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São Paulo
2013
Juarez Correia Barros Junior
São Paulo
2013
FICHA CATALOGRÁFICA
FOLHA DE APROVAÇÃO
DEDICATÓRIA
A Celso Amorim Salim, pela amizade, apoio, disponibilidade e espírito crítico, cuja
orientação foi fundamental para a realização do presente estudo.
Aos amigos Maria Lúcia Robazzi, da Escola de Enfermagem da USP de Ribeirão Preto,
e Paulo Marques, da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), por nos
estimularem para uma experiência acadêmica.
Aos professores da pós-graduação da Fundacentro, que não mediram esforços para nos
entusiasmar nas pesquisas e se mostraram sempre disponíveis no esclarecimento de
nossas dúvidas.
Ao professor José Marçal Jackson Filho, que, por suas observações críticas e
fundamentadas ao modelo tripartite, desafiou-nos para um aprofundamento na revisão
da literatura sobre o tema.
(Fernando Pessoa)
RESUMO
MS Ministério da Saúde
TI Tecnologia da Informação
1 INTRODUÇÃO……………………………………………………….. 26
1.1 Antecedentes…………………………………………………………… 26
1.2 Justificativas............................................................................................. 30
1.3 Objetivos................................................................................................. 35
5 MATERIAL E MÉTODOS................................................................. 80
5.3.1.1 Governo................................................................................................... 84
5.3.1.2 Empregadores.......................................................................................... 84
5.3.1.3 Trabalhadores........................................................................................... 85
nº 5, 6, 8................................................................................................... 141
06 a 09/12/2009....................................................................................... 260
1. INTRODUÇÃO
1.1 Antecedentes
1
Disponível em: <http//www.fiesp.com.br/índices-pesquisas-e-publicações/?tema=observatório-da-
construção>. Acesso em: 10 jul. 2013.
27
de política pública com vistas à melhoria dos ambientes e das condições de trabalho nos
canteiros de obra. Nessa direção, mediante um breve panorama histórico, no qual a
ordem cronológica permite refletir sobre as diferentes estratégias e entendimentos
públicos mantidos acerca da abordagem do tema ao longo da segunda metade do século
XX, com o intuito de situar os sujeitos das ações tratadas neste estudo.
No ano de 1943 surgiu a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo
Decreto-Lei 5.452, de 1° de maio de 1943, que, no Capítulo V do Título II, em seu
artigo 200, veio definir como atribuição do Ministério do Trabalho a expedição e a
revisão periódica de Normas Regulamentadoras específicas em Segurança e Saúde no
Trabalho.
Em 1966, por meio da Lei n° 5.161, foi criada a Fundação Centro Nacional de
Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho (Fundacentro) – hoje Fundação Jorge
Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do Trabalho – com a missão de realizar
estudos e pesquisas em segurança, higiene, meio ambiente e medicina do trabalho,
inclusive para a capacitação técnica de empregados e empregadores, conforme descrito
em Santos (2011).
2
SAAD, Irene. Palestra intitulada “NR-15 - Histórico da Elaboração e Análise Crítica”, proferida em
seminário técnico do curso de pós-graduação da Fundacentro em 26/09/2011.
29
Buscou-se, nesse período, a construção de uma agenda de política pública que desse
conta da redução dos acidentes e das doenças relacionadas ao trabalho no País, diante de
indicadores que demonstravam a existência de alto grau de sinistralidade.
De um lado, sobre esse modelo de regulamentação, Saad (1976) observa que o governo
brasileiro “não esperou, outrossim, que atingíssemos estágio mais elevado de
desenvolvimento econômico para reformular as normas legais disciplinadoras das
relações de trabalho”, justificando a intromissão do poder público nos negócios
privados como uma das características do Estado Moderno, quando se trata do bem-
estar dos trabalhadores.
Com uma visão histórica diferente, relata Prieto (2009)3 que as décadas de 60 e 70 são
marcadas no Brasil pelo avanço do processo de industrialização dos meios de produção
e pela realização de grandes obras de infraestrutura, trazendo como uma de suas
consequências imediatas um aumento inédito dos acidentes de trabalho e dos danos à
saúde dos trabalhadores. Os números de acidentes de trabalho registrados logo associam
ao País a alcunha de campeão mundial no campo da infortunística laboral, uma
referência ao título de campeão mundial de futebol obtido em 1970. Destaca-se neste
cenário negativo a indústria da construção, que permanece por muitos anos no topo da
lista dos setores produtivos que mais geram acidentes de trabalho, seja pelo número das
ocorrências, seja pela gravidade.
Importa reter, aqui, que a abordagem paternalista brasileira, nesse período, foi diferente
daquela ocorrida nos países capitalistas centrais, onde a pressão da classe trabalhadora,
historicamente mais organizada, impôs, com antecedência, uma agenda para a melhoria
das condições de trabalho, incluindo a necessidade de criar fóruns privilegiados de
discussão internacional.
3
PRIETO, A. Discurso lido em homenagem prestada ao ex-ministro do Trabalho pela Associação
Riograndense dos Engenheiros de Segurança do Trabalho, em Porto Alegre, em novembro de 2009.
30
Porém, antes das justificativas mais técnicas que seguem, registre-se que o autor foi o
primeiro coordenador do fórum CPN, o qual integrou por exatos 10 anos, de 1996 a
2006 – fato, porém, que não se constituiu em impedimento à pesquisa, uma vez que se
posta, aqui, na perspectiva de se eliminarem possíveis vieses na análise que se pretende
efetuar. Isso porque, além de o período estudado avançar até 2011, a inserção do autor
no objeto pesquisado não criou óbices ao desenvolvimento da pesquisa, mesmo se
considerando o tempo transcorrido de afastamento das reuniões do CPN. Ao contrário,
esta participação em determinado período da existência do fórum instigou ainda mais o
interesse do autor em pesquisar o tema proposto. Situação que também independe da
atuação profissional do autor, que permanece ainda atuante no setor da indústria da
construção, na condição de auditor fiscal do trabalho do Ministério do Trabalho e
Emprego, com atribuições de inspeção em canteiros de obra, porém, afastado das
reuniões e das deliberações do comitê.
1.2 Justificativas
Neste estudo faz-se uma avaliação do tripartismo e de seu grau de mobilização social no
Brasil a partir de sua implantação na regulamentação da área de segurança e saúde no
trabalho, sob o raio de ação do Ministério do Trabalho e Emprego, o que somente
ocorreu na década de 90.
Pelo menos dois aspectos predominam para a ineficácia de sua implementação até 1995:
a baixa apropriação do texto normativo pela auditoria fiscal do trabalho e um grande
desconhecimento de seu conteúdo pelas empresas do setor e pelos trabalhadores e suas
representações sindicais, possivelmente derivado do distanciamento e da não
participação destas representações na sua concepção.
Somente em sua terceira versão, ocorrida após um ano de negociação entre governo,
trabalhadores e empregadores e concluída em 1995 (Portaria SSST n° 04, de 04 de
julho), logrou-se superar as limitações de origem e iniciar um processo de melhoria das
condições e dos ambientes de trabalho e de reversão no quadro acidentário, bem como
de uma apropriação mais efetiva de seu conteúdo pelos atores sociais com atuação na
área.
Kingdon (1995) observa que “uma agenda governamental é uma lista de temas que são
alvo de atenção por parte das autoridades em um dado momento”. Neste sentido, o
retorno da NR 18 à agenda do MTE, pela terceira vez em 1995, deve-se, em grande
parte, à presença, no cargo de Secretário de Segurança e Saúde no Trabalho do MTE, de
Jófilo Moreira Lima Júnior, especialista no tema e autor de dois estudos que retratam o
setor da construção e subsidiam este projeto (LIMA JÚNIOR, 1997, 2005). Na esfera
internacional, a Convenção da OIT de n° 167, que trata especificamente de segurança e
saúde na indústria da construção, aprovada em 1988 e somente ratificada pelo Brasil em
19 de maio de 2006. O organismo destaca a indústria da construção como uma das
prioridades das políticas nacionais de segurança e saúde no trabalho dentro do Safework
– Programme on Safety and Health at Work and theEnvironment4 –, reconhecendo a
atividade como perigosa e que “exige enfoque específico tanto pela natureza particular
do trabalho como pelo caráter temporário dos centros de trabalho (obras) do setor”,
conforme relata Lima Júnior (2005).
4
Disponível em: <http:// www.ilo.org/safework/about/lang-en/index.htm>.
33
Atualmente, o CPN não mais discute a NR 18 como um todo, que segue sendo
implementada pelas empresas e auditada pela inspeção do trabalho sem nenhuma
interrupção, mas sim o seu aperfeiçoamento pontual e as estratégias para efetivar os
mecanismos de mobilização social existentes.
Ressalve-se que o tripartismo, objeto de análise neste estudo, também está presente
como instância de concertação social na regulamentação em SST, no âmbito do
Ministério do Trabalho e Emprego, em diversos setores ou temas, entre eles: mineração,
agricultura, hospitais, máquinas e equipamentos, combustíveis e inflamáveis,
frigoríficos, benzeno, instalações elétricas, portuário, aquaviário, etc. Estes fóruns, que
incluem os atores sociais, foram criados com o objetivo de compor com o governo a
elaboração e a implementação de políticas públicas de melhoria dos ambientes e das
condições de trabalho, notadamente, quanto à regulamentação em SST e sua
implementação.
Mais recentemente, em 2011, esse mesmo modelo é reproduzido na criação, por meio
de outro fórum tripartite ampliado – denominado Comissão Interministerial Tripartite
de Segurança e Saúde no Trabalho (CTSST), criado no bojo da Política Nacional de
34
Para Todeschini et al. (2011, p.84), a PNSST tem por objetivo a promoção da saúde e a
melhoria da qualidade de vida do trabalhador, a prevenção de acidentes e de danos à
saúde advindos do trabalho ou a ele relacionados, ou que ocorram no curso dele, por
meio da eliminação ou da redução dos riscos nos ambientes de trabalho. Para o alcance
de seu objetivo, a PNSST deverá ser implementada por meio da articulação continuada
das ações de governo, que deverá ocorrer no campo das relações de trabalho, produção,
consumo, ambiente e saúde, com a participação das organizações representativas de
trabalhadores e empregadores.
A PNSST estabelece, por sua vez, o Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho
(PLANSAT), envolvendo os Ministérios do Trabalho e Emprego, da Previdência Social
e da Saúde, além das representações nacionais de trabalhadores e empregadores, como
instância de formulação, implementação e acompanhamento desta política.
Mais uma vez, registre-se que a questão do tripartismo como um processo de construção
social foi amplamente colocada e vivida por este autor em numerosas mesas de
negociações das quais teve a oportunidade de participar, quando empregadores,
35
1.3 Objetivos
Importa ainda estudar a eficiência de um fórum tripartite criado para cuidar das questões
relativas, principalmente, à atualização do texto normativo para dar conta dos avanços
37
Cabe ainda analisar de que forma e com que prioridade a NR 18 é fiscalizada e como os
fóruns tripartites (CPN e CPR) participam deste processo e tomam conhecimento dos
objetivos e resultados estabelecidos pela auditoria fiscal do trabalho, dentro de uma
visão de agendas de governo e das políticas públicas postas em prática.
Por último, mas não menos importante, pondera-se que este estudo apresenta seus
limites cognoscíveis por priorizar um tema específico com datação referida ao período
compreendido entre os anos de 1996 a 2011. Ademais, abrange um universo restrito aos
atores sociais com a participação no CPN da construção civil.
38
Nesse sentido cabe um olhar para o setor da construção civil, que sempre emprega um
número expressivo de trabalhadores nas várias regiões do mundo (7% dos assalariados
na Comunidade Europeia, 5% nos Estados Unidos e 6% no Brasil, conforme Lorent
(1992), Finklea (1997) e Capobianco et al. (1991). Segundo Kisner e Fosbroke (1994),
nos EUA, o setor da construção é o sexto maior empregador civil e o quarto maior
empregador de pessoas do sexo masculino –, aproximadamente, 7 milhões de homens e
687.000 mulheres. No Brasil, a quase totalidade dos trabalhadores (98,56%) pertence ao
sexo masculino (SESI, 1991), embora na última década possa ser observado um
crescimento da presença da mão de obra feminina nos canteiros de obra, que já atingiu
cerca de 8% em todo o País.
350 mil acidentes de trabalho fatais e 270 milhões não fatais, com mais de 03 dias de
afastamento em atividades laborais em todo o mundo.
Uma parte desses acidentes está relacionada à indústria da construção civil, algo em
torno de 17% do total de acidentes fatais no ano 2003, ou seja, 60 mil acidentes fatais,
em um número de trabalhadores do setor estimado em 110 milhões. E,
aproximadamente, 45 milhões de acidentes de trabalho, o que significa dizer que o setor
produz um acidente fatal por minuto e um acidente de trabalho não fatal a cada segundo,
em todo o mundo. Os acidentes de trabalho no setor estão distribuídos em: 64% na Ásia
e região do Pacífico, 17% nas Américas, 10% na África e 9% na Europa. São resultados
inaceitáveis do ponto de vista social e humano, que demandam políticas específicas e
ações imediatas.
Para contribuir com os países membros, a Assembleia Geral da OIT aprovou, em 1988,
a Convenção n° 167 (ver ANEXO “B”), que trata de segurança e saúde no trabalho na
construção.
• Muitas partes diferentes estão envolvidas com interesses diversos – como, por
exemplo, o proprietário do empreendimento (baixo custo e alta qualidade), os
usuários finais (alta qualidade de vida e conforto), os projetistas (segurança
estrutural e estética), as empresas executoras (redução de custos e
produtividade).
Lorent (1992) e Dias (2009) afirmam que mais de 60% dos acidentes fatais no setor
periam ser evitados com um planejamento que levasse em conta as questões referentes à
gestão de SST nas etapas de projeto e implantação de canteiro de obra. Daí a
importância de avaliar a compatibilidade das alterações da regulamentação pela
comissão tripartite com as reais necessidades da organização dos canteiros de obra.
De acordo com estudo realizado pelo SESI (2008, p. 25), foram constatadas as seguintes
características gerais da mão de obra na indústria da construção civil: baixo nível de
escolaridade e qualificação profissional – apesar do expressivo número de analfabetos,
estimados em cerca de 1/5 do total de trabalhadores ocupados, a maioria teria apenas o
primeiro grau completo e, o que seria preocupante, quase 3/4 (72,0%) nunca realizaram
cursos e treinamentos. Isso sem desconsiderar a elevada rotatividade, uma vez que a
maioria dos trabalhadores está há menos de um ano empregada nos estabelecimentos.
Juntam-se a este quadro os baixos salários (50,0% dos trabalhadores recebiam menos de
45
dois salários mínimos5), o elevado índice de absenteísmo (52% por problema de saúde)
e problemas com o alcoolismo (54,3% ingeriam bebida alcoólica, 15,0% abusavam do
consumo e 4,4% eram dependentes).
Segundo Salim (2005), que empreende uma análise sobre o perfil do trabalhador e dos
acidentes do trabalho no setor, no período 1997-2003, “alguns estudos tópicos,
especialmente realizados nos municípios de São Paulo, Goiânia e Recife, em anos e
localidades distintos, aportam importantes informações e análises à compreensão da
constituição e da dinâmica do mercado de trabalho na indústria da construção”, quando
foram constatadas algumas das características citadas anteriormente, porém, com
destaque para os seguintes traços no perfil do trabalhador da construção: baixo nível de
educação formal e de qualificação profissional, alta mobilidade ocupacional e setorial
da força de trabalho, grande participação de trabalhadores na condição de migrantes
recentes e de origem rural, etc.
terceirização dos serviços e tarefas como método operacional. Fato que pode ser melhor
compreendido pelas proporções apresentadas no Gráfico 2, a seguir.
Essa realidade pode ser comparada com os Estados Unidos na década anterior, onde a
taxa de ocorrência de acidentes fatais na construção foi 3,5 vezes maior do que a dos
acidentes fatais de outros setores (1980-1989). Nesse país, somente o setor de
mineração apresentou maior número de acidentes no período. As causas dos acidentes
são semelhantes às do Brasil: quedas (25%), choque elétrico (15%) e veículos motores
(14%), segundo Kisner e Fosbroke (1994).
Em relação aos casos fatais, os registros colocam a construção praticamente nos dois
primeiros lugares em nada menos de um período de 12 anos (1999-2011), ou seja,
compreendendo o triênio 2000-2002 e o quadriênio 2007-2011 (Tabelas 15, 16, 17 e
Gráficos 77, 78, 79 – APÊNDICE “B”).
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Letalidade4 12,34 13,93 12,09 11,51 11,09 9,54 8,86 8,16 7,01 7,04 7,54 7,59
Fontes: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 2000-2011 [CD-ROM], Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho (AEAT) 2000-2011.
Notas:
1-Acidentes / 100 mil trab. = (Nº de Acidentes de Trabalho Registrados Totais / Nº de Trabalhadores) * 100000.
2- Óbitos / 100 mil trab. = (Nº de Acidentes de Trabalho Liquidados com Óbitos / Nº de Trabalhadores) *100000.
3- Óbitos / 10 mil acid. = (Nº de Acidentes de Trabalho Liquidados com Óbitos / Nº de Acidentes de Trabalho Registrados Totais) *10000.
4- Letalidade = (Nº de Acidentes de Trabalho Liquidados com Óbitos / Nº de Acidentes de Trabalho Liquidados Totais) *1000.
51
52
Além dos acidentes de trabalho, inúmeros são os fatores de riscos ergonômicos com
impacto na saúde dos trabalhadores presentes nos canteiros de obra (SCHNEIDER;
SUSI, 1994), e alto é o risco de ocorrência de distúrbios osteomusculares relacionados
ao trabalho (DORT) (ENGHOLM et al., 1995; COOK et al., 1996). Estudo conduzido
pela Universidade de Iowa evidenciou que, após trabalhar o dia todo no canteiro, 70%
dos trabalhadores da construção sentiam dor nas costas, 46% nos joelhos, 43% nos
pulsos e mãos e 42% nos ombros e nuca (COOK et al., 1996). Nos EUA, 40% do custo
em compensações do trabalhador do setor devem-se a DORT (COHP, 2000).
É também possível observar que são tímidas as interfaces atuais com as questões
ambientais tais como: eliminação de resíduos, uso adequado dos recursos naturais,
interação com a vizinhança dos canteiros de obra no escopo da norma e das ações
preventivas.
Na mesma direção, com repercussões diretas na saúde dos trabalhadores (SESI, 2008),
observa-se, como agravante, uma incipiente gestão das inúmeras fontes de ruído
existentes nos canteiros de obra. Elas se originam das atividades em si, das atividades
vizinhas e do ambiente onde está inserido o canteiro. Muitas são as máquinas e os
equipamentos empregados numa obra que produzem níveis de ruído elevados.
ruído global dos canteiros e visando a diminuição do ruído emitido, trouxe como
contribuição direta a organização do canteiro por meio da planificação dos horários e
prazos da obra, com critérios de escolha para a execução de trabalhos mais barulhentos
em horários que perturbassem menos os vizinhos, com a instalação de barreiras
antirruído ao redor do canteiro, com a otimização do transporte de material e com
critérios de escolha de maquinário e informação aos trabalhadores e vizinhos
(CANÉLA; CHARLOT-VALDIEU, 1999).
No estudo de campo do SESI-SP (2008) foi constatado “forte contraste entre condições
bastante primitivas de trabalho ao lado de metodologias bem modernas, requerendo
inclusive, alta especialização da mão de obra”.
na última década, o setor da Construção Civil vem passando por uma grande
transformação, saindo de um longo marasmo, com poucos investimentos,
para um período com grandes obras em andamento e fortes investimentos
imobiliários. Nos últimos anos esta mudança foi intensificada, graças à
retomada de investimentos públicos, criação de diversas leis que facilitam a
retomada de imóveis em caso de inadimplência, captação de recursos em
bolsas e esforços do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade –
PBQP H, que disseminou conceitos de gestão de qualidade. Isto se refletiu na
adoção de novos modelos de organização e inovações tecnológicas em
diversas empresas, criando um núcleo de empresa dinâmico e moderno
dentro do setor, comparável a empresas europeias e norte-americanas do
mesmo segmento.
54
Observa-se que, além da baixa qualificação dos trabalhadores do setor, outros fatores se
apresentam para compor essa realidade, contribuindo para a ocorrência de acidentes de
trabalho, entre eles: pouco interesse das pequenas e médias empresas em melhorar o
nível de qualificação destes trabalhadores; baixo investimento e conhecimento das
empresas em geral em técnicas de pré-fabricação, modulação, gerenciamento e
implantação de sistemas e ferramentas de TI; pouca utilização de sistemas de
planejamento do trabalho; altas taxas de desperdício de materiais e retrabalho.
Em 2013, o cenário para o setor apresenta alguns aspectos, positivos e negativos, que
merecem destaque no foco proposto pelo presente estudo.
No plano da SST, o setor foi escolhido, conjuntamente com o setor de transportes, como
prioridade de atuação para o Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho
(PLANSAT), que estrutura a Política Nacional de Segurança de Saúde no Trabalho,
direcionando, desta forma, as ações e os investimentos das entidades públicas e de
representação de empregadores e de trabalhadores para a melhoria das condições de
trabalho e de vida dos trabalhadores do setor e para a redução dos acidentes de trabalho
na indústria da construção.
Foi baseado nessa prioridade que o SESI Nacional aprovou o seu plano de ação, o
Ministério do Trabalho e Emprego financiou um operativo com a participação de
representantes das bancadas do CPN para conhecer as realidades do setor no cenário
internacional, e um novo texto de governo para a NR 18 foi disponibilizado para
consulta pública pela Portaria SIT n° 383 em 31/05/2013.
Sua missão inicial, quando da fundação, foi de contribuir com uma resposta para os
problemas com os quais se defrontavam os países industrializados; porém, após a
segunda guerra, com o ingresso de membros da organização de inúmeros países, esta
missão evoluiu de maneira dinâmica e criativa.
• todos os seres humanos, seja qual for sua origem, sua crença ou seu sexo,
têm o direito de buscar seu progresso material e seu desenvolvimento
espiritual em liberdade e dignidade, com segurança econômica e
oportunidade iguais.
Importante destacar que a OIT teve sua formação construída, desde o princípio, sob a
égide do tripartismo, ou seja, constituída mediante a composição de representantes dos
59
Para Vasconcellos e Oliveira (2011, p.201-202), sua criação foi determinada por um
dilema ético provocado pela “exploração do trabalho e pela expropriação da saúde dos
trabalhadores” resultantes da Revolução Industrial, capitaneado pelo “movimento de
cúpula do capitalismo industrial dos países centrais”. Estes autores viam como
motivação principal, para a criação do organismo internacional, a necessidade de
equacionar as disparidades do custo econômico do trabalho por meio do
estabelecimento de normas que fossem adotadas também por outros países em coerência
com o comércio internacional.
A criação da OIT é reconhecida por todos, até mesmo por aqueles que criticam sua
lógica economicista, como um fator positivo para a acentuação do ritmo e do enfoque
das normas e práticas de proteção à saúde dos trabalhadores, como destacam Chagas et
al. (2011). Sua existência encontra-se sustentada na produção de regulamentação
internacional nos campos das relações de trabalho e de seguridade social.
Cruz (1990) observa que o sistema normativo da OIT possui características únicas que o
distinguem dos sistemas reguladores da atividade em outras organizações
internacionais. Primeiro, o tripartismo da representação na OIT – empregadores,
trabalhadores e governos – contrasta com a representação unilateral dos Estados nos
demais organismos; por outro lado, o método de elaboração de normas internacionais do
trabalho difere do adotado por todos os outros tipos de convenções internacionais
multilaterais, supostamente, bilaterais. No entanto, no que o sistema da OIT
verdadeiramente inova diz respeito ao método de controle das normas adotadas em seu
interior. Em nenhum outro momento, em organismos de vocação universal, os Estados
aceitaram obrigações tão estritas de comprovação externa de seu grau de cumprimento,
como no caso das normas internacionais do trabalho. Na época em que a Constituição
da OIT foi adotada, o sistema de controle estabelecido representou e ainda continua
representando uma revolução imaginativa no campo jurídico internacional.
A OIT elaborou 188 convenções desde 1919, das quais 158 estão atualizadas. Destas, o
Brasil ratificou 96, embora 82 estejam em vigor. A última ratificação da Convenção 151
ocorreu em 15 de junho de 2010.1 A título de comparação, tem-se que, até meados de
junho de 2010, a Noruega tinha ratificado 91 convenções; a Finlândia, 82; a Suécia, 77;
a Alemanha, 72; o Reino Unido, 68; a Dinamarca, 63; e os Estados Unidos apenas 14.
Ou seja, o Brasil está entre os países que mais seguem, pelo menos formalmente, as
convenções da OIT (SANTOS, 2011, p. 27).
Entre as Convenções adotadas pelo País encontra-se a de n° 167, de 1988, que dispõe
sobre segurança e saúde na construção civil (ver ANEXO “B”).
Nas últimas três décadas, as teorias e as ações em saúde do trabalhador têm evoluído,
bem como o mundo do trabalho tem sofrido grandes transformações. A organização do
trabalho passa, cada vez mais, a ter um papel central para o entendimento das relações
entre trabalho e saúde, exigindo modelos explicativos que possam dar conta das novas
formas de adoecimento relacionadas com o trabalho, como os distúrbios mentais, o
estresse, o câncer, as doenças cardiovasculares, entre outras.
Pode-se concluir que a ideia original do tripartismo não foi oferecer um lugar para as
representações de trabalhadores negociarem o direito à saúde e à dignidade, mas colocar
os trabalhadores como parte concordante e decisória no desenvolvimento social e
econômico, segundo o modelo proposto por governos e patrões. Não houve interesse em
mudar as relações de produção, e sim em manter em bom funcionamento o status quo
(VASCONCELLOS; OLIVEIRA, 2011).
Sobre essa questão, Lima Júnior (1997), classificou-o como o início do exercício do
tripartismo por meio de um sistema de vasos comunicantes. As negociações eram
complexas, e muitas propostas eram difíceis de ser consolidadas. Quando a comissão
não precisava trabalhar das 8h da manhã às 11h da noite, outras vezes eram necessárias
interrupções nos trabalhos para que seus membros fizessem longas consultas às suas
bases. No entanto, este esforço permitiu à comissão sair dos vários impasses e produzir
um texto coerente.
6
LIMA JÚNIOR, J.M. Entrevista realizada pelo autor da pesquisa em março de 2012, no Centro Técnico
Nacional da Fundacentro, em São Paulo.
66
Conforme a NR 18 (BRASIL, 1995), em seu subitem 18.34.1, tem-se que: “Fica criado
o Comitê Permanente Nacional sobre Condições e Meio Ambiente de Trabalho na
Indústria da Construção, denominado CPN, e os Comitês Permanentes Regionais,
denominados CPR (unidade) da Federação”. Da sua composição tripartite, no subitem
18.32.2: “O CPN será composto de 3 (três) ou 5 (cinco) representantes titulares de
governo, dos empregados e dos trabalhadores, sendo facultada a convocação de
representantes de entidades técnico-científicas ou de profissionais especializados,
sempre que necessário.”
Destaca-se
se no CPN a busca permanente do consenso na tomada de decisões,
decisões prática que
é analisada no questionário da pesquisa e sobre a qual se encontra referêência no relatório
7
Disponível em: <www.cpn-nr18.com.br/institucional/comite
nr18.com.br/institucional/comite>.
70
Sobre consenso, Toro e Werneck (1996, p.21) o define como sendo a escolha e a
construção de um interesse compartilhado:
O marco teórico do estudo será balizado pela abordagem do ciclo de políticas públicas
proposto por Kingdon (1995), porém, interessa manter um olhar dirigido para a
mobilização social, que pode ser resultante da implementação de uma política pública, e
também para as possibilidades de avaliação de seus resultados.
Com base nesse entendimento, a avaliação deve ser feita concomitantemente às outras
fases do ciclo de políticas públicas, isto é, na construção da agenda, da formulação e da
implementação, dado que em todas elas há decisões importantes a serem tomadas.
Assim, dependendo do momento em que é realizada e das necessidades de quem a
encomenda, a avaliação serve a múltiplos propósitos – como, por exemplo, orientar
ajustes em programas em andamento, determinar até que ponto foram alcançados os
72
Silva (1999) entende que os estudos de avaliação são gerados a partir da necessidade de
efetividade dos programas, do entendimento dos processos de seu desenvolvimento e
dos resultados alcançados. O modo de intervenção estatal permite compreender como os
resultados pretendidos pelos programas podem ou não ser gerados na realidade.
Adota-se aqui o conceito de policy cycle (referido a “policy cycle approach”) como
processo e não sua visão clássica, que não considera os aspectos relativos à
implementação e seus efeitos retroalimentadores sobre a formulação da política.
Gaetani (1997) afirma que o primeiro aspecto a ser considerado nas discussões sobre as
políticas sociais é que estas, como as demais, encontram-se balizadas e referenciadas
por uma determinada forma de organização da administração pública que condiciona e
media os processos de formulação, implementação e avaliação de políticas públicas.
Ainda segundo o autor, a governança de um país, que é dada pela capacidade de
governar e delimitada pelo aparato administrativo existente, é fundamental para modelar
os limites e as potencialidades dos processos de viabilização das políticas públicas.
Três mitos afetam profundamente a gestão das políticas sociais: a pretensa ilegitimidade
do gasto social, a crença na ineficiência congênita do gerenciamento social e a visão
burocrática-formalista da gestão social (KLIKSBERG, 1994).
O segundo e o terceiro mitos têm relação direta com o que se quer analisar. O segundo
refere-se à “reconhecida” incompetência estrutural do processo de gerenciamento das
políticas sociais. É como se estas fragilidades condenassem as políticas sociais a uma
gestão inevitavelmente desastrosa. O terceiro refere-se à visão mágica que se tem das
políticas sociais, como se seu processo de formulação fosse seguido de uma etapa
“fluída e natural” de implementação, desde que adequadamente desenhada.
74
No primeiro fluxo do modelo, dos problemas, Kingdon (1995) aborda os meios pelos
quais os atores tomam conhecimento de determinada situação como, por exemplo, no
presente estudo, de indicadores de acidentes de trabalho. O segundo fluxo é o da
política, que engloba elementos como mudanças políticas decorrentes, por exemplo, de
eleições, que determinam alterações em cargos públicos e mudanças de autoridades. O
terceiro fluxo é a dinâmica das políticas públicas, que se refere ao processo de
surgimento e escolha de alternativas.
Kingdon (1995) argumenta que os três fluxos (problemas, política e políticas públicas)
possuem dinâmicas independentes, mas que, em alguns momentos, se unem, criando
uma janela de oportunidades que consiste em uma ocasião oportuna para que defensores
de uma determinada causa ofereçam suas soluções ou chamem atenção para
determinados problemas.
OPORTUNIDADES
PRÉ-DECISÃO DECISÃO
DIAGNÓSTICO
Necessidades e POLÍTICA DE
problemas MELHORIA DAS
ATORES CONDIÇÕES E IMPLEMENTAÇÃO
TRIPARTISMO AMBIENTES DE
TRABALHO – IND.
ALTERNATIVAS CONSTRUÇÃO
DE SOLUÇÃO
DIFICULDADES
AMEAÇAS
Além de Kingdon (1995), foram estudados olhares de outros autores que também
refletem sobre o tema e o complementam.
Observa Pinto (2011) que a literatura do ciclo de política tem adquirido progressiva
importância nos estudos sobre os processos de formulação e implementação de políticas
no âmbito governamental, enquanto Viana (1996) identifica vários trabalhos que
indicam os estágios de desenvolvimento das políticas, quais sejam: a) determinação da
agenda, isto é, definição do(s) problema(s) que se tornam objeto de política pública; (b)
formulação e legitimação da política (seleção de propostas, construção de apoio
político, formalização das decisões em documentos como leis, decretos, planos,
programas, portarias etc.); (c) implementação das políticas (operacionalização em
planos, programas e projetos no âmbito da burocracia e sua execução); (d) avaliação de
políticas (análise dos resultados alcançados com a implementação, impactos e sugestão
de mudanças).
Assim, o espaço da gestão da política pública pode ser tomado como um campo de
possibilidades onde o regulamentado através da negociação tripartite aproxima mais do
pensado, do desenhado, do desejado e do vivido pelos atores envolvidos no processo de
execução, impactando a ação dos órgãos públicos no estabelecimento de prioridades e
possibilitando a mobilização social em torno do problema.
O relatório (BID, 2007) apresenta como características das políticas públicas analisadas:
Tanto a participação organizada das empresas como dos trabalhadores, por meio de suas
associações empresariais e sindicais junto ao governo, são aspectos de relevância para a
compreensão das questões tratadas neste estudo, sobretudo, quanto à eficiência da ação
coletiva no CPN em favor da política de melhoria das condições e dos ambientes de
trabalho na indústria da construção.
78
Para Toro e Werneck (1996, p.5), “mobilizar é convocar vontades para atuar na busca
de propósito comum, sob uma interpretação e um sentido também compartilhados”. Os
autores consideram mobilização social um ato de comunicação que deve ter objetivos
pré-definidos e pressuponha uma convicção coletiva daquilo que convém a todos, bem
como esteja orientada para a construção de um projeto futuro.
Num cenário tão amplo como esse dos movimentos sociais é preciso identificar, desde
logo, o que são e o que pensam esses sujeitos, recomenda Gohn (2008). E refletir, como
defendem Toro e Werneck (1996) sobre quais valores serão destacados, ao citarem
como exemplo a questão da produtividade, que tem especial relevância na organização
de trabalho no setor da construção:
Aqui busca-se tratar a questão da mobilização social como uma estratégia de política
pública voltada para a redução dos acidentes de trabalho e das doenças relacionadas ao
trabalho, assim como para a melhoria das condições e dos ambientes de trabalho no
setor da indústria da construção, representada pelos CPR estaduais e regionais.
79
5. MATERIAL E MÉTODOS
Sobre a metodologia qualitativa, observa Minayo (1994, p.22) que o aspecto qualitativo
deve ser uma característica de qualquer investigação social: “Isso implica considerar
sujeito de estudo: gente, em determinada condição social, pertencente a determinado
grupo social ou classe com suas crenças, valores e significados”.
Sendo assim, adota-se ainda o entendimento presente no livro da autora Minayo (1994,
p. 26), quando cita Bulmer para precisar a tipologia de pesquisa que se pretende realizar
como sendo uma pesquisa estratégica que
baseia-se nas teorias das ciências sociais, mas orienta-se para problemas que
surgem na sociedade, ainda que não preveja soluções práticas para estes
problemas. Seus instrumentos são os da pesquisa básica tanto em termos
teóricos como metodológicos, mas sua finalidade é a ação. Essa modalidade
seria a mais apropriada para o conhecimento e avaliação de Políticas, e
segundo nosso ponto de vista, particularmente adequado para as
investigações sobre Saúde.
82
Interessa neste estudo, de um lado, refletir sobre quais são os instrumentos de políticas
públicas em prática na regulamentação de normas de procedimento compulsório no
Brasil e, de outro, analisar o conteúdo dos regulamentos específicos gerados no âmbito
do CPN no período do estudo.
Para a realização das entrevistas, foi escolhida pelo autor da pesquisa uma amostra de
08 representantes ou ex-representantes de cada uma das três bancadas com participação
no CPN (governo, trabalhadores e empregadores), perfazendo um total de 24
entrevistados.
8
O questionário de pesquisa foi aplicado inicialmente para três membros de bancadas para validação das questões.
Foi priorizada a sua aplicação na fase das entrevistas para os ex-coordenadores do CPN e para membros do fórum
que se encontravam em reuniões de trabalho nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, considerando que o projeto
não dispunha de recursos para deslocamento do autor ou dos entrevistados.
83
Foram levantadas como fontes primárias as pautas e as atas das reuniões do CPN no
período, as cartas de conclusão dos CMATIC de Porto Alegre e de Recife/Olinda, assim
como as atas referentes aos oito encontros regionais de CPR, disponíveis no sítio
institucional do CPN (CPN, 2011) e na página do CPN, no sítio do Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE, 2013).
5.3.1.1 Governo
5.3.1.2 Empregadores
5.3.1.3 Trabalhadores
Neste sentido, com base nos resultados obtidos, foram observados e analisados os
possíveis fatores tais como: redução de taxas de acidentes de trabalho; manutenção do
esforço fiscal na implementação da NR 18 e do modelo tripartite na elaboração e
atualização do texto normativo.
Construção Pesada, no Rio de Janeiro, quando foi solicitada a colaboração dos presentes
para responder oportunamente ao questionário da pesquisa.
Outra possibilidade elencada como objetivo da pesquisa, que se revelou atendida pela
metodologia adotada, foi a de compreender como as atribuições legais e normativas do
CPN interferem na formulação da política de melhoria das condições e dos ambientes
de trabalho, principalmente quando confrontadas com o disposto no regimento interno
do fórum e com o seu real exercício.
90
Por fim, foi possível estabelecer o foco e os limites do modelo tripartite praticado no
âmbito do CPN e sua implementação junto a outros atores sociais de âmbito nacional e
regional, permitindo o reconhecimento do grau de mobilização social alcançado.
Os conteúdos das atas do CPN produzidas no período de 1996 a 2011 foram analisados,
e o resultado da análise de cada um dos anos foi sistematizado por meio de quadro
demonstrativo (ver APENDICE “E”) dividido em 03 colunas intituladas:
“regulamentação”, “mobilização social” e “outros temas de interesse da pesquisa”. Os
temas elencados coincidem com aqueles presentes nos blocos de perguntas apresentadas
no questionário aplicado aos 24 membros e ex-membros do fórum e permitem uma
triangulação de dados com o resultado das entrevistas. Já na análise das fontes
primárias, o tema “tripartismo” foi analisado no bojo das duas primeiras colunas, já que
todas as ações transcritas nas atas resultam das discussões e ações do fórum tripartite.
As entrevistas podem apresentar viés em função do fator tempo, que tende a direcionar
os entrevistados para respostas principalmente fundadas em fatos e acontecimentos mais
recentes ou especialmente marcantes pelas suas atuações ou por demandas específicas
91
de suas bancadas ou instituições. Já nas atas é possível ser preservada a cronologia dos
fatos com possibilidades de resgate de aspectos e olhares igualmente importantes e
complementares, que permitem responder com maior exatidão e amplitude às questões
da pesquisa.
Foram temas ausentes nas discussões sobre a norma, no fórum, embora presentes com
destaque nas estatísticas de doenças relacionadas ao trabalho nos ambulatórios médicos
do setor: ruído, sobrecargas musculares, trabalho repetitivo, posturas inadequadas,
exposição excessiva ao sol, etc. Um fato que revela a preocupação do fórum com itens
que pudessem controlar situações de grave e iminente risco para os trabalhadores de
93
Aqui, pela sua importância histórica, há que se fazer referência ao I Congresso em São
Paulo, especialmente na colocação de Lima Júnior (1997) de que, por ocasião do
evento, realizado de 17 a 19 de novembro de 1987, fora elaborado um documento
intitulado “Carta à Nação”, que, embora redigido na época, ainda era atual. Do
congresso saíram propostas do governo, dos trabalhadores e dos empresários, que
continuariam sendo discutidas no CPN e em outros fóruns, e parte delas seriam
retomadas no III Congresso, em Porto Alegre, em 1998.
Prosseguindo em sua observação, Lima Júnior (1997) disse ter sido um marco o I
Congresso Nacional de Engenharia de Segurança, com seus vários seminários regionais.
Tanto que a Fundacentro considerou 1987 o ano da segurança e saúde na indústria da
construção, quando foram feitos cursos para lideranças sindicais, houve um exercício de
implantação de comitês regionais e uma experiência da comissão paritária Estadual
Intersindical de São Paulo, a primeira tentativa de discussão tripartite da qual ele
participara como técnico convidado. Segundo o autor, a base de toda a literatura técnica
de que se dispunha sobre o assunto fora concebida e executada naquela ocasião, quando
nasceu a série construção civil, com seus filmes, slides, transparências, unidade móvel
de ensino e outros instrumentos que a Fundacentro vinha ampliando e aperfeiçoando
desde então.
ano foi anunciada a realização do III CMATIC, em Porto Alegre, ocorrido somente no
ano de 1998 e cujo tema central foi: “Consolidação, avanços e novos desafios na
qualidade das condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção”. Os
painéis versaram sobre:
E as mesas:
• Conferências:
• Painéis:
O VII CMATIC, previsto para Brasília, não ocorreu e foi substituído pela realização de
cinco encontros regionais: em Florianópolis, Belém, Salvador, Vitória e Goiás.
Em 2010, importante decisão tomada pelo CPN deliberou pela inclusão, na agenda do
fórum, de 05 itens dos 32 constantes na carta do CMATIC de Belém (ver ANEXO “E”),
garantindo a discussão e a implementação das proposições do congresso. Os itens
priorizados foram:
Em 1996 foi anunciada a instalação de 09 CPR nos estados: Rio Grande do Sul, Bahia,
Goiás, Sergipe, Piauí, Minas Gerais, Pernambuco e São Paulo e no Distrito Federal.
Dessa data até o ano de 2011 foram contabilizados 40 CPR constituídos, 22 deles com
funcionamento regular e com importante grau de mobilização dos atores sociais locais.
Simultaneamente foram realizadas iniciativas das entidades que integram o CPN para
divulgação de boas práticas em SST na indústria da construção como, por exemplo, as
MEGASIPAT em São Paulo, o lançamento nacional da cartilha “Peão Não, Cidadão!”
da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI), que promoveu
cursos de formação de líderes sindicais em SST em todo o País.
Quanto às ações de articulação entre o CPN e os CPR, o autor teve acesso às conclusões
dos encontros nacionais do período de 1999 a 2004, de 2007 a 2008, e dos encontros
regionais de 2011. Nestes documentos ficou evidente a preocupação do CPN em
estimular o funcionamento dos CPR e ampliar sua organização em capitais e cidades
com forte presença de obras de construção. Propostas de capacitação de todo o conjunto
de atores do processo produtivo (engenheiros, mestres, trabalhadores em geral,
auditores fiscais do trabalho, profissionais de segurança e saúde no trabalho) ocuparam
a agenda de trabalho de todos os fóruns desde a sua primeira versão em 1999 (ver
ANEXO “F”).
Diante dos registros estudados, é possível concluir pela relevância desses encontros para
a consolidação e a divulgação nacional da regulamentação e para o avanço na melhoria
das condições de trabalho nos canteiros de obra. Destaca-se o V Encontro Nacional dos
CPR, no Centro de Treinamento Educacional da CNTI, em Luziânia/GO, em 2003,
como um desses momentos de intensa produção e de diagnóstico estratégico para o
funcionamento dos fóruns tripartites.
As discussões do CPR-PB avançam para temas muito além dos previstos no texto da
NR 18 e colocam-se sob a égide do trabalho seguro, saudável e decente. Para garantir a
implementação das agendas, lança mão de inúmeras estratégias. Já desenvolveu desde
peças teatrais, para sensibilização dos quadros funcionais das obras, até um programa
com a concessionária local de energia denominado “Programa de Redução de Acidentes
Elétricos na Indústria da Construção” (PRAE), que reduziu em 100% os acidentes de
trabalho por choques elétricos, em João Pessoa. E, por meio de acordo, garantiu a
implantação de PCMAT para todos os canteiros de obra, independentemente do número
de trabalhadores, avançando em relação à norma regulamentadora, que prevê esta
obrigatoriedade apenas para obras com mais de 20 trabalhadores. Este programa foi
institucionalizado pelas partes (sindicatos patronal e de trabalhadores) como sendo a
referência no processo de discussão da convenção coletiva de trabalho para questões de
SST.
6.2 Entrevistas
• A regulamentação – perguntas n° 5, 6 e 8.
→ Questão 1
12,5%
25,0%
Entre 5 e 8 anos
Mais que 8 anos
75,0%
A maioria dos empregadores integra ou integrou o CPN há mais de 8 anos (75%). Por
sua vez, a minoria integra ou integrou o CPN entre 5 e 8 anos (25%).
→Questão 1
→Questão 2
Sim
Não
100%
Gráfico 9 – Bancada
ancada dos trabalhadores:
trabalhadores opinião
pinião do entrevistado em
relação ao avanço de melhorias
100,0% Sim
Gráfico 10 – Bancada
ancada dos empregadores:
empregadores opinião
pinião do entrevistado em
relação ao avanço de melhorias
107
→ Questão 2
Sim
Não
100%
→Questão 2.a
Medio
50% 50%
Grande
Se sim:
Grande 62,5%
Médio 25,0%
Pequeno 12,5%
Grande 37,5%
Médio 25%
Pequeno 12,5%
Análise conjunta
c e comparativa das três bancadas
→Questão 2.a
Se sim:
Grande 50,0%
Médio 33,3%
Pequeno 8,3%
Muito pequeno
Foram também registradas críticas pela falta de uma assessoria técnica na bancada dos
trabalhadores e pela preferência da bancada dos empregadores em priorizar aspectos
aspe
pontuais, em detrimento de abordagens mais estratégicas no CPN.
Três consideram o avanço como grande, sobretudo, pela melhoria visível nas áreas de
vivência das obras e pela adoção de proteções coletivas e de medidas de organização do
trabalho. Reconhecem,
ecem, porém, que houve um enfraquecimento da estrutura de governo
tanto na representação da comissão tripartite como na ação fiscal de campo.
112
Dois consideram o avanço grande e definitivo para grandes empresas e grandes obras
que respondem a outros comandos além da NR 18 (auditorias, certificações, impactos
na participação nos lucros e resultados (PLR), etc.). Porém, consideram-no médio ou
incipiente quando se trata de aplicar esta política para pequenas empresas e obras ou
para os setores de montagem industrial e construção pesada.
A bancada dos empregadores como um todo defende que o governo deveria dar mais
importância aos eventos nacionais (CMATIC) e regionais, buscando a permanente
divulgação da NR 18 e a mobilização das entidades parceiras.
6.2.1 Quanto
uanto ao tripartismo
a) Bancada do governo
→Questão 3
Nunca 12,5%
O maior percentual (50%) respondeu que “quase sempre” a direção aporta demandas
específicas. Os menores percentuais responderam “uma vez ou outra” e “nunca”
(12,5%, respectivamente).
114
→Questão 4
Grande 25%
Razoável 50%
Pouca 25%
→Questão 7
25%
Pouco
Bem
75%
A maior proporção (75%) dos entrevistados respondeu que suas expectativas são “bem”
atendidas pelo CPN, enquanto a menor proporção disse que as suas expectativas são
“pouco” atendidas pelo CPN (25%).
→Questão 9
A maior parte dos entrevistados considera que o consenso para deliberar as alterações
da NR 18 “melhora o texto final” e que “algumas vezes enfraquece” (37,5%,
respectivamente). Já o menor percentual (25%) respondeu que o consenso no assunto
sempre “melhora
hora o texto final”.
116
→Questão 15
Informalmente 50%
→Questão 3
Sempre 37,5%
Nunca 0,0%
→Questão 4
Mais da metade dos entrevistados (62,5%) disseram que o CPN contribui de forma
“razoável” para a redução da taxa dos acidentes e das doenças relacionadas ao trabalho
nos canteiros de obra. Os demais (37,5%) se distribuíram nas outras opções.
118
→Questão 7
Sempre 0,0%
Bem 37,5%
Pouco 62,5%
Nunca 0,0%
→Questão 9
Metade dos entrevistados afirmou que o consenso “sempre melhora os resultados”, 25%
afirmaram que o consenso “melhora o texto final”, 12,5% disseram
di que “algumas vezes
o consenso enfraquece”, 12,5% disseram que “enfraquece sua efetividade”.
→Questão 15
Informalmente 0,0%
c) Bancada
ancada dos empregadores
emp
→Questão 3
Sempre 37,5%
→Questão 4
Razoável 25%
Pouca 37,5%
Questão 7
Sempre 25%
Bem 50%
Pouco 25%
Os empregadores dizem que as expectativas da sua bancada são atendidas pelo CPN, a
maioria diz que são “bem” ou “sempre” atendidas, e a minoria afirma que suas
expectativas são “pouco” atendidas (25%).
122
→Questão 9
→Questão 15
Informalmente 25%
→Questão 3
Sempre 25,0%
Nunca 4,2%
Nunca 4,2%
Observa-se
se que a bancada dos trabalhadores declara-se
declara se como a mais comprometida com
o CPN quanto à relevância a ele dada pela direção de suas entidades, sugerindo um grau
de confiança na resolutividade do fórum tripartite.
→ Questão 4
Quase a metade dos entrevistados (45,8%) disse que o CPN contribui de forma
“razoável” na redução da taxa dos acidentes e das doenças relacionadas ao trabalho nos
canteiros de obra. Os demais (54,2%) se distribuiram nas outras opções.
125
A bancada dos empregadores é a que estabelece maior relação entre as ações do CPN e
os resultados alcançados na redução das taxas de acidentes no setor.
setor
→Questão 7
Sempre 8,3%
Bem 54,2%
Pouco 37,5%
Nunca 0,0%
Sempre 8,3%
Muito pouco
Nunca
→Questão 9
Segundo o Gráfico 38,, 45,8% dos entrevistados afirmam que o consenso “sempre
melhora os resultados”, 29,2% afirmam que o consenso “melhora o texto final”,
final 16,7%
dizem que algumas vezes o consenso enfraquece, 4,2%
4, dizem que “enfraquece sua
efetividade”, 4,2% dizem que “não altera o resultado efetivo”.
→Questão 15
Informalmente 25,0%
Sobre a contribuição do CPN para a redução dos acidentes graves e fatais (questão 4), a
bancada do governo avaliou o resultado, em uma escala “muita pouca”, “pouca”,
“razoável”, “grande” e “muito grande”, como apenas “razoável”. Foram elencados os
seguintes fatores que impediram, segundo a bancada, uma maior contribuição: baixa
integração do CPN com outros órgãos afins de governo (Ministério da Previdência
Social, Ministério da Saúde, Ministério das Cidades); regulamentação excessivamente
prescritiva e não de gestão; a não realização de campanhas nacionais para divulgação do
trabalho seguro e decente e a baixa atuação do CPN junto a órgãos federais que
contratam obras públicas.
Para os empregadores, existe um manifesto interesse das entidades pelo fórum tripartite,
seja encaminhando demandas específicas através de seus representantes, seja
propiciando inclusão nas pautas pré-estabelecidas, em suas reuniões de diretoria, para
apresentação das discussões do CPN.
que o resultado final das decisões tomadas “sempre melhora” com esta prática,
prática
entendida como democrática.
Neste bloco foram reunidas e analisadas as respostas das bancadas para as questões 5,6
e 8, que tratam das possibilidades de incorporação de abordagens
a mais holísticas na
regulamentação e na prática tripartite em SST levada a cabo pelo CPN,
CPN para o setor da
indústria da construção.
a) Bancada do governo
→Questão 5
25%
Não
Muito Pouco
75%
Do total de entrevistados, 75% disseram que o CPN “não” dá conta de tratar das
questões relacionadas com o planejamento, a organização de trabalho e as tarefas nos
133
Normalmente
ormalmente atuamos para apagar incêndio quando surge alguma demanda
de uma nova tecnologia ainda não prevista na norma ou quando alguma coisa
dáá errado,
errado como no caso dos elevadores a cabo. (Representante
epresentante da bancada de
governo)
governo).
O CPN é muito tecnicista, só se ocupa em alterar a norma envolvendo
máquinas e equipamentos e esquece-se de tratar e referenciar outras questões
voltadas para a ergonomia, impactos ambientais, controle do ruído nas obras,
etc. (Representante da bancada de governo).
→Questão 6
Razoavelmente 37,5%
Não 25%
Na resposta à questão n° 6,
6 que amplia o universo das discussões no CPN de alteração
de norma para articulação de uma política com repercussões na satisfação
atisfação no trabalho,
trabalho
dentro da agenda do trabalho decente propugnada pela OIT, a bancada se manifesta
reconhecendo o caráter predominantemente
predom tecnicista do fórum.. Excetuando-se
discussões pontuais, sem encaminhamentos posteriores,
posteriores sobre capacitação e formação
de mão de obra, nenhum outro aspecto é abordado.
→Questão 8
Bem 12,5%
Razoavelmente 75%
Pouco 12,5%
Quando
uando a pergunta é sobre a NR 18 e sua eficiência (n° 8), a bancada reconhece que a
norma atende “razoavelmente” às necessidades do setor, excetuando-se
se os segmentos da
construção pesada e para novas metodologias construtivas (pré-moldados,
moldados, alvenaria
estrutural,
tural, etc.), que não estão contemplados. Destaque-se que, na escala proposta para
esta pergunta, “razoavelmente”
“razoavelmente situa a resposta dos entrevistados entre 60% e 80% de
aprovação.
→Questão 5
Completamente 0,0%
Razoavelmente 12,5%
Não 37,5%
→Questão 6
Frequentemente 12,5%
Muito 12,5%
Razoavelmente 25,0%
Não 25,0%
A maioria dos entrevistados (75%) disse que o CPN “não” enfoca, enfoca “muito
pouco” ou enfoca “razoavelmente” as questões relacionadas ao trabalho decente em
suas discussões e deliberações. Apenas um entrevistado (12,5%) afirmou que o CPN
enfoca “muito” e outro (12,5%) afirmou que o CPN enfoca “frequentemente”.
137
Sobre a NR 18 (questão
questão n° 8),
8 o entendimento da maioria da bancada é de que a norma
é um instrumento adequado para regulamentar a SST para o setor, e que “se fosse
cumprida em todos os canteiros de obra,
obra teríamos resolvido muitas questões”,
questões” como
declara um dos entrevistados.
Questão 8
Bem 50,0%
Razoavelmente 50,0%
Pouco 0,0%
Não 0,0%
Metade dos entrevistados disse que a NR 18 atende “bem” àss necessidades do setor da
indústria da construção, já a outra metade afirmou que a NR 18 atende “razoavelmente”
às necessidades do setor. Apontam o caráter muito prescritivo da norma e a necessidade
de consenso nas deliberações como fatores que dificultam a sua excelência.
A representação
ntação dos empregadores avalia que os temas elencados na questão de n° 5
não são objeto da pauta das reuniões do CPN, excetuando-se
excetuando se a terceirização,
terceirização conforme
demonstra o depoimento a seguir:
→Questão 5
Razoavelmente 12,5%
Não 37,5%
Metade dos entrevistados diz que o CPN trata “muito pouco” das questões relacionadas
com planejamento, organização do trabalho e tarefas nos canteiros de obras em suas
discussões e deliberações, enquanto 37,5%
37,5 dizem que o CPN “não” dá conta e 12,5%
afirmam que o CPN dá conta “razoavelmente” da questão.
139
→Questão 6
Razoavelmente 25%
Não 12,5%
→Questão 8
Bem 37,5%
Razoavelmente 50%
Não 12,5%
Questão 5
Dos entrevistados, 87,5% disseram que o CPN “não” dá conta ou dá conta “muito
pouco” de tratar das questões relacionadas com o planejamento, a organização de
trabalho e as tarefas nos canteiros de obra em suas discussões e deliberações
normativas, 8,3% afirmaram
rmaram que o CPN dá conta “razoavelmente” e 4,2% afirmaram
que dá conta “muito bem”.
142
Completamente
Muito bem 4,2%
Razoavelmente 4,2% 4,2%
Muito pouco 8,3% 16,7% 12,5%
Não 25,0% 12,5% 12,5%
Observa-se nitidamente
amente que, segundo os entrevistados das três bancadas, os temas
elencados nesta questão (planejamento, organização de trabalho e tarefas) não
encontram espaço nas agendas e ações do fórum.
→ Questão 6
Frequentemente 4,2%
Muito 4,2%
Razoavelmente 29,2%
Não 20,8%
Frequentemente 4,2%
Muito 4,2%
Razoavelmente 12,5% 8,3% 8,3%
→ Questão 8
Bem 33,3%
Razoavelmente 58,3%
Pouco 4,2%
Não 4,2%
Pouco 4,2%
Muito pouco
Não 4,2%
a) Bancada do governo
→ Questão 10
Mobilizador 37,5%
Existe ainda a percepção de que os representantes das bancadas não atuam como
multiplicadores junto às suas respectivas instituições.
Deficiências
eficiências de ordem operacional, técnica e política são apontadas como fatores de
inibição do potencial mobilizador do CPN.
→ Questão 11
Bem 12,5%
Razoavelmente 12,5%
Não 25%
Observa-se que 50% dos entrevistados disseram que o Comitê Permanente Nacional e a
Comissão Permanente Regional contribuíam “muito pouco” para mobilizar as
instituições que representam suas bancadas. O restante respondeu que “não”
contribuíam (25%), contribuíam “bem” e contribuíam “razoavelmente”
(respectivamente, 12,5%). E localizam o problema na falta de canais eficientes e
permanentes de comunicação; na falta de uma coordenação mais atuante e, mais uma
vez, na sensação de que os assuntos tratados nas reuniões não são multiplicados nas
entidades que compõem estes fóruns.
Quando solicitados, na questão n° 12, a mencionar três CPR com maior contribuição
para o CPN, duas menções aparecem em todas as respostas: CPR-Paraíba e CPR-São
Paulo. A menção ao terceiro CPR variou, de acordo com o entrevistado, entre:
Piracicaba, Goiás, Rondônia, Brasília e Pernambuco.
Em resposta à questão n° 13, entendem como missão relevante dos CPR: contribuição
para a elaboração de diagnósticos locais e regionais para a melhoria das condições e dos
ambientes de trabalho; sugestões técnicas fundamentadas para atualização da NR 18 e
divulgação da norma nos canteiros de obra.
→ Questão 14
Sim 50,0%
Na bancada
ancada dos trabalhadores,
trabalhadores quanto à questão n° 10,, as opiniões se dividem entre
aqueles que veem
m o CPN e os CPR como fóruns mobilizadores quando se trata dos
CMATIC e dos encontros nacionais de CPR,
CPR e aqueles que entendem que as ações são
muito esporádicas, sem penetração nas bases
bases das instituições e com baixo
aproveitamento da capacidade e da representatividade do CPN em coordenar ações
próprias e ações casadas com outras instituições afins que potencializem os resultados.
149
→ Questão 10
Mobilizador 37,5%
→ Questão 11
Bem 12,5%
Razoavelmente 50,0%
Não 12,5%
→ Questão 14
Sim 50,0%
Não 0,0%
→ Questão 10
Mobilizador 25%
Os que entendem
m o fórum como pouco mobilizador citam as deficiências de
comunicação entre as instituições membros,
membro entre a instância nacional e as instâncias
regionais e de toda a estrutura tripartite junto
jun aos atores sociais.
→ Questão 11
Bem 37,5%
Razoavelmente 50%
Não 12,5%
Na questão n° 12, o CPR de São Paulo foi citado por todos os entrevistados.
entrevistad Os outros
CPR citados foram:: Paraíba, Pernambuco, Paraná, Santa Catarina e Rio de Janeiro.
A contribuição do CPR para o CPN, mais mencionada pela bancada, foi a de abastecer o
CPN com
om diagnósticos regionais e informações sobre práticas bem-sucedidas
bem na
melhoria das condições de trabalho nos canteiros de obra,
obra além da realização de eventos
que mobilizam
m os atores sociais locais em torno da política estabelecida pelo fórum
nacional.
154
Na questão n° 14 pode-se
se entender que a maioria da bancada reconhece como atribuição
do CPN a responsabilidade de promover a mobilização social em torno da política de
melhoria das condições e dos ambientes de trabalho na indústria da construção, por
meio da realização de eventos e campanhas voltadas para o tema.
→ Questão 14
Sim 37,5%
→ Questão 10
Mobilizador 33,3%
→ Questão 11
Bem 20,8%
Razoavelmente 37,5%
Não 16,7%
→ Questão 14
Sim 45,8%
É, mas promove poucas atividades do
gênero
37,5%
Não 0,0%
Segundo o gráfico acima,, 45,8% dos entrevistados afirmam que é atribuição do CPN
promover campanhas, eventos técnicos, encontros regionais, congressos, etc.; 37,5%
158
afirmam
m que é atribuição, mas o mesmo promove poucas atividades do gênero; 4,2%
afirmam que é atribuição, mas o mesmo não promove; 12,5% afirmam que algumas
vezes é atribuição do CPN.
Não
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo, apoiado pela análise dos aspectos referentes à evolução e ao estado
da arte da indústria da construção; pelos dados econômicos, sociais e normativos, com
destaque para indicadores de acidentes do trabalho deste setor; pela análise de
informações sobre as origens do tripartismo no Brasil e seu histórico evolutivo no
âmbito da OIT, mas, sobretudo, buscando compreender o papel do CPN na
regulamentação setorial da saúde e segurança no trabalho no País como fenômeno social
sob a ótica da metodologia de um estudo qualitativo, tal como exposto exaustivamente
no capítulo 5, ainda que sob a hipótese de outras considerações finais à guisa de seu
fechamento, opta, no entanto, longe do suposto de sua conclusão, para o destaque às
colocações que seguem.
Embora o processo de regulamentação tripartite tenha sido adotado pelo governo nas
questões relacionadas à segurança e saúde no trabalho, no âmbito da competência do
MTE há mais de dezessete anos, e iniciado exatamente com a regulamentação tratada na
pesquisa, há poucos estudos sobre o tema.
Foi igualmente unânime a percepção do grupo de que a melhoria das condições e dos
ambientes de trabalho nos canteiros de obra do setor foi ampliada pela implementação
do modelo tripartite representado pelo CPN e CPR, embora existam variações na escala
de avaliação entre as três bancadas quanto ao dimensionamento destes avanços.
Por outro lado, é difícil avaliar os impactos das políticas e práticas prevencionistas,
sobretudo na indústria da construção, em função desta abrangência nacional e de suas
diversidades regionais, da variabilidade de métodos e técnicas construtivas, da mão de
obra empregada e, por fim, das diferenças de dimensão e de organização das empresas
do setor.
9
O autor participou, como representante do governo brasileiro, das conferências internacionais da OIT
nos anos 2000 e 2001, quando da discussão e aprovação da Convenção n°184 “SST na agricultura”,
oportunidade em que presenciou o jogo tripartite e observou a postura ideológica de cada bancada diante
da regulamentação internacional sobre relações de trabalho.
162
Através da análise do ciclo de políticas públicas proposto por Kingdon e dos conceitos
básicos de mobilização social foi possível identificar e discutir quatro aspectos
propugnados nos objetivos do estudo: representatividade do CPN e das instituições que
o compõem no cenário nacional; metodologia de trabalho e de tomada de decisões do
fórum; sua articulação com os CPR, outras instituições afins e a sociedade em geral e a
realização de atividades de formação e multiplicação de conceitos prevencionistas.
A metodologia adotada para sistematização das atas permitiu uma triangulação com as
respostas às perguntas do questionário, que amplia a visão do processo de
regulamentação tripartite e possibilita um olhar sobre a implementação de uma política
pública para a melhoria das condições e do meio ambiente de trabalho no setor da
indústria da construção, compreendendo os seus limites e as falhas do sistema. Os dados
extraídos das fontes primárias foram também confrontados com indicadores de taxas de
acidentes, dados econômicos do setor e dados referentes às características da mão de
obra empregada para facilitar o entendimento e as considerações deste estudo.
Sobre esse aspecto se manifestou Lima Júnior (1997), durante o III CMATIC realizado
em Porto Alegre, ao dizer que na construção civil havia riscos clássicos, alguns dos
quais vinham se perpetuando desde a construção das pirâmides, os quais relacionados
com quedas, soterramento, transporte de trabalhadores, choques elétricos. No entanto,
mais que a preocupação natural em generalizar as proteções contra riscos, chegara o
momento de avançar na discussão sobre outros problemas, um momento, por exemplo,
de avançar em matéria de questões ergonômicas e de prevenção da própria doença
ocupacional, que vinha sendo tratada de forma discreta.
Por consequência, o papel de mobilizador nacional para o qual o CPN está legitimado,
principalmente após a revisão do regimento interno, fica reduzido por não agregar,
permanente ou pontualmente, outros atores institucionais ao seu processo político e
operacional de formulação e deliberação das ações para a melhoria dos ambientes e das
condições de trabalho do setor. Instituições como, por exemplo: Ministério da
Previdência Social, Ministério da Saúde, Ministério das Cidades, SESI e SENAI
Nacionais, Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA), Ministério dos
Transportes, Ministério do Meio Ambiente, entre outros, deveriam, senão integrar o
fórum, manter canais de comunicação permanentes e integrados com o CPN.
As ações levadas a cabo através dos congressos nacionais e dos encontros nacionais e
regionais de CPR direcionaram ações de mobilização complementares em outras
instituições do setor e ampliaram a articulação em torno da política de melhoria das
condições de trabalho nesta indústria.
Para as questões da pesquisa, no tocante à NR 18, foi possível concluir, mesmo com as
limitações impostas pela ação do CPN, que a norma:
Foi possível ainda observar que a abrangência das temáticas presentes nos congressos,
nos encontros de CPR e também elencadas no seu regimento interno, com foco mais
amplo nos aspectos de qualidade de vida no trabalho na indústria da construção, não
encontrou um espaço apropriado e priorizado nas agendas de discussões e deliberações
do CPN, em função, principalmente, da vocação para uma regulamentação com
166
Nesse contexto, conclui-se que o espaço de articulação política não ocupado pelo CPN,
apesar de sua representatividade institucional, é preenchido pelo surgimento de outros
fóruns com participação dos mesmos atores sociais para discussão e implementação das
167
Observa-se que o modelo tripartite foi adotado pelos outros fóruns setoriais e temáticos,
onde a discussão da regulamentação não está necessariamente colocada, reforçando a
compreensão de orientação de Estado e extrapolando o campo das relações de trabalho.
Essa percepção vem acompanhada por indicadores que atestam a redução das taxas de
frequência e de mortalidade relativas a acidentes de trabalho (ver seção 3.2, subseção
168
Na ação fiscal do MTE registra-se, ao longo do período pesquisado, uma média superior
a 23% do número total de inspeções realizadas pela auditoria fiscal do trabalho em
obras de construção, em todo o território nacional, posicionando o setor com o 2° mais
fiscalizado pelo órgão, de acordo com os dados do Sistema Federal de Inspeção do
Trabalho (SFIT).
Observa-se ainda que, para que o CPN possa cumprir na plenitude suas atribuições
regimentais, é necessário um foco direcionado para as questões relativas às agendas do
trabalho decente e da sustentabilidade e uma abordagem mais profunda na NR 18 sobre
questões que determinem doenças relacionadas ao trabalho no setor.
• Quanto à utilidade
• Quanto à abrangência
• Quanto às limitações
Pelo exposto e, por oportuno, retém-se ainda uma última observação sobre o modelo
tripartite de regulamentação em SST e apresentam-se sugestões para futuras pesquisas
que aprofundem a temática tratada neste estudo.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BONCIANI, M. Contrato coletivo e saúde dos trabalhadores. Rev. Bras. Saúde Ocup.,
v. 22, n. 83, p.25-33, jul/ago/set. 1994.
CHAGAS, A.M.R de; SALIM, C.A.; SERVO, L.M.S. (Org.). Saúde e segurança do
trabalho no Brasil: aspectos institucionais, sistemas de informação e indicadores.
Brasília: IPEA, 2011.
DIAS, L.A. Inspecting occupational safety and health in the construction industry.
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FINKLEA, J.F. Construção nos EUA. In: III CONGRESSO NACIONAL SOBRE
CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA
CONSTRUÇÃO CIVIL, Porto Alegre, 1997. Anais... Porto Alegre: Fundacentro, 1997.
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KINGDON, J.W. Agendas, alternatives and public policies. New York: Harper
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LORENT, P.P. Ergonomie et securité sur les chantiers de construction. In: BELGIAN
ERGONOMICS SOCIETY CONGRESS, octobre 1992, Chateau de Colonster, Liège,
Belgium.
SÜSSEKIND, A. Convenções da OIT. 2 ed. São Paulo: Editora LTr, 1998. p.23-24.
Aspectos Sociodemográficos
177
Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 1990; 1995; 2000-2004 [CD-ROM].
179
900.000
800.000
Número de trabalhadores
700.000
600.000
500.000
400.000
300.000
200.000
100.000
0
1990 1995 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
18 a 24
612.470 506.561 446.009 468.280 450.895 390.922 392.471
anos
25 a 29
459.178 451.340 403.938 429.885 432.665 399.239 408.057
anos
30 a 39
714.090 735.572 695.955 733.651 741.718 685.403 702.771
anos
40 a 49
385.684 476.338 483.992 513.768 519.372 490.831 504.255
anos
50 a 64
206.029 230.785 230.761 252.797 265.514 254.885 269.507
anos
Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 1990; 1995; 2000-2004 [CD-ROM].
181
Ignorado 15 15 90 6 7 12 60
Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 1990; 1995; 2005-20011 [CD-ROM].
2.000.000
1.800.000
1.600.000
Número de vínculos
1.400.000
1.200.000
1.000.000
800.000
600.000
400.000
200.000
0
1990 1995 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Brasil 959.341 1.077.735 1.094.528 1.132.955 1.106.350 1.048.251 1.118.570 1.245.395 1.438.713
Analfabeto 59.734 53.976 29.186 27.683 23.877 16.823 15.961 15.736 16.965
4ª série
326.385 305.202 202.207 191.477 176.280 159.284 153.713 154.800 162.786
incompleta
4ª série completa 251.365 263.382 235.324 237.099 210.270 184.454 184.206 194.022 209.051
8ª série
113.923 161.101 202.885 214.862 216.119 203.926 219.224 243.237 277.287
incompleta
8ª série completa 64.373 110.997 184.831 200.997 208.006 209.047 226.828 252.194 299.040
2º grau
31.966 44.638 58.925 65.813 66.967 68.127 76.262 86.057 103.770
incompleto
2º grau completo 55.063 72.896 124.322 138.415 149.187 150.707 182.968 230.341 286.323
Superior
13.383 15.501 15.197 15.755 15.966 15.887 17.674 20.061 23.916
incompleto
Superior completo 33.354 39.398 41.651 40.854 39.678 39.996 41.734 48.947 58.750
Mestrado - 227 - - - - - - 587
Doutorado - 115 - - - - - - 238
Ignorado 9.795 10.302 - - - - - - -
Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 1990; 1995; 2000-2006 [CD-ROM].
182
183
1.000.000
Analfabeto
900.000
4ª série incompleta
800.000
4ª série completa
700.000
8ª série incompleta
600.000 8ª série completa
500.000 2º grau incompleto
400.000 2º grau completo
Brasil 2.459.311 2.447.734 2.279.027 2.416.636 2.427.966 2.237.668 2.293.932 2.484.775 2.923.194
Analfabeto 156.589 124.076 62.414 60.050 54.328 38.156 34.457 32.792 37.216
4ª série incompleta 937.977 767.822 455.857 436.057 414.352 353.689 329.127 324.746 351.048
4ª série completa 687.500 640.523 514.905 526.641 496.225 416.071 401.698 405.118 447.823
8ª série incompleta 286.478 370.015 452.519 492.243 502.836 474.855 480.359 520.275 612.317
8ª série completa 146.175 232.113 390.527 444.130 462.905 458.484 488.782 529.718 632.531
2º grau incompleto 61.413 86.684 111.303 130.698 138.437 138.791 152.215 169.904 212.585
2º grau completo 94.964 122.063 207.000 242.176 272.260 272.842 319.322 399.330 508.129
Superior incompleto 20.772 24.918 23.152 25.322 25.753 25.115 26.945 30.637 36.637
Superior completo 46.976 57.056 61.350 59.319 60.870 59.665 61.027 72.255 83.869
Mestrado - 379 - - - - - - 729
Doutorado - 182 - - - - - - 310
Ignorado 20.467 21.903 - - - - - - -
Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 1990; 1995; 2000-2006 [CD-ROM].
184
185
2.000.000
Analfabeto
1.800.000
4ª série incompleta
1.600.000
4ª série completa
1.400.000
8ª série incompleta
1.200.000 8ª série completa
1.000.000 2º grau incompleto
800.000 2º grau completo
Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 1990; 1995; 2000-2004 [CD-ROM].
900.000
800.000
700.000
600.000
Micro
500.000
Pequena
400.000
300.000 Média
200.000 Grande
100.000
0
1990
1995
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Acidentes de Trabalho
Tabela 15 – Brasil: acidentes de trabalho na indústria da construção segundo motivo: 1997-2011
Motivo 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Brasil 32.180 31.959 27.826 25.536 25.446 28.484 25.980 28.875 29.228 29.054 30.362 38.822 41.418 43.323 46.539
Acidente
28.827 29.060 24.950 22.637 22.557 25.029 22.686 24.985 25.180 24.592 25.797 33.288 35.265 36.611 39.301
Típico
Acidente
2.184 1.963 2.008 2.112 2.154 2.532 2.421 2.838 3.012 3.294 3.540 4.594 5.042 5.660 6.281
Trajeto
Doença
do 1.169 936 868 787 735 923 873 1.052 1.036 1.168 1.025 940 1.111 1.052 957
Trabalho
Fonte: Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho (AEAT) 1997-2011.
188
189
45.000
40.000
35.000
30.000
10.000
5.000
0
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Gráfico 77 – Brasil: acidentes de trabalho na indústria da construção
segundo motivo: 1997-2011
Fonte: Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho (AEAT) 1997-2011.
Tabela 16 – Brasil: acidentes de trabalho por Atividade Econômica CNAE 1.0: 1999-2005
Divisão do CNAE 1.0 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
BRASIL 100% 387820 100% 363868 100% 340251 100% 393071 100% 399077 100% 465700 100% 499680
Fabricação de produtos
alimentícios e bebidas 6,69% 25935 6,43% 23387 6,80% 23142 7,10% 27894 7,90% 31539 8,46% 39415 8,87% 44297
Comércio varej.rep.objetos
pessoais e domésticos 6,73% 26119 6,51% 23704 6,52% 22187 7,26% 28540 7,42% 29628 7,35% 34241 7,66% 38259
Agric.,pec.e serviços relac. 6,99% 27105 5,79% 21059 6,20% 21097 6,54% 25714 7,72% 30792 7,29% 33970 6,51% 32542
Construção 7,17% 27826 7,02% 25536 7,48% 25446 7,25% 28484 6,51% 25980 6,20% 28875 5,85% 29228
Saúde e serviços sociais 5,16% 20013 5,65% 20545 6,19% 21058 6,59% 25906 7,20% 28738 7,11% 33105 7,46% 37271
Transporte terrestre 4,08% 15821 3,80% 13825 3,89% 13246 4,08% 16029 4,16% 16589 4,23% 19684 4,04% 20197
Fabr.emont.veículos
3,31% 12853 3,41% 12422 3,53% 12027 3,01% 11844 3,05% 12180 3,46% 16110 3,70% 18481
auto.reboques e carroc.
Comércio por atacado e
2,75% 10681 2,50% 9099 2,55% 8678 2,65% 10410 2,66% 10628 2,85% 13275 2,91% 14559
interm.do comércio
Fabr.prod.metal-
2,76% 10697 2,80% 10194 2,85% 9683 2,75% 10802 2,53% 10093 2,47% 11523 2,49% 12452
exclus.máquinas e equip.
Fabricação de máquinas e
2,25% 8709 2,23% 8102 2,44% 8304 2,39% 9395 2,35% 9384 2,41% 11228 2,43% 12119
equipamentos
Metalurgia básica 2,27% 8786 2,49% 9057 2,55% 8663 2,19% 8610 2,16% 8631 2,31% 10769 2,43% 12137
Atividades associativas 2,54% 9843 2,16% 7854 2,23% 7588 2,34% 9210 2,35% 9394 2,26% 10544 2,15% 10753
Adm.pública, defesa e
1,85% 7193 1,90% 6931 2,04% 6953 2,22% 8726 2,32% 9240 2,32% 10806 2,38% 11897
seguridade social
Fabricação de artigos de
2,04% 7913 2,14% 7776 2,16% 7335 2,06% 8093 2,05% 8192 2,17% 10112 2,18% 10908
borracha e plástico
190
191
9% Comércio varej.rep.objetos
pessoais e domésticos
6% Construção
192
193
15%
Fabricação de Produtos
Alimentícios
13%
Atividades de Atenção à
11% Saúde Humana
Transporte Terrestre
9%
Agricultura, Pecuária e
7%
Serviços Relacionados
5% Construção
2006 2007 2008 2009 2010 2011
250
Número de aposentadorias
200
150
100
50
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
120
100
Número de aposentadorias
80
60
40
20
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
1999
471 2000
456
2001
407 407
382 375 384 2002
2003
325 326 318 319
307 2004
284
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
120
100
Número de óbitos
80
Micro
60 Pequena
Média
40
Grande
20
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
9
8
7
Número de óbitos
6
Micro
5
Pequena
4
Média
3
Grande
2
1
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Nº de óbitos / Nº de trabalhadores
Ano *100 *1.000 *10.000 *100.000
1999 0,039 0,388 3,884 38,84
2000 0,03 0,297 2,969 29,693
2001 0,034 0,337 3,372 33,717
2002 0,034 0,339 3,39 33,895
2003 0,031 0,311 3,11 31,099
2004 0,028 0,284 2,843 28,429
2005 0,025 0,247 2,465 24,651
2006 0,02 0,197 1,974 19,74
2007 0,019 0,191 1,905 19,051
2008 0,019 0,193 1,932 19,324
2009 0,018 0,183 1,832 18,323
2010 0,017 0,166 1,663 16,631
2011 0,016 0,162 1,619 16,190
Fonte: Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho (AEAT) 2000-2011
198
Nº de óbitos / Nº de acidentes
Ano *100 *1.000 *10.000 *100.000
1999 2,655 26,554 265,543 2655,429
2000 2,333 23,331 233,31 2333,06
2001 2,246 22,46 224,6 2245,985
2002 2,575 25,746 257,46 2574,592
2003 2,478 24,784 247,84 2478,414
2004 2,581 25,814 258,14 2581,421
2005 2,347 23,469 234,69 2346,886
2006 2,019 20,194 201,94 2019,444
2007 1,813 18,132 181,32 1813,216
2008 1,954 19,537 195,37 1953,671
2009 1,865 18,646 186,46 1864,622
2010 1,632 16,319 163,19 1631,865
Fonte: Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho (AEAT) 2000-2010.
200
Serviços prestados princip. as empresas 359 234 205 231 232 259 246
Agric.,pec.e serviços relac. 103 151 191 203 211 265 228
Comércio por atacado e interm.do comércio 183 148 135 135 143 185 152
Com.rep.veíc.auto.moto. com.varejo
combust. 168 88 102 118 98 115 113
Alojamento e alimentação 65 52 48 57 41 38 38
Fabr.prod.metal-exclus.máquinas e equip. 68 44 47 35 37 43 35
Atividades associativas 56 41 37 34 44 37 50
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
QUESTIONÁRIO DE PESQUISA
PERGUNTAS
( ) Até um ano
( ) Entre 01 e 03 anos
( ) Entre 03 e 05 anos
( ) Entre 05 e 08 anos
( ) Sim
( ) Não
2.a ) Se sim:
( ) Muito pequeno
( ) Pequeno
( ) Médio
( ) Grande
( ) Muito grande
( ) Nunca
( ) Muito pouco
( ) Quase sempre
( ) Sempre
( ) Muito pouca
( ) Pouca
( ) Razoável
( ) Grande
204
( ) Muito grande
a)
b)
c)
( ) Não
( ) Muito pouco
( ) Razoavelmente
( ) Muito bem
( ) Completamente
( ) Não
( ) Muito pouco
( ) Razoavelmente
( ) Muito
( ) Frequentemente
( ) Nunca
( ) Muito pouco
( ) Pouco
( ) Bem
( ) Sempre
( ) Não
( ) Muito pouco
( ) Pouco
( ) Razoavelmente
( ) Bem
( ) Pouco mobilizador
( ) Mobilizador
( ) Muito mobilizador
11) O CPN e os CPR contribuem para mobilizar as instituições que representam a sua
bancada (trabalhador, ou empregador, ou governo)?
( ) Não
( ) Muito pouco
( ) Razoavelmente
( ) Bem
( ) Muito bem
12) Cite três CPR com maior contribuição ao CPN, segundo uma ordem crescente:
( ) Não
( ) Sim
Comente:
207
( ) Reunião de diretoria
( ) Informalmente
( ) Não relata
A etapa de realização das entrevistas individuais será precedida de uma visita do autor
do projeto, prevista na pauta da reunião ordinária do CPN, no dia 20 de setembro de
2012, no Rio de Janeiro, quando serão esclarecidos os objetivos do estudo e as
formalidades exigidas pela Comissão de Ética em pesquisa quanto à preservação dos
entrevistados.
Será entregue uma lista para preenchimento dos dados individuais, para contato
posterior, constando nome, endereço para correspondência, e-mail e telefone. O
agendamento da entrevista será oportunizado a partir da aprovação do projeto pelo
Comitê de Ética.
Após essa aprovação, os participantes serão consultados para fixação de dia, hora e
local de sua conveniência para a realização da entrevista e recebimento antecipado do
questionário, para conhecimento.
RTP, em elaboração na Fundacentro. Anunciado CMATIC Rio Grande do CPN faz avaliação dos resultados do CMATIC- RJ -
Sul-RS para 1997. Dez.1995.
NR18 recebe boas críticas quando
comparada com outras legislações Anunciada formação dos CPR de RS, CBIC sugere confecção de vídeos educativos em SST na
internacionais da mesma matéria no BA, GO, SE, PI, RN, MG, PE e DF. construção.
CMATIC – RJ.
Participação do CPN no 64° ENIC. Sinduscon/SESI-SP lançam peça teatral com temática de
SST na construção.
209
ANO REGULAMENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO SOCIAL OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA PESQUISA
Surgem os primeiros grupos de trabalho Anunciado o III CMATIC-RS para Surgem mandados de segurança com liminares
para regulamentação sobre treinamento e 1998. concedidas contra a NR18 nos Estados: Goiás, Paraná,
CIPA, elevadores de obra e áreas de DF, Tocantins e Minas Gerais.
vivência e quedas de altura. Contabilizados 12 CPR em
funcionamento no País. CPN discute inclusão da NR18 em contratos de obras
Surgem as primeiras RTP publicadas pela públicas CPN (bancada dos empregadores) questiona
Fundacentro. Atores sociais do CPN lançam a legitimidade da CTPP para deliberar em última instância
cartilha “Peão não, cidadão”, em propostas do comitê.
CPN define CPR como único canal de evento nacional da construção.
entrada de propostas de alteração da NR 18. Apresentada estatística sobre inspeção na construção em
CPR-RJ constituído no ano. SST- total de 600 AFT com 23,61% das ações de
1997 Itens da NR 18 com propostas de alteração fiscalização na construção.
– andaimes suspensos. Secretário da SST apresenta “Plano
de Trabalho” da Secretaria para o Defasagem tecnológica dos elevadores de obra preocupa
Eficiência dos Anexos II e II da NR 18 é CPN com o estabelecimento de CPN.
questionada. prioridade nacional para o setor da
construção em 1998. Empresários assumem 1° mandato de coordenação no
CPN.
210
ANO REGULAMENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO SOCIAL OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA PESQUISA
Elevadores de obra e cadeiras suspensas na Governo é solicitado a dar condições Estabelecidas as prioridades do "Plano de Ação” do
pauta da regulamentação. (secretaria, infraestrutura) para CPN: educação, saúde, sensibilização e difusão da
melhorar o funcionamento do CPN. NR18; inspeção e combate ao grave e iminente risco;
Criado GT para discutir tubulões a céu diagnóstico, estatística e indicadores.
aberto. CPR ganham mais autonomia para
implementar a NR 18 junto às CPN demanda MTE (CODEFAT) para celebrar
Concluído RTP de elevadores de obra pela empresas. convênio visando projeto educacional para trabalhadores
Fundacentro. da construção com foco em SST
Sugerido convite ao
CONFEA/CREA para apoio técnico- Ingresso na inspeção do trabalho de 105 novos AFT.
científico.
1998 Anunciada coordenação do CPN pela bancada dos
INMETRO é solicitado para trabalhadores para 1999.
Certificação de equipamentos
utilizados na construção: elevadores, Secretário da SSST anuncia meta de redução em 25%
serra circular e andaimes. em 04 anos dos acidentes de trabalho – PBQP.
211
ANO REGULAMENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO SOCIAL OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA PESQUISA
RTP em andamento: medidas de proteção TV executiva para debate sobre a NR Convidado diretor de serviços gerais da Secretaria de
contra quedas; elevadores de obra; 18 atinge 700 participantes em todo o Administração Pública para esclarecimento sobre
escavações; demolição e desmonte de País. inclusão de SST em contratos de obras públicas
rocha; escadas; rampas e passarelas;
Realizado encontro nacional dos
instalações elétricas. CPN participa do Congresso Mundial em SST/ OIT no
CPR.
Brasil.
Apoio técnico-científico do CPN
Governo anuncia secretaria executiva para o CPN.
recebe
Associação Brasileira das Empresas Trabalhadores denunciam obras financiadas com
de Projeto e Consultoria em recursos do FGTS que mantêm trabalhadores informais
Engenharia Geotécnica e Câmara no Paraná.
1999
Brasileira de Conteiner.
Anunciado IV CMATIC em
Goiânia/2001.
212
ANO REGULAMENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO SOCIAL OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA PESQUISA
Na pauta do CPN: andaimes, serra circular, Anunciado IV Congresso Nacional Governo elogia evolução em SST do setor da construção
containers, elevador de obra, cadeira – CMATIC Goiânia/2001. Tema: nos últimos 05 anos.
suspensa e CIPA. “Construção, Qualidade e Vida no
Século XXI”. Divulgação da NR 18 torna-se prioridade para as
Surge demanda para regulamentar redes de representações de trabalhadores.
Fundacentro realiza cursos para os
proteção.
temas: PCMAT, líderes sindicais, Definidos os temas oficiais do IV CMATIC: 1) prevenção
Criado GT para instalações elétricas. elevadores, etc. de doenças graves e fatais no setor; 2- sistemas de gestão
Sindicatos patronais promovem do trabalho; 3- qualidade de vida do trabalhador; 4-
cursos em SST para empresários e prevenção laboral como diferencial competitivo; 5- custos
cursos para operadores de máquinas em SST; 6- educação para cidadania; 7- consolidação do
2000 e equipamentos. sistema tripartite; 8- terceirização, cooperativas,
condomínio de empregadores e informalidade; 9- SST e a
CNTI promove cursos e seminários
contratação de obras públicas e 10 - responsabilidade
para trabalhadores buscando elevar
social das empresas.
nível escolar, em conjunto com a
qualificação profissional e SST,
com conceito de construção da
cidadania.
Realizados 05 fóruns regionais pré-
congresso.
Realizada “MEGASIPAT” em São
Paulo.
213
ANO REGULAMENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO SOCIAL OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA PESQUISA
Criação do GT da construção pesada com Apresentada pela direção da Proposta definição de prioridades para os CPN em 2002
base em contribuição recebida do CPR- Fundacentro de avaliação positiva com base nas deliberações do III Encontro Nacional dos
MG. sobre o III Encontro de CPR. CPR.
Informalidade no setor da construção entra na pauta do
Aprovado texto para cabos sintéticos. Aprovada periodicidade de 04 anos
CPN.
para CMATIC com justificativa de
Iniciada discussão sobre elevadores de falta de recursos humanos e CPN solicita esforços do MTE para ratificação da
cremalheira. materiais para periodicidade menor. convenção 167 da OIT.
Aprovado texto para plataformas de CPN solicita inclusão da NR 18 nos requisitos básicos do
Distribuído trabalho intitulado
trabalho aéreo. PBQP-H.
“CPR/PB: uma construção indo
2001 além do formalismo legal - 05 anos Estabelecidos os temas prioritários do CPN para 2002:
Na discussão sobre cadeira suspensa CPN de história”. PCMAT, acidentes fatais, precarização das relações de
exercita tendência pela regulamentação trabalho e sistema de gestão.
com formato de manual de procedimentos Fundacentro apresenta balanço do
técnicos. Apresentada proposta para estabelecer o funcionamento
IV Congresso Nacional que contou
operacional mais eficiente para o CPN.
com 3.302 participantes.
GT cadeira suspensa apresenta texto final. Sugerida realização de seminário “CPN: papel e
perspectivas”, visando reflexão sobre o papel do fórum:
Aprovado texto para andaimes e formulador de política pública ou regulamentador de
plataformas de trabalho aéreo. normas técnicas de procedimento?
Fala-se na criação de um grupo denominado “Grupo
Permanente de Monitoramento e Apoio- GPMA” aos
CPR.
Propõe-se construir as prioridades do CPN a partir das
conclusões dos Fóruns Regionais Preparatórios do IV
Congresso e das recomendações dos Congressos de São
Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre (Plano de Ação).
214
ANO REGULAMENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO SOCIAL OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA PESQUISA
Texto para cadeira suspensa aprovado no CPN provoca interação e recebe CPN decide realizar Fórum Interno para definir missão e
CPN. retorno de 11 CPR. ação estratégica do comitê.
CIPA-GT apresenta proposta de criação do Anunciado CMATIC em Recife Governo encaminha cobrança pela ratificação da
Comitê de Segurança do Trabalho da obra. para 2005. Convenção 167 da OIT atendendo a demanda do CPN.
GT para cooperativa ilegal e trabalho Anunciado IV Encontro Nacional Lançada 1ª edição do Jornal do CPN pela Fundacentro.
informal é criado. dos CPR.
Representante do SAFEWORK/OIT visita o CPN.
GT em andamento: licitações, serra CPR-PB promove curso sobre
circular, redes, gruas. segurança e qualidade para mestres, Sugerida manutenção de uma secretaria executiva fixa
2002 encarregados e técnicos. para atendimento ao CPN e articulação com os CPR.
Criado GT para revisão do serviço
especializado em segurança do trabalho em Apresentados e avaliados os Governo lança Manual de Auditoria da NR 18.
obras de construção. resultados do IV Encontro Nacional
dos CPR.
215
ANO REGULAMENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO SOCIAL OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA PESQUISA
Proposto por um membro da bancada de Proposta participação de Transição de governo comprometendo as ações dos fóruns
governo do CPN suspensão por dois anos representação dos CPR nas tripartites no primeiro semestre.
de alterações da NR 18 para reflexão e reuniões do CPN.
definição de prioridades. Governo retoma agendas e reafirma compromisso com o
Proposto e executado
tripartismo no segundo semestre, ensejando inclusive
cadastramento dos CPR – 12: CPR
GTs retomam andamento: CIPA, serra aprofundamento e ampliação das instâncias de
cadastrados.
circular, redes, construção pesada, participação social.
cooperativas e trabalho informal. Anunciado V CMATIC 2005 no
Centro de Convenções de Olinda- Anunciado Manual de Procedimentos Técnicos (RTP)
Governo propõe ampliar o universo de PE. para gruas.
discussão no CPN para incluir jornada de
Carta do V Encontro Nacional pede CPR-PB apresenta Planejamento Estratégico para o
2003 trabalho, período de descanso, férias,
ao governo defesa do tripartismo e período 2003- 2007.
tarefas, etc.
do CPN como instância negocial
permanente e a realização do V Anunciada reunião para traçar o planejamento estratégico
CMATIC – 2005. do CPN.
216
ANO REGULAMENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO SOCIAL OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA PESQUISA
GT em andamento: gruas, elevadores, serra Coordenação do CPN (bancada Presidência da Fundacentro elogia tripartismo em reunião
circular, coberturas e telhados, construção patronal, rodízio) pede ampliação do CPN, reafirmando compromisso com o seu
pesada, CIPA, redes, fundações. dos mecanismos de divulgação do fortalecimento.
CPN.
Aprovado texto para gruas e para telhados e
Bancada patronal e de trabalhadores lamentam as
coberturas. Campanha “Acidente Fatal Zero”
dificuldades havidas em 2003.
da Fundacentro muda para
“Construção Trabalho Governo (direção do DSST) se apresenta no CPN para
Decente e Saudável – Acidente confirmar perdas orçamentárias e documentais na
Não!” com proposta para ser transição 2003-2004.
encampada pelo CPN.
2004 Anunciada criação de Comitê Apresentado ao CPN do “Programa Nacional de
Interinstitucional de Combate à Eliminação da Silicose”.
Informalidade no Paraná.
CPR-PB realiza painel com o tema “Exposição à Sílica na
V CMATIC - 2005 - viabilização Indústria da Construção: os riscos do agente invisível”.
em debate com apoio da
presidência da Fundacentro.
Videoconferência é sugerida como
estratégia para multiplicar a
audiência ao V CMATIC.
Agendado Encontro Nacional dos
CPR.
217
ANO REGULAMENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO SOCIAL OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA PESQUISA
Proposto texto para a CIPA da construção: Realização de jornadas Delegada a um grupo tripartite formado no fórum a
Comitê Local de Segurança e internacionais pré-CMATIC em elaboração de uma proposta para definir missão, visão e
Belo Horizonte, Manaus, Goiânia e planejamento estratégico do CPN.
Saúde no Trabalho, prevendo cláusula para Porto Alegre.
acordos coletivos de trabalho. CPN avalia resultados do V CMATIC (Carta de
Realizados dois fóruns Pernambuco).
GT em andamento: carga pontual em preparatórios para o Congresso - 70
plataformas de trabalho, construção pesada, trabalhos inscritos, 20 selecionados. CPN avalia Declaração de Intenções celebrada entre o
redes, elevadores, sistemas de ancoragem, MTE e a OIT para promoção do sistema de gestão em
Suspenso Encontro Nacional dos
elevadores /vigas flutuantes. SST.
CPR em função do V CMATIC.
2005 Aprovado texto para redes de proteção. Anunciado o VI CMATIC para 2009 em Belém ou
Coordenação do CPN informa que
Manaus.
o número de CPR atinge 40 em
todo o País, porém somente 20
responderam ao chamado para
cadastramento.
218
ANO REGULAMENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO SOCIAL OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA PESQUISA
GT em andamento: plataformas aéreas de Gestão patronal do CPN destaca a Apresentada proposta por membro da bancada do governo
trabalho, elevadores de obra e PCMAT. implantação de “e-group” para refletindo sobre o papel e o funcionamento do CPN (ata
melhorar o fluxo de comunicação de 17/04/2006, ver ANEXO “C”).
Apresentada proposta pela bancada do intra-CPN e entre o CPN e os CPR.
governo para universalização do PCMAT Apresentada avaliação do XXVIII Simpósio Internacional
sem obter consenso. CMATIC - PE 2005 é avaliado pelo da Construção promovido pela AISS - seção construção,
CPN: 1300 inscritos. realizado em Salvador, com a participação de 800
Apresentada proposta pela bancada do congressistas.
governo para eliminação da bacia turca em VI CMATIC é confirmado para
sanitários, sem obter consenso. Belém- PA. OIT apresenta para o CPN “Programa de Ação em
Construção Civil” e pede inserção do fórum tripartite.
2006 Aprovado texto para plataforma aérea de Fundacentro garante recursos à
trabalho. auditoria fiscal para participação no Especialistas apresentam ao CPN informações sobre a NR
Encontro Nacional dos CPR. 4, informalidade no setor da construção e mudanças no
Fator Previdenciário.
219
ANO REGULAMENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO SOCIAL OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA PESQUISA
GT em andamento: PTA, CIPA, cesto SESI Nacional é convidado para Coordenação do CPN solicita ao governo a capacitação de
aéreo, PCMAT, andaimes e plataformas de integrar o CPN como membro 3000 multiplicadores e a realização de Campanha
trabalho. efetivo. Nacional de Prevenção de Acidentes e Doenças do
Trabalho na construção.
Apresentada proposta de quadro de Coordenação informa existência de
dimensionamento do SESMT para canteiros 21 CPR em funcionamento regular CPR-PE participa da reunião do CPN.
de obra. no País.
Ministro do Trabalho sugere a inclusão na agenda do CPN
CPR PB, RJ e PR enviam sugestões para o Encontro Nacional de CPR dos temas: terceirização de mão de obra e tarefas.
texto de cesto aéreo. anunciado para São Paulo.
Encontro Nacional de CPR propõe a criação de site do
CPN decide que detalhamento técnico de Fundacentro apresenta os resultados CPN custeado pelas bancadas de trabalhadores e de
produtos não será mais inserido como texto sobre a Jornada Internacional de empregadores com lançamento previsto para o VII
2007
na NR 18. SST nas Regiões Nordeste, Encontro Nacional de CPR.
Sudeste, Centro Oeste, Norte e Sul
Nota técnica n° 78/2007 rejeita proposta do Fundacentro - PE apresenta relatório final sobre o V
(em CD).
CPN para criação do Comitê Local de SST CMATIC.
nos canteiros de obra da Indústria da Confirmado o VI CMATIC para
Construção/ CIPA. Belém em 2008.
220
ANO REGULAMENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO SOCIAL OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA PESQUISA
Temas em discussão: GTT elevadores, Fundacentro garante realização do Apresentada demanda para uma secretaria executiva do
cesto aéreo, andaimes e plataformas de VI CMATIC – Belém. governo para os fóruns regionais (CPR) e o nacional
trabalho, sistema de ancoragem. (CPN).
Definida organização para
GTT: CIPA, SESMT, PCMAT, construção realização de fóruns em 05 regiões Representante da OIT cobra harmonização entre a
pesada. pré-congresso. Convenção 167 e a NR18 e implementação do acordo de
intenções firmado em Olinda (Carta de Pernambuco).
RTP não avançam por falta de Discutida a otimização do
infraestrutura da Fundacentro. funcionamento do site do CPN para CPN cobra do governo capacitação para os seus auditores
dar suporte aos fóruns e ao fiscais com atuação em obras de construção.
Instância de validação das deliberações do CMATIC.
2008 CPN denominada CTPP foi discutida. Acidentes de trabalho em tubulões a céu aberto na Bahia
GTT PCMAT/SESMT inova são discutidos.
SIT /DSST reafirma importância dos fóruns ampliando o universo dos atores
tripartites na regulamentação em SST. sociais envolvidos na discussão.
Nova proposta para discussão sobre CPN critica o governo (SIT) pela
fundação e escavação a céu aberto é não realização do encontro nacional
apresentada. de CPR.
221
ANO REGULAMENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO SOCIAL OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA PESQUISA
GT em andamento: construção pesada, Bancada dos trabalhadores propõe Anunciada discussão de Sistema de Gestão em SST pela
CIPA, PCMAT, SESMT, ancoragem, integração do CPN com a Comissão ABNT.
escavações/fundações/desmonte de rocha, Interministerial
andaimes e plataformas de trabalho. Proposta a revisão do Regimento Interno do CPN.
Tripartite de SST na Construção.
Apresentado texto final para movimentação
Relembrada a necessidade de
e transporte de materiais.
constituição de um grupo tripartite
do CPN para acompanhamento e
Fundacentro lembra oportunidade de
estímulo aos CPR.
inserção de itens de SST na construção em
convenções e acordos coletivos da
CPN avalia resultado dos fóruns
2009 categoria.
regionais pré-CMATIC em Manaus
e Campo Grande.
222
ANO REGULAMENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO SOCIAL OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA PESQUISA
GT em andamento: construção pesada; CPN incorpora na agenda 06 dos 32 Iniciados trabalhos para revisão do regimento interno do
CIPA; cesto aéreo; movimentação e itens da Carta de Belém - VI CPN.
transporte de material e pessoas; andaimes CMATIC.
e plataformas de trabalho; ancoragem; CPN reflete sobre falhas de comunicação com os CPR.
escavação/fundações/desmonte; MPT-SP participa da reunião do
impermeabilização, serra circular. CPN em São Paulo. Nova coordenação do CPN dá prioridade para a
integração com os CPR e inicia reuniões regionais
É solicitada a exclusão da NR 18 do SIT convida MPT para integrar o (bancada patronal).
subitem 18.37.8 pela Fundacentro. CPN.
CPN inclui discussão sobre cotas de pessoas com
Aprovado texto para cesto aéreo, CPN delibera pela realização de 05 deficiência (PCD) na agenda.
2010 movimentação e transporte de materiais e encontros regionais: Florianópolis,
pessoas, andaimes e plataformas de Belém, Salvador, Vitória e Goiás. CPN solicita ao GTS-ICC dados estatísticos atualizados
trabalho. sobre acidentes e doenças ocupacionais no setor.
223
ANO REGULAMENTAÇÃO MOBILIZAÇÃO SOCIAL OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA PESQUISA
GT em andamento: movimentação e CPN avalia encontros regionais CPN busca informações sobre anúncio pelo governo de
transporte de materiais e de pessoas; com CPR (São Paulo, Salvador, qualificação para 100 mil trabalhadores da indústria da
sistema de ancoragem; impermeabilização; Campo Grande, Porto Velho, construção.
fundações/escavações/desmontes; alvenaria Florianópolis).
estrutural; serra circular; revogação dos CPN cobra RTP da Fundacentro.
anexos I e II; CIPA/CLSST; construção Anunciado CMATIC para Brasília
pesada; andaimes e plataformas de trabalho em 2012. Bancada dos empregadores cobra capacitação para AFT
e corda de poliamida. na aplicação da NR 18.
CMATIC sob avaliação com
Acidente fatal com elevador na Bahia proposta de transformação em CPN solicita norma técnica sobre elevadores para a
mobiliza CPN, que regulamenta proibição seminários regionais. ABNT.
2011 para elevadores a cabo.
Site do CPN é atualizado.
Iniciado GT para Transporte de
Trabalhadores em Veículos Automotores. CPN cobra do governo fortalecimento da Fundacentro,
considerando sua importância para o setor da construção,
Sugeridos novos GT para inclusão de a continuidade das RTP e a recomposição da bancada da
pessoas com deficiência (PCD) e mulheres entidade no fórum.
(gênero) na construção.
Apresentado para aprovação texto final do novo
CIPA - texto apresentado pelo DSST/SIT é regimento interno do CPN.
rejeitado pelo CPN, que defende o texto
aprovado por consenso no fórum. SECONCI-SP apresenta ao CPN estudo sobre inserção
segura de PCD na construção civil.
GT PCMAT/SESMT aguardando conclusão
de norma de sistema de gestão em SST e
discussão no âmbito do GTS-ICC.
224
225
ANEXO “A”
ANEXO “B”
ANEXO “C”
17/04/2006
257
ANEXO “D”
Carta de Pernambuco
V CMATIC Congresso Nacional sobre Condições e Meio
Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção e III
Seminário sobre Condições e Meio Ambiente de Trabalho na
Indústria da Construção nos Países do MERCOSUL
Olinda/PE
23 a 26/10/2005
260
ANEXO “E”
Carta de Belém
Belém/PA
06 a 09/12/2009
264
ANEXO “F”