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FUNDAÇÃO JORGE DUPRAT FIGUEIREDO DE SEGURANÇA E

MEDICINA DO TRABALHO – FUNDACENTRO


Programa de Pós-Graduação em Trabalho, Saúde e Ambiente

Juarez Correia Barros Junior

O tripartismo e a regulamentação da segurança e saúde no trabalho no


Brasil: o caso da indústria da construção

São Paulo
2013
Juarez Correia Barros Junior

O tripartismo e a regulamentação da segurança e saúde no trabalho no


Brasil: o caso da indústria da construção

Dissertação apresentada ao Programa de


Pós-Graduação da Fundação Jorge Duprat
Figueiredo de Segurança e Medicina do
Trabalho – Fundacentro, como requisito
parcial para a obtenção do título de Mestre
em Trabalho, Saúde e Ambiente.

Área de concentração: Saúde do


Trabalhador

Orientador: Prof. Dr. Celso Amorim Salim

São Paulo
2013
FICHA CATALOGRÁFICA
FOLHA DE APROVAÇÃO
DEDICATÓRIA

A todos os responsáveis, funcionários e professores da pós-graduação da Fundacentro,


da qual tive imenso orgulho em participar como aluno da primeira turma, desejando
sucesso continuado a esta feliz iniciativa.
AGRADECIMENTOS

A Celso Amorim Salim, pela amizade, apoio, disponibilidade e espírito crítico, cuja
orientação foi fundamental para a realização do presente estudo.

A Gilmar da Cunha Trivelato, que contribuiu, durante todo o período da pesquisa, na


indicação de literatura e com sugestões para o enriquecimento do trabalho.

Aos amigos Maria Lúcia Robazzi, da Escola de Enfermagem da USP de Ribeirão Preto,
e Paulo Marques, da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), por nos
estimularem para uma experiência acadêmica.

Aos professores da pós-graduação da Fundacentro, que não mediram esforços para nos
entusiasmar nas pesquisas e se mostraram sempre disponíveis no esclarecimento de
nossas dúvidas.

À equipe do Grupo de Pesquisa Estudos Acidentes, Doenças e Mortes no Ambiente de


Trabalho (ACDOMAT), do Centro Regional da Fundacentro em Minas Gerais,
especialmente aos estagiários Fábio Renato do Carmo, Juciane Bernardes Miranda Silva
e Letícia Silva Nunes, pelo inestimável apoio na construção do plano tabular e gráfico.

A Maria Célia Matos Versiani, pela imprescindível colaboração na formatação final da


dissertação.

Ao professor José Marçal Jackson Filho, que, por suas observações críticas e
fundamentadas ao modelo tripartite, desafiou-nos para um aprofundamento na revisão
da literatura sobre o tema.

Ao professor Carlos Sérgio da Silva, pela determinação em criar a pós-graduação da


Fundacentro, o que possibilitou a vivência acadêmica para inúmeros profissionais da
área e, ainda, pela sua disponibilidade permanente em ajudar e orientar os alunos do
curso.

Ao Ministério do Trabalho e Emprego, que nos concedeu a liberação parcial para


frequentar as disciplinas da pós-graduação e a licença estudo para a construção desta
dissertação de mestrado.
A todos os representantes do CPN entrevistados, que gentilmente abriram espaços em
suas agendas para responder ao questionário da pesquisa.

Aos membros da banca de qualificação Maria de Lourdes Moure e Rogério Galvão da


Silva, que, por um olhar agudo e criterioso, muito contribuíram para o direcionamento
coerente do projeto de pesquisa.
De tudo, ficaram três coisas:
A certeza de que estamos sempre começando...
A certeza de que precisamos continuar...
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar...
Portanto devemos:
Fazer da interrupção um caminho novo...
Da queda um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro...

(Fernando Pessoa)
RESUMO

Neste estudo realiza-se uma avaliação do tripartismo sob a perspectiva da mobilização


social no Brasil, a partir de sua implantação na regulamentação da área de segurança e
saúde no trabalho, sob o raio de ação do Ministério do Trabalho e Emprego a partir da
década de 90. Compreendendo o período de 1996 a 2011, tem como objetivo geral
analisar a experiência tripartite na regulamentação em SST para a indústria da
construção a partir da criação do Comitê Permanente Nacional da Indústria da
Construção (CPN), de forma a contribuir com subsídios para o aperfeiçoamento do
processo de regulamentação setorial em SST no Brasil. O setor foi escolhido como
objeto de estudo em função do grande volume de mão de obra que emprega e do alto
índice de acidentes de trabalho que produz. Em vista da escassez de estudos sobre a
questão disponíveis na literatura, o projeto aborda uma experiência de mobilização
restrita ao campo de ação do Comitê Permanente Nacional da Indústria da Construção,
fórum de composição tripartite que discute em seu cerne as condições e os ambientes de
trabalho deste setor produtivo.

Palavras-chaves: Tripartismo. Mobilização social. Regulamentação em SST. Indústria


da construção. Comitê Permanente Nacional da Indústria da Construção.
ABSTRACT

This study provides an evaluation of tripartism from the standpoint of social


mobilization in Brazil from its application to occupational safety and health (OSH)
regulations in the 1990s, under the aegis of Brazil’s Ministry of Labor and Employment.
This evaluation covers the period from 1996 to 2010. Its general aim was to analyze the
experience of tripartite consultation in OSH regulation for the construction industry
since the inception of the Brazilian Standing Committee on the Construction Industry
(CPN in Brazil). The study also seeks to provide input to help improve the process of
regulating the construction sector in terms of OSH in Brazil. This focus on the
construction sector was defined because this sector is a major employer and has a high
rate of workplace accidents. In addition, there is a dearth of studies on this subject
available in the literature. This project concentrates on the social mobilization
experience of the Brazilian Standing Committee on the Construction Industry, a
tripartite forum that discusses the occupational conditions and the work environment in
the construction sector.

Keywords: Tripartism. Social mobilization. Occupational safety and health regulation.


Construction Industry. The Brazilian Standing Committee on the Construction Industry
(CPN).
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 Cadeia produtiva da indústria da construção............................ 44

FIGURA 2 Organograma do Ministério do Trabalho e Emprego e sua


vinculação com as comissões tripartites de regulamentação em
69
SST.............................................................................................

FIGURA 3 Modelo teórico para análise do processo de formulação da


Política de Gestão em Segurança e Saúde no Trabalho para a 75
Indústria da Construção no Brasil............................................

QUADRO 1 Portarias de alteração da NR 18 publicadas no período de


68
1996 a 2011................................................................................
LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 Crescimento anual médio da construção e do PIB


brasileiro.............................................................................. 43

GRÁFICO 2 Relação de trabalho na construção...................................... 47

GRÁFICO 3 Bancada do governo: distribuição do tempo em que


integra ou integrou o CPN.................................................. 103

GRÁFICO 4 Bancada dos trabalhadores: distribuição do tempo em que


integra ou integrou o CPN................................................... 103

GRÁFICO 5 Bancada dos empregadores: distribuição do tempo em


que integra ou integrou o CPN............................................ 104

GRÁFICO 6 Análise comparativa das bancadas: distribuição do tempo


em que integra ou integrou o CPN...................................... 104

GRÁFICO 7 Análise comparativa das bancadas: distribuição por


bancadas do tempo em que integra ou integrou o CPN..... 105

GRÁFICO 8 Bancada do governo: opinião do entrevistado em relação


ao avanço de melhorias.................................................. 105

GRÁFICO 9 Bancada dos trabalhadores: opinião do entrevistado em


relação ao avanço de melhorias...................................... 106

GRÁFICO 10 Bancada dos empregadores: opinião do entrevistado em


relação ao avanço de melhorias...................................... 106

GRÁFICO 11 Análise comparativa das bancadas: opinião do


entrevistado em relação ao avanço de melhorias................ 107

GRÁFICO 12 Bancada do governo: opinião do entrevistado em relação


ao avanço de melhorias...................................................... 108

GRÁFICO 13 Bancada dos trabalhadores: opinião do entrevistado em


relação ao avanço de melhorias.......................................... 108
GRÁFICO 14 Bancada dos empregadores: opinião do entrevistado em
relação ao avanço de melhorias.......................................... 109

GRÁFICO 15 Análise comparativa das bancadas: opinião do


entrevistado em relação ao avanço de melhorias............... 110

GRÁFICO 16 Análise comparativa das bancadas: opinião do


entrevistado por bancada em relação ao avanço de
melhorias............................................................................. 111

GRÁFICO 17 Bancada do governo: opinião do entrevistado em relação


ao aporte de demandas específicas..................................... 113

GRÁFICO 18 Bancada do governo: opinião do entrevistado em relação


à contribuição do CPN........................................................ 114

GRAFICO 19 Bancada do governo: opinião do entrevistado em relação


ao atendimento das expectativas de sua bancada pelo
CPN..................................................................................... 114

GRÁFICO 20 Bancada do governo: opinião do entrevistado em relação 115


ao consenso para alterações da NR 18................................

GRÁFICO 21 Bancada do governo: opinião do entrevistado em relação


ao momento em que relata as discussões............................ 116

GRÁFICO 22 Bancada dos trabalhadores: opinião do entrevistado


em relação ao aporte de demandas específicas................... 116

GRÁFICO 23 Bancada dos trabalhadores: opinião do entrevistado


em relação à contribuição do CPN...................................... 117

GRÁFICO 24 Bancada dos trabalhadores: opinião do entrevistado em


relação ao atendimento das expectativas de sua bancada
pelo CPN............................................................................. 118

GRÁFICO 25 Bancada dos trabalhadores: opinião do entrevistado em


relação ao consenso para alterações da NR 18................... 118
GRÁFICO 26 Bancada dos trabalhadores: opinião do entrevistado em
relação ao momento em que relata as discussões................ 119

GRÁFICO 27 Bancada dos empregadores: opinião do entrevistado em


relação ao aporte de demandas específicas......................... 120

GRÁFICO 28 Bancada dos empregadores: opinião do entrevistado em


relação à contribuição do CPN............................................ 120

GRÁFICO 29 Bancada dos empregadores: opinião do entrevistado em


relação ao atendimento das expectativas de sua bancada
pelo CPN............................................................................. 121

GRÁFICO 30 Bancada dos empregadores: opinião do entrevistado em


relação ao consenso para alterações da NR 18.................... 122

GRÁFICO 31 Bancada dos empregadores: opinião do entrevistado em


relação ao momento em que relata as discussões................ 122

GRÁFICO 32 Opinião do entrevistado em relação ao aporte de


demandas específicas.......................................................... 123

GRÁFICO 33 Opinião do entrevistado por bancada em relação ao aporte


de demandas específicas..................................................... 124

GRÁFICO 34 Opinião do entrevistado em relação à contribuição do


CPN..................................................................................... 124

GRÁFICO 35 Opinião do entrevistado por bancada em relação à


contribuição do CPN........................................................... 125

GRÁFICO 36 Opinião do entrevistado em relação ao atendimento das


expectativas de sua bancada pelo CPN............................... 125

GRÁFICO 37 Opinião do entrevistado por bancada em relação ao


atendimento das expectativas de sua bancada pelo CPN.... 126

GRÁFICO 38 Opinião do entrevistado em relação ao consenso para


alterações da NR 18........................................................... 126
GRÁFICO 39 Opinião do entrevistado por bancada em relação ao
consenso para alterações da NR 18................................... 127

GRÁFICO 40 Opinião do entrevistado em relação ao momento em que


relata as discussões............................................................. 127

GRÁFICO 41 Opinião do entrevistado por bancada em relação ao


momento em que relata as discussões............................... 128

GRÁFICO 42 Bancada do governo: opinião do entrevistado em relação


ao tratamento de questões pelo CPN............................... 132

GRÁFICO 43 Bancada do governo: opinião do entrevistado em relação


ao enfoque de questões relacionadas ao trabalho decente
pelo CPN............................................................................ 133

GRÁFICO 44 Bancada do governo: opinião do entrevistado em relação


ao atendimento da NR 18................................................... 134

GRÁFICO 45 Bancada dos trabalhadores: opinião do entrevistado em


relação ao tratamento de questões pelo CPN...................... 135

GRÁFICO 46 Bancada dos trabalhadores: opinião do entrevistado em


relação ao enfoque de questões relacionadas ao trabalho
decente pelo CPN............................................................... 136

GRÁFICO 47 Bancada dos trabalhadores: opinião do entrevistado em


relação ao atendimento da NR 18....................................... 137

GRÁFICO 48 Bancada dos empregadores: opinião do entrevistado em


relação ao tratamento de questões pelo CPN..................... 138

GRÁFICO 49 Bancada dos empregadores: opinião do entrevistado em


relação ao enfoque de questões relacionadas ao trabalho
decente pelo CPN............................................................... 139

GRÁFICO 50 Bancada dos empregadores: opinião do entrevistado em


relação ao atendimento da NR 18....................................... 140
GRÁFICO 51 Análise comparativa: opinião do entrevistado em relação
ao tratamento de questões pelo CPN................................. 141

GRÁFICO 52 Análise comparativa: opinião do entrevistado por bancada


em relação ao tratamento de questões pelo CPN................ 142

GRÁFICO 53 Análise comparativa: opinião do entrevistado em relação


ao enfoque de questões relacionadas ao trabalho decente
pelo CPN............................................................................ 142

GRÁFICO 54 Análise comparativa: opinião do entrevistado por bancada


em relação ao enfoque de questões relacionadas ao
trabalho decente pelo CPN ................................................. 143

GRÁFICO 55 Análise comparativa: opinião do entrevistado em relação


ao atendimento da NR 18 ................................................... 143

GRÁFICO 56 Análise comparativa: opinião do entrevistado por bancada


em relação ao atendimento da NR 18................................. 144

GRÁFICO 57 Bancada do governo: avaliação do entrevistado sobre o


CPN..................................................................................... 145

GRÁFICO 58 Bancada do governo: opinião do entrevistado em relação


à contribuição do CPN e dos CPR...................................... 146

GRÁFICO 59 Bancada do governo: opinião do entrevistado em relação


às atribuições do CPN......................................................... 148

GRÁFICO 60 Bancada dos trabalhadores: avaliação do entrevistado


sobre o CPN........................................................................ 149

GRÁFICO 61 Bancada dos trabalhadores: opinião do entrevistado em


relação à contribuição do CPN e dos CPR.......................... 150

GRÁFICO 62 Bancada dos trabalhadores: opinião do entrevistado em


relação às atribuições do CPN............................................. 151

GRÁFICO 63 Bancada dos empregadores: avaliação do entrevistado


sobre o CPN........................................................................ 152
GRÁFICO 64 Bancada dos empregadores: opinião do entrevistado em
relação à contribuição do CPN e dos CPR.......................... 153

GRÁFICO 65 Bancada dos empregadores: opinião do entrevistado em


relação às atribuições do CPN............................................. 154

GRÁFICO 66 Análise comparativa: avaliação do entrevistado sobre o


CPN..................................................................................... 155

GRÁFICO 67 Análise comparativa: avaliação do entrevistado por


bancada sobre o CPN.......................................................... 155

GRÁFICO 68 Análise comparativa: opinião do entrevistado em relação


à contribuição do CPN e dos CPR ..................................... 156

GRÁFICO 69 Análise comparativa: opinião do entrevistado por bancada


em relação à contribuição do CPN e dos CPR ................... 157

GRÁFICO 70 Análise comparativa: opinião do entrevistado em relação


às atribuições do CPN......................................................... 157

GRÁFICO 71 Análise comparativa: opinião do entrevistado por bancada


em relação às atribuições do CPN...................................... 158

GRÁFICO 72 Brasil: distribuição dos trabalhadores da indústria da


construção........................................................................... 179

GRÁFICO 73 Brasil: distribuição dos vínculos da indústria da


construção segundo faixas etárias: 1990; 1995; 2000-
2011.................................................................................... 181

GRÁFICO 74 Brasil: escolaridade dos trabalhadores registrados na


indústria da construção: 1990; 1995; 2000-2011................ 183

GRÁFICO 75 Brasil: escolaridade dos vínculos registrados na indústria


da construção: 1990; 1995; 2000-2011............................... 185

GRÁFICO 76 Brasil: distribuição dos trabalhadores da indústria da


construção segundo o porte da empresa: 1990; 1995;
2000-2011........................................................................... 186
GRÁFICO 77 Brasil: acidentes de trabalho na indústria da construção
segundo motivo: 1997-2011............................................. 189

GRÁFICO 78 Brasil: Acidente de trabalho por Atividade Econômica


CNAE 1.0: 1999-2005........................................................ 191

GRÁFICO 79 Brasil: Acidente de trabalho por Atividade Econômica


CNAE 2.0: 2006-2011........................................................ 193

GRÁFICO 80 Brasil: desligamentos por aposentadoria decorrentes de


acidentes........................................................................... 194

GRÁFICO 81 Brasil: desligamentos por aposentadoria decorrentes de


doenças profissionais na indústria da construção: 2000-
2011................................................................................. 194

GRÁFICO 82 Número de óbitos decorrentes de acidentes no trabalho no


Brasil – 1999-2011.............................................................. 195

GRÁFICO 83 Brasil: desligamentos por óbito decorridos de acidentes


de trabalho por porte da empresa na indústria da
construção: 2000-2011........................................................ 196

GRÁFICO 84 Brasil: desligamentos por óbito decorridos de doenças


profissionais por porte da empresa na indústria da
construção: 2000-2011........................................................ 197

GRÁFICO 85 Brasil: indicador taxa de mortalidade: nº de óbitos/ nº de


trabalhadores *100 na indústria da construção – 2000-
2010.................................................................................... 198

GRÁFICO 86 Brasil: indicador taxa de mortalidade: nº de óbitos/ nº de


trabalhadores *1000 na indústria da construção – 2000 –
2011..................................................................................... 198
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Brasil: Indicadores de acidentes de trabalho na indústria da


construção: 2000-2011.......................................................... 51

TABELA 2 Brasil: número de vínculos e número de trabalhadores


registrados na indústria da construção: 1990, 1995; 2000-
2011....................................................................................... 177

TABELA 3 Brasil: razão entre o número de vínculos e o número de


trabalhadores da indústria da construção: 1990, 1995,
2000-2011.............................................................................. 177

TABELA 4 Brasil: número de trabalhadores registrados na indústria da


construção por sexo: 1990, 1995; 2000-2011........................ 178

TABELA 5 Brasil: distribuição dos trabalhadores da indústria da


construção segundo faixas etárias: 1990; 1995; 2000-2004.. 178

TABELA 6 Brasil: distribuição dos trabalhadores da indústria da


construção segundo faixas etárias: 2005-2011...................... 179

TABELA 7 Brasil: distribuição dos vínculos da indústria da construção


segundo faixas etárias: 1990; 1995; 2000-2004.................... 180

TABELA 8 Brasil: distribuição dos vínculos da indústria da construção


segundo faixas etárias: 2005-2011........................................ 181

TABELA 9 Brasil: escolaridade dos trabalhadores registrados na


indústria da construção: 1990; 1995; 2000-2006.................. 182

TABELA 10 Brasil: escolaridade dos trabalhadores registrados na


indústria da construção: 2007– 2011..................................... 183

TABELA 11 Brasil: escolaridade dos vínculos registrados na indústria


da construção: 1990; 1995; 2000-2006................................. 184

TABELA 12 Brasil: escolaridade dos vínculos registrados na indústria


da construção: 2007-2011...................................................... 185
TABELA 13 Brasil: distribuição dos trabalhadores da indústria da
construção segundo o porte da empresa: 1990; 1995; 2000-
2004....................................................................................... 186

TABELA 14 Brasil: distribuição dos trabalhadores da indústria da


construção segundo o porte da empresa: 2005-2011............. 186

TABELA 15 Brasil: acidentes de trabalho na indústria da construção


segundo motivo: 1997-2011.................................................. 188

TABELA 16 Brasil: acidentes de trabalho por Atividade Econômica


CNAE 1.0: 1999-2005........................................................... 190

TABELA 17 Brasil: acidentes de trabalho por Atividade Econômica


CNAE 2.0: 2006-2011........................................................... 192

TABELA 18 Brasil: desligamentos por aposentadoria decorrentes de


acidentes de trabalho ou doenças profissionais na indústria
da construção: 2000-2011..................................................... 193

TABELA 19 Brasil: acidentes do trabalho liquidados por óbito na


construção civil: 1999-2010.................................................. 195

TABELA 20 Brasil: desligamentos por óbitos decorrentes de acidentes


de trabalho ou doenças profissionais na indústria da
construção: 2000-2010.......................................................... 196

TABELA 21 Brasil: nº de óbitos/ nº de trabalhadores na indústria


da construção – 1999-2011................................................... 197

TABELA 22 Brasil: nº de óbitos/ nº de acidentes 1999 -2010.................. 199

TABELA 23 Brasil: casos fatais de acidente de trabalho por Atividade


Econômica 1999-2005.......................................................... 200

TABELA 24 Brasil: casos fatais de acidente de trabalho por Atividade


Econômica 2006-2011........................................................... 201
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABDI Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

AFT Auditor Fiscal do Trabalho

AISS International Social Security Association – Associação Internacional de


Segurança Social

ANEOR Associação Nacional da Construção Pesada

BID Banco Interamericano de Desenvolvimento

BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

CAGED Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

CAP Caixas de Aposentadorias e Pensões dos empregados privados

CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção

CGT Central Geral dos Trabalhadores

CICA Confederação Internacional da Associação de Empregadores

CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

CLSST Comissão Local de Segurança e Saúde no Trabalho

CLT Consolidação das Leis do Trabalho

CMATIC Congresso sobre Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

CNAE Cadastro Nacional de Atividade Econômica

CNI Confederação Nacional da Indústria

CNTI Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria

CODEFAT Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador

CONFEA Conselho Federal de Engenharia e Agronomia

CPN Comitê Permanente Nacional sobre Condições e Meio Ambiente do


Trabalho na Indústria da Construção
CPR Comitê Permanente Regional sobre Condições e Meio Ambiente do
Trabalho na Indústria da Construção

CREA Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura

CTB Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil

CTE Centro de Treinamento Educacional da Confederação Nacional dos


Trabalhadores na Indústria

CTN-FUNDACENTRO Centro Técnico Nacional da FUNDACENTRO

CTPP Comissão Tripartite Permanente Paritária

CTSST Comissão Tripartite Interministerial de Segurança e Saúde no Trabalho

CUT Central Única dos trabalhadores

CONTICOM Confederação Nacional dos Trabalhadores da Construção filiado à


Central Única dos Trabalhadores

DEFIT Departamento de Fiscalização do Trabalho

DNER Departamento Nacional de Estradas de Rodagem

DORT Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho

DOU Diário Oficial da União

DRT Delegacias Regionais do Trabalho

DSST Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho

EMBRATEL Empresa Brasileira de Telecomunicações

ENIC Encontro Nacional da Indústria da Construção

FIESP Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

FIIC Federação Internacional das Associações de Construção

FUNDACENTRO Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do


Trabalho

GATC Grupo de Apoio Técnico e Científico da Confederação Nacional da


Indústria
GTT Grupo Técnico Tripartite

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia

IPI Imposto sobre Produtos Industriais

MERCOSUL Mercado Comum do Sul

MMA Ministério do Meio Ambiente

MPS Ministério da Previdência Social

MPT Ministério Público do Trabalho

MS Ministério da Saúde

MTE Ministério do Trabalho e Emprego

NR 18 Norma Regulamentadora sobre Condições e Meio Ambiente de Trabalho


na Indústria da Construção

OIT Organização Internacional do Trabalho

OMS Organização Mundial de Saúde

PAC Programa de Aceleração do Crescimento

PAG Plano de Ação Global de Saúde dos Trabalhadores

PAIC Pesquisa Anual da Indústria da Construção – IBGE

PBQP Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade

PBQP H Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade Habitat

PCMAT Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da


Construção

PIB Produto Interno Bruto

PLANSAT Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho

PLANSEG Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho

PLR Participação nos Lucros e Resultados

PNSST Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho


PRAE Programa de Redução de Acidentes Elétricos na Indústria da Construção

PTA Plataforma de Trabalho Aéreo

RTP Recomendação Técnica de Procedimento

SAFEWORK Programme on Safety and Health at Work and the Environment -


Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho da OIT/Genebra

SECONCI-SP Serviço Social da Construção Civil de São Paulo

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SESI Serviço Social da Indústria

SESMT Serviço Especializado em Saúde e Medicina do Trabalho

SFIT Sistema Federal de Inspeção do Trabalho

SINDUSCON- SP Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São


Paulo

SINICON Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada

SIPAT Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho

SIT Secretaria de Inspeção do Trabalho

SRTE Superintendência Regional do Trabalho e Emprego

SSST Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho

SST Segurança e Saúde no Trabalho

TI Tecnologia da Informação

UGT União Geral dos Trabalhadores


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO……………………………………………………….. 26

1.1 Antecedentes…………………………………………………………… 26

1.2 Justificativas............................................................................................. 30

1.3 Objetivos................................................................................................. 35

1.3.1 Objetivo geral......................................................................................... 35

1.3.2 Objetivos específicos.............................................................................. 35

1.4 Caracterização do problema e questões de pesquisa................................ 36

1.5 Descrição dos capítulos........................................................................... 38

2 O TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO................... 39

2.1 O quadro geral........................................................................................ 39

2.2 A indústria da construção civil no Brasil................................................. 43

2.3 Emprego e acidentes de trabalho............................................................. 44

2.3.1 Tendências e variações dos acidentes de trabalho e casos


fatais....................................................................................................... 49

2.4 Fatores de risco....................................................................................... 52

2.5 Perspectivas da SST................................................................................ 54

3 A CONTRIBUIÇÃO DO MODELO TRIPARTITE PARA A


TRANSFORMAÇÃO DO SETOR.................................................... 57

3.1 O tripartismo e suas origens na OIT....................................................... 57

3.2 Críticas ao tripartismo ............................................................................ 61

3.3 Histórico do tripartismo na indústria da construção............................... 63

4 POLÍTICAS PÚBLICAS E MOBILIZAÇÃO SOCIAL:


ASPECTOS CONCEITUAIS............................................................. 71

4.1 Sobre a avaliação de processos – programas.......................................... 71


4.2 Sobre o ciclo de políticas públicas........................................................... 74

4.3 Sobre a mobilização social ..................................................................... 78

5 MATERIAL E MÉTODOS................................................................. 80

5.1 A escolha da amostra............................................................................... 82

5.2 Período de referência............................................................................... 83

5.3 Os atores sociais no CPN........................................................................ 83

5.3.1 Descrição das instituições que compõem o CPN..................................... 84

5.3.1.1 Governo................................................................................................... 84

5.3.1.2 Empregadores.......................................................................................... 84

5.3.1.3 Trabalhadores........................................................................................... 85

5.4 Critérios para análise de conteúdo das fontes primárias.......................... 86

5.5 Indicadores de resultados........................................................................ 87

5.6 Procedimentos para coleta de dados........................................................ 87

5.6.1 Procedimento anterior à realização das entrevistas................................. 87

5.6.2 Procedimentos para tratamento das informações obtidas........................ 88

6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA 89

6.1 Análise documental.................................................................................. 90

6.1.1 Quanto à regulamentação......................................................................... 91

6.1.2 Quanto à mobilização social.................................................................... 93

6.1.3 Outros temas de interesse da pesquisa..................................................... 99

6.2 Entrevistas .............................................................................................. 101

6.2.1 Quanto ao tripartismo.............................................................................. 113

6.2.1.1 O tripartismo: análise comparativa das questões nº 3, 4, 7, 9, 15............ 123

6.2.2 Quanto à regulamentação......................................................................... 132


6.2.2.1 Regulamentação: análise comparativa referente às questões

nº 5, 6, 8................................................................................................... 141

6.2.3 Quanto à mobilização social.................................................................... 145

6.2.3.1 Mobilização social: análise comparativa ................................................ 155

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................... 160

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................... 171

APÊNDICE “A”- Trabalhadores da ICC – Aspectos


Sociodemográficos.................................................................................. 176

APÊNDICE “B” – ICC – Acidentes de trabalho................................. 187

APÊNDICE “C” – Questionário da Pesquisa..................................... 202

APÊNDICE “D” – Roteiro da Entrevista.............................................. 208

APÊNDICE “E” – Análise crítica das atas do CPN no período 1996-


2011......................................................................................................... 209

ANEXO “A” – Política Nacional de Saúde e Segurança no Trabalho –


PNSST........................................................................................................ 225

ANEXO “B” – Convenção 167 da OIT sobre Segurança e Saúde na


Construção .............................................................................................. 230

ANEXO “C” – Ata da XXXIX Reunião Ordinária do Comitê


Permanente Nacional sobre Condições e Meio Ambiente de Trabalho na
Indústria da Construção – 17/04/2006................................................ 243

ANEXO “D” – Carta de Pernambuco – V CMATIC – Olinda/PE – 23 a


26/10/2005............................................................................................ 257

ANEXO “E” – Carta de Belém – VI CMATIC – Belém/PA –

06 a 09/12/2009....................................................................................... 260

ANEXO “F” – Conclusões do 1° Encontro Nacional Tripartite do CPR


– 21 e 22 /09/1999.......................................................................... 264
26

1. INTRODUÇÃO

1.1 Antecedentes

No Brasil, a indústria da construção, respondendo por um percentual superior a 6% do


PIB nacional em 2009 (FIESP, 2012)1, empregou 6,9 milhões de pessoas no mesmo ano
e está presente como atividade econômica com grande capilaridade em todo o território
nacional.

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), de setembro de


2010, mostram que a construção civil foi um dos setores que mais geraram empregos
formais no ano, totalizando 330 mil novos postos (saldo líquido entre admissões e
desligamentos), o que representa 15% dos novos postos gerados no País, atrás somente
da indústria da transformação (FIESP, 2012).

A chamada cadeia da construção, composta pelos setores de comércio de materiais,


indústria de materiais, serviços e outros fornecedores do setor da construção, teve, em
2009, uma participação de 8,3% no PIB nacional (FIESP, 2012).

Todavia, o alto índice de acidentes do trabalho e de doenças relacionadas ao trabalho


associadas ao setor exige a formulação e a implementação de políticas públicas que
incorporem medidas voltadas para a redução destes índices e para a melhoria das
condições de vida e de trabalho dos trabalhadores.

Daí a emergência de se buscarem soluções para a redução, sobretudo, dos acidentes de


trabalho através da adoção de medidas de caráter regulamentador complementadas por
outras como o incremento da fiscalização do seu cumprimento nos locais de trabalho, a
mobilização em torno de uma agenda política dos atores sociais relacionados ao setor e
o estímulo para a adoção de sistemas mais eficientes de gestão em SST na dinâmica das
empresas de construção.

Em outras palavras, apresentar os aspectos da regulamentação tripartite em Segurança e


Saúde no Trabalho no Brasil para o setor da indústria da construção como instrumento

1
Disponível em: <http//www.fiesp.com.br/índices-pesquisas-e-publicações/?tema=observatório-da-
construção>. Acesso em: 10 jul. 2013.
27

de política pública com vistas à melhoria dos ambientes e das condições de trabalho nos
canteiros de obra. Nessa direção, mediante um breve panorama histórico, no qual a
ordem cronológica permite refletir sobre as diferentes estratégias e entendimentos
públicos mantidos acerca da abordagem do tema ao longo da segunda metade do século
XX, com o intuito de situar os sujeitos das ações tratadas neste estudo.

Historicamente, a regulamentação em segurança e saúde no trabalho no Brasil data da


década de 1940, com a edição de leis e regulamentos voltados à proteção do
trabalhador.

No entanto, a legislação sobre o trabalho começa a ser implementada a partir do final da


década de 1910 e, em 1919, surge a 1a Lei Acidentária, em15/01/1919, estabelecendo a
responsabilidade patronal em casos de acidentes no trabalho. Ressalte-se que essa lei é
aprovada “após a greve geral operária de 1917, quando 45 mil operários de diferentes
categorias paralisam a cidade de São Paulo, principal centro industrial do país”
(LACAZ, 1983).

A abordagem com que a questão relativa às atividades e às operações insalubres foi


inicialmente tratada pela legislação no Brasil referiu-se à proibição do trabalho de
determinados grupos populacionais como mulheres, em 1932, e menores, em 1943,
através do Decreto n° 21.417A de 17/05/1932 (REBOUÇAS, 1989).

Em seguida, a regulamentação em torno dos exames médicos para os trabalhadores e da


Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) foi publicada em legislações
dispersas de caráter ora previdenciário, ora trabalhista, nas décadas de 1930 a 1940.
Criado em novembro de 1930, logo após a vitória da Revolução de 30, o Ministério do
Trabalho, Indústria e Comércio foi organizado em fevereiro do ano seguinte (Decreto n°
19.667/31). Nos anos posteriores (1932-1933) foram criadas as Inspetorias Regionais e
as Delegacias do Trabalho Marítimo – as primeiras denominadas Delegacias Regionais
do Trabalho (DRT), em 1940. Em 1960, com a criação do Ministério da Indústria e
Comércio, passou a ser denominado Ministério do Trabalho e Previdência Social
(MTPS), já que, naquela época, as Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAP) dos
empregados privados estavam sob a subordinação deste ministério.
28

No ano de 1943 surgiu a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo
Decreto-Lei 5.452, de 1° de maio de 1943, que, no Capítulo V do Título II, em seu
artigo 200, veio definir como atribuição do Ministério do Trabalho a expedição e a
revisão periódica de Normas Regulamentadoras específicas em Segurança e Saúde no
Trabalho.

Em 1966, por meio da Lei n° 5.161, foi criada a Fundação Centro Nacional de
Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho (Fundacentro) – hoje Fundação Jorge
Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do Trabalho – com a missão de realizar
estudos e pesquisas em segurança, higiene, meio ambiente e medicina do trabalho,
inclusive para a capacitação técnica de empregados e empregadores, conforme descrito
em Santos (2011).

O primeiro código trabalhista brasileiro, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),


foi inspirado na Carta del Lavoro, conjunto de normas laborais promulgada em 1927
pelo regime fascista italiano. Embora submetida a diversas mudanças ao longo dos
anos, vários dos seus princípios gerais ainda continuam em vigor.

Contudo, no que se refere às normas de SST, tratadas especificamente no Capítulo V do


Título II, houve uma alteração fundamental com a nova redação determinada pela Lei
n° 6.514, de 22 de dezembro de 1977 (BRASIL, 1977). A partir de então, as influências
mais importantes para a normatização em SST vêm das convenções elaboradas pela
OIT, com reflexo em toda a regulamentação posterior.

Em 08 de agosto de 1978, com a edição da Portaria 3214 (BRASIL, 1978), o ciclo de


regulamentação em SST completa-se com a intervenção direta do Estado através da
publicação de 28 Normas Regulamentadoras de caráter compulsório, com amplo
espectro de aplicação no campo prevencionista, elaboradas com base na experiência e
nos conhecimentos de técnicos e cientistas do governo e com inspiração em normas
técnicas vigentes em outros países (SAAD, 2011).2

2
SAAD, Irene. Palestra intitulada “NR-15 - Histórico da Elaboração e Análise Crítica”, proferida em
seminário técnico do curso de pós-graduação da Fundacentro em 26/09/2011.
29

Buscou-se, nesse período, a construção de uma agenda de política pública que desse
conta da redução dos acidentes e das doenças relacionadas ao trabalho no País, diante de
indicadores que demonstravam a existência de alto grau de sinistralidade.

De um lado, sobre esse modelo de regulamentação, Saad (1976) observa que o governo
brasileiro “não esperou, outrossim, que atingíssemos estágio mais elevado de
desenvolvimento econômico para reformular as normas legais disciplinadoras das
relações de trabalho”, justificando a intromissão do poder público nos negócios
privados como uma das características do Estado Moderno, quando se trata do bem-
estar dos trabalhadores.

Com uma visão histórica diferente, relata Prieto (2009)3 que as décadas de 60 e 70 são
marcadas no Brasil pelo avanço do processo de industrialização dos meios de produção
e pela realização de grandes obras de infraestrutura, trazendo como uma de suas
consequências imediatas um aumento inédito dos acidentes de trabalho e dos danos à
saúde dos trabalhadores. Os números de acidentes de trabalho registrados logo associam
ao País a alcunha de campeão mundial no campo da infortunística laboral, uma
referência ao título de campeão mundial de futebol obtido em 1970. Destaca-se neste
cenário negativo a indústria da construção, que permanece por muitos anos no topo da
lista dos setores produtivos que mais geram acidentes de trabalho, seja pelo número das
ocorrências, seja pela gravidade.

Segundo esse relato do ex-ministro do Trabalho (PRIETO, 2009), foram, na realidade,


os organismos internacionais de financiamento dessas grandes obras de infraestrutura
em curso que exigiram medidas preventivas por parte do governo brasileiro.

Importa reter, aqui, que a abordagem paternalista brasileira, nesse período, foi diferente
daquela ocorrida nos países capitalistas centrais, onde a pressão da classe trabalhadora,
historicamente mais organizada, impôs, com antecedência, uma agenda para a melhoria
das condições de trabalho, incluindo a necessidade de criar fóruns privilegiados de
discussão internacional.

3
PRIETO, A. Discurso lido em homenagem prestada ao ex-ministro do Trabalho pela Associação
Riograndense dos Engenheiros de Segurança do Trabalho, em Porto Alegre, em novembro de 2009.
30

Na década de 1990 há um esgotamento do modelo adotado, e a regulamentação em SST


no Ministério do Trabalho e Emprego passa a ser concebida em fóruns tripartites com a
participação das representações de governo, trabalhadores e empregadores – os
primeiros deles, o Comitê Permanente Nacional da Indústria da Construção (CPN),
objeto deste estudo, e o grupo tripartite que discutiu a regulamentação sobre caldeiras e
vasos sob pressão prevista pela NR 13.

Porém, antes das justificativas mais técnicas que seguem, registre-se que o autor foi o
primeiro coordenador do fórum CPN, o qual integrou por exatos 10 anos, de 1996 a
2006 – fato, porém, que não se constituiu em impedimento à pesquisa, uma vez que se
posta, aqui, na perspectiva de se eliminarem possíveis vieses na análise que se pretende
efetuar. Isso porque, além de o período estudado avançar até 2011, a inserção do autor
no objeto pesquisado não criou óbices ao desenvolvimento da pesquisa, mesmo se
considerando o tempo transcorrido de afastamento das reuniões do CPN. Ao contrário,
esta participação em determinado período da existência do fórum instigou ainda mais o
interesse do autor em pesquisar o tema proposto. Situação que também independe da
atuação profissional do autor, que permanece ainda atuante no setor da indústria da
construção, na condição de auditor fiscal do trabalho do Ministério do Trabalho e
Emprego, com atribuições de inspeção em canteiros de obra, porém, afastado das
reuniões e das deliberações do comitê.

1.2 Justificativas

Neste estudo faz-se uma avaliação do tripartismo e de seu grau de mobilização social no
Brasil a partir de sua implantação na regulamentação da área de segurança e saúde no
trabalho, sob o raio de ação do Ministério do Trabalho e Emprego, o que somente
ocorreu na década de 90.

O Ministério do Trabalho e Emprego, que, além de normatizar nessa área, também


mantém a inspeção dos locais e das condições de trabalho, inicia-se no papel catalisador
do processo negocial, notadamente, em questões mais prementes que envolvem o
conceito de grave e iminente risco à saúde e à vida dos trabalhadores, tais como controle
e/ou eliminação de agentes cancerígenos e equipamentos e/ou máquinas desprotegidas.
31

Justifica-se o recorte temporal no período de 1996 a 2011 prevendo a oportunidade de


destacar dois diferentes momentos, ou seja: do Estado, que regula apoiado
exclusivamente no acúmulo técnico de seus quadros de servidores (ex.: texto normativo
da NR18 vigente até 1995), seguido da contestação a este modelo normativo, levada a
cabo principalmente pelas representações de empregadores, mas também questionado
pelos trabalhadores e seus representantes, desejosos por contribuir na concepção ou na
reformulação de normas regulamentadoras que repercutam diretamente na organização
e nas condições de trabalho.

Pela necessidade de avaliar as arenas de interlocução social em matéria de segurança e


saúde criadas na década de 90, e dada a escassez de estudos sobre a questão disponíveis
na literatura, o projeto aborda uma experiência de mobilização restrita ao campo de
trabalho representada pelo Comitê Permanente Nacional da Indústria da Construção
(CPN), fórum de composição tripartite que discute em seu cerne as condições e os
ambientes de trabalho deste setor produtivo.

A escolha do setor da construção como campo da pesquisa se justifica em função,


principalmente, do grande volume de mão de obra que emprega e do alto índice de
acidentes de trabalho que produz. De acordo com as estimativas da OIT, a indústria da
construção é um dos setores de atividade econômica que mais absorvem acidentes de
trabalho e onde o risco de acidentes é maior, conforme observa Lima Júnior (2005).

A Norma Regulamentadora n° 18 – que regulamenta o artigo n° 200, do Capítulo V da


Consolidação das Leis do Trabalho, e trata de segurança e saúde na indústria da
construção – foi editada inicialmente em 1978, juntamente com outras 27 normas
regulamentadoras que integraram a Portaria Ministerial nº 3214/1978 (BRASIL, 1978),
e sofreu alterações pontuais em 1992 (Portaria DSST n° 02, de 20 de maio de 1992).

Embora essa norma discipline as medidas de prevenção necessárias para evitar


acidentes e doenças decorrentes do trabalho nos canteiros de obra e frentes de trabalho
na indústria da construção, nas suas duas versões citadas, pouco contribuiu para atingir
os objetivos pretendidos.
32

Pelo menos dois aspectos predominam para a ineficácia de sua implementação até 1995:
a baixa apropriação do texto normativo pela auditoria fiscal do trabalho e um grande
desconhecimento de seu conteúdo pelas empresas do setor e pelos trabalhadores e suas
representações sindicais, possivelmente derivado do distanciamento e da não
participação destas representações na sua concepção.

Somente em sua terceira versão, ocorrida após um ano de negociação entre governo,
trabalhadores e empregadores e concluída em 1995 (Portaria SSST n° 04, de 04 de
julho), logrou-se superar as limitações de origem e iniciar um processo de melhoria das
condições e dos ambientes de trabalho e de reversão no quadro acidentário, bem como
de uma apropriação mais efetiva de seu conteúdo pelos atores sociais com atuação na
área.

Kingdon (1995) observa que “uma agenda governamental é uma lista de temas que são
alvo de atenção por parte das autoridades em um dado momento”. Neste sentido, o
retorno da NR 18 à agenda do MTE, pela terceira vez em 1995, deve-se, em grande
parte, à presença, no cargo de Secretário de Segurança e Saúde no Trabalho do MTE, de
Jófilo Moreira Lima Júnior, especialista no tema e autor de dois estudos que retratam o
setor da construção e subsidiam este projeto (LIMA JÚNIOR, 1997, 2005). Na esfera
internacional, a Convenção da OIT de n° 167, que trata especificamente de segurança e
saúde na indústria da construção, aprovada em 1988 e somente ratificada pelo Brasil em
19 de maio de 2006. O organismo destaca a indústria da construção como uma das
prioridades das políticas nacionais de segurança e saúde no trabalho dentro do Safework
– Programme on Safety and Health at Work and theEnvironment4 –, reconhecendo a
atividade como perigosa e que “exige enfoque específico tanto pela natureza particular
do trabalho como pelo caráter temporário dos centros de trabalho (obras) do setor”,
conforme relata Lima Júnior (2005).

Nesse cenário desenvolve-se, no Brasil, uma metodologia de regulamentação em SST


particularmente desafiante em função da escassez de estudos que fazem referência ao
seu processo de desenvolvimento: o modelo negocial tripartite praticado pela OIT.

4
Disponível em: <http:// www.ilo.org/safework/about/lang-en/index.htm>.
33

A instância de negociação tripartite, denominada Comitê Permanente Nacional da


Indústria da Construção (CPN), é parte integrante da NR 18 de 1995 (BRASIL, 1995),
tem por atribuição contribuir para o aperfeiçoamento permanente do texto e resulta na
primeira experiência nacional de comissão tripartite permanente setorial em SST. Trata-
se de uma instância de discussão e formulação de normas em SST para o setor da
construção e um fórum privilegiado para a formulação e a implementação da agenda de
uma política pública voltada para a redução dos acidentes de trabalho e a melhoria das
condições e dos ambientes de trabalho no setor, com reais possibilidades de impactar na
mobilização social dos atores mediante sua atuação na área em âmbito nacional.

Atualmente, o CPN não mais discute a NR 18 como um todo, que segue sendo
implementada pelas empresas e auditada pela inspeção do trabalho sem nenhuma
interrupção, mas sim o seu aperfeiçoamento pontual e as estratégias para efetivar os
mecanismos de mobilização social existentes.

Ressalve-se que o tripartismo, objeto de análise neste estudo, também está presente
como instância de concertação social na regulamentação em SST, no âmbito do
Ministério do Trabalho e Emprego, em diversos setores ou temas, entre eles: mineração,
agricultura, hospitais, máquinas e equipamentos, combustíveis e inflamáveis,
frigoríficos, benzeno, instalações elétricas, portuário, aquaviário, etc. Estes fóruns, que
incluem os atores sociais, foram criados com o objetivo de compor com o governo a
elaboração e a implementação de políticas públicas de melhoria dos ambientes e das
condições de trabalho, notadamente, quanto à regulamentação em SST e sua
implementação.

Sobre essa metodologia de regulamentação, encontra-se na literatura pesquisada que

o processo de elaboração de normas de SST, no âmbito do MTE, através do


mecanismo de participação tripartite, tem sido bastante exitoso, permitindo
uma discussão bastante ampla com os setores sociais envolvidos e tornando
as normas aprovadas mais de acordo com a realidade e as necessidades
existentes. (SANTOS, 2011, p. 68).

Mais recentemente, em 2011, esse mesmo modelo é reproduzido na criação, por meio
de outro fórum tripartite ampliado – denominado Comissão Interministerial Tripartite
de Segurança e Saúde no Trabalho (CTSST), criado no bojo da Política Nacional de
34

Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST), publicada em 07/11/2011 por meio do


Decreto n° 7.602 (BRASIL, 2011).

O documento estabelece a PNSST (ver ANEXO “A”) e expressa o compromisso de


governo, trabalhadores e empregadores com a promoção do trabalho decente, em
condições de segurança e saúde. Em sua formulação, a PNSST fundamenta-se na
Constituição Federal, na Convenção n° 155 e nas Recomendações da Organização
Internacional do Trabalho (OIT), assim como no Plano de Ação Global em Saúde do
Trabalhador da Organização Mundial da Saúde (OMS), refletindo a adesão do Estado à
abordagem global preconizada por tais instituições.

Para Todeschini et al. (2011, p.84), a PNSST tem por objetivo a promoção da saúde e a
melhoria da qualidade de vida do trabalhador, a prevenção de acidentes e de danos à
saúde advindos do trabalho ou a ele relacionados, ou que ocorram no curso dele, por
meio da eliminação ou da redução dos riscos nos ambientes de trabalho. Para o alcance
de seu objetivo, a PNSST deverá ser implementada por meio da articulação continuada
das ações de governo, que deverá ocorrer no campo das relações de trabalho, produção,
consumo, ambiente e saúde, com a participação das organizações representativas de
trabalhadores e empregadores.

A PNSST estabelece, por sua vez, o Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho
(PLANSAT), envolvendo os Ministérios do Trabalho e Emprego, da Previdência Social
e da Saúde, além das representações nacionais de trabalhadores e empregadores, como
instância de formulação, implementação e acompanhamento desta política.

A Comissão Interministerial Tripartite de Segurança e Saúde no Trabalho (CTSST)


estabeleceu como prioridade de ação os setores da construção e do transporte de cargas
com a justificativa de que eles estariam entre aqueles com maior incidência de acidentes
de trabalho e que poderiam servir como pilotos para a implementação de ações
propostas pela comissão.

Mais uma vez, registre-se que a questão do tripartismo como um processo de construção
social foi amplamente colocada e vivida por este autor em numerosas mesas de
negociações das quais teve a oportunidade de participar, quando empregadores,
35

trabalhadores e o governo discutiam os melhores caminhos que deveriam ser tomados


para fortalecer os instrumentos de promoção da saúde e da segurança em determinados
setores da produção nacional. Assim, a experiência da vivência tripartite foi bastante
explorada no decorrer da atividade como agente do Estado, nas atividades relativas à
prática da inspeção do trabalho, inclusive na realização de ações fiscais acompanhadas
pelas representações sindicais.

Diante de tal cenário, relevante é analisar os avanços e os possíveis retrocessos


observados no período de 1996 a 2011, com o intuito de avaliar o grau de evolução da
regulamentação específica do setor da construção denominada NR 18, por meio de um
fórum tripartite, sobretudo como resultado de uma política pública na qual se destaca o
processo de regulamentação em segurança e saúde na gestão de SST e de ações visando
a redução dos acidentes graves e fatais, assim como a melhoria dos ambientes e das
condições de trabalho.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo geral

Analisar a experiência tripartite na regulamentação em SST para a indústria da


construção a partir da criação do CPN e levantar subsídios como contribuição para o
aperfeiçoamento do processo de regulamentação em SST no Brasil.

1.3.2 Objetivos específicos

A. Analisar a trajetória do CPN no aperfeiçoamento da regulamentação em


SST e seus impactos na implementação de políticas de gestão na
indústria da construção.

B. Analisar o conteúdo das deliberações no âmbito do comitê que tenham


resultado em alterações da NR 18, no período de 1996 a 2011.

C. Investigar individualmente o que representa para cada um dos atores


sociais envolvidos a participação e a deliberação tripartite no CPN.
36

D. Compreender como as atribuições legais e normativas do CPN


interferem na formulação da política de melhoria das condições e dos
ambientes de trabalho.

E. Analisar como o arranjo institucional, neste caso, influencia e é recebido


pelos setores da sociedade diretamente envolvidos com a SST, a saber: a
inspeção do trabalho, instituições de apoio técnico, organizações
sindicais de trabalhadores e empregadores.

F. Compreender como se dá a mobilização dos atores sociais em âmbito


nacional (CPN) e regional (CPR).

1.4 Caracterização do problema e questões de pesquisa

Neste estudo parte-se do pressuposto que o modelo de regulamentação em que se dá a


participação social traz ganhos para aumentar a eficiência e a eficácia das políticas
públicas desenvolvidas com a finalidade de dar conta de um determinado problema
social.

Por conseguinte, o grande desafio da pesquisa é compreender como se dá o processo de


construção da política de melhoria das condições e dos ambientes de trabalho na
indústria da construção a partir, de um lado, de suas instâncias tripartites de
regulamentação e discussão em matéria de segurança e saúde no trabalho e, de outro, do
acesso a indicadores que demonstrem os resultados alcançados.

O contexto em que está inserida esta pesquisa impõe um olhar sobre a NR 18 e a


instância tripartite criada em seu bojo – para esta, no que diz respeito à sua constituição,
operação, representatividade, abrangência; para a outra, no que diz respeito às suas
limitações e às formas de atuação das instâncias de inspeção do cumprimento da norma
–, assim como sobre quais são os indicadores disponíveis para subsidiar políticas e
programas de melhoria das condições e dos ambientes de trabalho no setor da indústria
da construção, dada a sua importância econômica e social para o País.

Importa ainda estudar a eficiência de um fórum tripartite criado para cuidar das questões
relativas, principalmente, à atualização do texto normativo para dar conta dos avanços
37

tecnológicos disponibilizados ao processo produtivo do setor, nas décadas de 1990 e


2000.

Cabe também verificar se as instituições que participam da composição do CPN são as


mais representativas do setor, seja na representação de empregadores, trabalhadores ou
de governo, ou se há outras com possibilidades de contribuição e ampliação de seus
resultados, mas que não estão representadas no fórum.

Outro aspecto importante a ser observado é se a norma denominada “Condições e Meio


Ambiente de Trabalho” atende bem a questões referentes a outros setores da indústria
da construção – montagem industrial, construção pesada, obras de infraestrutura– e,
ainda, questões mais amplas contemplando, por exemplo, a observação da agenda do
trabalho decente nos canteiros de obra.

Cabe ainda analisar de que forma e com que prioridade a NR 18 é fiscalizada e como os
fóruns tripartites (CPN e CPR) participam deste processo e tomam conhecimento dos
objetivos e resultados estabelecidos pela auditoria fiscal do trabalho, dentro de uma
visão de agendas de governo e das políticas públicas postas em prática.

Para responder a esses questionamentos, faz-se necessário primeiro: i) compreender as


características específicas do setor da indústria da construção; ii) analisar as linhas de
abordagem de políticas públicas que vêm sendo propostas na literatura; iii) levantar que
contribuição os conceitos básicos de mobilização social podem trazer ao estudo.

Muito embora um conjunto de estatísticas e indicadores seja utilizado principalmente na


contextualização de cenários, em especial sob a forma de apêndices, para compreender e
avaliar as questões da pesquisa postas nesta introdução, prioriza-se aqui, sobretudo, a
utilização da metodologia qualitativa a partir da caracterização de uma situação concreta
historicamente delimitada, ou seja, a atuação do CPN no período 1996-2011.

Por último, mas não menos importante, pondera-se que este estudo apresenta seus
limites cognoscíveis por priorizar um tema específico com datação referida ao período
compreendido entre os anos de 1996 a 2011. Ademais, abrange um universo restrito aos
atores sociais com a participação no CPN da construção civil.
38

1.5 Descrição dos capítulos

Para analisar a regulamentação brasileira em segurança e saúde no trabalho relativa ao


setor da indústria da construção e avaliar seus resultados efetivos, a dissertação, além
desta introdução, compreende mais seis capítulos. No capítulo 2 dedica-se à análise da
indústria da construção por meio de um olhar para a mão de obra empregada pelo setor
e as características específicas definidas através das etapas de obra, a dinâmica
construtiva, os métodos de construção, os acidentes de trabalho, os fatores de risco, as
perspectivas setoriais da SST, além de dados econômicos. No capítulo 3 apresentam-se
as origens históricas do modelo de regulamentação tripartite no Brasil e no plano
internacional e seu surgimento no setor da indústria da construção. Já o capítulo 4 trata
da contribuição do modelo tripartite para a transformação do setor, inspirado em
princípios norteadores das convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT),
e também reflete sobre as críticas relativas ao processo de negociação em
regulamentação de caráter compulsório. Na sequência, no capítulo5, são detalhados os
aspectos metodológicos da pesquisa realizada como um estudo de caso. Por sua vez, no
capítulo 6, são apresentados e discutidos os principais resultados das entrevistas com
membros do CPN e do levantamento das fontes primárias estudadas. Finalmente, no
capítulo 7 tecem-se as considerações finais enfocando, criticamente, a decisão do
Estado em tratar a regulamentação de segurança e saúde no trabalho em fórum tripartite,
além de se apresentarem sugestões pontuais à continuidade da investigação sobre o
tema.
39

2. O TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO

2.1 O quadro geral

Ao descrever o quadro geral da indústria da construção, não raramente incorre-se no


risco de uma possibilidade multifacetada, pois este é um setor extremamente
heterogêneo sob qualquer ótica. Seja pela abrangência de atividades, seja pela tipologia
das empresas, seja pelas tecnologias e pela qualificação da força de trabalho ou ainda
pela sua dispersão geográfica, a construção civil apresenta grandes variações.

Trata-se de um setor de grande importância para o desenvolvimento econômico e social


do País, destacando-se pela quantidade de atividades que intervêm em seu ciclo de
produção gerando consumo de bens e serviços de outros setores, além do fato de
absorver grande parte da mão de obra brasileira não especializada. Nos últimos quatro
anos, o segmento de edificações, em particular, vem passando por uma significativa
transformação, saindo de um longo período com poucos investimentos para um cenário
de crescimento, com a disponibilidade de recursos em abundância, com grandes obras
em andamento e fortes investimentos imobiliários, conforme relata a Agência Brasileira
de Desenvolvimento Industrial (ABDI, 2009).

Nesse sentido cabe um olhar para o setor da construção civil, que sempre emprega um
número expressivo de trabalhadores nas várias regiões do mundo (7% dos assalariados
na Comunidade Europeia, 5% nos Estados Unidos e 6% no Brasil, conforme Lorent
(1992), Finklea (1997) e Capobianco et al. (1991). Segundo Kisner e Fosbroke (1994),
nos EUA, o setor da construção é o sexto maior empregador civil e o quarto maior
empregador de pessoas do sexo masculino –, aproximadamente, 7 milhões de homens e
687.000 mulheres. No Brasil, a quase totalidade dos trabalhadores (98,56%) pertence ao
sexo masculino (SESI, 1991), embora na última década possa ser observado um
crescimento da presença da mão de obra feminina nos canteiros de obra, que já atingiu
cerca de 8% em todo o País.

Do ponto de vista da acidentalidade, referência fundamental para a elaboração da


pesquisa, estudos publicados pela OIT estimam que, em 2001, ocorreram em torno de
40

350 mil acidentes de trabalho fatais e 270 milhões não fatais, com mais de 03 dias de
afastamento em atividades laborais em todo o mundo.

Uma parte desses acidentes está relacionada à indústria da construção civil, algo em
torno de 17% do total de acidentes fatais no ano 2003, ou seja, 60 mil acidentes fatais,
em um número de trabalhadores do setor estimado em 110 milhões. E,
aproximadamente, 45 milhões de acidentes de trabalho, o que significa dizer que o setor
produz um acidente fatal por minuto e um acidente de trabalho não fatal a cada segundo,
em todo o mundo. Os acidentes de trabalho no setor estão distribuídos em: 64% na Ásia
e região do Pacífico, 17% nas Américas, 10% na África e 9% na Europa. São resultados
inaceitáveis do ponto de vista social e humano, que demandam políticas específicas e
ações imediatas.

Para contribuir com os países membros, a Assembleia Geral da OIT aprovou, em 1988,
a Convenção n° 167 (ver ANEXO “B”), que trata de segurança e saúde no trabalho na
construção.

Dias (2009, p.5) enumera o universo de aplicação do termo construção contemplado na


Convenção n° 167 como sendo: edificações, incluindo escavações e construção,
alterações estruturais, reformas, manutenção civil e demolição de edifícios e de
estruturas; engenharia civil, incluindo as atividades de escavação e construção,
alterações estruturais, reparos, manutenção e demolição de aeroportos, portos,
barragens, diques, rodovias e ferrovias, pontes, túneis, viadutos e obras de transmissão
de energia ou de telefonia, drenagens, comportas; a construção ou demolição de
estruturas e edifícios pré-fabricados e ainda a manufatura de pré-fabricados.

As considerações existentes em Dias (2009, p.10) quanto à forma como se organiza a


atividade de construção no mundo refletem as mesmas condições encontradas no Brasil,
sobretudo, quanto à escala de terceirização praticada pelo setor, que produz, segundo
dados da Confederação Internacional das Associações de Construção (CICA), algo em
torno de 3 a 4 bilhões de euros por ano. Nos países, o setor representa em média entre 5
a 15% do Produto Interno Bruto (PIB).

As características específicas dessa indústria incluem:


41

• Os produtos são únicos (edifício, ponte, rodovia, etc.), ao contrário de outras


indústrias que produzem em série, tornando o local de trabalho de mais fácil
controle – como, por exemplo, na indústria química.

• Apresenta uma grande variabilidade e diversidade de situações de trabalho no


tempo e no espaço de acordo com a etapa da obra e o método construtivo
empregado.

• Muitas partes diferentes estão envolvidas com interesses diversos – como, por
exemplo, o proprietário do empreendimento (baixo custo e alta qualidade), os
usuários finais (alta qualidade de vida e conforto), os projetistas (segurança
estrutural e estética), as empresas executoras (redução de custos e
produtividade).

• Apresenta um grande número de subcontratados e de serviços terceirizados.

• Os subcontratados têm estruturas precárias (microempresas).

• Os contratos de trabalho são temporários.

• O pagamento de salários, cada vez com maior frequência, é feito na forma de


“tarefas”, ou seja, baseado na produtividade do trabalhador.

• Apresenta um alto número de acidentes fatais e não fatais.

• Tem na queda de altura a principal causa de acidentes graves e fatais.

Ainda nessa direção, Costa (2011, p. 413) constata que

o trabalho, na construção civil, sempre foi marcado por duas características,


que, durante muito tempo, foram interpretadas como idiossincráticas: a
informalidade dos contratos de trabalho e a instabilidade destes postos. A
informalidade diz respeito ao uso de elevado contingente de trabalhadores
independentes e de assalariados não-registrados. A alta instabilidade no setor,
por sua vez, se traduz num regime particular de emprego, caracterizado,
sobretudo, por sua elevada rotatividade.
42

O caráter descontínuo do processo produtivo, no qual predomina o princípio


da sucessão (em que há etapas somadas para dar origem a um produto final, e
não há simultaneidade das atividades, como ocorre em vários setores
industriais), sempre acentuou a mobilidade da força de trabalho, dando-lhe
uma característica específica. Esta alta rotatividade é favorecida não só pela
demanda por diferentes especialidades, em cada etapa da obra, mas, também,
pelo caráter extremamente cíclico da atividade.

O setor impõe dificuldades adicionais à implantação de uma política de gestão e de


melhoria contínua pelo emprego excessivo da terceirização de mão de obra, pela grande
rotatividade de mão de obra e pelo índice elevado de precarização existente no trabalho
decorrente destas práticas. É ainda um setor altamente vulnerável às oscilações do
mercado e às políticas econômicas do governo, caracteriza-se por ciclos econômicos
bem marcados por períodos de grandes demandas e por quedas na produção e na
demanda repentinas, impondo dificuldades à garantia de perenidade nas políticas
estabelecidas pelas empresas.

Wilson (1989, p. 303) convalida a observação de que “o setor da construção é sensível


às condições políticas e de mercado. A dinâmica do processo construtivo, a natureza
temporária dos projetos e a distância física de uma empresa central contribuem para o
fato de que um número relativamente limitado de trabalhadores do setor receba
treinamento (de segurança). Consequentemente, estes trabalhadores desenvolvem mais
lealdade aos próprios colegas de trabalho do que à empresa”.

Dada a relevância internacional da questão, a União Europeia elaborou uma diretiva de


nº 92/57/EC, de junho de 1992, na qual mudanças visando aperfeiçoar os aspectos
relacionados à segurança e à saúde dos trabalhadores foram regulamentadas com ênfase
na responsabilidade dos proprietários e dos projetistas.

Swuste (2012, p. 1334) reforça tais aspectos quando observa que

o setor da construção é um ramo perigoso. Essa frase é, frequentemente, uma


das primeiras em muitos artigos sobre segurança no setor. Na construção, os
mesmos tipos de acidentes continuam a ocorrer, repetidas vezes. É comum
ver os gerentes das construtoras enfatizando as principais diferenças entre o
seu setor e o da indústria manufatureira e de processamento, nas quais os
programas de segurança parecem surtir efeito.
Essas diferenças revelam a natureza dinâmica do setor da construção no que
tange a planejamento, à população exposta a acidentes, à intensidade do
trabalho e à singularidade do produto final.
43

Lorent (1992) e Dias (2009) afirmam que mais de 60% dos acidentes fatais no setor
periam ser evitados com um planejamento que levasse em conta as questões referentes à
gestão de SST nas etapas de projeto e implantação de canteiro de obra. Daí a
importância de avaliar a compatibilidade das alterações da regulamentação pela
comissão tripartite com as reais necessidades da organização dos canteiros de obra.

2.2 A indústria da construção civil no Brasil

No Brasil, o setor da indústria da construção civil é responsável pela contratação de


6,36% da mão de obra nacional, o equivalente a 2,2 milhões de trabalhadores (PAIC-
IBGE, 2009) formais, empregados em, aproximadamente, 99 mil empresas. Em 2005, o
setor representou 6,5 % do PIB nacional (ver Tabela 2, APÊNDICE “A”).

Segundo pesquisa realizada pelo IBGE em 2009 (PAIC-IBGE, 2009), a atividade


empresarial da construção foi influenciada positivamente nessa década por um conjunto
de fatores diretamente relacionados com a dinâmica do setor, tais como: crescimento da
renda familiar e do emprego; acréscimo no consumo das famílias; aumento do crédito;
maior oferta de crédito imobiliário; crescimento nos desembolsos do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); expansão das obras realizadas pelo
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que impulsionaram principalmente as
obras de infraestrutura, e a redução do IPI de diversos materiais de construção.

Gráfico 1 – Crescimento anual médio da construção e do PIB brasileiro


Fonte: IBGE. A partir de 2007 – projeção FGV.
44

A cadeia produtiva está composta por: 61,2% de empresas de construção; 18% de


indústrias de materiais para construção; 9,1% de comércio de materiais de construção;
7,7% de serviços; 2,2% de máquinas e equipamentos para a construção; 1,7% de outros
fornecedores (SESI, 2008).

Destacam-se nessa cadeia os segmentos industriais da mineração, siderurgia do aço,


metalúrgica do alumínio e do cobre, vidro, cerâmica, madeira, fios e cabos e diversos
prestadores de serviços, como escritórios de projetos arquitetônicos, serviços de
engenharia, empreiteiros, etc. (AMORIM, 1995; MELLO, 2007).

Figura 1– Cadeia produtiva da indústria da construção


Fonte – ABDI, 2009.

2.3 Emprego e acidentes de trabalho

De acordo com estudo realizado pelo SESI (2008, p. 25), foram constatadas as seguintes
características gerais da mão de obra na indústria da construção civil: baixo nível de
escolaridade e qualificação profissional – apesar do expressivo número de analfabetos,
estimados em cerca de 1/5 do total de trabalhadores ocupados, a maioria teria apenas o
primeiro grau completo e, o que seria preocupante, quase 3/4 (72,0%) nunca realizaram
cursos e treinamentos. Isso sem desconsiderar a elevada rotatividade, uma vez que a
maioria dos trabalhadores está há menos de um ano empregada nos estabelecimentos.
Juntam-se a este quadro os baixos salários (50,0% dos trabalhadores recebiam menos de
45

dois salários mínimos5), o elevado índice de absenteísmo (52% por problema de saúde)
e problemas com o alcoolismo (54,3% ingeriam bebida alcoólica, 15,0% abusavam do
consumo e 4,4% eram dependentes).

Segundo Salim (2005), que empreende uma análise sobre o perfil do trabalhador e dos
acidentes do trabalho no setor, no período 1997-2003, “alguns estudos tópicos,
especialmente realizados nos municípios de São Paulo, Goiânia e Recife, em anos e
localidades distintos, aportam importantes informações e análises à compreensão da
constituição e da dinâmica do mercado de trabalho na indústria da construção”, quando
foram constatadas algumas das características citadas anteriormente, porém, com
destaque para os seguintes traços no perfil do trabalhador da construção: baixo nível de
educação formal e de qualificação profissional, alta mobilidade ocupacional e setorial
da força de trabalho, grande participação de trabalhadores na condição de migrantes
recentes e de origem rural, etc.

De fato, em relação ao perfil do trabalhador, não obstante as variações temporais e


regionais, tendencialmente, esse quadro se manteve ao longo dos anos e, hoje, segundo
os dados da RAIS, ainda continuaria válido, sobretudo, em relação “à razão de sexo,
estrutura etária e nível de escolaridade”, embora, no caso do trabalho infanto-juvenil,
não se descartasse a hipótese de “seu eventual mascaramento pelas relações informais”.
De qualquer forma, há que se destacar “os indicativos quanto à erradicação do trabalho
infanto-juvenil e à relativa melhoria no nível de educação formal dos trabalhadores da
construção” (SALIM, 2005, p. 5).

Considerando-se o conjunto de dados das Tabelas 9 e 10 e Gráfico 74 (APÊNDICE


“A”), todos relacionados ao número de trabalhadores no setor – e mesmo quando se
retêm as informações relacionadas aos vínculos destes trabalhadores (Tabelas 11 e 12 e
Gráfico 75 – APÊNDICE “A”) –, verifica-se uma gradual melhoria do nível de
escolaridade dos trabalhadores empregados na construção, no País, independente de
eventuais variações regionais. E mais, observa-se uma decrescente participação do
trabalhador analfabeto nos canteiros de obra, que, em três décadas, variou de 6,2%, em
1990 para 0,9% em 2010 (Tabela 10, APÊNDICE “A”). Este decréscimo também se
5
O salário médio mensal registrado dos trabalhadores do setor foi de R$ 1.196,00, o correspondente a 2,6
salários mínimos (PAIC-IBGE, 2009).
46

verificou para os trabalhadores com escolaridade correspondente até à quarta série


incompleta. Entre os alfabetizados com escolaridade de segundo grau, a variação foi de
11,4% em 2000 para 18,5% em 2005, mas, mais adiante, evoluiu de 21,4%, em 2007,
para 27,4%, em 2010, agora sob a rubrica de Ensino Médio Completo. Pondere-se, no
entanto, que, embora a soma dos trabalhadores alfabetizados com até a quarta série
completa tenha decrescido de 62,6%, em 1995, para 28,6%, em 2006, sua participação
relativa ainda é alta – se, por exemplo, relacionada a outros ramos de atividade ou
mesmo a outros países.

Já em relação à distribuição etária tem-se, sequencialmente, segundo a Relação Anual


de Informações Sociais (RAIS), as distribuições e as totalizações tanto dos
trabalhadores da indústria da construção civil, nas Tabelas 5 e 6 e Gráfico 72
(APÊNDICE “A”), assim como dos quantitativos de seus vínculos empregatícios, nas
Tabelas 7 e 8 e Gráfico 73 (APÊNDICE “A”). Cabem aqui as seguintes observações:
primeiro, a erradicação do trabalho do menor de 15 anos de idade a partir de 2001
(SALIM, 2005); segundo, o decréscimo contínuo no número absoluto de trabalhadores
na faixa etária de 15 a 17 anos até 2004, voltando a crescer a partir de 2005,
culminando, no entanto, em uma participação relativa de apenas 0,3% ao final do
período, ou seja, em 2010 (Tabela 6, APÊNDICE “A”); terceiro, a persistência da maior
participação relativa dos trabalhadores com idade entre 30 e 39 anos de idade. Estes, em
2010, representaram 29,1% do total de trabalhadores, ou seja, ao final do período aqui
contextualizado. Enfim, uma mão de obra majoritariamente jovem, concentrada na faixa
etária de 18 a 39 anos. Em 2010, sua participação relativa foi de 63,6%.

Quanto à participação da força de trabalho feminina no setor, embora com indícios de


crescimento nos últimos anos, segundo a RAIS, a mesma praticamente se manteve
inalterada, se considerarmos que o índice de masculinidade apresentado por Salim
(2005), de 92,5% entre 1997 e 2003, pouco se alterou, haja vista que as participações
femininas nos últimos três anos do período aqui analisado foram as seguintes: 7,6%, em
2008; 7,7%, em 2009; 7,9% em 2010.

Em que pesem esses aspectos sociodemográficos, fundamental é destacar, ainda como


características do setor, o alto índice de informalidade e a utilização em abundância da
47

terceirização dos serviços e tarefas como método operacional. Fato que pode ser melhor
compreendido pelas proporções apresentadas no Gráfico 2, a seguir.

EMPREGADOS SEM CARTEIRA


ASSINADA
TRABALHADORES POR CONTA
PRÓPRIA
TRABALHADORES COM JORNADA
ACIMA DE 44 HORAS

NÃO CONTRIBUEM PARA O INSS


TOTAL DE OCUPADOS NA
CONSTRUÇÃO CIVIL
0 1000 2000 3000 4000 5000

RELAÇÃO DE TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Gráfico 2 – Relação de trabalho na construção


Fonte: DIEESE, 2001.

Richthofen (2002) observa que os trabalhadores do setor têm baixa qualificação


profissional, quando comparados com os de outros setores produtivos – como, por
exemplo, da indústria de manufatura –, e a formação profissional formal é substituída
por uma espécie de treinamento no próprio local de trabalho, ministrado pelos próprios
trabalhadores. Este é um dos fatores que pode ser arrolado para explicar o alto índice de
acidentes graves que atingem os trabalhadores do setor, uma vez que eles não têm a
oportunidade de compreender corretamente os métodos operacionais previstos nos
regulamentos de segurança do trabalho.

Em declínio na Europa (RICHTHOFEN, 2002), a falta de qualificação da mão de obra


figura em primeiro lugar no “ranking” dos principais problemas apontados por empresas
de construção em pesquisa realizada em 2009, denominada sondagem da construção
civil, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A alta rotatividade de mão de obra está demonstrada nas Tabelas 2 e 3 (APÊNDICE


“A”), onde os vínculos, via de regra, se sobrepõem ao número de trabalhadores em mais
do dobro, ou seja, o indicativo de uma média superior a dois vínculos de emprego por
ano para cada trabalhador.
48

No que se refere à distribuição dos estabelecimentos de construção em relação ao


tamanho, pelos dados da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC-IBGE,
2006), as empresas com até quatro pessoas ocupadas representam cerca de 73% do total,
enquanto as empresas com cinco e 29 pessoas ocupadas representam 20%, e as
empresas com 30 ou mais pessoas representam 7%. Por outro lado, a distribuição do
valor bruto da produção é o inverso do tamanho, uma vez que as empresas com 30 ou
mais pessoas contribuem com 77% do valor total bruto de produção, enquanto as
empresas entre cinco e 29 pessoas contribuem com 14%, e as empresas de até 4 pessoas
contribuem, apenas, com 9%, segundo levantamento realizado pela Agência Brasileira
de Desenvolvimento Industrial (ABDI, 2009).

Historicamente, o setor da construção civil no Brasil tem associado ao seu esforço


produtivo um grande número de acidentes de trabalho e de óbitos, que chegaram, em
sua etapa mais crítica, a mais de 400 acidentes fatais de trabalho, ou seja, 10% de todos
os acidentes fatais de trabalho ocorridos no Brasil, no ano de 1995 (DATAPREV–
MPS). Estes dados constam de estatísticas oficiais, possíveis de serem estimadas e
analisadas nas Tabelas 19 a 24 e nos Gráficos 82 a 86 (APÊNDICE “B”).

Essa realidade pode ser comparada com os Estados Unidos na década anterior, onde a
taxa de ocorrência de acidentes fatais na construção foi 3,5 vezes maior do que a dos
acidentes fatais de outros setores (1980-1989). Nesse país, somente o setor de
mineração apresentou maior número de acidentes no período. As causas dos acidentes
são semelhantes às do Brasil: quedas (25%), choque elétrico (15%) e veículos motores
(14%), segundo Kisner e Fosbroke (1994).

Proporcionalmente, o número de acidentes, sua gravidade e letalidade vêm diminuindo


expressivamente no País a partir do ano 2002, como demonstram os Gráficos 85 e 86
(APÊNDICE “B”), baseados no Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho do MPS.

O setor, que já ocupou o primeiro lugar em número e gravidade de acidentes de trabalho


nas décadas de 70 e 90, hoje se encontra em sexto lugar, e uma das explicações
possíveis para a melhoria dos indicadores é a melhoria na regulamentação específica e
na participação dos atores sociais envolvidos, objetos de estudo da pesquisa.
49

2.3.1 Tendências e variações dos acidentes de trabalho e casos fatais

Ao longo de 15 anos, compreendidos no período 1996-2011, os acidentes de trabalho na


indústria da construção mantiveram uma participação relativamente alta no conjunto de
todos os acidentes de trabalho registrados no País. Na realidade, mesmo com oscilações
em alguns anos, cresceram em termos absolutos no período, independentemente da
mudança do CNAE 1 para o CNAE 2 (Tabelas 16 e 17 e Gráficos 78 e 79 –
APÊNDICE “B”). Em relação ao setor industrial como um todo, sua participação foi
constante no período 1997-2003, respondendo por cerca de 1/6 dos acidentes do setor,
conforme demonstrado por Salim (2005). Todavia, agora considerando a participação da
construção em relação aos demais ramos de atividade econômica – isto é, relativos aos
setores primário, secundário e terciário –, tem-se um quadro distinto, onde a construção
civil, ocupando o primeiro e o segundo lugares no “ranking” dos setores com maiores
registros acidentários, no tempo, evoluiu para o 6º lugar no triênio 2003-2006, mas
consolidou-se no quarto lugar nos anos subsequentes, ou seja, de 2007 a 2011 (Tabelas
16 e 17 e Gráficos 78 e 79 – APÊNDICE “B”).

Em relação aos casos fatais, os registros colocam a construção praticamente nos dois
primeiros lugares em nada menos de um período de 12 anos (1999-2011), ou seja,
compreendendo o triênio 2000-2002 e o quadriênio 2007-2011 (Tabelas 15, 16, 17 e
Gráficos 77, 78, 79 – APÊNDICE “B”).

Entretanto, em que pese a dramaticidade desses números, os mesmos devem ser


analisados com cuidado, pois são números absolutos de um setor forte empregador no
cenário nacional, com tendência de crescimento tanto no número de empregos como de
vínculos empregatícios, especialmente a partir do final da primeira década do século
XXI, como bem atestam as Tabelas 2 e 3 (APÊNDICE “A”).

Daí a importância de se trabalhar com coeficientes que, por si mesmos, possibilitam


uma comparação mais efetiva. Neste particular, os índices encontrados indicam uma
posição de melhoria relativa desse ramo de atividade com o passar dos anos, nos
indicadores relacionados a acidentes de trabalho por 100 mil trabalhadores, no número
de óbitos por 100 mil trabalhadores, no número de óbitos por 10 mil acidentes
registrados e, finalmente, na taxa de letalidade. Todas, enfim, decrescentes ao longo do
50

período analisado, conforme consolidado na Tabela 1, a seguir, enquanto outros


detalhes podem ser melhor cotejados nas Tabelas 21 e 22 e nos Gráficos 85 e 86
(APÊNDICE “B”).
Tabela 1 – Brasil: Indicadores de acidentes de trabalho na indústria da construção: 2000-2011

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Acidentes /100 mil


2333,06 2245,99 2574,59 2478,41 2581,42 2346,89 2019,44 1813,22 1953,67 1864,62 1644,96 1599,76
trab.1

Óbitos /100 mil


29,69 33,72 33,90 31,10 28,43 24,65 19,74 19,05 19,32 18,32 16,63 16,19
trab.2

Óbitos /10 mil


127,27 150,12 131,65 125,48 110,13 105,04 97,75 105,07 98,91 98,27 101,10 101,21
.3
acid

Letalidade4 12,34 13,93 12,09 11,51 11,09 9,54 8,86 8,16 7,01 7,04 7,54 7,59

Fontes: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 2000-2011 [CD-ROM], Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho (AEAT) 2000-2011.
Notas:
1-Acidentes / 100 mil trab. = (Nº de Acidentes de Trabalho Registrados Totais / Nº de Trabalhadores) * 100000.
2- Óbitos / 100 mil trab. = (Nº de Acidentes de Trabalho Liquidados com Óbitos / Nº de Trabalhadores) *100000.
3- Óbitos / 10 mil acid. = (Nº de Acidentes de Trabalho Liquidados com Óbitos / Nº de Acidentes de Trabalho Registrados Totais) *10000.
4- Letalidade = (Nº de Acidentes de Trabalho Liquidados com Óbitos / Nº de Acidentes de Trabalho Liquidados Totais) *1000.

51
52

2.4 Fatores de risco

Além dos acidentes de trabalho, inúmeros são os fatores de riscos ergonômicos com
impacto na saúde dos trabalhadores presentes nos canteiros de obra (SCHNEIDER;
SUSI, 1994), e alto é o risco de ocorrência de distúrbios osteomusculares relacionados
ao trabalho (DORT) (ENGHOLM et al., 1995; COOK et al., 1996). Estudo conduzido
pela Universidade de Iowa evidenciou que, após trabalhar o dia todo no canteiro, 70%
dos trabalhadores da construção sentiam dor nas costas, 46% nos joelhos, 43% nos
pulsos e mãos e 42% nos ombros e nuca (COOK et al., 1996). Nos EUA, 40% do custo
em compensações do trabalhador do setor devem-se a DORT (COHP, 2000).

Do ponto de vista ergonômico, observa-se no setor que a regulamentação em SST e


também as outras ações possíveis de mobilização social através de campanhas
educativas e capacitações não estão tratando apropriadamente temas que implicam
melhorias nas condições de trabalho dos trabalhadores, sobretudo, quanto a sobrecargas
musculares advindas de movimentação de cargas e transporte de materiais, de posturas
inadequadas de trabalho, de movimentos repetitivos e sobrecargas musculares, situações
que ensejam o surgimento de inúmeras doenças relacionadas ao trabalho e absenteísmos
(SESI, 2008, p. 52-58).

É também possível observar que são tímidas as interfaces atuais com as questões
ambientais tais como: eliminação de resíduos, uso adequado dos recursos naturais,
interação com a vizinhança dos canteiros de obra no escopo da norma e das ações
preventivas.

Na mesma direção, com repercussões diretas na saúde dos trabalhadores (SESI, 2008),
observa-se, como agravante, uma incipiente gestão das inúmeras fontes de ruído
existentes nos canteiros de obra. Elas se originam das atividades em si, das atividades
vizinhas e do ambiente onde está inserido o canteiro. Muitas são as máquinas e os
equipamentos empregados numa obra que produzem níveis de ruído elevados.

Na literatura pesquisada foi possível encontrar exemplos de gestão do ruído (controle,


eliminação) nas obras de construção, como na França, onde foi criado, de forma
pioneira no assunto, o programa “ChantiersVerts”, que, compreendendo o estudo do
53

ruído global dos canteiros e visando a diminuição do ruído emitido, trouxe como
contribuição direta a organização do canteiro por meio da planificação dos horários e
prazos da obra, com critérios de escolha para a execução de trabalhos mais barulhentos
em horários que perturbassem menos os vizinhos, com a instalação de barreiras
antirruído ao redor do canteiro, com a otimização do transporte de material e com
critérios de escolha de maquinário e informação aos trabalhadores e vizinhos
(CANÉLA; CHARLOT-VALDIEU, 1999).

São intensas as modificações ocorridas nos processos de produção em geral, advindas


no bojo da chamada globalização da economia, e vêm acompanhadas da introdução de
novas tecnologias. A informatização, a automação e a industrialização da produção
introduzem novas formas de organização do trabalho, dispersando o processo produtivo,
através da terceirização de etapas do processo de produção. Os reflexos desta nova
organização sobre empregos tradicionais são sentidos em todo o mundo e em todos os
setores.

Até mesmo a indústria da construção, tradicionalmente mais conservadora em seus


métodos produtivos, que emprega uma força de trabalho de baixo nível de instrução e
utiliza como estratégia de negócio um abundante processo de terceirização da mão de
obra que resulta, muitas vezes, na precarização dos vínculos laborais, vem
modernizando seus processos de produção e incorporando estas novas tecnologias.

No estudo de campo do SESI-SP (2008) foi constatado “forte contraste entre condições
bastante primitivas de trabalho ao lado de metodologias bem modernas, requerendo
inclusive, alta especialização da mão de obra”.

Sobre esse aspecto refletem Mello et. al. (2009, p.389):

na última década, o setor da Construção Civil vem passando por uma grande
transformação, saindo de um longo marasmo, com poucos investimentos,
para um período com grandes obras em andamento e fortes investimentos
imobiliários. Nos últimos anos esta mudança foi intensificada, graças à
retomada de investimentos públicos, criação de diversas leis que facilitam a
retomada de imóveis em caso de inadimplência, captação de recursos em
bolsas e esforços do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade –
PBQP H, que disseminou conceitos de gestão de qualidade. Isto se refletiu na
adoção de novos modelos de organização e inovações tecnológicas em
diversas empresas, criando um núcleo de empresa dinâmico e moderno
dentro do setor, comparável a empresas europeias e norte-americanas do
mesmo segmento.
54

Como comparativo, Mello et al. (2009, p.392), referindo-se ao setor da construção na


União Europeia, comentam:

a recente conscientização de sustentabilidade leva a novas exigências por


parte dos clientes, públicos e privados, determinando a criação de novos
requerimentos e regulamentações, tanto em âmbito nacional com na União
Europeia. As autoridades reguladoras estão atentas e respondem a estas
demandas. Um outro fator de pressão no setor diz respeito aos novos padrões
de saúde e segurança nos processos construtivos, obrigando a mudança e o
aprimoramento dos referidos processos.

Porém, persiste ainda, na dinâmica do processo produtivo do setor, esta realidade:

as características do processo produtivo da construção dependem dos saberes


de ofício, nos quais a autonomia dos trabalhadores se revela como um
elemento fundamental para o desenvolvimento das tarefas. Isso levou o setor
a “resistir”, mesmo com as várias tentativas de implementação, ao longo do
século XX, das práticas tayloristas de gestão do trabalho. Portanto, as
especificidades dessa atividade fizeram com que se instituísse um tipo de
gestão muito particular, envolvida por relações pessoais, paternalistas, muitas
vezes autoritárias, em um jogo de relações de confiança que tem como figura
emblemática o mestre de obras. (COSTA, 2011, p.416).

Observa-se que, além da baixa qualificação dos trabalhadores do setor, outros fatores se
apresentam para compor essa realidade, contribuindo para a ocorrência de acidentes de
trabalho, entre eles: pouco interesse das pequenas e médias empresas em melhorar o
nível de qualificação destes trabalhadores; baixo investimento e conhecimento das
empresas em geral em técnicas de pré-fabricação, modulação, gerenciamento e
implantação de sistemas e ferramentas de TI; pouca utilização de sistemas de
planejamento do trabalho; altas taxas de desperdício de materiais e retrabalho.

2.5 Perspectivas da SST

Todas as particularidades do setor relatadas neste capítulo foram consideradas com o


intuito precípuo de melhor compreender e analisar os resultados das questões da
pesquisa em sentido estrito.

Em 2013, o cenário para o setor apresenta alguns aspectos, positivos e negativos, que
merecem destaque no foco proposto pelo presente estudo.

As perspectivas econômicas e de gestão para o setor indicam, segundo estudos


realizados pela ABDI (2009), que, apesar de uma desaceleração no crescimento do País,
vive-se uma condição favorável no setor, se considerados os fatores a seguir:
55

• Há necessidade de atendimento da demanda com moradia digna


(infraestrutura básica; edificação com atendimento a requisitos de
desempenho; custos adequados de aquisição e manutenção).

• Há perspectivas de criação de mecanismos que gerem oportunidades para


todos, atendendo à demanda do mercado com qualificação da mão de obra.

• O trabalhador é melhor remunerado e mais capacitado com melhor nível de


formação.

• O setor é atrativo e há maior profissionalização da mão de obra.

• O setor é capaz de empregar com qualidade (salários e qualificação


profissional), colaborando com a consolidação do mercado de trabalho no
País.

• A questão ambiental comanda a pauta dos assuntos relacionados à


construção habitacional.

• Há um fortalecimento dos fornecedores de sistemas e subsistemas


integrados.

• Estão vencidos os entraves da política tributária com a desoneração para


atender às necessidades do setor.

• Construção industrializada é lugar comum.

• O segmento é reconhecido como desenvolvedor de soluções (inovações).

• O setor está reestruturado, com atividades formalizadas, empresas


legalizadas e melhor estruturadas e capacitadas.

• Soluções com mais inovação e qualidade, devido às demandas mais


exigentes da massa.

• As moradias dignas são construídas com total formalidade técnica e fiscal,


com aparatos de Estado capacitados e integrados nas esferas federal,
estadual e municipal, otimizando o atendimento às demandas do setor.

• Mercado de crédito adequado e estável para o setor.


56

O setor deve, no entanto, passar por um período de readaptação, considerando uma


queda na atividade que impõe a reavaliação de projetos, depois do “boom” imobiliário
de 2010.

A previsão é de crescimento de 2,9% sobre 2012, para a construção civil, e de 3,5%,


para o setor da construção pesada, segundo Eduardo Zaidan, vice-presidente do
Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SINDUSCON-SP).

No plano da SST, o setor foi escolhido, conjuntamente com o setor de transportes, como
prioridade de atuação para o Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho
(PLANSAT), que estrutura a Política Nacional de Segurança de Saúde no Trabalho,
direcionando, desta forma, as ações e os investimentos das entidades públicas e de
representação de empregadores e de trabalhadores para a melhoria das condições de
trabalho e de vida dos trabalhadores do setor e para a redução dos acidentes de trabalho
na indústria da construção.

Foi baseado nessa prioridade que o SESI Nacional aprovou o seu plano de ação, o
Ministério do Trabalho e Emprego financiou um operativo com a participação de
representantes das bancadas do CPN para conhecer as realidades do setor no cenário
internacional, e um novo texto de governo para a NR 18 foi disponibilizado para
consulta pública pela Portaria SIT n° 383 em 31/05/2013.

Na mesma direção, a Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) do Departamento de


Segurança e Saúde no Trabalho (DSST) do MTE regulamentou as atividades de um
Grupo Especial de Fiscalização de Grandes Obras, para atender à demanda das obras
dos eventos internacionais de 2014 e 2016, e intensificou as inspeções rotineiras para as
obras do setor em todo o País.

Também está prevista a realização do VI Congresso sobre Meio Ambiente de Trabalho


na Indústria da Construção (CMATIC) para Brasília, em 2014.
57

3. A CONTIBUIÇÃO DO MODELO TRIPARTITE PARA A


TRANSFORMAÇÃO DO SETOR

3.1 O tripartismo e suas origens na OIT

Em um contexto mais amplo, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), criada


desde 1919 em resposta internacional ao desejo de milhões de pessoas em melhorar suas
condições de vida e de trabalho, tornou-se o primeiro organismo de âmbito mundial a
atuar na área de SST e, mais tarde, integraria a Organização das Nações Unidas.

Sua missão inicial, quando da fundação, foi de contribuir com uma resposta para os
problemas com os quais se defrontavam os países industrializados; porém, após a
segunda guerra, com o ingresso de membros da organização de inúmeros países, esta
missão evoluiu de maneira dinâmica e criativa.

A Revolução Industrial trouxe um formidável desenvolvimento econômico, porém, ao


preço de um sofrimento humano inaceitável, que provocou inúmeros problemas sociais.
Já no começo do século XIX se evocou a ideia de uma legislação internacional para o
trabalho em resposta às inquietudes de ordem moral e econômica relacionadas ao custo
humano da Revolução Industrial. Neste contexto, dois industriais se destacaram na
defesa da adoção de uma legislação progressista em matéria de trabalho e de direitos
sociais: Robert Owen e Daniel Le Grand.

Assim, no final do século XIX, os sindicatos começaram a desempenhar um papel


importante nos países industrializados e a reivindicar direitos democráticos e condições
de vida decentes para os seus trabalhadores.

Os argumentos de ordem humanitária, política e econômica colocados a favor da


instauração de normas internacionais do trabalho conduziram à criação da OIT.
Ademais, estes argumentos estavam relacionados ao fato de que os trabalhadores
assalariados, nessa época, cresciam em número, viviam e trabalhavam em condições
consideradas intoleráveis. Eles eram explorados sem nenhuma consideração pela sua
saúde e pelas suas vidas familiares. Aqueles de natureza política nasceram da
consciência de que, se as condições de vida e de trabalho não melhorassem, havia uma
58

possibilidade concreta de que a classe trabalhadora viesse a se rebelar e provocar


revoluções e crises sociais. E os de ordem econômica mostravam que as empresas ou
países que viessem a adotar normas em favor dos trabalhadores seriam penalizados em
relação aos concorrentes que não adotassem estas mesmas normas.

A resposta a essas três preocupações, quando da criação da OIT, veio expressa já no


preâmbulo da sua constituição, que reconhecia: “existem condições de trabalho que
implicam, para um grande número de pessoas, injustiça, miséria e privações”. E que a
injustiça “cria um descontentamento de tal proporção que a paz e a harmonia são
colocadas em perigo”. E ainda, “que a não adoção por uma nação qualquer de um
regime de trabalho realmente humano cria obstáculos ao esforço de outras nações
interessadas em melhorar as condições de trabalho dentro de seus próprios países”.

No início, as normas da OIT estavam associadas principalmente às condições de


trabalho. A primeira convenção da OIT foi adotada em 1919 e fazia referência à
duração do trabalho, promulgando a jornada de 08 horas diárias de trabalho e a semana
de 48 horas de trabalho.

Em 1944, os delegados presentes na Conferência Internacional do Trabalho adotaram a


Declaração da Filadélfia com os seguintes princípios norteadores:

• o trabalho não é uma mercadoria;

• a liberdade de expressão e de associação é uma condição indispensável para


um progresso contínuo;

• a miséria, onde ela existe, constitui um perigo para a prosperidade de todos;

• todos os seres humanos, seja qual for sua origem, sua crença ou seu sexo,
têm o direito de buscar seu progresso material e seu desenvolvimento
espiritual em liberdade e dignidade, com segurança econômica e
oportunidade iguais.

Importante destacar que a OIT teve sua formação construída, desde o princípio, sob a
égide do tripartismo, ou seja, constituída mediante a composição de representantes dos
59

governos dos países membros, representantes dos trabalhadores e dos empregadores,


segundo Cruz (1990).

Para Vasconcellos e Oliveira (2011, p.201-202), sua criação foi determinada por um
dilema ético provocado pela “exploração do trabalho e pela expropriação da saúde dos
trabalhadores” resultantes da Revolução Industrial, capitaneado pelo “movimento de
cúpula do capitalismo industrial dos países centrais”. Estes autores viam como
motivação principal, para a criação do organismo internacional, a necessidade de
equacionar as disparidades do custo econômico do trabalho por meio do
estabelecimento de normas que fossem adotadas também por outros países em coerência
com o comércio internacional.

A criação da OIT é reconhecida por todos, até mesmo por aqueles que criticam sua
lógica economicista, como um fator positivo para a acentuação do ritmo e do enfoque
das normas e práticas de proteção à saúde dos trabalhadores, como destacam Chagas et
al. (2011). Sua existência encontra-se sustentada na produção de regulamentação
internacional nos campos das relações de trabalho e de seguridade social.

Cruz (1990) observa que o sistema normativo da OIT possui características únicas que o
distinguem dos sistemas reguladores da atividade em outras organizações
internacionais. Primeiro, o tripartismo da representação na OIT – empregadores,
trabalhadores e governos – contrasta com a representação unilateral dos Estados nos
demais organismos; por outro lado, o método de elaboração de normas internacionais do
trabalho difere do adotado por todos os outros tipos de convenções internacionais
multilaterais, supostamente, bilaterais. No entanto, no que o sistema da OIT
verdadeiramente inova diz respeito ao método de controle das normas adotadas em seu
interior. Em nenhum outro momento, em organismos de vocação universal, os Estados
aceitaram obrigações tão estritas de comprovação externa de seu grau de cumprimento,
como no caso das normas internacionais do trabalho. Na época em que a Constituição
da OIT foi adotada, o sistema de controle estabelecido representou e ainda continua
representando uma revolução imaginativa no campo jurídico internacional.

A OIT está constituída pela Conferência Internacional do Trabalho, pelo Conselho de


Administração e pela Repartição Internacional do Trabalho, com representação
60

composta por membros de governos, de organizações de trabalhadores e de


empregadores, segundo informa Süssekind (1998, p.23). Tem como membros
permanentes no conselho os países de maior importância industrial: Brasil, China,
França, Alemanha, Índia, Itália, Japão, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos.

Ainda sobre essa organização encontra-se a seguinte referência:

A Conferência, o Conselho de Administração e quase todos os órgãos


colegiados e reuniões da OIT são constituídos de representantes de governos,
de associações sindicais de trabalhadores e de organizações de empregadores.
Segundo Albert Thomas – estadista francês que foi primeiro diretor da
Repartição Internacional do Trabalho (1919-1932), o tripartismo da OIT
corresponde a “um compromisso entre a representação dos estados, como tal,
e a representação dos indivíduos e dos grupos que compõem a comunidade
internacional”. (SÜSSEKIND, 1998, p.23).

Vasconcellos e Oliveira (2011, p.230-232) destacam que é no “contexto da criação da


OIT que surge a primeira legislação relevante sobre reparação de acidentes de trabalho
no Brasil, evidenciando a pressão internacional sobre os países periféricos para criarem
dispositivos legais de proteção ao trabalho”.

O princípio do tripartismo, ponto central deste estudo, manifesta-se tardiamente na


legislação brasileira por meio da ratificação, em 1976, da Convenção da OIT de n° 144
– Consultas Tripartites sobre Normas Internacionais do Trabalho –, antecedida pela
Recomendação n° 113, de 1960, que faz referência à consulta pelos governos das
organizações mais representativas de trabalhadores e empregadores.

A Convenção n° 144 cria a obrigação para os Estados que a ratificaram de “pôr em


prática procedimentos que assegurem consultas efetivas, entre os representantes do
governo, dos empregadores e dos trabalhadores, sobre os assuntos relacionados com as
atividades da Organização Internacional do Trabalho a que se refere o artigo 5°,
parágrafo 1” (SÜSSEKIND, 1998, p.24).

A “tipologia” da resposta a essas consultas efetivas pode dar-se segundo o nível de


mobilização social dos países membros, em diferentes graus de concertação e integração
interinstitucional, ou seja:

• buscando o consenso entre os atores sociais;


61

• promovendo a discussão presencial com a tomada de decisão posterior pelo


governo;

• providenciando o envio de “informe” com a demanda de manifestação por


bancada;

• providenciando o envio de “informe” para manifestação individual, na etapa


de pós regulamentação, ou

• em países com mais tradição na prática da mobilização social, ocupando-se


conjuntamente também, na etapa de capacitação, implementação e
atualização, da regulamentação produzida.

Mesmo com o processo de democratização no Brasil, a Constituição de 1988 não


sinaliza diretamente para outro tipo de abordagem mais participativa na regulamentação
nacional das questões relacionadas à melhoria das condições e dos ambientes de
trabalho. O caráter normativo e pouco estratégico prevalece, embora alternativas ao
modelo intervencionista do Estado, com propostas de ampliação do universo de
participação e consultas aos atores sociais, sejam experimentadas regionalmente nas
décadas de 1980 e 1990 (BONCIANI, 1994).

A OIT elaborou 188 convenções desde 1919, das quais 158 estão atualizadas. Destas, o
Brasil ratificou 96, embora 82 estejam em vigor. A última ratificação da Convenção 151
ocorreu em 15 de junho de 2010.1 A título de comparação, tem-se que, até meados de
junho de 2010, a Noruega tinha ratificado 91 convenções; a Finlândia, 82; a Suécia, 77;
a Alemanha, 72; o Reino Unido, 68; a Dinamarca, 63; e os Estados Unidos apenas 14.
Ou seja, o Brasil está entre os países que mais seguem, pelo menos formalmente, as
convenções da OIT (SANTOS, 2011, p. 27).

Entre as Convenções adotadas pelo País encontra-se a de n° 167, de 1988, que dispõe
sobre segurança e saúde na construção civil (ver ANEXO “B”).

3.2 Críticas ao tripartismo

Na revisão de literatura encontram-se críticas em relação à prática do tripartismo na


regulamentação de normas trabalhistas, que, em se tratando de ponto central deste
62

estudo e por ampliarem a possibilidades do entendimento do processo na discussão do


projeto, serão apresentados nesta seção.

A primeira delas vem inspirada no entendimento do campo da saúde do trabalhador,


quando predominou, nos anos 80, o forte conceito de que “saúde não se vende” ou
“saúde não se negocia”.

A “saúde do trabalhador” é um campo do conhecimento relativamente novo, em que


ganham força as teorias que trazem explicações de fundo sociológico para o processo de
saúde-doença, conforme Mendes e Dias (1991) ao analisarem a emergência da saúde do
trabalhador no cenário mundial na década de 80. Os autores destacam que:

Neste intenso processo social de discussões teóricas e de práticas alternativas,


ganha corpo a teoria da determinação social do processo de saúde-doença,
cuja centralidade colocada no trabalho – enquanto organizador da vida social
– contribui para aumentar os questionamentos à medicina do trabalho e à
saúde ocupacional. (MENDES; DIAS, 1991, p.341).

O marco teórico da saúde do trabalhador estabelece a necessidade de entender a saúde-


doença na sua relação com o trabalho, não somente como um processo biopsíquico,
mas, antes de tudo, como um processo social. Para Laurell e Noriega (1989), a
problematização da saúde-doença, enquanto processo social, é colocar o nexo
biopsíquico como a expressão concreta na corporeidade humana do processo histórico,
num momento determinado.

No campo das ações, falar de saúde do trabalhador pressupõe considerar os


trabalhadores como sujeitos ativos, capazes de compreender e interferir socialmente nos
processos que dizem respeito à sua própria saúde.

Nesse sentido, os princípios de não delegação, da validação do saber operário, da não


monetarização dos riscos, do acompanhamento das fiscalizações, do direito à
informação, do direito à recusa ao trabalho em condições de risco grave, entre outros –
inspirados e adotados pelo movimento operário italiano nos anos 70 –, tornaram-se
clássicos na luta pela saúde e melhores condições de trabalho e representam o
questionamento que pôs em xeque os muitos conceitos e procedimentos adotados pela
saúde ocupacional (LAURELL; NORIEGA, 1989).
63

Nas últimas três décadas, as teorias e as ações em saúde do trabalhador têm evoluído,
bem como o mundo do trabalho tem sofrido grandes transformações. A organização do
trabalho passa, cada vez mais, a ter um papel central para o entendimento das relações
entre trabalho e saúde, exigindo modelos explicativos que possam dar conta das novas
formas de adoecimento relacionadas com o trabalho, como os distúrbios mentais, o
estresse, o câncer, as doenças cardiovasculares, entre outras.

Vasconcellos e Oliveira (2011), quando analisam criticamente o tripartismo na sua


origem na OIT e na sua reprodução como modelo nos países membros, apontam para
questões igualmente relevantes que serão consideradas pelo autor na análise dos
resultados deste estudo:

nesse sentido, acreditamos que o tripartismo, longe de ser uma plataforma de


diálogo entre partes iguais, mascara um jogo político no qual a pressão do
capital sobre o trabalho acaba por se tornar invisível. (VASCONCELLOS;
OLIVEIRA, 2011, p.230).

Pode-se concluir que a ideia original do tripartismo não foi oferecer um lugar para as
representações de trabalhadores negociarem o direito à saúde e à dignidade, mas colocar
os trabalhadores como parte concordante e decisória no desenvolvimento social e
econômico, segundo o modelo proposto por governos e patrões. Não houve interesse em
mudar as relações de produção, e sim em manter em bom funcionamento o status quo
(VASCONCELLOS; OLIVEIRA, 2011).

Ainda sobre o tripartismo, quando reflete sobre as instituições e suas atribuições na


regulamentação em SST, Santos (2011, p.68) aponta para

problemas quanto ao conteúdo da agenda de discussão, ao interesse e à


representatividade das entidades envolvidas no processo, à demora na
elaboração das normas, bem como ao crescente aumento da complexidade
destas últimas, muitas vezes confundindo o essencial com o assessório.

3.3 Histórico do tripartismo na indústria da construção

Estudos realizados pelo Departamento Nacional do SESI, no período de 1987 a 1988,


em cinco capitais brasileiras, denominados “Pesquisa Nacional”, apontaram graves
problemas relacionados às condições de trabalho no setor, sobretudo aquelas
relacionadas à segurança do trabalho e às condições gerais de vivência nos canteiros de
obra (sanitários, alojamentos, refeitórios, entre outros). Foram reportados, ainda, altos
64

índices de alcoolismo entre a população pesquisada, sobretudo em Brasília, onde foram


examinados e entrevistados 1.000 trabalhadores. Estes estudos estão reunidos em três
documentos intitulados “Operação de Serviço em Canteiros de Obras”, “Diagnóstico
Nacional” e “Síntese-Sumário Executivo”, disponíveis na biblioteca do Centro Técnico
Nacional da Fundacentro.

No ano de 1987, 10 anos após a publicação da primeira versão da NR 18, durante a


presidência de Leon Alexander na Fundacentro, e com a realização do 1° Congresso
Nacional em SST na Construção, na cidade de São Paulo, foi instituído o Ano da
Construção no Brasil, o que possibilitou a contratação de técnicos para tratar com
especificidade do tema. Datam desse período a aquisição, pela Fundacentro, em
convênio com o SESI Nacional, de unidades móveis para desenvolver atividades de
capacitação e diagnóstico em canteiros de obras de construção e o estabelecimento de
um núcleo especializado em SST na construção, atuante na entidade.

Dessas ações resultou a realização de encontros técnicos que, posteriormente, iriam


gerar inúmeros subsídios para a elaboração de texto técnico normativo.

Em 1994, a Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho (SSST) do MTE encomendou


texto de norma regulamentadora a um grupo técnico de trabalho da Fundacentro, com a
urgente tarefa de aperfeiçoar a regulamentação vigente, visando reduzir o número de
acidentes de trabalho e melhorar as condições de trabalho e de conforto para os
trabalhadores do setor da construção. Em um determinado momento do processo, este
grupo recebeu a colaboração de um grupo de auditores da auditoria fiscal do trabalho
vinculado à SSST e ambos, em conjunto, responderam pela elaboração de texto de
norma para atualização. Por determinação da SSST, o texto elaborado foi publicado no
DOU, em 18/11/1994, para consulta pública, e recebeu em torno de 3.000 contribuições,
que foram sistematizadas e incorporadas na proposta técnica da norma (LIMA JÚNIOR,
2005).

Nessa etapa, uma representação do setor empresarial da Câmara Brasileira da Indústria


da Construção (CBIC) solicitou às autoridades competentes do MTE mais prazo para a
entrada em vigor do texto, alegando os impactos que sua publicação aportaria para a
65

composição dos custos do processo produtivo, além de outras dificuldades de ordem


técnica e tecnológica.

Para garantir a continuidade do processo de atualização da NR 18, a SSST convocou as


representações de empregadores e trabalhadores para discutir com urgência o texto
resultante da sistematização do grupo técnico de trabalho do governo e determinou um
prazo de 10 dias para a sua conclusão consensuada.

Assim, nasceu a primeira experiência de discussão tripartite (envolvendo governo,


representantes de trabalhadores e de empregadores, nos moldes preconizados pela OIT),
que resultou na aprovação do texto e na criação do Comitê Permanente Nacional da
Indústria da Construção, que teve suas atribuições incluídas na norma, garantindo
perenidade e regionalização (LIMA JÚNIOR, 2012).6

Sobre essa questão, Lima Júnior (1997), classificou-o como o início do exercício do
tripartismo por meio de um sistema de vasos comunicantes. As negociações eram
complexas, e muitas propostas eram difíceis de ser consolidadas. Quando a comissão
não precisava trabalhar das 8h da manhã às 11h da noite, outras vezes eram necessárias
interrupções nos trabalhos para que seus membros fizessem longas consultas às suas
bases. No entanto, este esforço permitiu à comissão sair dos vários impasses e produzir
um texto coerente.

A NR 18 nasce da explicitação do conflito capital/trabalho, quando a intenção inicial


dos capitalistas é impedir mais regulamentação com a justificativa de aumento dos
custos da produção, em sintonia com o discurso dos capitalistas internacionais que
postulam a mesma questão nos fóruns da Organização Internacional do Trabalho.

O resultado final desse embate no jogo da negociação tripartite é a publicação de uma


norma com mais de 600 itens de cumprimento obrigatório. No bojo da regulamentação
é criada uma instância de negociação tripartite paritária permanente com a missão de
divulgá-la, aperfeiçoá-la quando necessário e acompanhar a sua implementação.

6
LIMA JÚNIOR, J.M. Entrevista realizada pelo autor da pesquisa em março de 2012, no Centro Técnico
Nacional da Fundacentro, em São Paulo.
66

Conforme a NR 18 (BRASIL, 1995), em seu subitem 18.34.1, tem-se que: “Fica criado
o Comitê Permanente Nacional sobre Condições e Meio Ambiente de Trabalho na
Indústria da Construção, denominado CPN, e os Comitês Permanentes Regionais,
denominados CPR (unidade) da Federação”. Da sua composição tripartite, no subitem
18.32.2: “O CPN será composto de 3 (três) ou 5 (cinco) representantes titulares de
governo, dos empregados e dos trabalhadores, sendo facultada a convocação de
representantes de entidades técnico-científicas ou de profissionais especializados,
sempre que necessário.”

As entidades representantes de trabalhadores são: Força Sindical, Confederação


Nacional dos Trabalhadores da Construção/Central Única dos Trabalhadores
(CONTICOM/CUT), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a
União Geral dos Trabalhadores (UGT) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores na
Indústria (CNTI); representam os empregadores a Câmara Brasileira da Indústria da
Construção (CBIC), o Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada
(SINICON), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Associação Nacional da
Construção Pesada (ANEOR); representam o governo, a Fundacentro e o Departamento
de Segurança e Saúde no Trabalho da Secretaria de Inspeção do Trabalho do MTE
(DSST/SIT/MTE), respectivamente, nas áreas de governo, de pesquisa e ensino em SST
e de auditoria fiscal do trabalho neste campo. Há previsão de participação de um grupo
de apoio técnico-científico quando necessário.

Em seu regimento interno, aprovado em 08 de dezembro de 2011, no artigo 1°, fica


definido que o CPN “é um colegiado tripartite, que tem por objetivo promover a difusão
e o cumprimento da NR 18, bem como participar do processo de sua permanente
atualização face à evolução dos métodos, aos avanços da tecnologia e das relações de
trabalho”. E, no artigo 2°, subsidiar o Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho
(DSST/SIT/MTE) na implementação de sua política institucional, devendo pautar-se
por princípios gerais de regulamentação, em especial:

I. os da legalidade, equidade, legitimidade, efetividade e eficácia;

II. o do compromisso ético adequado ao trato da coisa pública;


67

III. da busca do consenso, valorizando a atuação comprometida com interesses


coletivos;

IV. da transparência, facilitando a participação e o acesso equitativo ao processo;

V. das boas práticas, visando ampliar a eficácia e a eficiência do Estado no


cumprimento dos seus objetivos;

VI. da harmonização, consistência, praticidade, coerência e uniformização das


normas;

VII. da perenidade das normas, levando em consideração mudanças tecnológicas


e sociais;

VIII. da celeridade do processo, evitando procedimentos procrastinatórios ao bom


andamento dos trabalhos. (CPN, 2011).

Destaquem-se, ainda, os artigos 4°, inciso I: “avaliar o impacto social e a distribuição


dos efeitos na sociedade, considerando aspectos sociais, ambientais e econômicos” e o
artigo 5°, inciso II: “efetuar a análise do cumprimento da norma, estabelecendo
indicadores quantitativos e qualitativos que permitam avaliar os impactos de sua
aplicação”.

A coordenação das reuniões do fórum tripartite detém mandato em sistema de rodízio,


ou seja, a cada dois anos é encabeçada pela representação de uma das bancadas que o
compõem, segundo ao artigo 10° do Regimento Interno do CPN, sendo a única
comissão neste âmbito que estabelece tal prática.

A partir de sua criação, o CPN coordenou, nos 16 anos de funcionamento do período


estabelecido para este estudo, a elaboração de quatorze propostas de alterações no texto
da NR 18 aprovado em 04 de julho de 1995 – Portaria SST n° 04 (Quadro 1 a seguir).
68

Quadro 1 – Portarias de alteração da NR 18 publicadas no período de 1996 a 2011

Portaria Data Assunto

SST n° 07 03 de março de 1997 Altera os procedimentos para elaboração de


regulamentos Técnicos de Procedimentos
(RTP).
SST n° 20 17 de abril de 1998 Permite às empresas prazo para adaptação
ao texto da norma através de negociação no
âmbito do CPR.
SST n° 63 28 de dezembro de Altera a composição do CPN, disciplina o
1998 uso de cinto de segurança.
SST n° 20 13 de dezembro de Introduz disposições para uso de
2000 containers.
SST n° 30 20 de dezembro de Modifica disposições para andaimes e
2001 plataformas.
SST n° 13 09 de julho de 2002 Introduz disposições para cadeiras
suspensas.
SST n° 114 17 de janeiro de 2005 Introduz disposições para uso de gruas.
SST n° 157 10 de abril de 2006 Introduz disposições para uso de redes de
segurança e sistemas de ancoragem.
SST n° 15 03 de julho de 2007 Revoga disposições sobre plataforma de
trabalho em andaimes suspensos e inclui
anexo IV plataforma de trabalho aéreo.
SST n° 40 07 de março de 2008 Introduz disposições para uso de
plataforma de trabalho aéreo
SST n° 201 21 de janeiro de 2011 Regula dispositivos para andaimes
fachadeiros e disciplina treinamento para
trabalhadores.
SST n° 224 06 de maio de 2011 Introduz sistemas de segurança para
elevadores de obra.
SST n° 237 10 de junho de 2011 Revoga envio de dados estatísticos para a
Fundacentro e permite soluções
alternativas quando supervisionadas por
profissional legalmente habilitado.
SST n° 254 04 de agosto de 2011 Regula dispositivos para transporte vertical
de carga e pessoas.
69

O CPN realizou, regularmente, com apenas uma pequena


pequena interrupção na transição de
governo entre 2002 e 2003, reuniões trimestrais com a participação da maioria de seus
membros e com caráter deliberativo, além de manter interlocução com 40 CPR por meio
de encontros periódicos e do sitio institucional (CPN, 2011)7.

O CPN responde, para fins de alteração de normas, a outra instância tripartite


denominada Comissão Tripartite Permanente Paritária (CTPP), que acompanha e
supervisiona as discussões nos demais fóruns tripartites setoriais ou temáticos em
funcionamento no âmbito do MTE.

Figura 2 – Organograma do Ministério do Trabalho e Emprego e sua vinculação


com as comissões tripartites de regulamentação em SST

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Destaca-se
se no CPN a busca permanente do consenso na tomada de decisões,
decisões prática que
é analisada no questionário da pesquisa e sobre a qual se encontra referêência no relatório

7
Disponível em: <www.cpn-nr18.com.br/institucional/comite
nr18.com.br/institucional/comite>.
70

do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID, 2007), no capítulo que trata dos


atores da sociedade civil, com destaque para cinco deles (empresas, os meios de
comunicação, os sindicatos, os movimentos sociais e os acadêmicos e especialistas, ou
“atores do conhecimento”), que avalia que “as empresas podem optar por participar do
processo de formulação de políticas de várias maneiras. A forma de participação tem
um impacto sobre a qualidade das políticas”, com maior ou menor grau de
transparência.

Toro e Werneck (1996, p.18) observam que

a democracia supõe a presença do conflito de interesses entre os diferentes


setores, mas supõe que esses conflitos possam ser superados através da
deliberação, da participação e da ‘negociação e consenso’ transparente, para
alcançar benefícios que se expressam em forma de programas, leis e
instituições que obrigam e servem a todos (o Público).
O paternalismo político só é superável através de uma sociedade que tenha a
possibilidade de construir suas instituições políticas a partir da sociedade
civil. Isso significa passar de uma lógica social de adesão ao poder a uma
lógica de deliberação e competição de interesses que, através do consenso e
de acordos, define o que convém a todos.

Sobre consenso, Toro e Werneck (1996, p.21) o define como sendo a escolha e a
construção de um interesse compartilhado:

Esse consenso não é um acordo em que as pessoas negam suas diferenças,


mas em que elas são preservadas e respeitadas. As pessoas não estão
necessariamente de acordo entre si, mas de acordo com alguma coisa, com
uma ideia, que é colocada acima de suas divergências. Ele é a expressão de
um exercício de convivência democrática.
71

4. POLÍTICAS PÚBLICAS E MOBILIZAÇÃO SOCIAL: ASPECTOS


CONCEITUAIS

(...) a democracia tem um método próprio para a definição de políticas


públicas. As decisões resultam de uma adaptação negociada de interesses, de
acordo com normas transparentes definidas no espaço público... As políticas
não refletem a suposta onisciência de tecnocratas esclarecidos, mas
representam a deputação de interesses legítimos, um concerto
de vontades, entre elas a do próprio governo.
Fernando Henrique Cardoso, sociólogo.

O marco teórico do estudo será balizado pela abordagem do ciclo de políticas públicas
proposto por Kingdon (1995), porém, interessa manter um olhar dirigido para a
mobilização social, que pode ser resultante da implementação de uma política pública, e
também para as possibilidades de avaliação de seus resultados.

Para compreender o tripartismo na regulamentação de SST e sua contribuição na


implementação de uma política pública, torna-se necessária uma reflexão sobre, pelo
menos, as três fundamentações acima referidas.

4.1 Sobre a avaliação de processos – programas

Para Aguilar e Ander-Egg (1994, p. 17-18), a avaliação é

uma forma de pesquisa social aplicada, sistemática, planejada e dirigida;


destinada a identificar, obter e proporcionar, de maneira válida e confiável,
dados e informações suficientes e relevantes para apoiar um juízo sobre o
mérito e o valor de diferentes componentes de um programa (tanto na fase de
diagnóstico, programação ou execução), ou de um conjunto de atividades
específicas que se realizam, foram realizadas ou se realizarão, com o
propósito de produzir efeitos e resultados concretos. Visam comprovar a
extensão e o grau em que se deram essas conquistas, de forma tal que sirva de
base ou guia para uma tomada de decisões racionais e inteligentes entre
cursos de ação, ou para solucionar problemas e promover o conhecimento e a
compreensão dos fatores associados ao êxito ou ao fracasso de seus
resultados.

Com base nesse entendimento, a avaliação deve ser feita concomitantemente às outras
fases do ciclo de políticas públicas, isto é, na construção da agenda, da formulação e da
implementação, dado que em todas elas há decisões importantes a serem tomadas.
Assim, dependendo do momento em que é realizada e das necessidades de quem a
encomenda, a avaliação serve a múltiplos propósitos – como, por exemplo, orientar
ajustes em programas em andamento, determinar até que ponto foram alcançados os
72

objetivos previamente estabelecidos, apontar as razões dos êxitos e fracassos e


investigar os efeitos imprevistos da intervenção.

Para Rossi e Freeman (1993), a pesquisa avaliativa é uma aplicação sistemática de


procedimentos de pesquisa social para determinar a conceitualização e o desenho, a
implementação e a utilidade de programas de intervenção social, aumentando a
efetividade e a eficiência.

Silva (1999) entende que os estudos de avaliação são gerados a partir da necessidade de
efetividade dos programas, do entendimento dos processos de seu desenvolvimento e
dos resultados alcançados. O modo de intervenção estatal permite compreender como os
resultados pretendidos pelos programas podem ou não ser gerados na realidade.

Adota-se aqui o conceito de policy cycle (referido a “policy cycle approach”) como
processo e não sua visão clássica, que não considera os aspectos relativos à
implementação e seus efeitos retroalimentadores sobre a formulação da política.

A pesquisa avaliativa, nesse sentido, permite aos formuladores e implementadores dos


programas e dos projetos tomar decisões com maior segurança, identificando os pontos
de estrangulamentos e êxitos destes, e ampliar as possibilidades de implementar
políticas públicas capazes de alcançar resultados.

Nesse momento interessa-se em aprofundar a análise da gestão da implementação de um


processo, que corresponde ao acompanhamento da execução, por entender que este é
um campo de possibilidades. O espaço de decisão do agente executor é muito grande, a
tal ponto que a adesão normativa do implementador de decisões torna-se a variável
decisiva do seu sucesso.

A avaliação de processo constitui-se, então, na avaliação da instrumentação e do


seguimento do programa:

[...] quando se põe em andamento um programa de intervenção social, pode


ser necessário avaliar como está funcionando. Esta avaliação pode ser global
ou de algum dos aspectos pontuais comportados pelo processo de execução
do programa e que pode ser objeto de seguimento. (AGUILAR; ANDER-
EGG, 1994, p.17-18).
73

A avaliação do processo aborda diferentes componentes relacionados com o


funcionamento do programa e com os serviços prestados, assim como compreende
vários aspectos e dimensões – em primeiro lugar, a cobertura do programa (até que
ponto alcança a população-objeto), os aspectos técnicos da implementação (como se
operacionaliza o programa), os aspectos estruturais e funcionais do organismo
responsável pelo programa (AGUILAR; ANDER-EGG, 1994).

Entre as dimensões identificadas pelos autores, chama atenção a avaliação do ambiente


organizacional onde o processo é desenvolvido. Nesta dimensão quer se avaliar até que
ponto a organização favorece ou dificulta o seu andamento, tanto nos aspectos
estruturais quanto funcionais, o que implica “analisar o aspecto da organização formal
como o psicossocial, à luz dos objetivos e fins da instituição e do ambiente ou contexto
social em que está inserido” (AGUILAR; ANDER-EGG, 1994).

Gaetani (1997) afirma que o primeiro aspecto a ser considerado nas discussões sobre as
políticas sociais é que estas, como as demais, encontram-se balizadas e referenciadas
por uma determinada forma de organização da administração pública que condiciona e
media os processos de formulação, implementação e avaliação de políticas públicas.
Ainda segundo o autor, a governança de um país, que é dada pela capacidade de
governar e delimitada pelo aparato administrativo existente, é fundamental para modelar
os limites e as potencialidades dos processos de viabilização das políticas públicas.

Três mitos afetam profundamente a gestão das políticas sociais: a pretensa ilegitimidade
do gasto social, a crença na ineficiência congênita do gerenciamento social e a visão
burocrática-formalista da gestão social (KLIKSBERG, 1994).

O segundo e o terceiro mitos têm relação direta com o que se quer analisar. O segundo
refere-se à “reconhecida” incompetência estrutural do processo de gerenciamento das
políticas sociais. É como se estas fragilidades condenassem as políticas sociais a uma
gestão inevitavelmente desastrosa. O terceiro refere-se à visão mágica que se tem das
políticas sociais, como se seu processo de formulação fosse seguido de uma etapa
“fluída e natural” de implementação, desde que adequadamente desenhada.
74

Tanto na perspectiva tradicional como nas perspectivas mais atuais de pesquisa


avaliativa, a avaliação do processo de implementação da política, do programa ou do
projeto ocupa um espaço privilegiado. No entanto, sua execução não tem merecido a
devida atenção por parte dos avaliadores.

Por meio da presente pesquisa pretende-se, então, avaliar a influência do CPN no


processo público de formulação e implementação da Norma Regulamentadora n° 18 e a
consequente melhoria das condições e dos ambientes de trabalho na indústria da
construção.

4.2 Sobre o ciclo de políticas públicas

Vários modelos explicativos foram desenvolvidos principalmente nos Estados Unidos,


nas décadas de 80 e 90, destacando-se, entre eles, o modelo de Múltiplos Fluxos, de
John Kingdon (1995), baseado em três fluxos ou dinâmicas do processo de formação de
agenda: problemas, política e propostas de políticas públicas.

No primeiro fluxo do modelo, dos problemas, Kingdon (1995) aborda os meios pelos
quais os atores tomam conhecimento de determinada situação como, por exemplo, no
presente estudo, de indicadores de acidentes de trabalho. O segundo fluxo é o da
política, que engloba elementos como mudanças políticas decorrentes, por exemplo, de
eleições, que determinam alterações em cargos públicos e mudanças de autoridades. O
terceiro fluxo é a dinâmica das políticas públicas, que se refere ao processo de
surgimento e escolha de alternativas.

Kingdon (1995) argumenta que os três fluxos (problemas, política e políticas públicas)
possuem dinâmicas independentes, mas que, em alguns momentos, se unem, criando
uma janela de oportunidades que consiste em uma ocasião oportuna para que defensores
de uma determinada causa ofereçam suas soluções ou chamem atenção para
determinados problemas.

Nesse processo, os empreendedores de políticas (policy entrepreneurs) têm um papel


fundamental e, geralmente, são pessoas dispostas a investir tempo e recursos para
promover certas políticas. Lembra Kingdon (1995) que estes empreendedores podem
ser políticos eleitos, funcionários públicos de carreira, lobistas, acadêmicos ou
75

jornalistas, e afirma que a presença de um empreendedor habilidoso aumenta


consideravelmente as possibilidades de uma questão chegar ao topo da agenda.

CONTEXTO POLÍTICO 1996 - 2010

OPORTUNIDADES

CONTEXTO INSTITUCIONAL - MTE


FACILIDADES

PRÉ-DECISÃO DECISÃO

DIAGNÓSTICO
Necessidades e POLÍTICA DE
problemas MELHORIA DAS
ATORES CONDIÇÕES E IMPLEMENTAÇÃO
TRIPARTISMO AMBIENTES DE
TRABALHO – IND.
ALTERNATIVAS CONSTRUÇÃO
DE SOLUÇÃO

DIFICULDADES

AMEAÇAS

Figura 3 – Modelo teórico para análise do processo de formulação da Política de


Gestão em Segurança e Saúde no Trabalho para a Indústria da Construção
no Brasil
Fonte: KINGDON, 1995. Adaptado pelo autor.

Além de Kingdon (1995), foram estudados olhares de outros autores que também
refletem sobre o tema e o complementam.

Giovanni (2009) apresenta a definição de política pública como “uma forma


contemporânea de exercício do poder nas sociedades democráticas, resultante de uma
complexa interação entre o Estado e a sociedade”, consolidada principalmente depois da
Segunda Guerra Mundial. Para o olhar do observador, o autor identifica quatro
estruturas elementares ou ângulos de observação: a) estrutura formal, composta pelos
76

elementos: “teoria”, práticas e resultados; b) estrutura substantiva, composta pelos


elementos: atores, interesses e regras: c) estrutura material, composta pelos elementos:
financiamento, suportes, custos; d) estrutura simbólica, composta pelos elementos:
valores, saberes e linguagens.

Observa Pinto (2011) que a literatura do ciclo de política tem adquirido progressiva
importância nos estudos sobre os processos de formulação e implementação de políticas
no âmbito governamental, enquanto Viana (1996) identifica vários trabalhos que
indicam os estágios de desenvolvimento das políticas, quais sejam: a) determinação da
agenda, isto é, definição do(s) problema(s) que se tornam objeto de política pública; (b)
formulação e legitimação da política (seleção de propostas, construção de apoio
político, formalização das decisões em documentos como leis, decretos, planos,
programas, portarias etc.); (c) implementação das políticas (operacionalização em
planos, programas e projetos no âmbito da burocracia e sua execução); (d) avaliação de
políticas (análise dos resultados alcançados com a implementação, impactos e sugestão
de mudanças).

Assim, o espaço da gestão da política pública pode ser tomado como um campo de
possibilidades onde o regulamentado através da negociação tripartite aproxima mais do
pensado, do desenhado, do desejado e do vivido pelos atores envolvidos no processo de
execução, impactando a ação dos órgãos públicos no estabelecimento de prioridades e
possibilitando a mobilização social em torno do problema.

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em suas reflexões sobre o cenário


latino-americano, reconhece em seu relatório “algumas alterações que vêm ocorrendo a
partir do desenvolvimento de políticas públicas voltadas para o social, em parceria com
a sociedade civil organizada” (BID, 2007).

Sobre o processo de formulação de políticas, o relatório do BID (2007) comenta que


este “engloba todo o processo de discussão, aprovação e implementação das políticas
públicas” e classifica os participantes do processo de atores, o próprio processo de jogo,
e o espaço de discussão de arena. Assim, a “formulação de políticas pode ser vista como
um processo de negociações e trocas (ou transações) entre os atores políticos”.
77

O relatório (BID, 2007) apresenta como características das políticas públicas analisadas:

• Estabilidade: em que medida as políticas são estáveis no tempo.

• Adaptabilidade: em que medida as políticas podem ser ajustadas quando


falham ou quando as circunstâncias mudam.

• Coerência e coordenação: em que medida as políticas são compatíveis com


outras políticas afins e resultam de ações bem coordenadas entre os atores
que participam de sua formulação e implementação.

• Qualidade da implementação e da aplicação efetiva.

• Consideração do interesse público: em que grau as políticas atendem ao


interesse público.

• Eficiência: em que medida as políticas refletem uma alocação de recursos


escassos que assegure retornos sociais elevados.

No que se refere à participação das empresas na formulação de políticas, o relatório


define uma tipologia que “pode ser aberta e formal, como nas associações empresariais,
onde as atividades normalmente são do conhecimento de muitos e com frequência
recebem a cobertura da imprensa, ou pode ser fechada e informal, como nos casos de
corrupção” (BID, 2007). E ainda reconhece que as associações oferecem a seus
membros contatos diretos com os formuladores de políticas, que os membros podem
atuar em conselhos consultivos ou de políticas e que

se o Estado e a sociedade puderem eliminar algumas oportunidades de


participação das empresas com interesses menores (como restringir o lobby
na fase de execução e reduzir a corrupção) e abrir oportunidades para ações
inclusivas (como o estímulo a associações dedicadas ao interesse público), a
qualidade das políticas tende a aumentar. (BID, 2007).

Tanto a participação organizada das empresas como dos trabalhadores, por meio de suas
associações empresariais e sindicais junto ao governo, são aspectos de relevância para a
compreensão das questões tratadas neste estudo, sobretudo, quanto à eficiência da ação
coletiva no CPN em favor da política de melhoria das condições e dos ambientes de
trabalho na indústria da construção.
78

Esses são questionamentos importantes para a compreensão do surgimento de uma


política para a melhoria das condições e dos ambientes de trabalho na indústria da
construção no Brasil e de sua implementação.

4.3 Sobre a mobilização social

Para Toro e Werneck (1996, p.5), “mobilizar é convocar vontades para atuar na busca
de propósito comum, sob uma interpretação e um sentido também compartilhados”. Os
autores consideram mobilização social um ato de comunicação que deve ter objetivos
pré-definidos e pressuponha uma convicção coletiva daquilo que convém a todos, bem
como esteja orientada para a construção de um projeto futuro.

Num cenário tão amplo como esse dos movimentos sociais é preciso identificar, desde
logo, o que são e o que pensam esses sujeitos, recomenda Gohn (2008). E refletir, como
defendem Toro e Werneck (1996) sobre quais valores serão destacados, ao citarem
como exemplo a questão da produtividade, que tem especial relevância na organização
de trabalho no setor da construção:

Tradicionalmente tratamos a produtividade do ponto de vista da economia e


da produção. Mas ser uma sociedade produtiva não é apenas ter mais
empresas que produzam mais bens e serviços que tenham bons preços no
mercado, mas produzir racional e adequadamente os bens e serviços que
permitam uma vida digna para todos. Esta definição de produtividade não
trata apenas da capacidade de produzir dinheiro, mas de produzir riqueza. É a
riqueza que possibilita a vida digna para todos. A riqueza beneficia a toda a
sociedade. Não adianta produzir dinheiro se o custo desta produção é a
pobreza e a miséria de muitos, se ela gera destruição do meio ambiente, se
compromete as perspectivas de futuro de uma nova geração. (TORO;
WERNECK, 1996, p.12-13).

O exemplo é a questão da explicitação do propósito da mobilização, que

deverá estar expresso sob a forma de um horizonte atrativo, um imaginário


“convocante” que sintetize de uma forma atraente e válida os grandes
objetivos que se busca alcançar. Ele deve expressar o sentido e a finalidade
da mobilização. Ele deve tocar a emoção das pessoas. Não deve ser só
racional, mas ser capaz de despertar a paixão. (TORO; WERNECK, 1996,
p.20),

Aqui busca-se tratar a questão da mobilização social como uma estratégia de política
pública voltada para a redução dos acidentes de trabalho e das doenças relacionadas ao
trabalho, assim como para a melhoria das condições e dos ambientes de trabalho no
setor da indústria da construção, representada pelos CPR estaduais e regionais.
79

Na tentativa de identificar os sujeitos que definem a mobilização social, no processo de


regulamentação e na implementação de medidas de segurança e saúde no trabalho, na
indústria da construção civil, e entender a sua organização e os resultados obtidos para a
melhoria das condições e dos ambientes de trabalho, também foi analisada a relação
entre o CPN e os CPR estaduais e regionais.
80

5. MATERIAL E MÉTODOS

O presente estudo, embora incorpore de forma auxiliar dados secundários, sobretudo, de


registros administrativos para a construção de cenários, de modo a melhor
contextualizar os perfis da força de trabalho e dos acidentes de trabalho, pode
especialmente ser caracterizado duplamente pelo enfoque qualitativo e pelo nível ou
tipo exploratório de pesquisa, adotando o conceito de Sampière et al. (2006), uma vez
que busca compreender como se deu a experiência pouco estudada do tripartismo.

Qualitativo porque busca compreender esse processo utilizando meios de “coleta de


dados sem medição numérica para descobrir ou aperfeiçoar questões de pesquisa” (...),
podendo “ou não provar hipóteses em seu processo de interpretação”. Por conseguinte,
caracteristicamente, embora algumas questões precedam à coleta e à análise dos dados,
aqui o foco não é na análise estatística, mas no “entendimento” de uma situação
particular, em que o esquema lógico “indutivo/expansivo tem um papel importante”.
Neste sentido, busca aprofundar a compreensão dos dados, contextualizar melhor o
ambiente ou a dimensão situacional, alargar possibilidades interpretativas, além daquilo
que os autores chamam de “os detalhes e as experiências únicas”. Enfim, flexibilidade
analítica e possibilidade de um foco “recente, natural e holístico” (SAMPIÈRE et al.,
2006, p.12-15).

Exploratório porque se atém a um tema ou problema de pesquisa pouco estudado, sobre


o qual se tem pouco conhecimento sistemático acumulado, especialmente no caso
brasileiro. Neste sentido, não se constituiria em “um fim em si mesmo”, apesar de que
os estudos exploratórios “geralmente determinam tendências, identificam áreas,
ambientes, contextos e situações (...); ou estabelecem o “tom” de pesquisas posteriores
mais elaboradas e rigorosas” (SAMPIÈRE et al., 2006, p.100):

As pesquisas qualitativas normalmente estão associadas com os estudos


exploratórios. No entanto, nem todas as pesquisas de cunho qualitativo são
necessariamente do tipo exploratório, pois também chegam a ser o tipo
descritivo, correlacional (em um sentido não-estatístico) e causal. Assim
mesmo, é possível que os estudos quantitativos e mistos tenham qualquer tipo
de pesquisa no contínuo exploratório-causal. (SAMPIÈRE et al., 2006,
p.100).
81

De modo resumido, cabe observar que nenhum tipo de pesquisa – i. é, exploratório,


descritivo, correlacional ou explicativo – seria superior ou mais valioso que outro. O
ponto fundamental é que a escolha de um tipo ou estratégia de pesquisa estaria
relacionada a, pelo menos, três aspectos relevantes: o acervo de conhecimentos sobre o
tema focado, os objetivos postos ou planejados e, por fim, o enfoque proposto ou
escolhido, ou seja, quantitativo ou qualitativo.

Aqui, se a característica exploratória fosse predominante no estudo como um todo, uma


vez que o mesmo também apresenta aspectos que contemplam elementos descritivos,
ter-se-ia, é claro, que buscar um aprofundamento em termos explicativos, sobretudo
quando da triangulação dos dados, quando os mesmos, após analisados criticamente,
tornar-se-iam informações valiosas no sentido de novos subsídios ao conhecimento do
tema.

Sobre a metodologia qualitativa, observa Minayo (1994, p.22) que o aspecto qualitativo
deve ser uma característica de qualquer investigação social: “Isso implica considerar
sujeito de estudo: gente, em determinada condição social, pertencente a determinado
grupo social ou classe com suas crenças, valores e significados”.

Nessa metodologia, prossegue Minayo (1994, p.21):

a visão de mundo do pesquisador e dos atores sociais estão implicadas em


todo o processo de conhecimento, desde a concepção do objeto até o
resultado do trabalho. É uma condição da pesquisa, que, uma vez conhecida e
assumida, pode ter como fruto a tentativa de objetivação do conhecimento.
Isto é, usando-se todo o instrumental teórico e metodológico que ajuda uma
aproximação mais cabal da realidade, mantém-se a crítica não só sobre as
condições de compreensão do objeto como do próprio pesquisador.

Sendo assim, adota-se ainda o entendimento presente no livro da autora Minayo (1994,
p. 26), quando cita Bulmer para precisar a tipologia de pesquisa que se pretende realizar
como sendo uma pesquisa estratégica que

baseia-se nas teorias das ciências sociais, mas orienta-se para problemas que
surgem na sociedade, ainda que não preveja soluções práticas para estes
problemas. Seus instrumentos são os da pesquisa básica tanto em termos
teóricos como metodológicos, mas sua finalidade é a ação. Essa modalidade
seria a mais apropriada para o conhecimento e avaliação de Políticas, e
segundo nosso ponto de vista, particularmente adequado para as
investigações sobre Saúde.
82

Nas pesquisas qualitativas procura-se fazer a análise de profundidade, e as inferências


têm como referência a própria teoria.

Interessa neste estudo, de um lado, refletir sobre quais são os instrumentos de políticas
públicas em prática na regulamentação de normas de procedimento compulsório no
Brasil e, de outro, analisar o conteúdo dos regulamentos específicos gerados no âmbito
do CPN no período do estudo.

Enfim, um estudo composto por um levantamento de fontes primárias e por uma


triangulação através da realização de entrevistas com questionário semiestruturado.
Também inclui um conjunto de dados secundários, preferencialmente oriundos de
registros administrativos federais – especialmente, dos Ministérios do Trabalho e
Emprego e da Previdência Social –, mas, no geral, estrategicamente organizados sob a
forma de Apêndices, para os quais, às vezes, foram frequentes as referências, como
particularmente em relação ao capítulo 2.

5.1 A escolha da amostra

Para a realização das entrevistas, foi escolhida pelo autor da pesquisa uma amostra de
08 representantes ou ex-representantes de cada uma das três bancadas com participação
no CPN (governo, trabalhadores e empregadores), perfazendo um total de 24
entrevistados.

A quase totalidade dos entrevistados tinha 08 ou mais anos de participação no fórum, o


que ampliou as possibilidades de captar a percepção de avanços e retrocessos ocorridos
no período pesquisado.

Se considerado o número total de representantes titulares e suplentes do fórum como


sendo 30, pode-se dizer que foi ouvido o equivalente a 80% de sua composição.8

8
O questionário de pesquisa foi aplicado inicialmente para três membros de bancadas para validação das questões.
Foi priorizada a sua aplicação na fase das entrevistas para os ex-coordenadores do CPN e para membros do fórum
que se encontravam em reuniões de trabalho nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, considerando que o projeto
não dispunha de recursos para deslocamento do autor ou dos entrevistados.
83

5.2 Período de referência

Os dados primários coletados e utilizados na pesquisa referem-se ao período de 1996 a


2011, compreendendo um corte temporal de 15 anos a partir do ano de criação do CPN
e dos CPR, regulamentados pela Portaria n° 04, de 04 de julho de 1995 (BRASIL,
1995).

Foram levantadas como fontes primárias as pautas e as atas das reuniões do CPN no
período, as cartas de conclusão dos CMATIC de Porto Alegre e de Recife/Olinda, assim
como as atas referentes aos oito encontros regionais de CPR, disponíveis no sítio
institucional do CPN (CPN, 2011) e na página do CPN, no sítio do Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE, 2013).

5.3 Os atores sociais no CPN

A NR 18 prevê para o CPN a participação de 03 a 05 representantes de bancadas de


governo, trabalhadores e empregadores, que definem uma composição tripartite e
paritária, conforme disposto no seu Regimento Interno.

No fórum, o governo está representado por auditores fiscais do trabalho (AFT)


indicados pelo DSST/SIT e por pesquisadores indicados pela direção da Fundacentro,
sendo 05 titulares e igual número de suplentes. Os trabalhadores são indicados por
centrais sindicais ou confederações, quais sejam: Confederação Nacional dos
Trabalhadores da Construção/Central Única dos Trabalhadores (CONTICOM/CUT),
Força Sindical, Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI), União
Geral dos Trabalhadores (UGT) e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
(CTB). E os empregadores, pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e
pelo Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (SINICON),
respectivamente, representando os setores da construção civil e da construção pesada.
Está garantida a paridade das representações.
84

5.3.1 Descrição das instituições que compõem o CPN

5.3.1.1 Governo

O Ministério do Trabalho e Emprego, que detém a prerrogativa de regulamentar sobre


SST na indústria da construção prevista no Capítulo V da CLT, em seu artigo 200, está
representado no fórum pela Secretaria de Inspeção do Trabalho e pelo Departamento de
Segurança e Saúde no Trabalho, como instâncias responsáveis pela promulgação de
normas que versam sobre segurança e saúde no trabalho, por meio de auditores fiscais
do trabalho lotados nas Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego (SRTE), e
pela Fundacentro, órgão do mesmo ministério responsável pela formação e pesquisa em
SST.

5.3.1.2 Empregadores

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) foi fundada em 1957, no estado


do Rio de Janeiro, com o objetivo de tratar de questões ligadas à indústria da construção
e ao mercado imobiliário e de ser a representante do setor no Brasil e no exterior.
Sediada em Brasília, a CBIC reúne 62 sindicatos e associações patronais do setor da
construção das 27 unidades da Federação.

A CBIC representa, internacionalmente, a indústria brasileira da construção. Também


integra a Federação Interamericana da Indústria da Construção (FIIC), filiada à
Confederação Internacional das Associações de Construção (CICA). A FIIC,
representante do setor da construção em toda a América Latina, compõe, em conjunto
com entidades internacionais de outras regiões geográficas, um organismo responsável
pelo intercâmbio mundial do setor.

O Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (SINICON) foi fundado em


1959 e possui 450 empresas filiadas do setor de obras de consolidação e expansão da
infraestrutura (estradas, pontes, hidrelétricas, irrigação e saneamento).

A Associação Nacional da Construção Pesada (ANEOR) representa empresas do setor


de infraestrutura e foi fundada em 1988 com o objetivo de congregar as empresas de
obras rodoviárias.
85

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) é a entidade patronal que representa o


setor da indústria brasileira. Reúne 27 federações de indústria e mais de 1300 sindicatos
patronais; foi criada em 1938.

5.3.1.3 Trabalhadores

Os trabalhadores estão representados no CPN pelas mesmas entidades sindicais de


trabalhadores que representam o País na Conferência Internacional do Trabalho e nas
mesas de negociação do MTE. São elas:

• Confederação Nacional dos Trabalhadores da Construção (CONTICOM),


filiada à Central Única dos Trabalhadores, teve sua origem na Federação
Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção e Madeira em
1999.

• Força Sindical – central sindical criada em 1991, representa trabalhadores


de todos os setores econômicos por meio dos sindicatos filiados.

• Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), criada em 2007


para representar sindicatos de trabalhadores e trabalhadoras, de servidores e
servidoras públicas e também do setor informal, aposentados e pensionistas.

• União Geral dos Trabalhadores (UGT), fundada em 2007 para representar


os trabalhadores dos setores da indústria e de serviços. Em sua Declaração
de princípios, no artigo n°33, defende o tripartismo como o espaço efetivo
do diálogo social e o consenso na tomada de decisões.

• Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria (CNTI), fundada em


1941. Atualmente congrega 45 federações de trabalhadores e 900 sindicatos.
Em seu Centro de Treinamento Educacional (CTE) sediou 04 dos 08
Encontros Nacionais de CPR.

• Há ainda a previsão para o denominado Grupo de Apoio Técnico e


Científico (GATC), que conta com apenas uma indicação encaminhada pela
CNI de um técnico do SESI-BA.
86

As entidades participantes do CPN são as mesmas que representam o setor em fóruns


internacionais.

5.4 Critérios para análise de conteúdo das fontes primárias

O escopo deste estudo, de um lado, é refletir sobre quais são os instrumentos de


políticas públicas em prática na regulamentação de normas de procedimento
compulsório no Brasil e, de outro, analisar o conteúdo dos regulamentos específicos
gerados no âmbito do CPN no período do estudo.

Para a análise de conteúdo da regulamentação produzida e registrada em portarias


aprovadas pelo CPN, foram utilizados os seguintes critérios como eixos estruturantes:

• Normas com impacto em processos de engenharia de produtos – aquelas que


implicam a adoção de especificações técnicas para máquinas e
equipamentos (ex.: especificação de cabo de aço para uso em andaimes
suspensos, elevadores de obras, etc.).

• Normas com características estruturantes ou sociais/trabalhistas – aquelas


cujos preceitos vão determinar procedimentos com impactos na concepção
de tarefas e na organização do trabalho (ex.: formação de trabalhadores,
introdução dos conceitos de gestão em SST, promoção de campanhas
informativas de âmbito nacional, estratégias para a contratação de mão de
obra, promoção do trabalho decente, etc.).

• Normas com impacto na saúde do trabalhador – aquelas que impactam na


promoção da saúde dos trabalhadores direta (ex.: alimentação dos
trabalhadores, lazer, ergonomia, etc.) e indiretamente, intervindo na cadeia
produtiva, na eliminação da fonte de fatores de risco e de agravo à saúde
(ex.: eliminação de substâncias químicas agressivas na composição das
matérias primas, proteção de máquinas, etc.).

• Referencial teórico de autoria do auditor fiscal do trabalho Carlos Pontes, da


Superintendência Regional do Trabalho e Emprego da Paraíba (SRTE-PB),
87

constante da ata da reunião ordinária do CPN de 17/04/2006 (ver ANEXO


“C”).

5.5 Indicadores de resultados

Neste sentido, com base nos resultados obtidos, foram observados e analisados os
possíveis fatores tais como: redução de taxas de acidentes de trabalho; manutenção do
esforço fiscal na implementação da NR 18 e do modelo tripartite na elaboração e
atualização do texto normativo.

5.6 Procedimentos para coleta de dados

• Análise de documentos (fontes primárias) – atas das reuniões ordinárias e


extraordinárias (disponíveis no site do MTE), anais dos congressos e dos
encontros nacionais coordenados pelo CPN e portarias que determinaram
alterações no texto da NR, para entender as questões trazidas pelos objetivos
específicos (alíneas A, B, página 35).

• Levantamento de dados via entrevistas semiestruturadas (APÊNDICE C),


para verificar a percepção sobre os avanços e os retrocessos do processo
tripartite de regulamentação por parte dos membros titulares e suplentes do
CPN e de seus ex-coordenadores e em um CPR estadual, para compreensão
dos objetivos específicos – alíneas C (página 35), D, E, F (página 36). As
entrevistas foram registradas em arquivo eletrônico reproduzindo o
conteúdo das respostas simultaneamente à entrevista. Para isto, fez-se a
leitura do texto escrito após cada resposta, submetendo-se o conteúdo à
aprovação dos entrevistados no processo de aplicação do questionário da
pesquisa.

5.6.1 Procedimento anterior à realização das entrevistas

Inicialmente apresentou-se o projeto de pesquisa e seus objetivos geral e específicos aos


atores sociais que compunham o fórum tripartite, em reunião ordinária do CPN,
realizada em novembro de 2012 no auditório do Sindicato Nacional da Indústria da
88

Construção Pesada, no Rio de Janeiro, quando foi solicitada a colaboração dos presentes
para responder oportunamente ao questionário da pesquisa.

5.6.2 Procedimentos para tratamento das informações obtidas

• Análise de conteúdo das resoluções e das deliberações do CPN e


confrontação com o texto da NR 18.

• Processamento de dados qualitativos, incluindo plano gráfico e tabular, além


de análise do conteúdo das questões abertas do questionário, destacando os
aspectos relacionados às questões.

Pontos centrais para subsidiar a análise de conteúdo dos documentos da pesquisa


e a elaboração das perguntas do questionário: tripartismo, mobilização social e
regulamentação.
89

6. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA

Neste capítulo retomam-se os objetivos geral e específicos do estudo, analisando a


experiência tripartite na regulamentação em SST para a indústria da construção a partir
dos dados levantados em fontes primárias, que demonstraram riqueza pela quantidade
de registros disponíveis, complementados pelas entrevistas com os integrantes do
fórum.

A trajetória do CPN, no aperfeiçoamento da regulamentação em SST e seus impactos na


implementação de políticas de gestão na indústria da construção, foi analisada e revelou
progressos principalmente quanto à adequação do instrumento normativo aos avanços
tecnológicos de processos construtivos e de máquinas e equipamentos introduzidos
maciçamente no setor, nas décadas de 1990 e 2000.

Constata-se que a trajetória do CPN foi caracterizada pela regularidade no tempo e


consistente em seus resultados, com impactos positivos na implementação de políticas
de gestão na indústria da construção, destacando-se o que diz respeito aos impactos na
redução dos índices de acidentes graves e fatais.

Também foi possível analisar criticamente o conteúdo das deliberações no âmbito do


comitê que tenham resultado em alterações da NR 18, no período de 1996 a 2011,
observando ainda os limites impostos pelas práticas e prioridades estabelecidas pelo
fórum.

A aplicação do questionário de entrevistas individuais permitiu a livre manifestação dos


entrevistados sobre como veem suas participações e contribuições ao fórum, enquanto
representantes de entidades com atuação na indústria da construção.

Outra possibilidade elencada como objetivo da pesquisa, que se revelou atendida pela
metodologia adotada, foi a de compreender como as atribuições legais e normativas do
CPN interferem na formulação da política de melhoria das condições e dos ambientes
de trabalho, principalmente quando confrontadas com o disposto no regimento interno
do fórum e com o seu real exercício.
90

As fontes consultadas ajudaram a compreender como as atribuições legais e normativas


do CPN interferiram na formulação da política de melhoria das condições e dos
ambientes de trabalho do setor e quais as interfaces criadas com outras instituições na
implementação da regulamentação e de boas práticas em SST.

Por fim, foi possível estabelecer o foco e os limites do modelo tripartite praticado no
âmbito do CPN e sua implementação junto a outros atores sociais de âmbito nacional e
regional, permitindo o reconhecimento do grau de mobilização social alcançado.

6.1 Análise documental

A análise dos documentos disponíveis nos sítios do MTE e da Fundacentro e no


institucional do CPN ajudou a entender como historicamente se organizou e evoluiu a
experiência tripartite vivenciada neste fórum, assim como a construir as perguntas do
questionário para a realização posterior das entrevistas com representantes do CPN.

Foram estudadas 67 atas de reuniões ordinárias do CPN, 14 portarias, os anais dos


CMATIC de Porto Alegre e Recife/Olinda – disponíveis no Centro Técnico Nacional
(CTN) da Fundacentro – e as agendas e as atas dos Encontros Nacionais e Regionais de
CPR.

Os conteúdos das atas do CPN produzidas no período de 1996 a 2011 foram analisados,
e o resultado da análise de cada um dos anos foi sistematizado por meio de quadro
demonstrativo (ver APENDICE “E”) dividido em 03 colunas intituladas:
“regulamentação”, “mobilização social” e “outros temas de interesse da pesquisa”. Os
temas elencados coincidem com aqueles presentes nos blocos de perguntas apresentadas
no questionário aplicado aos 24 membros e ex-membros do fórum e permitem uma
triangulação de dados com o resultado das entrevistas. Já na análise das fontes
primárias, o tema “tripartismo” foi analisado no bojo das duas primeiras colunas, já que
todas as ações transcritas nas atas resultam das discussões e ações do fórum tripartite.

As entrevistas podem apresentar viés em função do fator tempo, que tende a direcionar
os entrevistados para respostas principalmente fundadas em fatos e acontecimentos mais
recentes ou especialmente marcantes pelas suas atuações ou por demandas específicas
91

de suas bancadas ou instituições. Já nas atas é possível ser preservada a cronologia dos
fatos com possibilidades de resgate de aspectos e olhares igualmente importantes e
complementares, que permitem responder com maior exatidão e amplitude às questões
da pesquisa.

Dois aspectos iniciais identificados no processo de análise dos registros pesquisados


demandam destaque especial:

• A longevidade do CPN e a regularidade das reuniões do fórum tripartite,


que se reuniu ininterruptamente no período pesquisado, excetuando-se
apenas o primeiro semestre do ano 2003, em razão de mudança de governo.
No entanto, nesse semestre, o grupo manteve-se ativo cobrando do governo
a retomada dos trabalhos.

• A rigorosa observação da alternância (rodízio) da coordenação do fórum


exercida pelas três bancadas em períodos de 02 anos: governo, trabalhadores
e empregadores.

6.1.1 Quanto à regulamentação

Os temas predominantes da discussão sobre o aperfeiçoamento e a atualização da NR


18, no quesito “regulamentação”, foram: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
(CIPA), Serviço Especializado em Saúde e Medicina do Trabalho (SESMT), Programa
de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção (PCMAT),
elevadores de obra, andaimes suspensos, escavações/demolições/desmonte de rocha,
serra circular, plataformas de trabalho aéreo, redes de proteção, gruas, sistemas de
segurança para elevadores, andaimes fachadeiros.

A maioria desses temas representa aspectos de evolução tecnológica introduzidos no


setor ao longo do período pesquisado e não faziam parte do processo produtivo quando
da aprovação do texto da NR 18 em 1996.

As alterações e as inclusões aprovadas pelo fórum, no período do estudo, foram: novos


procedimentos para Recomendação Técnica de Procedimento (RTP) (1997); os CPR e
os prazos das empresas para atendimento à NR 18 (1998); requisitos para o uso de cinto
92

de segurança (1998); containers (2000); andaimes e plataformas (2001); cadeiras


suspensas (2002); gruas (2005); redes de segurança (2006); andaimes suspensos (2007);
plataforma de trabalho aéreo (2008); andaimes fachadeiros (2011); sistema de segurança
para elevadores (2011); revogação de comunicação de dados estatísticos (2011) e
transporte vertical de carga e pessoas (2011).

Houve, no período estudado, uma implementação continuada da atualização da NR 18


mediante a aprovação de novos dispositivos com periodicidade, na quase totalidade dos
casos, anual e nunca superior a 03 anos. Isto evidencia a normalidade vivenciada na
produção de regulamentação no âmbito do CPN.

Continuavam pendentes na agenda da última reunião do fórum, no período estudado:


movimentação e transporte de materiais e pessoas; impermeabilização; serra circular;
construção pesada; CIPA/Comitê Local de Segurança e Saúde no Trabalho (CLSST);
SESMT; PCMAT; fundações/escavações/desmonte. Os temas CIPA/CLSST e
SESMT/PCMAT entraram e saíram da pauta em mais de uma oportunidade sem
aprovação final. Este aspecto evidencia a dificuldade encontrada pelo fórum na
formulação e aprovação de dispositivos normativos de característica social ou da
organização do trabalho.

A discussão de ampliação dos dispositivos da NR 18 para atender às especificidades do


setor da construção pesada, encaminhada por meio da criação de um grupo de trabalho
tripartite, permanece na pauta do CPN por, pelo menos, 10 anos sem conclusão. Duas
explicações para este fato surgiram como resultado das entrevistas: a primeira foi a
dificuldade de entender se a construção pesada deveria compor a NR 18 ou uma norma
própria; a segunda, o fato de que o CPN se sobrecarregou com discussões sobre itens de
regulamentação para novas tecnologias de máquinas e equipamentos utilizados em
obras de edificação.

Foram temas ausentes nas discussões sobre a norma, no fórum, embora presentes com
destaque nas estatísticas de doenças relacionadas ao trabalho nos ambulatórios médicos
do setor: ruído, sobrecargas musculares, trabalho repetitivo, posturas inadequadas,
exposição excessiva ao sol, etc. Um fato que revela a preocupação do fórum com itens
que pudessem controlar situações de grave e iminente risco para os trabalhadores de
93

modo a evitar acidentes graves e fatais, deixando de priorizar, no período estudado,


outros temas, que não foram identificadas como fatores contribuintes na gênese dos
acidentes.

Tampouco foram registradas discussões sobre a questão de gênero para adaptações do


local e dos métodos de trabalho em canteiros de obra. Importante destacar que a
presença regular da força de trabalho feminina nos canteiros de obra é um fenômeno
mais recente, que demanda olhar um específico em função do crescimento do número
de mulheres em atividade no setor.

As discussões no CPN sobre regulamentação se limitaram a temas com impacto direto


na NR18. Não houve proposição e encaminhamentos para temas com impactos em
outras regulamentações afins vigentes, como, por exemplo, aspectos relacionados às
relações e à organização do trabalho (jornada, tarefas, informalidade, terceirização) ou
com impactos em outros instrumentos de regulamentação – Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Conselho Federal de
Engenharia e Agronomia (CONFEA), etc.

A ausência de iniciativas para ampliar o campo de abrangência da regulamentação em


SST no setor demonstra uma dificuldade interna do fórum em se relacionar com outros
parceiros sociais que também exercem funções na normatização de aspectos com
impacto nas relações e situações de trabalho.

6.1.2 Quanto à mobilização social

Neste quesito foram registradas, ao longo do espaço de tempo pesquisado, a realização


de vários congressos nacionais, encontros nacionais e regionais de CPR; a participação
do CPN em atividades multiplicadoras de entidades parceiras e iniciativas visando a
divulgação da NR 18 e o envolvimento de outras instituições afins.

Diferentemente do que concerne à regulamentação, nas iniciativas de mobilização social


em eventos e congressos, o fórum alcançou resultados mais abrangentes, reunindo
atores sociais de outros segmentos que desenvolvem ações direta ou indiretamente no
setor.
94

Já no início de seu funcionamento, o CPN atuou como instância legitimadora da NR 18,


que sofreu tentativas de suspensão de seus efeitos através de mandados de segurança
solicitados por representações patronais regionais, mediante liminares concedidas nos
estados de Goiás, Paraná, Tocantins e Minas Gerais e no Distrito Federal. A articulação
das bancadas, harmonizada com o objetivo de preservar o texto da norma, tida como
muito avançada pelo setor, permitiu a reversão do processo.

Os Congressos sobre Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção


(CMATIC) foram realizados em São Paulo, em uma etapa anterior à nova NR 18, no
Rio de Janeiro (1996), em Porto Alegre (1998), em Goiânia (2001), em Recife/Olinda
(2005) e em Belém (2009), reunindo, em média, 1500 participantes.

Aqui, pela sua importância histórica, há que se fazer referência ao I Congresso em São
Paulo, especialmente na colocação de Lima Júnior (1997) de que, por ocasião do
evento, realizado de 17 a 19 de novembro de 1987, fora elaborado um documento
intitulado “Carta à Nação”, que, embora redigido na época, ainda era atual. Do
congresso saíram propostas do governo, dos trabalhadores e dos empresários, que
continuariam sendo discutidas no CPN e em outros fóruns, e parte delas seriam
retomadas no III Congresso, em Porto Alegre, em 1998.

Prosseguindo em sua observação, Lima Júnior (1997) disse ter sido um marco o I
Congresso Nacional de Engenharia de Segurança, com seus vários seminários regionais.
Tanto que a Fundacentro considerou 1987 o ano da segurança e saúde na indústria da
construção, quando foram feitos cursos para lideranças sindicais, houve um exercício de
implantação de comitês regionais e uma experiência da comissão paritária Estadual
Intersindical de São Paulo, a primeira tentativa de discussão tripartite da qual ele
participara como técnico convidado. Segundo o autor, a base de toda a literatura técnica
de que se dispunha sobre o assunto fora concebida e executada naquela ocasião, quando
nasceu a série construção civil, com seus filmes, slides, transparências, unidade móvel
de ensino e outros instrumentos que a Fundacentro vinha ampliando e aperfeiçoando
desde então.

Em 1996 ocorreu o II CMATIC, na cidade do Rio de Janeiro, onde se deu publicamente


a apresentação da nova NR 18 e de suas instâncias tripartites de negociação. No mesmo
95

ano foi anunciada a realização do III CMATIC, em Porto Alegre, ocorrido somente no
ano de 1998 e cujo tema central foi: “Consolidação, avanços e novos desafios na
qualidade das condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção”. Os
painéis versaram sobre:

• Painel 1 – Experiência brasileira na discussão tripartite das condições e


meio ambiente de trabalho na indústria da construção

• Painel 2 – Novas tecnologias (em medidas de proteção coletiva, máquinas e


equipamentos) e riscos associados a novas metodologias e sistemas de
produção

• Painel 3 – Capacitação profissional e profissionalização com segurança

• Painel 4 – Sistema de gestão e organização do trabalho

• Painel 5 – Alimentação do trabalhador

E as mesas:

• Mesa 1 – Educação, treinamento e alfabetização do trabalhador

• Mesa 2 – Promoção da saúde do trabalhador na indústria da construção

• Mesa 3 – CIPA – Atuação e novas perspectivas

Em 2001, na cidade de Goiânia, os temas centrais foram:

• Conferências:

• Responsabilidade social das pessoas e das empresas da indústria da


construção

• Educação no exercício da cidadania e seus reflexos no mundo do


trabalho

• Painéis:

• Qualidade e Vida do Trabalhador na indústria da construção


96

• Ética e exercício profissional na indústria da construção

• Novas tecnologias nos processos construtivos

• Ensino de conteúdos sobre Higiene, Segurança e Saúde

• Condições de trabalho e vida nos canteiros de obra

• MPT e as questões de SST

Em 2005 foi realizado o V CMATIC nas cidades de Olinda e Recife. Entre as 13


premissas apresentadas na Carta de Pernambuco, elaborada durante o evento (ver
ANEXO “D”), destaca-se a 12ª:

A experiência tripartite deve ser consolidada e ampliada por meio do


exercício da negociação, da busca do consenso e do controle social. Deve ser
reforçado e consolidado o papel do comitê Permanente Nacional – CPN – e
dos Comitês Permanentes Regionais sobre Condições e meio ambiente de
Trabalho na Indústria da Construção – CPR, na definição e operacionalidade
dos programas e políticas de segurança e saúde na construção.

O VII CMATIC, previsto para Brasília, não ocorreu e foi substituído pela realização de
cinco encontros regionais: em Florianópolis, Belém, Salvador, Vitória e Goiás.

Em 2010, importante decisão tomada pelo CPN deliberou pela inclusão, na agenda do
fórum, de 05 itens dos 32 constantes na carta do CMATIC de Belém (ver ANEXO “E”),
garantindo a discussão e a implementação das proposições do congresso. Os itens
priorizados foram:

• recomendar às instituições de ensino técnico, profissionalizante e de terceiro


grau que incluam a SST em seus currículos;

• adequar a NR 18 à Convenção 167 e à Recomendação 175 da OIT;

• garantir maior participação dos membros do governo e dos representantes


dos empregadores nos próximos congressos;

• estimular a produção de bibliografia técnico-científica sobre SST na


indústria da construção;
97

• que o CPN e os CPR insiram na sua pauta de discussão a proposta da OIT,


consolidada no documento “Trabalho Decente nas Américas: uma agenda
hemisférica 2006-2015”, referente à meta de, num prazo de 10 (dez) anos,
reduzir a incidência de acidentes e enfermidades do trabalho em 20%;

• que o CPN assuma o papel que lhe cabe de indutor e articulador da


instalação e do funcionamento dos CPR no País.

Todos os congressos foram antecedidos por encontros regionais para estabelecimento


das temáticas discutidas nos eventos. Além da troca de experiências e da geração de
conhecimento, os temas que não encontraram espaço de discussão no fórum – tais
como: terceirização, qualidade de vida, ergonomia, gestão integrada em SST, entre
outros – foram amplamente debatidos nessas oportunidades.

No período de 1998 a 2004, o CPN coordenou encontros nacionais de CPR com


periodicidade anual, excetuando-se o ano de 2003, pelas razões anteriormente
justificadas. A partir de 2004 a periodicidade anual foi interrompida, e o formato
nacional foi substituído por um novo formato de encontros regionais organizados para
cinco regiões do País.

Há registro de sugestões e tentativas para organização de campanhas nacionais com o


tema melhorias das condições de trabalho e redução de acidentes e doenças relacionadas
ao trabalho no setor, que não se efetivaram.

Em 1996 foi anunciada a instalação de 09 CPR nos estados: Rio Grande do Sul, Bahia,
Goiás, Sergipe, Piauí, Minas Gerais, Pernambuco e São Paulo e no Distrito Federal.
Dessa data até o ano de 2011 foram contabilizados 40 CPR constituídos, 22 deles com
funcionamento regular e com importante grau de mobilização dos atores sociais locais.

Em 1997, o titular da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho do MTE informou


ao CPN sobre o estabelecimento, pelo governo, da prioridade nacional para inspeção em
canteiros de obra nas ações da auditoria fiscal do trabalho.

Em 1999 formou-se, por meio da Empresa Brasileira de Telecomunicações (Embratel),


uma cadeia nacional pela TV Executiva para divulgação e debates sobre a NR 18.
98

Simultaneamente foram realizadas iniciativas das entidades que integram o CPN para
divulgação de boas práticas em SST na indústria da construção como, por exemplo, as
MEGASIPAT em São Paulo, o lançamento nacional da cartilha “Peão Não, Cidadão!”
da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI), que promoveu
cursos de formação de líderes sindicais em SST em todo o País.

Quanto às ações de articulação entre o CPN e os CPR, o autor teve acesso às conclusões
dos encontros nacionais do período de 1999 a 2004, de 2007 a 2008, e dos encontros
regionais de 2011. Nestes documentos ficou evidente a preocupação do CPN em
estimular o funcionamento dos CPR e ampliar sua organização em capitais e cidades
com forte presença de obras de construção. Propostas de capacitação de todo o conjunto
de atores do processo produtivo (engenheiros, mestres, trabalhadores em geral,
auditores fiscais do trabalho, profissionais de segurança e saúde no trabalho) ocuparam
a agenda de trabalho de todos os fóruns desde a sua primeira versão em 1999 (ver
ANEXO “F”).

Também desses encontros surgiram propostas para ampliação das parcerias


institucionais e para uniformização e enquadramento de fornecedores de serviços e de
equipamentos para o setor, em relação à qualidade dos serviços prestados. Houve
espaço para a apresentação das experiências bem-sucedidas, garantindo sua reprodução
para outros fóruns regionais e para a propositura de sugestões de temas dos CMATIC.

Diante dos registros estudados, é possível concluir pela relevância desses encontros para
a consolidação e a divulgação nacional da regulamentação e para o avanço na melhoria
das condições de trabalho nos canteiros de obra. Destaca-se o V Encontro Nacional dos
CPR, no Centro de Treinamento Educacional da CNTI, em Luziânia/GO, em 2003,
como um desses momentos de intensa produção e de diagnóstico estratégico para o
funcionamento dos fóruns tripartites.

Outro exemplo importante foi o encontro regional sudeste, realizado em 2011 no


Serviço Social da Construção Civil de São Paulo (SECONCI-SP), quando já se
discutiram estratégias para garantir segurança no trabalho nas grandes obras previstas
para os eventos internacionais de 2014 e 2016.
99

No processo de levantamento de dados destacou-se o trabalho diferenciado


desenvolvido pelo CPR-PB, sobretudo, na mobilização dos atores sociais regionais. Este
CPR, com 17 anos de atividade ininterrupta, agrega mais de 20 instituições locais, entre
elas: órgãos da prefeitura e do Estado, sindicatos de categoria, universidades, centros de
referência em saúde, SENAI, SESI, além de profissionais de empresas construtoras,
todos em torno de ações voltadas para a melhoria das condições de trabalho no setor.
Atribui-se como missão “melhorar continuamente o ambiente de trabalho na indústria
da construção, tornando-o mais saudável e com maior qualidade de vida” e está
referendado pelas representações de trabalhadores e empregadores como fórum de
discussão das cláusulas de segurança para a convenção da categoria.

As discussões do CPR-PB avançam para temas muito além dos previstos no texto da
NR 18 e colocam-se sob a égide do trabalho seguro, saudável e decente. Para garantir a
implementação das agendas, lança mão de inúmeras estratégias. Já desenvolveu desde
peças teatrais, para sensibilização dos quadros funcionais das obras, até um programa
com a concessionária local de energia denominado “Programa de Redução de Acidentes
Elétricos na Indústria da Construção” (PRAE), que reduziu em 100% os acidentes de
trabalho por choques elétricos, em João Pessoa. E, por meio de acordo, garantiu a
implantação de PCMAT para todos os canteiros de obra, independentemente do número
de trabalhadores, avançando em relação à norma regulamentadora, que prevê esta
obrigatoriedade apenas para obras com mais de 20 trabalhadores. Este programa foi
institucionalizado pelas partes (sindicatos patronal e de trabalhadores) como sendo a
referência no processo de discussão da convenção coletiva de trabalho para questões de
SST.

Os esforços desenvolvidos no âmbito da maioria dos CPR obtiveram resultados muito


positivos principalmente no que diz respeito à mobilização social e na divulgação e
implementação da NR 18.

6.1.3 Outros temas de interesse da pesquisa

Outras iniciativas ou discussões importantes ocorridas no período, no CPN, aqui


registradas, têm como característica principal o fato de complementarem a visão e a
100

compreensão do estudo sobre os quesitos “regulamentação” e “mobilização social”.


Entre elas, citadas cronologicamente, constam:

• 1996 – CPN pede ao governo capacitação dos AFT na NR 18.

• 1997 – CPN discute a inclusão da NR 18 nos contratos de obras públicas.

• 1998 – CPN participa do atendimento à meta do PBQP de redução em 25%


em 04 anos dos acidentes de trabalho no País.

• 1999 – CPN participa de congresso mundial em SST da OIT, realizado no


Brasil, e conta sua experiência.

• 2000 – Bancada dos trabalhadores no CPN assume compromisso em


priorizar a divulgação da NR 18 no País.

• 2001 – CPN pede ao governo a ratificação da Convenção 167 da OIT.

• 2001 – CPN solicita a inclusão da NR18 nos requisitos básicos do PBQP


Habitat.

• 2002 – Governo lança Manual de Auditoria da NR18.

• 2003 – Tripartismo, incluindo o CPN, vence resistências na transição de


governo.

• 2004 – CPN encampa o “Programa Nacional de Eliminação da Silicose”.

• 2006 – OIT lança programa “Ação na construção Civil” e obtém inserção do


fórum tripartite.

• 2007 – Ministro do Trabalho e Emprego sugere inclusão, na agenda do


CPN, dos temas: terceirização e tarefas.

• 2008 – SIT reafirma importância dos fóruns tripartites na regulamentação


em SST.
101

• 2010 – CPN inclui discussão sobre Inclusão de Pessoas com Deficiência


(PCD) na agenda.

• 2011 – CPN cobra do governo fortalecimento da Fundacentro.

Todos os temas elencados acima são de grande relevância para a melhoria


das condições e dos ambientes de trabalho da indústria da construção e
desencadearam ações concretas a partir da discussão no fórum.

6.2 Entrevistas

O enfoque metodológico proposto neste trabalho tem em vista determinar a percepção


de um grupo composto por 08 representantes da bancada de governo, 08 representantes
da bancada dos trabalhadores e 08 representantes da bancada dos empregadores. Entre
eles, três ex-coordenadores do CPN e três representantes do CPR da Paraíba – um de
cada bancada, ou seja, mantida a paridade das representações.

A inclusão dos representantes do CPR-PB no rol dos entrevistados deveu-se à grande


quantidade de registros disponíveis produzidos pelo fórum, aos quais o autor teve
acesso, que demonstram a riqueza e o potencial de mobilização social presentes e
possíveis em fóruns tripartites.

Os questionários foram aplicados nos locais determinados pelos entrevistados, quais


sejam: unidades regionais ou sedes de suas instituições nas cidades de São Paulo, Rio de
Janeiro e João Pessoa.

As entrevistas duraram em média 1 hora, e as respostas foram registradas em arquivo


eletrônico com a identificação somente da bancada de cada entrevistado (governo,
trabalhadores, empregadores), e analisadas e sistematizadas por bancada, em separado,
para melhor identificação das diferenças de opinião existentes entre elas.

Essa sistematização reuniu blocos de perguntas afins, reproduzindo os temas principais


analisados pelo estudo para facilitar a sua compreensão, que restaram com a seguinte
distribuição:

• O tripartismo – perguntas n° 3, 4, 7, 9, 15.


102

• A regulamentação – perguntas n° 5, 6 e 8.

• A mobilização social – perguntas n° 10, 11, 12, 13 e 14.

As perguntas de n° 1 e 2 foram utilizadas, respectivamente, para identificar os


entrevistados segundo o seu tempo de participação no CPN e para aferir a percepção dos
atores sociais sobre a evolução havida no setor quanto à implementação da política de
melhoria das condições e dos ambientes de trabalho na indústria da construção.

Pelo número de respostas à pergunta n° 1, observa-se que a bancada dos empregadores


foi a que menos sofreu mudanças de representantes no período pesquisado – dos
entrevistados, sete tinham mais de 8 anos de participação no CPN e um tinha na faixa
entre5e 8 anos. Na bancada do governo, cinco participam há mais de 8 anos, um
participa há 6 anos e um há 1 ano. Na bancada dos trabalhadores, a distribuição por
tempo de participação foi a mesma da bancada do governo.

Há uma expressiva maioria de representantes entrevistados com mais de 8 anos de


participação. Mais da metade participaram do processo de reformulação da NR 18 nos
anos 1995/1996 e são detentores do conhecimento do processo histórico que determinou
a sua alteração.

Na pergunta n° 2, que trata da política de melhoria do setor em SST, os representantes


das três bancadas foram unânimes em reconhecer os avanços no período.
103

→ Questão 1

Há quanto tempo integra ou por quanto tempo integrou o


CPN?

12,5%

12,5% Entre 3 e 5 anos


Entre 5 e 8 anos
Mais que 8 anos
75%

Gráfico 3 – Bancada do governo:


governo distribuição
istribuição do tempo em que
integra ou integrou o CPN

Com relação à bancada do governo, a maior proporção dos entrevistados integra o


Comitê Permanente Nacional (75%) por tempo superior a 8 anos. Já os menores
percentuais (12,5%) correspondem aos integrantes com tempo no CPN de 3 e 5 anos e 5
e 8 anos, respectivamente.

Há quanto tempo integra ou por quanto tempo integrou o


CPN?

Mais que 8 anos 50,0%

Entre 5 e 8 anos 25,0%

Entre 3 e 5 anos 12,5%

Entre 1 a 3 anos 12,5%

Até um ano 0,0%

Gráfico 4 – Bancada dos trabalhadores: distribuição do tempo em que


integra ou integrou o CPN
104

Do total de representantes de trabalhadores entrevistados, 75% integram ou integraram


o CPN por mais de 5 anos. O restante (25%) integra ou integrou por menos de 5 anos.

Há quanto tempo integra ou por quanto tempo integrou


o CPN?

25,0%
Entre 5 e 8 anos
Mais que 8 anos
75,0%

Gráfico 5 – Bancada dos empregadores:


empregadores distribuição
istribuição do tempo em que
integra ou integrou
integ o CPN

A maioria dos empregadores integra ou integrou o CPN há mais de 8 anos (75%). Por
sua vez, a minoria integra ou integrou o CPN entre 5 e 8 anos (25%).

Análise conjunta e comparativa das três bancadas

→Questão 1

Há quanto tempo integra ou por quanto tempo integrou


o CPN?

Mais que 8 anos 66,7%

Entre 5 e 8 anos 20,8%

Entre 3 e 5 anos 8,3%

Entre 1 a 3 anos 4,2%

Até um ano 0,0%

Gráfico 6 – Análise conjunta das três bancadas: distribuição


istribuição do tempo
em que integra ou integrou o CPN
Mais da metade dos entrevistados (66,7%) integram ou integraram o CPN por 8 anos ou
mais. Entre 5 e 8 anos estão 20,8% dos entrevistados. Os demais entrevistados integram
ou integraram o CPN por, pelo menos, 1 ano e até 5 anos.

Gráfico 7 – Análise comparativa das bancadas: d


bancadas do tempo em que integra ou integrou o CPN

Observa-se que, nas três bancadas


CPN, com uma rotatividade inferior a 05 anos de 12,5% do total de entrevistados. Este
dado reflete o interesse e o co
fórum.

→Questão 2

Gráfico 8 – Bancada do governo: o


avanço
106

Todos os entrevistados (100%) responderam ter havido avanços na política de melhoria


das condições e do meio ambiente de trabalho na indústria da construção.

Houve avanços na política de melhoria das condições e do


meio ambiente de trabalho na indústria da construção?
0%

Sim
Não

100%

Gráfico 9 – Bancada
ancada dos trabalhadores:
trabalhadores opinião
pinião do entrevistado em
relação ao avanço de melhorias

Todos os entrevistados (100%) da bancada dos trabalhadores afirmaram que houve


avanços na política de melhorias das condições e do meio ambiente de trabalho na
indústria da construção.

Houve avanços na política de melhoria das condições e


do meio ambiente de trabalho na indústria da
construção?

100,0% Sim

Gráfico 10 – Bancada
ancada dos empregadores:
empregadores opinião
pinião do entrevistado em
relação ao avanço de melhorias
107

Todos os entrevistados da bancada dos empregadores disseram que houve avanços na


política de melhorias.

Análise conjunta das três bancadas

→ Questão 2

Houve avanços na política de melhoria das condições e do


meio ambiente de trabalho na indústria da construção?
0%

Sim
Não

100%

Gráfico 11 – Análise conjunta das três bancadas: opinião


pinião do entrevistado
em relação ao avanço de melhorias

Todos os entrevistados (100%) afirmaram que houve avanços na política de melhorias


das condições e do meio ambiente de trabalho
traba na indústria
tria da construção, o que,
que de
certa forma, converge com as tendências e as variações das taxas de acidentes do
trabalho detectadas na seção 2.3.1 (capítulo 2, página 49), ainda que as mesmas façam
referências apenass ao mercado formal de trabalho e se suportem
m em dados de registros
administrativos oficiais.
108

→Questão 2.a

Houve avanços na política de melhoria das condições e do


meio ambiente de trabalho na indústria da construção?
se sim

Medio
50% 50%
Grande

Gráfico 12 – Bancada do governo: opinião


o do entrevistado em
relação ao avanço de melhorias

Os avanços na política de melhoria das condições e do meio ambiente de trabalho na


indústria da construção foram classificados como médios pela metade dos entrevistados;
a outra metade classificou que os avanços foram grandes.

Se sim:

Muito grande 0,0%

Grande 62,5%

Médio 25,0%

Pequeno 12,5%

Muito pequeno 0,0%

Gráfico 13 – Bancada dos trabalhadores: opinião do entrevistado em


relação ao avanço de melhorias

Como todos os entrevistados responderam que houve avanço na política de melhoria,


todos responderam sim a esta
es a pergunta. A grande maioria afirmou que o avanço na
n
109

política de melhorias das condições e do meio ambiente de trabalho na indústria da


construção foi “grande” (62,5%), enquanto 25% e 12,5%, respectivamente, afirmaram
que o avanço foi “médio” e “pequeno”.

Houve avanços na política de melhoria das condições


e do meio ambiente de trabalho na indústria da
construção? Se sim.

Muito grande 25%

Grande 37,5%

Médio 25%

Pequeno 12,5%

Gráfico 14 – Bancada dos empregadores: opinião do entrevistado


em relação ao avanço de melhorias

Entre os empregadores entrevistados que responderam ter havido avanços na política de


melhorias, 37,5% disseram que os avanços foram grandes, enquanto apenas 12,5%
dizem ter sido avanços pequenos.
110

Análise conjunta
c e comparativa das três bancadas

→Questão 2.a

Se sim:

Muito grande 8,3%

Grande 50,0%

Médio 33,3%

Pequeno 8,3%

Muito pequeno 0,0%

Gráfico 15 – Análise conjunta das três bancadas: opinião


pinião do entrevistado
em relação ao avanço de melhorias

Como todos os trabalhadores responderam que houve avanço na política de melhorias,


todos responderam sim a esta
es a pergunta. Metade dos entrevistados afirmou que o avanço
naa política de melhorias das condições e do meio ambiente de trabalho na indústria da
construção
nstrução foi “grande” (50%), enquanto 33,3% afirmaram que o avanço foi “médio”,
8,3% afirmaram que o avanço foi “muito grande” e 8,3% afirmaram que o avanço foi
“pequeno”.
111

Houve avanços na política de melhoria das condições e do


meio ambiente de trabalho na indústria da construção?
Se sim:

Governo Empregadores Trabalhadores

Muito grande 8,3%

Grande 16,7% 12,5% 20,8%

Médio 16,7% 8,3% 8,3%

Pequeno 4,2% 4,2%

Muito pequeno

Gráfico 16 – Análise comparativa: opinião


opinião do entrevistado por bancada
em relação ao avanço de melhorias

Na bancada de governo, apenas um


um representante considerou o avanço pequeno e aposta
em uma revisão da NR 18 e numa mudança de rota para o CPN,
CPN como possibilidades de
melhoria do quadro atual. Quatro consideram o avanço como médio e citam como
problemas: a falta de conscientização dos empregadores em geral; o pequeno
contingente fiscal disponível para realizar ações de inspeção no setor; a falta de
treinamento da mão de obra em questões relacionadas à SST; a regulamentação que não
alcança as pequenas empresas e as áreas de montagem industrial e de construção
pesada.

Foram também registradas críticas pela falta de uma assessoria técnica na bancada dos
trabalhadores e pela preferência da bancada dos empregadores em priorizar aspectos
aspe
pontuais, em detrimento de abordagens mais estratégicas no CPN.

Três consideram o avanço como grande, sobretudo, pela melhoria visível nas áreas de
vivência das obras e pela adoção de proteções coletivas e de medidas de organização do
trabalho. Reconhecem,
ecem, porém, que houve um enfraquecimento da estrutura de governo
tanto na representação da comissão tripartite como na ação fiscal de campo.
112

A visão mais otimista quanto a esta questão é da bancada dos empregadores, se


somados os percentuais de “grande” e “muito grande”. Porém, a sensação predominante
de melhoria das condições e do ambiente de trabalho do setor está presente nas três
bancadas.

Um representante avalia o avanço como pequeno em função da grande demanda do


setor, que é nacional e emprega uma parcela expressiva da população brasileira, e
também porque não consegue visualizar ainda uma mudança de cultura.

Dois consideram o avanço grande e definitivo para grandes empresas e grandes obras
que respondem a outros comandos além da NR 18 (auditorias, certificações, impactos
na participação nos lucros e resultados (PLR), etc.). Porém, consideram-no médio ou
incipiente quando se trata de aplicar esta política para pequenas empresas e obras ou
para os setores de montagem industrial e construção pesada.

Três representantes consideram o avanço muito grande, principalmente em termos da


vivência tripartite no fórum nacional e nos regionais, fato que “pela primeira vez reuniu
três bancadas em busca de soluções para problemas que afetam a todos”, declara um
deles.

A bancada dos empregadores como um todo defende que o governo deveria dar mais
importância aos eventos nacionais (CMATIC) e regionais, buscando a permanente
divulgação da NR 18 e a mobilização das entidades parceiras.

Quanto à bancada dos trabalhadores, observa-se que o grau de insatisfação é pequeno


neste quesito, apenas um dos representantes considerou que o avanço alcançado foi
pequeno, tendo em vista que a regulamentação, por um lado, não atende às necessidades
de dois setores importantes da indústria da construção – montagem industrial e
construção pesada (portos, aeroportos, canais, vias, dutos, ferrovias, etc.) –, e por outro,
foi pouco implementada nos canteiros de obra em geral.

Três consideram o avanço como um resultado “médio” em função das peculiaridades


regionais que possibilitam a sua implementação mais efetiva em alguns estados e
cidades, e menos em outros e outras, e quatro avaliam como um “grande” avanço, que
só não é “muito grande” porque há uma incipiente apropriação da norma por parte dos
113

empregadores e não foram criadas instâncias apropriadas de organização dos


trabalhadores nos locais de trabalho para contribuir com uma implementação mais
efetiva da regulamentação.

6.2.1 Quanto
uanto ao tripartismo

As questões de número 3, 4, 7, 9 e 15 tratam de aspectos que visam compreender a


percepção dos atores sociais envolvidos no CPN/CPR quanto à importância dos fóruns
tripartites e o que eles representam para as suas instituições de origem.

Os resultados relativos às questões 3, 4, 7, 9 e 15 são apresentados a seguir,


seguir por
bancada.

a) Bancada do governo

→Questão 3

A direção de sua organização/entidade aporta demandas


específicas para os debates nas reuniões do CPN?

Quase Sempre 50%

Uma vez ou outra 12,5%

Muito Pouco 25%

Nunca 12,5%

Gráfico 17 – Bancada do governo:


governo opinião do entrevistado em
relação
elação ao aporte de demandas específicas

O maior percentual (50%) respondeu que “quase sempre” a direção aporta demandas
específicas. Os menores percentuais responderam “uma vez ou outra” e “nunca”
(12,5%, respectivamente).
114

→Questão 4

Qual a contribuição do CPN na redução da taxa dos


acidentes e das doenças relacionadas ao trabalho nos
canteiros de obra?

Grande 25%

Razoável 50%

Pouca 25%

Gráfico 18 – Bancada do governo:


governo opinião do entrevistado em relação
à contribuição do CPN

A maior proporção dos entrevistados (50%) considerou “razoável” a contribuição do


CPN nas taxas dos acidentes e das doenças de trabalho nos canteiros de obra. O
restante, igualmente, considerou que a contribuição para diminuir os acidentes e as
doenças de trabalho é “grande” e “pouca” (respectivamente, 25%).

→Questão 7

As expectativas de sua bancada são atendidas pelo CPN

25%

Pouco
Bem

75%

Gráfico 19 – Bancada do governo: opinião


pinião do entrevistado em relação ao
atendimento das expectativas de sua bancada pelo CPN
115

A maior proporção (75%) dos entrevistados respondeu que suas expectativas são “bem”
atendidas pelo CPN, enquanto a menor proporção disse que as suas expectativas são
“pouco” atendidas pelo CPN (25%).

→Questão 9

Qual a sua opinião sobre a necessidade de consenso para


deliberar as alterações da NR 18?

Sempre melhora os resultados 25%

Melhora o texto final 37,5%

Algumas vezes enfraquece 37,5%

Gráfico 20 – Bancada do governo: opinião


o do entrevistado em relação
ao consenso para alterações da NR 18

A maior parte dos entrevistados considera que o consenso para deliberar as alterações
da NR 18 “melhora o texto final” e que “algumas vezes enfraquece” (37,5%,
respectivamente). Já o menor percentual (25%) respondeu que o consenso no assunto
sempre “melhora
hora o texto final”.
116

→Questão 15

Em que momento você relata as discussões e as


deliberações do CPN à sua entidade/instituição

Não relata 12,5%

Informalmente 50%

Reunião específica de avaliação 37,5%

Gráfico 21 – Bancada do governo: opinião


pinião do entrevistado em relação
ao momento em que relata as discussões

A maioria (50%) diz que relata “informalmente” as discussões e as deliberações do


CPN à sua entidade/instituição. O menor percentual (12,5%) diz que “não relata” as
discussões e as deliberações do CPN à sua entidade/instituição.

b) Bancada dos trabalhadores

→Questão 3

A direção de sua organização/entidade aporta demandas


específicas para os debates nas reuniões do CPN?

Sempre 37,5%

Quase sempre 50,0%

Uma vez ou outra 0,0%

Muito pouco 12,5%

Nunca 0,0%

Gráfico 22 – Bancada dos trabalhadores: opinião


pinião do entrevistado
em relação ao aporte de demandas específicas
117

Metade dos entrevistados (50%) afirmou que a direção de sua organização/entidade


“quase sempre” aporta demandas específicas para os debates nas reuniões do CPN,
enquanto 37,5% afirmaram que a direção “sempre” aporta
aporta e 12,5% disseram que a
direção aporta “muito pouco”.

→Questão 4

Qual a contribuição do CPN na redução da taxa dos


acidentes e das doenças relacionadas ao trabalho nos
canteiros de obra?

Muito grande 12,5%


Grande 12,5%
Razoável 62,5%
Pouca 12,5%
Muito pouca 0,0%

Gráfico 23 – Bancada dos trabalhadores:


trabalhadores opinião do entrevistado
em relação à contribuição do CPN

Mais da metade dos entrevistados (62,5%) disseram que o CPN contribui de forma
“razoável” para a redução da taxa dos acidentes e das doenças relacionadas ao trabalho
nos canteiros de obra. Os demais (37,5%) se distribuíram nas outras opções.
118

→Questão 7

As expectativas de sua bancada são atendidas pelo CPN?

Sempre 0,0%

Bem 37,5%

Pouco 62,5%

Muito pouco 0,0%

Nunca 0,0%

Gráfico 24 – Bancada dos trabalhadores:


trabalhadores opinião
pinião do entrevistado em
relação ao atendimento das expectativas de sua bancada
pelo CPN

Mais da metade dos entrevistados (62,5%) afirmaram


afirma m que as expectativas de sua
bancada são “pouco” atendidas pelo CPN. Os outros entrevistados (37,5%) afirmaram
que as expectativas de sua bancada são “bem” atendidas pelo CPN.

→Questão 9

O consenso necessário para deliberar as alterações da NR


18:

Sempre melhora os resultados 50,0%

Melhora o texto final 25,0%

Não altera o resultado efetivo 0,0%

Algumas vezes enfraquece 12,5%

Enfraquece sua efetividade 12,5%

Gráfico 25 – Bancada dos trabalhadores: opinião do entrevistado em


relação ao consenso para alterações da NR 18
119

Metade dos entrevistados afirmou que o consenso “sempre melhora os resultados”, 25%
afirmaram que o consenso “melhora o texto final”, 12,5% disseram
di que “algumas vezes
o consenso enfraquece”, 12,5% disseram que “enfraquece sua efetividade”.

→Questão 15

Em que momento você relata as discussões e as


deliberações do CPN à sua entidade/instituição?
Não há interesse específico da
instituição/entidade
0,0%

Não relata 0,0%

Informalmente 0,0%

Reunião específica de avaliação 25,0%

Reunião de diretoria 75,0%

Gráfico 26 – Bancada dos trabalhadores:


trabalhadores opinião
pinião do entrevistado em
relação ao momento em que relata as discussões

Dos entrevistados, 75% relatam as discussões e as deliberações do CPN à sua


entidade/instituição na reunião de diretoria, enquanto 25% relata na reunião específica
de avaliação.
120

c) Bancada
ancada dos empregadores
emp

→Questão 3

A direção de sua organização/entidade aporta


demandas específicas para os debates nas regiões do
CPN?

Sempre 37,5%

Quase sempre 37,5%

Uma vez ou outra 12,5%

Muito pouco 12,5%

Gráfico 27– Bancada dos empregadores:


empregadores opinião
pinião do entrevistado em
relação ao aporte de demandas específicas

A maior parte dos empregadores disse


di que a direção de sua organização aporta
demandas para os debates “quase sempre” ou “sempre”, enquanto a minoria
minoria disse
di que a
organização aporta “uma vez ou outra” ou “muito pouco”.

→Questão 4

Qual a distribuição do CPN na redução da taxa dos


acidentes e das doenças relacionadas ao trabalho nos
canteiros de obra?

Muito grande 37,5%

Razoável 25%

Pouca 37,5%

Gráfico 28 – Bancada dos empregadores: opinião


pinião do entrevistado em
relação à contribuição do CPN
121

Quanto à distribuição do CPN na redução de algumas taxas, a maioria dos


empregadores ficou dividida entre “pouca” distribuição ou “muito grande”. Por sua vez,
a minoria diz ser uma distribuição razoável.

Questão 7

As expectativas de sua bancada são atendidas pelo CPN?

Sempre 25%

Bem 50%

Pouco 25%

Gráfico 29 – Bancada dos empregadores: opinião doo entrevistado em


relação ao atendimento das expectativas de sua bancada
pelo CPN

Os empregadores dizem que as expectativas da sua bancada são atendidas pelo CPN, a
maioria diz que são “bem” ou “sempre” atendidas, e a minoria afirma que suas
expectativas são “pouco” atendidas (25%).
122

→Questão 9

Qual a sua opinião sobre a necessidade de consenso para


deliberar as alterações da NR 18?

Sempre melhora os resultados 62,5%

Melhora o texto final 25%

Não altera o resultado efetivo 12,5%

Gráfico 30 – Bancada dos empregadores:


empregadores opinião do entrevistado em
relação ao consenso para alterações da NR 18

Quanto à questão da necessidade de consenso para deliberar as alterações da NR 18, a


maioria (62,5%) dos empregadores diz que “sempre melhora os resultados”. Por sua
vez, 25% diz que estaa questão “melhora o texto final”, e os outros 12,5% dizem que isso
“não altera o resultado efetivo”.

→Questão 15

Em que momento você relata as discussões e as


deliberações do CPN à sua entidade/instituição?

Informalmente 25%

Reunião específica de avaliação 25%

Reunião de diretoria 50%

Gráfico 31 – Bancada dos empregadores: opinião


pinião do entrevistado em
relação ao momento em que relata as discussões
123

Metade dos empregadores entrevistados relata as discussões e as deliberações do CPN


em reuniões de diretoria, enquanto a outra metade se divide em relatar informalmente
ou em reuniões específicas de avaliação.

6.2.2.1 O tripartismo: análise


nálise conjunta e comparativa das questões nº 3, 4, 7, 9, 15

→Questão 3

A direção de sua organização/entidade aporta demandas


específicas para os debates nas reuniões do CPN?

Sempre 25,0%

Quase sempre 45,8%

Uma vez ou outra 8,3%

Muito pouco 16,7%

Nunca 4,2%

Gráfico 32 – Análise conjunta das três bancadas: opinião


pinião do entrevistado
em relação ao aporte de demandas específicas

Do total de entrevistados, 45,8% afirmaram que a direção de sua organização/entidade


“quase sempre” aporta demandas específicas para os debates nas reuniões do CPN, e
25% dos entrevistados disseram que a diretoria “sempre aporta”. Apenas 4,2% dos
entrevistados disseram que a diretoria “nunca” aporta.
124

A direção de sua organização/entidade aporta demandas


específicas para os debates nas reuniões do CPN?
Governo Empregadores Trabalhadores

Sempre 12,5% 12,5%

Quase sempre 16,7% 12,5% 16,7%

Uma vez ou outra 4,2% 4,2%

Muito pouco 8,3% 4,2% 4,2%

Nunca 4,2%

Gráfico 33 – Análise comparativa: opinião


opinião do entrevistado por bancada
em relação ao aporte de demandas específicas

Observa-se
se que a bancada dos trabalhadores declara-se
declara se como a mais comprometida com
o CPN quanto à relevância a ele dada pela direção de suas entidades, sugerindo um grau
de confiança na resolutividade do fórum tripartite.

→ Questão 4

Qual a contribuição do CPN na redução da taxa dos


acidentes e das doenças relacionadas ao trabalho nos
canteiros de obra?

Muito grande 16,7%


Grande 12,5%
Razoável 45,8%
Pouca 25,0%
Muito pouca 0,0%

Gráfico 34– Análise conjunta das três bancadas: opinião


pinião do entrevistado
em relação à contribuição do CPN

Quase a metade dos entrevistados (45,8%) disse que o CPN contribui de forma
“razoável” na redução da taxa dos acidentes e das doenças relacionadas ao trabalho nos
canteiros de obra. Os demais (54,2%) se distribuiram nas outras opções.
125

Qual a contribuição do CPN na redução da taxa dos


acidentes e das doenças relacionadas ao trabalho nos
canteiros de obra?
Governo Empregadores Trabalhadores

Muito grande 12,5% 4,2%


Grande 8,3% 4,2%
Razoável 16,7% 8,3% 20,8%
Pouca 8,3% 12,5% 4,2%
Muito pouca

Gráfico 35 – Análise comparativa: opinião


opinião do entrevistado por bancada
em relação à contribuição do CPN

A bancada dos empregadores é a que estabelece maior relação entre as ações do CPN e
os resultados alcançados na redução das taxas de acidentes no setor.
setor

→Questão 7

As expectativas de sua bancada são atendidas pelo CPN?

Sempre 8,3%

Bem 54,2%

Pouco 37,5%

Muito pouco 0,0%

Nunca 0,0%

Gráfico 36 – Análise conjunta das três bancadas: opinião


pinião do entrevistado
em relação ao atendimento das expectativas de sua bancada
pelo CPN

Mais da metade dos entrevistados (54,2%) afirmaram


afirma m que as expectativas de sua
bancada são bem atendidas pelo CPN. Os outros entrevistados (37,5%) afirmaram que
126

as expectativas de sua bancada são


sã “pouco” atendidas pelo CPN, 8,3% afirmaram que
as expectativas de sua bancada são “sempre” atendidas pelo CPN.

As expectativas de sua bancada são atendidas pelo CPN?


Governo Empregadores Trabalhadores

Sempre 8,3%

Bem 25,0% 16,7% 12,5%

Pouco 8,3% 8,3% 20,8%

Muito pouco

Nunca

Gráfico 37 – Análise comparativa: opinião


opinião do entrevistado por bancada
em relação ao atendimento das expectativas de sua bancada
pelo CPN

Somados os resultados das respostas “sempre” e “bem”,


“bem” conclui-se
se que a bancada dos
empregadores é a que se considera melhor atendida pelas deliberações do
d CPN, seguida
pela bancada do governo.

→Questão 9

O consenso necessário para deliberar as alterações da NR


18:
Sempre melhora os resultados 45,8%

Melhora o texto final 29,2%

Não altera o resultado efetivo 4,2%

Algumas vezes enfraquece 16,7%

Enfraquece sua efetividade 4,2%

Gráfico 38 – Análise conjunta das três bancadas: opinião


pinião do entrevistado
em relação ao consenso para alterações da NR 18
127

Segundo o Gráfico 38,, 45,8% dos entrevistados afirmam que o consenso “sempre
melhora os resultados”, 29,2% afirmam que o consenso “melhora o texto final”,
final 16,7%
dizem que algumas vezes o consenso enfraquece, 4,2%
4, dizem que “enfraquece sua
efetividade”, 4,2% dizem que “não altera o resultado efetivo”.

O consenso necessário para deliberar as alterações da NR


18:
Governo Empregadores Trabalhadores

Sempre melhora os resultados 8,3% 20,8% 16,7%

Melhora o texto final 12,5% 8,3% 8,3%

Não altera o resultado efetivo 4,2%

Algumas vezes enfraquece 12,5% 4,2%

Enfraquece sua efetividade 4,2%

Gráfico 39 – Análise comparativa: opinião


opinião do entrevistado por bancada
em relação ao consenso para alterações da NR 18

A bancada dos empregadores é a que mais valoriza


valoriza o consenso para as deliberações no
fórum.

→Questão 15

Em que momento você relata as discussões e as


deliberações do CPN à sua entidade/instituição?
Não há interesse específico da
instituição/entidade
0,0%

Não relata 4,2%

Informalmente 25,0%

Reunião específica de avaliação 29,2%

Reunião de diretoria 41,7%

Gráfico 40 – Análise conjunta das três bancadas: opinião


pinião do entrevistado
em relação ao momento em que relata as discussões
128

Segundo o Gráfico 40, 41,7% dos entrevistados relatam suas discussões e as


deliberações do CPN à sua entidade/instituição na reunião de diretoria, enquanto 29,2%
relatam na reunião específica de avaliação, 25% informalmente e 4,2% não relatam.

Em que momento você relata as discussões e as


deliberações do CPN à sua entidade/instituição?
Governo Empregadores Trabalhadores

Não há interesse específico da


instituição/entidade

Não relata 4,2%

Informalmente 16,7% 8,3%

Reunião específica de avaliação 12,5% 8,3% 8,3%

Reunião de diretoria 16,7% 25,0%

Gráfico 41– Análise comparativa: opinião do entrevistado por bancada


em relação ao momento em que relata as discussões

Existe coerência nas respostas cruzadas na bancada dos trabalhadores,


trabalhadores no que diz
respeito à importância do CPN para suas instituições de origem.

Para a bancada do governo,


governo a percepção majoritária é de que tanto a direção da
Secretaria de Inspeção do Trabalho/Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho
(SIT/DSST) quanto a da Fundacentro
undacentro orientam seus representantes e mantêm
mant canais de
comunicação institucionais para receber e enviar informações
es sobre o funcionamento do
CPN, quando analisada a resposta à questão n° 3. Ou seja, mantêm
m um alto grau de
interesse pelo que se passa no fórum.

No entanto, quando confrontada com as respostas para a questão n° 15,


15 que pergunta
como se dá o retorno das decisões do fórum às suas respectivas instituições,
instituições percebe-se
que o relato ou é informal ou inexistente para os representantes da SIT/DSST, em
contraponto com o alegado interesse institucional.
129

Na Fundacentro realiza-se uma reunião específica em que os resultados das


participações de seus representantes, em todas as comissões e fóruns, são relatados,
incluindo aqueles resultantes das reuniões do CPN. Um dos entrevistados, representante
dessa entidade, lamenta que, no passado, 25 servidores tenham se envolvido no projeto
da indústria da construção em âmbito nacional, contra não mais do que os 12 servidores
atuais.

As respostas de governo (SIT/DSST e Fundacentro) às questões n° 3 e n° 15 revelam


contradições que deixam dúvidas sobre o grau de interesse e comprometimento com
investimentos destinados ao setor em suas políticas institucionais.

Sobre a contribuição do CPN para a redução dos acidentes graves e fatais (questão 4), a
bancada do governo avaliou o resultado, em uma escala “muita pouca”, “pouca”,
“razoável”, “grande” e “muito grande”, como apenas “razoável”. Foram elencados os
seguintes fatores que impediram, segundo a bancada, uma maior contribuição: baixa
integração do CPN com outros órgãos afins de governo (Ministério da Previdência
Social, Ministério da Saúde, Ministério das Cidades); regulamentação excessivamente
prescritiva e não de gestão; a não realização de campanhas nacionais para divulgação do
trabalho seguro e decente e a baixa atuação do CPN junto a órgãos federais que
contratam obras públicas.

A questão n° 7 justifica-se como a possibilidade de aferir o grau de satisfação com o


atendimento às expectativas das bancadas pelas ações desenvolvidas no e pelo CPN,
para a qual foi adotada a seguinte escala: “nunca”; “muito pouco”; “pouco”; “bem” e
“sempre”.

A resposta demonstra uma clara contradição: majoritariamente assinalada como a


alternativa “bem”, a resposta foi justificada como sendo “bem” atendida, todavia, em
função das baixas expectativas e das poucas demandas encaminhadas ao grupo pelas
respectivas instituições. Basicamente, o fórum é visto como um centro de discussões
para atualização tecnológica da NR 18, e não para discutir políticas em SST para o setor
da indústria da construção. Sendo assim, como a demanda é limitada, a resposta a ela é
entendida pelos entrevistados da bancada do governo como satisfatória. Lamentam que
o fórum não amplie o universo de discussões e articulações.
130

Ainda no bloco de perguntas sobre o tripartismo e seu funcionamento no âmbito do


CPN, a questão n° 9, referente à prática adotada para tomada de decisões por consenso
entre as três bancadas, encontra uma defesa com limites para a maioria dos
entrevistados. Lamentam também que questões relevantes como a regulamentação da
CIPA da construção, as novas disposições para andaimes suspensos, a substituição de
tubulões a céu aberto e o SESMT da construção tenham ficado ou sem resposta ou com
medidas atenuadas do ponto de vista técnico pela falta do consenso. Defendem que o
consenso tem limites e que “no impasse, o governo deve decidir”, segundo avalia um
dos entrevistados.

No que concerne à bancada dos trabalhadores, na resposta à questão n° 3, os


representantes afirmam que recebem demandas de suas centrais sindicais e
confederações, citando como exemplo a solicitação de regulamentação de andaimes
suspensos, da CIPA e do SESMT. Relatam as discussões e as ações do CPN em
reuniões de diretoria e expedem um relatório eletrônico informativo para os seus
sindicatos de base.

Houve coerência entre as respostas para as questões de n° 3 e n° 15, ou seja, segundo os


entrevistados, suas direções têm compromisso e interesse pelo que se passa no CPN.

Quanto à contribuição do fórum para a redução da taxa de acidentes, proposta na


questão 4, os entrevistados consideram-na “razoável”, em uma escala que vai de “muita
pouca” até ”muito grande”, pela inclusão, na NR 18, de itens que melhoram as
condições de trabalho em altura e impedem as quedas de altura.

Para a questão de n° 7, que trata das expectativas da bancada em relação ao CPN, os


entrevistados optaram majoritariamente pela alternativa “pouco”, em uma escala que vai
de “nunca” até “sempre”. Justificam como problemas a demora no processo de
discussão e aprovação, a necessidade de consenso e a dificuldade da bancada dos
empresários em compreender e aceitar pleitos da bancada de trabalhadores.

Na questão relativa ao consenso no tripartismo, a bancada mostrou-se dividida. Os


argumentos apresentados pelos defensores da prática foram, entre outros: “esta prática
justifica o tripartismo”, “é importante para impedir retrocessos e preservar a fragilidade
131

conjuntural de uma ou outra bancada”, “é necessária”. Já para os contrários, o consenso


às vezes não é possível, deveria prevalecer a lógica, ou seja, questões de risco para os
trabalhadores se impõem e exigem atitudes imediatas e deliberação do governo.

Para os empregadores, existe um manifesto interesse das entidades pelo fórum tripartite,
seja encaminhando demandas específicas através de seus representantes, seja
propiciando inclusão nas pautas pré-estabelecidas, em suas reuniões de diretoria, para
apresentação das discussões do CPN.

A transcrição a seguir confirma as respostas dos outros entrevistados da bancada


patronal:

com idas e vindas à coordenação (leia-se direção) da minha entidade se fez


presente na preparação da minha participação no fórum, principalmente nos
últimos dois anos (2010 e 2011). A entidade está ativa, contribuindo para o
tripartismo em SST com ações articuladas no segmento da indústria.

As respostas às perguntas n° 3 e n° 15 revelam grande disposição e interesse das


entidades patronais do setor em se fazerem presentes no fórum por meio de seus
representantes e em mantê-lo ativo.

Quanto à contribuição do CPN para a redução das taxas de acidentes de trabalho


(pergunta n° 4 do questionário), a bancada se manifesta dividida pela mesma razão. Ou
seja, metade entende que é “pouca”, já que o produto das discussões do CPN somente
impacta a norma com a adoção de medidas prescritivas e não avança para um
concertação social mais ampla; a outra metade entende que é “muito grande” justamente
pelo fato de ter a NR 18 incorporado novos dispositivos que garantem mais segurança
para os trabalhos em altura (elevadores de obra, gruas, andaimes suspensos, etc.).

Para a pergunta n° 7, a bancada, majoritariamente, deu como resposta que suas


expectativas são “bem” atendidas pelo CPN e cita como exemplo negativo a não
conclusão da discussão da CIPA da construção ou o seu equivalente, na forma de
comitês de segurança da obra, tema que ocupou a agenda do fórum por mais de 10 anos
seguidos sem nenhuma solução.

Quanto ao consenso previsto na pergunta n° 9, a bancada foi unânime em reconhecer


sua importância para justificar o tripartismo com equilíbrio entre as bancadas. Entende
132

que o resultado final das decisões tomadas “sempre melhora” com esta prática,
prática
entendida como democrática.

6.2.2 Quanto à regulamentação

Neste bloco foram reunidas e analisadas as respostas das bancadas para as questões 5,6
e 8, que tratam das possibilidades de incorporação de abordagens
a mais holísticas na
regulamentação e na prática tripartite em SST levada a cabo pelo CPN,
CPN para o setor da
indústria da construção.

a) Bancada do governo

A bancada do governo reconhece que temas relacionados com a organização do


trabalho, a gestão e os métodos,
métodos as formas de contratação e as jornadas de trabalho não
são objeto de discussão no fórum, embora reconheça a sua pertinência para a melhoria
das condições e dos ambientes de trabalho.

→Questão 5

O CPN dá conta de tratar das questões relacionadas com


o planejamento, a organização de trabalho e as tarefas
nos canteiros de obra em suas discussões e deliberações
normativas?

25%
Não
Muito Pouco
75%

Gráfico 42 – Bancada do governo: opinião do entrevistado em relação


ao tratamento de questões pelo CPN

Do total de entrevistados, 75% disseram que o CPN “não” dá conta de tratar das
questões relacionadas com o planejamento, a organização de trabalho e as tarefas nos
133

canteiros de obra em suas discussões e deliberações normativas, e 25% responderam


que “muito pouco” o CPN dá conta de tratar destas questões. E elencam como
justificativas para tal:: não serem pautadas
pautad s pelas bancadas e pela coordenação; não
surgirem como demandas dos CPR; não haver disponibilidade de tempo em função da
periodicidade das reuniões para aprofundamento nestes temas; existir prioridade nas
discussões para máquinas e equipamentos e a característica mais técnica e prescritiva
das alterações da NR 18 aprovadas até agora pelo fórum. Dois depoimentos se destacam
para ilustrar tal posição:

Normalmente
ormalmente atuamos para apagar incêndio quando surge alguma demanda
de uma nova tecnologia ainda não prevista na norma ou quando alguma coisa
dáá errado,
errado como no caso dos elevadores a cabo. (Representante
epresentante da bancada de
governo)
governo).
O CPN é muito tecnicista, só se ocupa em alterar a norma envolvendo
máquinas e equipamentos e esquece-se de tratar e referenciar outras questões
voltadas para a ergonomia, impactos ambientais, controle do ruído nas obras,
etc. (Representante da bancada de governo).

Esses depoimentos corroboram


corrobora os resultados observados quando da análise da questão
3, que trata
ata do aporte de demandas específicas
específicas pela direção das entidades de governo
nos debates, nas reuniões do CPN.

→Questão 6

O CPN enfoca as questões relacionadas ao trabalho


decente em suas discussões e deliberações?

Razoavelmente 37,5%

Muito Pouco 37,5%

Não 25%

Gráfico 43 – Bancada do governo:


governo opinião
pinião do entrevistado em relação ao
enfoque de questões relacionadas ao trabalho decente pelo CPN
134

Os maiores percentuais mostram que o CPN enfoca “razoavelmente” e também “muito


pouco” (respectivamente, 37,5%) questões relacionadas ao trabalho nas suas discussões
e deliberações. A minoria (25%) disse que o CPN “não enfoca” tais questões.

Na resposta à questão n° 6,
6 que amplia o universo das discussões no CPN de alteração
de norma para articulação de uma política com repercussões na satisfação
atisfação no trabalho,
trabalho
dentro da agenda do trabalho decente propugnada pela OIT, a bancada se manifesta
reconhecendo o caráter predominantemente
predom tecnicista do fórum.. Excetuando-se
discussões pontuais, sem encaminhamentos posteriores,
posteriores sobre capacitação e formação
de mão de obra, nenhum outro aspecto é abordado.

Mesmo as apresentações que


qu versam sobre o tema “trabalho decente” nos CMATIC
CM não
retroalimentam as agendas do CPN,
CPN que, de fato, deveriam, sim, ultrapassar um marco
somente balizado na regulamentação.
regulamentação Porém, se mantêm
m voltadas para discussões sobre
máquinas e equipamentos utilizados nas obras do setor.

A bancada de governo reconhece que a abordagem dos temas relacionados ao trabalho


decente deveria ser permanente nas discussões e ações do fórum.

→Questão 8

A NR 18 atende as necessidades do setor da indústria da


construção?

Bem 12,5%

Razoavelmente 75%

Pouco 12,5%

Gráfico 44 – Bancada do governo: opinião do entrevistado em relação


ao atendimento da NR 18
135

A maior parte (75%) dos entrevistados respondeu que a NR 18 atende “razoavelmente”


àss necessidades do setor da indústria da construção. Já a minoria respondeu que a NR
18 atende “bem” e “pouco” àss necessidades do setor (respectivamente, 12,5%).

Quando
uando a pergunta é sobre a NR 18 e sua eficiência (n° 8), a bancada reconhece que a
norma atende “razoavelmente” às necessidades do setor, excetuando-se
se os segmentos da
construção pesada e para novas metodologias construtivas (pré-moldados,
moldados, alvenaria
estrutural,
tural, etc.), que não estão contemplados. Destaque-se que, na escala proposta para
esta pergunta, “razoavelmente”
“razoavelmente situa a resposta dos entrevistados entre 60% e 80% de
aprovação.

b) Bancada dos trabalhadores

Para as mesmas questões na


n bancada dos trabalhadores, a percepção majoritária é de
que os aspectos apresentados na questão de n° 5 são pertinentes ao fórum,
fórum mas não
chegam a entrar nas pautas de reuniões.

→Questão 5

O CPN dá conta de tratar das questões relacionadas com o


planejamento, a organização de trabalho e as tarefas nos
canteiros de obra em suas discussões e deliberações
normativas?

Completamente 0,0%

Muito bem 12,5%

Razoavelmente 12,5%

Muito pouco 37,5%

Não 37,5%

Gráfico 45 – Bancada dos trabalhadores: opinião


pinião do entrevistado em
relação ao tratamento de questões pelo CPN

Do total de entrevistados, 62,5% disseram que o CPN “não” dá conta ou dá conta


“muito pouco” de tratar das questões relacionadas com o planejamento, a organização
136

do trabalho e as tarefas nos canteiros de obra em suas discussões e deliberações


normativas. Uma pessoa (12,5%) afirmou que o CPN dá conta “razoavelmente”,
“razoavelmente” outra
(12,5%) afirmou
firmou que dá conta “muito bem”.
bem” Como justificativas para tal, enumeram:
e os
representantes
es das bancadas não têm
t formação e qualificação
ação apropriada para a
discussão, não têm
m poder de decisão para levar adiante as providências
provid ncias; falta vontade
política para inserir tais questões nas pautas. Nestee sentido, um depoimento de um
representante da bancada se destaca: “o assunto é devido, porém, não encontra eco, há
falta de vontade política para tratar destas questões”.

Quanto ao trabalho decente (questão n° 6),


6) as opiniões se dividiram entre os
representantes da bancada:
bancada uma parte optou pela alternativa “não”, outra parte pela
alternativa “razoavelmente”.

→Questão 6

O CPN enfoca as questões relacionadas ao trabalho


decente em suas discussões e deliberações?

Frequentemente 12,5%

Muito 12,5%

Razoavelmente 25,0%

Muito pouco 25,0%

Não 25,0%

Gráfico 46 – Bancada dos trabalhadores: opinião


o do entrevistado em
relação ao enfoque de questões relacionadas ao trabalho
decente pelo CPN

A maioria dos entrevistados (75%) disse que o CPN “não” enfoca, enfoca “muito
pouco” ou enfoca “razoavelmente” as questões relacionadas ao trabalho decente em
suas discussões e deliberações. Apenas um entrevistado (12,5%) afirmou que o CPN
enfoca “muito” e outro (12,5%) afirmou que o CPN enfoca “frequentemente”.
137

Os que responderam “não” fizeram


fize referência às pautas do CPN entendendo que,
que apesar
de devido, o tema não é tratado em nenhuma oportunidade. Para tratá-lo,
tratá observam,
seria necessária uma requalificação dos representantes das bancadas, notadamente da
bancada dos empregadores,
empregadores que, segundo eles, não teriam poder de decisão nestas
discussões.

Os que entenderam como “razoavelmente” citaram discussões e providências


provid que
contemplam o tema, porém
m, no âmbito regional dos CPR (Paraíba,, Rio
Ri de Janeiro,
Piracicaba, etc.).

Houve ainda uma manifestação no sentido de que as pautas do CPN já estão


sobrecarregadas e não há disponibilidade para encampar novos temas.

Sobre a NR 18 (questão
questão n° 8),
8 o entendimento da maioria da bancada é de que a norma
é um instrumento adequado para regulamentar a SST para o setor, e que “se fosse
cumprida em todos os canteiros de obra,
obra teríamos resolvido muitas questões”,
questões” como
declara um dos entrevistados.

Questão 8

A NR 18 atende as necessidades do setor da indústria da


construção?

Bem 50,0%

Razoavelmente 50,0%

Pouco 0,0%

Muito pouco 0,0%

Não 0,0%

Gráfico 47 – Bancada dos trabalhadores: opinião


pinião do entrevistado em
relação ao atendimento da NR 18
138

Metade dos entrevistados disse que a NR 18 atende “bem” àss necessidades do setor da
indústria da construção, já a outra metade afirmou que a NR 18 atende “razoavelmente”
às necessidades do setor. Apontam o caráter muito prescritivo da norma e a necessidade
de consenso nas deliberações como fatores que dificultam a sua excelência.

a) Bancada dos empregadores

A representação
ntação dos empregadores avalia que os temas elencados na questão de n° 5
não são objeto da pauta das reuniões do CPN, excetuando-se
excetuando se a terceirização,
terceirização conforme
demonstra o depoimento a seguir:

[...] terceirização está sempre presente na discussão das bancadas. Porém,


com uma abordagem fora de foco, que trata o tema somente como uma
possibilidade de rejeição da prática, sem distinguir terceirização de
precarização. O tema é discutido sem racionalidade.
racionalidade. Os outros assuntos estão
latentes, porém não gerenciados pelo CPN. (Representante de empregador).

→Questão 5

O CPN dá conta de tratar das questões relacionadas com


planejamento, a organização de trabalho e as tarefas nos
canteiros de obra em suas discussões e deliberações
normativas?

Razoavelmente 12,5%

Muito pouco 50%

Não 37,5%

Gráfico 48 – Bancada dos empregadores:


empregadores opinião do entrevistado em
relação ao tratamento de questões pelo
pel CPN

Metade dos entrevistados diz que o CPN trata “muito pouco” das questões relacionadas
com planejamento, organização do trabalho e tarefas nos canteiros de obras em suas
discussões e deliberações, enquanto 37,5%
37,5 dizem que o CPN “não” dá conta e 12,5%
afirmam que o CPN dá conta “razoavelmente” da questão.
139

A bancada reconhece que os temas são pertinentes ao fórum,


fórum mas que falta tempo para
discuti-los
los e os representantes das bancadas não têm
t m um claro entendimento sobre eles.
E menciona que este vazio possibilita o deslocamento dos temas para outras mesas de
entendimento fora e dentro do Ministério do Trabalho e Emprego,
Emprego sem a participação do
CPN. Entre os exemplos citados, constam a mesa negociall criada no âmbito da
Secretaria Geral da Presidência
residência da República para discutir melhores condições de
trabalho na indústria da construção após incidentes ocorridos naa obra de Jirau; as
a notas
técnicas emitidas pelo Departamento
D to de Fiscalização do Trabalho (DEFIT),
( sem
consulta prévia ao CPN, sobre terceirização de mão de obra no setor da construção,
construção e a
criação de uma terceira comissão tripartite interministerial (CTSST) para tratar de temas
de SST também para o mesmo setor produtivo.

Para a questão n° 6, que trata da agenda do trabalho decente, a constatação de todos os


membros da bancada é de que o tema é pertinente
pertin ao CPN, mas não é tratado por falta
de tempo em função da periodicidade das reuniões, de uma visão mais estratégica e de
demandas oriundas dos CPR e das próprias bancadas ou de representantes
esentantes das entidades
no CPN.

→Questão 6

O CPN enfoca as questões relacionadas ao trabalho


decente em suas discussões e deliberações?

Razoavelmente 25%

Muito pouco 62,5%

Não 12,5%

Gráfico 49 – Bancada dos empregadores: opinião


pinião do entrevistado em
relação ao enfoque de questões relacionadas
relacionadas ao trabalho
decente pelo CPN
140

A maioria dos entrevistados afirma que o CPN enfoca “muito pouco” ou


“razoavelmente” as questões relacionadas ao trabalho decente nas suas discussões e
deliberações, enquanto 12,5% dizem que o CPN “não” enfoca estas
es questões. Para a
construção destaa visão abrangente,
abrangente demandam o acesso dos participantes a cursos,
palestras ou conferências
ncias com conteúdo estruturante e estratégico.

Para a bancada dos empregadores,


empregadores a NR 18 atende às necessidades do setor e atenderia
melhor se fosse menos prescritiva e contemplasse os segmentos da construção pesada,
de obras com estruturas pré-moldadas
pré e obras de montagem industrial.

→Questão 8

A NR 18 atende as necessidades do setor da indústria da


construção?

Bem 37,5%

Razoavelmente 50%

Não 12,5%

Gráfico 50 – Bancada dos empregadores: opinião do entrevistado em


relação ao atendimento da NR 18

Metade dos empregadores diz que as necessidades do setor da indústria de construção


são “razoavelmente” atendidas pela NR 18. A outra metade se divide em afirmar que a
NR 18 atende “bem” àss necessidades (37,5%), enquanto 12,5% afirmam que não atende
às necessidades. Entendem que os aspectos mais prescritivos
prescritivos deveriam constar das
Recomendações Técnicas de Procedimentos (RTP)
( e não da norma.
141

6.2.2.1 Regulamentação: análise


a conjunta e comparativa referente às questões nº 5,
6, 8

Questão 5

O CPN dá conta de tratar das questões relacionadas com


o planejamento, a organização de trabalho e as tarefas
nos canteiros de obra em suas discussões e deliberações
normativas?
Completamente 0,0%
Muito bem 4,2%
Razoavelmente 8,3%
Muito pouco 37,5%
Não 50,0%

Gráfico 51 – Análise conjunta das três bancadas: opinião do entrevistado


em relação ao tratamento de questões pelo CPN

Dos entrevistados, 87,5% disseram que o CPN “não” dá conta ou dá conta “muito
pouco” de tratar das questões relacionadas com o planejamento, a organização de
trabalho e as tarefas nos canteiros de obra em suas discussões e deliberações
normativas, 8,3% afirmaram
rmaram que o CPN dá conta “razoavelmente” e 4,2% afirmaram
que dá conta “muito bem”.
142

O CPN dá conta de tratar das questões relacionadas com o


planejamento, a organização de trabalho e as tarefas nos
canteiros de obra em suas discussões e deliberações
normativas?
Governo Empregadores Trabalhadores

Completamente
Muito bem 4,2%
Razoavelmente 4,2% 4,2%
Muito pouco 8,3% 16,7% 12,5%
Não 25,0% 12,5% 12,5%

Gráfico 52 – Análise comparativa: opinião


opinião do entrevistado por bancada
em relação ao tratamento de questões pelo CPN

Observa-se nitidamente
amente que, segundo os entrevistados das três bancadas, os temas
elencados nesta questão (planejamento, organização de trabalho e tarefas) não
encontram espaço nas agendas e ações do fórum.

→ Questão 6

O CPN enfoca as questões relacionadas ao trabalho


decente em suas discussões e deliberações?

Frequentemente 4,2%

Muito 4,2%

Razoavelmente 29,2%

Muito pouco 41,7%

Não 20,8%

Gráfico 53 – Análise cojunta das três bancadas: opinião


pinião do entrevistado
por bancada em relação ao enfoque de questões relacionadas
ao trabalho decente pelo
pel CPN
143

Segundo o Gráfico 53, 91,6%


91 % dos entrevistados disseram que o CPN “não” enfoca,
enfoca “muito pouco” ou enfoca “razoavelmente” as questões relacionadas ao trabalho
decente em suas discussões e deliberações, 4,2% afirmaram que o CPN enfoca “muito”
e outros 4,2% afirmaram que o CPN enfoca “frequentemente”.

O CPN enfoca as questões relacionadas ao trabalho


decente em suas discussões e deliberações?
Governo Empregadores Trabalhadores

Frequentemente 4,2%
Muito 4,2%
Razoavelmente 12,5% 8,3% 8,3%

Muito pouco 12,5% 20,8% 8,3%

Não 8,3% 4,2% 8,3%

Gráfico 54– Análise comparativa: opinião


pinião do entrevistado por bancada
em relação ao enfoque de questões relacionadas
relacion as ao trabalho
decente pelo
pel CPN

As respostas demonstram que essas


es as questões são igualmente ignoradas pelo fórum.

→ Questão 8

A NR 18 atende as necessidades do setor da indústria da


construção?

Bem 33,3%

Razoavelmente 58,3%

Pouco 4,2%

Muito pouco 0,0%

Não 4,2%

Gráfico 55 – Análise conjunta das três bancadas: opinião do entrevistado


em relação ao atendimento da NR 18
144

Mais da metade dos entrevistados (58,3%) disseram que a NR 18 atende


“razoavelmente” àss necessidades do setor da indústria da construção, 33,3% disseram
que a NR 18 atende “bem” àss necessidades, 8,4% afirmaram que a NR 18 atende
“pouco” ou “não” atende àss necessidades do setor da indústria de construção.

A NR 18 atende as necessidades do setor da indústria da


construção?
Governo Empregadores Trabalhadores

Bem 4,2% 12,5% 16,7%

Razoavelmente 25,0% 16,7% 16,7%

Pouco 4,2%

Muito pouco

Não 4,2%

Gráfico 56 – Análise comparativa: opinião


opinião do entrevistado por bancada
em relação ao atendimento da NR 18

Quando o assunto é a NR 18 e sua aplicabilidade, a percepção é favorável ao texto e à


sua aplicação, em proporção
ão relativamente equilibrada entre as bancadas, se somadas as
respostas “razoavelmente” e “bem”.
“bem”

No tocante à regulamentação, observa-se


observa que, em média, os textos aprovados (ver
Quadro 1, capítulo 2, página 68) tramitaram no fórum por mais de 05 anos, ou seja, 20
reuniões, revelando um processo de decisão demorado,
demorado mesmo se consideradas as
etapas de elaboração do texto, a remessa para manifestação dos CPR, a adequação do
texto àss sugestões recebidas, a discussão e a deliberação
ração final no CPN, o
encaminhamento à Comissão Tripartite Permanente Paritária (CTPP
CTPP) e, após, à
SIT/DSST para publicação.

Em contrapartida, o mecanismo adotado de regulamentação tripartite favorece a efetiva


implementação da norma regulamentadora junto aos
aos agentes sociais e às empresas do
setor.
145

6.2.3 Quanto à mobilização


bilização social

Foram agrupadas as questões de n° 10, 11, 12, 13 e 14 para análise


lise das respostas dos
entrevistados quanto ao alcance das estruturas e das ações tripartites junto à sociedade e
o potencial de mobilização social destas estruturas em torno da política de melhoria das
condições e dos ambientes de trabalho do setor.
setor

a) Bancada do governo

Para a bancada do governo,


governo o CPN exerce uma função pouco mobilizadora em razão de
sua própria constituição, na qual entidades e órgãos de grande relevância para a área não
estão representados – como, por exemplo, SESI e SENAI nacionais,
s, Ministério da
Previdência Social, Ministério da Saúde, Conselho Federal de Engenharia e Agronomia
(CONFEA), Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA), Departamento
Nacional de Infraestrutura
strutura de Transportes (DNIT), Ministério das Cidades, Ministério
do Meio Ambiente, etc.

→ Questão 10

Se entendermos mobilização social como uma


oportunidade de congregar pesssoas/instituições em
torno da política de redução de acidentes na construção,
como avalia o CPN?

Muito mobilizador 12,5%

Mobilizador 37,5%

Pouco mobilizador 37,5%

Não mobiliza 12,5%

Gráfico 57 – Bancada do governo:


governo avaliação do entrevistado sobre o CPN

No que diz respeito à mobilização social como oportunidade de congregar


pessoas/instituições em torno da política de redução de acidentes na construção, a
maioria dos entrevistados respondeu que o CPN é “mobilizador” e “pouco mobilizador”
m
146

(37,5%, respectivamente). Em menores percentuais, as respostas foram “muito


mobilizador” e “não mobiliza” (12,5% respectivamente).

Considera-se que o CPN mantém um canal de comunicação insuficiente com os comitês


regionais, agravado pelo fato de que os encontros anuais destes comitês em âmbito
nacional não foram regularmente mantidos ao longo do período estudado.

A prioridade das pautas de discussões para temas relacionados à alteração da NR 18


com foco em máquinas e equipamentos restringe a capacidade mobilizadora do fórum.

Existe ainda a percepção de que os representantes das bancadas não atuam como
multiplicadores junto às suas respectivas instituições.

Deficiências
eficiências de ordem operacional, técnica e política são apontadas como fatores de
inibição do potencial mobilizador do CPN.

O entendimento da bancada quanto a uma articulação efetiva entre seus representantes


no CPN e nos CPR é de que os fóruns não têm
t m nenhuma contribuição efetiva neste
sentido.

→ Questão 11

O CPN e os CPR contribuem para mobilizar as instituições


que representam a sua bancada?

Bem 12,5%

Razoavelmente 12,5%

Muito Pouco 50%

Não 25%

Gráfico 58 – Bancada do governo: opinião do entrevistado em relação à


contribuição do CPN e dos CPR
147

Observa-se que 50% dos entrevistados disseram que o Comitê Permanente Nacional e a
Comissão Permanente Regional contribuíam “muito pouco” para mobilizar as
instituições que representam suas bancadas. O restante respondeu que “não”
contribuíam (25%), contribuíam “bem” e contribuíam “razoavelmente”
(respectivamente, 12,5%). E localizam o problema na falta de canais eficientes e
permanentes de comunicação; na falta de uma coordenação mais atuante e, mais uma
vez, na sensação de que os assuntos tratados nas reuniões não são multiplicados nas
entidades que compõem estes fóruns.

Quando solicitados, na questão n° 12, a mencionar três CPR com maior contribuição
para o CPN, duas menções aparecem em todas as respostas: CPR-Paraíba e CPR-São
Paulo. A menção ao terceiro CPR variou, de acordo com o entrevistado, entre:
Piracicaba, Goiás, Rondônia, Brasília e Pernambuco.

Em resposta à questão n° 13, entendem como missão relevante dos CPR: contribuição
para a elaboração de diagnósticos locais e regionais para a melhoria das condições e dos
ambientes de trabalho; sugestões técnicas fundamentadas para atualização da NR 18 e
divulgação da norma nos canteiros de obra.

Houve referência também ao papel dos CPR no encaminhamento de sugestões de


políticas em SST ao CPN e ao desempenho de uma ação mobilizadora junto às
instituições regionais e locais em torno da NR 18 e de sua efetiva implementação.

O envolvimento do CPN em campanhas nacionais, seminários técnicos, congressos,


encontros nacionais ou regionais de CPR e outros é avaliado como uma atribuição do
fórum nacional que é muito pouco implementada.
148

→ Questão 14

É atribuição do CPN promover campanhas, eventos


técnicos , encontros regionais, congressos, etc?

Sim 50,0%

É, mas promove poucas atividades do


37,5%
gênero

Algumas vezes sim 12,5%

Gráfico 59 – Bancada do governo: opinião do entrevistado em relação


às atribuições do CPN

A maioria dos entrevistados relatou que é atribuição do CPN promover campanhas,


eventos técnicos, encontros regionais, congressos, etc. Já a menor parte dos
entrevistados disse que “algumas
“algu vezes sim”. Como exemplo de ações do gênero,
gênero citam
os CMATIC e os encontros regionais de CPR, estes últimos sem periodicidade regular.

b) Bancada dos trabalhadores

Na bancada
ancada dos trabalhadores,
trabalhadores quanto à questão n° 10,, as opiniões se dividem entre
aqueles que veem
m o CPN e os CPR como fóruns mobilizadores quando se trata dos
CMATIC e dos encontros nacionais de CPR,
CPR e aqueles que entendem que as ações são
muito esporádicas, sem penetração nas bases
bases das instituições e com baixo
aproveitamento da capacidade e da representatividade do CPN em coordenar ações
próprias e ações casadas com outras instituições afins que potencializem os resultados.
149

→ Questão 10

Se entendermos mobilização social como uma


oportunidade de congregar pessoas/instituições em
torno da política de redução de acidentes na construção,
como avalia o CPN?

Muito mobilizador 12,5%

Mobilizador 37,5%

Pouco mobilizador 37,5%

Não mobiliza 12,5%

Gráfico 60 – Bancada dos trabalhadores: avaliação


valiação do entrevistado
sobre o CPN

Mais da metade dos entrevistados afirmam que o CPN é “mobilizador” ou “pouco


mobilizador”. Os demais entrevistados se dividiram nas respostas de “muito
mobilizador” (12,5%) e “não mobiliza” (12,5%).

Já na comunicação entre a instância


instâ nacional e as regionais e a sociedade em geral,
geral estas
deficiências,, segundo os entrevistados, ficam mais evidentes, uma vez que a existência
do site institucional não é suficiente para atender a todas as necessidades de mobilização
dos atores sociais.

Um dos entrevistados apontou a falta


falta de um planejamento estratégico para viabilizar
ações concomitantes e coordenadas entre as duas instâncias:
inst ncias: nacional e regional.

Na resposta à questão n° 11,


11 a maioria da bancada considera que os fóruns tripartites
nacional e regionais contribuem “razoavelmente” para mobilizar seus sindicatos
sindica e
centrais sindicais em torno da política de melhoria das condições e dos ambientes de
trabalho do setor.
150

→ Questão 11

O CPN e os CPR contribuem para mobilizar as instituições


que representam a sua bancada?

Muito bem 12,5%

Bem 12,5%

Razoavelmente 50,0%

Muito pouco 12,5%

Não 12,5%

Gráfico 61 – Bancada dos trabalhadores: opinião do entrevistado em


relação à contribuição do CPN e dos CPR

Metade dos entrevistados afirmou que o CPN e os CPR contribuem “razoavelmente”


para mobilizar as instituições que representam sua bancada. Os demais entrevistados se
dividiram nas categorias contribuem
contribuem “muito bem” (12,5%), contribuem “bem” (12,5%),
contribuem “muito pouco” (12,5%) e “não” contribuem (12,5%). E apontam
pontam, mais uma
vez, a falta de planejamento das ações como um fator que prejudica os melhores
resultados na mobilização, principalmente, junto às suas bases.

Os CPR citados por


or todos os entrevistados foram:
foram: São Paulo e Paraíba. Além
Al deles,
foram lembrados os CPR:: Paraná, Piracicaba, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto, Manaus e
Minas Gerais.

Como contribuições relevantes


releva dos CPR para o CPN, citam:: realizar diagnóstico
regional ou local sobre os avanços em SST na construção; divulgar a NR 18 e
encaminhar contribuições técnicas e,
e ainda, divulgar acordos e boas práticas que
demonstrem evolução e melhoria na organização dos canteiros
cant de obra.

Na realização de ações mobilizadoras,


mobilizadoras o entendimento é de que esta é uma importante
atribuição do CPN, que já realizou vários congressos nacionais e encontros regionais ao
longo do tempo. A periodicidade destas ações deveria ser anual. Um
m dos
do entrevistados
151

sugeriu a realização de congressos


ngressos estaduais e regionais simultâneos com a intervenção
inicial do CPN via teleconferência, de forma a estimular os CPR como instâncias
inst de
mobilização, por um lado, e garantir maior abrangência a esta mobilização,
mobilização por outro.

→ Questão 14

É atribuição do CPN promover campanhas, eventos


técnicos, encontros regionais, congressos, etc.?

Sim 50,0%

É, mas promove poucas atividades do


gênero
50,0%

É, mas não promove 0,0%

Algumas vezes sim 0,0%

Não 0,0%

Gráfico 62 – Bancada dos trabalhadores:


trabalhadores opinião
pinião do entrevistado em
relação às atribuições do CPN

Metade dos entrevistados afirma que é atribuição do CPN promover campanhas,


eventos técnicos, encontros regionais, congressos, etc. A outra metade diz
di que é
atribuição do CPN, mas este promove poucas atividades do gênero. Entendem que a
manutenção da periodicidade é fundamental para dar ânimo e credibilidade aos atores
sociais envolvidos no planejamento e na implementação destas ações.

c) Bancada dos empregadores

Os entrevistados representantes dos empregadores se dividem nas respostas que vão de


“pouco” a “muito mobilizador”,
mobilizador” na questão de n° 10.
152

→ Questão 10

Se entendermos mobilização social como uma


oportunidade de congregar pessoas/instituições em torno
da política de redução de acidentes na construção, como
avalia o CPN?

Muito mobilizador 37,5%

Mobilizador 25%

Pouco imobilizador 37,5%

Gráfico 63 – Bancada dos empregadores: avaliação


valiação do entrevistado
sobre o CPN

A minoria dos empregadores diz que o CPN é “mobilizador” (congrega


pessoas/instituições em torno da política de redução de acidentes), enquanto a maioria
se divide entre dizer que o CPN é “muito mobilizador” e “pouco mobilizador”.
mobilizador”.

Os que entendem
m o fórum como pouco mobilizador citam as deficiências de
comunicação entre as instituições membros,
membro entre a instância nacional e as instâncias
regionais e de toda a estrutura tripartite junto
jun aos atores sociais.

Entendem que o fórum poderia atuar como um grande mobilizador,


mobilizador mas não atua.
atua

Os que opinaram que o CPN é mobilizador citam os congressos nacionais já realizados


ou previstoss para realização (CMATIC Brasília
Brasí 2014) e os inúmeros encontros regionais
ocorridos desde a sua formação.
formaç E aqueles que responderam “muito
muito mobilizador”
justificam este poder de mobilização como associado a momentos de crise – por
exemplo, como aquele decorrente de
d acidente com um elevador de transporte
transpor de
trabalhadores em Salvador,
Salvador Bahia, que determinou uma ação imediata de âmbito
nacional e envolveu todos os interlocutores com responsabilidade na questão em um
trabalho de alteração do texto da NR 18.
153

Para responder à questão n° 11,


11 a bancada se manifestou de “razoa
razoavelmente” para
“bem”, entendendo que há necessidade de melhorar os canais de comunicação,
comunicação mas
também
ém que a prática tripartite representa um fator de interesse comum da bancada de
empregadores, que inclusive incorporou representantes dos estados da Bahia, Ceará e
Pernambuco para adquirir uma conformação mais representativa sobre as peculiaridades
regionais brasileiras.

→ Questão 11

O CPN e os CPR contribuem para mobilizar as instituições


que representam a sua bancada?

Bem 37,5%

Razoavelmente 50%

Não 12,5%

Gráfico 64 – Bancada dos empregadores:


empregadores opinião
pinião do entrevistado em
relação à contribuição do CPN e dos CPR

A maioria dos empregadores afirma que o CPN e os CPR contribuem “bem” ou


“razoavelmente” para mobilizar as instituições que representam sua bancada, enquanto
12,5% dizem que o CPN e os CPR “não” contribuem.

Na questão n° 12, o CPR de São Paulo foi citado por todos os entrevistados.
entrevistad Os outros
CPR citados foram:: Paraíba, Pernambuco, Paraná, Santa Catarina e Rio de Janeiro.

A contribuição do CPR para o CPN, mais mencionada pela bancada, foi a de abastecer o
CPN com
om diagnósticos regionais e informações sobre práticas bem-sucedidas
bem na
melhoria das condições de trabalho nos canteiros de obra,
obra além da realização de eventos
que mobilizam
m os atores sociais locais em torno da política estabelecida pelo fórum
nacional.
154

Na questão n° 14 pode-se
se entender que a maioria da bancada reconhece como atribuição
do CPN a responsabilidade de promover a mobilização social em torno da política de
melhoria das condições e dos ambientes de trabalho na indústria da construção, por
meio da realização de eventos e campanhas voltadas para o tema.

→ Questão 14

É atribuição do CPN promover campanhas, eventos


técnicos, encontros regionais, congressos, etc?

Sim 37,5%

É, mas promove poucas atividades do


gênero.
25%

É, mas não promove. 12,5%

Algumas vezes sim 25%

Gráfico 65 – Bancada dos empregadores:


empregadores opinião
pinião do entrevistado em
relação às atribuições do CPN

Entre os empregadores, 37,5% dizem que o CPN é responsável por promover


campanhas, eventos, encontros, congressos e atividades deste
des tipo. Somente
omente algumas
vezes (25%) dizem que o CPN promove poucas atividades, 12,5% afirmam que o CPN
é responsável,, mas que não promove, e os outros 25% dizem que não é sempre que
estas atividades devem ser atribuídas
atribuída ao CPN.

Reconhecem que mais deve ser feito principalmente quanto à regularidade na


periodicidade das agendas destes eventos e à inclusão, as agendas, de temas sobre o
trabalho decente, o combate à precarização nas relações de trabalho e a valorização dos
trabalhadores.
155

6.2.3.1 Mobilização social: análise


a conjunta e comparativa

→ Questão 10

Se entendermos mobilização social como uma


oportunidade de congregar pessoas/instituições em torno
da política de redução de acidentes na construção, como
avalia o CPN?

Muito mobilizador 20,8%

Mobilizador 33,3%

Pouco mobilizador 37,5%

Não mobiliza 8,3%

Gráfico 66 – Análise conjunta das três bancadas: avaliação


valiação do entrevistado
sobre o CPN

Mais da metade dos entrevistados afirmaram que o CPN é “mobilizador” ou “pouco


mobilizador”. Os demais entrevistados se dividiram nas respostas de “muito
mobilizador” (20,8%) e “não mobiliza” (8,3%).

Se entendermos mobilização social como uma


oportunidade de congregar pessoas/instituições em torno
da política de redução de acidentes na construção, como
avalia o CPN?
Governo Empregadores Trabalhadores

Muito mobilizador 4,2% 12,5% 4,2%

Mobilizador 12,5% 8,3% 12,5%

Pouco mobilizador 12,5% 12,5% 12,5%

Não mobiliza 4,2% 4,2%

Gráfico 67 – Análise comparativa: avaliação


a do entrevistado por bancada
sobre o CPN
156

A bancada dos empregadores é a mais otimista quanto à mobilização social


soci promovida
pelo fórum tripartite.

→ Questão 11

O CPN e os CPR contribuem para mobilizar as instituições


que representam a sua bancada?

Muito bem 4,2%

Bem 20,8%

Razoavelmente 37,5%

Muito pouco 20,8%

Não 16,7%

Gráfico 68 – Análise conjunta das três bancadas: opinião


pinião do entrevistado
em relação à contribuição do CPN e dos CPR

De acordo com o gráfico acima,


acima, 37,5% dos entrevistados afirmaram que o CPN e os
CPR contribuem de forma razoável para mobilizar as instituições que representam sua
bancada. Os demais entrevistados se dividiram nas categorias contribuem “muito bem”
(4,2%), contribuem “bem” (20,8%), contribuem “muito pouco” (20,8%) e “não”
contribuem (16,7%).
157

O CPN e os CPR contribuem para mobilizar as instituições


que representam a sua bancada?
Governo Empregadores Trabalhadores

Muito bem 4,2%

Bem 4,2% 12,5% 4,2%

Razoavelmente 4,2% 16,7% 16,7%

Muito pouco 16,7% 4,2%

Não 8,3% 4,2% 4,2%

Gráfico 69 – Análise comparativa: opinião


opinião do entrevistado por bancada
em relação à contribuição do CPN e dos CPR

A bancada do governo avalia como baixa a mobilização de suas instâncias regionais em


torno dos CPR.

→ Questão 14

É atribuição do CPN promover campanhas, eventos


técnicos, encontros regionais, congressos, etc.?

Sim 45,8%
É, mas promove poucas atividades do
gênero
37,5%

É, mas não promove 4,2%

Algumas vezes sim 12,5%

Não 0,0%

Gráfico 70 – Análise conjunta das três bancadas: opinião


pinião do entrevistado
em relação às atribuições do CPN

Segundo o gráfico acima,, 45,8% dos entrevistados afirmam que é atribuição do CPN
promover campanhas, eventos técnicos, encontros regionais, congressos, etc.; 37,5%
158

afirmam
m que é atribuição, mas o mesmo promove poucas atividades do gênero; 4,2%
afirmam que é atribuição, mas o mesmo não promove; 12,5% afirmam que algumas
vezes é atribuição do CPN.

É atribuição do CPN promover campanhas, eventos


técnicos, encontros regionais, congressos, etc.?
Governo Empregadores Trabalhadores

Sim 16,7% 12,5% 16,7%


É, mas promove poucas atividades do
gênero
12,5% 8,3% 16,7%

É, mas não promove 4,2%

Algumas vezes sim 4,2% 8,3%

Não

Gráfico 71 – Análise comparativa: opinião do entrevistado por bancada


em relação às atribuições do CPN

O entendimento predominante é de que esta é uma atribuição do CPN, que necessita de


regularidade e intensificação das ações.

Com relação às questões de mobilização social, o fórum tripartite, mesmo se


consideradas suas limitações apontadas pelos entrevistados, revelou-se
revelou se um instrumento
eficaz para a integração dos atores sociais em torno de uma política de melhoria das
condições e dos ambientes de trabalho que pode ganhar novos contornos,
contornos na medida em
que ampliar o universo
rso de participação da sociedade.

Nesse aspecto, a manutenção das agendas de atividades mobilizadoras torna-se


torna
fundamental, principalmente quando se constata que grande parte dos temas ainda não
incorporados na regulamentação de SST,
SST para o setor, encontrou terreno fértil de
discussão nestas atividades.

Durante o processo de desenvolvimento deste estudo,


estudo o autor constatou que, de maneira
geral,, pelos depoimentos dos entrevistados,
entrevistados na prática, o envolvimento dos
159

representantes das bancadas com o CPN se dá já na proximidade das reuniões, que


ocorrem, em média, a cada 03 meses, e se esgota na própria reunião, salvo quando um
tema ganha “status” de grupo de trabalho.

Nenhum dos representantes dispõe de exclusividade de tempo para preparar as


discussões e implementar as deliberações. Tampouco, enquanto membros do CPN, são
escalados para participar de eventos ou atividades em que as questões estratégicas que
definem as políticas públicas para o setor são tratadas. Ou seja, cada representante,
independentemente da bancada à qual pertence, já se defronta no dia seguinte das
reuniões com suas obrigações de rotina nas instituições de origem.

Apesar da responsabilidade advinda da representação, os membros do CPN não são


atualizados periodicamente pelo governo em uma visão panorâmica macroeconômica e
estratégica que subsidie as discussões no fórum. O Ministério do Trabalho e Emprego,
órgão que delega e compartilha a discussão da regulamentação em SST, pouco se ocupa
em qualificar o conjunto dos representantes do CPN e até mesmo em sinalizar quais são
suas prioridades e sua visão estratégica para o setor, o que transforma a participação no
fórum muitas vezes em uma predisposição mais pessoal do que institucional. E também
não mantém às suas expensas uma secretaria executiva com a capacidade de manter
canais permanentes de interlocução entre os representantes do fórum no âmbito nacional
e regional e com outros atores sociais, conforme demanda existente desde o V Encontro
Nacional dos CPR em 2003. O MTE também não proporciona informações estatísticas,
em formato gerencial, que balizem o trabalho e a compreensão do CPN sobre os
avanços e os retrocessos em SST no setor da construção.
160

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo, apoiado pela análise dos aspectos referentes à evolução e ao estado
da arte da indústria da construção; pelos dados econômicos, sociais e normativos, com
destaque para indicadores de acidentes do trabalho deste setor; pela análise de
informações sobre as origens do tripartismo no Brasil e seu histórico evolutivo no
âmbito da OIT, mas, sobretudo, buscando compreender o papel do CPN na
regulamentação setorial da saúde e segurança no trabalho no País como fenômeno social
sob a ótica da metodologia de um estudo qualitativo, tal como exposto exaustivamente
no capítulo 5, ainda que sob a hipótese de outras considerações finais à guisa de seu
fechamento, opta, no entanto, longe do suposto de sua conclusão, para o destaque às
colocações que seguem.

Embora o processo de regulamentação tripartite tenha sido adotado pelo governo nas
questões relacionadas à segurança e saúde no trabalho, no âmbito da competência do
MTE há mais de dezessete anos, e iniciado exatamente com a regulamentação tratada na
pesquisa, há poucos estudos sobre o tema.

Na revisão da literatura registram-se algumas críticas sobre essa prática no capítulo 3,


seção 3.2, por entender o autor que a reflexão sobre os aspectos elencados contribui para
enriquecer o seu olhar sobre as questões do estudo.

Observados os pontos objetos da crítica à luz da metodologia adotada, pode-se concluir


que não houve, no período estudado, nenhum indício de flexibilização na
regulamentação competente ou mesmo tentativa de precarização na sua aplicação
prática por influência do fórum tripartite, ou mesmo de uma de suas instituições
componentes. Constata-se, pelo contrário, que a NR 18 recebeu nesse período inúmeros
acréscimos de itens de cumprimento obrigatório sem perder nenhum deles e configurou-
se como a norma mais conhecida e inspecionada pela auditoria fiscal do trabalho.

Houve unanimidade na constatação dos representantes do fórum sobre o equilíbrio


numérico (paridade) e político existente no CPN, em todas as suas ações e deliberações,
sem prejuízo das posições ideológicas de cada bancada, que estão bem marcadas e são
conhecidas e explicitadas no jogo negocial.
161

Foi igualmente unânime a percepção do grupo de que a melhoria das condições e dos
ambientes de trabalho nos canteiros de obra do setor foi ampliada pela implementação
do modelo tripartite representado pelo CPN e CPR, embora existam variações na escala
de avaliação entre as três bancadas quanto ao dimensionamento destes avanços.

Os interesses e os posicionamentos específicos de cada bancada estão registrados nas


fontes primárias analisadas e nas entrevistas e reproduzem o mesmo conflito capital-
trabalho presente nas discussões dos fóruns internacionais vivenciadas pelo autor.9

Outro ponto crítico apresentado na literatura pesquisada refere-se à morosidade do


processo de discussão tripartite, que se justifica pela necessidade de incorporar ao
processo normativo todas as instâncias regionais e impõe a necessidade de consultas e
revisões aos textos aprovados pelos grupos tripartites de trabalho aos CPR; porém, ao
final, garante maior comprometimento dos atores com a futura implementação das
alterações da NR 18.

Por se tratar de regulamentação de abrangência nacional, segundo os entrevistados,


torna-se relevante confrontar os dispositivos normativos propostos com as
peculiaridades regionais ainda no processo de elaboração do texto, possibilitando sua
melhor adaptação às realidades existentes.

Por outro lado, é difícil avaliar os impactos das políticas e práticas prevencionistas,
sobretudo na indústria da construção, em função desta abrangência nacional e de suas
diversidades regionais, da variabilidade de métodos e técnicas construtivas, da mão de
obra empregada e, por fim, das diferenças de dimensão e de organização das empresas
do setor.

No entanto, considerando: a) a manifestação unânime dos entrevistados sobre a


importância da existência do CPN, partindo de representantes nacionais de entidades
com relação direta com a indústria da construção; b) a perenidade do fórum que
funciona há mais de 15 anos sem interrupção e sem contestações quanto à sua

9
O autor participou, como representante do governo brasileiro, das conferências internacionais da OIT
nos anos 2000 e 2001, quando da discussão e aprovação da Convenção n°184 “SST na agricultura”,
oportunidade em que presenciou o jogo tripartite e observou a postura ideológica de cada bancada diante
da regulamentação internacional sobre relações de trabalho.
162

representatividade e legitimidade; e c) o legado de realizações registrado nos


documentos analisados, pode-se concluir pelo acerto do modelo tripartite como
instância de deliberação na regulamentação e na mobilização dos atores sociais do setor.

Através da análise do ciclo de políticas públicas proposto por Kingdon e dos conceitos
básicos de mobilização social foi possível identificar e discutir quatro aspectos
propugnados nos objetivos do estudo: representatividade do CPN e das instituições que
o compõem no cenário nacional; metodologia de trabalho e de tomada de decisões do
fórum; sua articulação com os CPR, outras instituições afins e a sociedade em geral e a
realização de atividades de formação e multiplicação de conceitos prevencionistas.

De fato, conclui-se que o modelo tripartite de regulamentação em SST para o setor da


indústria da construção conta com representatividade social; organiza-se
democraticamente e de forma paritária para tomar decisões; visualiza a importância da
articulação com os CPR para alcançar os canteiros de obra com suas prioridades; realiza
importantes atividades para mobilização dos diferentes segmentos do setor em favor do
cumprimento da NR 18.

A metodologia adotada para sistematização das atas permitiu uma triangulação com as
respostas às perguntas do questionário, que amplia a visão do processo de
regulamentação tripartite e possibilita um olhar sobre a implementação de uma política
pública para a melhoria das condições e do meio ambiente de trabalho no setor da
indústria da construção, compreendendo os seus limites e as falhas do sistema. Os dados
extraídos das fontes primárias foram também confrontados com indicadores de taxas de
acidentes, dados econômicos do setor e dados referentes às características da mão de
obra empregada para facilitar o entendimento e as considerações deste estudo.

No quesito “regulamentação” observa-se que os avanços se deram principalmente na


atualização da NR 18 para questões relacionadas aos avanços tecnológicos de produtos,
máquinas, equipamentos e ferramentas, estruturas de sustentação e de acesso aos postos
de trabalho, com uma evidente característica de norma ou de regulamento técnico de
fabricação, operacionalização ou procedimento.
163

Predomina na abordagem dos temas priorizados e concluídos pelo CPN a tipologia de


normas com impacto em processos de engenharia de produtos, em detrimento de
normas com características estruturantes ou sociais/trabalhistas ou de normas com
impacto na saúde do trabalhador, conforme descrito no capítulo 5 – Material e Métodos.

As questões com impacto na saúde do trabalhador, frequentemente presentes nas


reclamações dos trabalhadores nos ambulatórios médicos de sindicatos patronais e de
trabalhadores, registradas pelo estudo do SESI/SP (2008), tais como sobrecargas
musculares em função dos inadequados processos de transporte de cargas nas obras de
construção e os níveis de ruído acima dos limites de tolerância previstos na legislação
ali existentes são dois exemplos desta deficiência.

Sobre esse aspecto se manifestou Lima Júnior (1997), durante o III CMATIC realizado
em Porto Alegre, ao dizer que na construção civil havia riscos clássicos, alguns dos
quais vinham se perpetuando desde a construção das pirâmides, os quais relacionados
com quedas, soterramento, transporte de trabalhadores, choques elétricos. No entanto,
mais que a preocupação natural em generalizar as proteções contra riscos, chegara o
momento de avançar na discussão sobre outros problemas, um momento, por exemplo,
de avançar em matéria de questões ergonômicas e de prevenção da própria doença
ocupacional, que vinha sendo tratada de forma discreta.

Igualmente discreta foi a prioridade dispensada às questões ambientais que envolvem


não somente os trabalhadores das obras de construção, mas também o entorno e a
cidade e, ainda, as questões de gênero. Não há registro desta abordagem nas agendas e
nas atas de reuniões, perdendo-se importante oportunidade para a integração das gestões
de SST e ambiental, prevista inclusive no regimento interno do fórum.

Embora compatível com as necessidades impostas pelos avanços tecnológicos


observados no setor, nas décadas de 1990 e 2000, o olhar priorizado pelo CPN na
regulamentação recebe críticas da maioria dos membros das bancadas entrevistadas, que
reconhecem sua incapacidade para organizar uma pauta mais estratégica (ver ata da
reunião ordinária do CPN de 17/04/2006, no ANEXO “C”). Algo que fica mais evidente
quando confrontado com os temas que permanecem sem solução nas agendas do CPN
como, por exemplo: definir formas de organização em SST para trabalhadores no
164

canteiro de obra (CIPA/CLSST); definir como adaptar a necessidade de apoio técnico


em SST às especificidades dos canteiros (SESMT); definir um modelo mais eficiente
para organizar a gestão em SST (PCMAT), entre outros.

Na realidade, a estrutura permanente tripartite nacional da NR 18 possibilitou ampla


mobilização dos atores sociais afins, porém, constata-se que a extensão das parcerias
institucionais para pensar e implementar as políticas em SST para o setor poderia ter
sido mais abrangente. O CPN priorizou somente a articulação e a mobilização das
entidades que compõem a titularidade da representação no fórum e suas reproduções
regionais em suas ações. Este sentimento de limitação está registrado nas entrevistas e é
diagnosticado pelos entrevistados, que, no entanto, não visualizam como torná-la mais
estratégica e abrangente.

Por consequência, o papel de mobilizador nacional para o qual o CPN está legitimado,
principalmente após a revisão do regimento interno, fica reduzido por não agregar,
permanente ou pontualmente, outros atores institucionais ao seu processo político e
operacional de formulação e deliberação das ações para a melhoria dos ambientes e das
condições de trabalho do setor. Instituições como, por exemplo: Ministério da
Previdência Social, Ministério da Saúde, Ministério das Cidades, SESI e SENAI
Nacionais, Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA), Ministério dos
Transportes, Ministério do Meio Ambiente, entre outros, deveriam, senão integrar o
fórum, manter canais de comunicação permanentes e integrados com o CPN.

O papel de coordenador de uma Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho,


voltada para a indústria da construção, embora previsto no regimento interno do fórum
aprovado em 2011, está ainda à espera de uma reflexão profunda do CPN.

No plano regional é possível observar que alguns CPR foram competentes em


identificar essa limitação do sistema e em ultrapassar o modelo, alcançando o
reconhecimento social e avançando em proposituras e abordagens muito além do
prescrito na NR 18. Destaca-se, neste contexto, o CPR da Paraíba, que se apresenta
como quadripartite e foi o CPR mais lembrado pelos entrevistados nas respostas à
pergunta n° 12 do questionário de pesquisa, que pedia que fossem citados pelo menos
três CPR em ordem crescente de importância pelo trabalho realizado.
165

Na inter-relação CPN/CPR observam-se períodos de grande mobilização, com uma


constante preocupação das sucessivas coordenações em manter canais eficientes de
comunicação, intercalados com outros de distanciamento por motivos operacionais ou
orçamentários, embora a referência no CPN sobre a importância desta articulação
permanente seja uma constante em todas as suas reuniões.

As ações levadas a cabo através dos congressos nacionais e dos encontros nacionais e
regionais de CPR direcionaram ações de mobilização complementares em outras
instituições do setor e ampliaram a articulação em torno da política de melhoria das
condições de trabalho nesta indústria.

Para as questões da pesquisa, no tocante à NR 18, foi possível concluir, mesmo com as
limitações impostas pela ação do CPN, que a norma:

• é adequada para o setor da construção civil e atende às suas necessidades,


seja como instrumento de inspeção pela auditoria fiscal do trabalho, seja
para as empresas como referência básica na implementação de medidas de
controle e de melhoria dos canteiros de obra em SST;

• não atende com eficiência às especificidades dos setores da construção


pesada e de montagem industrial, que não estão adequadamente
representados no texto atual;

• em função da trajetória de ações multi-institucionais, o texto da norma se


tornou conhecido e utilizado na maioria dos canteiros de obra do País, bem
como foi apropriado pelas representações sindicais de trabalhadores e de
empregadores;

• tornou-se prioridade para a auditoria fiscal do trabalho.

Foi possível ainda observar que a abrangência das temáticas presentes nos congressos,
nos encontros de CPR e também elencadas no seu regimento interno, com foco mais
amplo nos aspectos de qualidade de vida no trabalho na indústria da construção, não
encontrou um espaço apropriado e priorizado nas agendas de discussões e deliberações
do CPN, em função, principalmente, da vocação para uma regulamentação com
166

características de procedimentos técnicos que predomina no fórum. Esta limitação na


ação do CPN explica, em parte, o surgimento de outras comissões com o mesmo
objetivo, reproduzindo a mesma composição tripartite e paritária e reunindo os mesmos
atores sociais, demonstrando uma multiplicidade de fóruns de eficácia duvidosa para
responder aos avanços que a área exige.

Um desses fóruns foi criado no âmbito da Secretaria Geral da Presidência da República


e deu origem à denominada “Mesa Nacional Permanente para Aperfeiçoamento das
Condições de Trabalho na Indústria da Construção”, produzindo como documento um
Termo de Compromisso de caráter voluntário. A grande contribuição desta instância
negocial foi a criação da representação sindical no local de trabalho, denominada
Comissão de Trabalhadores, uma providência que poderia dar conta de responder
perfeitamente ao tema não concluído no âmbito do CPN que trata da CLSST/CIPA para
obras de construção.

Nessa mesma direção instalou-se outro fórum de discussão, na esfera da Comissão


Tripartite de Saúde e Segurança no Trabalho (CTSST), denominado Grupo de Trabalho
Setorial da Indústria da Construção Civil, com composição e objetivos semelhantes aos
do CPN. Na ata da 25ª reunião desta comissão, realizada em 14 de dezembro de 2012,
encontrou-se, por exemplo, o agendamento da discussão de um tema que esteve
presente em diversas oportunidades nas agendas de discussão do CPN: a capacitação
para lideranças dos canteiros de obra (dirigentes sindicais, cipeiros/indicados, mestres,
encarregados e engenheiros de obra) em SST, ancorada pela Fundacentro, entidade
integrante do CPN. E, ainda, a proposta de formação de um grupo de trabalho para
estudo do peso do saco do cimento no transporte manual de carga em obras. Estas
discussões foram encaminhadas, na oportunidade, por outras três entidades com
participação no CPN: Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Serviço
Social da Construção Civil do Rio de Janeiro (SECONCI-RJ) e Confederação Nacional
dos Trabalhadores na Indústria (CNTI).

Nesse contexto, conclui-se que o espaço de articulação política não ocupado pelo CPN,
apesar de sua representatividade institucional, é preenchido pelo surgimento de outros
fóruns com participação dos mesmos atores sociais para discussão e implementação das
167

mesmas medidas preventivas, com impactos negativos na otimização de recursos


humanos e materiais das instituições envolvidas.

Importante reter é que, a partir do CPN da indústria da construção, é possível afirmar


que o modelo do tripartismo na regulamentação de SST foi uma decisão de governo da
década de 1990, que se consolidou em política de Estado na atualidade.

A efetividade do modelo está presente na perenidade do fórum e nas ações


desenvolvidas ao longo de todo o período estudado e permite um olhar aprofundado
sobre a eficiência e efetividade destas ações e de suas limitações. Configura aspectos
relevantes para uma política pública de melhoria das condições e dos ambientes de
trabalho do setor, quais sejam: estabilidade, adaptabilidade, coerência com as
necessidades do setor, qualidade na implementação e aplicação efetiva pelos arranjos
institucionais. E, ainda, demonstra sintonia com o interesse público e compromisso com
a eficiência na apropriação de recursos escassos com retornos sociais elevados, mesmo
quando consideradas suas limitações.

Observa-se que o modelo tripartite foi adotado pelos outros fóruns setoriais e temáticos,
onde a discussão da regulamentação não está necessariamente colocada, reforçando a
compreensão de orientação de Estado e extrapolando o campo das relações de trabalho.

Do ponto de vista da introdução de novas tecnologias no setor, no período estudado,


pode-se afirmar que houve adequada resposta do CPN na incorporação de
regulamentação para novos procedimentos de gestão do risco decorrentes destas
inovações. Esta visão é confirmada por todos os entrevistados quando afirmam que a
NR 18 atende às necessidades do setor, excetuando-se a construção pesada e serviços de
montagem. Neste sentido, os representantes, de forma unânime, declaram que o espaço
permanente de discussão tripartite, propiciado pelo CPN, é o fator preponderante dos
êxitos alcançados na atualização, divulgação e implementação da norma junto às
empresas e à sociedade em geral.

Essa percepção vem acompanhada por indicadores que atestam a redução das taxas de
frequência e de mortalidade relativas a acidentes de trabalho (ver seção 3.2, subseção
168

3.2.1, no capítulo 3) e a prioridade estabelecida pela auditoria fiscal do trabalho para


atuação no setor.

Na ação fiscal do MTE registra-se, ao longo do período pesquisado, uma média superior
a 23% do número total de inspeções realizadas pela auditoria fiscal do trabalho em
obras de construção, em todo o território nacional, posicionando o setor com o 2° mais
fiscalizado pelo órgão, de acordo com os dados do Sistema Federal de Inspeção do
Trabalho (SFIT).

Dois fatores adicionais, a longevidade e a representatividade do fórum, contribuíram


para criar um ambiente negocial de confiança para discussão e aperfeiçoamento
permanente do texto normativo.

Há ainda o reconhecimento de todos os atores sociais ouvidos sobre a importância da


existência do fórum tripartite para ampliar a eficiência e a efetividade da
regulamentação e da sua implementação pelo setor da construção.

No entanto, enquanto catalisador de um processo de mobilização social permanente em


torno dos CPR e das inúmeras instituições que os compõem, nas diferentes regiões e
cidades, o CPN, salvo em curtos períodos, ainda não consolidou um trabalho efetivo.
Encontra dificuldades concretas em manter uma interlocução direta, permanente e
eficiente com os fóruns regionais, que se estruturam melhor ou pior de acordo com as
facilidades ou dificuldades locais. Os entrevistados tiveram grande dificuldade em
enumerar mais do que as três indicações de CPR solicitadas no questionário.

Parte da deficiência se explica pela ausência de uma secretaria executiva permanente a


cargo do governo, que garanta a continuidade das providências pré e pós-reuniões,
independentemente do rodízio de coordenação.

Finalmente, sobre a reflexão de um outro modelo para a elaboração da regulamentação


em SST que incorpore mais eficiência e efetividade ao seu cumprimento, sustenta-se,
sem dúvida, apoiado pela metodologia de pesquisa, que o modelo adotado, apesar das
falhas de sistema, é o mais adequado e incorpora um amplo potencial de articulação
social, pouco efetivo quando da regulamentação unilateral do Estado.
169

Observa-se ainda que, para que o CPN possa cumprir na plenitude suas atribuições
regimentais, é necessário um foco direcionado para as questões relativas às agendas do
trabalho decente e da sustentabilidade e uma abordagem mais profunda na NR 18 sobre
questões que determinem doenças relacionadas ao trabalho no setor.

Igualmente importante, para garantir a implementação da política pública de melhoria


geral das condições de trabalho no setor, seria avaliar periodicamente, através de
indicadores, os resultados das ações do fórum e, ainda, ampliar o universo de suas
parcerias institucionais.

Outras considerações devem ser assim postas:

• Quanto à utilidade

O resultado da aplicação dos conceitos do ciclo de políticas públicas e de mobilização


social para análise da regulamentação tripartite em segurança e saúde na NR 18 poderá
ser de grande valia para uma reflexão dos seus representantes e respectivas entidades na
ampliação da ação do fórum, com resultados mais efetivos para serem disponibilizados
às empresas de construção e seus canteiros de obra.

• Quanto à abrangência

As conclusões deste estudo podem contribuir para a reflexão sobre a organização e o


funcionamento dos demais fóruns tripartites em atividade no âmbito do MTE e para
balizar a regulamentação em outras instituições e instâncias de governo.

• Quanto às limitações

A impossibilidade de aplicar a mesma metodologia para todos os CPR em atividade no


País restringiu o acesso a vivências que ampliariam o entendimento do estudo proposto.

Pelo exposto e, por oportuno, retém-se ainda uma última observação sobre o modelo
tripartite de regulamentação em SST e apresentam-se sugestões para futuras pesquisas
que aprofundem a temática tratada neste estudo.

Souto (2003, p.74) observa que


170

a CLT e as Normas Regulamentadoras ainda não passaram por um processo


de adaptação democrática à Constituição de 1988. O exemplo dessa situação
é o Ministério do Trabalho e Emprego continuar emitindo seguidas
legislações sobre saúde e segurança no trabalho, valendo-se de um mandato
que lhe foi outorgado pela ditadura; fora do direito legislativo, acoberta
sofismas e posicionamentos que não condizem com o processo democrático.

O estudo do modelo tripartite presente na regulamentação do setor da indústria da


construção permite afirmar justamente o contrário, ou seja, a norma é preservada e
atualizada em um amplo universo de participação social, cujas limitações nos resultados
indicam muito mais a amplitude do universo de trabalho a ser atendido do que a
ausência de procedimentos democráticos.

Finalmente, sugere-se o aprofundamento deste estudo para as outras comissões


tripartites em funcionamento que possam se beneficiar desta compreensão. Como
contribuição, citam-se, pelo menos, quatro sugestões a título de exemplos: i) a
percepção das empresas quanto à regulamentação em SST; ii) o papel dos atores sociais
com atuação na CTPP enquanto instância máxima de coordenação da regulamentação
tripartite em SST; iii) a percepção dos profissionais do SESMT quanto à eficiência e
eficácia da regulamentação vigente; iv) o aperfeiçoamento de indicadores para
estabelecer prioridades nas ações de fóruns tripartites.
171

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APÊNDICE “A” – Trabalhadores da ICC –

Aspectos Sociodemográficos
177

Tabela 2– Brasil: número de vínculos e número de trabalhadores


registrados na indústria da construção: 1990, 1995; 2000-2011

Número de trabalhadores Número de vínculos

1990 959.341 2.459.311


1995 1.077.735 2.447.734
2000 1.094.528 2.279.027
2001 1.132.955 2.416.636
2002 1.106.350 2.427.966
2003 1.048.251 2.237.668
2004 1.118.570 2.293.932
2005 1.245.395 2.484.775
2006 1.438.713 2.923.194
2007 1.674.483 3.282.055
2008 1.987.131 4.138.678
2009 2.221.254 4.484.830
2010 2.633.674 5.481.288
2011 2.909.131 6.084.023
Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 1990,
1995; 2000-2011 [CD-ROM].

Tabela 3 – Brasil: razão entre o número de vínculos e o número de trabalhadores da


indústria da construção: 1990, 1995, 2000-2011
1990 1995 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Razão 2,56 2,27 2,08 2,13 2,19 2,13 2,05 2,00 2,03 1,96 2,08 2,02 2,08 2,09
Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 1990, 1995, 2000-2011 [CD-ROM].
178

Tabela 4 – Brasil: número de trabalhadores registrados na indústria da


construção por sexo: 1990, 1995; 2000-2011
Sexo/
Masculino % Feminino % Total
Ano
1990 885.178 92,27% 74.163 7,73% 959.341
1995 1.000.870 92,87% 76.865 7,13% 1.077.735
2000 1.011.400 92,41% 83.128 7,59% 1.094.528
2001 1.048.553 92,55% 84.402 7,45% 1.132.955
2002 1.029.416 93,05% 76.934 6,95% 1.106.350
2003 973.798 92,90% 74.453 7,10% 1.048.251
2004 1.041.508 93,11% 77.062 6,89% 1.118.570
2005 1.159.587 93,11% 85.808 6,89% 1.245.395
2006 1.330.484 92,48% 108.229 7,52% 1.438.713
2007 1.554.945 92,86% 119.538 7,14% 1.674.483
2008 1.836.750 92,43% 150.381 7,57% 1.987.131
2009 2.048.520 92,22% 172.734 7,78% 2.221.254
2010 2.425.850 92,11% 207.824 7,89% 2.633.674
2011 2.668.226 91,72% 240.905 8,28% 2.909.131
Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 1990, 1995, 2000-2011 [CD-ROM].

Tabela 5 – Brasil: distribuição dos trabalhadores da indústria da construção segundo


faixas etárias: 1990; 1995; 2000-2004
Idade 1990 1995 2000 2001 2002 2003 2004

Brasil 959.341 1.077.735 1.094.528 1.132.955 1.106.350 1.048.251 1.118.570

Até 17 anos 16.106 12.474 4.065 3.462 3.099 2.698 3.104

18 a 24 anos 210.665 203.016 203.948 207.094 192.808 170.256 176.307

25 a 29 anos 163.630 184.994 187.501 194.993 190.152 181.404 193.992

30 a 39 anos 279.660 320.898 331.456 342.298 336.250 320.914 342.463

40 a 49 anos 167.628 225.986 241.886 249.510 246.187 238.516 254.995

50 a 64 anos 101.866 119.293 119.529 128.980 131.409 128.540 141.606

65 ou mais 6.578 7.621 5.952 6.431 6.224 5.918 6.101

Ignorado 13.208 3.453 191 187 221 5 2

Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 1990; 1995; 2000-2004 [CD-ROM].
179

Tabela 6 – Brasil: distribuição dos trabalhadores da indústria da construção segundo


faixas etárias: 2005-2011

Idade 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011


Brasil 1.245.395 1.438.713 1.674.483 1.987.131 2.221.254 2.633.674 2.909.131
Até 17 anos 3.355 3.759 4.541 5.760 6.180 7.963 11.325
18 a 24
195.028 222.423 265.163 327.292 371.497 457.771 511.493
anos
25 a 29
215.360 246.789 285.867 338.170 376.908 449.284 495.724
anos
30 a 39
380.220 435.194 499.229 581.927 654.341 767.582 852.934
anos
40 a 49
282.785 325.375 372.382 433.161 478.216 552.134 594.165
anos
50 a 64
161.795 196.631 236.911 288.249 319.819 380.928 421.141
anos
65 ou mais 6.843 8.534 10.380 12.567 14.290 18.007 22.316
Ignorado 9 8 10 5 3 5 33
Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 1990; 1995; 2005-20011 [CD-ROM].

900.000
800.000
Número de trabalhadores

700.000
600.000
500.000
400.000
300.000
200.000
100.000
0
1990 1995 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Ate 17 anos 18 a 24 anos 25 a 29 anos 30 a 39 anos


40 a 49 anos 50 a 64 anos 65 ou mais Ignorado

Gráfico 72 – Brasil: distribuição dos trabalhadores da indústria da construção


segundo faixas etárias: 1990; 1995; 2000-2011
Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 1990; 1995; 2000-2011 [CD-ROM].
180

Tabela 7 – Brasil: distribuição dos vínculos da indústria da construção segundo faixas


etárias: 1990; 1995; 2000-2004
Idade 1990 1995 2000 2001 2002 2003 2004

Brasil 2.459.311 2.447.734 2.279.027 2.416.636 2.427.966 2.237.668 2.293.932

Até 17 anos 34.927 25.379 7.202 5.969 5.328 4.676 5.264

18 a 24
612.470 506.561 446.009 468.280 450.895 390.922 392.471
anos

25 a 29
459.178 451.340 403.938 429.885 432.665 399.239 408.057
anos

30 a 39
714.090 735.572 695.955 733.651 741.718 685.403 702.771
anos

40 a 49
385.684 476.338 483.992 513.768 519.372 490.831 504.255
anos

50 a 64
206.029 230.785 230.761 252.797 265.514 254.885 269.507
anos

65 ou mais 12.610 13.661 10.798 11.953 12.080 11.695 11.599

Ignorado 34.323 8.098 372 333 394 17 8

Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 1990; 1995; 2000-2004 [CD-ROM].
181

Tabela 8 – Brasil: distribuição dos vínculos da indústria da construção segundo faixas


etárias: 2005-2011

Idade 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Brasil 2.484.775 2.923.194 3.282.055 4.138.678 4.484.830 5.481.288 6.084.023

Ate 17 anos 5.796 6.518 7.390 9.870 10.291 13.708 18.877

18 a 24 anos 423.895 499.998 570.870 767.162 829.497 1.056.930 1.196.603

25 a 29 anos 444.073 522.264 587.688 747.512 804.311 998.787 1.110.452

30 a 39 anos 757.210 884.261 981.188 1.215.679 1.324.375 1.614.020 1.799.909

40 a 49 anos 542.052 632.046 696.265 849.010 914.737 1.081.823 1.167.620

50 a 64 anos 299.033 362.947 420.794 526.796 575.936 684.647 752.185

65 ou mais 12.701 15.145 17.770 22.643 25.676 31.361 38.317

Ignorado 15 15 90 6 7 12 60
Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 1990; 1995; 2005-20011 [CD-ROM].

2.000.000
1.800.000
1.600.000
Número de vínculos

1.400.000
1.200.000
1.000.000
800.000
600.000
400.000
200.000
0
1990 1995 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Ate 17 anos 18 a 24 anos 25 a 29 anos 30 a 39 anos


40 a 49 anos 50 a 64 anos 65 ou mais Ignorado

Gráfico 73 – Brasil: distribuição dos vínculos da indústria da construção


segundo faixas etárias: 1990; 1995; 2000-2011
Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 1990; 1995; 2000-2011 [CD-ROM].
Tabela 9 – Brasil: escolaridade dos trabalhadores registrados na indústria da construção: 1990; 1995; 2000-2006
Escolaridade 1990 1995 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Brasil 959.341 1.077.735 1.094.528 1.132.955 1.106.350 1.048.251 1.118.570 1.245.395 1.438.713
Analfabeto 59.734 53.976 29.186 27.683 23.877 16.823 15.961 15.736 16.965
4ª série
326.385 305.202 202.207 191.477 176.280 159.284 153.713 154.800 162.786
incompleta
4ª série completa 251.365 263.382 235.324 237.099 210.270 184.454 184.206 194.022 209.051
8ª série
113.923 161.101 202.885 214.862 216.119 203.926 219.224 243.237 277.287
incompleta
8ª série completa 64.373 110.997 184.831 200.997 208.006 209.047 226.828 252.194 299.040
2º grau
31.966 44.638 58.925 65.813 66.967 68.127 76.262 86.057 103.770
incompleto
2º grau completo 55.063 72.896 124.322 138.415 149.187 150.707 182.968 230.341 286.323
Superior
13.383 15.501 15.197 15.755 15.966 15.887 17.674 20.061 23.916
incompleto
Superior completo 33.354 39.398 41.651 40.854 39.678 39.996 41.734 48.947 58.750
Mestrado - 227 - - - - - - 587
Doutorado - 115 - - - - - - 238
Ignorado 9.795 10.302 - - - - - - -
Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 1990; 1995; 2000-2006 [CD-ROM].

182
183

Tabela 10 – Brasil: escolaridade dos trabalhadores registrados na indústria


da construção: 2007– 2011
Escolaridade 2007 2008 2009 2010 2011
Brasil 1.674.483 1.987.131 2.221.254 2.633.674 2.909.131
Analfabeto 18.917 20.703 23.101 26.097 26.416
4ª série incompleta 180.950 193.721 216.316 262.733 276.138
4ª série completa 227.295 244.772 249.498 265.988 268.227
8ª série incompleta 319.950 369.743 394.452 433.349 452.181
8ª série completa 346.482 418.236 457.733 535.471 560.524
2º grau incompleto 124.355 155.302 181.705 221.550 257.603
2º grau completo 358.848 462.255 560.939 722.878 880.528
Superior incompleto 27.699 34.978 39.386 46.216 52.588
Superior completo 68.771 85.957 96.440 117.265 132.356
Mestrado 915 1.126 1.211 1.595 1.964
Doutorado 301 338 473 532 606
Ignorado - - - - -
Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 2007-2011 [CD-ROM].

1.000.000
Analfabeto
900.000
4ª série incompleta
800.000
4ª série completa
700.000
8ª série incompleta
600.000 8ª série completa
500.000 2º grau incompleto
400.000 2º grau completo

300.000 Superior incompleto


Superior completo
200.000
Mestrado
100.000
Doutorado
0
Ignorado
1990
1995
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011

Gráfico 74 – Brasil: escolaridade dos trabalhadores registrados na indústria


da construção: 1990; 1995; 2000-2011
Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 1990; 1995; 2000-2011 [CD-ROM].
Tabela 11 – Brasil: escolaridade dos vínculos registrados na indústria da construção: 1990; 1995; 2000-2006
Escolaridade 1990 1995 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Brasil 2.459.311 2.447.734 2.279.027 2.416.636 2.427.966 2.237.668 2.293.932 2.484.775 2.923.194
Analfabeto 156.589 124.076 62.414 60.050 54.328 38.156 34.457 32.792 37.216
4ª série incompleta 937.977 767.822 455.857 436.057 414.352 353.689 329.127 324.746 351.048
4ª série completa 687.500 640.523 514.905 526.641 496.225 416.071 401.698 405.118 447.823
8ª série incompleta 286.478 370.015 452.519 492.243 502.836 474.855 480.359 520.275 612.317
8ª série completa 146.175 232.113 390.527 444.130 462.905 458.484 488.782 529.718 632.531
2º grau incompleto 61.413 86.684 111.303 130.698 138.437 138.791 152.215 169.904 212.585
2º grau completo 94.964 122.063 207.000 242.176 272.260 272.842 319.322 399.330 508.129
Superior incompleto 20.772 24.918 23.152 25.322 25.753 25.115 26.945 30.637 36.637
Superior completo 46.976 57.056 61.350 59.319 60.870 59.665 61.027 72.255 83.869
Mestrado - 379 - - - - - - 729
Doutorado - 182 - - - - - - 310
Ignorado 20.467 21.903 - - - - - - -
Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 1990; 1995; 2000-2006 [CD-ROM].

184
185

Tabela 12 – Brasil: escolaridade dos vínculos registrados na indústria da


construção: 2007-2011
Escolaridade 2007 2008 2009 2010 2011
Brasil 3.282.055 4.138.678 4.484.830 5.481.288 6.084.023
Analfabeto 39.053 45.961 47.233 57.268 59.405
4ª série incompleta 368.392 422.158 448.365 570.802 620.204
4ª série completa 460.807 533.846 527.466 579.740 587.453
8ª série incompleta 669.536 828.762 860.730 968.709 1.017.630
8ª série completa 717.106 911.957 971.212 1.165.439 1.235.968
2º grau incompleto 248.835 329.138 372.924 476.045 557.492
2º grau completo 635.896 882.008 1.052.717 1.413.831 1.722.038
Superior incompleto 42.434 55.243 61.064 73.568 84.317
Superior completo 98.458 127.531 140.900 172.929 195.973
Mestrado 1.144 1.567 1.598 2.220 2.737
Doutorado 394 507 621 737 806
Ignorado 0 0 0 0 0
Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 2007-2011 [CD-ROM].

2.000.000
Analfabeto
1.800.000
4ª série incompleta
1.600.000
4ª série completa
1.400.000
8ª série incompleta
1.200.000 8ª série completa
1.000.000 2º grau incompleto
800.000 2º grau completo

600.000 Superior incompleto

400.000 Superior completo


Mestrado
200.000
Doutorado
0
Ignorado
1990
1995
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011

Gráfico 75 – Brasil: escolaridade dos vínculos registrados na indústria da


construção: 1990; 1995; 2000–2011
Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 1990; 1995; 2000-2011 [CD-ROM].
186

Tabela 13 – Brasil: distribuição dos trabalhadores da indústria da construção segundo o


porte da empresa: 1990; 1995; 2000-2004
Porte da
1990 1995 2000 2001 2002 2003 2004
Empresa
Brasil 959.341 1.077.735 1.094.528 1.132.955 1.106.350 1.048.251 1.118.570

Micro 136.877 241.957 272.841 279.913 293.886 274.091 280.300

Pequena 212.842 321.561 336.703 350.187 355.886 339.002 353.990

Média 318.673 334.570 297.728 311.125 304.208 283.427 303.672

Grande 290.949 179.647 187.256 191.730 152.370 151.731 180.608

Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 1990; 1995; 2000-2004 [CD-ROM].

Tabela 14 – Brasil: distribuição dos trabalhadores da indústria da construção segundo o


porte da empresa: 2005-2011
Porte da
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Empresa
Brasil 1.245.395 1.438.713 1.674.483 1.987.131 2.221.254 2.633.674 2.909.131
Micro 283.972 323.894 359.996 413.681 448.667 532.985 612.270
Pequena 375.915 436.251 493.951 567.598 628.135 749.274 835.832
Média 341.463 409.585 481.117 559.258 622.167 767.996 795.484
Grande 244.045 268.983 339.419 446.594 522.285 583.419 665.545
Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 2005-2011 [CD-ROM].

900.000
800.000
700.000
600.000
Micro
500.000
Pequena
400.000
300.000 Média
200.000 Grande
100.000
0
1990
1995
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011

Gráfico 76 – Brasil: distribuição dos trabalhadores da indústria da construção


segundo o porte da empresa: 1990; 1995; 2000-2011
Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 1990; 1995; 2000-2011 [CD-ROM].
187

APÊNDICE “B” –ICC –

Acidentes de Trabalho
Tabela 15 – Brasil: acidentes de trabalho na indústria da construção segundo motivo: 1997-2011

Motivo 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Brasil 32.180 31.959 27.826 25.536 25.446 28.484 25.980 28.875 29.228 29.054 30.362 38.822 41.418 43.323 46.539
Acidente
28.827 29.060 24.950 22.637 22.557 25.029 22.686 24.985 25.180 24.592 25.797 33.288 35.265 36.611 39.301
Típico
Acidente
2.184 1.963 2.008 2.112 2.154 2.532 2.421 2.838 3.012 3.294 3.540 4.594 5.042 5.660 6.281
Trajeto
Doença
do 1.169 936 868 787 735 923 873 1.052 1.036 1.168 1.025 940 1.111 1.052 957
Trabalho
Fonte: Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho (AEAT) 1997-2011.

188
189

45.000

40.000

35.000

30.000

25.000 Acidente Típico


20.000 Acidente Trajeto

15.000 Doença do Trabalho

10.000

5.000

0
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Gráfico 77 – Brasil: acidentes de trabalho na indústria da construção
segundo motivo: 1997-2011
Fonte: Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho (AEAT) 1997-2011.
Tabela 16 – Brasil: acidentes de trabalho por Atividade Econômica CNAE 1.0: 1999-2005
Divisão do CNAE 1.0 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
BRASIL 100% 387820 100% 363868 100% 340251 100% 393071 100% 399077 100% 465700 100% 499680
Fabricação de produtos
alimentícios e bebidas 6,69% 25935 6,43% 23387 6,80% 23142 7,10% 27894 7,90% 31539 8,46% 39415 8,87% 44297

Comércio varej.rep.objetos
pessoais e domésticos 6,73% 26119 6,51% 23704 6,52% 22187 7,26% 28540 7,42% 29628 7,35% 34241 7,66% 38259

Serviços prestados princip. as


empresas 8,09% 31367 7,09% 25807 7,14% 24280 7,71% 30313 7,16% 28586 6,26% 29165 5,96% 29787

Agric.,pec.e serviços relac. 6,99% 27105 5,79% 21059 6,20% 21097 6,54% 25714 7,72% 30792 7,29% 33970 6,51% 32542
Construção 7,17% 27826 7,02% 25536 7,48% 25446 7,25% 28484 6,51% 25980 6,20% 28875 5,85% 29228
Saúde e serviços sociais 5,16% 20013 5,65% 20545 6,19% 21058 6,59% 25906 7,20% 28738 7,11% 33105 7,46% 37271
Transporte terrestre 4,08% 15821 3,80% 13825 3,89% 13246 4,08% 16029 4,16% 16589 4,23% 19684 4,04% 20197
Fabr.emont.veículos
3,31% 12853 3,41% 12422 3,53% 12027 3,01% 11844 3,05% 12180 3,46% 16110 3,70% 18481
auto.reboques e carroc.
Comércio por atacado e
2,75% 10681 2,50% 9099 2,55% 8678 2,65% 10410 2,66% 10628 2,85% 13275 2,91% 14559
interm.do comércio
Fabr.prod.metal-
2,76% 10697 2,80% 10194 2,85% 9683 2,75% 10802 2,53% 10093 2,47% 11523 2,49% 12452
exclus.máquinas e equip.
Fabricação de máquinas e
2,25% 8709 2,23% 8102 2,44% 8304 2,39% 9395 2,35% 9384 2,41% 11228 2,43% 12119
equipamentos
Metalurgia básica 2,27% 8786 2,49% 9057 2,55% 8663 2,19% 8610 2,16% 8631 2,31% 10769 2,43% 12137
Atividades associativas 2,54% 9843 2,16% 7854 2,23% 7588 2,34% 9210 2,35% 9394 2,26% 10544 2,15% 10753
Adm.pública, defesa e
1,85% 7193 1,90% 6931 2,04% 6953 2,22% 8726 2,32% 9240 2,32% 10806 2,38% 11897
seguridade social
Fabricação de artigos de
2,04% 7913 2,14% 7776 2,16% 7335 2,06% 8093 2,05% 8192 2,17% 10112 2,18% 10908
borracha e plástico

Fonte: Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho (AEAT) 1999-2005.

190
191

10% Fabricação de produtos


alimetícios e bebidas

9% Comércio varej.rep.objetos
pessoais e domésticos

8% Serviços prestados princip.


as empresas
7% Agric., pec.e serviços relac.

6% Construção

5% Saúde e serviços sociais


1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Gráfico 78 – Brasil: acidente de trabalho por Atividade Econômica


CNAE 1.0: 1999-2005
Fonte: Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho (AEAT) 1999-2005.
Tabela 17 – Brasil: acidentes de trabalho por Atividade Econômica CNAE 2.0: 2006-2011
Divisão do CNAE 2.0 2006 2007 2008 2009 2010 2011
BRASIL 100% 299410 100% 370583 100% 431338 100% 418228 100% 409465 100% 414605
Comércio Varejista 14,12% 42271 14,97% 55482 14,95% 64487 15,32% 64079 15,38% 62996 15,54% 64437
Fabricação de Produtos Alimentícios 14,78% 44250 15,34% 56864 14,83% 63985 14,51% 60667 13,18% 53987 12,44% 51588
Atividades de Atenção à Saúde Humana 12,41% 37162 12,03% 44584 11,67% 50323 13,24% 55364 13,81% 56535 14,42% 59773
Transporte Terrestre 6,93% 20738 7,13% 26408 7,28% 31407 7,56% 31608 7,39% 30276 7,14% 29589
Agricultura, Pecuária e Serviços
9,28% 27790 6,71% 24878 5,80% 25022 6,10% 25512 5,99% 24536 5,42% 22470
Relacionados
Fabricação de Veículos Automotores,
6,57% 19657 5,89% 21843 6,11% 26339 5,15% 21545 5,18% 21205 5,15% 21346
Reboques e
Comércio por Atacado, Exceto Veículos
4,88% 14620 5,33% 19741 5,27% 22739 5,22% 21816 5,29% 21674 5,30% 21959
Automotores
Administração Pública, Defesa e
4,19% 12533 4,94% 18298 5,07% 21874 5,68% 23749 5,62% 23020 5,45% 22578
Seguridade Social
Obras de Infraestrutura 4,30% 12883 4,49% 16626 5,21% 22472 5,49% 22961 5,34% 21871 5,42% 22471
Construção de Edifícios 3,89% 11641 3,98% 14740 4,84% 20891 5,25% 21959 5,60% 22928 6,15% 25509
Fabricação de Produtos de Metal, Exceto
4,41% 13215 4,37% 16208 4,65% 20055 3,99% 16696 4,25% 17392 4,36% 18097
Máquina
Fabricação de Produtos de Borracha e de
4,02% 12038 3,89% 14413 3,67% 15849 3,38% 14121 3,51% 14369 3,45% 14308
Material
Alimentação 3,04% 9098 3,47% 12872 3,60% 15545 3,76% 15706 3,88% 15907 3,97% 16450
Metalurgia 3,93% 11776 4,07% 15089 3,47% 14980 2,41% 10083 2,53% 10374 2,62% 10870
Fabricação de Máquinas e Equipamentos 3,25% 9738 3,38% 12537 3,56% 15370 2,96% 12362 3,03% 12395 3,17% 13160
Fonte: Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho (AEAT) 2006-2011

192
193

17% Comércio Varejista

15%
Fabricação de Produtos
Alimentícios
13%
Atividades de Atenção à
11% Saúde Humana

Transporte Terrestre
9%

Agricultura, Pecuária e
7%
Serviços Relacionados

5% Construção
2006 2007 2008 2009 2010 2011

Gráfico 79 – Brasil: acidente de trabalho por Atividade Econômica CNAE 2.0:


2006-2011
Fonte: Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho (AEAT) 2006-2011.
Nota: * Construção é constituída por construção de edifícios e obras de infraestrutura.

Tabela 18 – Brasil: desligamentos por aposentadoria decorrentes de acidentes de


trabalho ou doenças profissionais na indústria da construção: 2000–2011
Causa do
Desligamento
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
/Porte da
Empresa
Acidentes de
119 528 191 203 212 250 182 138 182 218 185 175
Trabalho
Micro 55 207 108 116 103 117 87 52 84 89 90 73
Pequena 32 155 39 47 65 70 42 41 38 63 49 54
Média 25 9 35 32 29 50 34 35 42 55 36 36
Grande 7 157 9 8 15 13 19 10 18 11 10 12
Decorrentes
de Doenças 138 131 168 132 135 277 193 193 270 248 240 186
Profissionais
Micro 57 62 81 68 53 109 53 75 81 93 78 68
Pequena 26 39 38 23 38 66 39 50 63 53 55 43
Média 32 23 30 32 28 47 50 34 80 60 58 39
Grande 23 7 19 9 16 55 51 34 46 42 49 36
Brasil 257 659 359 335 347 527 375 331 452 466 425 361
Micro 112 269 189 184 156 226 140 127 165 182 168 141
Pequena 58 194 77 70 103 136 81 91 101 116 104 97
Média 57 32 65 64 57 97 84 69 122 115 94 75
Grande 30 164 28 17 31 68 70 44 64 53 59 48
Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 2000-2011 [CD-ROM].
194

250
Número de aposentadorias
200

150

100

50

0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Micro Pequena Média Grande

Gráfico 80 – Brasil: desligamentos por aposentadoria decorrentes


de acidentes de trabalho na indústria da construção:
2000-2011
Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 2000-2011 [CD-ROM].

120

100
Número de aposentadorias

80

60

40

20

0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Micro Pequena Média Grande

Gráfico 81 – Brasil: desligamentos por aposentadoria decorrentes de


doenças profissionais na indústria da construção:
2000-2011
Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 2000-2011 [CD-ROM].
195

Tabela 19 – Brasil: acidentes do trabalho liquidados


por óbito na construção civil: 1999–2010
Ano Óbito
1999 407
2000 325
2001 382
2002 375
2003 326
2004 318
2005 307
2006 284
2007 319
2008 384
2009 407
2010 456
2011 471
Fonte: Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho (AEAT) 1999-2011.

1999
471 2000
456
2001
407 407
382 375 384 2002
2003
325 326 318 319
307 2004
284
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011

Gráfico 82 – Número de óbitos decorrentes de acidentes no trabalho no


Brasil – 1999-2011
Fonte: Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho (AEAT) 1999-2011.
196

Tabela 20 – Brasil: desligamentos por óbitos decorrentes de acidentes de trabalho ou


doenças profissionais na indústria da construção: 2000–2010
Causa do
Óbito/
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Porte da
Empresa
Acidentes de
144 206 180 191 210 162 191 235 238 272 272 289
Trabalho
Micro 62 103 76 83 88 66 79 96 88 88 87 75
Pequena 50 58 66 61 54 44 53 68 72 70 79 111
Média 22 32 31 36 55 38 42 46 54 62 70 75
Grande 10 13 7 11 13 14 17 25 24 52 36 28
Decorrentes
de Doenças 7 7 8 9 8 12 15 14 15 14 11 14
Profissionais
Micro 6 5 5 5 3 3 6 7 5 7 3 8
Pequena 1 1 2 3 2 5 4 4 3 4 5 5
Média 0 1 1 1 3 1 1 2 4 3 3 0
Grande 0 0 0 0 0 3 4 1 3 0 0 1
Brasil 151 213 188 200 218 174 206 249 253 286 283 303
Micro 68 108 81 84 91 69 85 103 93 95 90 83
Pequena 51 59 68 58 56 49 57 72 75 74 84 116
Média 22 33 32 36 58 39 43 48 58 65 73 75
Grande 10 13 7 10 13 17 21 26 27 52 36 29
Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 2000-2011 [CD-ROM].

120

100
Número de óbitos

80
Micro

60 Pequena
Média
40
Grande
20

0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Gráfico 83 – Brasil: desligamentos por óbito decorridos de acidentes de trabalho


por porte da empresa na indústria da construção:
2000-2011
Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 2000-2010 [CD-ROM].
197

9
8
7
Número de óbitos

6
Micro
5
Pequena
4
Média
3
Grande
2
1
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Gráfico 84 – Brasil: desligamentos por óbito decorridos de doenças profissionais


por porte da empresa na indústria da construção: 2000-2011
Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 2000-2010 [CD-ROM].

Tabela 21 – Brasil: nº de óbitos/ nº de trabalhadores na indústria


da construção – 1999-2011

Nº de óbitos / Nº de trabalhadores
Ano *100 *1.000 *10.000 *100.000
1999 0,039 0,388 3,884 38,84
2000 0,03 0,297 2,969 29,693
2001 0,034 0,337 3,372 33,717
2002 0,034 0,339 3,39 33,895
2003 0,031 0,311 3,11 31,099
2004 0,028 0,284 2,843 28,429
2005 0,025 0,247 2,465 24,651
2006 0,02 0,197 1,974 19,74
2007 0,019 0,191 1,905 19,051
2008 0,019 0,193 1,932 19,324
2009 0,018 0,183 1,832 18,323
2010 0,017 0,166 1,663 16,631
2011 0,016 0,162 1,619 16,190
Fonte: Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho (AEAT) 2000-2011
198

N° de óbitos/n° de trabalhadores *100 1999


2000
2001
0,039 2002

0,034 0,034 2003

0,03 0,031 2004


0,028
2005
0,025
2006
0,02 0,019 0,019
0,018 0,017 2007
0,016
2008
2009
2010
2011

Gráfico 85 – Brasil: indicador taxa de mortalidade: nº de óbitos/ nº de trabalhadores


*100 na indústria da construção – 2000-2010
Fonte: Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho (AEAT) 2000-2010.

N° de óbitos/n° de trabalhadores *1000 1999


2000
2001
0,388 2002
2003
0,337 0,339
0,311 2004
0,297
0,284 2005
0,247 2006
0,197 0,191 0,193 2007
0,183
0,166 0,162 2008
2009
2010
2011

Gráfico 86 – Brasil: indicador taxa de mortalidade: nº de óbitos/ nº de trabalhadores


*1000 na indústria da construção – 2000-2011
Fonte: Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho (AEAT) 2000-2011.
199

Tabela 22 – Brasil: nº de óbitos/ nº de acidentes 1999-2010

Nº de óbitos / Nº de acidentes
Ano *100 *1.000 *10.000 *100.000
1999 2,655 26,554 265,543 2655,429
2000 2,333 23,331 233,31 2333,06
2001 2,246 22,46 224,6 2245,985
2002 2,575 25,746 257,46 2574,592
2003 2,478 24,784 247,84 2478,414
2004 2,581 25,814 258,14 2581,421
2005 2,347 23,469 234,69 2346,886
2006 2,019 20,194 201,94 2019,444
2007 1,813 18,132 181,32 1813,216
2008 1,954 19,537 195,37 1953,671
2009 1,865 18,646 186,46 1864,622
2010 1,632 16,319 163,19 1631,865
Fonte: Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho (AEAT) 2000-2010.
200

Tabela 23 – Brasil: casos fatais de acidente de trabalho por Atividade Econômica


1999-2005
Divisão do CNAE 1.0 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Brasil 3896 3094 2753 2968 2674 2839 2766

Transporte terrestre 432 297 288 359 354 326 389

Construção 407 325 382 375 326 318 307

Comércio varej.rep.objetos pessoais e


domésticos 385 251 221 259 240 237 259

Serviços prestados princip. as empresas 359 234 205 231 232 259 246

Agric.,pec.e serviços relac. 103 151 191 203 211 265 228

Comércio por atacado e interm.do comércio 183 148 135 135 143 185 152

Fabricação de produtos alimentícios e


bebidas 196 150 107 131 126 167 166

Com.rep.veíc.auto.moto. com.varejo
combust. 168 88 102 118 98 115 113

Fabricação de produtos de madeira 109 83 72 82 97 81 71

Fabricação de produtos de minerais não


metál. 78 50 42 51 51 56 52

Adm.pública, defesa e seguridade social 69 42 46 60 55 54 52

Alojamento e alimentação 65 52 48 57 41 38 38

Fabr.prod.metal-exclus.máquinas e equip. 68 44 47 35 37 43 35

Atividades associativas 56 41 37 34 44 37 50

Fonte: Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho (AEAT) 1997-2010.


201

Tabela 24 – Brasil: casos fatais de acidente de trabalho por Atividade Econômica


2006-2011
Divisão do CNAE 2.0 2006 2007 2008 2009 2010 2011
BRASIL 1818 1859 1901 1759 1885 1965
Transporte Terrestre 383 356 377 330 342 419
Comércio Varejista 280 282 250 248 247 260
Agricultura, Pecuária e Serviços
190 192 183 166 159 168
Relacionados
Construção Civil 284 319 384 407 456 471
Fabricação de Produtos Alimentícios 151 173 171 154 151 154
Comércio por Atacado, Exceto Veículos
162 157 141 123 159 123
Automotores
Fabricação de Produtos de Minerais
59 56 68 54 81 74
Não-Metálicos
Comércio e Reparação de Veículos
53 67 70 65 48 51
Automotores e
Administração Pública, Defesa e
61 50 49 56 59 53
Seguridade Social
Atividades de Vigilância, Segurança e
51 52 58 42 56 49
Investigação
Fabricação de Produtos de Madeira 63 66 49 38 38 42
Fabricação de Produtos de Metal, Exceto
53 38 55 35 48 58
Máquina
Serviços para Edifícios e Atividades
28 51 46 41 41 43
Paisagísticas
Fonte: Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho (AEAT) 1997-2010.
202

APENDICE “C” – Questionário de Pesquisa

FUNDAÇÃO JORGE DUPRAT FIGUEIREDO DE SEGURANÇA E MEDICINA


DO TRABALHO – FUNDACENTRO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

Mestrando: Juarez Correia Barros Junior


Orientador: Prof. Dr. Celso Amorim Salim

Título: O tripartismo e a regulamentação da segurança e saúde no trabalho no


Brasil: o caso da indústria da construção

QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

Este questionário é parte integrante da metodologia de investigação escolhida pelo autor


da pesquisa e aplica-se a 24 membros e ex-membros do Comitê Permanente Nacional
da Indústria da Construção (CPN), divididos em três grupos de 08 entrevistados,
representantes das bancadas de governo, patronal e dos trabalhadores que compõem o
fórum tripartite. Está organizado em quinze questões que buscam responder a dois
objetivos específicos da pesquisa:

• Investigar o que representa para os atores sociais envolvidos a participação e a


deliberação tripartite no CPN.

• Compreender como as atribuições legais e normativas do CPN permitem ou não


sua atuação na formulação da política de melhoria das condições e dos
ambientes de trabalho do setor.

BANCADA: ( ) governo ( ) trabalhadores ( ) empregadores

PERGUNTAS

1) Há quanto tempo integra ou por quanto tempo integrou o CPN?

( ) Até um ano

( ) Entre 01 e 03 anos

( ) Entre 03 e 05 anos

( ) Entre 05 e 08 anos

(...) Mais que 08 anos


203

2) Houve avanços na política de melhoria das condições e do meio ambiente de trabalho


na indústria da construção?

( ) Sim

( ) Não

2.a ) Se sim:

( ) Muito pequeno

( ) Pequeno

( ) Médio

( ) Grande

( ) Muito grande

2.b) Se não, por quê?

3) A direção de sua organização/entidade aporta demandas específicas para os debates


nas reuniões do CPN?

( ) Nunca

( ) Muito pouco

( ) Uma vez ou outra

( ) Quase sempre

( ) Sempre

Se nunca, por quê?

Se aporta, cite exemplos:

4) Qual a contribuição do CPN na redução da taxa dos acidentes e das doenças


relacionadas ao trabalho nos canteiros de obra?

( ) Muito pouca

( ) Pouca

( ) Razoável

( ) Grande
204

( ) Muito grande

Cite três exemplos:

a)

b)

c)

5) O CPN dá conta de tratar das questões relacionadas com o planejamento, a


organização de trabalho e as tarefas nos canteiros de obra em suas discussões e
deliberações normativas (jornada de trabalho, horas extras, tarefas, terceirização de mão
de obra, etc.)?

( ) Não

( ) Muito pouco

( ) Razoavelmente

( ) Muito bem

( ) Completamente

Se sim, cite um exemplo

Se não, por quê?

6) O CPN enfoca as questões relacionadas ao trabalho decente (vínculo empregatício


dos trabalhadores, precarização das condições de trabalho, satisfação no trabalho,
seguridade social, responsabilidade social, formação e capacitação dos trabalhadores,
áreas de vivência, etc.) em suas discussões e deliberações?

( ) Não

( ) Muito pouco

( ) Razoavelmente

( ) Muito

( ) Frequentemente

Se sim, cite um exemplo:

Se não, por quê?


205

7) As expectativas de sua bancada são atendidas pelo CPN?

( ) Nunca

( ) Muito pouco

( ) Pouco

( ) Bem

( ) Sempre

Se sim, cite um exemplo:

Se não, por quê?

8) A NR 18 atende às necessidades do setor da indústria da construção?

( ) Não

( ) Muito pouco

( ) Pouco

( ) Razoavelmente

( ) Bem

Se não, por quê?

9) Qual a sua opinião sobre a necessidade de consenso para deliberar as alterações da


NR 18?

O consenso necessário para deliberar as alterações da NR 18:

( ) Enfraquece sua efetividade

( ) Algumas vezes enfraquece

( ) Não altera o resultado efetivo

( ) Melhora o texto final

( ) Sempre melhora os resultados


206

10) Se entendermos mobilização social como uma oportunidade de congregar


pessoas/instituições em torno da política de redução de acidentes na construção, como
avalia o CPN?

( ) Não mobiliza (trabalhadores, empregadores, governo, profissionais da área, etc.)

( ) Pouco mobilizador

( ) Mobilizador

( ) Muito mobilizador

11) O CPN e os CPR contribuem para mobilizar as instituições que representam a sua
bancada (trabalhador, ou empregador, ou governo)?

( ) Não

( ) Muito pouco

( ) Razoavelmente

( ) Bem

( ) Muito bem

Se sim, de que forma?

12) Cite três CPR com maior contribuição ao CPN, segundo uma ordem crescente:

13) Qual a melhor contribuição que um CPR pode oferecer ao CPN?

14) É atribuição do CPN promover campanhas, eventos técnicos, encontros regionais,


congressos, etc.?

( ) Não

( ) Algumas vezes sim

( ) É, mas não promove

( ) É, mas promove poucas atividades do gênero

( ) Sim

Comente:
207

15) Em que momento você relata as discussões e as deliberações do CPN à sua


entidade/instituição?

( ) Reunião de diretoria

( ) Reunião específica de avaliação

( ) Informalmente

( ) Não relata

( ) Não há interesse específico da instituição/entidade

Obs.: O questionário será identificado apenas pela menção da bancada à qual


pertence o entrevistado.
208

APÊNDICE “D” – Roteiro da Entrevista

A etapa de realização das entrevistas individuais será precedida de uma visita do autor
do projeto, prevista na pauta da reunião ordinária do CPN, no dia 20 de setembro de
2012, no Rio de Janeiro, quando serão esclarecidos os objetivos do estudo e as
formalidades exigidas pela Comissão de Ética em pesquisa quanto à preservação dos
entrevistados.

Todos serão informados de que os dados constantes no questionário de pesquisa terão


caráter sigiloso quanto à identificação dos participantes e receberão formulário onde
expressam a concordância quanto à sua participação no projeto.

Será entregue uma lista para preenchimento dos dados individuais, para contato
posterior, constando nome, endereço para correspondência, e-mail e telefone. O
agendamento da entrevista será oportunizado a partir da aprovação do projeto pelo
Comitê de Ética.

Após essa aprovação, os participantes serão consultados para fixação de dia, hora e
local de sua conveniência para a realização da entrevista e recebimento antecipado do
questionário, para conhecimento.

O autor permanecerá durante toda a reunião do CPN na condição de convidado ouvinte


e estará munido de caderno de campo para colher as observações sobre o estado da arte
do CPN, que posteriormente serão agregadas às outras informações colhidas nas fontes
assinaladas no capítulo Material e Método.

As entrevistas serão gravadas para posterior sistematização e também serão efetuadas


anotações no caderno de campo durante a sua realização.
APÊNDICE “E” – Análise crítica das atas do CPN no período 1996-2011

ANO REGULAMENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO SOCIAL OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA PESQUISA

RTP, em elaboração na Fundacentro. Anunciado CMATIC Rio Grande do CPN faz avaliação dos resultados do CMATIC- RJ -
Sul-RS para 1997. Dez.1995.
NR18 recebe boas críticas quando
comparada com outras legislações Anunciada formação dos CPR de RS, CBIC sugere confecção de vídeos educativos em SST na
internacionais da mesma matéria no BA, GO, SE, PI, RN, MG, PE e DF. construção.
CMATIC – RJ.
Participação do CPN no 64° ENIC. Sinduscon/SESI-SP lançam peça teatral com temática de
SST na construção.

CPN pede capacitação para AFT em NR18.

1996 Surgem primeiras liminares em mandados de segurança


contra a aplicação da NR18.

209
ANO REGULAMENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO SOCIAL OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA PESQUISA

Surgem os primeiros grupos de trabalho Anunciado o III CMATIC-RS para Surgem mandados de segurança com liminares
para regulamentação sobre treinamento e 1998. concedidas contra a NR18 nos Estados: Goiás, Paraná,
CIPA, elevadores de obra e áreas de DF, Tocantins e Minas Gerais.
vivência e quedas de altura. Contabilizados 12 CPR em
funcionamento no País. CPN discute inclusão da NR18 em contratos de obras
Surgem as primeiras RTP publicadas pela públicas CPN (bancada dos empregadores) questiona
Fundacentro. Atores sociais do CPN lançam a legitimidade da CTPP para deliberar em última instância
cartilha “Peão não, cidadão”, em propostas do comitê.
CPN define CPR como único canal de evento nacional da construção.
entrada de propostas de alteração da NR 18. Apresentada estatística sobre inspeção na construção em
CPR-RJ constituído no ano. SST- total de 600 AFT com 23,61% das ações de
1997 Itens da NR 18 com propostas de alteração fiscalização na construção.
– andaimes suspensos. Secretário da SST apresenta “Plano
de Trabalho” da Secretaria para o Defasagem tecnológica dos elevadores de obra preocupa
Eficiência dos Anexos II e II da NR 18 é CPN com o estabelecimento de CPN.
questionada. prioridade nacional para o setor da
construção em 1998. Empresários assumem 1° mandato de coordenação no
CPN.

210
ANO REGULAMENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO SOCIAL OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA PESQUISA

Elevadores de obra e cadeiras suspensas na Governo é solicitado a dar condições Estabelecidas as prioridades do "Plano de Ação” do
pauta da regulamentação. (secretaria, infraestrutura) para CPN: educação, saúde, sensibilização e difusão da
melhorar o funcionamento do CPN. NR18; inspeção e combate ao grave e iminente risco;
Criado GT para discutir tubulões a céu diagnóstico, estatística e indicadores.
aberto. CPR ganham mais autonomia para
implementar a NR 18 junto às CPN demanda MTE (CODEFAT) para celebrar
Concluído RTP de elevadores de obra pela empresas. convênio visando projeto educacional para trabalhadores
Fundacentro. da construção com foco em SST
Sugerido convite ao
CONFEA/CREA para apoio técnico- Ingresso na inspeção do trabalho de 105 novos AFT.
científico.
1998 Anunciada coordenação do CPN pela bancada dos
INMETRO é solicitado para trabalhadores para 1999.
Certificação de equipamentos
utilizados na construção: elevadores, Secretário da SSST anuncia meta de redução em 25%
serra circular e andaimes. em 04 anos dos acidentes de trabalho – PBQP.

Realizado debate nacional sobre NR


18 pela TV Executiva EMBRATEL.

Sinduscon-RJ promove “Encontro de


Segurança” discutindo a NR 18.

211
ANO REGULAMENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO SOCIAL OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA PESQUISA

RTP em andamento: medidas de proteção TV executiva para debate sobre a NR Convidado diretor de serviços gerais da Secretaria de
contra quedas; elevadores de obra; 18 atinge 700 participantes em todo o Administração Pública para esclarecimento sobre
escavações; demolição e desmonte de País. inclusão de SST em contratos de obras públicas
rocha; escadas; rampas e passarelas;
Realizado encontro nacional dos
instalações elétricas. CPN participa do Congresso Mundial em SST/ OIT no
CPR.
Brasil.
Apoio técnico-científico do CPN
Governo anuncia secretaria executiva para o CPN.
recebe
Associação Brasileira das Empresas Trabalhadores denunciam obras financiadas com
de Projeto e Consultoria em recursos do FGTS que mantêm trabalhadores informais
Engenharia Geotécnica e Câmara no Paraná.
1999
Brasileira de Conteiner.
Anunciado IV CMATIC em
Goiânia/2001.

Encontro Nacional de CPR é


avaliado como bem-sucedido.

212
ANO REGULAMENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO SOCIAL OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA PESQUISA

Na pauta do CPN: andaimes, serra circular, Anunciado IV Congresso Nacional Governo elogia evolução em SST do setor da construção
containers, elevador de obra, cadeira – CMATIC Goiânia/2001. Tema: nos últimos 05 anos.
suspensa e CIPA. “Construção, Qualidade e Vida no
Século XXI”. Divulgação da NR 18 torna-se prioridade para as
Surge demanda para regulamentar redes de representações de trabalhadores.
Fundacentro realiza cursos para os
proteção.
temas: PCMAT, líderes sindicais, Definidos os temas oficiais do IV CMATIC: 1) prevenção
Criado GT para instalações elétricas. elevadores, etc. de doenças graves e fatais no setor; 2- sistemas de gestão
Sindicatos patronais promovem do trabalho; 3- qualidade de vida do trabalhador; 4-
cursos em SST para empresários e prevenção laboral como diferencial competitivo; 5- custos
cursos para operadores de máquinas em SST; 6- educação para cidadania; 7- consolidação do
2000 e equipamentos. sistema tripartite; 8- terceirização, cooperativas,
condomínio de empregadores e informalidade; 9- SST e a
CNTI promove cursos e seminários
contratação de obras públicas e 10 - responsabilidade
para trabalhadores buscando elevar
social das empresas.
nível escolar, em conjunto com a
qualificação profissional e SST,
com conceito de construção da
cidadania.
Realizados 05 fóruns regionais pré-
congresso.
Realizada “MEGASIPAT” em São
Paulo.

213
ANO REGULAMENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO SOCIAL OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA PESQUISA

Criação do GT da construção pesada com Apresentada pela direção da Proposta definição de prioridades para os CPN em 2002
base em contribuição recebida do CPR- Fundacentro de avaliação positiva com base nas deliberações do III Encontro Nacional dos
MG. sobre o III Encontro de CPR. CPR.
Informalidade no setor da construção entra na pauta do
Aprovado texto para cabos sintéticos. Aprovada periodicidade de 04 anos
CPN.
para CMATIC com justificativa de
Iniciada discussão sobre elevadores de falta de recursos humanos e CPN solicita esforços do MTE para ratificação da
cremalheira. materiais para periodicidade menor. convenção 167 da OIT.

Aprovado texto para plataformas de CPN solicita inclusão da NR 18 nos requisitos básicos do
Distribuído trabalho intitulado
trabalho aéreo. PBQP-H.
“CPR/PB: uma construção indo
2001 além do formalismo legal - 05 anos Estabelecidos os temas prioritários do CPN para 2002:
Na discussão sobre cadeira suspensa CPN de história”. PCMAT, acidentes fatais, precarização das relações de
exercita tendência pela regulamentação trabalho e sistema de gestão.
com formato de manual de procedimentos Fundacentro apresenta balanço do
técnicos. Apresentada proposta para estabelecer o funcionamento
IV Congresso Nacional que contou
operacional mais eficiente para o CPN.
com 3.302 participantes.
GT cadeira suspensa apresenta texto final. Sugerida realização de seminário “CPN: papel e
perspectivas”, visando reflexão sobre o papel do fórum:
Aprovado texto para andaimes e formulador de política pública ou regulamentador de
plataformas de trabalho aéreo. normas técnicas de procedimento?
Fala-se na criação de um grupo denominado “Grupo
Permanente de Monitoramento e Apoio- GPMA” aos
CPR.
Propõe-se construir as prioridades do CPN a partir das
conclusões dos Fóruns Regionais Preparatórios do IV
Congresso e das recomendações dos Congressos de São
Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre (Plano de Ação).

214
ANO REGULAMENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO SOCIAL OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA PESQUISA

Texto para cadeira suspensa aprovado no CPN provoca interação e recebe CPN decide realizar Fórum Interno para definir missão e
CPN. retorno de 11 CPR. ação estratégica do comitê.

CIPA-GT apresenta proposta de criação do Anunciado CMATIC em Recife Governo encaminha cobrança pela ratificação da
Comitê de Segurança do Trabalho da obra. para 2005. Convenção 167 da OIT atendendo a demanda do CPN.

GT para cooperativa ilegal e trabalho Anunciado IV Encontro Nacional Lançada 1ª edição do Jornal do CPN pela Fundacentro.
informal é criado. dos CPR.
Representante do SAFEWORK/OIT visita o CPN.
GT em andamento: licitações, serra CPR-PB promove curso sobre
circular, redes, gruas. segurança e qualidade para mestres, Sugerida manutenção de uma secretaria executiva fixa
2002 encarregados e técnicos. para atendimento ao CPN e articulação com os CPR.
Criado GT para revisão do serviço
especializado em segurança do trabalho em Apresentados e avaliados os Governo lança Manual de Auditoria da NR 18.
obras de construção. resultados do IV Encontro Nacional
dos CPR.

Ação integrada organizada pelo


CPR Tocantins reúne 1391
participantes e conta com o apoio
de 28 entidades da sociedade civil.

215
ANO REGULAMENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO SOCIAL OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA PESQUISA

Proposto por um membro da bancada de Proposta participação de Transição de governo comprometendo as ações dos fóruns
governo do CPN suspensão por dois anos representação dos CPR nas tripartites no primeiro semestre.
de alterações da NR 18 para reflexão e reuniões do CPN.
definição de prioridades. Governo retoma agendas e reafirma compromisso com o
Proposto e executado
tripartismo no segundo semestre, ensejando inclusive
cadastramento dos CPR – 12: CPR
GTs retomam andamento: CIPA, serra aprofundamento e ampliação das instâncias de
cadastrados.
circular, redes, construção pesada, participação social.
cooperativas e trabalho informal. Anunciado V CMATIC 2005 no
Centro de Convenções de Olinda- Anunciado Manual de Procedimentos Técnicos (RTP)
Governo propõe ampliar o universo de PE. para gruas.
discussão no CPN para incluir jornada de
Carta do V Encontro Nacional pede CPR-PB apresenta Planejamento Estratégico para o
2003 trabalho, período de descanso, férias,
ao governo defesa do tripartismo e período 2003- 2007.
tarefas, etc.
do CPN como instância negocial
permanente e a realização do V Anunciada reunião para traçar o planejamento estratégico
CMATIC – 2005. do CPN.

216
ANO REGULAMENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO SOCIAL OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA PESQUISA

GT em andamento: gruas, elevadores, serra Coordenação do CPN (bancada Presidência da Fundacentro elogia tripartismo em reunião
circular, coberturas e telhados, construção patronal, rodízio) pede ampliação do CPN, reafirmando compromisso com o seu
pesada, CIPA, redes, fundações. dos mecanismos de divulgação do fortalecimento.
CPN.
Aprovado texto para gruas e para telhados e
Bancada patronal e de trabalhadores lamentam as
coberturas. Campanha “Acidente Fatal Zero”
dificuldades havidas em 2003.
da Fundacentro muda para
“Construção Trabalho Governo (direção do DSST) se apresenta no CPN para
Decente e Saudável – Acidente confirmar perdas orçamentárias e documentais na
Não!” com proposta para ser transição 2003-2004.
encampada pelo CPN.
2004 Anunciada criação de Comitê Apresentado ao CPN do “Programa Nacional de
Interinstitucional de Combate à Eliminação da Silicose”.
Informalidade no Paraná.
CPR-PB realiza painel com o tema “Exposição à Sílica na
V CMATIC - 2005 - viabilização Indústria da Construção: os riscos do agente invisível”.
em debate com apoio da
presidência da Fundacentro.
Videoconferência é sugerida como
estratégia para multiplicar a
audiência ao V CMATIC.
Agendado Encontro Nacional dos
CPR.

217
ANO REGULAMENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO SOCIAL OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA PESQUISA

Proposto texto para a CIPA da construção: Realização de jornadas Delegada a um grupo tripartite formado no fórum a
Comitê Local de Segurança e internacionais pré-CMATIC em elaboração de uma proposta para definir missão, visão e
Belo Horizonte, Manaus, Goiânia e planejamento estratégico do CPN.
Saúde no Trabalho, prevendo cláusula para Porto Alegre.
acordos coletivos de trabalho. CPN avalia resultados do V CMATIC (Carta de
Realizados dois fóruns Pernambuco).
GT em andamento: carga pontual em preparatórios para o Congresso - 70
plataformas de trabalho, construção pesada, trabalhos inscritos, 20 selecionados. CPN avalia Declaração de Intenções celebrada entre o
redes, elevadores, sistemas de ancoragem, MTE e a OIT para promoção do sistema de gestão em
Suspenso Encontro Nacional dos
elevadores /vigas flutuantes. SST.
CPR em função do V CMATIC.
2005 Aprovado texto para redes de proteção. Anunciado o VI CMATIC para 2009 em Belém ou
Coordenação do CPN informa que
Manaus.
o número de CPR atinge 40 em
todo o País, porém somente 20
responderam ao chamado para
cadastramento.

218
ANO REGULAMENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO SOCIAL OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA PESQUISA

GT em andamento: plataformas aéreas de Gestão patronal do CPN destaca a Apresentada proposta por membro da bancada do governo
trabalho, elevadores de obra e PCMAT. implantação de “e-group” para refletindo sobre o papel e o funcionamento do CPN (ata
melhorar o fluxo de comunicação de 17/04/2006, ver ANEXO “C”).
Apresentada proposta pela bancada do intra-CPN e entre o CPN e os CPR.
governo para universalização do PCMAT Apresentada avaliação do XXVIII Simpósio Internacional
sem obter consenso. CMATIC - PE 2005 é avaliado pelo da Construção promovido pela AISS - seção construção,
CPN: 1300 inscritos. realizado em Salvador, com a participação de 800
Apresentada proposta pela bancada do congressistas.
governo para eliminação da bacia turca em VI CMATIC é confirmado para
sanitários, sem obter consenso. Belém- PA. OIT apresenta para o CPN “Programa de Ação em
Construção Civil” e pede inserção do fórum tripartite.
2006 Aprovado texto para plataforma aérea de Fundacentro garante recursos à
trabalho. auditoria fiscal para participação no Especialistas apresentam ao CPN informações sobre a NR
Encontro Nacional dos CPR. 4, informalidade no setor da construção e mudanças no
Fator Previdenciário.

219
ANO REGULAMENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO SOCIAL OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA PESQUISA

GT em andamento: PTA, CIPA, cesto SESI Nacional é convidado para Coordenação do CPN solicita ao governo a capacitação de
aéreo, PCMAT, andaimes e plataformas de integrar o CPN como membro 3000 multiplicadores e a realização de Campanha
trabalho. efetivo. Nacional de Prevenção de Acidentes e Doenças do
Trabalho na construção.
Apresentada proposta de quadro de Coordenação informa existência de
dimensionamento do SESMT para canteiros 21 CPR em funcionamento regular CPR-PE participa da reunião do CPN.
de obra. no País.
Ministro do Trabalho sugere a inclusão na agenda do CPN
CPR PB, RJ e PR enviam sugestões para o Encontro Nacional de CPR dos temas: terceirização de mão de obra e tarefas.
texto de cesto aéreo. anunciado para São Paulo.
Encontro Nacional de CPR propõe a criação de site do
CPN decide que detalhamento técnico de Fundacentro apresenta os resultados CPN custeado pelas bancadas de trabalhadores e de
produtos não será mais inserido como texto sobre a Jornada Internacional de empregadores com lançamento previsto para o VII
2007
na NR 18. SST nas Regiões Nordeste, Encontro Nacional de CPR.
Sudeste, Centro Oeste, Norte e Sul
Nota técnica n° 78/2007 rejeita proposta do Fundacentro - PE apresenta relatório final sobre o V
(em CD).
CPN para criação do Comitê Local de SST CMATIC.
nos canteiros de obra da Indústria da Confirmado o VI CMATIC para
Construção/ CIPA. Belém em 2008.

220
ANO REGULAMENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO SOCIAL OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA PESQUISA

Temas em discussão: GTT elevadores, Fundacentro garante realização do Apresentada demanda para uma secretaria executiva do
cesto aéreo, andaimes e plataformas de VI CMATIC – Belém. governo para os fóruns regionais (CPR) e o nacional
trabalho, sistema de ancoragem. (CPN).
Definida organização para
GTT: CIPA, SESMT, PCMAT, construção realização de fóruns em 05 regiões Representante da OIT cobra harmonização entre a
pesada. pré-congresso. Convenção 167 e a NR18 e implementação do acordo de
intenções firmado em Olinda (Carta de Pernambuco).
RTP não avançam por falta de Discutida a otimização do
infraestrutura da Fundacentro. funcionamento do site do CPN para CPN cobra do governo capacitação para os seus auditores
dar suporte aos fóruns e ao fiscais com atuação em obras de construção.
Instância de validação das deliberações do CMATIC.
2008 CPN denominada CTPP foi discutida. Acidentes de trabalho em tubulões a céu aberto na Bahia
GTT PCMAT/SESMT inova são discutidos.
SIT /DSST reafirma importância dos fóruns ampliando o universo dos atores
tripartites na regulamentação em SST. sociais envolvidos na discussão.

Nova proposta para discussão sobre CPN critica o governo (SIT) pela
fundação e escavação a céu aberto é não realização do encontro nacional
apresentada. de CPR.

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ANO REGULAMENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO SOCIAL OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA PESQUISA

GT em andamento: construção pesada, Bancada dos trabalhadores propõe Anunciada discussão de Sistema de Gestão em SST pela
CIPA, PCMAT, SESMT, ancoragem, integração do CPN com a Comissão ABNT.
escavações/fundações/desmonte de rocha, Interministerial
andaimes e plataformas de trabalho. Proposta a revisão do Regimento Interno do CPN.
Tripartite de SST na Construção.
Apresentado texto final para movimentação
Relembrada a necessidade de
e transporte de materiais.
constituição de um grupo tripartite
do CPN para acompanhamento e
Fundacentro lembra oportunidade de
estímulo aos CPR.
inserção de itens de SST na construção em
convenções e acordos coletivos da
CPN avalia resultado dos fóruns
2009 categoria.
regionais pré-CMATIC em Manaus
e Campo Grande.

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ANO REGULAMENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO SOCIAL OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA PESQUISA

GT em andamento: construção pesada; CPN incorpora na agenda 06 dos 32 Iniciados trabalhos para revisão do regimento interno do
CIPA; cesto aéreo; movimentação e itens da Carta de Belém - VI CPN.
transporte de material e pessoas; andaimes CMATIC.
e plataformas de trabalho; ancoragem; CPN reflete sobre falhas de comunicação com os CPR.
escavação/fundações/desmonte; MPT-SP participa da reunião do
impermeabilização, serra circular. CPN em São Paulo. Nova coordenação do CPN dá prioridade para a
integração com os CPR e inicia reuniões regionais
É solicitada a exclusão da NR 18 do SIT convida MPT para integrar o (bancada patronal).
subitem 18.37.8 pela Fundacentro. CPN.
CPN inclui discussão sobre cotas de pessoas com
Aprovado texto para cesto aéreo, CPN delibera pela realização de 05 deficiência (PCD) na agenda.
2010 movimentação e transporte de materiais e encontros regionais: Florianópolis,
pessoas, andaimes e plataformas de Belém, Salvador, Vitória e Goiás. CPN solicita ao GTS-ICC dados estatísticos atualizados
trabalho. sobre acidentes e doenças ocupacionais no setor.

Aprovado texto para CIPA.

Importante texto em aprovação que prevê e


permite projetos alternativos para novas
tecnologias.

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ANO REGULAMENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO SOCIAL OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA PESQUISA

GT em andamento: movimentação e CPN avalia encontros regionais CPN busca informações sobre anúncio pelo governo de
transporte de materiais e de pessoas; com CPR (São Paulo, Salvador, qualificação para 100 mil trabalhadores da indústria da
sistema de ancoragem; impermeabilização; Campo Grande, Porto Velho, construção.
fundações/escavações/desmontes; alvenaria Florianópolis).
estrutural; serra circular; revogação dos CPN cobra RTP da Fundacentro.
anexos I e II; CIPA/CLSST; construção Anunciado CMATIC para Brasília
pesada; andaimes e plataformas de trabalho em 2012. Bancada dos empregadores cobra capacitação para AFT
e corda de poliamida. na aplicação da NR 18.
CMATIC sob avaliação com
Acidente fatal com elevador na Bahia proposta de transformação em CPN solicita norma técnica sobre elevadores para a
mobiliza CPN, que regulamenta proibição seminários regionais. ABNT.
2011 para elevadores a cabo.
Site do CPN é atualizado.
Iniciado GT para Transporte de
Trabalhadores em Veículos Automotores. CPN cobra do governo fortalecimento da Fundacentro,
considerando sua importância para o setor da construção,
Sugeridos novos GT para inclusão de a continuidade das RTP e a recomposição da bancada da
pessoas com deficiência (PCD) e mulheres entidade no fórum.
(gênero) na construção.
Apresentado para aprovação texto final do novo
CIPA - texto apresentado pelo DSST/SIT é regimento interno do CPN.
rejeitado pelo CPN, que defende o texto
aprovado por consenso no fórum. SECONCI-SP apresenta ao CPN estudo sobre inserção
segura de PCD na construção civil.
GT PCMAT/SESMT aguardando conclusão
de norma de sistema de gestão em SST e
discussão no âmbito do GTS-ICC.

224
225

ANEXO “A”

Política Nacional de Saúde e Segurança do Trabalhador –


PNSST
Decreto n° 7.602 de 7 de novembro de 2011
230

ANEXO “B”

Convenção 167 da OIT sobre Segurança e Saúde na


Construção
243

ANEXO “C”

Ata da XXXIX Reunião Ordinária do Comitê Permanente


Nacional sobre Condições e Meio Ambiente de Trabalho na
Indústria da Construção

17/04/2006
257

ANEXO “D”

Carta de Pernambuco
V CMATIC Congresso Nacional sobre Condições e Meio
Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção e III
Seminário sobre Condições e Meio Ambiente de Trabalho na
Indústria da Construção nos Países do MERCOSUL

Olinda/PE
23 a 26/10/2005
260

ANEXO “E”

Carta de Belém

VI CMATIC – Congresso Nacional sobre Condições e Meio


Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção

Belém/PA

06 a 09/12/2009
264

ANEXO “F”

Conclusões do 1° Encontro Nacional Tripartite do CPR


21 e 22 /09/1999

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