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Química Orgânica

A Química Orgânica é uma subárea da Química que estuda os compostos


formados predominantemente por carbono e hidrogênio e suas estruturas,
propriedades e reatividades.

A Química Orgânica estuda os compostos orgânicos, moléculas formadas


basicamente por carbono.

A Química Orgânica é a subárea da Química que explora as propriedades, os


aspectos estruturais e a reatividade dos compostos orgânicos. Compostos orgânicos
são formados predominantemente por carbono e hidrogênio e são chamados
hidrocarbonetos quando formados unicamente por esses dois elementos.
Podendo ser reconhecida como química da vida, a Química Orgânica está
presente nas moléculas que compõem os organismos vivos, como proteínas,
carboidratos e gorduras. Além disso, compostos orgânicos são a base da vida
moderna, constituindo os plásticos, as borrachas, outros tipos de polímeros, os
combustíveis, os fertilizantes, os alimentos, os tecidos, os fármacos e muitos outros
itens.

Resumo sobre Química Orgânica


● A Química Orgânica é o ramo da Química que estuda os compostos orgânicos.
● Os compostos orgânicos são aqueles formados principalmente
por carbono e hidrogênio.
● A Química Orgânica explora os aspectos estruturais, as propriedades e a reatividade
dos compostos orgânicos.
● A análise estrutural determina a fórmula do composto, a presença de insaturações e a
ocorrência de isomeria.
● As propriedades físico-químicas dos compostos orgânicos variam de acordo com a
função orgânica.
● As reações orgânicas se dividem em quatro classes e são relevantes para a produção
de fármacos, polímeros e outras substâncias de interesse comercial.
● A Química Orgânica é considerada a química do carbono, pois graças à capacidade
do carbono em formar longas cadeias carbônicas existe uma infinidade de compostos
orgânicos no planeta.
● A Química Orgânica é também conhecida como a química da vida, pois os
organismos vivos são constituídos por compostos orgânicos.
● A Química Orgânica tem importância fundamental para a sociedade, pois as reações
orgânicas são responsáveis pela síntese de polímeros, borrachas, fertilizantes,
agroquímicos, tecidos, solventes, corantes, alimentos, fármacos e muitos outros
produtos de uso diário.

O que é Química Orgânica?
A Química Orgânica é a área da Química que se dedica ao estudo dos
compostos contendo carbono, incluindo análises estruturais e estudo das
propriedades e das reações desses compostos.
A análise da estrutura dos compostos orgânicos determina sua fórmula estrutural, a
existência de insaturações e a ocorrência de isomeria.
No estudo das propriedades são avaliadas as propriedades físicas e químicas dos
compostos orgânicos e parâmetros que interferem na sua reatividade.
A investigação das reações químicas envolve a análise dos processos químicos de
transformação e as condições necessárias para a síntese de fármacos, de produtos
naturais e de polímeros, por exemplo.
Os compostos orgânicos são uma ampla classe de moléculas constituídas
por átomos de carbono e hidrogênio, mas podem incluir vários outros elementos,
como o oxigênio, o nitrogênio, o fósforo, os halogênios, o silício e o enxofre. As
moléculas biológicas também são estudadas dentro do contexto da Química
Orgânica, assim como os compostos organometálicos, os quais contêm ligações
entre carbono e metais.
Entre os séculos XVIII e XIX, os cientistas que estudavam substâncias obtidas por
meio de animais e plantas passaram a denominá-las como “orgânicas”, em razão de
serem derivadas de sistemas vivos e “organizados”. No mesmo sentido, os
compostos derivados de rochas, minérios, oceanos e atmosfera eram conhecidos
como “inorgânicos” por serem obtidos de sistemas não vivos.
Essa classificação se baseava no conhecimento da época, o qual considerava que
organismos vivos possuíam uma força vital e que assim os compostos orgânicos
apenas poderiam ser produzidos por meio de substâncias orgânicas, pois dessa
forma a força vital seria mantida. A teoria da força vital enfraqueceu conforme o
conhecimento científico foi se desenvolvendo.
Em 1828, o químico Friedrich Wohler conseguiu obter a ureia ― um composto
orgânico encontrado na urina ― por meio da reação química entre dois compostos
inorgânicos. Esse experimento foi o ponto de partida para que os cientistas
entendessem que seria possível obter compostos orgânicos também em laboratório.
Atualmente, a Química Orgânica engloba os estudos de substâncias existentes
naturalmente no ambiente e aquelas produzidas pelos organismos vivos, além da
análise de compostos desenvolvidos pelo ser humano, como os polímeros e os
fármacos.

O que a Química Orgânica estuda?


→ Compostos orgânicos
A Química Orgânica é estruturada em torno do estudo dos compostos orgânicos. Os
compostos orgânicos são formados por ligações covalentes entre carbonos,
entre carbono e hidrogênio e por moléculas derivadas destas.
Na tabela abaixo são mostradas as estruturas de dois compostos orgânicos
diferentes, o pentano e o pentanol. Ambos possuem ligações entre carbonos e
carbono-hidrogênio. O pentanol, além destas, possui também ligações com o átomo
de oxigênio. Note que o elemento que predomina nessas moléculas é o carbono.

Em razão da propriedade do carbono de realizar múltiplas ligações covalentes e em


série, uma infinidade de compostos orgânicos diferentes pode ser formada.
Atualmente, estima-se que a quantidade de compostos orgânicos conhecidos é
de aproximadamente 20 milhões, considerando os compostos encontrados
naturalmente e aqueles preparados em laboratório.
Os compostos orgânicos podem ser classificados em moléculas orgânicas
naturais encontradas na natureza e sintetizadas pelos seres vivos e moléculas
orgânicas artificiais, as quais são produzidas pelo ser humano em condições
controladas, em ambiente laboratorial ou industrial.

→ Carbono
A Química Orgânica estuda os compostos orgânicos, que são moléculas formadas
pelo átomo de carbono. É até mesmo comum se referir à Química Orgânica como
a química do carbono.
A importância desse elemento químico está associada com o fato de que o carbono
faz parte de uma imensa quantidade de compostos. A diversidade química do
carbono se deve à singularidade da sua estrutura e à sua capacidade de formar
ligações.
O átomo de carbono possui quatro elétrons de valência que permitem a formação de
quatro ligações covalentes. O carbono é capaz de se ligar repetidamente,
constituindo cadeias longas de carbono, chamadas de cadeias carbônicas,
e estruturas cíclicas de carbono (fechadas), conhecidas como anéis.
As ligações químicas covalentes formadas entre carbonos podem ser simples,
duplas ou triplas. O carbono também é capaz de se ligar prontamente a
outros elementos químicos, como o oxigênio, o enxofre, o nitrogênio e o hidrogênio.
Quase todos os compostos de carbono pertencem à classe dos orgânicos. No
entanto, existem compostos contendo carbono que são classificados como
inorgânicos. A delimitação entre eles é tênue e ainda não há um consenso definitivo
entre os cientistas. Pode-se considerar como compostos inorgânicos de carbono
os carbetos, carbonatos, bicarbonatos, cianetos, óxidos de carbono e alótropos do
carbono.
→ Cadeias carbônicas
As cadeias carbônicas são o conjunto de átomos de carbono ligados que formam
as moléculas que compõem os compostos orgânicos. As cadeias carbônicas
existem em razão da propriedade que o carbono possui de realizar ligações em série
com outros carbonos. Essa propriedade é conhecida como catenação.
Essas cadeias podem ser formadas apenas por átomos de carbono,
caracterizando cadeias homogêneas, ou podem conter outros tipos de átomos,
diferentes do carbono, como o oxigênio, o enxofre ou o nitrogênio. Nesse caso,
trata-se de cadeias heterogêneas.
Uma forma simplificada de representar as cadeias carbônicas na Química Orgânica é
utilizar a notação em bastão. Nesse tipo de representação, cada linha (―)
corresponde a uma ligação entre carbonos, sendo as extremidades e as inflexões
(união entre duas linhas) consideradas um átomo de carbono. Nessa representação,
não são expressos os átomos de hidrogênio, os quais ficam implícitos ao considerar
que carbonos possuem a capacidade de formar quatro ligações.
A ilustração abaixo representa a mesma molécula de hexano em dois formatos
diferentes.

Fórmula estrutural e fórmula em bastão para o hexano.

→ Funções orgânicas
Os compostos orgânicos se dividem em diversas funções orgânicas, de acordo
com propriedades químicas similares. Tais propriedades derivam da existência de um
grupo funcional específico que caracteriza cada função orgânica.
Por exemplo, os hidrocarbonetos são uma função orgânica cujas moléculas são
formadas apenas por carbono e hidrogênio. As cetonas se diferenciam dos
hidrocarbonetos por apresentarem um átomo de oxigênio unido a um átomo de
carbono por uma dupla ligação. A existência do oxigênio na molécula é suficiente
para que muitas propriedades físico-químicas sejam alteradas, como polaridade e
elevação dos pontos de fusão e ebulição.
A tabela abaixo apresenta algumas propriedades físico-químicas de duas moléculas
formadas por quatro átomos de carbono, uma delas pertencente aos hidrocarbonetos
e a outra ao grupo das cetonas. A única diferença entre elas é a presença do átomo
de oxigênio. Contudo, note como essa diferença é capaz de alterar as propriedades
apresentadas.

Os compostos orgânicos se dividem em diversas funções orgânicas, que são


basicamente definidas pelo elemento diferente de carbono e hidrogênio que está
presente. As funções oxigenadas são aquelas que contêm oxigênio, as funções
nitrogenadas possuem átomos de nitrogênio, as funções sulfuradas contêm o
elemento enxofre. Também existem funções orgânicas com presença de
halogênios, fósforo, boro e metais.
Importante: Os grupos R representados nos grupos funcionais se referem aos
segmentos da cadeia, formados por carbono e/ou hidrogênio.

→ Reações orgânicas
As reações orgânicas são reações químicas que ocorrem entre os compostos
orgânicos. Como há uma infinidade de compostos orgânicos, também existem vários
tipos de reações orgânicas. Porém, é possível subdividi-las em quatro principais
classes: reações de adição, de substituição, de eliminação e de oxidação.
◦ Reações de adição
Nas reações de adição, duas ou mais moléculas se combinam para formar uma
única substância. Essa reação acontece pelo rompimento de alguma das ligações
químicas do composto orgânico, sendo adicionado a ele algum outro reagente.
As reações de adição ocorrem com facilidade em compostos insaturados, que
são aqueles que contêm duplas ou triplas ligações, tais como os
hidrocarbonetos alcenos e alcinos.
Essas reações são nomeadas de acordo com os reagentes envolvidos. Por
exemplo, nas reações de halogenação, um halogênio é adicionado a um
hidrocarboneto. Nas reações hidratação, uma molécula de água é adicionada ao
composto orgânico. Já as reações de hidrogenação são realizadas pela inserção de
átomos de hidrogênio à cadeia orgânica.
A margarina é produzida por meio de reações de hidrogenação de óleos vegetais.

◦ Reações de substituição
Nas reações de substituição, há substituição de um radical orgânico por outro. É
comum ocorrer com alcanos e com compostos aromáticos. Nesses casos, há a
substituição dos átomos de hidrogênio por um dos átomos do outro reagente.

◦ Reações de eliminação
As reações de eliminação são o oposto das reações de adição. Na eliminação, um
dos ligantes do carbono da molécula orgânica é removido da molécula isoladamente,
em uma eliminação intramolecular. Ou então ele pode se combinar com o outro
reagente, formando uma nova molécula, em uma eliminação intermolecular.

◦ Reações de oxidação
As reações de oxidação são também conhecidas como oxirredução. Essas reações
se iniciam pela ação de um catalisador, que age como agente oxidante.
Compostos insaturados e álcoois estão sujeitos às reações de oxidação. A função do
agente oxidante é romper uma das ligações da insaturação ou romper a ligação
carbono-oxigênio, adicionando átomos de oxigênio à molécula orgânica.
Os oxidantes mais comuns são o permanganato de potássio (KMnO4), o dicromato de
potássio (K2Cr2O7) e o ozônio (O3).
A queima de madeira é uma reação orgânica de oxidação.
→ Isomeria
Quando dois ou mais compostos distintos possuem a mesma fórmula
molecular eles são isômeros entre si, possuindo estrutura molecular e
propriedades químicas diferentes. A isomeria se apresenta de duas formas:
isomeria plana e isomeria geométrica.

◦ Isomeria plana
Na isomeria plana ou constitucional, os compostos se diferenciam por alterações
em sua estrutura. Essas alterações se encaixam em cinco casos:
● Isomeria de cadeia: os isômeros possuem classificação de cadeias diferentes. Por
exemplo, um deles possui cadeia linear, e o outro, cadeia ramificada. Para identificar
a isomeria de cadeia é necessário conhecer a classificação das cadeias carbônicas.
● Isomeria de posição: a função química, a insaturação ou a ramificação ocupam
diferentes posições na estrutura das moléculas isômeras.
● Isomeria de função: os isômeros possuem diferentes funções químicas, mantendo a
fórmula molecular.
● Isomeria de compensação ou metameria: ocorre alteração na posição do
heteroátomo dentro da cadeia carbônica. Heteroátomo é todo elemento de um
composto orgânico diferente de carbono e hidrogênio que compõe a cadeia principal.
Ocorre apenas com algumas funções químicas específicas, que permitam a
existência de heteroátomos, tais como éteres, ésteres, aminas e amidas. No caso de
aminas e amidas, os átomos de nitrogênio precisam ser secundários e terciários.
● Isomeria dinâmica ou tautomeria: esse é um caso bem específico de isomeria. Na
tautomeria, os isômeros se diferem pela função química, porém, estabelecem
um equilíbrio químico em que ambos coexistem. Ou seja, os dois isômeros existem ao
mesmo tempo, em solução, e se interconvertem por meio de um rearranjo de átomos.
◦ Isomeria espacial
Na isomeria espacial, ou estereoisomeria, os compostos isômeros possuem a mesma
fórmula molecular e a mesma sequência de ligação entre os átomos, mas
eles ocupam posições diferentes no espaço.
Há apenas duas possibilidades: isomeria geométrica e isomeria óptica.
● Isomeria geométrica: é mais conhecida como isomeria “cis-trans”. Ocorre em
compostos insaturados e aromáticos, pois envolve a posição dos átomos no espaço,
em torno da dupla ou tripla ligação. Em isômeros cis, os ligantes diferentes unidos aos
átomos de carbono da insaturação se encontram do mesmo lado da dupla ligação.
Em isômeros trans, esses ligantes se encontram em lados opostos ao da dupla
ligação.
● Isomeria óptica: ocorre com compostos que mantêm a mesma fórmula molecular e
se diferenciam pela sua atividade óptica, ou seja, pela capacidade de desviar a luz
polarizada em diferentes sentidos. Isômeros ópticos são a imagem especular um do
outro e são conhecidos como enantiômeros.

→ Polímeros
Os polímeros são moléculas muito grandes formadas pela união de moléculas
menores, denominadas monômeros. Os monômeros são unidades menores que
se combinam para formar a grande estrutura de um polímero. É muito comum os
polímeros serem chamados de macromoléculas.
Alguns polímeros ocorrem naturalmente na natureza, como a celulose, o amido, a
pectina e as proteínas. Os polímeros artificiais são produzidos em laboratório e muito
utilizados para as tarefas básicas do cotidiano, como o polietileno, o PVC, o isopor e
o teflon.
A imagem abaixo representa a estrutura do polímero sintético Kevlar, que é uma fibra
sintética de alta resistência empregada para a construção de canoas, objetos para
bicicleta, coletes à prova de balas e outros. A estrutura dessa macromolécula é
formada pela união de moléculas menores pertencentes ao grupo funcional amida.

Estrutura química do polímero sintético Kevlar.


Aplicações da Química Orgânica
As aplicações da Química Orgânica na vida cotidiana são tão amplas que se torna
impossível descrever todas elas. Alguns usos e aplicações serão destacados na
sequência, porém é importante reconhecer que existem muitos outros exemplos onde
a Química Orgânica se faz presente.

Os fármacos, os antiobióticos, os tratamentos quimioterápicos e outros


tratamentos disponíveis para doenças e manutenção da saúde existem em razão das
reações orgânicas e de pesquisa na área de Química Orgânica.
Os pesquisadores dessa área se concentram em extrair da natureza compostos
ativos que possuam funções terapêuticas e podem até mesmo reproduzir a síntese
de tal composto em laboratório, de forma sintética. Por meio da observação da
natureza, muitos outros fármacos podem ser desenvolvidos pelos cientistas.

Muitos fármacos são produzidos por meio da extração de compostos ativos de


plantas.

Os pesticidas e grande parte dos fertilizantes empregados no setor da agricultura


são compostos orgânicos, sendo por isso resultado dos estudos da Química
Orgânica, que constantemente os aprimora.
Os combustíveis que movimentam automóveis e máquinas derivam de processos ou
de matérias-primas orgânicas. O petróleo é uma mistura complexa de
hidrocarbonetos por meio da qual são extraídos a gasolina, o óleo diesel, o
querosene, o propano e o butano. Todos são produtos empregados para geração de
energia.
O
petróleo é uma mistura de hidrocarbonetos de onde são extraídos vários tipos de
combustíveis.

Outros processos de geração de energia também ocorrem via reações orgânicas,


como a pirólise, que é uma reação de oxidação em que matéria orgânica é
queimada, formando gás carbônico, vapor de água e energia.
Os plásticos que utilizamos todos os dias para as mais diversas tarefas são
formados por polímeros, que são substâncias orgânicas. A maior parte dos plásticos
é derivada do petróleo e acaba sendo prejudicial para a natureza quando descartada
incorretamente. Contudo, muitos pesquisadores vêm se empenhando para
desenvolver novos tipos de polímeros por meio de novas matérias-primas que sejam
biodegradáveis e menos agressivas ao meio ambiente.
Na área industrial, a Química Orgânica se faz presente na maior parte dos
setores, atuando no aumento de produtividade de processos pelo uso de
catalisadores, fornecimento de energia, tintas, solventes, matérias-primas e muitas
outras aplicações.

Importância da Química Orgânica


A Química Orgânica é muito importante para a vida do planeta, não apenas aos
seres humanos, mas também aos animais e plantas. Afinal, os organismos vivos são
todos formados por compostos orgânicos, à base de carbono e hidrogênio, como as
proteínas, os carboidratos e as gorduras.

Tais compostos orgânicos participam de diversas reações químicas simultaneamente


e incessantemente para manter a vida ativa. Mesmo após a morte de um corpo
vivo, a Química Orgânica continua atuando por meio de transformações químicas,
como reações de decomposição.
Além desse aspecto, a vida atual da humanidade permeia o uso e exploração de
substâncias orgânicas, sejam elas naturais ou sintéticas, como os combustíveis,
plásticos, borrachas, outros tipos de polímeros, alimentos e fármacos.
É graças às reações orgânicas que o mundo atual possui uma ampla variedade de
fármacos e tratamentos médicos para as mais diversas dores, doenças e
anomalias de saúde.

Na área da agricultura, os pesticidas e os fertilizantes tornaram possível a elevação


da produtividade de lavouras e plantações e, com isso, o aumento da oferta de
alimento mundial.

História da Química Orgânica


Alguns estudiosos defendem que a Química Orgânica teve início com o evento
conhecido como Big Bang, quando compostos como a amônia, o dióxido de
carbono e o metano se combinaram originando os primeiros aminoácidos, que são as
unidades fundamentais de construção das proteínas.
Os povos egípcios e romanos utilizavam algumas substâncias que eram
compostos orgânicos, como medicamentos, corantes, solventes e venenos, mesmo
que à época ainda não houvesse esse conhecimento estabelecido.

Apenas no século XVI os primeiros compostos orgânicos puros foram


isolados de matérias-primas naturais e foram sendo estudados por meio de métodos
analíticos desenvolvidos por outros cientistas da época, como Antonie Lavoisier.
Os estudiosos da época acreditavam que substâncias químicas orgânicas
continham naturalmente algum tipo de “força vital” que orientava os processos
químicos envolvidos e, por isso, desacreditavam que fosse possível reproduzir tais
processos de forma sintética, isto é, em laboratório.

Em meados de 1828, Frederic Wohler obteve sucesso em preparar um ensaio


químico entre duas substâncias inorgânicas (que não continham a “força vital”) e
obter como produto de reação a ureia, que é um composto orgânico presente na
urina.

Esse resultado foi um grande impulso para o desenvolvimento da Química Orgânica,


pois era uma comprovação de que não existia “força vital” em compostos
orgânicos, abrindo caminho para os pesquisadores da época avançarem nesse
ramo da Química. Mais tarde, no século XIX, inúmeros avanços já haviam sido
registrados na área de síntese e análise de compostos orgânicos.
O aprofundamento do entendimento dos aspectos estruturais dos compostos
de carbono se fortaleceu com os estudos Kekulé e Couper, acelerando o
desenvolvimento de novos métodos, técnicas e teorias.

Esses conhecimentos se associaram à área da Biologia e se expandiram para o


estudo e compreensão das moléculas biológicas, que são também compostos
orgânicos. Daí, desenvolveu-se o ramo da Bioquímica.
Diferenças entre Química Orgânica e Química Inorgânica
A Química Orgânica e a Química Inorgânica são diferentes ramos da Química e se
diferenciam pela natureza dos compostos que cada subárea se propõe a explorar.
● Química Orgânica: o foco central são os compostos orgânicos, que são os
compostos formados majoritariamente por carbono e hidrogênio, os quais fazem parte
da estrutura dos seres vivos. As proteínas, os açúcares, o petróleo, a celulose e os
tecidos biológicos são alguns exemplos de substâncias formadas por moléculas
orgânicas e estudadas pela Química Orgânica.
● Química Inorgânica: se concentra no estudo dos compostos químicos formados
pelos demais elementos da Tabela Periódica, compondo substâncias “não vivas”, com
caráter mineral. Ácidos, bases, sais e óxidos são as classes de substâncias
exploradas pela Química Inorgânica. Podem ser verificadas em ferrugem, formações
rochosas, sal de cozinha e ácido estomacal.
Importante: Apesar de a Química Orgânica ser conhecida como a química do
carbono, alguns compostos inorgânicos podem conter carbono, como o dióxido de
carbono (CO2), o carbonato de cálcio (CaCO3) e o diamante. Não há uma linha
divisória bem definida entre essas duas áreas, mas é atualmente aceito que
compostos inorgânicos contendo carbono não contêm a ligação entre carbono e
hidrogênio.

Exercícios resolvidos sobre Química Orgânica


Questão 1
(Cesmac) Os ácidos 2-aminobenzóico (1), 3-aminobenzóico (2) e 4-aminobenzóico
(3), apesar de possuírem a mesma fórmula molecular, têm características muito
diferentes. Os ácidos (1) e (2) são considerados nocivos à saúde, enquanto o ácido
(3) é produzido no nosso organismo, considerado um antioxidante e precursor do
ácido fólico. As estruturas desses ácidos estão representadas abaixo.

As moléculas dos ácidos (1), (2) e (3) são classificadas como:


A) isômeros de cadeia.
B) enantiômeros.
C) isômeros de posição.
D) alótropos.
E) isômeros de compensação.
Resolução:
Alternativa C
Os compostos 1, 2 e 3 são isômeros, pois, como descrito no enunciado, possuem a
mesma fórmula molecular. Analisando as estruturas dos compostos é possível
identificar que a única diferença entre eles é a posição do grupo -NH2, que se
encontra ligado a diferentes carbonos do anel aromático em cada uma das estruturas
apresentadas. Logo, é possível classificar as três moléculas como isômeros de
posição.
Quanto às outras alternativas:
● Não se enquadram como isômeros de cadeia, pois possuem a mesma classificação
de cadeia mista, uma vez que as moléculas possuem um segmento cíclico (anel) e
outro linear.
● Não se enquadram como enantiômeros, pois não apresentam isomeria óptica.
● Não são alótropos, pois os alótropos são substâncias simples, ou seja, formadas por
um único elemento químico.
● Não são isômeros de compensação, pois não existe heteroátomo nas moléculas.

Questão 2
(Uece — adaptado) Em Química Orgânica, grupo funcional se define como uma
estrutura molecular que confere às substâncias comportamentos químicos
semelhantes. O conjunto de compostos que apresentam o mesmo grupo funcional é
denominado função orgânica. Assinale a opção que apresenta corretamente o
composto e a função orgânica a que ele pertence.

A) , cetona

B) , éter

C) , éster

D) , amina
Resolução:
Alternativa C
A molécula apresentada no item A se refere a um éter, pois tem um átomo de
oxigênio unido aos carbonos da cadeia.
A molécula apresentada no item B pertence ao grupo funcional cetona, pois possui
oxigênio ligado ao carbono por dupla ligação.
A molécula apresentada no item C pertence ao grupo funcional éster. Note a
existência de um átomo de carbono ligado a dois átomos de oxigênio, sendo um
deles por meio de ligação dupla, caracterizando o grupo funcional éster.
A molécula apresentada no item D pertence ao grupo funcional das amidas, uma vez
que o átomo de nitrogênio está ligado a um átomo de carbono que também forma a
ligação com oxigênio. Seria uma molécula do grupo funcional amina se houvesse
apenas o grupo NH2 ligado ao átomo de carbono

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