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ATIVIDADE TRILHA DE APRENDIZAGEM

UNIDADE 3
DIREITOS TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIOS

SATURNINO PEREIRA DOS SANTOS NETO


Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Curso Profissionalizante em Auxiliar Jurídico (6711845) - (TURMA 129536) – Direito
Civil (139537) - Trabalho de Graduação
09/04/2024

Alienação Fiduciária e sua Relevância nos Negócios Imobiliários Modernos

A alienação fiduciária é uma figura jurídica que se tornou uma peça fundamental nos
negócios imobiliários que envolvem empréstimos bancários. Sua presença é praticamente
onipresente nesse cenário, pois oferece uma segurança tanto para as instituições
financeiras quanto para os tomadores de empréstimo. Ao examinar sua aplicação na
prática atual, torna-se evidente como essa garantia influencia o mercado imobiliário e
protege os interesses das partes envolvidas.

A alienação fiduciária é um instrumento no qual o devedor transfere a propriedade do


bem ao credor fiduciário como garantia da dívida contraída. No contexto imobiliário, isso
significa que o imóvel é dado como garantia para o empréstimo, mas o devedor mantém
a posse direta e indireta do mesmo. Se houver inadimplência por parte do devedor, o
credor fiduciário tem o direito de tomar posse do bem para quitar a dívida.

Comparativamente, a hipoteca é outra forma de garantia utilizada em transações


imobiliárias. Na hipoteca, o devedor também oferece o imóvel como garantia, mas
mantém a posse e a propriedade do mesmo. No entanto, em caso de inadimplência, o
credor deve recorrer ao judiciário para executar a garantia, o que pode tornar o processo
mais demorado e custoso.

A principal diferença entre a alienação fiduciária e a hipoteca reside na forma como a


garantia é executada em caso de inadimplência. Na alienação fiduciária, o procedimento
de retomada do bem é mais célere e menos oneroso, pois é regulado pela Lei 9.514/97,
que estabelece um rito extrajudicial para a retomada do imóvel. Esse processo é
conhecido como "distrato fiduciário" e permite que o credor fiduciário tome posse do bem
imediatamente após a inadimplência do devedor, sem a necessidade de intervenção
judicial.

Essa agilidade na execução da garantia confere maior segurança aos credores, o que se
reflete em taxas de juros mais baixas para os tomadores de empréstimo, uma vez que o
risco de inadimplência é reduzido. Além disso, a alienação fiduciária também oferece
vantagens aos devedores, pois permite que eles possam negociar melhores condições de
financiamento, devido ao menor risco percebido pelos credores.

No entanto, é importante ressaltar que, embora a alienação fiduciária ofereça benefícios


significativos, ela também levanta questões relacionadas aos direitos dos devedores. Por
exemplo, a lei estabelece que o devedor pode reaver o imóvel em até 30 dias após a
retomada pelo credor, desde que pague integralmente a dívida pendente. No entanto, essa
disposição legal nem sempre é observada na prática, o que pode resultar em situações de
injustiça para os devedores.

Em suma, a alienação fiduciária se consolidou como uma garantia essencial nos negócios
imobiliários modernos, oferecendo segurança e agilidade tanto para os credores quanto
para os devedores. No entanto, é necessário um acompanhamento constante da legislação
e das práticas de mercado para garantir que os direitos de todas as partes envolvidas sejam
respeitados e que o uso dessa garantia contribua para o desenvolvimento sustentável do
mercado imobiliário.

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