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INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA

ARA0885
2024.1
Professora: M.Sc Jocely Burda
A mente que se abre a
uma nova ideia jamais
voltará ao seu
tamanho original.
Oliver Wendell Holmes

M.Sc. Jocely Burda


TEMAS DE APRENDIZAGEM
1. ESTATUTO CIENTÍFICO DA PSICOLOGIA
1.1 OS TIPOS DE CONHECIMENTO: EMPÍRICO, RELIGIOSO, FILOSÓFICO E CIENTÍFICO
1.2 PONTOS COMUNS E DIVERGENTES DAS DIFERENTES ABORDAGENS INICIAIS DO
PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA INDEPENDENTE
1.3 PRINCIPAIS ABORDAGENS TEÓRICAS E SEUS RESPECTIVOS OBJETOS DE ESTUDO

2. A PESQUISA EM PSICOLOGIA E SEUS TEMAS RELEVANTES


2.1 CONCEITOS GERAIS DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA E DA METODOLOGIA DE PESQUISA
2.2 TEMAS RELEVANTES DA PESQUISA EM PSICOLOGIA E OS ESTUDOS DE REFERÊNCIA NA ÁREA
3. ÉTICA NA PESQUISA CIENTÍFICA
3.1 DEFINIÇÃO DOS PRINCÍPIOS E DA PRÁTICA DA ÉTICA DA PESQUISA
3.2 DISTINÇÃO DAS FUNÇÕES DOS COMITÊS DE ÉTICA EM PESQUISA E DAS COMISSÕES DE ÉTICA NO USO ANIMAL
3.3 RELAÇÃO DO COMPROMISSO ÉTICO COM A PESQUISA
4. A ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO PSICÓLOGO
4.1 ÁREAS CLÁSSICAS DE ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO HOSPITAL, CONSULTÓRIO
PARTICULAR, NAS EMPRESAS E ORGANIZAÇÕES E NA ESCOLA
4.2 OS LIMITES E POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NA ÁREA JURÍDICA, SOCIAL E DO ESPORTE
4.3 AS INTERFACES DO TRABALHO MULTIDISCIPLINAR DO PSICÓLOGO
4.4 O COMPROMISSO SOCIAL E ÉTICO DO PSICÓLOGO NA ATUALIDADE
M.Sc. Jocely Burda
OBJETIVOS
▪ Avaliar os limites entre o senso comum, práticas alternativas,
misticismo e a ciência psicológica;
▪ Verificar a Psicologia como ciência, baseando-se em suas bases
histórico e filosóficas, a fim de promover o desenvolvimento de
pesquisas científicas no campo psicológico;
▪ Inferir os métodos científicos da psicologia, com base nos diferentes
objetivos e diversos campos de pesquisa, a fim de desenvolver um
rigor metodológico na produção científica;
▪ Examinar as especificidades da formação e prática do psicólogo, de
acordo aos preceitos éticos e regulamentação da profissão de
psicologia no Brasil.

M.Sc. Jocely Burda


BIBLIOGRAFIA BÁSICA
MYERS, David. Introdução à Psicologia (livro on-line). 11a. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2019.. 11a. ed.. Rio de
Janeiro: LTC, 2019.
NOLEN-HOEKSEMA, Susan; FREDRICKSON, Barbara; LOFTUS, Geoff & WAGENAAR, Willen. Introdução à
Psicologia. 2a. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2018.. São Paulo: Cengage, 2018.
WEITEN, Wayne. Introdução à psicologia. São Paulo: Pioneira Thomson. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522126675/cfi/0!/4/4@0.00:64.9

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
BOCK, Bahia, A. M. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 15. São Paulo: Saraiva
Disponível em: https://petpedufba.files.wordpress.com/2016/02/bock_psicologias-umaintroduc3a7c3a3o-
p.pdf
COON, Dennis. Introdução à psicologia: uma jornada. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006.
FELDMAN, Robert. Introdução à Psicologia. 10a. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015. Introdução à Psicologia. 10a.
ed. Porto Alegre: AMGH, 2015.. 10a. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015.. Porto Alegre: AMGH, 2015.
SHAUGNESSY, Johnn; ZECHMEISTER, Eugene; ZECHMEISTER, Jeanne. Metodologia de Pesquisa em
Psicologia.. 9a ed.. Porto Alegre: AMGH, 2012.

M.Sc. Jocely Burda


PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO
✓ Avaliação trabalho (3,0). *entregar e apresentar 2 pesquisas cientificas
na área de psicologia (antiga e atual) - Dia 15 (N) e 16/04/2024 (M)
✓ Avaliação (AV): (Prova 7,0) - Dia 03 (N) e 04/06/2024 (M)
✓ Nova Chance - Dia 10 (N) e 11/06/2024 (M)
✓ Avaliação AVS: todos os temas abordados (10,0) – Dia 17 (N) e
18/06/2024 (M)

Para aprovação, atingir resultado igual ou superior a 6,0.


Frequentar, no mínimo, 75% das aulas ministradas.

M.Sc. Jocely Burda


Atividade para dia 15 (N) e 16/04/2024 (M)
Grupo de até 5 alunos
Entregar e apresentar 2 pesquisas/experimentos
científicos na área de psicologia.
* Identificando a objetivo da pesquisa, hipótese ou
problema, metodologia da pesquisa e resultado final.

Objetivo: refletir sobre o objeto de estudo da psicologia como ciência, bem como
sobre a importância do conhecimento científico para a psicologia.

M.Sc. Jocely Burda


Por que estudar Psicologia!
▪ Entender o comportamento humano.
▪ Ajudar as pessoas a encontrarem um equilíbrio
emocional.
▪ Como lidar com os próprios sentimentos.
▪ Conhecer o desenvolvimento psicológico desde a
infância até a velhice.
▪ Entender as características das doenças.

M.Sc. Jocely Burda


TEMA 1
ESTATUTO CIENTÍFICO
DA PSICOLOGIA
FORMAS DE SABER SOBRE O HUMANO

▪ TARÔ: baralho de uso esotérico


▪ ASTROLOGIA: posição dos astros.
▪ QUIROMANCIA: linhas das mãos.
▪ NUMEROLOGIA: estudo do significado dos números
▪ FRENOLOGIA: formação do crânio.
▪ PSICOGNOMIA: feições e traços do rosto.

M.Sc. Jocely Burda


FRONTEIRA ENTRE A PSICOLOGIA E AS PRÁTICAS ALTERNATIVAS

Contrastes com as psicologias é o conteúdo:


• místico
• religioso
• supersticioso
Amorim (1995)

* Nas práticas místicas há a concepção de destino, da existência de


forças que não estão no campo do humano e do mundo material.

M.Sc. Jocely Burda


ALERTA
(Bock, 1999)

• Não se deve misturar a Psicologia com práticas


adivinhatórias ou místicas que estão baseadas em
pressupostos diversos e opostos ao da Psicologia.
• “Mente é como paraquedas: melhor aberta.” É preciso estar
aberto para o novo, atento a novos conhecimentos que, tendo
sido estudados no âmbito da Ciência, podem trazer novos
saberes, ou seja, novas respostas para perguntas ainda não
respondidas.

M.Sc. Jocely Burda


SENSO COMUM
• Produz uma determinada visão de mundo que
integra o conhecimento humano.
• É intuitivo, espontâneo e de tentativas e erros.
• Percorre um caminho que vai do hábito à
tradição, que passa de geração para geração.
• Integra de um modo o conhecimento humano.

M.Sc. Jocely Burda


O senso comum mistura e recicla os saberes, muito mais
especializados, e os reduz a um tipo de teoria simplificada,
produzindo uma determinada visão-de-mundo e integrando ao
conhecimento humano.
BOOK, 1999

A religião, a arte, a
filosofia, a ciência e o
senso comum são
domínios do
conhecimento
humano.
M.Sc. Jocely Burda
EXEMPLOS:
1) a professora sabe que se recompensar a boa disciplina do aluno com
um elogio, pode aumentar a frequência e a participação desse aluno na
sala de aula.
2) a dona de casa, quando usa a garrafa térmica para manter o café
quente, sabe por quanto tempo ele permanecerá razoavelmente quente,
sem fazer nenhum cálculo complicado e, muitas vezes, desconhecendo
completamente as leis da termodinâmica.
3) a namorada sabe que se marcou um encontro com o namorado para às
20h e ele chegou às 21h, pode ficar de cara fechada com intenção de
puní-lo por tê-la feito esperar.
No numero 2, a pessoa sem saber sobre Física sabe conseguir o efeito esperado no ambiente. Nos
números 1 e 3, as pessoas agiram com intenção de modificar o comportamento de alguém, mas sem saber
de leis ou teorias da psicologia.

M.Sc. Jocely Burda


• Homem complexado
• Mulher louca
• Menino hiperativo
• Mulher histérica
• Menina neurótica

Os termos podem até ser da psicologia científica,


mas são usados sem a preocupação de definir as
palavras.

M.Sc. Jocely Burda


Como criar filhos
Como fazer amigos
Como conquistar alguém
Como ser bem sucedido
Como parar de fumar
.....

“No dia a dia, as pessoas fazem inferência assuntos psicológicos


de forma negligente”
(DADIDOFF, 2001, P. 38)

M.Sc. Jocely Burda


Muitas vezes subestimamos os perigos da
intuição, pois consideramos.

❖ O viés retrospectivo “eu já sabia”


❖ O excesso de confiança
❖ A tendencia a perceber padrões em eventos
aleatórios “encontrar ordem”

MYERS, 2019

M.Sc. Jocely Burda


CIÊNCIA
É uma tentativa de
descobrir ordem no
mundo, de relacionar
ordenadamente alguns
acontecimentos com
outros, buscando a
relação entre eles (....)
(SKINNER, 1953/1970)

M.Sc. Jocely Burda


A ciência abstrai a realidade para
compreendê-la melhor, ou seja, a ciência
afasta-se da realidade, transformando-a em
objeto de investigação — o que permite a
construção do conhecimento científico sobre
o real.
Book, 1999, p. 16

M.Sc. Jocely Burda


O QUE É CIÊNCIA? (Bock, 1999)
• A ciência compõe-se de um conjunto de conhecimentos sobre fatos
ou aspectos da realidade (objeto de estudo), expresso por meio de
uma linguagem precisa e rigorosa.
• Esses conhecimentos devem ser obtidos de maneira programada,
sistemática e controlada, para que se permita a verificação de sua
validade.
• Suas conclusões devem ser passíveis de verificação e isentas de
emoção.
• O saber pode ser transmitido, verificado, utilizado e desenvolvido.
M.Sc. Jocely Burda
CIÊNCIAS HUMANAS e CIÊNCIA NATURAL
BRASIL, 2013

❖ Ciência Naturais: estudam o mesmo em seus aspectos


biológicos, fisiológicos, as relações dos seres
humanos entre si, com o ambiente e demais seres vivos.

❖ Ciências Humanas: estudam os


seres humanos em sua questão
histórica, social e cultural.

M.Sc. Jocely Burda


CIÊNCIAS NATURAIS

Estudam os aspectos da realidade humana que são


voltadas a sua natureza, averiguando os fatos
observáveis que podem ser submetidos aos
procedimentos de experimentação em laboratórios.
Objetiva o estudo da natureza, seus aspectos
físicos, químicos e biológicos.
Observação direta sem intervenção.

M.Sc. Jocely Burda


CIÊNCIAS HUMANAS
Estudam os aspectos do homem como indivíduo e ser
social.

• Descreve
• Analisa
• Compara

▪ Baixo valor preditivo e de controle.


▪ Não quantificável
▪ Não controlável
M.Sc. Jocely Burda
CIÊNCIA X PSICOLOGIA
✓ É a busca por definir, descrever e prever comportamentos.
✓ O cientista do comportamento (da psicologia) quer
observações sistematizadas, conhecimento metodológico,
experimentado, testado, comprovado. Não fica satisfeito com
conceitos generalizados e rotulados (complexado, louco,
“nasceu assim”) apenas baseados em ‘achismos’ e
observações superficiais.
✓ Ciência é um conjunto de conhecimentos sobre fatos ou
aspectos da realidade obtidos por meio de metodologia
científica.
M.Sc. Jocely Burda
A psicologia forma profissionais aptos para utilização de
conhecimento cientifico e técnico, possibilitando
diagnosticar os problemas e fazer a interpretação e
intervenção adequada, para auxiliar os indivíduos a viver
melhor.
Métodos e técnicas próprias para coleta de dados. Ex.:
entrevistas, questionário, teste psicológicos e
observações registrando os comportamentos.

M.Sc. Jocely Burda


O psicólogo contribui para a produção do
conhecimento científico da psicologia através da:

Observação

Análise

M.Sc. Jocely Burda


OBJETO
Introdução àDE ESTUDO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA
Psicologia

O HOMEM/SUJEITO

A Psicologia colabora com o estudo da SUBJETIVIDADE humana, através


dos processos mentais, sentimentos, pensamentos, razão, inconsciente e
o comportamento humano e animal.

*A subjetividade é a maneira de sentir, pensar, fantasiar, sonhar, amar e


fazer de cada um. É o que constitui o modo de ser. Ela se constrói aos
poucos, pelas crenças, valores, experiencias, historia de vida, que vão se
apropriando do material do mundo, e faz isso ao mesmo tempo em que
atua sobre este mundo, ou seja, o homem é ativo na sua construção.
AULA 01
POSITIVISMO
Corrente de pensamento filosófico que surgiu na França,
entre os séculos XIX e XX, desenvolvida por Auguste Comte
que defendia que “o conhecimento científico seria a única
forma de conhecimento válido” e só pode ser tida como
verdadeira se for comprovada a partir de técnicas
científicas válidas, pois tem caráter positivo, seguro e
definitivo.
E, a partir desse saber, pode-se explicar coisas práticas
como das leis da física, das relações sociais e da ética.

M.Sc. Jocely Burda


CONCEPÇÃO DO HOMEM
pode ser visto, como um ser:
❖ Homem natural, puro e que foi corrompido pela sociedade
(concepção de homem natural para Rousseau);
❖ Abstrato, com características definidas e que não mudam, a despeito
das condições sociais a que esteja submetido (visão determinista);
❖ Datado, determinado pelas condições históricas e sociais que o
cercam (visão histórico-social);
❖ Que influencia e é influenciado pelo seu meio (visão analítico-
comportamental).

Conforme a definição de homem adotada, teremos uma concepção de


objeto da psicologia que combine com ela.
M.Sc. Jocely Burda
INTRODUÇÃO AO MÉTODO CIENTÍFICO
Existem dois caminhos para a construção de conhecimento:
o senso comum e o método científico.
▪ O senso comum é baseado em crenças culturais e
experiências pessoais, transmitido de geração para geração.
▪ O método científico é um conjunto de regras para a
construção do conhecimento científico, envolvendo
observação e reflexão.
Ambos os caminhos estão interconectados na nossa vida
cotidiana, às vezes usando termos científicos para descrever
eventos comuns.

M.Sc. Jocely Burda


A PSICOLOGIA CIENTÍFICA
▪ A Psicologia começou como um ramo da
Filosofia e se tornou uma ciência em 1879
com Wilhelm Wundt em Leipzig, Alemanha.
▪ Wundt fundou o primeiro laboratório de
psicofisiologia e introduziu a "introspecção"
como método para estudar experiências
conscientes.
▪ A introspecção envolvia uma análise
quantitativa das experiências mentais,
rompendo com abordagens místicas.

M.Sc. Jocely Burda


Introdução Ao Método Científico
Mas qual é o objeto de pesquisa da Psicologia?
Se essa pergunta fosse feita a Freud (1856-1939) e Skinner (1904-1990), teríamos respostas diferentes:

Freud provavelmente Já Skinner diria que o


responderia que ela é objeto de estudo da
o inconsciente. Psicologia é o
comportamento.
M.Sc. Jocely Burda
A Psicologia Científica
Objeto
▪ O objeto de pesquisa da Psicologia é complexo e
diversificado devido à natureza humana.
▪ A Psicologia é uma ciência relativamente nova e não
possui um único paradigma universal.
▪ O objeto de estudo pode ser visto como a
subjetividade, representando experiências
individuais, ou o comportamento humano,
refletindo a diversidade da área.
M.Sc. Jocely Burda
O pesquisador em psicologia
Definições e escopo de trabalho

▪ O pesquisador em Psicologia busca entender o


comportamento humano por meio de pesquisa
sistemática.
▪ Deve ser curioso e imaginativo, mas separar
suas crenças pessoais da pesquisa científica.
▪ A relação entre ciência e religião na Psicologia
varia, às vezes conflitante, às vezes harmoniosa,
ao longo da história.
M.Sc. Jocely Burda
O pesquisador em psicologia
Método científico
▪ O método científico em Psicologia exige que o
pesquisador seja cético e evite considerar
convicções não testáveis.
▪ Começa com uma pergunta sobre comportamento
humano ou processos mentais.
▪ As pesquisas psicológicas buscam desenvolver
teorias e responder a perguntas sobre sentimentos
e comportamento.
M.Sc. Jocely Burda
O pesquisador em psicologia
Método científico
Essas perguntas podem versar sobre:

Subjetividade

Comportamento

Processos mentais

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O pesquisador em psicologia

Pensar como pesquisador também auxiliará a ser um:

Consumidor de pesquisas de qualidade.

Leitor mais atento.

Psicólogo clínico mais sensível.

Psicólogo que toma decisões baseadas em achados científicos

M.Sc. Jocely Burda


Metodologia De Pesquisa Em Psicologia
▪ A pesquisa em Psicologia requer uma abordagem variada de métodos
devido à diversidade de objetos de estudo.

▪ A abordagem multimétodo, que combina várias metodologias, é recomendada.

Os passos incluem:

Entender o objeto Formular uma Criar uma hipótese com


de estudo através pergunta de base em estudos
da literatura pesquisa anteriores e escolher a
metodologia apropriada.
M.Sc. Jocely Burda
Metodologia De Pesquisa Em Psicologia

▪ O desenho de pesquisa depende


da pergunta: descrição, previsão
ou causalidade.
▪ Descrições e previsões usam
desenhos observacionais e
correlacionais.
▪ Para questões causais, um
estudo experimental é
adequado.

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Metodologia De Pesquisa Em Psicologia
Essa pesquisa tem três características principais:

M.Sc. Jocely Burda


Metodologia De Pesquisa Em Psicologia

Pesquisadores experimentais
Métodos experimentais
manipulam variáveis para
têm limitações ao estudar
observar efeito na variável
conceitos abstratos e
dependente, permitindo
situações do mundo real.
inferências causais.

A escolha do método
O estudo de caso único é uma
depende do tema da
alternativa que descreve
pesquisa, e a ética e bem-
fenômenos complexos, sem
estar dos participantes são
controle experimental.
fundamentais.
M.Sc. Jocely Burda
O método científico é um conjunto de etapas ou passos que um cientista segue,
em uma sequência lógica e organizada, para estudar os fenômenos.
As principais etapas do método científico:

De algum sistema ou alguma situação que ocorre na natureza, buscar formas


de entender o que leva aquilo a acontecer.
Busca responder às questões levantadas, tenta dar uma possível
resposta que explique o fenômeno observado.
Para verificar se a hipótese levantada é realmente verdadeira,
realiza vários experimentos controlados, cujos dados são medidos
cuidadosamente e anotados.

Após análise e conclusão dos resultados


obtidos se formula uma lei.

É a explicação para a lei.

M.Sc. Jocely Burda


A psicologia é definida como a
ciência que estuda o
comportamento e os processos
mentais
(maneira como a mente humana funciona)

* Processos mentais são aqueles comportamentos que ocorrem de maneira


privada que são os pensamentos, desejos, sonhos, fantasias e sentimentos.

M.Sc. Jocely Burda


PROCESSOS PSICOLÓGICOS BÁSICOS
• PERCEPÇÃO: organização e interpretação dos estímulos.
• APRENDIZAGEM: assimilação de novos conhecimentos.
• MEMÓRIA: armazenamento de informações e fatos obtidos através de experiências
ouvidas ou vividas.
• PERSONALIDADE: conjunto de características que determinam os padrões pessoais
e sociais de uma pessoa.
• LINGUAGEM: expressão do pensamento.
• PENSAMENTO: capacidade de compreender, formular conceitos e organizá-lo.
• ATENÇÃO: seletividade do processamento de informações.
• EMOÇÃO: estado mental e fisiológico ligado a uma variedade de sentimentos,
pensamentos e maneiras de agir.
• MOTIVAÇÃO: motivo das ações.
M.Sc. Jocely Burda
Processos psicológicos básicos
Processos psicológicos básicos são funções mentais resultantes da
interação entre processos inatos e experiência do indivíduo, incluem:

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Processos psicológicos básicos
Aprendizagem
▪ A aprendizagem é estudada em várias correntes
teóricas, incluindo o construtivismo de Piaget e Bruner.

▪ A neuropsicopedagogia explora a relação entre o


cérebro e o comportamento na aprendizagem.

▪ A psicologia da educação utiliza testes psicométricos,


como o WISC-IV, para avaliar a capacidade intelectual
de crianças e adolescentes.

M.Sc. Jocely Burda


Processos psicológicos básicos
Sensação e percepção
▪ Sensação é a resposta fisiológica do organismo a
estímulos externos, enquanto percepção envolve o
julgamento e interpretação das informações
sensoriais.
▪ A psicofísica estuda as relações entre estímulos e
sensações, com base na Lei de Fechner.
▪ A percepção pode ser influenciada por fatores
culturais e sociais, como a pressão estética sobre a
imagem corporal.
M.Sc. Jocely Burda
Processos psicológicos básicos

Personalidade
A personalidade na psicologia científica se refere a padrões de
comportamento, sentimentos e pensamentos.

Abordagens de pesquisa incluem a nomotética (buscando traços comuns


em grandes amostras) e a ideográfica (focando na individualidade).

Confiança refere-se à estabilidade e replicabilidade das observações,


enquanto validade trata da precisão em medir o que se pretende.

Métodos incluem testes de autoavaliação, entrevistas


e observações.

M.Sc. Jocely Burda


TIPOS DE CONHECIMENTO

OS TIPOS DE
CONHECIMENTO:
Ligado
• EMPÍRICO, ao ser
humano
• RELIGIOSO, e sua
realidade
• FILOSÓFICO
• CIENTÍFICO

M.Sc. Jocely Burda


EMPÍRICO = Senso comum
• Conhecimento popular e superficial
• Visão reducionista
• Obtido ao acaso
• Ações não planejadas CONHE
Crenças Verdade
• Adquirido ao meio de erros e acertos CI
MENTO

• Não tem método


• Baseado em valores do próprio sujeito
• É reflexivo pois dependo do ponto de visto do sujeito
• Baseado em hábitos, preconceitos e tradições, sendo essencial para a
convivência em sociedade.
M.Sc. Jocely Burda
RELIGIOSO = Teológico
• Baseado na fé religiosa e na crença em entidades divinas.
• Entendido como verdade absoluta
• Revelado pelo sobrenatural
• Baseado em dogmas
• As evidências são baseadas pela crença
• Infalíveis e indiscutíveis
• Chegaram pela aceitação da revelação divina
* Grécia antiga – mitos e deuses

M.Sc. Jocely Burda


FILOSÓFICO
• Surge a partir do abandono da mitologia.
• Baseado nas reflexões que o ser humano faz sobre questões
subjetivas e imateriais.
• Procura dar sentido aos fenômenos gerais da existência
humana.
• Parte de uma hipótese que não podem ser observadas.
• Método é a razão.
• É fruto do raciocínio e da reflexão humana.
• É especulativa, baseada na argumentação.
* os gregos foram os primeiros a criar condições para uma
sistematização do conhecimento. Sócrates.
M.Sc. Jocely Burda
Tipos de conhecimento
Conhecimento filosófico

▪ Busca dar sentido aos fenômenos gerais da existência humana.


▪ Lida com ideias, relações conceituais e lógicas não materiais.
▪ Utiliza a razão e o processo dedutivo como método.
▪ Não exige confirmação experimental, apenas lógica.
▪ Busca respostas para grandes indagações
da humanidade.
CIENTÍFICO
▪ Compreende a realidade com base em elementos lógicos.
▪ Baseado em fatos, estabelecendo leis e padrões que são comprovados por
meio da ciência
▪ Lida com questões específicas sobre a realidade.
▪ Contingente = pode ser ou não ser
▪ Utiliza métodos experimentais e sistemáticos.
▪ Tem a possibilidade de comprovação
▪ Expresso por meio de linguagem rigorosa.
▪ Processo cumulativo de conhecimento.
▪ Requer verificação e validação.

M.Sc. Jocely Burda


CONHECIMENTO CIENTÍFICO
Resulta de um trabalho racional, baseado em
pesquisa, investigação metódica, controlada,
programada e sistemática.

Objeto específico:
• Linguagem rigorosa
• Objetividade
• Métodos e técnicas especificas
• Processo cumulativo de conhecimento

M.Sc. Jocely Burda


TEMA 2
A PESQUISA EM PSICOLOGIA
E SEUS TEMAS RELEVANTES
A HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
OS PRIMÓRDIOS

• Começou como resultado da curiosidade


dos cosmólogos para entender sobre as
experiências místicas e atividades de
pessoas e eventos.
• Incluíram as suas experiências na vida,
sonhos, vida materialista, os impulsos que
têm e peculiaridades no comportamento
das pessoas em diferentes situações.

M.Sc. Jocely Burda


A HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
• Povo grego, mais evoluído da época.
• Construção das primeiras cidades-estados (pólis).
Partenon de Atenas
• Conquistaram novos territórios.
• Geraram riquezas na forma de escravos, que gerou crescimento.
• Criaram soluções práticas para a arquitetura, para a agricultura
e para a organização social.
• Proporcionaram um avanço na física, na geometria, na teoria
OS política.
PRIMÓRDIOS • Surge o pensamento no espírito, como a Filosofia e a arte.
• Dedicaram-se a compreender o espírito empreendedor do
conquistador grego (a Filosofia) começou a especular em torno
do homem e da sua interioridade.
M.Sc. Jocely Burda
A HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
Os gregos foram os primeiro a definir o termo psicologia.

“Entre os filósofos gregos que surge a primeira tentativa de


sistematizar uma Psicologia. O termo ‘Psicologia’, do grego, é
formado por psyche, que significa "alma" e de logos, que
significa "razão". Portanto, etimologicamente,
Psicologia significa ‘estudo da alma’. A alma ou espírito
era concebida como a parte imaterial do ser humano e
abrangeria o pensamento, os sentimentos de amor e ódio, a
irracionalidade, o desejo, a sensação e a percepção.”
(BOCK, 2015, p. 28)

M.Sc. Jocely Burda


A HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
Os filósofos pré-socráticos preocupavam-se em
definir a relação do homem com o mundo através
da percepção.
Discutiam se o mundo existe porque o
homem o vê ou se o homem vê um mundo
que já existe.
Havia uma oposição entre os idealistas (a ideia
forma o mundo) e os materialistas (a matéria que
forma o mundo já é dada para a percepção).

M.Sc. Jocely Burda


FILOSOFIA CLÁSSICA - gregos Buscaram
compreender a
interioridade do
SÓCRATES (456 a.C. – 399 a.C.): homem.
▪ Diferença entre fatores sensitivos e intelectuais.
▪ O que separa os homens dos animais? Razão
▪ Início da teorização da consciência.
▪ Autor das frases “Conheça a ti mermo” e “ Sei que nada sei”.
PLATÃO (428 a.C. – 347 a.C.):
▪ Corpo e a mente como dois princípios independentes e antagônicos.
▪ Imortalidade da alma.
▪ O nosso mundo é o das sensações e aparências (imperfeitas, mutáveis)
▪ Dualismo - admite a coexistência de dois princípios necessários, mental e corporal.
▪ Definiu um lugar para a “Razão” no corpo humano, representando fisicamente a
psique, e a medula como função a ligação entre mente e corpo. Cabeça, onde se
encontrava a alma.
M.Sc. Jocely Burda
FILOSOFIA CLÁSSICA - gregos

ARISTÓTELES (384 a.C. – 322 a.C.)


▪ Psyché seria o princípio ativo da vida.
▪ Preocupou-se com o empírico.
▪ Corpo e alma são integrados..
▪ Mortalidade da alma.
▪ Mortalidade da alma e a sua relação de pertencimento ao corpo.
▪ Nascemos sem conhecimento, e o adquirimos com a experiencia.
▪ Tudo aquilo que cresce, se reproduz e se alimenta possui a sua psyché ou alma,
vegetais, os animais e o homem teriam alma. Estudou as diferenças entre a razão,
a percepção e as sensações. Esse estudo está sistematizado no Da anima, que
pode ser considerado o primeiro tratado em Psicologia.

M.Sc. Jocely Burda


FILOSOFIA CLÁSSICA
2.300 anos antes do advento da Psicologia científica, os gregos já haviam
formulado duas “teorias”:
* PLATÔNICA, que postulava a imortalidade da alma e a concebia
separada do corpo. acreditava que o conhecimento que vem dos sentidos
é imperfeito.

* ARISTOTÉLICA, que afirmava a mortalidade da alma e a sua relação de


pertencimento. Não acreditava na existência de ideias inatas nem no
mundo das ideias

M.Sc. Jocely Burda


PSICOLOGIA NA IDADE MÉDIA

✓ O Império Romano surge às vésperas da era cristã, que dominou a Grécia,


parte da Europa e do Oriente Médio.
✓ Aparecimento e desenvolvimento do cristianismo.
✓ Invasões bárbaras, que levam à desorganização econômica e ao esfacelamento
dos territórios, o cristianismo se fortalece.
✓ Psicologia nesse período é relacionada com conhecimento religioso, ao lado
do poder econômico e político.

M.Sc. Jocely Burda


PSICOLOGIA NA IDADE MÉDIA 400 d.C.

SANTO AGOSTINHO (354 – 430):


• Alma era a fonte transcendente e imortal, por
ser o elemento que liga o homem a Deus.
• Sede do pensamento.
• Enfatizou a fé e a limitação do conhecimento
humano.
• Cisão entre alma e corpo.

Deus é tudo e tudo é Deus.


Corpo era considerado sagrado pela Igreja, por ser a sede da alma.
M.Sc. Jocely Burda
PSICOLOGIA NA IDADE MÉDIA

SÃO TOMÁS DE AQUINO (1225-1274):


• Período que aparece o protestantismo, capitalismo, revolução
francesa e a revolução industrial na Inglaterra.
• A crise econômica e social leva ao questionamento da Igreja e dos
conhecimentos produzidos por ela, então foi preciso encontrar
novas justificativas para a relação entre Deus e o homem.
• Considerou que o homem, na sua essência, busca a perfeição
através de sua existência, busca por Deus.
• Promoveu a harmonia entre fé e razão na Idade Média.

Encontra argumentos racionais para justificar os dogmas da Igreja e


continua garantindo para ela o monopólio do estudo do psiquismo.
M.Sc. Jocely Burda
PSICOLOGIA NO RENASCIMENTO
▪ René Descartes (1596-1650): postula
a separação entre mente (alma,
espírito) e corpo (máquina). Penso,
logo existo.
▪ Estudo do corpo morto.
▪ Avanço da Anatomia e da Fisiologia
▪ A Psicologia começa a trilhar os
caminhos da Fisiologia, Neuroanatomia e
Neurofisiologia.
Bock, 1999.

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A ORIGEM DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA
(século 19)

• O crescimento da nova ordem econômica — o capitalismo – e social.


• A razão estava submetida à fé como garantia de centralização do poder.
• O homem deixou de ser o centro do universo (antropocentrismo), passando a ser
concebido como um ser livre, capaz de construir seu futuro.
• O servo, liberto de seu vínculo com a terra, pôde escolher seu trabalho e seu lugar
social.
• O conhecimento tornou-se independente da fé, dogmas da Igreja foram questionados.
• A busca de um método rigoroso, que possibilitasse a observação para a descoberta de
leis, apontava a necessidade de os homens construírem novas formas de produzir
conhecimento — que não era mais estabelecido pelos dogmas religiosos e/ou pela
autoridade eclesial. Sentiu-se necessidade da ciência. (BOCK, 2018)

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A ORIGEM DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA
(século 19)
✓ O conhecimento como fruto da razão; a possibilidade de desvendar a Natureza e suas leis
pela observação rigorosa e objetiva.
✓ Augusto Comte – Positivismo.
✓ A ciência avança e se torna um referencial para a visão de mundo.
✓ A Filosofia adapta-se aos novos tempos, com o surgimento do que postulava a
necessidade de método da ciência natural (Física).
✓ É em meados do século 19 que os problemas e temas da Psicologia, até então estudados
exclusivamente pelos filósofos, passam a ser, também, investigados pela Fisiologia e pela
Neurofisiologia em particular.
✓ Os avanços levaram à formulação de teorias sobre o sistema nervoso central,
demonstrando que o pensamento, as percepções e os sentimentos humanos eram
produtos desse sistema.

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POSITIVISMO
Corrente de pensamento filosófico que surgiu na França,
entre os séculos XIX e XX, desenvolvida por Auguste
Comte que defendia que “o conhecimento científico seria
a única forma de conhecimento válido” e só pode ser tida
como verdadeira se for comprovada a partir de técnicas
científicas válidas, pois tem caráter positivo, seguro e
definitivo.
E, a partir desse saber, pode-se explicar coisas práticas
como das leis da física, das relações sociais e da ética.
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PERSPECTIVAS FILOSÓFICAS DA PSICOLOGIA
PSICOLOGIA CIENTÍFICA
Nasce em 1879 na Alemanha
➢ Wilhelm Wundt, Weber e Gustav Fechner (alemães)

➢ Edward Titchner (inglês)

➢ Wiliam James (americano)

➢ Universidade de Leipzig, Alemanha, século 19 ciências se libertam da


Filosofia, mas nos Estados Unidos é que toma forma.

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Seu status de ciência é obtido por novos
estudiosos e pesquisadores de produção de
conhecimento, que passam a:

• Definir seu objeto de estudo (o comportamento, a


vida psíquica, a consciência);
• Delimitar seu campo de estudo, diferenciando-o de
outras áreas de conhecimento, como a Filosofia e a
Fisiologia;
Wilhelm Wundt • Formular métodos de estudo desse objeto;
• Formular teorias enquanto um corpo consistente
de conhecimentos na área.

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PERSPECTIVAS FISIOLÓGICAS DA PSICOLOGIA

Gustavo Fechner - pioneiro na aplicação do método científico para


estudo dos processos metais. Trouxe elementos da Matemática e
Física para a Psicologia.

Wilhelm Wundt – criou o 1º laboratório de psicologia.


Considerado o fundador da Psicologia como disciplina
acadêmica formal, enfatizando a observação da experiência
consciente através da introspecção.

Hermann Helmholtz - Com vasta pesquisa em Física


e Fisiologia, contribuiu decisivamente para a
fundação da Psicologia.

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A Psicologia surgiu como ciência em 1879 quando Wilhelm
Wundt funda o primeiro laboratório de pesquisa em Psicologia
na Universidade de Leipzig, na Alemanha.
** Reconhecida como profissão, no Brasil, desde 1962.
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PSICOLOGIA CIENTIFICA
ESTRUTURALISMO
Edward Titchener (britânico - 1867/1927), levou
para os USA a preocupação com os “aspectos
estruturais da consciência”, (sensação, sentimentos
e imagens) seus estados elementares como
estruturas do Sistema Nervoso Central).
Experimento em laboratório. Análise dos elementos
da consciência, uso da introspecção.
MÉTODO: analítico; introspectivo (denominado por Wundt de
percepção interior) experimentação.
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FUNCIONALISMO
William James (americano - 1842/1910) estudo da função
da consciência e adaptação ao ambiente – como funciona a
mente e como o homem a utiliza para adaptar-se ao meio.
Definiu a psicologia como uma ciência biológica
interessada em estudar os processos psíquicos.

MÉTODOS: comparativo; introspecção e experimentação.

Procura responder: “o que fazem os homens?” e “por que o fazem?”


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ASSOCIACIONISMO
Edward Thorndike (1874/1949), foco no
comportamento observável e teoria da
aprendizagem.
O homem aprende por um processo de
associação de ideias – Lei do Efeito (da
+ simples para a + complexa).

Objeto de estudo: comportamento.


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OBJETOS DE ESTUDO DA PSICOLOGIA
Behaviorismo metodológico

Behaviorismo metodológico Cão de Pavlov


Watson enfatizou o estudo do comportamento observável, rejeitando a introspecção.

Teoria S-R
Baseado no condicionamento clássico de Pavlov, Watson aplicou esse conceito ao
comportamento humano.

Experimento com Albert B


Watson condicionou um bebê a ter medo de um rato branco para demonstrar princípios de
condicionamento.

Influência Educacional
As ideias de Watson tiveram impacto nas práticas educacionais e enfatizaram o papel do
ambiente na formação do comportamento.
OBJETOS DE ESTUDO DA PSICOLOGIA
Behaviorismo radical
▪ Behaviorismo Radical de Skinner: Focou no
comportamento observável e eventos "encobertos"
como pensamentos e emoções.
▪ Condicionamento Operante: As consequências do
comportamento afetam a probabilidade de sua
repetição. O organismo age voluntariamente ao
ambiente (condicionamento operante).
▪ Aplicação Prática: Suas descobertas tiveram aplicações
em modificar comportamentos na vida cotidiana.
OBJETOS DE ESTUDO DA PSICOLOGIA
GESTALT
▪ Nasceu na Alemanha, com Max Wertheimer, 1912, enfocando a percepção e a totalidade.
▪ Em 1951 Fritz Perls cria a Gestalt Terapia.
▪ Concebe o homem de forma integrada.
▪ Objetivo é estudar como se percebe.
▪ Comportamento é estudado considerando as condições que alteram a percepção do estímulo.
▪ Boa forma.
▪ Lei da Totalidade: Compreender o homem requer considerar todos os elementos envolvidos.
▪ Princípios da Gestalt: Incluem proximidade, semelhança, boa forma, simplicidade,
fechamento e figura-fundo.
▪ Lema: o todo é maior que a soma de suas partes.
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PSICANÁLISE
• Surge com médico Freud, 1882, estudando processo mentais
inconscientes.
• Estudo das histórias clínicas do doentes mentais.
• Estudo do comportamento normal X anormal.
• Método: Terapia interpretativa que explora o inconsciente e o
significado oculto.

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PSICANÁLISE Organização do psiquismo

▪ Primeira Tópica (1900):


Consciente, Pré-consciente e
Inconsciente.
▪ Segunda Tópica (1920): Id, Ego e
Superego.
▪ Mecanismos de Defesa do Ego:
Usados para evitar o desprazer.
PSICANÁLISE
Contribuição para:
• Alfred Adler (1870-1937) - poder
• Carl Gustav Jung (1875-1961) – inconsciente coletivo
• Melanie Klein (1882-1960) – crianças
• Anna Freud (1895-1982) – crianças
• Donald Woods Winnicott (1896-1971) – crianças
• Wilhelm Reich (1897-1957) – couraças
• Jacques Lacan (1901-1981) - importância da linguagem e da cultura
na formação do sujeito.

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HUMANISMO
▪ Surge com Malow, Rogers, Rollo
May, Gordon Allport. Década
50.
▪ O comportamento humano é
controlado pela vontade e não
pelo ambiente.
▪ Interesse no potencial e
autorrealização.

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PERSPECTIVAS DA PSICOLOGIA
• Psicodinâmica: teoria psicanalítica – inconsciente.
• Comportamental: Behaviorismo – comportamentos observáveis. Como o
comportamento é adquirido ou modificados.
• Humanista: foco na motivação para o crescimento. Relações interpessoais
para a realização.
• Cognitiva: como os processos mentais influenciam os comportamentos.
Processamento mental, recordam, desenvolvem a linguagem e resolvem
problemas e raciocinam.
• Intercultura: como a cultura interfere no comportamento. Diversidade do
comportamento humanos.
• Evolucionista: explica dos princípios da evolução. processos e fenômenos
psicológicos. Seleção natural. Os que estão mais adaptados estão a frente.
• Psicologia Positiva: foco no estudo das emoções e dos estados psicológicos
positivos.
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TEMA 3
Ética na Pesquisa
Científica

3. ÉTICA NA PESQUISA CIENTÍFICA (ATIVIDADE PRÁTICA SUPER


VISIONADA)
3.1 DEFINIÇÃO DOS PRINCÍPIOS E DA PRÁTICA DA ÉTICA DA PES
QUISA
3.2 DISTINÇÃO DAS FUNÇÕES DOS COMITÊS DE ÉTICA EM PESQ
UISA E DAS COMISSÕES DE ÉTICA NO USO ANIMAL
3.3 RELAÇÃO DO COMPROMISSO ÉTICO COM A PESQUISA
PSICOLOGIA DESEMPENHA O PAPEL DE ELO ENTRE

CIENCIAS CIENCIAS SOCIAIS


DA (Sociologia e
SAUDE antropologia)
(Medicina)
PSICO
LOGIA
CIENCIAS CIENCIAS
COGNITIVAS NATURAIS
(neurociências, (Biologia)
filosofia e
inteligência artificial)

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A ciência abstrai a realidade para
compreendê-la melhor, ou seja, a ciência
afasta-se da realidade, transformando-a em
objeto de investigação — o que permite a
construção do conhecimento científico sobre
o real.
Book, 1999, p. 16

M.Sc. Jocely Burda


OBJETIVOS DA CIÊNCIA
(atuar com fenômenos)

❖ DESCREVER: a realidade
❖ EXPLICAR: usa conceitos para simplificar a descrição
❖ PREDIZER: revela se “tais coisas acontecem”
❖ CONTROLAR: manipular variáveis

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PSICOLOGIA CIENTÍFICA
• É uma ciência nova.
• Ainda não consegue explicar muitos fatos sobre o
homem.
• A realidade está em permanente movimento.
• Surgem novas perguntas a cada dia.
• O homem está em movimento e em transformação.

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Introdução à Psicologia
PSICOLOGIA CIENTÍFICA

A ciência compõem-se de um conjunto de


conhecimentos sobre fatos ou aspectos da
realidade, expressos por meio de uma linguagem
precisa e rigorosa.
Esses conhecimentos são obtidos de maneira
programada, sistemática e controlada, para que
permita a verificação de sua validade e buscando a
objetividade do conhecimento produzido.
AULA 01
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CARACTERÍSTICAS QUE DESCREVEM A PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA

❑ OBJETO ESTUDO = homem (sentido amplo) e seus processos mentais.


❑ LINGUAGEM PRECISA E RIGOROSA = não utiliza termos do senso comum
sem preocupação conceitual.
❑ MÉTODOS E TÉCNICAS ESPECÍFICAS = entrevistas estruturais, testes,
técnicas de terapia, dentre outras, obtidas de maneiras programadas,
sistemáticas e controladas.
❑ PROCESSO CUMULATIVO DO CONHECIMENTO = Um novo conhecimento
é produzido sempre a partir de algo anteriormente desenvolvido.
❑ OBJETIVIDADE = possibilidade de verificação com o máximo de isenção
de emoção possível.

M.Sc. Jocely Burda


Parte do princípio de que o comportamento se origina
de uma série de fatores distintos:
• Variáveis orgânicas (disposição genética,
metabolismo, etc.),
• Disposicionais (temperamento, inteligência,
motivação, etc.)
• Situacionais (influências do meio ambiente, da
cultura, dos grupos de que a pessoa faz parte, etc.).

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A PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA
Psicologia é considerada como ciência porque:
• Exclui senso comum/achismo.
• Fato é baseada em evidencia cientifica.
• Objeto de estudo bem definido – o homem e seus processo
mentais
• Tem método e técnica de coletas de dados

Não existe uma psicologia,


mas Ciências Psicológicas embrionárias e em
desenvolvimento.
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CONSULTAR

CÓDIGO DE ÉTICA DO PSICÓLOGO


https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/codigo-de-etica-psicologia.pdf

CADERNO DE ORIENTAÇÕES - CRP/PR


https://crppr.org.br/wp-content/uploads/2020/03/CRP_623_cadernodeorientacoes_v8_digital.pdf

RESOLUÇÕES CRP/PR
https://transparencia.cfp.org.br/crp08/legislacao/categoria/resolucoes-do-crp/

RESOLUÇÕES CFP
https://transparencia.cfp.org.br/crp08/legislacao/categoria/resolucoes-do-cfp/

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O trabalho do psicólogo deverá ser baseado no
respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da
igualdade e da integridade do ser humano, apoiado
nos valores que embasam a Declaração Universal
dos Direitos Humanos (liberdade, dignidade e
integridade).

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CÓDIGO DE ÉTICA
RESOLUÇÃO CFP Nº 010/2005
Ementa: Aprova o Código de Ética Profissional do Psicólogo.
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, no uso de suas atribuições legais e
regimentais, que lhe são conferidas pela Lei no 5.766, de 20 de dezembro de 1971;
CONSIDERANDO o disposto no Art. 6º, letra “e”, da Lei no 5.766 de 20/12/1971, e o
Art. 6º, inciso VII, do Decreto no 79.822 de 17/6/1977;
CONSIDERANDO o disposto na Constituição Federal de 1988, conhecida como
Constituição cidadã, que consolida o Estado Democrático de Direito e legislações dela
decorrentes;
CONSIDERANDO decisão deste Plenário em reunião realizada no dia 21 de julho de
2005;
RESOLVE:
Art. 1º – Aprovar o Código de Ética Profissional do Psicólogo.
Art. 2º – A presente Resolução entrará em vigor no dia 27 de agosto de 2005.
Art. 3º – Revogam-se as disposições em contrário, em especial a Resolução CFP n º
002/87. https://transparencia.cfp.org.br/crp08/legislacao/codigo-de-etica/
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CÓDIGO DE ÉTICA
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS RESOLUÇÃO CFP Nº 010/2005
I. O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da
igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração
Universal dos Direitos Humanos.
II. O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das
coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão.
III. O psicólogo atuará com responsabilidade social, analisando crítica e historicamente a realidade
política, econômica, social e cultural.
IV. O psicólogo atuará com responsabilidade, por meio do contínuo aprimoramento profissional,
contribuindo para o desenvolvimento da Psicologia como campo científico de conhecimento e de
prática.
V. O psicólogo contribuirá para promover a universalização do acesso da população às informações,
ao conhecimento da ciência psicológica, aos serviços e aos padrões éticos da profissão.
VI. O psicólogo zelará para que o exercício profissional seja efetuado com dignidade, rejeitando
situações em que a Psicologia esteja sendo aviltada.
VII. O psicólogo considerará as relações de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas
relações sobre as suas atividades profissionais, posicionando-se de forma crítica e em consonância
com os demais princípios deste Código.
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DAS RESPONSABILIDADES DO PSICÓLOGO
Art. 1º – São deveres fundamentais dos psicólogos.
Art. 2º – Ao psicólogo é vedado.
Art. 3º – CRP.
Art. 4º – Ao fixar a remuneração pelo seu trabalho.
CÓDIGO DE Art. 5º – Participação em greves ou paralisações.
Art. 6º – Relacionamento com profissionais não psicólogos.
ÉTICA Art. 7º – Intervenção na prestação de serviços que estejam sendo efetuados por outro profissional.
RESOLUÇÃO CFP Art. 8º – Autorização para atendimento não eventual de criança/adolescente/interdito.
Nº 010/2005 Art. 9º – Sigilo profissional a fim de proteger.
Art. 10 – Conflito entre das exigências no Art. 9º - casos previstos em lei, decisão pela quebra de
sigilo, baseando sua decisão na busca do menor prejuízo.
Art. 11 – Requisitado a depor em juízo, poderá prestar informações.
Art. 12 – Atividades em equipe multiprofissional.
Art. 13 – No atendimento à criança/adolescente/interdito.
Art. 14 – Registro e observação da prática psicológica.
Art. 15 – Interrupção do trabalho do psicólogo - zelo pelo destino dos seus arquivos confidenciais.
Art. 16 – Estudos, pesquisas e atividades para a produção de conhec. e desenv. de tecnologias.
Art. 17 – Informar, orientar e exigir dos estudantes a observância dos princípios/normas no Código.
Art. 18 – Instrumentos e técnicas psicológicas - testes.
Art. 19 – Participação em veículos de comunicação - base científica e do papel social da profissão.
Art. 20 – Promoção publica dos serviços.
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CÓDIGO DE ÉTICA
RESOLUÇÃO CFP Nº 010/2005
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 21 – As transgressões dos preceitos deste Código constituem infração disciplinar com a
aplicação das seguintes penalidades, na forma dos dispositivos legais ou regimentais:
a. Advertência;
b. Multa;
c. Censura pública;
d. Suspensão do exercício profissional, por até 30 (trinta) dias, ad referendum do Conselho
Federal de Psicologia;
e. Cassação do exercício profissional, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia.
Art. 22 – As dúvidas na observância deste Código e os casos omissos serão resolvidos pelos
Conselhos Regionais de Psicologia, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia.
Art. 23 – Competirá ao Conselho Federal de Psicologia firmar jurisprudência quanto aos casos
omissos e fazê-la incorporar a este Código.
Art. 24 – O presente Código poderá ser alterado pelo Conselho Federal de Psicologia, por
iniciativa própria ou da categoria, ouvidos os Conselhos Regionais de Psicologia.
Art. 25 – Este Código entra em vigor em 27 de agosto de 2005.
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BIOÉTICA “ética da vida”
Ciência com o objetivo de indicar os limites e as finalidades da
intervenção do homem sobre a vida, identifica os valores de referência
racionalmente propostos e denuncia os riscos das possíveis aplicações”
(LEONE; PRIVITERA; CUNHA, 2001).

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
Conjunto de procedimentos que objetiva coletar dados para testar hipóteses clínicas,
produzir diagnósticos, descrever o funcionamento de indivíduos ou grupos e fazer
predições sobre comportamentos ou desempenho em situações específicas” (Hutz,
2009) .
https://site.cfp.org.br/

https://satepsi.cfp.org.br/

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ÉTICA
» Resolução CFP nº 011/1997: dispõe sobre a realização de pesquisas com métodos e técnicas
não reconhecidas pela Psicologia.
» Resolução CFP º 011/2000: disciplina a oferta de produtos e serviços ao público.
» Resolução CFP nº 010/2005: aprova o Código de Ética Profissional do Psicólogo.
» Resolução CFP nº 010/2012: dispõe sobre a realização de pesquisa em Psicologia com seres
humanos.
» Resolução CFP nº 007/2016: instituir e normatizar a Mediação e outros meios de solução
consensual de conflitos nos processos disciplinares éticos no Sistema Conselhos de Psicologia,
regulamentando a criação de Câmara de Mediação no âmbito das Comissões de Ética.
» Resolução CRP-08 nº 004/2015: regulamenta o recebimento de documentos relativos aos
processos disciplinares em trâmite via correio eletrônico.
» Resolução nº 11/2019: institui o Código de Processamento Disciplinar. Revoga a Resolução CFP
nº 006/2007.

ORIENTAÇÃO E FISCALIZAÇÃO
» Resolução CFP n° 010/2017: institui a Política de Orientação e Fiscalização do Sistema Conselhos
de Psicologia.

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A NECESSIDADE DA ÉTICA NA PESQUISA

▪ Ética na pesquisa abrange seres humanos e animais.


▪ Deve haver consentimento informado e voluntário dos
participantes.
▪ Os benefícios devem superar os riscos para os
participantes.
▪ Aprendizado com erros passados moldou a ética em
pesquisa.
Participação de seres humanos em pesquisas científicas e
regulamentação ética
▪ A regulamentação ética da pesquisa começou em
1931 com as 14 diretrizes na Alemanha.
▪ Durante o nazismo, ocorreram abusos graves em
nome da pesquisa.
▪ O Código de Nuremberg, em 1947, estabeleceu
princípios éticos para pesquisas envolvendo seres
Guia mostrando um recipiente
humanos. contendo órgãos humanos
removidos de prisioneiros, para o
▪ No Brasil, as resoluções CNS nº 196/1996 e nº soldado americano Jack Levine
(campo de concentração de Buchenwald,
466/2012 regulamentam pesquisas com seres 27 de maio de 1945).
humanos
Uso humanitário de animais em pesquisas
científicas e atividades de ensino

O Código de Em 1959, os
Em 2008, o Brasil
A regulamentação Nuremberg e a pesquisadores
aprovou a Lei Arouca
ética de pesquisas Declaração de William Russell e Rex
(Lei nº 11.794),
com animais teve Helsinki Burch introduziram os
criando o Concea e as
menos atenção na mencionaram a princípios dos 3 Rs:
Ceua para
história do que a experimentação substituir, reduzir e
regulamentar a
pesquisa com animal, mas não aperfeiçoar a
pesquisa com animais
seres humanos. estabeleceram pesquisa com
no país.
diretrizes específicas. animais.
O aspecto institucional da ética na pesquisa

▪ Comitês de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEP)


são responsáveis por avaliar e acompanhar protocolos de
pesquisa envolvendo seres humanos.

▪ Comissões de Ética no Uso Animal (Ceua) avaliam


protocolos de pesquisa e atividades de ensino que
envolvem o uso de animais.

▪ Ambos os grupos estão ligados a instâncias superiores que


gerenciam seu credenciamento, renovação e fiscalização
no Brasil.
Comitê de ética em pesquisa com seres humanos (CEP)

Não é Avalia pesquisas


É subordinado à
O CEP avalia obrigatório para com participação
Conep, vinculada
pesquisas com todas as direta ou indireta
ao Ministério da
seres humanos. instituições de de pessoas.
Saúde.
pesquisa.
Comitê de ética em pesquisa com seres humanos (CEP)
Resoluções aplicadas à tramitação de protocolos de pesquisa
envolvendo humanos

Resolução CNS nº 466/2012: Diretrizes para pesquisas com seres


humanos.
Resolução CNS nº 510/2016: Regras para pesquisas em Ciências Humanas
e Sociais.

Outras resoluções podem ser aplicadas dependendo da natureza da pesquisa,


como a Resolução CNS nº 563/2017 para doenças ultrarraras e a Resolução
CNS nº 251/1997 para novos fármacos e medicamentos.
COMISSÃO DE ÉTICA NO USO ANIMAL (CEUA)

01 02 03 04
As pesquisas com Cada instituição de O Concea é o órgão O uso de animais
uso de animais no ensino ou pesquisa responsável por em pesquisa deve
Brasil são avaliadas deve ter sua fiscalizar as Ceua e seguir princípios
pelas Comissões de própria Ceua. credenciar éticos e ser
Ética no Uso de instituições para avaliado
Animais (Ceua). criar e usar animais criticamente
em pesquisa. quanto à
necessidade e
relevância.
O COMPROMISSO ÉTICO
Regulações asseguram que as pesquisas respeitem os direitos e a vida dos participantes.

O O Sistema
Pesquisadores compromisso CEP/Conep e
devem ser ético é as Ceua
éticos ao fundamental garantem a
conduzir em todas as proteção dos
pesquisas com etapas da participantes
seres humanos pesquisa. humanos e
e animais. animais.
O que pode acontecer com os participantes após uma
pesquisa científica com seres humanos?

Após uma pesquisa com seres humanos:

• Os resultados são divulgados em diversas formas.

• É importante garantir a privacidade dos participantes e


proteger seus dados pessoais.

• A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil reforça a


necessidade de proteger a privacidade e obter o
consentimento dos participantes em pesquisas
Benefícios aos participantes: o princípio da justiça
Estudo na área de educação física

▪ Em pesquisa científica, é importante dividir os participantes


em grupos para experimentos.
▪ Todos os grupos devem ter a oportunidade de receber
benefícios iguais, seguindo o princípio da justiça.
▪ Se um grupo obtiver resultados positivos, os outros grupos
também devem receber o mesmo tratamento.
▪ Isso garante que todos os participantes sejam tratados de
maneira ética e justa.
Benefícios aos participantes: o princípio da justiça
Estudo na área de pedagogia

▪ Estudos pedagógicos, como a avaliação de brinquedotecas em


escolas públicas, têm relevância educacional e social.

▪ Essas pesquisas podem beneficiar os participantes, a


comunidade e a sociedade em geral.

▪ É crucial compartilhar os resultados das pesquisas para criar


impacto na sociedade.

▪ Todos os pesquisadores devem tratar os participantes com


ética e proteger seus direitos em todas as etapas da pesquisa.
DESTAQUES - Ética na Pesquisa Cientifica
BIOÉTICA
Aplicação da ética no campo das ciências da vida (H e A)
• 1931 –Alemanha = 14 diretrizes e normas
• 1947 – pós guerra tribunal de Nuremberg – julga 117 pessoas dos crimes nazistas e prevê que
os experimentos em humanos deveriam ter como base estudos prévios já realizados em
animais.
• 1948 – a ONU publica a Declaração Universal do Direitos Humanos.
* Relatório de Belmont – proteção ao participante da pesquisa - autonomia, beneficência e
justiça.
* Princípio da não maleficência (danos)
• Relevância social:
- Ética, envolvimento dos sujeitos.
- Revelada como retorno social – interfere na vida
- Compromisso ético com a sociedade – justifica e dá retorno

M.Sc. Jocely Burda


DESTAQUES - Ética na Pesquisa Cientifica

Brasil
❑Resolução CNS nº 466, de 12 de dezembro de 2012
Incorpora, sob a ótica do indivíduo e das coletividades, referenciais da bioética
(autonomia, não maleficência, beneficência, justiça e equidade, dentre outros)
e visa assegurar os direitos e deveres que dizem respeito aos participantes da
pesquisa, à comunidade científica e ao Estado.

❑Resolução CNS nº 510, de 7 de abril de 2016, apresenta as normas para


pesquisas na área de ciências humanas e sociais adequada para a ética nas
pesquisas biomédicas.

M.Sc. Jocely Burda


DESTAQUES - Ética na Pesquisa Cientifica
No Brasil - animal
Órgãos regulamentadores da ética das pesquisas:

• Lei Arouca ou Lei nº 11.794/2008 criou:


✓ CONCEA (Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal)
✓ CEUA (Comissão de Ética Para Uso de Animais)
➢ Comissões são formadas por representante de sociedades protetoras de animais, biólogos,
médicos veterinários, docentes ou pesquisadores que apresentem habilidades e competências
técnicas para avaliar os protocolos de ensino e pesquisa com uso de animais.
➢ Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, é responsável por fiscalizar as
Ceua do Brasil.

M.Sc. Jocely Burda


DESTAQUES MÓDULO 1
Ética na Pesquisa Cientifica
Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO)
publicou, em 1978, a Declaração Universal dos Direitos dos Animais,
postulando que nenhum animal pode ser submetido nem a maus-tratos nem a
atos cruéis.

ÉTICA DOS PROCEDIMENTOS UTILIZANDO ANIMAIS - 3R’S


▪ Substituir: o uso de animais por métodos alternativos (replacement).
▪ Reduzir: o número de animais, utilizando o mínimo necessário para os
experimentos (reduction).
▪ Aperfeiçoar: as metodologias dos estudos, visando ao mínimo de sofrimento
possível para o animal (refinement).
M.Sc. Jocely Burda
DESTAQUES MÓDULO 2
Comitês e comissões de ética
No Brasil - humanos
Órgãos regulamentadores da ética das pesquisas:

CONEP - Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - faz a gestão dos protocolos de


pesquisa envolvendo a participação direta ou indireta de seres humanos por
intermédio dos CEP. Ligado ao Ministério da Saúde.

CEP - Comitês de Ética em Pesquisa com seres humanos.


Subordinado ao CONEP - Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, que está vinculada ao
Ministério da Saúde por meio do Conselho Nacional de Saúde (CNS). O funcionamento de
todos os CEP é gerenciado pela Conep (Sistema CEP/Conep).

M.Sc. Jocely Burda


HUMANOS
CONEP - Comissão Nacional de Ética em Pesquisa.
EP - Comitês de Ética em Pesquisa.

ANIMAIS
CONCEA - Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal.
CEUA - Comissões de ética no uso animal.

Os CEP e as CEUA possuem suas especificidades em


relação a documentações e forma de tramitação de
protocolos de pesquisa e na dinâmica de atuação.

M.Sc. Jocely Burda


DESTAQUES MÓDULO 3
Responsabilidade ética do pesquisador

O compromisso ético - animal


Algumas perguntas para as quais a CEUA precisa ter respostas
durante a avaliação ética de um protocolo:
• Qual será o destino dos animais após o projeto de pesquisa?
• Eles podem ser doados? Serão doados?
• Haverá eutanásia? Qual será o método para eutanásia?
• Qual a forma de descarte de carcaças?

M.Sc. Jocely Burda


DESTAQUES MÓDULO 3
Responsabilidade ética do pesquisador
O que pode acontecer com os participantes após uma pesquisa científica com
seres humanos?
• Garantir a privacidade dos participantes
• Garantir assistência ao participante
• Garantir o ressarcimento de gastos
• Fornecer resultados de exames
• Permitir que o participante retire seu consentimento da pesquisa
• Comunicar autoridades competentes sobre os resultados da pesquisa
• Assegurar aos voluntários os benefícios obtidos na pesquisa

Privacidade e sigilo dos dados dos participantes de pesquisas científicas


M.Sc. Jocely Burda
Ética da Psicologia Científica
Diretrizes éticas sobre como os participantes humanos devem ser
tratados na pesquisa psicológica
Diener & Crandall, 1978 ; Sales & Folkman, 2000.

1. Consentimento informado
2. Confidencialidade
3. Privacidade
4. Benefícios
5. Decepção

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MÉTODOS DE PESQUISA EM PSICOLOGIA

Todas as ciências exigem provas


empíricas baseadas na realização de
cuidadosas observações e
experimentos, na Psicologia:
1. observação natural
2. os estudos de caso
3. os levantamentos
4. as pesquisas correlacionais
5. pesquisas experimentais.

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OBSERVAÇÃO NATURAL
Envolve o estudo do comportamento humano ou animal em seu próprio contexto - vida real.

Vantagens:
• Comportamento observado em seu meio natural é mais espontâneo e variado do que
aquele observado em laboratório.
• Algumas situações são difíceis de se simular em laboratórios.
• Fornece uma boa alternativa prática para a exploração destes temas.

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OBSERVAÇÃO NATURAL
DESVANTAGENS
1 - o comportamento tem que ser aceito na medida em que acontece, sem a possibilidade de
ser interrompido em um determinado momento.
2 – mensurar o comportamento sistematicamente, apenas descrever os comportamentos não
é ciência.
3 – a observação pode ter a influência do viés do observador, para evitar este efeito,
normalmente se utiliza gravações em vídeo e áudios que podem ser avaliadas por outros
observadores.
4 – a situação natural é um evento único, não sendo passível de observação como nos
laboratórios, assim esta razão opta-se por não fazer afirmações gerais com base unicamente
em estudos naturalistas.

Apesar destas desvantagens, a observação natural oferece novas ideias e sugere novas
teorias, as quais podem ser então sistematicamente estudadas.

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ESTUDO DE CASO
• Descrição detalhada de uma única pessoa através de uma
variedade de métodos de coleta de dados (observação natural,
entrevistas, testes psicológicos, etc) que proporcionam uma
descrição detalhada e profunda do indivíduo.
• O viés do observador apresenta uma grande desvantagem.
• Em função da singularidade do caso não podem ser retiradas
conclusões gerais a partir destes estudos.

FATO.: O psicólogo suíço Jean Piaget desenvolveu uma complexa


teoria do desenvolvimento cognitivo utilizando estudos cuidadosos
de seus filhos.

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LEVANTAMENTOS
✓ Os levantamentos compensam, as deficiências da observação natural e dos
estudos de caso. São utilizadas perguntas predeterminadas por meio de
entrevistas pessoais ou questionários a um grupo de pessoas
cuidadosamente selecionado.
✓ Os levantamentos geram um grande número de informações a um custo
relativamente baixo.
✓ As perguntas devem ser claras e não conter ambiguidades.
✓ Os participantes da pesquisa devem ser selecionados com cuidado e
precisam estar motivados para responder ao levantamento de modo sério e
meticuloso.

OBS.: Observações naturais, estudos de caso e levantamentos fornecem uma


série de dados brutos que descrevem comportamentos, crenças, opiniões e
atitudes. Entretanto não são eficazes para prever, explicar ou determinar as
causas do comportamento.
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PESQUISA CORRELACIONAL

Encontrar uma correlação entre dois ou mais fatores não


significa estabelecer uma relação de causa e efeito.
Apesar desta limitação a pesquisa correlacional
normalmente lança luzes importantes sobre fenômenos
psicológicos, permitindo fazer algum tipo de previsão.
A fim de explicar as causas dos fenômenos psicológicos, a
maioria dos estudos utiliza a pesquisa experimental.

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PESQUISA CORRELACIONAL
Correlação significa que dois fenômenos parecem estar ligados entre
si, quando um deles varia o outro varia também.

Exemplos:
1. Jovens com elevado QI tem melhores notas na escola do que estudantes com QI médio
ou abaixo do normal.
2. Pessoas que estão passando por situações de estresse são mais propensas a
desenvolver doenças físicas do que pessoas que não estejam estressadas.

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PESQUISA EXPERIMENTAL
❖ Lida com as relações de causa-e-efeito entre determinados fatores.
❖ Um fator pode ser estudado enquanto os outros permanecem constantes.
❖ O fator cujos efeitos estão sendo estudados é chamado de variável independente, porque o
pesquisador está livre para manipulá-lo à vontade. O(s) outro(s) fator(es) é chamado variável
dependente.
❖ Normalmente um experimento inclui tanto um grupo experimental de participantes quanto um
grupo controle, para fins de comparação.
❖ Uma pessoa neutra registra os dados e avalia os resultados, para que o viés do pesquisador não
distorça as descobertas.
❖ O controle rigoroso das variáveis oferece aos pesquisadores a oportunidade de tirar conclusões
sobre relações de causa e efeito.
❖ A artificialidade do ambiente de laboratório pode influenciar o comportamento dos participantes
da pesquisa e variáveis inesperadas e incontroláveis podem confundir os resultados.

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PESQUISA EXPERIMENTAL
LIMITAÇÃO:
1. Muitas variáveis psicológicas, como o amor, o ódio ou a tristeza, não se
deixam manipular pela experimentação.
2. Alguns experimentos só podem ser realizados em seres humanos.
3. a emergência da linguagem em crianças ou a expressão das emoções não
podem ser estudados em outras espécies.
4. conduzidos em ambientes artificiais, os participantes poderão se comportar
de modo diferente do que costumam fazer na vida cotidiana.

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INSTRUMENTOS PARA AVALIAR

✓Questionários
✓Entrevistas
✓Testes

M.Sc. Jocely Burda

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