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UNCISAL

CED -
UAB

2021.1
Tecnologia da
Informação e
Comunicação
para EaD
Graduação
TIC
Licenciatur
a
MATEMÁTI
CA
Conteúd
o

1.1

1. 2

1.3

2.1

2.2

2.3

3.1

3.2
EDUCAÇÃO 4.0
O QUE DEVEMOS
ESPERAR?
https://novaescola.org.br/conteudo/9717/educacao-40-o-que-devemos-esperar
A ideia surgiu
tendo em vista
as mudanças
provocadas pelos
“recentes” avanços
tecnológicos que
deram origem à
Economia 4.0 ou à
Quarta Revolução
Industrial.

26/02/2023
O termo está ligado à revolução tecnológica que inclui
linguagem computacional,
inteligência artificial,
Internet das coisas [IoT - Internet of things]
e contempla o learning by doing
[traduzindo é aprender por meio da experimentação,
projetos, vivências e mão na massa].
E a Quarta Revolução Industrial ???
◦ Esses termos definem a era atual, em que a tecnologia revoluciona
completamente a forma como vivemos, trabalhamos e nos
relacionamos, com a popularização de artifícios como a
inteligência artificial, a robótica, a internet das coisas, a realidade
aumentada, a impressão 3D, a nanotecnologia e a biotecnologia.

◦ Automação de tarefas antes executadas por seres humanos,


flexibilidade de horários, empresas mais enxutas e ágeis, demanda
um trabalho cada vez mais criativo e menos operacional.

◦ Estamos presenciando verdadeira transformação na maneira


como entendemos o trabalho.
Ah, tá !!!
Entendi... agora...
Sim... mas... e... a... a...
A Internet das Coisas, como o
nome diz, se refere à tecnologia
que está em tudo que nós usamos,
proporcionando uma verdadeira
fusão entre o mundo real e o
digital. Na prática, o termo pode
ser definido como a conexão de
objetos e dispositivos eletrônicos à
internet e entre si, os quais, desta
forma, são capazes de coletar,
processar e transmitir dados.
Em março de 1963, GUERRA FRIA, capitalismo x socialismo, que surge mais um super-herói
das revistas em quadrinhos, autores lançaram no número 39 da revista Tales of Suspense,
o Homem de Ferro (Iron Man), herói que combatia os malfeitores com o uso de uma
armadura metálica, dotada de vários artefatos tecnológicos.
https://www.marvel.com/comics/issue/11280/tales_of_suspense_1959_39
A secretária apaixonada por Tony Stark, o
“Homem de Ferro”. Pepper Potts apareceu pela
primeira vez, em setembro de 1963, no n° 45 do
gibi “Tales of Suspense.
Pepper ficou seriamente ferida num ataque
terrorista contra Stark. Para salvar sua vida, o
genial inventor implantou um dispositivo repulsor
igual ao seu no peito dela, e a presenteou com
uma armadura Starktec, assim ela assumiu a
identidade de “Resgate” (“Rescue”).
A ideia é não sermos
vencidos ou substituídos
pela tecnologia,
mas aprendermos a gerenciá-la
a fim de alcançar os
melhores resultados no
aprendizado.
Os laboratórios de fabricação digital
como os FABLABS e os MAKERSPACES
levam para a sala de aula as práticas
“mão na massa” aliadas à tecnologia,
propondo a prototipação de soluções
por meio de técnicas e ferramentas
manuais e digitais,
no melhor estilo “faça-você-mesmo”
= Do it yourself.
Forma cidadãos capazes
de inovar e solucionar problemas,
em qualquer campo
de conhecimento,
preparando os futuros profissionais
para profissões que
ainda estão surgindo.
Os alunos devem desenvolver
o pensamento computacional,
o entendimento de
robótica e programação,
que já são matéria obrigatória
em muitas escolas
em todo o mundo.
EDUCAÇÃO 5.0
HÃ?
Inteligência Artificial,
programação, apps,
eletrônica,
algoritmos.
Essas palavras provavelmente
passaram a fazer parte do seu
vocabulário em sala de aula
recentemente, não é mesmo?
COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS
https://web.moderna.com.br/web/araribaplus-2019/competencias-socioemocionais
https://web.moderna.com.br/web/buriti-2018/competencias-socioemocionais
Princípios da Educação Online: para sua aula não ficar massiva nem maçante!

http://horizontes.sbc.org.br/index.php/2020/05/principios-educacao-online/
Princípio 1
Conhecimento como “obra
aberta” (em vez de
“mensagem fechada”)

O conhecimento científico é o resultado de


uma construção social. Bruno Latour (2000)
descreveu o processo social de construção
de conhecimentos científicos como uma
dinâmica em que diferentes atores
disputam narrativas capazes de explicar um
fenômeno em investigação, inicialmente
cheios de incertezas, até que as
controvérsias vão sendo encerradas e o
conhecimento se fecha em “fato científico”,
indiscutível (uma “caixa preta”), pronto
para ser difundido na sociedade como uma
verdade… até que um discordante reabra
as controvérsias. O conhecimento científico,
portanto, embora possa ser divulgado como
fechado, está sempre sujeito a reabertura, a
novas teceduras. Na Educação Online,
partimos dessa concepção epistemológica
do conhecimento como “obra aberta”
(ECO, 1962), possível de ser ressignificado e
cocriado, num movimento sem fim.
Princípio 2
Curadoria de conteúdos +
sínteses e roteiros de
estudo (em vez da
produção de conteúdos
próprios para EAD)
Na atualidade, quando queremos aprender algo,
geralmente consultamos a web: fazemos uma
busca no Google, navegamos nas páginas
interconectadas da Wikipédia, assistimos a uma
videoaula no YouTube, consultamos uma
apresentação compartilhada no SlideShare, lemos
uma matéria num blog, baixamos um artigo
científico, consultamos páginas no Facebook,
escrevemos perguntando para um amigo ou para
um grupo no WhatsApp, entre outras táticas
(PIMENTEL, 2019). A web se tornou nossa
principal fonte de conhecimento, com conteúdos
online em múltiplas linguagens e formatos
disponíveis a um clique de distância.
Considerando a abundância de conteúdos
disponíveis online relacionados a nossas aulas,
nós, professores, podemos desempenhar o papel
de “curadores”.
“Curadoria de Conteúdo é um termo que descreve
o ato de encontrar, agrupar, organizar ou
compartilhar o melhor e mais relevante conteúdo
sobre um assunto específico” (BHARGAVA, 2011).
Princípio 3
Ambiências computacionais
diversas (em vez de se
restringir aos serviços do
Ambiente de Aprendizagem)

Na modalidade a distância, é fundamental a adoção de


um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), como
Moodle, Google Classroom, Canvas, Grupo de
Aprendizagem Social do Facebook, entre outros (GOMES;
PIMENTEL, 2020). Contudo, a grande ênfase que é dada
para o uso de AVA na modalidade a distância acabou
disseminando uma cultura de confinamento e
exclusividade, a tal ponto que os professores na EAD
chegam a supor ser proibido usar outros sistemas
computacionais, acreditando que tudo deva ser
realizado dentro do AVA. Queremos combater essa ideia
equivocada.
Toda a Internet se apresenta como um vasto território
com inúmeros (ciber)espaços que podem ser
configurados para a criação de ambiências voltadas
para a realização de situações de aprendizagem. Se os
AVA foram os sistemas computacionais característicos da
1ª fase da Educação Online (SANTOS; RIBEIRO;
CARVALHO, 2020), hoje devemos nos apropriar também
de outros sistemas computacionais, pois não há
quaisquer impedimentos em também utilizar serviços
interativos online, aplicativos, redes sociais, editores
colaborativos, entre tantas possibilidades ao nosso dispor.
Princípio 4
Aprendizagem em rede,
colaborativa (em vez de
aprendizagem isolada)

Quando o processo educacional se


realiza mediado pelos computadores
em rede, nossas práticas e reflexões
nos levam a recomendar a
aprendizagem em rede, colaborativa
(TORRES; IRALA, 2014; PIMENTEL; FUKS,
2011; FUKS et al., 2011). Não se trata de
colocar os alunos para discutirem os
conteúdos de uma disciplina apenas
entre eles, sem um professor. Trata-se
de construir o conhecimento
colaborativamente, em grupo,
valorizando-se os múltiplos saberes de
cada aluno da turma com a mediação
de um bom professor. Nessa
concepção, os computadores em rede
são usados como meios de interação
social, não como máquinas para
ensinar, mas sim para conectar as
pessoas.
Princípio 5
Conversação entre todos,
em interatividade (em vez
de apresentação de
conteúdos)
A exposição de conteúdos pelo “ditar do mestre”,
em que os alunos só podem falar eventualmente
para tirar uma dúvida sobre o que foi exposto, não
caracteriza uma conversação genuína. A
conversação precisa estar aberta para o
imprevisível e se realizar na interatividade com os
alunos e entre eles (SILVA, 2000). Cabe ao professor
o planejamento da situação conversacional e sua
realização por meio de uma ambiência
computacional, lançando mão de serviços variados
de conversação pela internet (PIMENTEL, ARAUJO,
2020b). Por exemplo, podemos utilizar um sistema
de videoconferência para realizarmos reuniões
síncronas no horário que seria ocupado pela aula
presencial; criar um grupo do WhatsApp para a
conversação informal e para a coordenação da
turma; discutir os assuntos da disciplina por meio de
grupos e fóruns de discussão ao longo da semana;
usar bate-papo online (chat) para levantar
diferentes pontos de vista sobre um assunto; realizar
atendimento individualizado por mensagem
26/02/2023 instantânea e email; entre outras possibilidades a
serem arquitetadas para promover a conversação
na turma.
Princípio 6
Atividades autorais
inspiradas nas práticas
da cibercultura (em vez
de “estudo dirigido”)
Em geral, os alunos gostam de atividades práticas, pois
sentem que “só se aprende fazendo”. Atividades práticas e
autorais (AMARAL; VELOSO; ROSSINI, 2020) oportunizam ao
aluno aplicar e transformar os conhecimentos da disciplina,
ressignificando-os. Como alternativas para a educação
bancária de exposição-assimilação de conteúdos, além
da própria Educação Online que propõe práticas autorais
inspiradas nas práticas da cibercultura, também
reconhecemos outras iniciativas, como Aprender
Fazendo/Aprendizagem Experiencial (DEWEY, 1916),
Educação do Trabalho (FREINET, 1949), Pedagogia Baseada
em Projetos (BENDER, 2015), Metodologias Ativas (BACICH;
MORAN, 2018), Sala de Aula Interativa (SILVA, 2000), Sala
de Aula Invertida (BERGMANN; SAMS, 2018), entre outras
proposições pedagógicas.
Queremos marcar a diferença das atividades inspiradas em
práticas da cibercultura daquelas atividades que se
caracterizam como uma lista de exercícios ou um
questionário, cujo objetivo é “fixar” os conteúdos da
disciplina, como frequentemente praticado na educação
instrucionista-massiva. Ressaltamos a importância de
atividades criativas que possibilitem a autoria criadora
(BACKES, 2012) e que promovam multiletramentos
(FERNANDES; MACIEL; SANTOS, 2020; BUZATO, 2006). Em
tempos de cibercultura, com a “liberação do polo de
emissão” (LEMOS, 2007), todos nós nos tornamos autores
em potencial. Nesse atual cenário sociotécnico, nós,
professores, somos desafiados a formar alunos capazes de
ler criticamente o mundo e também de atuar como autores
26/02/2023 transformadores da sociedade contemporânea (LEMOS,
2010).
Princípio 7
Mediação docente online para
colaboração
(em vez de “tutoria reativa”)
Para efetivar a educação online, é necessário
realizar uma mediação ativa voltada para a
promoção da colaboração (SANTOS; CARVALHO;
PIMENTEL, 2016), em que o professor desempenha
o papel de dinamizador do grupo. Onde há
colaboração e conversação em rede, emergem
dúvidas e conflitos que precisarão ser mediados
pelo professor e pelos colegas. Recomendamos a
realização de uma mediação partilhada e
empregando uma “linguagem emocional” (LIMA;
CARVALHO; COUTO JR, 2018; BRUNO, 2008),
reconhecendo que as emoções expressadas nas
conversas potencializam transformações no
convívio social que se desdobram também no
processo formativo.

Sugerimos evitar a prática da “tutoria reativa”


(CASTRO; SANTOS, 2010), muito empregada na
EAD instrucionista-massiva, em que um professor-
tutor fica disponível por 1 ou 2 horas por semana
para tirar dúvidas de centenas de alunos. Esse
tipo de prática leva a um esvaziamento da
participação dos alunos, resultando em
desperdício e desvalorização do trabalho
docente.
Princípio 8
Avaliação formativa e
colaborativa, baseada em
competências
(em vez de apenas
exames presenciais)
A modalidade a distância potencializa novas formas de
avaliação. Os rastros que os alunos deixam nas
ambiências digitais ao participar das situações de
aprendizagem arquitetadas pelo professor possibilitam a
realização de uma avaliação com base em
competências, valorizando não apenas os
conhecimentos (saber o que as coisas são, os
conceitos, as fórmulas), mas também as habilidades (o
saber fazer, o conhecimento em ação) e as atitudes:
presença, participação e colaboração. Idealizamos a
realização da avaliação online como uma ação
coletiva, realizada não apenas pelo professor
(heteroavaliação), mas também pelo próprio
aprendente (autoavaliação) e por todos da turma
(avaliação colaborativa, avaliação 360º), fugindo da
resposta certo-errado e voltando-se para a valorização
dos diferentes olhares, da compreensão e da crítica de
todos os envolvidos no processo formativo. Que a
avaliação seja feita numa perspectiva formativa, de
maneira contínua, voltada não apenas para aprovar ou
reprovar ao final da disciplina, mas sim para apoiar a
tomada de consciência sobre o próprio processo de
aprendizagem em curso, de tal maneira que os alunos
percebam o que já aprenderam bem, o que precisam
aprender mais e quais ações formativas devem realizar.
Destaca-se a colaboração das três
dimensões:
✓ a comunicação, caracterizada pela
troca de mensagens, pela
argumentação e pela negociação
entre pessoas;
✓ a coordenação, caracterizada pelo
gerenciamento de pessoas,
atividades e recursos;
✓ e a cooperação, caracterizada pela
atuação conjunta num espaço
compartilhado para a produção de
artefatos ou informações (ELLIS;
GIBBIS; REIN, 1991; FUKS et al.,
2011; VIVACQUA; GARCIA, 2011).

Nessa perspectiva, o professor assume o


papel de um coordenador-mediador da
turma, responsável por arquitetar
situações de aprendizagem que visam a
promover a interatividade entre todos
(comunicação), a coautoria e a cocriação
de conhecimentos (cooperação).

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