessidade de
incrementações na mobilização nacional, bem como nas Operações Conjuntas das Forças
Armadas e Operações Interagências.

Quadro 1 – Estratégias de Defesa e suas Ações.


ED-2 Fortalecimento da capacidade de dissuasão
AED-11 Incrementar a capacidade de Mobilização Nacional
ED-3 Dimensionamento do Setor de Defesa
AED-15 Incrementar as capacidades das Forças Armadas para emprego conjunto.
AED-17 Incrementar as capacidades das Forças Armadas para atuar em
operações interagências.
Fonte: Adaptado da PND/END (BRASIL, 2016).

Neste contexto, por meio do Sistema Nacional de Mobilização (SINAMOB)1, no


qual o Ministério da Defesa (MD) figura-se como órgão central, as questões ligadas às
Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) merecem destaque nas etapas de
preparação do SINAMOB.
Assim, especial atenção é necessária na análise dos diferentes protocolos de
radiocomunicação (RADIOCOM) críticos utilizados pelas Forças Armadas, no âmbito do
MD, e os Entes Subnacionais, ligados ao Ministério da Justiça e Segurança Pública
(MJSP), haja vista que em um possível cenário de decretação da mobilização nacional, o
Comando e Controle das operações deve ser capaz de atuar de maneira coordenada e

1 O SINAMOB consiste no conjunto de órgãos que atuam de modo ordenado e integrado, a fim de planejar
e realizar todas as fases da Mobilização e Desmobilização Nacionais, devendo assegurar a integração das
capacidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, possibilitando a orientação e a coordenação com o máximo de eficiência,
estimulando o fluxo de informações entre os órgãos dele integrantes. (BRASIL, 2020).
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conjunta, desde à fase de preparação, nos momentos certos e oportunos, de modo a


atender à doutrina de Operações Interagências2.

De igual maneira, não se pode olvidar a estreita relação da logística nacional com
a mobilização nacional, uma vez que esta complementa àquela, nos esforços que são
empreendidos para o alcance dos objetivos nacionais, nos quais os conceitos de integração
e interoperabilidade, neste estudo, apresentam significativa relevância.

Desta forma, este trabalho tem por Objetivo Geral (OG) verificar a influência da
adoção do uso de diferentes protocolos de radiocomunicação críticos em operações
conjuntas e interagências, frente à uma possível mobilização nacional, tendo como
Hipótese Principal (HP) a premissa que: os modelos de protocolos atuais impedem ou
limitam significativamente a interoperabilidade pretendida.

Para tal, pretende-se alcançar esse objetivo por meio das respostas e interações
dos seguintes objetivos específicos (OE):
OE1: levantar os principais protocolos de radiocomunicação críticos utilizados no
âmbito do MD;
OE2: levantar os principais protocolos de radiocomunicação críticos utilizados no
MJSP e Entes Subnacionais; e
OE3: verificar a compatibilidade entre os protocolos de radiocomunicação
adotados no MD e MJSP numa possível operação interagências e suas implicações.

2. CONTEXTO E SITUAÇÃO PROBLEMA

A fase de preparação da mobilização nacional é conceituada como “Conjunto de


atividades empreendidas ou orientadas pelo Estado, desde a situação normal, visando a
facilitar a execução da Mobilização Nacional” (BRASIL, 1987).

Nesse sentido, a preparação deve ocorrer de maneira meticulosa, de modo a


propiciar a necessária eficácia quando a mobilização for decretada.

No enquadramento legal, a constituição define que a decretação, parcial ou total,


da mobilização nacional se dará por competência privativa do Presidente da República.

2 Interação das Forças Armadas com outras agências com a finalidade de conciliar interesses e coordenar
esforços para a consecução de objetivos ou propósitos convergentes que atendam ao bem comum, evitando
a duplicidade de ações, a dispersão de recursos e a divergência de soluções com eficiência, eficácia,
efetividade e menores custos. (BRASIL, 2012).
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Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo
Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no
intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar,
total ou parcialmente, a mobilização nacional. (BRASIL, 1988, grifo
nosso).
Entretanto, no entendimento atual e diante de uma geopolítica em constante
transformação, é razoável expandir o conceito de agressão estrangeira, haja vista os novos
desdobramentos que as ameaças e guerras adquiriram, os quais passaram a integrar o
significado híbrido.

Para Da Silva (2020), o conceito de guerra híbrida em estudo expande as


possibilidades de atuação dos atores estatais e não estatais, sendo que ambos podem usar
da organização, técnicas, táticas e procedimentos da guerra regular e irregular. Isto vai ao
encontro da análise da PND.

Ainda que a ocorrência de conflitos generalizados entre Estados tenha


reduzido, renovam-se aqueles de caráter étnico e religioso, exacerbam-
se os nacionalismos e fragmentam-se os Estados, cenário propício para
o desenvolvimento da denominada “guerra híbrida”, que combina
distintos conceitos de guerra. (BRASIL, 2016).
Assim, cada vez mais ameaças se apresentam sem um inimigo definido que, por
suas potencialidades, podem ensejar na concretização de um cenário no qual a
mobilização nacional se apresente como solução, de modo a complementar os esforços
de defesa da nação. Em entendimento convergente, e na complexidade do mundo atual,
muitas ameaças que atingem de maneira fulminante determinadas expressões do poder
nacional, sem que haja estrutura preparada para contê-las, acabam por deflagrar, mesmo
que de maneira indireta, uma mobilização de esforços do Estado, semelhante à que seria
instaurada por força constitucional, como ficou comprovado em diversos aspectos no
enfretamento à pandemia ocasionada pela COVID-19.

Na hipótese desse entendimento, o Comando e Controle, no âmbito das Operações


Conjuntas e Interagências, é fundamental para a garantia do êxito das ações a serem
empreendidas, notadamente no que diz respeito às comunicações críticas e seus
protocolos, principalmente entre as Forças Armadas e Forças de Segurança Pública. Não
obstante outros entes do Estado atuem em conjunto, o emprego desses dois atores é
amplamente consagrado nos cenários de socorro às emergências, manutenção da ordem
e ações subsidiárias em quaisquer partes do planeta.
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No Brasil, os três principais protocolos de radiocomunicação digital utilizados


pelas Forças Armadas e Órgãos de Segurança Pública são os APCO-25, TETRA e
TETRAPOL.

Este trabalho não visa especificamente abordar as vantagens e desvantagens


técnicas dos protocolos utilizados, haja vista que estes variam em função de
características geográficas, infraestrutura, alcance e tantos outros fatores, mas sim
verificar a interoperabilidade deles numa estrutura de Comando e Controle, uma vez que
os Entes Subnacionais, ligados ao MJSP, não possuem padronização no emprego dos
mesmos, e o MD, com a utilização do sistema Pacificador e como órgão central do
SINAMOB, deveria possuir a capacidade de integrar ou interoperar com todos eles, de
modo a possibilitar a eficiência e eficácia exigidas nas comunicações críticas.

No entanto, conforme manifestado no Ofício nº 343-A3.9/A3/GabCmtEx, de 14


de maio de 2021, o Exército Brasileiro, detentor do Sistema Pacificador, expressa ao MD,
em caráter de urgência, a necessidade de padronização dos protocolos de
radiocomunicação críticos, em razão de inciativa do MJSP no sentido de identificar a
melhor solução a ser adotada no âmbito das Forças de Segurança Pública, ligadas aos
Entes Subnacionais.

Dessa forma, a questão levantada por este trabalho visa responder: qual a
influência da adoção de distintos protocolos de radiocomunicação críticos nas Operações
Conjuntas e Interagências, frente à uma possível mobilização nacional?

3. REFERENCIAL TEÓRICO

No âmbito do MD, desde sua criação, o conceito de interoperabilidade3 tem estado


presente no sentido de proporcionar a sinergia do emprego conjunto entre as Forças
Armadas, de maneira a se obter o máximo rendimento da expressão militar do Poder
Nacional, na busca de soluções rápidas para os conflitos. (BRASIL, 2020).

No que tange às Operações Interagências, o Ministério da Defesa tem proposto a


doutrina de atuação das agências externas, em conjunto com as Forças Armadas, na busca

3 É a capacidade de os sistemas, unidades ou forças intercambiarem serviços ou informações, ou aceitá-los


de outros sistemas, unidades ou forças, e os empregarem sem o comprometimento de suas funcionalidades.
Em uma concepção de operação, assegurará que a informação possa fluir entre todos os envolvidos.
(BRASIL, 2015).
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da interoperabilidade, haja vista a competência deste Ministério como órgão central do


SINAMOB.

Em ambos os casos, sejam nas Operações Conjuntas ou Interagências, as


estruturas de Comando e Controle (C2)4 são estudadas por meio do Sistema Militar de
Comando e Controle (SISMC2).
Os sistemas de informação que compõem o SISMC² devem buscar a
interoperabilidade, provendo capacidade aos sistemas, unidades ou
forças de intercambiarem serviços ou informações, ou aceitá-los de
outros sistemas, unidades ou forças e, também, de empregar esses
serviços ou informações, sem o comprometimento de suas
funcionalidades. (BRASIL, 2015).
Ademais, diante do emprego das Forças Armadas em Operações Interagências, o
SISMIC2 preconiza a ampliação da estrutura existente de C2, de modo a apoiar o
cumprimento da missão. (BRASIL, 2015, p.37).

No entanto, há que se considerar nas Operações Interagências, por ocasião da


integração de componentes externos em uma estrutura ampliada, o fator da cultura
organizacional de cada Ente, visto que incompatibilidades neste aspecto podem levar ao
fracasso da interoperabilidade pretendida.
A questão das culturas organizacionais particulares a cada instância é
uma das mais importantes, por levar em consideração diretrizes,
normas, procedimentos próprios e específicos em que, muitas vezes
dependendo da situação, pode contrariar o princípio da coordenação
(AGUILAR, 2016).
Já no que diz respeito aos protocolos de RADIOCOM críticos, analisou-se aqueles
que integram a estrutura de comunicações das Forças Armadas, no que tange ao MD, e
aos Entes Subnacionais, no âmbito do MJSP, recaindo o estudo sobre os protocolos
APCO-25, TETRA e TETRAPOL do modelo do Sistema de Rádio Digital Troncalizado
(SRDT).

Para Amaral (2006), a tecnologia trunking (troncalizado) otimiza todo o processo


de comunicação rádio digital, pois adota uma gestão mais eficiente dos canais de
transmissão que administra o espectro de radiofrequência em função da demanda de
canais de comunicação, o que evita a exclusividade da alocação.
O APCO-25 (P25) apresenta requisitos adequados para as comunicações críticas
de defesa e segurança pública. Esse padrão foi desenvolvido nos Estados Unidos da

4 É a relação imprescindível e interdependente, por meio de uma cadeia de comando, da autoridade, do


processo decisório e de sua estrutura. (BRASIL, 2015).
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América (EUA) e contempla características como confiabilidade, criptografia, redução


de espera e aumento de eficiência, direcionamento de unidades de rádio e
interoperabilidade entres diferentes fabricantes de equipamentos. Sua documentação é
extensa e pode ser acessada com facilidade na intenet e nas páginas da TIA, FCC ou do
Instituto de Padronização Nacional Americano.

Trata-se de uma tecnologia desenvolvida para o segmento de segurança


pública com o apoio dos próprios usuários. Teve por base um princípio
de tecnologia aberta, no entanto também possui suas restrições de
mercado. Essas restrições tem a sua origem no início do projeto, quando
os equipamentos foram fabricados por longo período apenas pela
empresa Motorola Inc, utilizando vocoder da DVSI. O P25 também
permite o compartilhamento de infraestrutura e possui inúmeros
fabricantes de interfaces na plataforma IP. (AMARAL, 2006, p.22).
Em relação ao padrão TETRA, este foi desenvolvido com vistas ao
compartilhamento da radiofrequência nas faixas VHF/UHF e telefonia móvel. Este tipo
de rede permite interconexões por meio de interface internet protocol (IP) com outros
sítios de repetição, banco de dados, estações de despachos e outras estruturas de rede, o
que lhe garante grande facilidade de integração, além de garantir segurança no processo
de autenticação das estações. (AMARAL, 2006).
A documentação do padrão TETRA possui descrição e registro detalhado em
especificações na ETSI, conforme o constante no documento ETSI EN 300.392-2,
v.2.5.2, de novembro de 2005.
No que diz respeito protocolo TETRAPOL, o mesmo surgiu na década de 90 na
França e emprega o acesso múltiplo por divisão de frequência (FDMA). Uma de suas
principais características é proporcionar comunicações seguras, por meio de maior sigilo
nas comunicações, haja vista adotar criptografia fim-a-fim, o que é largamente desejável
nas aplicações militares e de segurança pública.
Em relação à documentação TETRAPOL, há um fórum mundial que detalha as
Especificações de Avaliação Pública (www.tetrapol.org), entretanto há opiniões de
empresas externas ao fórum no sentido de informar que as especificações estão
incompletas para desenvolvimento de equipamentos. Além disso, conta como fator
desfavorável a existência de um único fornecedor e fabricante mundial, ao contrário do
TETRA e do APCO-25, os quais possuem dezenas de fabricantes mundiais (BARROS,
2017).
Não obstante os diferentes protocolos abordados apresentem vantagens e
desvantagens, conforme as características no cenário e o efeito desejado, importa a este
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trabalho o fato de que os mesmos não possuem compatibilidade por meio de interface
aérea, sendo necessário uma camada de integração para torna-los interoperáveis.
Os padrões de rádio troncalizado digital não possuem características
técnicas comuns que possam viabilizar a sua interoperabilidade pela
interface aérea. [...] No entanto, mesmo que os sinais de voz sejam
digitalizados e agrupados de acordo com cada padrão, esses dados
podem ser convertidos e trafegar em uma rede comum, Ethernet por
exemplo, aplicando-se técnicas de VoIP. (AMARAL, 2006, p. 49).

Figura 1 – Redes de comunicações integradas por VoIP.


Fonte: Amaral, 2006, p.49
4. MÉTODO DE PRODUÇÃO TÉCNICA
Na busca da verificação da hipótese proposta, bem como do esclarecimento dos
objetivos apresentados, este relatório foi desenvolvido por meio de uma pesquisa
bibliográfica e documental.
Assim, inicialmente foram analisadas as bibliografias que fundamentaram a
análise técnica dos dados, por meio de Leis, Decretos, Manuais, Artigos e Revistas, sejam
de autoria da Administração Pública Federal, sejam de pesquisadores com notória
afinidade na área de conhecimento analisada.
Após isso, também foram consultados documentos desclassificados do MD e
MJSP, de modo a identificar a posição oficial desses Órgãos no tocante às questões
relacionadas à adoção de protocolos de radiocomunicação críticos.
Por fim, os dados obtidos, por meio do levantamento de informações nas próprias
instituições e em relatórios, foram estudados à luz da bibliografia de modo a atingir o
objetivo geral deste trabalho.

5. TIPO DE INTERVENÇÃO E MECANISMOS ADOTADOS


Como já abordado, este relatório não tem por finalidade a análise técnica dos
protocolos de comunicação críticos, mas sim verificar a interoperabilidade dos mesmos
num eventual cenário de mobilização nacional.
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Desta forma, de maneira a focalizar o problema, o mesmo foi restrito às


instituições integrantes do MD e MJSP, dentro de um possível cenário de Operações
Interagências.
Para isso, estabeleceu-se três objetivos específicos que, ao serem adequadamente
clarificados, apontariam para a validação da Hipótese Proposta.
As respostas dos OE1 e OE2 foram obtidas por meio da pesquisa de relatórios,
bem como de dados de Grupos de Trabalho, os quais apontaram as tecnologias e
protocolos de comunicação adotados por cada um dos Órgãos investigados.
Em relação ao OE3, sua elucidação foi obtida por meio do relacionamento entre
os OE1 e OE2, com fundamento na bibliografia e dados obtidos de relatórios de
Operações Interagências do passado.
Finalmente, por meio do esclarecimento dos Objetivos Específicos foi possível
atingir o Objetivo Geral, o qual validou a HP e respondeu ao problema da pesquisa.

6. RESULTADOS OBTIDOS E ANÁLISES


A Doutrina para o Sistema Militar de Comando e Controle - MD-31-M-03 -
estabelece os requisitos e conceitos relativos à comunicação, com vistas à consciência
situacional e tomada de decisão no âmbito do MD e Forças Singulares.
O conceito desta doutrina identificou as deficiências existentes no tocante à
interoperabilidade das comunicações e propôs o aperfeiçoamento do sistema vigente.

[...] uma solução que permita o intercâmbio de informações


operacionais entre o MD, as Forças e, eventualmente, outras
organizações, por intermédio de seus Sistemas de Comando e Controle
(SisC²), constitui um passo primordial na busca pela interoperabilidade
de Comando e Controle (C²) e, mais especificamente, no processo de
formação do entendimento da situação corrente. (BRASIL, 2015, grifo
nosso).
Após a publicação dos manuais que tratam do conceito de operações e da doutrina
de SISMC2, o MD definiu o SRDT APCO-25 como o protocolo a ser adotado, tanto no
que se refere à padronização, quanto nos investimentos e expansão das infraestruturas
existentes.
Nesse contexto, como camada de integração desse protocolo, o Centro de
Desenvolvimento de Sistemas do Exército Brasileiro (CDS/EB) desenvolveu o Sistema
Pacificador, que se caracteriza como um software no qual possibilita, por meio de
georreferenciamento, o relato da localização do militar no terreno, juntamente com a
descrição de possíveis incidentes, o que implica em um aumento da consciência
situacional no âmbito do Comando e Controle.
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É um sistema de Comando e Controle (C2) com a finalidade de apoiar


operações de GLO e de defesa/segurança de Grandes Eventos,
possibilitando a formação da consciência situacional, a sincronização
das ações entre os elementos envolvidos, bem como o tratamento de
incidentes ocorridos. (BRASIL, 2015, p. 3).
Diante da incompatibilidade do APCO-25 com os demais protocolos, que não
possibilita a intercomunicação em sinal aberto/aéreo, o Sistema Pacificador poderia
funcionar como uma camada de interoperação, no entanto, o mesmo só é apto a integrar
os P-25 e LTE4G (BRASIL, 2013).
Não obstante essa característica pareça limitadora, o Pacificador foi empregado
em diversas Operações Conjuntas com significante sucesso, uma vez que no âmbito do
MD o APCO-25 já está estabelecido. No que tange às Operações Interagências, quando
estas integraram os Centros de C2 dentro dos Comandos Operacionais (C Op), também
foi possível identificar um ganho na consciência situacional da operação, mas
condicionada ao uso de equipamentos compatíveis ou especialmente cedidos para tal, pois
nem todos os órgãos do MJSP empregam o APCO-25.

O Pacificador foi utilizado com sucesso na Conferência Rio + 20 e


ganhou visibilidade no Ministério da Defesa e nas demais Forças. Em
seguida foi empregado nos outros Grandes Eventos como a Jornada
Mundial da Juventude, Copa das Confederações, Copa do Mundo,
Jogos Olímpicos e também nas Operações de GLO e em diversos
contingentes do BRABAT, onde por diversas vezes suas informações
foram compartilhadas com outras agências participantes das
operações. (SOUSA, 2018, grifo nosso).
No entanto, como já pontuado, a carência na interoperabilidade do Pacificador em
Operações Interagências, no sentido de reunir os diversos protocolos de comunicação, é
agravada em função das diferentes culturas organizacionais, como pode ser observado em
pesquisa de amostragem de integrantes de agências externas ao MD, por ocasião de
Grande Eventos (Copa do Mundo 2014 e Jogos Olímpicos 2016).
Quadro 2 - Grau de dificuldade de outras Agências no uso do Pacificador
Nível de Dificuldade % Amostragem
Fácil 40,00
Médio 56,40
Difícil 3,60
Fonte: Adaptado de Soares, 2020, p.25

A relevância desta questão também pode ser comprovada com as experiências


oriundas do fatídico 11 Set 2001, nos atentados deflagrados contra as Torres Gêmeas nos
EUA, visto que naquela ocasião policiais e bombeiros militares não conseguiram
comunicações rádio eficientes, o que impactou na coordenação das ações, unicamente por
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não conhecerem os equipamentos de RADIOCOM existentes, tampouco por terem


interagidos entre si anteriormente (OLIVEIRA, 2017).
Desta forma, chega-se à resposta do OE1, uma vez que o MD adotou o SRDT
APCO-25 como seu protocolo nas radiocomunicações críticas, tendo o Sistema
Pacificador como um dos softwares de C2.
No tocante ao MJSP, e seus Entes Subnacionais, a Nota Técnica Nº
58/2020/CGFRON/DIOP/SEOPI/MJ apresentou a preocupação desse Ministério no
sentido de identificar uma solução que se adequasse aos equipamentos dos diversos
SRDT existentes, de modo a proporcionar a interoperabilidade não só entre esses entes,
mas também com as Forças Armadas, conforme verificados nos quadros a seguir.
Quadro 3 - Tecnologias presentes nas Instituições e Órgãos de Segurança Pública.
UF TECNOLOGIA FAIXA UF TECNOLOGIA FAIXA
AC TETRA / Analógico 380Mhz/VHF RN APCO25 / Analógico 800Mhz/VHF
AM APCO25 / Analógico 800Mhz/VHF PB TETRA 380Mhz
RR TETRA / Analógico 174Mhz/VHF AL TETRA 380Mhz
AP TETRA / Analógico 380Mhz/VHF SE TETRA 380Mhz
PA APCO25 / Analógico 800Mhz/VHF BA TETRA 380Mhz
RO APCO25 / Analógico 380Mhz/VHF PE APCO25 / Analógico 800Mhz/VHF
MT TETRA / Analógico VHF MG APCO25 174Mhz
MS TETRA / Analógico 380Mhz ES APCO25 174Mhz
PR APCO25 / Analógico 174Mhz/VHF DF TETRA 380Mhz
SC TETRA / Analógico 380Mhz/VHF PI APCO25 / Analógico 800Mhz/VHF
RS APCO25 / Analógico 174Mhz/VHF CE TETRAPOL / Analógico 380Mhz/VHF
GO TETRA 380Mhz RJ TETRA 380Mhz
TO APCO25 / Analógico 174Mhz/VHF SP APCO25 / Analógico 800Mhz/VHF
MA APCO25 / Analógico 174Mhz/VHF - - -
Fonte: Adaptado de Nota Técnica nº 58/MJSP, 2020.

Quadro 4 – Tecnologias Presentes de outros Órgão de SP e Defesa Nacional.


ÓRGÃOS TECNOLOGIA FAIXA UF ATUAÇÃO
SEOPI APCO25 800Mhz AM e PR.
DFNSP APCO25 800Mhz USO TÁTICO EM OPERAÇÕES NOS ESTADOS.
AM; RO; PA; MT; GO; MS; PR; RS; SP; RJ; MG;
EXÉRCITO APCO25/LTE 800Mhz
BA; PI; CE; RN e PE.
PF TETRAPOL 450Mhz USO TÁTICO EM TODOS ESTADOS.
AC; AM; RR; RO; AP; PA; MT; GO; MS; PR; SC e
PRF TETRA 380Mhz
RJ.
Fonte: Adaptado de Nota Técnica nº 58/MJSP, 2020 .
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Pelos dados apresentados, denotam-se que a infraestrutura e equipamentos


existentes no âmbito do MD, representado pelo EB, e MJSP não possibilitam a adequada
interoperação das radiocomunicações críticas.
Após a análise realizada, faço constar que todos os sistemas
empregados no território nacional possuem especificações que
impossibilitam a interoperabilidade entre protocolos da
radiocomunicação, contudo, observa-se uma distribuição desordenada
dos sistemas nos Estados, Órgãos e Entidades Públicas, prejudicando a
possibilidade de padronização e compartilhamento de infraestrutura e
de informações essenciais para o desenvolvimento de atividades entre
as instituições de segurança pública na faixa de fronteira nacional.
(NOTA TÉCNICA 58/MJSP, 2020).
Assim, conforme o exposto, foi possível alcançar o OE2, ao se verificar que os
diversos Entes Subnacionais, no âmbito do MJSP, adotam os três principais protocolos
de SRDT, quais sejam: APCO-25, TETRA e TETRAPOL.

Diante deste quadro e na busca de soluções para a interoperabilidade, o MJSP


ativou por meio da Portaria nº 587, de 27/10/2020, publicada no DOU nº 207, de
28/10/2020, um Grupo de Trabalho (GT) com vistas a estabelecer linhas estratégicas e
subsídios técnicos para investimentos em radiocomunicação crítica no âmbito do
Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Entretanto, de acordo com os resultados a serem obtidos pelo GT, essa ação
adotada pelo MJSP poderá se alinhar ou não com os esforços do MD na padronização da
interoperabilidade das comunicações adotadas pelo SISMC2, o que de maneira geral
concorrem para a padronização das RADIOCOM críticas nas Operações Interagências,
fato que culminou com a urgente manifestação constante do Ofício nº 343-
A3.9/A3/GabCmtEx, já relatado no início deste trabalho.

Isto posto, foi possível elucidar o OE3, já que os protocolos de RADIOCOM


adotados entre o MD e MJSP não são totalmente compatíveis, o que impactam possíveis
Operações Interagências, sejam no momento atual ou em uma eventual decretação da
mobilização nacional, o que consequentemente valida a hipótese principal deste estudo e
responde ao problema da pesquisa.

Em um cenário semelhante, cita-se o exemplo das questões de radiocomunicações


críticas no contexto de Portugal. Naquele país, o Sistema Integrado de Redes de
Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), o qual integra as instituições de
Segurança Pública, inicialmente não previa o compartilhamento das comunicações com
as Forças Armadas. Em um sentido inverso, o Ministério da Defesa Português fomentou
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a inclusão das Forças Armadas na partilha dessas redes de comunicações, sem prejuízo
de suas redes já estabelecidas, de modo que em uma situação de guerra/conflito as Forças
Armadas poderiam utilizar não só a rede compartilhada, mas também a segregar da rede
de Defesa. (VAQUEIRO, 2015).

De maneira convergente, no contexto brasileiro, cumpre relatar a existência de


soluções privadas, como a da Motorola Solutions, que tem por objetivo o mapeamento da
necessidade de interoperabilidade entre os diversos protocolos utilizados, na qual se
propõe unir, em uma camada de software, via comunicações em grupos de trabalho Wave,
os principais protocolos de RADIOCOM utilizados.

Assim, “WAVE oferece uma arquitetura de comunicações que elimina barreiras


entre diferentes rádios e redes de comunicação com banda larga” (MOTOROLA
SOLUTIONS, 2021). Entretanto, questões ligadas à confiabilidade e disponibilidade de
tais soluções, aliadas à segurança das informações, podem não ser ideais num contexto
de conflito ou guerra.
Finalmente, diante da existência da Ação Orçamentária 21BM (MJSP) em
proveito da implantação de rádio digital em regiões de fronteira - Programa V.I.G.I.A.,
que destaca um valor mínimo de R$ 14.000.000,00 para a emenda parlamentar de
fomento, sugere-se coordenações com o MD no sentido de se desenvolver um solução
nacional, que poderia ampliar as capacidades do Sistema Pacificador ou integrá-lo noutra
plataforma, preservando as diferentes culturas organizacionais, aumentando a
interoperabilidade e propiciando uma eventual segregação do SISMC2 em situações de
Defesa Nacional.

7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Este trabalho teve como principal objetivo verificar a influência da adoção do uso
de diferentes protocolos de radiocomunicação críticos em Operações Conjuntas e
Interagências, frente à uma possível mobilização nacional, de modo a validar a hipótese
de que os modelos de protocolos dos SRDT atuais, utilizados pelo MD e MJSP, impedem
ou limitam significativamente a interoperabilidade.
Aos esclarecer os objetivos específicos propostos, chegou-se à conclusão que as
Forças Armadas, no âmbito do MD, e o MJSP, por meio de seus Entes Subnacionais,
possuem infraestrutura e equipamentos distintos, contemplados pelas tecnologias SRDT
APCO-25, TETRA e TETRAPOL, as quais não se integram naturalmente, salvo a
existência de uma camada de software oriunda de tecnologia privada que possibilite a
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desejada compatibilidade, fato este que validou a hipótese estabelecida neste estudo e
respondeu ao problema de pesquisa.
Além disso, foi possível identificar movimentos por parte de ambos os Ministérios
no sentido de aumentar a interoperabilidade nas Operações Interagências. No entanto,
iniciativas isoladas, sem que haja uma estreita coordenação entre esses Órgãos, poderão
agravar questões relacionadas à cultura organizacional, ou até mesmo intensificar a
incompatibilidade dos sistemas de SRDT existentes, em virtude de investimento em
tecnologias distintas.
Outrossim, não obstante exista solução privada que se implementada poderia
mitigar tais problemas, o desenvolvimento nacional de uma plataforma de integração dos
SRDT em uso, via software, além de atender ao previsto nas PLDN e PMN, notadamente
quanto à redução da dependência tecnológica internacional e fomento às pesquisas
nacionais, poderia permitir um aumento significativo na interoperabilidade com impactos
favoráveis ao SISMIC2.
Finalmente, apresentou-se como principal lacuna neste trabalho o fato de se
analisar apenas as radiocomunicações digitais críticas sem considerar a influência das
características técnicas para as missões pretendidas.
Desta forma, sugere-se futuros estudos no sentido de se analisar a viabilidade
técnica do desenvolvimento de uma tecnologia independente, na qual possa integrar os
sistemas utilizados, entre o MD e o MJSP, ou a contratação dos serviços e recursos da
Motorola Solutions, com a possibilidade de aquisição da camada de software, por meio
de acordos de compensação e contratos de transferência de tecnologia, do tipo offset.

REFERÊNCIAS
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