FGV EAESP

ORGANIZAÇÕES
TEORIA CRÍTICA E
PÓS-MODERNISMO

JUSSARA.PEREIRA@FGV.BR
 Nossa conversa de Hoje
Como aplicar a Teoria Crítica e Pós-modernismo à Administração?

Porque estudar o tema em Administração

OBJETIVO DA AULA: CONHECER
Teoria Crítica e Pós Modernismo
MECANISMOS DE CONTROLE,
DOMINAÇÃO E EXCLUSÃO NAS Organizações pós-modernas

ORGANIZAÇÕES Previsões de especialistas

É possivel criar
sociedades,
empresas,
organizações e
lugares de trabalho
livres da
dominação?
 Trabalho escravo infantil no
sudeste da Ásia: O CASO DA NIKE
• A Nike é uma das companhias que lutam contra a
imagem de ser uma multinacional conivente com a
exploração do trabalho escravo e infantil por parte de
seus fornecedores.

• A fama começou a pegar em 1996, quando a revista

Life publicou uma foto em que um menino paquistanês
costurava bolas de futebol da marca.

• A empresa foi acusada do uso de mão de obra escrava

e infantil pela Oxfam. Na primeira investigação, foi
detectado extremo abuso dos direitos básicos dos
trabalhadores. De acordo com a Oxfam, a situação não
cada trabalhador recebe cerca de 2US$ por ano
enquanto a empresa lucra milhões a cada ano.
 Direitos trabalhistas e violação de propriedade
intelectual: O CASO DA FOREVER 21
• Apesar do sucesso comercial, a Forever 21 enfrenta uma
série de acusações, incluindo denúncias por uso de trabalho
escravo nos fornecedores da loja.

• Em 2012, o Departamento de Trabalho dos EUA disse ter

encontrado oficinas de fornecedores da marca em condições
de trabalho análogas à escravidão em Los Angeles.

• Em 2016, o Departamento conduziu outra investigação em

77 fábricas de confecção de roupas só em Los Angeles,
constatou inúmeras violações de leis trabalhistas e ordenou
o pagamento retroativo a vários trabalhadores que
chegaram a receber menos da metade do salário mínimo.
 Reclamações Salariais

• "Os salários pagos nessas fábricas são o custo secreto do preço baixo que torna
lojas como a Forever 21 tão impossíveis de resistir para o consumidor americano",
disse o Los Angeles Times em uma ampla reportagem em 2017 sobre o assunto.“
Assim como outros grandes nomes do comércio de roupas, a Forever 21 evita ter
de lidar com reclamações salariais graças a um embrenhado labirinto de
intermediários que ficam entre as prateleiras de suas lojas e as pessoas que
costuram suas roupas", diz o jornal.

• "A Forever 21 diz que vende, mas que não manufatura, e por isso está sempre um
passo longe das fábricas de Los Angeles.“Eles afirmam que os preços baixos da
Forever 21 são obtidos com "uma estrutura enxuta", e não através da exploração
de trabalhadores. A empresa também já foi processada mais de 50 vezes por
violação de direitos autorais, segundo a revista Forbes. Grandes marcas e
designers independentes acusam a Forever 21 de copiar seus modelos. A empresa
nega, mas já pagou milhares de dólares em acordos extrajudiciais.
 Por qu e es tu da r Teor ia C r ític a e Pós -
m oder nis mo n a a dm in is tr açã o?

são abor d agens que se pr eoc upam c om

01 A investigação da exploração nos ambientes de trabalho
02 Ambientes repressivos e de injustiça social

03 Relações de poder assimétricas

04 Conflitos de classe, sexo ou posição

05 Comunicação distorcida, manipulação e falsa consciência

A teoria crítica tem a pretensão de criar
sociedades e lugares de trabalho livres
de dominação, “em que todos os
membros têm igual oportunidade para
contribuir para a produção de sistemas
que venham ao encontro das
necessidades humanas e conduzam ao
progresso desenvolvimento de todos”
(ALVESSON & DEETZ, p. 237).
 A Teoria Crítica e o pós-
modernismo tem como
pilares básicos a crítica ao
positivismo, crítica à
ideologia dominante, a
partir da reflexividade
histórica. Trata-se de uma
teoria da práxis que tem a
proposta de superação da
alienação. O
comprometimento é com a
liberdade e autonomia dos
seres. Não se trata de uma
utopia, mas da adoção de
uma posição política.
Pressupostos
• Crescente racionalização
instrumental

• Colonização progressiva das

pessoas e da natureza

• Sociedade do controle

• Fragmentação da subjetividade
dos funcionários. Identidades
fragmentadas
TEORIA CRÍTICA
• O primeiro a utilizar o termo "teoria crítica" foi Horkheimer
no livro "Teoria tradicional e Teoria Crítica", publicado em
1937.

• Nele o autor deixa explícito que "produz teoria crítica todo

aquele que quer continuar a obra de Marx".

• Essa teoria consolida-se no cerne da Escola de Frankfurt

TEORIA CRÍTICA
• Pesquisadores de estudos organizacionais e de gestão vieram para os textos
de teoria crítica e de pós-modernismo relativamente tarde, com a teoria
crítica surgindo no final dos anos 70 e começo dos anos 80.

• A razão pela qual os escritos de teoria crítica e pós-modernos têm agora

encontrado campo fértil nos estudos de gestão deve-se ao declínio e
desilusão à ideia tradicional de gestão e administração.

• O crescimento no tamanho das organizações, a rápida implementação das

tecnologias de comunicação/informação, a globalização, a mudança na
natureza do trabalho, a redução da classe trabalhadora, os conflitos de classe
menos evidentes, a profissionalização da força de trabalho, as economias em
estagnação, os problemas ecológicos espalhados pelo mundo todo e os
mercados turbulentos são todos parte de um contexto contemporaneo, em
que existe uma insatisfação generalizada com os atuais modos de
produzir/administrar/gerir.
 Uma quantidade considerável de trabalhos críticos têm sido destinadas à
Administração e os estudos das organizações tal como "produtores" de ideologias

TEO que legitimam e fortalecem relações sociais e objetivos organizacionais

específicos.

RIA Alguns temas abordados por estudiosos críticos:

• Naturalização: trada as organizações a partir de uma perspectiva histórica,
investigando como essas são formadas, transformadas e mantidas.

CRÍ • Universalização de interesses gerenciais: essa temática remete à pratica que

TICA
conduz a equivalência de interesses das organizações aos da gerência.

• Hegemonia: sugere a existencia de uma rede complexa de arranjos conceituais

e materiais produzindo a estrurura mais produnda da vida codidiana.

• Crítica à critica a Ideologia: significa as limitações da crítica ideológica,

criticas abstratas que não ajudam a resolver o problema, baseadas na utopia.
TEO • Ação comunicativa: baseada no trabalho de Habermas nos
anos 70, enfoca uma melhoria do mundo vivido por meio da

RIA criação e recriação de padrões de significado. Isto é, interações

guiadas pela comunicação não distorcida e entendimento
baseados no diálogo. Racionalidade comunicativa.

CRÍ Todavia, pode-se afirmar que a teoria crítica não adota uma
postura anti-management, mas percebe acadêmicos da área com

TICA ideólogos, servindo aos interesses de grupos dominantes. Cabe

assim aos teóricos críticos, desenvolver formulações que expliquem
o real em sua forma e em sua substância, ou seja, uma sociedade
isenta de ideologias que legitimem a classe dominante.
EMANCI P AÇÃO VERSUS ALIENAÇÃO
Conceitos
EMA NC I PAÇ ÃO
Capacidade de pensar por
conta própria. Inclui
autonomia decisiva e de
refletir sobre a realidade sem
a dependência de outrem.
Comportamento crítico.
A LI ENAÇÃO
O processo de alienação faz com
que o trabalhador adquira uma
falsa consciência da realidade em
que vive, assim, a dominação
entre uma classe social pela
outra e a exploração de seu
trabalho são fatos que lhe
parecem ocorrer naturalmente,
perdendo o poder de
compreensão sobre o real
processo histórico.
 CO NTRIBUIÇÕ ES DA TEO RIA CRÍTICA
Aos Estudos Organizacionais e Administração (denúncias sobre)

CO ND I ÇÕES D E T RA BA L HO RELA ÇÕES A S S I MÉTRICAS P RECO NCEITO

C O N S TRANGEDORAS Desenvolvimento e reforço Preconceito sexual em
Nas quais qualidades das relações sociais termos de estilos de
intrísecas ao trabalho como a assimétricas entre raciocínio, relações sociais
criatividade, variação, assimétricas e prioridades
especialistas, elites
desenvolvimento, políticas
gerenciais e não especialistas
signficicação são ignorados ou
subordinados a valores
instrumentais
CO NTRIBUIÇÕ ES DA TEO RIA CRÍTICA
Aos Estudos Organizacionais e Administração (denúcias sobre)

CO N T ROLE EX A RC ERBA DO CO NTROLE DA VI DA S O CI A L DO S DES TRUI ÇÃO DO MEI O

Amplo controle do intelecto EMP REGA DOS A MBI EN TE
dos empregados e Controle de longo alcance de empregados, Destruição do ambiente
congelamento de sua consumidores e da agenda político-ética natural por meio do
realidade social geral da sociedade, por intermédio de meios desperdício, poluição e
de comunicaçã de massa, lobbies, desmatamento.
advogando o consumismo e a prioridade do
dinheiro como parâmentro para tomada de
decisão política, individual e coletiva.
 Visão das Organizações por alguns
teóricos críticos ou pós-modernistas:

• Hebert Marcuse (1968) as organizações tem o papel central e

excessivamente repressor da sociedade. Elas são representações micro
da macro estrutura da sociedade e local no qual a repressão do princício
do prazer pelo princípio da realidade se dá de forma mais completa. Ou
seja, é na organização que o trabalho alienado seria, em mais alto grrau,
explorado em nome do sistema.

• Michel Foucalt Foucault (1979) afirmava que todas as organizaçõe se

assemelham a prisões, visto que reduzem as pessoas aos cargos que
oocupam.

• Alberto Guerreiro Ramos (1989), criticava o mercado como forma

dominande de organização da vida social. Chamava a atenção para os
problemas decorrentes da expansão do mercado e propunha a
"delimitação dos sistemas sociais".
 Visão das Organizações por alguns
teóricos críticos ou pós-modernistas:

• Maurício Tragtenberg (1971) dedicou parte da sua obra à análise

da teoria da Administração como uma ideologia. Argumentava que
a Administração dedica-se ao estudo da legitimação burocrática do
poder e que esta possui caráter repressivo, dada sua ênfase no
controle sobre o homem, Seu fazer acadêmico não era neutro
como deixava claro em sua produção.

• Fernando Cláudio Prestes Motta (1985) desenvolveu estudos sobre

burocracia, poder e tecnologia, educação e mais tarde, sobre
cultura. Explicitava ao mesmo tempo em que criticava o que
chamoi de esforço constante e sistemático das teorias
administrativas dominantes em dundir racionalidade substantiva e
instrumental como modo de aperfeiçoar as formas de dominação
sobre o indivíduo
Pós-modernismo
E a Sociedade do Espetáculo
PÓS-MODERNISMO
• Nas ciência sociais o termo tem sido usado para descrever
um clima social, um período histórico caracterizado por
mudanças sociais e organizacionais e um conjunto de
abordagens filosóficas para o estudo da organização e de
outras áreas.

• Aborda temas como fragmentação das subjetividades,

discursos totalizantes e textualidades, e resistência.

• Essas abordagens das Teorias das Organizações são

filosoficamente embasadas nos trabalhos de Jacques
Derrida e Michel Foucalt, Jean Baudrillard, Gilles Deleuze,
Félix Guattari, Ernesto Laclau, Mouffe
PÓS-MODERNISMO
• O pós-modernismo parte de uma tradição crítica mais ampla que desafia o status quo e dá
suporte à vozes silenciadas ou marginalizadas.

• Pos-modernismo reacionário versus pós-modernismo de resistência.

• A abordagem pós-modernista em estudos organizacionais critica a questão da instrumentalização

do ser humano, visando a produção de resultados previsíveis. Contudo, um possível foco central
para os teóricos pós-modernistas é o pronunciamento da morte do homem e a ausência de um
futuro imaginável.

• A concepção pós-moderna da sociedade professa que a vida social é um universo a parte

marcado por espetáculos, isto é, o mundo se transforma em uma representação do real.

• Na sociedade do espetáculo, o homo spectator não vive apenas contempla. Ele é ator
coadjuvante, pressionado a encontrar seu papel e a desempenhá-lo. O espetáculo fornece o
roteiro, o ato e a fala, e ainda avalia o desempenho. O mundo das organizações constitui hoje a
mais exuberante cena da sociedade do espetáculo.
A VIDA IMITA A
ARTE OU A ARTE
IMITA A VIDA?
A linguagem é um
sistema central no
processo de
construção de
grandes narrativas
que enfatizam
sistemas de
dominação.
Quem detém o controle
sob os meios de
comunicação, detém o
poder!

É importante ter em mente o papel dos meios de

comunicação de massas e das tecnologias de
informação para se conhecer a
narrativa/ficção/retorica como central dos
ambientes organizacionais
Conhecimento é poder

https://www.youtube.com/watch?v=z
s8NrJl1GF0
 Revisando a Aula de Hoje

Quais foram as palavras-

01
chave?

Qual a importância da
teoria crítica e pós-
02
modernismo nos estudos
Organizacionais?

Como foi a experiência do

03
aprendizado de hoje?
Até a
próxima
aula
turma!
jussara.pereira@fgv.br