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Cirurgia
Izabela Aburachid
Medicina UFMG 149 l 2019-2
Izabela Aburachid - Medicina UFMG 149
Internato de Cirurgia
Parte 1 - Temas introdutórios
Sumário:
PARTE 1: Temas introdutórios
● Distúrbios Hidroeletrolíticos ✔
○ Conceitos sobre a fisiologia hidroeletrolítica
○ Distúrbios do sódio
○ Distúrbios do potássio
● Distúrbios Ácido-básicos ✔
● Avaliação Médica Pré-Operatória ✔
● Intubação orotraqueal ✔
● Noções Básicas de Anestesia e acessos venosos ✔
● Assistência médica Pós-Operatória ✔
○ Prescrição
○ Hidratação venosa pós-operatória (+casos clínicos de estudo dirigido)
● Complicações pós-operatórias ✔
● Terapia enteral: Indicações e Vias de Acesso ✔
● Avaliação Radiológica em Cirurgia ✔
Distúrbios Hidroeletrolíticos
Fisiologia dos líquidos e eletrólitos
Composição e distribuição da água corporal
O PLASMA É UMA SOLUÇÃO A APROXIMADAMENTE 10% (300 mOsm): Solução a 10% = há 10g
de soluto dissolvidas em
● 7 g% de proteínas 100 mL
○ 4 g% de albumina
○ 3 g% de globulinas
● 0,9 g% de eletrólitos → sódio, potássio, cloro, cálcio, magnésio, ferro, zinco,
hidrogênio, bicarbonato
● 2,1 g% de não eletrólitos → glicose, colesterol, vitaminas, ureia, creatinina, ácido
úrico
“SOLUÇÃO”:
● As reações ocorrem levando em consideração que os seres humanos são
eletricamente neutros → é necessário organizar as partículas do ponto de vista
elétrico
○ O Hidrogênio é utilizado como a unidade de referência
■ H+ = Na+
Equivalente (Eq) =
■ 2H+ = Ca2+ atmograma/ valor de
combinação daquela
molécula
● Solução = soluto + solvente
○ Soluto: átomo/grama, molécula/grama, mEq (miliequivalente)
○ Solvente: água Propriedade coligativa das
soluções → alterações dos
■ Se for estática → molal ou molar pontos de fusão e ebulição
● Molal: 1 mol de soluto em 1 kg de solvente → precisa da água de acordo com os
● Molar: 1 mol de soluto em 1L de solução → grandeza solutos
imprecisa, variável com a temperatura
○ É muito utilizado na medicina, pois o corpo humano A proporção de água é
está sujeito a pequenas variações de temperatura maior quanto mais jovem,
enquanto no
■ Se for dinâmica → solução osmótica
envelhecimento há perda
● Dinâmica da pressão osmótica: 1 mol de partículas/ 1 L de progressiva da
soluto = 1 osmol disponibilidade de água
○ O plasma humano é uma solução com pressão
A “artimanha da natureza”
osmolar de 300 mOsm (miliosmol) da natureza para sermos
sólidos é o invólucro → a
pele é composta por
COMO É A DISTRIBUIÇÃO?
apenas 8% de água
● O organismo se relaciona com o meio exterior por meio de soluções
● O ser humano é composto, em média, por 60-70% de água → sangue, líquido,
líquido em serosas, intestino, urina
○ 70% é intracelular (~40% do peso corporal) → 1o espaço
○ 20% está no líquido extracelular → 2o espaço
■ 14% é intersticial (~15% do peso corporal)
■ 5% é intravascular (~5% do peso corporal)
● Sangue = plasma + células
■ 1% está no chamado 3o espaço → articulações, intestino, humor
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Osmolaridade plasmática
O QUE É A OSMOLARIDADE PLASMÁTICA? → balanço hídrico Cargas positivas: sódio
Cargas negativas: cloreto,
● O principal determinante da osmolaridade plasmática é a soma das cargas bicarbonato, sulfato,
positivas e negativas que estão no líquido extracelular fosfato
● Sódio + Glicose + Uréia
○ A uréia pode se difundir junto com a água. Por isso, para a tonicidade
(também chamada de osmolaridade plasmática efetiva) considera-se
apenas o sódio e a glicose.
○ O sódio é o principal cátion extracelular
■ O sódio é o principal determinante da osmolaridade !
Na x 2 = considera o sódio
Valor normal da osmolaridade plasmática = 285-295 mOsm/L acompanhado por um
cátion
A glicose/18 e a U/6 são
Cálculo da osmolaridade plasmática: adequações de unidade
● Osm-pl = (2 x Na) + (Glicose/ 18) + (Uréia/ 6) (conversão de mg/L para
(todos em mOsm/L) mOsm/L) → atenção para
as unidades
O álcool é o exemplo
GAP OSMÓTICO = medida do osmômetro - Osm.plasmática
clássico de intoxicação
● Se o Gap osmótico for maior do que 10 (valor de referência) isso indica exógena que altera a
intoxicação exógena → há outras substâncias osmótica sendo detectada pelo osmolaridade do plasma
aparelho
● Qualquer situação em que se acumula um soluto diferente do sódio e que exerce
efeito osmótico, ocorre transporte osmótico de sódio do meio intracelular,
determinando hiponatremia
Hormônios regulatórios
HORMÔNIOS REGULATÓRIOS da fisiologia hidroeletrolítica:
● Aldosterona
○ Produzido pelas suprarrenais
○ Promove reabsorção de água e sódio de forma isosmolar (não altera a
osmolaridade do plasma) → portanto, não controla a osmolaridade do
plasma
● Hormônio antidiurético
○ Produzido pelo hipotálamo
○ Promove aumento da reabsorção de água livre (no túbulo coletor) →
reduz a osmolaridade plasmática
● Peptídeo natriurético
○ Produzido principalmente no coração → são produzidos nos átrios e
ventrículos do coração e secretados por distensão dessas câmaras
cardíacas e pela elevação da pressão arterial
○ Seus efeitos agudos são aumento do RFG e da excreção renal de Na+ e
água (através da inibição da bomba de Na+-K+-ATPase e dos canais de
sódio epiteliais)
○ Também exercem supressão da secreção de renina e de aldosterona
Alicerces da hidratação
● O NaCl (isotônico em relação ao plasma) aumenta a quantidade de água no
Os líquidos isotônicos
compartimento intravascular, mas atua pouco sobre o intracelular. possuem a mesma
○ Ocorre aumento da pressão hidrostática, melhorando a perfusão de osmolaridade do nosso
órgãos e sistemas → melhora da filtração glomerular e diurese líquido extracelular
CONCEITOS PRÁTICOS:
● A glicose se distribui igualmente por todos os compartimentos corporais, de forma
proporcional ao tamanho → o SGI permite a hidratação do paciente, sem gerar
hipervolemia
● Já a distribuição do sódio depende da osmolaridade dos compartimentos.
○ Como o SF 0,9% é isosmolar, ele se distribui principalmente pelo meio
extracelular e intersticial → aumenta primariamente a volemia
EXEMPLOS PRÁTICOS:
● Solução glicosada 5% 1L→ a glicose se distribui em todos os compartimentos (ou seja,
60% do peso corporal), sendo:
○ 5% de 60% → 83 mL intravascular
○ 15% de 60% → 250 mL no interstício
○ 40% de 60% → 664 mL intracelular
Necessidades hidroeletrolíticas
PRINCÍPIOS DA ELETROFISIOLOGIA: Sódio e potássio compõem
a principal bomba de
● Potássio: membranas (ATPase),
○ Concentração sérica: 3,5-5,5 movimentando-se em
○ Concentração intracelular: 150 sentidos opostos entre o
meio intra e extracelular.
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Ca e Mg modulam as
● Cálcio: bombas de K+-Na+
ATPase.
○ Presente em vacúolos dentro da célula O cálcio é “perdulário”
(libera energia) e o
● Magnésio: magnésio é “mão de vaca”
(poupa)
○ Bloqueia a ATPase de membrana
Se houver impossibilidade
da via oral por mais de 7
NECESSIDADES DIÁRIAS:
dias, é necessário
● Água: 30-50 mL/Kg introduzir a alimentação
○ Pode ser fornecida com o uso de NaCl 0,9% ou soro glicosado isotônico parenteral. Menos de 7
dias, é possível manter
(SGI) 5% → preferencialmente com o soro glicosado apenas a hidratação
parenteral.
● Sódio e Cloro: 1-2 meq/Kg
A infusão turbilhona o
○ 1Na = 23 g fluxo sanguíneo no local
○ 1Cl = 35,5 g daquela punção, ativando
fatores inflamatórios. Isso
○ Logo, 1NaCl = 58,5g agrava o risco de infecção,
○ Regra de 3 → 1g de NaCl contém 17 mEq de Na e 17 mEq de cloreto por meio da introdução de
→ arredondar para 20 um microorganismo
externo → vigilância
infecciosa
● Potássio: 1 meq/Kg
○ 1 ampola de KCl 10% contém 13,3 mEq
● Energia: 15 Kcal/Kg (com mínimo diário de 600 Kcal, para não gerar
metabolismo nitrogenado negativo)
○ Cada molécula de carboidrato oferece 4 Kcal
mL mL mL Total
KCl 10% 10 20 10 40 mL
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● Para distribuir igualmente os 180g de glicose, forneceria 60g a cada horário. Já forneci
25g de glicose a cada horário, no SGI 5%. Portanto, faltavam 35g, que eu poderia
fornecer com 70 mL de SGH 50%. Entretanto, dessa maneira, eu ultrapassaria 10% de
osmolaridade da solução. Assim, forneço apenas 50 mL de SGH 50%, totalizando o
mínimo diário de 600 Kcal/dia. → na hidratação venosa, há tendência em gerar um
déficit energético. Por isso ela não é mantida além de 1 semana.
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Distúrbios do sódio
● Valor normal do Na = 135-145 (mEq ou mOsm/L)
HIPONATREMIA
● Excesso de água em relação ao sódio No paciente internado, a
hiponatremia é o distúrbio
○ Quanto à osmolaridade, pode ser: mais comum →
■ Hiposmolar → mais comum, pois a redução do sódio gera relacionada a liberação
redução da osmolaridade plasmática aumentada de ADH, por
redução da PA ou
■ Hiperosmolar → geralmente nos diabéticos, em que a condições que determinam
osmolaridade aumenta às custas da hiperglicemia (a grave SIAD
hiperglicemia promove efluxo de água para fora das células e
promove hiponatremia dilucional)
Causas e Classificação
Na RTU de próstata, é
Hiponatremia Hiposmolar NORMOVOLÊMICA clássica a ocorrência de
● SIAD (síndrome da antidiurese inapropriada) → excesso de hormônio hiponatremia, pois é
antidiurético necessária a infusão de
grande quantidade de
○ Causas: volume hiposmolar para a
■ Pneumonia por legionella → pneumonia grave que adequada visualização da
próstata → a essas
classicamente cursa com SIAD (a hiponatremia auxilia no
situações, chama-se de
diagnóstico) intoxicação hídrica
■ Câncer de pulmão de pequenas células (síndrome
paraneoplásica)
■ Doenças do SNC → AVE, TCE, meningite (tumores)
■ Drogas → opióides, antidepressivos tricíclicos,
anticonvulsivantes
■ Resposta orgânica ao trauma → pós-op
Lembre-se: diurese normal
= 0,5-1 mL/Kg/h
○ Mecanismo fisiopatológico:
■ Excesso de ADH → Reabsorção isolada de H2O no ducto coletor
(baixa diurese) → hipervolemia associada à hiponatremia →
distensão → liberação de peptídeo natriurético atrial → promove
natriurese → normalização da volemia (não há edema)
○ Características:
■ Normovolemia hiposmolar
■ Hiponatremia
● Porém, lembre-se que não houver perda de sódio → a
quantidade absoluta de sódio é normal (hiponatremia
dilucional)
■ Natriurese → sódio urinário > 40 mEq/L → osmolaridade urinária
alta
■ Hipouricemia (mecanismo pouco esclarecido)
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Quadro clínico
Tratamento
HIPERNATREMIA
O QUE É → perda de água (hiperosmolar)
● Toda hipernatremia é hiperosmolar
CAUSAS: Em um contexto de
desidratação e
● Incapacidade de ingerir líquidos → coma, recém-nascidos, idoso hipernatremia (aumento da
● Diabetes insipidus → liberação insuficiente de ADH, levando a perda de grande osmolaridade plasmática),
há também desidratação
quantidade de água na urina (é basicamente o oposto da SIADH) intracelular e um acúmulo
○ Central → deficiência na secreção de ADH pela neuro-hipófise; de solutos dentro da célula
classicamente, transitória e secundária a neurocirurgia na hipófise (principalmente neurônios,
que são os mais
(edema na região) vulneráveis às variações de
■ Nesse caso, trata-se com o uso intranasal de um análogo de ADH sódio). Se a
(DDAVP) → seu grande risco é gerar hiponatremia, por inibir a hiperosmolaridade for
corrigida muito rápido, há
capacidade renal de excretar água livre risco de inverter o fluxo de
○ Nefrogênico água: pode entrar solvente
● Furosemida (e síndrome de Bartter) demais dentro do neurônio,
gerando edema →
hipertensão intracraniana,
QUADRO CLÍNICO: cefaléia, vômitos, convulsões, sonolência, torpor e coma (igual a crise convulsiva, coma,
herniação cerebral.
hiponatremia)
Obs: a furosemida causa
TRATAMENTO: HIPERnatremia
(semelhante à síndrome
● Água potável via oral ou enteral de Bartter) → ela age
● Casos graves: Soro glicosado 5% ou salina 0,45% inibindo, indiretamente, o
ADH
● Reduzir o Na em 10 mEq/L nas primeiras 24 horas
○ Complicação na reposição rápida de líquidos: edema cerebral e coma
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Distúrbios do potássio
● O potássio tem origem inteiramente da dieta
● 95% é excretado pelo rim
○ Também possui excreção pela pele e tubo digestório. No TGI, sobretudo Alcalose metabólica anda
em situações de aumento da produção intestinal (intestino delgado). de mãos dadas com
HIPOpotassemia
HIPERCALEMIA
CAUSAS QUE ROUBAM O POTÁSSIO DA CÉLULA:
A concentração intracelular
● Rabdomiólise de potássio é elevada
● Síndrome da lise tumoral → morte exagerada de células tumorais (tipicamente (150). Por isso, destruição
em cânceres hematológicos) celular aumenta a
concentração sérica de
● Acidose → aumento do H+ disponível determina que ele seja trocado pelo sódio no rim potássio.
(TCD), em detrimento do potássio
A excreção de potássio é
principalmente renal. Por
CAUSAS COM RETENÇÃO DE K URINÁRIA: isso, a insuficiência renal
● Insuficiência renal gera retenção.
● Hipoaldosteronismo → reduz a excreção de potássio em troca da reabsorção de sódio A deficiência de
○ Primário → insuficiência adrenal primária aldosterona promove
■ Hipoaldosteronismo (camada glomerular) → hiponatremia, natriurese e prejudica a
excreção de potássio na
hipercalemia, acidose metabólica urina. Além disso, há
■ Hipocortisolismo (camada fascicular) → hipoglicemia, eosinofilia edução da excreção
■ Redução da adrenalina (camada medular) → hipotensão urinária de hidrogênio, que
consome o bicarbonato e
■ Hiperpigmentação → apenas na IA PRIMÁRIA
promove a acidose
○ Drogas: IECA e espironolactona metabólica
Quadro clínico
Tratamento
● 2) Baixar os níveis de K → mover potássio para o meio intracelular Lembrar que a insulina e a
adrenalina promovem a
○ Glicoinsulinoterapia entrada de potássio para o
○ Beta-2-agonista inalatório (salbutamol) → ação rápida meio intracelular
○ Bicarbonato de sódio → utilizado raramente, se houver acidose
metabólica associada
HIPOCALEMIA
CAUSAS COM ENTRADA DE K NA CÉLULA: Lembrar: causas de
insuficiência renal com
● Insulina hipocalemia
● Adrenalina → feocromacitoma, tireotoxicose, inalação excessiva de
beta-2-agonista
PERDA DE K URINÁRIO:
● Hiperaldosteronismo
● Alcalose
Observação: Hiperaldosteronismo
● No hiperaldosteronismo, há aumento da reabsorção de sódio e água no
TCD, com excreção aumentada de potássio
○ A quantidade de sódio e água ficarão aumentados (aumento da
volemia), porém a concentração de sódio está normal (pois a
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Quadro clínico
● Fraqueza muscular
○ Câimbras
○ Íleo paralítico → vômitos, constipação, distensão abdominal e Os achados no ECG da
diminuição dos ruídos hidroaéreos hipocalemia não são tão
chamativos, nem são
● Risco de arritmias critérios de gravidade
○ ECG na hipocalemia: como na hipercalemia
■ Apiculamento da onda P Nas provas, cai muito a
■ Achatamento da onda T, podendo haver infra de ST onda U → acredita-se que
■ Pode surgir uma onda U a onda U represente a
repolarização da fibra de
Purkinje. É observada em
pacientes com
hipocalemia, hipertensão e
em algumas cardiopatias.
Ela sucede a onda T e é,
em geral, menor do que a
onda P
Tratamento
Distúrbios Ácido-Base
Fisiologia dos distúrbios ácido-base
Lembre-se:
● Um ácido fraco + sua base conjugada = sistema tampão
○ O principal sistema tampão do corpo é o H+ + HCO3- → CO2 + H2O pH de uma solução:
○ Portanto: pH sanguíneo = HCO3- / CO2
■ O pH é inversamente proporcional ao CO2 (quanto mais CO2, menor ele
fica = mais ácido) e diretamente proporcional ao HCO3-
Observação: a principal forma com que o CO2 produzido perifericamente chega aos pulmões é Compreenda a equação:
sob a forma de HCO3, no interior das hemácias. redução do H+ desvia a
equação para a esquerda,
Equação: H+ + HbO2 → HHb + O2 de modo que aumenta a
afinidade da hemoglobina
Ao chegar ao pulmão, onde a concentração de oxigênio é grande, a equação é descolada, pelo oxigênio.
liberando H+. O H+ se liga ao bicarbonato, liberando CO2.
Distúrbios
Distúrbio misto → o
➔ Se um paciente não está compensado, é indício de que outro distúrbio está se componente metabólico
desenvolvendo concomitantemente respiratório estão atuando
sinergicamente para
produzir o distúrbio
COMPENSAÇÃO DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS → só ocorre nos distúrbios
crônicos
A compensação
Acidose respiratória crônica → será compensada ao longo dos dias com maior retenção respiratória é imediata. Por
renal de bicarbonato outro lado, a compensação
● Espera-se elevação de 4mEq/L de HCO3 para cada 10 mmHg da pCO2 renal de um distúrbio
respiratório leva dias para
acontecer.
Alcalose respiratória crônica → será compensada ao longo dos dias com uma redução Se houver alteração do BB
e do BE, é indício de
da reabsorção renal de bicarbonato DISTÚRBIO CRÔNICO
● Espera-se redução de 5 mEq/L de HCO3 para cada 10 mmHg da pCO2 (“deu tempo de o rim
mexer nas bases”). Leva de
3 a 5 dias para os rins
reterem bicarbonato
ACIDOSE METABÓLICA
CAUSAS: Do piloro para baixo, se
perde bicarbonato (no
● Acidose lática intestino e suco
● Cetoacidose pancreático as secreções
● Uremia são mais básicas) →
acidose metabólica
● Perdas digestivas baixas (=diarréia)
● Acidoses tubulares renais Do piloro para cima, se
perde ácido (no estômago,
a secreção é ácida) →
alcalose metabólica
Ânion-Gap
● É necessário para determinar a etiologia das acidoses metabólicas “Hiato aniônico” = ânions
que eu não medi → inclui
● As cargas positivas e negativas devem se igualar no plasma (mesma quantidade albumina, lactato…
de cátions e ânions)
○ Na+ é o principal cátion
○ Cl- e HCO3- são os principais ânions → são medidos O ânion-gap possui limite
○ Ânion gap = Na+ - (Cl- + HCO3- ) de mais ou menos 2 em
sua avaliação
■ Anion gap = 10 (+-2)
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RACIOCÍNIO:
● Se a acidose metabólica é, por definição, a queda do HCO3- , haveria alteração do Na acidose lática, há
anion-gap. Entretanto, o organismo ativa mecanismos compensatórios → ou também lactatemia → o
ácido lático libera H+, que
aumenta o cloro, ou aumenta o anion-gap se junta ao HCO3- para
○ Aumento do cloro = acidose metabólica hiperclorêmica ser excretado → sobra
■ Nesses casos, o rim aumenta a reabsorção de cloreto para lactato, que é parte do
ânion gap.
manter o equilíbrio hidroeletrolítico - O mesmo raciocínio é
○ Aumento do anion-gap = acidose metabólica normoclorêmica (com válido para cetoacidose
(em que resta cetoacetato),
ânion gap alto)
para a uremia (em que
resta ácido úrico)… →
todos estes compõem o
CLASSIFICAÇÃO DA ACIDOSE METABÓLICA ânion gap!
Tratamento
ALCALOSE METABÓLICA
DEFINIÇÃO: pH acima de 7,45 às custas de bicarbonato elevado
Bomba de aldosterona:
reabsorve Na+ em troca da
CAUSAS → basicamente, são secundárias a hiperaldosteronismo excreção de K+ ou H+
● Vômitos → perda de ácido clorídrico - É uma bomba apenas de
prótons (exceção à regra)
○ Além disso, promove desidratação → ativação do SRAA → → no organismo como um
hiperaldosteronismo → maior excreção renal de HCO3 e potássio → todo, as bombas são de
cátion-ânion (Na + Cl)
agrava a alcalose e gera hipopotassemia
● Adenoma viloso de cólon → espolia potássio, de forma que o Na+ será muito
trocado por H+
Distúrbios associados
Tratamento
● Vômitos e diuréticos:
O NaCl corrige,
○ Se o meu problema é desidratação + hipopotassemia + hipocloremia → simultaneamente, a
fazer reposição volêmica com SF 0,9% + KCL hipovolemia e a alcalose
metabólica (qualquer
solução contendo cloro
● Hiperaldosteronismo primário (síndrome de Conn) → tumor de suprarrenal que gera, como efeito colateral,
produz aldosterona acidose metabólica)
○ Espironolactona
○ Intervenção cirúrgica
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Comentário:
HIPERNATREMIA:
1. Checar volemia,
2. Após correção de volemia, tratar com solução hipotônica → SG5% ou NaCl 0,45%
3. Quanto de solução?
● Na inicial x volumeinicial = nafinal x vol final
OBS: Casos crônicos não são muito comuns. Nesses casos é preciso ter cautela na
correção das concentrações de Na porque as células cerebrais eliminam proteínas e com
correção rápida há risco de alterações graves
HIPONATREMIA
1. Como está a quantidade total de sódio corporal?
● Pode estar normal (RTU ou SSIADH), aumentado ou reduzido (diarreia com
perda de Na)
2. Se necessário repor:
● (Na desejado - Na medido) x H2Ototal
Pós operatório de RTU de próstata é um dos únicos casos em que é bem estabelecido o
uso de solução hipertônica para correção de hiponatremia
● Todas as substâncias que exercem efeito osmótico puxando água para o
sangue (como glicose), podem diminuir a concentração de Na no sangue, sem
que a quantidade de Na corporal esteja aumentada (hiponatremia dilucional)
● Do contrário, todos os casos de hipernatremia têm a osmolaridade aumentada
No pós operatório de uma neurocirurgia, o paciente desenvolve SSIADH com Na <120 mEq/l e
sintomático. Ele deve ser tratado com:
A. Restrição hídrica → correção muito lenta
B. Diurético de alça tipo furosemida
C. Solução de NaCl hipertônico → Paciente agudo e sintomático
D. Não deve ser tratado, pois a síndrome costuma ser passageira e o paciente
corrige espontaneamente
E. Vasopressina
Entre as opções terapêuticas utilizados de hipercalemia, a unica que nao interfere nos níveis
séricos de potássio é: gluconato de cálcio. Paciente com K de 7,9 e ECG mostrando onda T
pontiaguda e simétrica em todas as derivações. A primeira medida a ser tomada é:
A. Resina de troca de íons
B. Gluconato de cálcio → Na falta, poderia ser cloreto de Ca
C. Bicarbonato de sódio → só se houver acidose metabólica grave
D. Solução polarizante → insulina com glicose
E. Furosemida
Raciocínio:
1. O ph está baixo, então é acidose
2. O HCO3 está baixo, justifica o distúrbio. O CO2 está baixo, não justifica o distúrbio,
então ele é compensatório
3. A compensação está normal?
a. (8x1,5) + 8 = 22 → CO2 está dentro do esperado
4. Trata-se de acidose metabólica pura
Distúrbio Misto → quando ambos os distúrbios atuam na mesma direção. Caso atuem
em direções opostas, não chama distúrbio misto
Comentário:
Vômitos sempre levam a alcalose metabólica
● Perda de Cl
● HCO3 aumenta
Comentário:
NaCl é para aumento de Cl. Cl é um ácido. Logo estamos tratando um distúrbio
metabólico. Devemos procurar qual gasometria reflete uma alcalose metabólica
Distúrbios respiratórios eu não vou tratar injetando ácido.
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VISITA PRÉ-ANESTÉSICA
● Primeiro contato, anamnese e exame físico
● Esclarecer sobre o tipo de anestesia e sanar dúvidas
● Avaliar cirurgia/anestesia prévias e complicações
● Comorbidades e medicamentos em uso
● Alergias
● Solicitação de exames complementares
- Doenças preexistentes
- Alergias (medicamentos, látex)
Antecedentes - Uso de medicamentos
relativos às - Uso de drogas lícitas e ilícitas
comorbidades - Antecedentes de febre não infecciosa (hipertermia
maligna)
- Antecedentes de quimioterapia ou radioterapia
- Uso de sangue e derivados, consentimento
Definição Exemplos
O ASA mudou em 2015,
ASA I Nenhum distúrbio orgânico, -- restringindo mais o grupo
psiquiátrico, fisiológico ou bioquímico de ASA I.
ASA III Doença sistêmica moderada a grave DM com complicação vascular, IAM
que resulta em limitação, porém sem prévio, HAS não controlada, DRC,
incapacidade funcional DPOC, obesidade mórbida
ASA IV Doença sistêmica grave que impõe ICC, angina instável, DPOC agudizado
incapacidade funcional ou ameaça
constante à vida
RISCO PROCEDIMENTOS
BAIXO ● Endoscópicos
(<1%) ● Ambulatoriais
● Cirurgias oftalmológicas, plásticas, de mama e
herniorrafias
Risco pulmonar
GRUPOS DE RISCO:
● Idade > 60 anos
● ASA > 2
● DPOC
● Hipercapnia ou hipoxemia
● Tabagismo
● IVAS, tosse, dispneia
● DM insulinodependente
● Obesidade
● Etilismo
● ICC
● História de AVC
INTERVENÇÕES:
● Interrupção de tabagismo → deve ser interrompido por aproximadamente 8
semanas antes da cirurgia
● Asmáticos e portadores de DPOC podem receber glicocorticóides e
broncodilatadores no pré e pós-operatório para otimizar a função pulmonar
● Tratar pneumopatias infecciosas
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● Coagulograma → tempo de protrombina (TP) + tempo de tromboplastina parcial (TTP) Além dessas situações,
○ Estimativa de perda de sangue > 2L coagulograma deverá ser
avaliado para os
○ Neurocirurgia pacientes com doença
○ Cirurgia cardiotorácica renal e hepática
● Comorbidades:
○ Uso de anticonvulsivantes → hemograma com plaquetas, perfil hepático e
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ANTIBIOTICOPROFILAXIA:
Objetivo: diminuir a probabilidade de infecção de sítio cirúrgico (ferida operatória) no
pós-operatório.
● Pacientes sujeitos a risco de infecção do sítio cirúrgico (ferida operatória) ou aqueles com
baixo risco, porém com alta morbidez e mortalidade em caso de infecção, se beneficiam do
uso profilático de antibióticos.
Esquema:
● Primeira dose 30-60 minutos antes da primeira incisão Na maioria dos casos, não
● Ao término da cirurgia, a antibioticoprofilaxia pode ser interrompida ou estendida. há vantagens em se
prolongar a profilaxia
○ Se for feita mais de uma dose, a segunda deve ser infundida 3h após a além do tempo cirúrgico,
primeira (ou em um intervalo que corresponda a 2 meia-vida da droga) principalmente em
intervenções rápidas,
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○ Necessidade de profilaxia prolongada (por até 24 horas de PO): cirurgias como hernioplastias e
cesarianas.
cardíacas, neurológicas, torácicas, vasculares, de cabeça e pescoço,
cirurgias potencialmente contaminadas e procedimentos ortopédicos. Nas artroplastias muitos
serviços recomendam
manter os antibióticos por
Indicações: 48 horas.
● Classe I (Limpa) → por definição, não precisam de antibioticoprofilaxia.
○ Entretanto, existem exceções em que se indica antibioticoprofilaxia para
cirurgias limpas:
■ Uso de material sintético (próteses) → cirurgias ortopédicas e
reconstruções arteriais
● A tendência atual é de administrar antibiótico profilático
tambémnas cirurgias que utilizem prótese (tela) para a correção
de hérnias inguinais ou femorais.
■ Incisão de osso
■ Cirurgias cardíacas, neurocirurgias, cirurgia plástica e cirurgia
vascular de grandes vasos abdominais e periféricos → situações
em que a infecção é muito deletéria
○ ATB de escolha: cefazolina (cefalosporina de 1a geração) → cobertura de
germes de pele (S. aureus e S.epidermidis)
ANTICOAGULANTES:
● Cumarínicos (Varfarina)
○ Suspensão: 5 dias antes do procedimento
■ Dosar RNI no pré-operatório imediato → valores menores ou
iguais a 1,5 permitem a intervenção cirúrgica
■ Iniciar heparina não-fracionada (HNF) em dose plena por infusão
venosa, e manter até 6h antes do procedimento
○ Reintrodução: reiniciar o cumarínico juntamente com a HNF com 12-24h
de pós-operatório
○ Cirurgias de emergência:
■ Infundir plasma fresco congelado → eleva a atividade dos fatores
de coagulação
■ Pode-se utilizar uma dose de vitamina K (10mg) → surte efeito
em 6h, de modo que irá atuar no pós-op
DIABETES MELLITUS:
● Hipoglicemiantes orais → metformina, sulfoniluréia, glitazonas, liraglutida
○ A tendência atual é em suspender 24-48h antes da cirurgia (não devem
ser feitas na manhã da cirurgia)
○ Metformina só deverá ser reintroduzida caso a função renal esteja normal
● NPH:
○ Dose da noite, na véspera: ⅔ da habitual
○ Manhã da cirurgia: metade da dose habitual
● Glargina:
○ Reduzir em 30-50% a dose noturna da véspera
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ANTI-HIPERTENSIVOS
● Embora controverso, de forma geral recomenda-se suspensão na manhã da
cirurgia de: IECA e BRA (para minimizar os riscos de hipotensão)
● Não há consenso quanto a suspensão dos diuréticos, mas sua manutenção
aumenta o risco de hipovolemia e hipocalemia
● Em geral, considera-se que BCC, beta-bloqueadores e alfa-2-agonistas podem
ser mantidos até a cirurgia
CORTICOSTERÓIDES
● Considera-se que o eixo hipotálamo-hipófise adrenal pode estar suprimido em
pacientes com uso de prednisona > 5mg por períodos maiores ou iguais a 3
semanas no ano anterior à cirurgia
ESTRÓGENO
● Suspender TRH e moduladores seletivos dos receptores de estrogênios
(tamoxifeno e raloxifeno) 4-6 semanas antes do procedimento
Considerações adicionais
JEJUM PRÉ-OPERATÓRIO
● Líquidos claros → 2 horas
● Sólidos e líquidos não-claros → 6-8 horas
TRICOTOMIA
● Preferencialmente, evitar → aumentam as taxas de infecção do sítio cirúrgico
● Se necessária por questões técnicas, fazer imediatamente antes da cirurgia, com o
uso de máquinas elétricas
PREPARO DA PELE:
● Uso de soluções degermantes antissépticas na véspera da cirurgia
● No campo cirúrgico → polivinilpirrolidona-iodo (PVP-I) ou clorexidina
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CATETERISMO
● Aspiração gástrica → em pacientes com esvaziamento gástrico prejudicado e risco
de broncoaspiração (estenose pilórica, distensão por suboclusão ou oclusão
intestinal, cirurgias de emergência)
● Sondagem vesical → cirurgias pélvicas ou de vias urinárias, necessidade de
monitorar a perfusão tecidual
TRANSFUSÃO PRÉ-OPERATÓRIA:
● Principais indicações de hemotransfusão no preparo pré-operatório:
1. Níveis de Hb < 6 g/dl;
2. Valores entre 6 e 10 g/dl:
a. Na presença de doença isquêmica do miocárdio ou doença
cerebrovascular;
b. Em procedimentos cirúrgicos que se acompanham de uma perda
estimada de mais de 30% da volemia (em um indivíduo de 70 kg,
mais de 1.500 ml).
● Plaquetas:
○ Em casos de trombocitopenia, contagens abaixo de 100.000/mm3
impedem a realização de cirurgias oftalmológias e neurocirurgias.
○ Contagens abaixo de 50.000/mm3 impedem a realização de qualquer
procedimento cirúrgico
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Intubação orotraqueal
Indicações
● Obstrução aguda de vias aéreas ou grande probabilidade de obstrução nas Endotracheal Intubation
MICU Fellows Airway
próximas horas (ex.: lesão térmica de vias aéreas). Course
● Aumento excessivo das secreções pulmonares com inabilidade de drená-las.
● Perda dos reflexos de proteção das vias aéreas Lembre-se da
classificação de
○ Ex: Glasgow ≤ 8 Mallampati
● Insuficiência respiratória franca, ou não responsiva ao tratamento conservador.
● Durante manobras do ACLS
● Manejo das vias aéreas durante anestesia
Contraindicações
Material e técnica
MATERIAL:
Não existe uma lâmina de
● Luvas e máscara laringoscópio que seja
● Laringoscópio com lâmina preferível de acordo com a
○ Lâmina curva → Macintosh situação.
Antes de iniciar o
procedimento, retire
próteses dentárias.
● Faça a indução
○ Se protocolo de indução rápida → lembre-se da manobra de Sellick
(compressão da cartilagem cricóide sobre o esôfago para evitar
broncoaspiração)
● Introdução do laringoscópio: segure o laringoscópio com a mão esquerda e Cuidado para não fazer
um movimento de
abra a boca do paciente com a direita. Insira o laringoscópio pelo ângulo direito alavanca: é muito comum a
da boca, por sobre a língua do paciente. Deslize-o em direção ao centro da fratura de dentes, com
risco de broncoaspiração
língua, empurrando-a suavemente para a esquerda, até chegar à epiglote.
do fragmento!
○ Se estiver utilizando uma lâmina curva → direcione-a para valécula
○ Se estiver com a reta → coloque-a por sobre a epiglote
Complicações
Técnicas alternativas
MÁSCARA LARÍNGEA:
A máscara laríngea não é
● É acoplada longitudinalmente ao esôfago, ocluindo-o e permitindo que o ar seja uma via aérea definitiva.
ventilado para a traqueia pela abertura do tubo. Em geral, é considerada
● Pode ser utilizada quando a tentativa de intubação endotraqueal não obtiver segura por até 4-8h.
Na intubação às cegas, em
mais de 90% dos casos o
tubo vai para o esôfago!
Complicações:
broncoaspiração e
perfuração esofágica
● Técnica:
○ Lubrifique a face posterior da máscara e, segurando o tubo de maneira
longitudinal, com o dedo indicador na junção do tubo com a máscara,
estenda a cabeça do paciente, facilitando o acesso a via aérea.
○ Em seguida, insira a máscara, exercendo pressão contra o palato duro,
avançando o mais distante possível na hipofaringe, até sentir certa
resistência.
○ Posteriormente, sem segurar mais o tubo, insufle o balão com o volume
de ar apropriado. Isso acarretará uma expulsão leve e natural do tubo,
correspondendo a centralização do balão em torno da laringe.
○ Se posicionada no local correto, a ponta da máscara deve estar sobre o
esôfago e a epiglote no topo do balão.
● Técnica:
○ Inserir o tubo até que a marca de referência esteja alinhada com os
dentes incisivos
○ Insuflar o balonete proximal (orofaríngeo), selando as cavidades oral e
nasal. Em seguida, insuflar o balonete distal.
○ Depois devemos testar a ventilação no lúmen mais longo (tubo
esofágico, que apresenta fundo cego/balonete de coloração azul).
■ Se a ausculta pulmonar for positiva, é sinal de que o tubo
esôfago-traqueal ganhou a posição esofágica (maioria dos
casos).
■ Caso não se ausculte sons pulmonares, o tubo assumiu uma
posição traqueal. Neste caso, devemos conectar a ventilação ao
lúmen mais curto (traqueal/transparente) e manter a ventilação
como um tubo traqueal.
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ANESTESIA
Princípios farmacológicos
○ Halotano → é o mais potente, sendo um dos poucos inalatórios que induz mais induzem hipertermia
maligna
simultaneamente inconsciência, analgesia e bloqueio neuromuscular; para isso,
entretanto, requer doses muito elevadas (gerando mais efeitos colaterais)
○ Outros: enoflurano, óxido nitroso ("gás hilariante"), desflurano
A combinação mais
● Intravenosos → combinados, induzem hipnose, sedação e analgesia (mas não utilizada pelos anestesistas
promovem bloqueio neuromuscular) é midazolam + fentanil
○ Opióides → analgésicos
A morfina intensifica a
■ Morfina, fentanil e sufentanil → forte intensidade analgesia pós-operatória,
■ Codeína e tramadol → fracos mas gera como efeitos
○ Midazolam → sedativo e muito amnéstico, muito utilizado colaterais náuseas,
constipação e retenção
■ Pode ocorrer hipotensão e depressão respiratória urinária
○ Propofol → induz hipnose com rápido início de ação, sendo utilizado na indução
e manutenção Sufentanil é muito potente
e gera o maior efeito
■ Tem efeito cardiotóxico importante sedativo dentre os
○ Etomidato → indução rápida e duração curta opióides
■ Hipnótico de escolha para maior estabilidade cardiovascular
○ Quetamina → é o único dos intravenosos que induz, simultaneamente, hipnose e
analgesia;
■ Não é tão utilizada porque causa pesadelos (anestesia dissociativa)
○ Tiopental → faz hipnose (dorme muito rápido), mas não induz tanta amnésia;
pouco utilizado
Os bloqueadores
● Curares → bloqueadores neuromusculares (relaxam, tornando o paciente flácido neuromusculares podem
e imóvel) ser de 2 tipos:
○ Succinilcolina → rápido início de ação e curta duração - Despolarizantes, como a
succinilcolina → gera
■ Utilizada na intubação de sequência rápida bloqueio não competitivo
■ Associada a hipertermia maligna (cai muito nas provas) e hipercalemia com acetilcolina
○ Pancurônio (duração longa), vecurônio, rocurônio, atracurônio, mivacurônio - Adespolarizantes, como
os "curônios" → geram
bloqueio competitivo com
ANESTÉSICOS LOCAIS: a acetilcolina e não geram
● Potência intermediária: potencial de ação
Técnicas anestésicas
ANESTESIA LOCAL
● Infiltração local com anestésicos locais
BLOQUEIOS REGIONAIS
● Raquianestesia → infiltração dos anestésicos no espaço subaracnóideo Lembre-se da anatomia da
medula. A grande
definidora do tipo de
● Anestesia peridural → infiltração dos anestésicos no espaço epidural (atrás da anestesia é a dura máter.
dura-máter) Antes dela, é a
raquianestesia. Depois
dela, é a peridural.
● Bloqueio de nervos periféricos / plexos
○ Local/ campo → bloqueio dos terminais sensitivos
○ Troncular/ regional → bloqueio de troncos nervosos
ANESTESIA GERAL
A anestesia geral pode ser
● Indução → preparação do paciente para a intubação dividida em 3 fases
○ Indução anestésica
A intubação em sequẽncia
○ Pré-oxigenação → ventilação com máscara (hiperventilar) rápida pode ser utilizada
○ Bloqueio muscular para minimizar o risco de
○ Intubação broncoaspiração nos
pacientes com jejum
inadequado (estômago
● Manutenção → manter o paciente no "plano anestésico" cheio) ou em obstrução
intestinal
○ Monitoração → nível de consciência, dor, movimentação, sinais vitais
■ Linha de ECG Ver IOT em: Internato de
■ Saturação Cirurgia - Parte 3
■ PA (invasiva ou não invasiva)
■ Capnografia e frequência respiratória
■ Temperatura (se fizer uso de Swan-Ganz)
■ Índice bispectral (BIS) → é um índice eletroencefalográfico (0-100) que
monitora a profundidade da anestesia para orientar o repique de doses
● 80-100 → paciente consciente e com memória intacta Níveis de BIS acima de 60
● 60-80 → já há sedação relacionam-se a despertar
intraoperatório
● 40-60 → faixa ideal para anestesia geral
● < 40 → supressão elétrica cortical intensa e possível dano
neuronal
Recuperação pós-anestésica
● Acompanhar:
○ Aferir FC + PA + FR + SatO2
■ 5/5 min nos primeiros 15 min.
■ a partir daí de 15/15min
○ Aferir temperatura à admissão e antes da alta
● Critérios de alta:
○ Adequada ventilação
○ Acordado, alerta e orientado
○ Atividades dos 4 membros
○ PA e SatO2 adequados
○ Diurese presente
COMPLICAÇÕES:
● Hipotermia → mais frequente nos extremos etários
COMPONENTES:
1) Cabeçalho:
● Identificação do paciente
● Data e horário da prescrição
2) Cuidados gerais:
● Dados vitais (definir os necessários) → em intervalos de 15 minutos ou até 6
horas, a depender da estabilidade do paciente
● Dieta Atualmente, não se
○ Deve ficar suspensa no PO imediato, e pode ser liberada a partir do 1o mantém o paciente em
jejum prolongado
DPO
○ Liberar de acordo com a aceitação do paciente (não necessariamente é
preciso progredir a dieta de líquida para sólida)
● Diurese e glicosúria
○ Nos pacientes com cateter vesical, mantê-lo no PO imediato (facilita a A ROT causa tendência à
hiperglicemia, e GC > 180
medição e é mais confortável para o paciente) favorece infecções, fístulas
■ Cuidados com cateter vesical: manter sistema de drenagem e deiscência → razão de se
fechado com válvula antirrefluxo; manter a bolsa abaixo do nível medir a glicosúria mesmo
em não diabéticos
da bexiga e esvaziá-la periodicamente
○ Normalmente avalia-se a diurese de 6/6h ou até de 2/2h, caso tenha
ocorrido oligúria durante o procedimento
● Balanço hídrico → deve ser medido de 12/12h
● Posição da cabeceira e do paciente no leito
● Mobilização do paciente, movimentação passiva dos membros, deambulação
● Medidas de profilaxia de tromboembolismo:
○ Movimentação dos MMII (preferencialmente ativa, se possível)
○ Enfaixamento de MMII
○ Heparinização profilática → pacientes de risco moderado a alto (ver
abaixo)
puerpério...), mutações
3a4 Anticoagulação com heparina de baixo peso genéticas, aspectos
Risco moderado molecular, heparina não fracionada em baixas cirúrgicos (grande porte,
doses ou fondaparinux artroplastia, pelve ou
MMII...)
>5
Para alto risco, acrescentar dispositivos
Alto risco mecânicos
3) Medicamentos
● Sintomáticos → analgésicos, antitérmicos, antieméticos
○ Analgésicos → manter o paciente sempre em analgesia
Lembre-se: enoxaparina é
Risco moderado Heparina não fracionada 5.000 UI SC 12/12h, ou uma heparina de baixo
Enoxaparina 40 mg/dia (a cada 24h) peso molecular
○ ANTIBIÓTICOS:
Antibióticos de escolha:
■ Profiláticos → em situações de risco de infecção ou quando elas - Gram negativos:
são muito temidas (ver acima, no resumo de pré-operatório) ceftriaxona ou
aminoglicosídeos
● Iniciar administração de 30 a 60 minutos antes do início
- Anaeróbios: metronidazol
da cirurgia e manter por, no máximo, 24h ou clindamicina
■ Terapêutico → na vigência de infecções cirúrgicas
6) Hemoterapia
QUESTÃO DO OSCE:
CASO 1:
Cenário: bloco cirúrgico. Você é o cirurgião responsável pelo paciente.
Caso:
● João, 65 anos, 66 kg, hipertenso, usa Atenolol. Acaba de ser submetido a
hemicolectomia direita e reconstrução do trânsito com ileotransversostomia, no
tratamento de câncer de ceco. Realizado cateterismo vesical de demora.
Tarefas:
● 1. Explique ao avaliador como seria a prescrição deste paciente, no pós-operatório
imediato.
● 2. Justifique os itens da prescrição.
Respostas:
● Prescrição médica pós-operatória:
○ Identificação do paciente
○ Data e horário da prescrição
○ Cuidados gerais:
■ Dieta SUSPENSA
■ Dados vitais
Izabela Aburachid - Medicina UFMG 149
■ Diurese e glicosúria
■ Balanço hídrico
■ Medidas de profilaxia de tromboembolismo → enoxaparina
20mg/dia, pois possui escore de caprini = 6 (65 anos + malignidade +
cirurgia de grande porte, 2 pontos cada)
■ Antibioticoprofilaxia, por se tratar de cirurgia potencialmente
contaminada (trato digestivo)
■ Cuidados com cateter
○ Medicamentos:
■ Sintomáticos:
● Analgésicos → Dipirona e cetoprofeno fixos + opióides de
resgate, se necessários
● Antitérmicos
● Antieméticos → ondansetrona se necessário, devido à
cirurgia no trato digestivo e trato digestório prolongado
■ Heparina profilática
■ ATB profilático
■ Medicamentos de uso anterior → não é necessário iniciar no POi
● Atenolol deveria ter sido suspenso na manhã da cirurgia
■ Hidratação venosa pós-operatória
Checklist da Questão:
● 1. Prescreveu dieta suspensa considerando pós-operatório imediato?
● 2. Prescreveu (e justificou) a aferição dos dados vitais, mensuração da diurese e
balanço hídrico?
● 3. Prescreveu (e justificou) o uso de analgésicos fixos e SN e não prescrição de
anti-hipertensivo?
● 4. Prescreveu (e justificou) heparina de baixo peso molecular e antibioticoprofilaxia?
● 5. Prescreveu (e justificou) hidratação venosa, com SGI 5% + NaCl 20%, mas sem
potássio?
CASO 2:
Cenário:
● Você é o médico-residente de Cirurgia e está apresentando ao preceptor a prescrição
feita para a paciente que se encontra no pós-operatório imediato de cirurgia de
Whipple laparoscópica (duodenopancreatectomia cef.).
Caso:
● Maria José, gênero feminino, 56 anos, interna com diagnóstico de tumor de cabeça de
pâncreas ressecável e não metastático. História pregressa: Colecistectomia há 20 anos
(no pós-operatório apresentou náuseas e vômitos). Não tabagista. Nega diabetes
mellitus. Acaba de ser submetida a duodenopancreatectomia cefálica, sob anestesia
geral, sem complicações peroperatórias. Durante a operação, que durou 6 horas,
recebeu dexametasona 10 mg EV, ceftriaxona 1g EV e cerca de 2.000 mL de
hidratação venosa.
Tarefas:
● Consulte a prescrição do pós-operatório imediato (dentro da sala) para responder:
○ 1. Considerando que a paciente não é diabética, justifique a prescrição dos
itens 4 e 11. (previsão 1 minuto) → mesmo para os pacientes não diabéticos,
a ROT determina uma tendência à hiperglicemia. Glicemias > 180 favorecem o
desenvolvimento de infecções, deiscência e fístulas, de modo que deve-se
monitorizar e corrigir a glicemia
○ 2. Em relação ao item 8: explique porque você não prescreveu de modo "fixo"
(previsão 1 minuto) → nas cirurgias de grande porte, pode-se manter os
Izabela Aburachid - Medicina UFMG 149
NECESSIDADES DIÁRIAS
resistência periférica à
SÓDIO ● 1 - 1,5 mEq/Kg/dia insulina e gliconeogênese
○ Idosos, desnutridos, comorbidades → limite inferior → menor necessidade de
carboidratos.
Por outro lado, devido ao
POTÁSSIO ● 1 mEq/Kg/dia processo de catabolismo, é
importante aumentar o
Atenção: no POI (primeiras 24h) há tendência à hiperpotassemia aporte proteico (cerca de
1,5 a 2g/kg de proteína e
e oligúria → iniciar reposição de potássio à partir do 1o DPO, se
30-35 kcal/kg de
estiver urinando adequadamente necessidade energética)
PASSO A PASSO:
● Cálculo das necessidades diárias de água, calorias e eletrólitos específicas para o
paciente
● Cálculo do balanço hídrico referente ao período (dia anterior) e de perdas
hidroeletrolíticas adicionais
● Redefinição da necessidade de água, glicose e eletrólitos, com base no balanço
hídrico e em perdas adicionais de eletrólitos
● Prescrição da hidratação venosa em esquemas de soros
APRESENTAÇÕES
GLICOSE ● SGI → 5%
● SGH → 50%
Sódio e potássio estão
SÓDIO ● NaCl 0,9% → 77 mEq de sódio em 500 mL disponíveis em ampolas de
● NaCl 20% → 34 mEq de sódio em 10 mL 10 mL
● NaCl 10% → 17 mEq de sódio em 10 mL
No HC, só está disponível
a ampola de Na+ a 20%
POTÁSSIO ● KCL 10% → 13,4 mEq de potássio em 10 mL
1 gota corresponde a
Cálculo do gotejamento: Vol (mL) / Tempo (h) → é necessário converter 20mL
as unidades para o volume em gotas e o tempo em minutos
Em geral, prefere-se
prescrever o gotejamento
Simplificando: Número de gotas por minuto = volume total de soro / 72 em múltiplos de 4
Balanço hídrico
Como é a DINÂMICA desse processo? → diferença entre o que o paciente recebe e o Homeostasia = equilíbrio
dinâmico dos processos
que ele perde
● Parâmetro de normalidade: +-400 mL
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GANHOS:
A temperatura humana
● 500 mL/dia de água endógena normal é entre 35,6 - 37,2.
● Líquidos fornecidos na dieta ou soroterapia A homeotermia é feita por
convecção, condução,
irradiação, evaporação.
PERDAS HÍDRICAS: Aumentos da temperatura
● Perdas insensíveis → cerca de 1 L/dia ambiente em 1 grau acima
de 37 graus, determinam
○ Respiratória → perda de cerca de 400 mL/dia (H2O + CO2) aumento da perda em 200
■ Aumentos na FR além de 20 irpm/minuto determinam maior perda mL.
hídrica (+220 mL para cada 5 irpm a mais)
○ Perdas pela pele (evaporação) → perda de cerca de 600 mL/dia
■ Febre (>1 pico /dia) aumenta a perda por evaporação
Por dia, os rins excretam
um mínimo de 35g de
● Perdas digestivas → cerca de 200 mL por evacuação soluto. Isso se dissolve em
uma concentração de 15
mL/g
● Excreção renal
○ Diurese diária mínima = 0,5-1 mL/Kg/dia (habitualmente entre
800-1200 mL)
■ 150-500 mL → oligúria
■ 50-150 mL → anúria
■ < 50 mL → anúria total
Exemplos:
CASO CLÍNICO 1 - J.B.S, 48 anos, sexo feminino, melanoderma, 60Kg, 1,64m, internada
para ser submetida a operação de correção de estenose pilórica. Nega comorbidades e/ou
uso de medicamentos:
(A) Faça o cálculo das necessidades diárias de água, sódio, potássio e glicose desta
paciente.
(B) Faça o esquema de hidratação venosa para o pós-operatório imediato (POI):
(C) No POI, a paciente apresentou diurese de 900mL, sem vômitos. Fazer a hidratação
venosa para o 1º dia pós-operatório (1º DPO)
(D) No 1º DPO, apresentou diurese de 1.200mL. Apresentou vômitos que foram estimados
em 600mL. Fazer a hidratação venosa para o segundo dia pós-operatório (2º DPO).
(E) No 2º DPO, evoluiu com crepitações no terço inferior de ambos os hemitórax, tosse
produtiva e temperatura axilar de 38,5ºC. Foi iniciada penicilina cristalina 4.000.000 UI de
4/4 horas. A paciente apresentou diurese de 1.200mL e vários episódios de vômitos,
contabilizando aproximadamente 900mL. A bacterioscopia do escarro evidenciou a
presença de Streptococus pneumoniae . Fazer a hidratação venosa para o terceiro dia pós-
operatório (3º DPO);
(F) No 3º DPO, apresentou temperatura axilar igual a 37,8ºC. Foi mantido o uso de
penicilina cristalina. A paciente apresentou diurese de 1.100mL, e não vomitou
novamente. A temperatura ambiente era igual a 33ºC. Fazer a hidratação venosa para o
quarto dia pós-operatório (4º DPO);
CASO CLÍNICO 2 - M.S.S, 68 anos, sexo feminino, 50kg, melanoderma, chega ao Hospital
João XXII trazida pelo SAMU vítima de acidente automobilístico. Levada ao bloco cirúrgico
é diagnosticada lesão pancreática. Foi realizado então desbridamento, hemostasia e
drenagem retroperitoneal.
No per-operatório, que durou cerca de 3h, foram administrados 500mL de Ringer Lactato
e 500mL de SGI5%.
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(A) Calcule as necessidades diárias de água, sódio, potássio e glicose para esta
paciente.
(B) Faça o esquema de hidratação venosa para o pós-operatório imediato:
(C) No P.O.I., a paciente apresentou diurese de 800mL e perdeu 2000mL de secreção
pancreática pelo dreno. Fazer a prescrição da hidratação venosa para o 1º DPO.
(D) No 1º DPO, a paciente apresentou diurese de 1000mL, perdeu 1200mL de secreção
pancreática pelo dreno e teve um episódio de vômito de ±400mL. Fazer a prescrição da hidratação
venosa para o 2º DPO.
(E) No 2º DPO, a paciente apresentou 900mL de diurese e teve dois episódios de vômitos, de
±300mL cada. O paciente também apresentou febre de 38,5°C e perdeu 500mL de secreção pelo
dreno. Fazer a prescrição da hidratação venosa para o 3º DPO.
CASO CLÍNICO 3 – Paciente do sexo feminino, 45 anos de idade, hipertensa controlada com
Losartana 50 mg/dia, dá entrada no pronto atendimento, sendo diagnosticada úlcera perfurada e
sendo programada operação laparoscópica. Procedimento cirúrgico sem intercorrências. Peso
156kg, altura 1,58m. Dados do PO: P Diurese 700mL em 12h. Vômitos biliares. 2DPO Diurese
1700mL em 24h. 3DPO Diurese 2700 mL em 24h. 4DPO afebril, diurese 3100mL em 24h. 5DPO
afebril, diurese 1950mL em 24h.:
(A) Quais as necessidades de água, calorias e eletrólitos no 1DPO desta paciente?
(B) Faça a prescrição da solução de hidratação para o pós-operatório imediato (considere apenas
as necessidades diárias).
(C) Comente sobre o volume urinário nos distintos dias. D) É possível fazer-se o balanço
hidroeletrolítico do dia da operação? Comente.
CASO CLÍNICO 4 – VNV, 42 anos, sexo feminino, 67 Kg e 1,62m de altura, cardiopata, com
diagnóstico de adenocarcinoma gástrico Borrmann tipo IV é submetida a gastrectomia total sem
intercorrências.
(A) Quais as necessidades diárias de água, eletrólitos e calorias desta paciente?
(B) Considere o balanço hídrico do peroperatório zerado e faça a prescrição do PO imediado.
No pós-operatório imediato (nas últimas 18 horas), a paciente apresentou diurese de 800 mL,
vômitos (cerca de 500 mL) e 1 pico febril único de 38,5°C.
(C) Faça o balanço hídrico.
(D) Prescreva a hidratação venosa para o 1º. DPO.
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Complicações pós-operatórias
Febre no pós-operatório
CONCEITOS:
● Febre: desordem hipotalâmica da termorregulação, determinando temperatura
basal mais elevada
○ É determinada por pirogênios exógenos (produzidos por microorganismos A hiperpirexia é a elevação
da temperatura acima de
invasores) e/ou endógenos (interleucinas 1 e 6, TNF alfa) 41,5. A principal causa é
○ Determina processos de conservação e geração de calor, elevando a temperatura AVE hemorrágico
em 1 a 2 oC, geralmente → vasoconstrição periférica (evita perda calórica por
evaporação), abalos musculares (calafrios) e termogênese
● Complicações abdominais
○ Deiscência anastomótica
○ Infecção da ferida operatória
Quadro clínico:
● Elevação da temperatura durante a anestesia, geralmente nos primeiros 30 minutos,
mas pode ocorrer até 24h de pós-operatório → costuma ser um estágio mais tardio da
hipertermia maligna
● O sinal mais confiável e precoce é o desenvolvimento de hipercapnia resistente ao
aumento da ventilação-minuto → reflete a compensação respiratória da acidose
metabólica
● Taquicardia
● Rigidez do masseter
● Alterações eletrocardiográficas da hipercalemia → ondas T apiculadas e arritmias
CONDUTA:
1) Interromper o agente anestésico deflagrador.
2) Hiperventilar o paciente com O2 a 100%.
3) Administrar anestesia alternativa (BNM não despolarizantes, opioides, propofol,
etomidato etc.).
4) Interromper a cirurgia assim que possível.
5) Administrar dantrolene 2,5 mg/kg em bolus, seguido de nova dose a cada 5 minutos e,
a partir de então, iniciar 1 a 2 mg/kg/h até desaparecimento dos sintomas.
6) Uso de cobertores térmicos, compressas com gelo e líquidos parenterais frios.
7) Tratar acidose com bicarbonato.
8) Controlar as arritmias com betabloqueadores e lidocaína.
9) Promover débito urinário elevado, cerca de 2 ml/kg/h utilizando furosemida ou manitol
na prevenção de necrose tubular aguda por mioglobinúria.
10) Infusão de insulina e glicose para o controle da hipercalemia
11) Monitorar níveis de cálcio e de outros eletrólitos.
12) Monitorar gases arteriais.
HEMATOMA
● Acúmulo de sangue e coágulos sob a ferida operatória
○ Decorre de hemostasia inadequada → falhas na técnica cirúrgica,
coagulopatias, hepatopatias, drogas antiplaquetárias (AAS e clopidogrel)
ou anticoagulantes
○ Prevenção:
■ Suspensão do uso de antiagregantes e anticoagulantes
■ Durante o ato operatório, fazer a drenagem (preferencialmente
fechada) de áreas de descolamento extensas
● Complicações:
○ Risco de infecção secundária
○ Na região cervical, hematomas podem comprimir agudamente a via
aérea (exemplo de complicação de punção venosa central inadequada).
○ Dificuldade de coaptação das margens aponeuróticas da ferida
operatória → favorece o surgimento de hérnias incisionais
○ Comprometimento da vascularização de enxertos ou retalhos cutâneos
→ necrose tecidual
● Tratamento: cirúrgico
○ A presença de evisceração se constitui em emergência cirúrgica. Na enfermaria,
as vísceras devem ser recobertas por compressas umedecidas com solução
salina, enquanto se aguarda a transferência imediata do paciente para o centro
cirúrgico.
○ Fatores de risco:
■ ASA≥3, inflamação crônica, idade avançada, desnutrição, obesidade,
DM, dislipidemia, hipoxemia, DAP, radioterapia, colonização da pele por
estafilococos
■ Desinfecção inadequada, antissepsia inadequada, corpo estranho
■ Presença de drenos, cirurgias emergenciais, antibioticoprofilaxia
inadequada, hospitalização pré-operatória, cirurgia prolongada.
FASCÍITE NECROSANTE:
● É uma forma grave de infecção incisional profunda
● É uma causa de febre pós operatória precoce → a avaliação da ferida é mandatória em
caso de episódio febril
● Geralmente tem origem polimicrobiana, incluindo anaeróbios como Clostridium,
Bacteroides fragilis e Peptostreptococcus
● Apresentação: ferida operatória com bordas necróticas, crepitação à palpação do
entorno
Deiscência de anastomose
DEFINIÇÃO: descontinuidade parcial em algum ponto de uma anastomose em cirurgia
do aparelho digestivo As fístulas e formação
● Tem como consequência o extravasamento de líquido proveniente do lúmen tardia de abscessos
intestinal ou de qualquer outra estrutura do TGI envolvida na anastomose → intracavitários ocorrem
quando o omento ou alças
pode ocasionar peritonite difusa, abscessos intra-abdominais e promover o intestinais adjacentes
surgimento de fístulas bloqueiam o local de
deiscência
FATORES DE RISCO:
● Definitivos
○ Aspectos técnicos: tensão excessiva na linha de sutura e suprimento
sanguíneo insuficiente
○ Localização: pancreático-entéricas, colorretais e esôfago
○ Fatores locais: sepse e coleção de líquido
○ Fatores intestinais: radioterapia prévia, doença de Crohn
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
● Febre
● Dor abdominal
● Íleo paralítico
● Peritonite difusa
● Sepse
● Fístulas enterocutâneas → drenagem de material purulento, seguido de
conteúdo entérico
CONDUTA:
● Dieta zero → "repouso intestinal" para que ocorra diminuição na produção de secreções
● Soroterapia e correção de distúrbios hidroeletrolíticos
● Nova exploração cirúrgica se: peritonite difusa, hemorragia intra-abdominal ou
deiscência aponeurótica com evisceração
○ Não se deve tentar corrigir com sítio da deiscência com nova sutura
● No caso de abscessos intra-abdominais:
○ Coleções múltiplas → drenagem aberta
○ Coleções localizadas: drenagem percutânea guiada por imagem (TC ou
US)
Fístulas gastrointestinais
DEFINIÇÃO: comunicação entre duas superfícies epiteliais, sendo que uma deles
obrigatoriamente deve ser um órgão ou víscera oca
● Podem se originar do estômago, duodeno, restante do delgado (proximal ou
distal) ou cólon
Normalmente, o trajeto da
● Quanto ao trato, podem ser: fśitula pode ser
○ Internas → enteroentéricas, enterovesicais determinado através de
exame radiológico.
○ Externas → enterocutâneas injetando-se contraste no
■ Se manifestam normalmente entre o 3o e 7o DPO, com exteriorização sítio de drenagem ou via
de secreção entérica pelo dreno ou incisão cirúrgica oral ou retal
● Podem ser:
○ Traumáticas
○ Espontâneas → Doença de Crohn e enterite actínica
○ Pós-operatórias → deiscência de anastomose é uma causa importante;
lesão inadvertida do intestino; instrumentação ou drenagem de
abscessos/ coleções intra-abdominais
CLASSIFICAÇÃO:
● Alto débito → >500 mL/24h
○ O íleo é o local de maior ocorrência
○ Podem estar associada a grande perda de líquidos (> 3L/dia),
disabsorção e distúrbios hidroeletrolíticos → desidratação,
hiponatremia, hipocalemia e tendência à acidose metabólica (pela perda
de suco pancreático)
● Médio débito → 200-500 mL/24h
● Baixo débito → < 200 mL/24h
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CONDUTA:
● Dieta zero + suporte nutricional (nutrição parenteral total) O fechamento espontâneo
○ Nutrição enteral pode ser usada em fístulas de delgado de baixo débito e da fístula ocorre em
fístulas colônicas 40-80% dos casos
● Trajeto < 2 cm
● Trajetos múltiplos e/ou epitelizados
● Fístula terminal
● Origem no duodeno lateral, estômago e íleo
● Grandes abscessos adjacentes
DESFAVORÁVEIS ● Doença intestinal intrínseca → doença de Crohn,
enterite por radiação, câncer recorrente ou
ressecado parcialmente
● Defeito entérico > 1 cm
● Parede abdominal rompida, infiltrada com
malignidade ou doença intestinal ou corpo estranho
(tela)
● Paciente desnutrido ou séptico
Obtrução intestinal
CAUSAS: Ver à frente, em resumo
específico (parte 2.2)
Funcional:
● Íleo pós-operatório → não há fator precipitante além da ROT e atonia intestinal Embora o termo usado seja
fisiológica do pós-operatório, com resolução em 2-4 dias íleo, trata-se de atonia de
todo o trato digestivo
○ Estímulos aferentes oriundos da região manipulada ativam, reflexamente, o
componente simpático do SNA, promovendo paralisação geral do TGI
● Íleo adinâmico (paralítico) → a obstrução intestinal se resolve mais tardiamente Anestesia epidural
bloqueia as vias aferentes
devido a fatores precipitantes nociceptivas e diminui a
○ Pancreatite intensidade da
dismotilidade intestinal
○ Infecção intra-abdominal (peritonite ou abscesso)
○ Hemorragia e inflamação retroperitoneal Diante desses fatores
○ Anormalidades eletrolíticas precipitantes, nos
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Terapias Nutricionais
OBJETIVOS DA TERAPIA NUTRICIONAL: Terapia Enteral (Fran)
● Prevenir e tratar a desnutrição
Lembre-se:
○ 50-80% dos pacientes são admitidos em internação hospitalar com desnutrição Necessidades
(principalmente idosos e crianças) protéico-energéticas
○ Triagem nutricional → avaliação do estado nutricional em até 72h após a diárias:
- Calorias: 25-30 Kcal/Kg
admissão hospitalar - Proteínas: 1-2 g/Kg
■ Antropometria → peso, altura, IMC, dobras cutâneas, circunferências
musculares
■ Testes bioquímicos → albumina, transferrina, vit.A, perfil lipídico e
linfócitos
■ Impedâncio-bioelétrica
■ TC e densitometria óssea → avaliam a composição corporal
■ Testes funcionais (força) → tendem a alterar antes da antropometria
■ Avaliação global subjetiva → clínica, baseada na história alimentar,
perda de peso, sinais e sintomas gastrointestinais (anorexia, náuseas e
vômitos, diarréia), capacidade funcional e demanda metabólica da
doença atual
● Preparar o paciente para procedimento cirúrgico e clínico Nutrição precoce no
pós-operatório melhora
○ O preparo pré-operatório no paciente desnutrido vai de 7-14 dias cicatrização e fluxo
● Melhorar a resposta imunológica e cicatricial esplâncnico, estimula
● Modular a resposta orgânica ao tratamento clínico e cirúrgico motilidade intestinal,
impacto positivo sobre o
● Prevenir e tratar as complicações infecciosas e não infecciosas decorrentes do íleo adinâmico e não
tratamento hospitalar aumenta incidência de
● Reduzir a mortalidade fístulas, nem deiscência de
anastomose.
● Reduzir custos hospitalares
ESCOLHA DA VIA:
● Terapia enteral → funcionamento adequado do TGI + ingestão via oral (IVO)
insuficiente (< 60-75%) + grau de desnutrição / catabolismo / percentual de
perda de peso e presença de disfagia
○ Benefícios:
■ Mantém a integridade da mucosa GI → promove as capacidades
digestivas e absortivas
■ Preserva a função de barreira intestinal e mantém o suporte do tecido
linfóide associado à mucosa
■ Menor risco de translocação bacteriana e de infecções
■ Metabolismo de primeira passagem do fígado
■ Menor incidência de hiperglicemia em comparação à nutrição parenteral
■ Menos oneroso e relacionado à menor tempo de internação hospitalar
NUTRIÇÃO ENTERAL
INDICAÇÕES:
● Adequado funcionamento do TGI + ingestão via oral (IVO) insuficiente para a
necessidade energético-proteicas (NEP):
○ IVO < 60% ou IVO + suplementação < 75% da NEP
○ Grau de desnutrição / catabolismo
○ Perda ponderal importante (≥ 10% em 6 meses) Perda de peso
○ Aumento do requerimento nutricional (queimaduras, traumas) involuntária:
- Pequena: < 5%
○ Disfagia por obstrução ou disfunção da orofaringe ou esôfago - Potencialmente
○ Broncoaspiração recorrente em pacientes com distúrbios de deglutição significativa: 5-10%
○ Náuseas e vômitos em casos de gastroparesia ou obstrução do TGI superior - Significante > 10% →
sugere desnutrição
○ Deficiência neurológica, coma ou estado delirante
O impacto será maior
○ Doenças que requerem administração de formulações específicas (ex: quanto mais rápida e mais
pancreatite aguda, insuficiência hepática e renal, doença de Crohn em atividade, recente (2 últimas
fístulas de intestino delgado ou do cólon) semanas)
CONTRAINDICAÇÕES:
● Obstrução intestinal
● Íleo paralítico
● Vômitos intratáveis → risco de deslocamento da sonda
● Isquemia intestinal
● Peritonite difusa
● Diarreia intratável
● Doença terminal
Métodos de administração
VIAS DE ACESSO
● Cateter nasoentérico (Dobbhoff) → habitualmente utilizado quando a TNE está
programada para período inferior a 4-5 semanas
○ Via nasal → mais confortável, pacientes acordados, reflexo de deglutição
presente, lesões orais
○ Via oral → pacientes sedados e intubados, lesões nasais, trauma facial
Cateter de Dobbhoff
Técnica de inserção do cateter nasoentérico:
1. Explicar sobre a importância e a necessidade do uso do cateter. Explicar (nasoentérico):
confeccionado em
procedimento e conseguir consentimento do paciente.
poliuretano e silicone, não
sofre alteração física em
contato com o PH ácido do
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● Ostomias → pacientes que requeiram suporte nutricional por período > 6 semanas
deverão ser avaliados pela equipe cirúrgica para confecção de ostomia para alimentação
○ Gastrostomia → preferível sempre que possível, pois é mais fisiológica e permite
a infusão de maiores volumes e osmolaridade
○ Jejunostomia
■ Utilizado quando há dificuldade de esvaziamento gástrico e/ou risco
significativo de broncoaspiração
■ Quando se pretende fazer uma reconstrução cirúrgica utilizando o
estômago (deixa o estômago íntegro)
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Vantagens
Desvantagens
Alto risco de aspiração em pacientes com Risco de aspiração em pacientes que têm
dificuldades neuromotoras de deglutição mobilidade gástrica alterada ou são alimentados à
noite
A ocorrência de tosse, náuseas ou vômitos favorece a
saída acidental da sonda nasoenteral Desalojamento acidental, podendo causar refluxo
gástrico
Requer dietas normo ou hiposmolares
Resumo da Fran
MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO:
● Em "bolus" → infusão de 200-300 mL da dieta enteral com seringa de 20-60 mL durante
15 a 30 minutos, a cada 3-4h
● Intermitente → 200-300 mL de dieta infundida durante 20-35 min, a cada 4-6h. A
infusão é livre, deixando-se fluir através do equipo, apenas impulsionada pela força da
gravidade
● Bombas de infusão:
○ Cíclica → administração contínua das fórmulas enterais, com auxílio de bombas
de infusão, por períodos de 10-16h
○ Contínua → infusão durante todo o dia com o auxílio de bombas de infusão
Complicações
Mecânicas
● Erosão nasal e necrose
● Abscesso septonasal
● Sinusite aguda, rouquidão, otite, faringite
● Esofagite, ulceração gástrica, estenose
● Fístula traqueoesofágica
● Ruptura das varizes esofágicas
● Obstrução da sonda
● Saída ou migração acidental da sonda
● Extravasamento de fluido GI ou fórmula nutricional
● Deterioração / perfuração da sonda
Gastrointestinais
● Diarreia / obstipação (mais comum)
● Náuseas e vômitos
● Estase gástrica e refluxo gastroesofágico
● Distensão abdominal, cólicas, empachamento, flatulência
Metabólicas
● Hiperidratação / desidratação
● Hiperglicemia / hipoglicemia
● Anormalidade de eletrólitos e elementos-traços
● Alterações da função hepática
Infecciosas
● Gastroenterocolites por contaminação microbiana no preparo, nos utensílios e na
administração da fórmula nutricional
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Respiratórias
● Aspiração pulmonar com síndrome de Mendelson (pneumonia química) ou pneumonia
infecciosa
Psicológicas
● Ansiedade e depressão (perda de autonomia)
● Falta de estímulo ao paladar
● Monotonia alimentar
● Insociabilidade
● Inatividade
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Princípios básicos
Estruturas anatômicas
● Esôfago
○ Estrutura tubular contendo ar, no tórax
● Estômago
○ Apresenta conteúdo líquido e gasoso
Posterior ao esôfago e
● Duodeno anteriormente às
● Pâncreas vértebras, é possível
visualizar a aorta
○ Identifica-se a cabeça do pâncreas a partir de sua relação anatômica descendente
com o duodeno
● Baço
● Fígado e vesícula biliar
○ Lobo direito: 16 cm
○ Lobo esquerdo: 11 cm
Cuidado para não
● Rim, ureter e bexiga confundir o apêndice e
○ Acima do rim, visualiza-se as suprarrenais → aspecto de um "acento ureter em corte axial com
vasos sanguíneos
circunflexo" superiormente ao rim
○ Para a identificação do ureter, seguir a partir do hilo renal O intestino delgado e
● Apêndice grosso são comunicados
pela valva ileocecal (região
○ Estrutura tubular, oca e em fundo cego → em corte axial se apresenta de densidade de partes
como um círculo moles) → permite
identificar o ceco e facilita
○ Para identificar o apêndice na TC, basta identificar válvula ileocecal e
a localização do apêndice
depois correr a imagem para baixo
○ Espessura normal de 7-8 mm A diferença no conteúdo
entre intestino delgado e
● Intestinos grosso auxilia na
○ Delgado de até 3 cm de diâmetro diferenciação entre eles e
■ Conteúdo líquido na avaliação de obstrução
intestinal
○ Intestino grosso de até 8 cm
■ Conteúdo fecal → mais consistente e associado a gás
● Aorta abdominal
○ Avaliar em todo o seu trajeto
○ Pode-se visualizar dilatação aneurismática, placas ateromatosas]
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Análise tomográfica
PASSO A PASSO:
● Identificar a queixa principal
○ Em casos emergenciais ou de urgência, a análise imediata da possível
estrutura afetada é primordial. Assim, é realizado um laudo estruturado
Não é necessária a
(laudo resumido) avaliação de todas as alças
do delgado por inteiro.
● Escolher a janela adequada para análise das estruturas No intestino grosso,
entretanto, é interessante
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● Seguir a ordem anatômica para identificação de estruturas e alterações acompanhar todo o trajeto.
Normalmente é mais fácil
○ Esôfago → Estômago → Duodeno → Pâncreas → Intestino delgado → começar do reto e seguir o
apêndice → Intestino grosso trajeto inverso → reto,
○ Fígado e baço sigmóide, cólon
descendente, flexura
○ Supra renais → rins → ureteres esplênica, transverso,
○ Aorta abdominal flexura hepática, cólon
ascendente, ceco
INFLAMAÇÃO:
● Leva líquido (edema) para estrutura inflamada e as adjacentes
○ Uma estrutura que já tem densidade de líquido (como o pâncreas) não
terá o coeficiente de atenuação muito alterado pelo edema → nestes
casos, pode-se observar um aumento de volume do órgão e alterações
adjacentes (sinal indireto) → densificação da gordura adjacente
○ Utilizada para pancreatite, apendicite, pielonefrite
APENDICITE:
● Apêndice aumentado de volume, não redutível à compressão Fisiopatologia na
● Sinais indiretos: densificação da gordura adjacente e espessamento da fáscia apendicite: : obstrução do
apêndice → inflamação →
lateroconal (é uma reflexão do peritônio)
isquemia → necrose →
● Sinais de supuração: supuração
○ Presença de coleção periapendicular
○ Pneumoperitônio
○ Não vemos o apêndice
● US → o fecalito é visível pela imagem com sombra acústica posterior
○ Temos hiperecogenicidade pela presença de proteínas no líquido
exsudato
DIVERTICULITE:
● Suspeita clínica → dor em paciente mais velho do lado esquerdo
○ Triplo motivo para a indicação de exame de imagem → confirmar
diagnóstico, estagiar e afastar outras patologias pélvicas
● Sinais ultrassonográficos e tomográficos
Não é necessário visualizar
○ Visualização de diverticulose → pequenas estrutura circulares contendo o divertículo inflamado
ar ( pretas), na parede do cólon especificamente
○ Espessamento parietal do cólon (espessamento segmentar focal)
○ Hiperecogenicidade (US) ou densificação (TC) da gordura peridiverticular
○ Líquido livre peritoneal (coleções pericolônicas e pélvicas)
○ Pneumoperitônio → focos de pneumoperitônio são comuns na
diverticulite (são praticamente parte da fisiopatologia)
OBSTRUÇÃO INTESTINAL:
● Causas: câncer (idosos), intussuscepção (crianças), aderências (adultos)
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● Achados radiográficos:
Para a visualização de
○ Delgado nível hidroaéreo ao RX de
■ Alças intestinais dilatadas em posição central + Nível abdome, é necessário
hidroaéreos solicitar a incidência em
ortostatismo, além do
■ Válvulas coniventes → empilhamento de moedas decúbito
○ Intestino grosso
Volvo intestinal é a torção
■ Alças dilatadas periféricas com haustrações ( não percorrem do intestino sobre o
todo o diâmetro da alça e tem posição mais espaçada) + Níveis próprio eixo → obstrução
hidroaéreos em alça fechada, com
acúmulo de secreção e
■ Em caso de volvo intestinal → sinal do "grão de café" dilatação daquele
segmento
● Achados tomográficos:
○ Distensão de alças:
■ De delgado (> 3cm)
■ Do cólon (> 8cm)
○ Níveis hidroaéreos
○ Achado do plano de obstrução → nos pacientes idosos, muitas vezes é a
presença de neoplasia maligna
○ Espessamento parietal colônico
Suspeita de isquemia é
○ Realce anômalo ao agente de contraste (ausência ou diminuição do uma das indicações
volume de contraste) → indica isquemia e necrose obrigatórias de se utilizar
○ Se a válvula ileocecal for incompetente, irá ocorrer passagem de material contraste!
do intestino delgado ao grosso, de modo que teremos conteúdo líquido O nome de "sinal do alvo"
no grosso (o que habitualmente não ocorre) é consagrado para o
ultrassom (alternância de
○ Em caso de intussuscepção intestinal → sinal do alvo
camadas de densidade
diferente em corte axial)
NEFROLITÍASE e URETEROLITÍASE:
● Visualização de cálculo (hiperdenso) no interior do rim ou sistema coletor
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Internato de Cirurgia
Parte 2.1 - Afecções cirúrgicas do esôfago e estômago
Sumário:
PARTE 1: Temas introdutórios
● Distúrbios Hidroeletrolíticos
○ Conceitos sobre a fisiologia hidroeletrolítica
○ Distúrbios do sódio
○ Distúrbios do potássio
● Distúrbios Ácido-básicos
● Assistência Médica Pós-Operatória
● Noções Básicas de Anestesia e acessos venosos
● Terapia enteral: Indicações e Vias de Acesso
● Avaliação Radiológica em Cirurgia
SEMIOLOGIA:
● Disfagia → dificuldade de deglutição
○ “Engasgo” → problema no início da deglutição → disfagia de O esôfago é um tubo de
transferência músculo heterogêneo
Quadro clínico
CLÍNICA:
DIAGNÓSTICO:
● Prova terapêutica: uso de inibidores de bomba de prótons (IBP) durante 4
Quando não houver
semanas resposta à prova
○ Devido à elevada incidência, pode-se fazer o diagnóstico com base terapêutica, progride-se na
apenas na clínica do paciente propedêutica
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Tratamento
MEDIDAS ANTIRREFLUXO:
● Dieta
● Perda de peso → sobrepeso eleva a pressão intra-abdominal
● Não comer 2-3h antes de deitar
● Elevar a cabeceira para dormir
CIRÚRGICO
Indicações:
● Paciente com sintomas refratários → não respondem à IBP
● Sintomas recorrentes → os sintomas retornam após a suspensão do IBP (não vive sem
IBP)
● Pacientes com sinal de alarme, que apresentaram complicações à endoscopia →
indicativas de DRGE grave
○ Estenose péptica
○ Úlceras de esôfago
Exames pré-operatórios:
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Técnicas operatórias:
● Fundoplicatura total (Nissen) → escolhido quando a manometria for normal Quando a manometria for
normal, faz-se a
fundoplicatura de Nissen
● Fundoplicatura parcial → quando a peristalse do esôfago for ruim, ele não será
capaz de vencer um esfíncter com pressão elevada
○ Anterior: Dor e Thal
○ Posterior: Lind e Toupet
Esôfago de Barret
DEFINIÇÃO: metaplasia intestinal no epitélio esofageano
● Conversão do epitélio escamoso do esôfago em epitélio cilíndrico
● Lesão pré-maligna → evolui para adenocarcinoma de esôfago
DIAGNÓSTICO:
● EDA + biópsia → epitélio vermelho salmão Sem biópsia, não é possível
fechar o diagnóstico de
Barret
CONDUTA:
Na submucosa do esôfago
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estão concentrados os
DISPLASIA ALTO GRAU Restrito à mucosa → Ressecção capilares linfáticos → risco
(adenocarcinoma in situ) endoscópica de metástase quando atinge
essa camada
Câncer de esôfago
Introdução
FATORES DE RISCO:
Fatores de agressão externos:
Tabagismo e etilismo tem
● Tabagismo ação sinérgica
ESCAMOSO ● Estilismo
(localização mais ● Acalasia → agressão prolongada da comida sobre Classicamente, a acalasia é
fator de risco para o
proximal) o epitélio carcinoma escamoso,
● Tilose palmo-plantar (hiperceratose) Atualmente, considera-se
que também é fator de
● Estenose cáustica
risco para o
adenocarcinoma.
ADENOCARCINOMA Fatores de agressão internos → DRGE + Barrett
(localização distal) ● Obesidade
Quadro clínico
CLÍNICA:
● Disfagia + perda de peso
● Evolução rápida (cerca de 3 meses)
DIAGNÓSTICO:
● EDA + biópsia → requer histopatologia
● Esofagografia → o sinal característico é a “maçã-mordida” O sinal da maçã-mordida é
genérico para as lesões
ulceradas do TGI
Estadiamento e conduta
ESTADIAMENTO:
Todos os tumores do TGI
● USG endoscópico para avaliação do T → avalia a profundidade do tumor na tem a indicação cirúrgica
parede do esôfago baseada no T
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A mortalidade
perioperatória da
Estágios Conduta esofagectomia é de 20%
em grandes centros! → por
isso, vêm-se utilizando a
T1a → Restrito à mucosa Mucosectomia endoscópica quimio e radioterapia
(adenocarcinoma in situ) adjuvantes.
As principais complicações
T1b, T2, T3, T4a Esofagectomia são respiratórias.
- Transtorácica → menos recidiva, mais
complicação
- Transhiatal → mais recidiva, menos
complicação
Órgãos com peritônio não
combinam com
Pode-se utilizar um curso de QT + RT radioterapia. Entretanto, no
neoadjuvante esôfago e órgãos
retroperitoneais, pode-se
utilizar.
- T4b → Tumor adjacente Paliação
irresecável - Radioterapia paliativa → melhor opção Gastrostomia é uma opção
para prolongar a vida da
- M1 → presença de - Uso de malha metálica pessoa, mas não melhora a
metástase à distância qualidade de vida.
Para lembrar...
4) Antro
● Células G → produtoras de gastrina
○ Tem ação estimulatória sobre as células parietais, aumentando a
produção de ácido
● Células D → produtoras de somatostatina A somatostatina das
○ A função da somatostatina é inibir a produção de gastrina → células D, desestimula a
produção de ácido
indiretamente, inibe a produção de ácido
Patogênese
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ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDAIS
Pensando nas úlceras, a
● Mecanismo de ação: inibição da Cox (ciclooxigenase) Cox 2 é a boazinha!
○ Cox 1 → estimula a produção de prostaglandinas A Cox 1 é a vilã,
relacionada ao processo
■ O bloqueio da Cox 1 reduz as prostaglandinas e prejudica a inflamatório
barreira de proteção gástrica
○ Cox 2 → relacionada ao processo inflamatório
■ Os inibidores seletivos da Cox 2 (celecoxib) não agridem a
mucosa gástrica. Entretanto, houve associação com aumento do
risco cardiovascular (por isso, já não são muito utilizados).
Quadro clínico
CLÍNICA:
Na prova, o clássico para a
● Dispepsia → queimação (epigastralgia), plenitude, saciedade precoce doença ulcerosa péptica é
● Dor → padrão de periodicidade dispepsia + dor
○ Úlcera gástrica → piora com alimentação (momento em que há a maior
Doença ulcerosa péptica
produção de ácido) não é fator de risco para
○ Duodenal → piora 2-3h após a alimentação (tempo de esvaziamento câncer gástrico. O que
acontece é que o câncer
gástrico após a refeição) pode se apresentar como
uma úlcera
DIAGNÓSTICO:
● Para pacientes com > 45 anos ou sinais de alarme (risco de câncer) → No duodeno, neoplasia é
endoscopia digestiva gástrica (padrão-ouro) pouco comum e
geralmente não se
○ Se houver úlcera gástrica, é obrigatória a biópsia
apresenta como úlcera.
■ O câncer gástrico pode se manifestar como uma úlcera
● Para pacientes jovens e sem sinais de alarme → diagnóstico presuntivo de A idade de maior risco é
controversa, oscilando
doença ulcerosa péptica entre 45 e 60 anos na
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literatura.
➔ E o H.pylori ? → deve ser investigado sempre que houver dispepsia O HP produz urease,
● Por endoscopia (testes invasivos) → teste da urease na biópsia, gerando ureia que é
histologia e cultura detectada pelo teste
respiratório
● Sem endoscopia (testes não-invasivos)
○ Teste da ureia respiratória
○ Antígenos fecais
○ Sorologia → não pode ser utilizada para controle de cura, pois irá
se manter positiva
Classificação
TIPOS DE ÚLCERAS:
● Duodenal → são mais prevalentes do que as úlceras gástricas
● Gástricas → são classificadas em 4 tipos de acordo com a sua localização e
associação ou não com úlceras duodenais; elas também diferem em sua
patogênese
○ A localização mais comuns das úlceras gástricas é a curvatura menor do
estômago
CLASSIFICAÇÃO DE JOHNSON
Perceba: as úlceras na
Patogênese Tipos
curvatura menor do
estômago são associada à
Duodenal hipocloridria! A do tipo 1
está situada na porção
baixa, e a do tipo 4, situada
HIPERCLORIDRIA Gástrica II (corpo gástrico) → associada a úlcera na porção alta, é a que
(patogênese semelhante duodenal requer a abordagem
à úlcera duodenal) cirúrgica mais agressiva
Gástrica III (pré-pilórica)
A úlcera gástrica do tipo I é
HIPOCLORIDRIA Gástrica I (pequena curvatura baixa) a mais comum → 60% dos
(relacionada à gastrite casos.
Parece estar relacionada a
atrófica do corpo gástrico Gástrica IV (pequena curvatura alta)
uma grande proliferação
pelo H. pylori) da bactéria na junção
antro-corpo, tornando-a
muito sensível aos efeitos
do ácido e da pepsina,
mesmo no estado de
hipocloridria.
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Tratamento clínico
TRATAMENTO DO HP:
● Quando erradicar o H. pylori?
Atenção: se houver DRGE
○ Dispepsia → sempre que houver dispepsia e infecção pelo HP, indica-se o
clássico, não é necessário
tratamento erradicar o HP. Nas demais
○ Úlcera péptica → seja ativa ou cicatrizada, indica-se a erradicação do HP causas de dispepsia,
deverá ser feita a
para evitar recorrência investigação e tratamento.
○ Linfoma MALT → a relação com HP é tão próxima, que o linfoma MALT de
baixo grau pode ser tratado apenas com a erradicação da bactéria
○ História positiva para carcinoma gástrico
○ Pós-gastrectomia parcial
● Esquema terapêutico:
Complicações agudas
Tratamento cirúrgico
INDICAÇÕES:
● Intratabilidade clínica
● Complicação aguda:
○ Perfuração → abdome agudo perfurativo, evoluindo com
Diagnosticado o
pneumoperitônio pneumoperitônio, a
○ Obstrução refratária ("estenose pilórica do adulto") abordagem imediata é
cirúrgica
■ A gástrica do tipo III é a que mais comumente evolui com obstrução
(porque está na região mais estreita do estômago, a pré-pilórica)
○ Hemorragia refratária
Geralmente, pode-se
■ Persistência de instabilidade hemodinâmica a despeito de ressuscitação
tentar até 2 vezes a terapia
volêmica (>6 U de concentrado de hemácias) ou sangramento contínuo endoscópica antes de
com necessidade de > 3 U de hemácias/dia prosseguir para a
intervenção cirúrgica
■ Falência inicial da terapia endoscópica em parar o primeiro
sangramento ou em interromper o ressangramento
■ Choque associado a ressangramento
REGRAS DO TRATAMENTO:
1) Se houver hipercloridria (duodenal, gástrica do tipo II ou III):
● a) Inibição da secreção ácida → VAGOTOMIA O vago também é
○ Vagotomia troncular: responsável pelo
■ Pode ser associada a piloroplastia (miotomia do piloro com relaxamento do piloro.
Assim, a vagotomia
sutura diametralmente oposta) troncular resulta em
■ Ou pode ser associada a antrectomia → mais eficaz, pois dificuldade do relaxamento
pilórico.
evita-se a hipercloridria por 2 vias
Y de Roux
● Faz-se enterectomia
● Mantém-se uma alça biliopancreática, composta do
segmento entre o duodeno e o jejuno seccionado
● Leva-se o jejuno até o estômago para fazer a anastomose
(gastrojejunostomia)
● Faz-se uma entero-entero-anastomose, utilizando-se o
segmento cortado que contém o duodeno e o segmento
que foi anastomosado no estômago
Câncer gástrico
Patogênese
Classificação
HISTOLÓGICA → LAUREN
I Polipóide
O tipo III é a forma mais
comum → portanto, a
II Ulcerada com bordas nítidas apresentação mais
frequente do Ca gástrico é
III Ulcerada com bordas não nítidas como úlcera
Para lembrar da
classificação de Borrmann,
pensar na Nhá Benta que
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está derretendo
Quadro clínico
● Assintomático
● Dispepsia
○ Emagrecimento
○ Anemia
○ Odinofagia
○ Disfagia
Propedêutica
DIAGNÓSTICO:
● Seriografia (forma de exame radiográfico com contraste oral)→ triagem
● EDA → biópsia e classificação de Borrmann
Tratamento
Para lembrar.
Diagnóstico Tratamento
Cirurgia bariátrica
INTRODUÇÃO
Fisiologia
MECANISMOS DE SACIEDADE
● Adipócito cheio → aumento da produção de leptina (hormônio sinalizador de
saciedade) A grelina é o único
● Intestino cheio → colecistoquinina, GLP1, peptídeo PYY hormônio orexígeno no
corpo
● Estômago cheio → reduz a produção de grelina (indutor de fome → orexígeno)
OBESIDADE
● Os níveis de grelina são mais elevados e os hormônios anorexígenos tem status
hormonal menor → maior dificuldade em induzir a saciedade
Contexto da obesidade
CLASSIFICAÇÃO DA OBESIDADE
O IMC não é um bom
● IMC → peso dividido pelo quadrado da altura método para caracterizar o
○ Magreza: <18,5 estado nutricional, mas é o
utilizado para graduação
○ Saudável: até 24,9
da obesidade
○ > 25 → sobrepeso
○ > 30 → obesidade grau I
○ > 35 → obesidade grau II
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Tratamento clínico
A primeira linha de tratamento é realizada de forma conservadora, através de: Índices de sucesso com
tratamento clínico são de
● Reeducação alimentar e dietas hipocalóricas → adesão pequena apenas 10%
CIRURGIA BARIÁTRICA
Indicação e preparo
INDICAÇÃO:
● Critérios de peso:
○ IMC > 40 (obesidade grau 3)
○ IMC entre 35 e 40, na presença de comorbidades associadas
■ DM2, HAS, dislipidemia, SAOS, doença coronariana, IAM,
angina, ICC, AVE, osteoartrite, DRGE com indicação cirúrgica
● Condições: Contraindicações:
○ A partir de 18 anos de idade - Uso de álcool e drogas
(deve ter cessado há no
■ Pode ser feita para maiores de 16 anos com autorização dos mínimo 6 meses)
pais - Doença muito grave com
risco de vida
○ Refratariedade a tratamento clínico prévio bem conduzido (duração de
- Distúrbios psiquiátricos
no mínimo 2 anos) graves (risco de suicídio)
○ Ausência de causas secundárias de obesidade → devem ser -Ganho de peso “para
operar”
investigadas e tratadas -Finalidade puramente
○ Avaliação psicológica favorável → evitar complicações psicológicas no estética
pós-operatório
OBJETIVOS:
● Melhora da qualidade de vida → principalmente impacto na saúde mental dos
pacientes
● Redução e manutenção do peso
● Redução das comorbidades
● Redução da mortalidade
Técnicas cirúrgicas
O bypass gástrico é a
técnica mais utilizada no
mundo, mas de maior
BYPASS GÁSTRICO dificuldade técnica do que
o Sleeve
● Técnica → uso de trocateres para ressecção gástrica e anastomose
gastro-jejunal, utilizando técnica de Y de Roux Inconvenientes:
○ Pouch gástrico → componente restritivo (30 mL) - O estômago é mantido →
passível de desenvolver
○ Y de Roux → componente disabsortivo (75-150 mL) doenças, incluindo câncer
● Complicações: gástrico
○ Deiscência de anastomoses - O omento reveste o
estômago, o que dificulta
■ Gastroenteroanastomose (com o jejuno) → secreção puramente um pouco o acesso
alimentar cirúrgico
■ Enteroenteroanastomose (duodeno e jejuno) → secreção biliosa
○ Hérnia de Petersen → obstrução intestinal
○ Deficiência de vitaminas e minerais → ferro, B12 e B1 (tiamina)
Scopinaro e Switch
duodenal são cirurgias de
derivação biliopancreática
CIRURGIA DE SCOPINARO (enteroenteroanastomose
● Técnica: gastrectomia horizontal em ponto distal do
delgado) → associadas a
○ Canal comum de 60cm entre o alimento e a secreção biliopancreática → deficiência proteíca
o principal aspecto é a disabsorção
○ De praxe, faz-se também a colecistectomia (evitar coledocolitíase, que
seria uma complicação frequente)
● Complicações: desnutrição proteica
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Acompanhamento pós-cirúrgico
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AVALIAÇÃO:
Independente do tipo de
● Peso cirurgia, a perda de peso é
○ Monitorar a reaquisição de peso → 80% dos pacientes readquirem cerca mais efetiva do que nos
de 8Kg após perda inicial da cirurgia pacientes com tratamento
clínico isolado
■ Maior risco: pacientes com consumo de doces, refrigerantes,
bebidas alcóolicas, sedentários, "beliscadores", distúrbio
psiquiátrico
○ Manter a mudança de hábitos de vida saudáveis
● Morbidade → melhora importante das comorbidades metabólicas com a cirurgia
○ Redução das doenças cardiovasculares e diabetes
○ Aumento da taxa de infecções (imunossupressão com a perda de peso)
● Mortalidade
● Qualidade de vida
Complicações
● Vômitos ou diarréia
É necessário o seguimento
próximo dos pacientes
● Síndrome de Dumping pós-cirurgia bariátrica
○ Com a ausência do piloro, não há controle da passagem de alimento pro
intestino (o alimento vai “inundando” o intestino) Procedimentos restritivos
○ Subtipos: geram menos
complicações. Quanto mais
■ Precoce → cerca de 15-30 minutos após a alimentação disabsortiva a técnica
■ Tardio → 1-3h após a alimentação cirúrgica, maiores serão as
carências nutricionais
● Doenças psiquiátricas
○ Anorexia e bulimia
○ Etilismo
○ Outras compulsões
Cirurgia metabólica
A abordagem dos pacientes com esse tipo de acidente requer uma equipe
multidisciplinar de acordo com a fase que o paciente é atendido:
● Fase aguda: paramédico, emergencista, toxicologista, imaginologista, endoscopista,
cirurgião geral, intensivista
● Fase crônica: endoscopista, cirurgião do aparelho digestivo, CCP, gastroenterologista,
fisioterapeuta
● Avaliação e TTO específico: psiquiatra, nutrólogo e nutricionista, fonoaudiólogo,
otorrino.
TIPO DE SUBSTÂNCIA
● Base forte ( pH>12) → causa necrose por liquefação
○ Normalmente é mais grave e reage de forma muito rápida, causando
lesões na orofaringe e esôfago.
○ É o mais comum pois as bases fortes são mais acessíveis (70%)
● Ácido forte ( pH<2) → causa necrose por coagulação
○ Acomete mais o estômago que o esôfago, com uma antrite erosiva.
Avaliação inicial
ANAMNESE
● História de ingestão de corrosivos
● Sialorréia
● Dor torácica
● Disfagia e odinofagia à deglutição da saliva
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EXAME FÍSICO
● Exame da orofaringe: edema de mucosa e lábios, lesões erosivas na mucosa
● Febre, taquicardia, sinais de desidratação
● Estridor, broncoespasmo, cianose, insuficiência respiratória
EXAMES LABORATORIAIS
● Hemograma e PCR
● Lactato sérico e eletrólitos séricos
● Provas de função hepática e renal
● Gasometria arterial
● Coagulograma
EXAMES DE IMAGEM
● Laringoscopia → se há sinais e sintomas respiratórios, pode auxiliar a definir se
o paciente irá precisar de intubação orotraqueal
● TC de tórax ou abdome → avaliar perfuração e pneumonia aspirativa
○ Só pode ser realizada em paciente estável!
● Radiografia de tórax contrastada (REED)→ se suspeita de perfuração ou fístula
○ Contraste iodado: se suspeitar que fístula é para pleura
○ Contraste baritado: se suspeitar que fístula é esofagobronquica.
● Endoscopia → define a gravidade
Preferencialmente, a EDA
○ Idealmente deve ser realizada nas em até 24h → permitir abordagem deve ser realizada após 4h
cirúrgica precoce nos casos com indicação do acidente, para evitar
“falso negativos”
Classificação
GRAU 0 Normal
Complicações
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PRECOCES:
● Hemorragia digestiva
● Necrose e perfuração
● Mediastinite / peritonite
● Fístulas
TARDIAS:
● Estenose pilórica / antrite corrosiva
○ Ocorre principalmente na ingestão de ácidos, que se depositam mais no
estômago
○ Surge na 3a-10a semana
○ Tratamento endoscópico ou antrectomia cirúrgica.
● Estenose cáustica do esôfago (ver abaixo)
○ Complicação tardia mais comum
■ Ocorre em > 70% das queimaduras circunferenciais
○ Ocorre principalmente após a ingestão de base forte.
○ Surge em 1-3 semanas
● CCE de esôfago
ABORDAGEM PRIMÁRIA:
● Sala de emergência
● Assegurar e manter vias aéreas pérvias
● Medidas de ressuscitação → hidratação venosa
● Acesso venoso e cateter venoso calibroso
● Jejum e garantir a via de nutrição
● Importante:
○ Utilizar inibidores de bomba de prótons EV
○ Usar antibioticoprofilaxia → nos casos de perfuração ou infecção
Não é recomendada a
indução vômito, já que com
NÃO SE DEVE: isso a substância corrosiva
● Induzir o vômito vai passar novamente pelo
esôfago e piorar o quadro.
● Realizar cateterismo nasogástrico e lavagem gástrica (apenas se ácido
extremamente forte) Em caso de ingestão de
● Administrar neutralizantes, diluentes ou carvão ativado grande quantidade de
ácidos fortes, a sucção do
● Empregar corticoterapia → não ajuda a prevenir estenose; poderás er conteúdo gástrico através
utilizada apenas em caso de edema laríngeo de SNG passada sob visão
endoscópica é benéfica se
realizada dentro dos 90
minutos iniciais.
CIRURGIA
● Realizar a laparotomia ou laparoscopia precoce em:
○ Lesões de grau 3
○ Presença de perfuração:
■ Peritonite
■ Enfisema subcutâneo
■ Pneumomediastino ou pneumoperitônio
● Avaliar a viabilidade do tubo digestivo e definir a extensão da ressecção:
○ Esofagectomia subtotal
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○ Esofagogastrectomia
○ Avaliar necessidade de ressecção de outro órgãos
● Realizar ostomia ( jejunostomia)
ACOMPANHAMENTO:
● EDAs seriadas
● Acompanhamento a longo prazo com gastroenterologista e suporte nutricional
Estenose cáustica
TRATAMENTO ENDOSCÓPICO
● Dilatação endoscópica com balão → primeira escolha
○ Quanto mais precocemente iniciamos as dilatações das estenoses,
melhor o prognóstico
○ Após uma dilatação, o intervalo de necessidade entre as novas sessões
se torna cada vez mais espaçado.
● Contraindicações: perfuração esofágica recente, suspeita de CCE corrosivo,
doenças pulmonares ou cardíacas, discrasia sanguínea, não tolerância ao exame
e procedimento.
TRATAMENTO CIRÚRGICO:
Indicações:
● Critérios de intratabilidade endoscópica:
○ Estenose completa do esôfago (obliteração) → impossibilidade de passar
o fio guia, geralmente ocorre nos casos de atraso no início do tratamento
○ Irregularidades e saculações esofágicas → risco de perfuração alto
■ Contraindicação relativa → avaliar caso a caso
○ Estenoses múltiplas (>3), longas (>3 corpos vertebrais) e tortuosas →
não consegue dilatar ou risco alto de perfuração
● Refratariedade ao tratamento endoscópico:
○ Dilatações endoscópicas com mau resultado (ocorre em 28-67% dos
casos)
○ Incapacidade para dilatações repetidas → locomoção, psiquiátricos, etc...
Técnicas cirúrgicas:
● Para definir a indicação de esofagectomia ou não, é necessário avaliar se o
paciente evoluiu com obliteração precoce do esôfago.
○ Se estase esofágica crônica (> 1-2 anos) → esofagectomia
Estase esofágica é um
○ Se o paciente parou de ingerir desde a fase aguda e não houve estase → fator de risco importante
tubo gástrico retroesternal (bypass) para a evolução com
neoplasias
As complicações na
Complicações na anastomose cervical → são mais frequentes quando usamos o cólon anastomose cervical são
● Fístulas (11 a 50%) → não devem ser operadas, irão fechar por segunda mais frequentes na
intenção esofagocoloplastia do que
na esofagogastroplastia.
○ Prevenção: cola de fibrina
● Estenose do esôfago cervical
○ Quando ocorre estenose do esôfago cervical ou da faringe, pode ser
necessária a realização de faringocoloplastia (anastomose ampla)
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Internato de Cirurgia
Parte 2.2 - Afecções cirúrgicas do intestino, vias biliares
e doenças orificiais
Sumário:
PARTE 1: Temas introdutórios
● Distúrbios Hidroeletrolíticos
○ Conceitos sobre a fisiologia hidroeletrolítica
○ Distúrbios do sódio
○ Distúrbios do potássio
● Distúrbios Ácido-básicos
● Assistência Médica Pós-Operatória
● Noções Básicas de Anestesia e acessos venosos
● Terapia enteral: Indicações e Vias de Acesso
● Avaliação Radiológica em Cirurgia
Doenças orificiais
INTRODUÇÃO
ANATOMIA:
● A linha pectínea (ou denteada) demarca a transição entre mucosa e anoderme
○ Na mucosa, a inervação é visceral → as patologias não causam dor e não
é necessário o uso de anestesia local nas cirurgias
○ Na anoderme, a inervação é somática
VASCULARIZAÇÃO:
● Naturalmente, há plexos hemorroidários internos e externos no ânus
● A linha pectínea também determina a classificação entre hemorróidas internas
(acima) ou externas (abaixo)
○ A hemorróida interna forma naturalmente um coxim vascular ao se
projetar sobre a parede do reto → auxilia na continência fecal
○ O plexo hemorroidário interno é mais suscetível à laceração, por ser
recoberto por mucosa
● A doença hemorroidária surge do enfraquecimento do tecido conectivo frouxo
GLÂNDULAS DE CHIARI
● Glândulas mucosas situadas nas criptas anais
○ O centro de produção se situa no espaço interesfincteriano (entre o
esfíncter interno e externo), na altura da linha pectínea
○ Atravessam o músculo esfíncter interno e desembocam na camada
submucosa
DOENÇA HEMORROIDÁRIA
FISIOPATOLOGIA:
● Constipação → maior esforço evacuatório → ingurgitamento do plexo Evacuação normal: fezes
hemorroidário por hiperfluxo na região → alterações arteriovenosas → perda da macias e com sensação de
elasticidade, aumento dos coxins hemorroidários e ectasias nos vasos → maior alívio após, não
necessariamente
susceptibilidade à laceração relacionado a frequência
○ Tende a piorar com o avançar da idade, paralelamente ao em dias
enfraquecimento do tecido conjuntivo
● Hipertensão porta
TRATAMENTO:
Hemorroidas internas → depende do grau de prolapso
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TIPOS TRATAMENTO
Um bolo fecal mais mole
1o grau Sem prolapso Correção de constipação → dieta gera menor laceração do
com fibras e maior ingestão de água plexo hemorroidário
FISSURA ANAL
ABSCESSO ANORRETAL
FISIOPATOLOGIA: obstrução das glândulas de Chiari
● Habitualmente, o local de origem é interesfincteriano A tendência do abscesso é
se acumular próximo à pele
TIPOS:
● Interesfincteriano → "primário", pois a base da glândula de Chiari está no
espaço interesfincteriano
● Perianal
○ Mais comum
○ Único visível → abaulamento na região
● Supraelevador → tem localização pélvica
● Isquiorretal → nádega (ocorre quando a coleção rompe o músculo esfíncter
externo)
DIAGNÓSTICO
● Clínico
● RNM pode auxiliar → melhor para a visualização de tecidos moles
TRATAMENTO
Um abscesso perianal deve
● Drenagem imediata em todos os casos ser drenado assim que for
○ A região anorretal possui tecido conectivo muito frouxo e é uma região feito o diagnóstico → não
se aguarda flutuação
muito contaminada → a infecção se alastra muito facilmente
○ Se o abscesso não for drenado, irá originar gangrena de Furnier
● Antibioticoterapia → se houver febre ou leucocitose (repercussão sistêmica)
FÍSTULA PERIANAL
ETIOLOGIAS:
● Doença de Crohn → causa importante, associada a fístulas de grande
complexidade
● Infecciosas:
○ Linfogranuloma venéreo
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○ Tuberculose
○ Hidradenite supurativa
● Cisto pilonidal
● Traumatismos e corpos estranhos
● Idiopáticas
○ Diarréias crônicas
○ Fezes ressecadas
● Criptoglandulares → infecções na glândula anal
○ São uma cronificação dos abscessos anorretais → "túnel" de drenagem Em 45% dos pacientes
com abscesso tratado
do abscesso adequadamente, ocorre
■ O processo fistuloso habitualmente é a fase crônica de um evolução para fístula
processo supurativo mais agudo
QUADRO CLÍNICO:
Diagnóstico diferencial:
● Dor aguda, muito intensa, com piora progressiva (não diminui ao longo do outras infecções locais
tempo) como dermatites,
● Pode apresentar sinais de sepse foliculites, furúnculos
DIAGNÓSTICO:
● História clínica e exame proctológico
● Anoscopia → permite a visualização da parte interna do canal anal
● Exames de imagem: RNM e US anorretal
○ Informam sobre a presença do trajeto, quais estruturas ele comunica →
avaliação da complexidade da fístula
A grande preocupação é o
CLASSIFICAÇÃO → é importante para a escolha de técnica cirúrgica acometimento de músculos
● SIMPLES → tem trajeto curto e comprometem pouco o esfíncter anal externo do aparelho esfincteriano
(orifício externo próximo do ânus)
○ Trajetos: A classificação de acordo
■ Interesfincteriana → entre o esfíncter interno e o externo, com com os trajetos é chamada
de classificação de Parks
pouco acometimento do externo
■ Transesfinterianas → acomete porção maior de ambos os
esfíncteres
○ Facilmente diagnosticadas e tratadas
TRATAMENTO CIRÚRGICO
● Considerações pré-operatórias: Há formação de tecido de
granulação no trajeto da
○ Retossigmoidoscopia é mandatória → doença de Crohn, hidradenite,
fístula, que não permite
tuberculose, neoplasias cicatrização → requer
○ Planejamento operatório: enema de limpeza e óleo mineral por via oral tratamento
necessariamente cirúrgico
○ Posição: pronada, decúbito ventral com coxim
■ Certificar-se de que os órgãos genitais não estejam comprimidos
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Na fístula simples, há
TIPO DE FÍSTULA CONDUTA margem para a
fistulectomia com
Fístulas simples ou Fistulotomia ou fistulectomia preservação adequada do
esfíncter anal externo
superficiais
● Pós operatório:
○ Analgésicos e AINES + banhos de assento de água morna
○ Higiene anal com água e sabonete comum após evacuações
DIAGNÓSTICO: biópsia
ESTADIAMENTO:
● Avaliar linfonodos inguinais
● Procuras os principais focos de metástase
○ Pulmão (principal foco) → TC de tórax
○ Fígado → TC de abdome
○ Linfonodos inguinais e pélvicos → RNM pélvica
TRATAMENTO:
● Geralmente não é cirúrgico!
● Esquema nigro → quimio e radioterapia exclusivas O tipo epidemóide
responde bem à
○ Isoladamente, é suficiente para tratar 80% dos pacientes
radioterapia
● Refratários → cirurgia de Miles
○ Amputação anorretal colostomia definitiva
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Câncer Colorretal
Introdução
EPIDEMIOLOGIA:
● 5-6% de incidência nos países desenvolvidos, e segundo câncer mais comum no
Sudeste e Sul do Brasil
● Mais associado a países ricos → relacionado a hábitos de vida
● Incidência muito próxima entre os sexos
● Média de idade: 60 anos
○ Porém, está atualmente aumentando nos pacientes jovens
FATORES DE RISCO:
● Idade
● História familiar (risco 4-6x maior)
○ Não é hereditário, devido a um gene mutante, mas HF é fator de risco Constipação intestinal e
megacólon chagásicos não
○ Quanto mais jovem era o familiar ao diagnóstico, maior é o risco são fatores de risco!
● Obesidade
● Carne vermelha (potencialmente carcinogênica), carnes processadas Atividade física protege
contra o câncer de
(comprovadamente), sendo as defumadas as piores intestino! → estimativa de
● Sedentarismo risco 25% menor. Também
surte efeito comprovado
● Tabagismo na proteção contra o
● Alcoolismo câncer de mama.
● Doença inflamatória intestinal → retocolite ulcerativa e Crohn Mesmo no pós-operatório
desses cânceres, a prática
○ Quanto maior a intensidade e tempo de evolução, mais é o fator de risco de atividades físicas
● Radioterapia de próstata e câncer de colo → a irradiação local aumenta o risco melhora a sobrevida.
de câncer de cólon e reto
RASTREIO:
● Existem 2 recomendações americanas diferentes:
○ A partir de 45 anos para os pacientes de risco habitual, de 10 em 10
anos
○ A partir de 50 anos
● O Ministério da Saúde não faz recomendação de rastreio para câncer de cólon
Quadro clínico
Diagnóstico
Tratamento
RETO:
O reto tem tratamento
● Tumor T1 (restrito à submucosa) e N0 → excisão local diferenciado → faz-se QT e
○ O US endoanal é o melhor exame para avaliação nesses casos radio antes da cirurgia!
○ Não há necessidade de QT e RT
No câncer de reto, é
● A maioria dos pacientes irá iniciar o tratamento com QT + RT neoadjuvantes importante fazer o
○ O principal objetivo é reduzir o tamanho do tumor e obter uma margem estadiamento local →
RNM
radial negativa
A partir de T3, há invasão
● Em seguida, faz-se cirurgia → A determinação da margem cirúrgica depende da do mesorreto.
localização do tumor após o tratamento neoadjuvante; Dependendo da posição A excisão do mesorreto
(gordura ao redor do reto)
do tumor, pode-se poupar parte do reto. previne recidivas
○ > 5 cm da margem anal → preservar o esfíncter anal
■ Ressecção abdominal baixa (RAB) + excisão total do mesorreto A cirurgia de Miles é feita
(peritônio que envolve o tumor) + anastomose colorretal com 2 acessos: abdominal
baixa e perineal
○ < 5 cm da margem anal → cirurgia de Miles
■ RAB + Ressecção abdomino-perineal (amputação) + excisão Estudos mais recentes
total do mesorreto + colostomia definitiva sugerem que pode-se
preservar o ânus com até 2
● Por fim, faz-se quimioterapia adjuvante cm de distância da
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margem anal
Variantes:
● Síndrome de Gardner → associação com dentes extra-numerários, osteoma e
lipoma
● Síndrome de Turcot → associação com tumores de SNC (meduloblastoma)
Síndrome de Peutz-Jeghers
Para lembrar...
Abdome agudo
Abordagem diagnóstica
DIAGNÓSTICO:
● Primariamente clínico → baseado na história e exame físico
○ Idade e sexo irão auxiliar no raciocínio
EXAME FÍSICO:
● Inspeção
○ Tensão, distensão
○ Cicatrizes → história prévia de cirurgias ou traumatismo
○ Peristaltismo visível
○ Tosse e inspiração profunda gerando dor → irritação do peritônio
parietal
● Percussão:
○ Causando dor → irritação peritoneal
○ Pesquisar o timpanismo (presença ou ausência do som de ar)
■ Presença de ar interposto entre o fígado e o diafragma sinaliza
pneumoperitônio
○ Macicez → se for móvel, indica a presença de líquido livre na cavidade
DOENÇAS:
● Apendicite aguda
● Colecistite (ver abaixo em resumo de "doenças das vias biliares")
● Pancreatite
Apendicite aguda
ANATOMIA:
Aspectos importantes:
● O apêndice vermiforme é composto por uma estrutura tubular, alongada, com média de 9 - Causa mais comum:
cm em adultos) e que tem origem na parede posteromedial do ceco, no local onde ocorre obstrução por fecalito
a confluência das tênias cólicas. - Complicação mais
comum: abscesso
● Apresenta um mesoapêndice que lhe confere mobilidade e no qual encontramos a artéria
e a veia apendiculares, ramos dos vasos ileocólicos.
● Embora sua base seja fixa, a ponta do apêndice pode ser encontrada em diversas
localizações:
- Anterior: pélvico ou pré-ileal
- Posterior: retrocecal ( mais comum )ascendente e/ou subseroso; ou ainda
retroileal.
FISIOPATOLOGIA: obstrução luminal (fecalito, aumento do tecido linfóide na parede do É considerada a causa
mais comum de abdome
órgão) → crescimento bacteriano (E.coli e Bacteroides fragilis) → estase de secreção,
agudo não traumático.
produção de gases e distensão → aumento da pressão intraluminal → Maior causa de cirurgia de
comprometimento do retorno venoso e suprimento arterial → presença de isquemia na urgência nos EUA
mucosa, alterando a permeabilidade e permitindo translocação bacteriana →
contaminação da cavidade
● Pode cursar com necrose e perfuração → na ausência de intervenção, a É uma doença
eminentemente cirúrgica
perfuração do apêndice gangrenado ocorre com cerca de 48h do início dos
sintomas Massa abdominal palpável
sugere a formação de
○ O intestino delgado e o omento podem bloquear a perfuração do órgão,
plastrão, este pode ser
formando um abscesso localizado ( periapendicular). tanto fleimão (inflamação
○ Mais raramente, encontramos perfuração livre para a cavidade peritoneal e supurativa de tecido
consequente peritonite difusa, com formação de múltiplos abscessos celular subcutâneo
profundo) quanto
intraperitoneais ( pelve, sub-hepático, subdiafragmático e entre alças), e choque abscesso.
séptico.
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS:
● Crianças: linfadenite mesentérica, diverticulite de Meckel (divertículo verdadeiro A linfadenite mesentérica é
um quadro benigno e não
que acomete o íleo), gastroenterite aguda cirúrgico, causado por
● Mulheres: cistos ovarianos, mittelschmerz (ovulação dolorosa), torção ovariana, aumento dos linfonodos
DIP, gravidez ectópica, ITU intestinais, usualmente
após IVAS
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Quadro clínico
SINTOMAS:
Na fossa ilíaca direita, a
● Dor vaga, mal localizada em hipogástrio/mesogástrio (classicamente, na região dor se localiza sobre o
periumbilical), evoluindo para a fossa ilíaca direita ponto de McBurney
○ A distensão do órgão estimula fibras aferentes viscerais e produz dor (situado no limite entre o
terço médio e lateral de
periumbilical ou epigástrica mal definida (dor visceral), característica da fase uma linha traçada da
inicial da apendicite. espinha ilíaca
○ Somente quando o processo inflamatório ultrapassar a serosa e entrar em anterossuperior direita ao
umbigo)
contato com o peritônio parietal ocorrerá estimulação da inervação aferente
parietal, com a característica mudança do padrão da dor, agora bem localizada Dependendo da posição da
no quadrante inferior direito, intensa e acompanhada de descompressão ponta do apêndice
inflamado, sintomas
dolorosa à palpação.
atípicos podem ocorrer.
● Alteração do hábito intestinal acompanhando a dor (constipação ou diarréia) Quando próximo à bexiga
● Paciente hiporético, podendo apresentar náuseas e vômitos ou ao ureter, por exemplo,
podemos encontrar
● Febre baixa (na ausência de complicações) manifestações urinárias e
● A perfuração do apêndice apresenta-se com dois quadros clínicos distintos: hematúria microscópica. A
○ Perfuração bloqueada, com formação de abscesso periapendicular → apendicite pélvica também
pode vir acompanhada de
pode haver massa palpável (plastrão), mais oligossintomático. toque retal e exame
○ Perfuração para o peritônio livre, com peritonite generalizada → dor ginecológico dolorosos.
abdominal difusa e de grande intensidade, com abdome em tábua.
Nestes casos a temperatura encontra-se muito elevada (39°C a 40°C), e
o paciente pode evoluir para sepse.
SITUAÇÕES ESPECIAIS:
Na criança → maior morbimortalidade
- O quadro muitas vezes é atípico, sendo caracterizado por febre alta, letargia, vômitos
mais intensos e episódios diarreicos mais frequentes.
- A progressão do processo inflamatório nessa faixa etária é mais rápida, ocorrendo uma
taxa de perfuração maior. Além disso, o omento maior ainda é imaturo e incapaz de
conter a perfuração, sendo a peritonite generalizada mais frequente.
No idoso:
- A doença é mais grave.
- A apresentação clínica é também atípica. A temperatura é menos elevada e a dor
abdominal é mais insidiosa, ocasionando um diagnóstico tardio, com maior incidência
de perfuração (maior ainda do que na criança) e, consequentemente, maior
mortalidade.
Na gestante:
- É a emergência cirúrgica extrauterina mais comum, ocorrendo com maior frequência
nos dois primeiros trimestres.
- Principalmente após o quinto mês de gravidez, o diagnóstico é difícil tanto do
deslocamento do apêndice pelo útero gravídico (superior e lateralmente) como pelos
próprios sintomas da gestação.
- A apendicectomia videolaparoscópica é mais bem indicada no segundo trimestre. Caso
a apendicite ocorra em outros períodos da gestação, ainda recomenda-se a abordagem
aberta.
SINAIS:
● Sinal de rovsing → dor na fossa ilíaca direita, precipitada pela palpação da FI
esquerda (desloca o ar intraintestinal)
● Sinal do Psoas → extensão forçada da coxa causando estímulo doloroso
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Exames complementares
EXAMES DE IMAGEM:
● Radiografia → baixa especificidade e sensibilidade A radiografia faz parte da
○ Abdome → 2 incidências, em ortostatismo e decúbito rotina no abdome agudo.
Pode ser útil na exclusão
○ Tórax → diagnóstico diferencial com abdome perfurativo (visualização de de algumas condições
pneumoperitônio) como litíase urinária por
cálculo ureteral, obstrução
intestinal de delgado e
● Ultrassom → extremamente útil para avaliação de afecções ginecológicas e detecção de úlcera perfurada
coleções anexiais ou mesmo líquido fora de alça.
Na prática clínica, US e TC
○ Sensibilidade de cerca de 80% e especificidade entre 80 e 90% são mais importantes
○ Critérios ultrassonográficos: apêndice não compressível (compressão
exercida pelo transdutor), com 7 mm ou mais de diâmetro No homem com
apresentação típica,
anteroposterior, presença de apendicolito, interrupção da ecogenicidade pode-se confiar no
da submucosa e massa ou líquido periapendicular; imagem do alvo é um diagnóstico clínico e
prescindir dos exames
sinal característico
complementares!
Nas mulheres ou em
● TC de abdome → método de maior acurácia apresentação duvidosa,
sugere-se realização de TC
○ Sensibilidade e especificidade > 90% ou US de abdome
○ Achados sugestivos: inflamação periapendicular (abscesso, coleção
líquida, edema, fleimão), espessamento do apêndice e distensão do
órgão, com diâmetro anteroposterior maior do que 7 mm.
○ O borramento da gordura mesentérica é achado tomográfico que traduz
inflamação.
EXAMES LABORATORIAIS:
● Leucocitose com desvio à esquerda (90%)
● Elevação de PCR
● Solicitação de beta-HCG nas mulheres em idade fértil
● Urina rotina → avaliar ITU
○ Atenção: piúria estéril pode representar apendicite, devido à presença do
apêndice inflamado sobre o ureter, que se inflama por contiguidade
Tratamento
CONCEITOS:
Tipos de incisão: Jalaguier,
● Ressecção cirúrgica do apêndice Davis Rockey,
○ Ligadura do mesoapêndice McArthur-McBurney
○ Técnicas antigas faziam inversão do apêndice para dentro do ceco.
Ainda é feito na laparotomia, mas é opcional
○ Em casos de perfuração não bloqueada do apêndice, com peritonite
difusa, a laparotomia é a incisão recomendada. A conduta operatória
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CONDUTAS:
● Apendicite simples → < 48 horas de evolução e sem complicação
○ Antibioticoprofilaxia (cirurgia potencialmente contaminada)
■ Opções de antibiótico: ceftriaxona + metronidazol; ou ampicilina
+ sulbactam → cobrir gram negativas e anaeróbias
○ Realizar apendicectomia (idealmente, em até 12h após a admissão) →
aberta ou vídeo
Pancreatite aguda
FISIOPATOLOGIA: provavelmente associada a ativação das enzimas pancreáticas dentro
Na pancreatite aguda, o
do pâncreas (autodigestão tecidual) patologista detecta uma
● Pode ser de dois tipos: reação inflamatória aguda
○ Pancreatite aguda edematosa ou intersticial (80-90%) → cursa apenas difusa do pâncreas,
associada a áreas de
com edema, sem complicações locais ou sistêmicas; curso autolimitado de 3-7 necrose gordurosa ( marco
dias que não deixa sequelas pancreáticas da doença), tanto ao longo
○ Pancreatite aguda necrosante ou necro-hemorrágica → cursa com do parênquima do órgão
quanto nos tecidos
extensa necrose parenquimatosa e hemorragia retroperitoneal, com quadro peripancreáticos, incluindo
sistêmico grave e elevada mortalidade o mesentério e o omento.
● Pode ocorrer infecção de tecido pancreático por translocação bacteriana a partir
do cólon transverso
CAUSAS:
● Litíase biliar → maioria dos casos Juntos, a litíase biliar e o
○ Mais prevalente em mulheres (2:1), 50-70 anos etilismo representam 75%
dos casos
○ Ocorre pela passagem dos cálculos biliares através da ampola de Vater; são
geralmente cálculos menores do que os causadores de coledocolitíase e
colangite
● Álcool
○ A quantidade de álcool é cumulativa (>100g/dia por um período de 5 anos)
○ A pancreatite aguda nesses pacientes frequentemente ocorre 1-3 dias após
libação alcoólica intensa e cursa com um acometimento já crônico do pâncreas,
mesmo que subclínico
● Obstrução anatômica → malformações ou neoplasias
● Pancreatite aguda idiopática
○ Especula-se que seja secundária a microlitíase biliar ou a disfunção do esfíncter
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de Oddi
● Drogas → imunossupressores (azatioprina, ciclosporina, tacrolimus), antibióticos
(metronidazol, SMZ-TMP, tetraciclina), sulfasalazina, ácido valpróico, estrógenos,
tamoxifeno Lembre-se: nutrição
parenteral também é causa
● Hipertrigliceridemia (geralmente > 1000 mg/dL) de hipertrigliceridemia!
○ A hipertrigliceridemia geralmente ocorre em pacientes diabéticos
descompensados e nos casos de hipertrigliceridemia familiar
● Hipercalcemia → hiperparatireoidismo primário (causa rara)
QUADRO CLÍNICO:
Avaliação de gravidade
● Clássico: dor epigástrica ou mesogástrica que se irradia para o dorso - Critérios de Ranson →
○ Progressão rápida maior ou igual a 3 indica
○ Alívio da dor em flexão anterior do tórax pior prognóstico (baixo
VPP e alto VPN)
● Associação frequente com vômitos - Apache → maior ou igual
● Febre, desidratação, taquicardia a8
- Baltazar (imagiológico)
● Hemorragia retroperitoneal:
→ maior ou igual a 6
○ Sinal de Halsted: manchas amarelo-vinhosas umbilicais
○ Sinal de Grey-Turner: manchas equimóticas nos flancos Diagnósticos diferenciais:
doença péptica, úlcera
● Nos quadros mais graves, pode se manifestar como síndrome da resposta perfurada, colelitíase,
Inflamatória Sistêmica (SIRS) → aplicar o escore SOFA colecistite aguda, isquemia
mesentérica, obstrução
intestinal aguda, IAM
EXAMES COMPLEMENTARES: inferior, dissecção aórtica
● Elevação de amilase e lipase abdominal, gestação
ectópica
○ A amilase se eleva (2-12h) e baixa (3-5 dias) mais precocemente
■ VR: < 160
■ Elevação da especificidade para níveis > 500 e principalmente > 1000 Tanto a amilase quanto a
lipase, se acima de 3 vezes
○ Nas evoluções mais arrastadas, a lipase é mais confiável (se mantém o limite superior da
elevada por 7-10 dias) normalidade, são
■ Maior especificidade altamente específicas para
pancreatite aguda – logo,
● Classicamente, pode cursar também com hipocalcemia na prática devemos
○ A autodigestão da gordura pancreática e peripancreática libera ácidos graxos dosá-las em conjunto para
que formam complexos com o cálcio (saponificação) confirmar o diagnóstico de
pancreatite!
● Pode haver leucocitose importante → critério diagnóstico
● Aminotransferases, fosfatase alcalina e bilirrubinas → investigação de etiologia Os níveis das enzimas não
biliar se relacionam à gravidade
da pancreatite!! → grandes
● Exames de imagem: elevações não indicam
○ Principal exame: TC com contraste → permite avaliar a presença de gravidade
complicações locorregionais
Atenção: o exame de
■ Indicada principalmente para os pacientes com critérios de gravidade imagem não é estritamente
ou dúvida diagnóstica necessário! Clínica +
laboratório bastam
■ Preferencialmente, após 72h do início dos sintomas (antes disso, a
imagem pode ainda não estar alterada) Pacientes, com piora
■ Sinal da bolha de sabão → presença de gás no pâncreas ou tecido clínica após uma melhora
peripancreático, muito sugestivo de infecção inicial ou com início de um
quadro novo de febre,
○ US → pesquisa de colelitíase (sempre deve ser feita, já que pancreatite leucocitose ou qualquer
biliar é a principal etiologia) outro sinal de sepse,
devem ser submetidos à
investigação de infecção
TRATAMENTO: pancreática. Geralmente a
● A maioria não é cirúrgica infecção ocorre após 10
dias do início da
○ Na pancreatite aguda biliar: programar colecistectomia "semi-eletiva" pancreatite
antes da alta hospitalar, porém após estabilização do quadro clínico
agudo
● Ressuscitação volêmica vigorosa e controle eletrolítico e ácido-básico
○ Nos casos graves, pelo menos 6L de cristalóide (SF 0,9% ou ringer lactato)
devem ser repostos nas primeiras 24h
○ Exemplos: hipocalemia e alcalose metabólica devido aos vômitos, hipocalcemia,
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hipomagnesemia
● Dieta zero e suporte nutricional (preferir enteral) → até melhora das condições
clínicas e peristalse audível
● Analgesia → opiáceos, preferivelmente meperidina
● Antibióticos
○ Atualmente, indicados apenas em necrose infectada (não é feita
profilaxia)
○ Até pouco tempo atrás, recomendava-se antibioticoprofilaxia para portadores de
pancreatite aguda grave com > 30% de necrose do pâncreas (tem grande risco
de infecção do tecido necrosado). No entanto, estudos recentes sugeriram NÃO
haver qualquer benefício com essa conduta, pelo contrário: ela parece aumentar
a incidência de superinfecções fúngicas (candidíase sistêmica).
Para lembrar...
Observação Em todos os casos de abdome agudo, para diagnóstico diferencial, pode-se solicitar hemograma para
avaliação de leucocitose, PCR, beta-HCG para as mulheres, e exames de urina para descartar ITU
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CONCEITOS:
● Colelitíase → presença de cálculos dentro da vesícula Pancreatite aguda biliar
○ É a doença mais comum da vesícula biliar → ocorre quando há
obstrução da papila de
● Coledocolitíase → cálculo impactado no ducto colédoco Vater por um cálculo biliar.
● Colecistite → inflamação da vesícula O risco é maior com
cálculos pequenos
● Colangite → inflamação da bile
Colelitíase
FISIOPATOLOGIA
● Alteração na dinâmica de funcionamento da vesícula
QUADRO CLÍNICO:
● A maioria dos pacientes é assintomático
○ 20 a 30% desenvolvem sintomas em um período de 20 anos → cólica Não há febre nem
icterícia. Quando ocorrem
biliar (dor à contração da vesícula) sintomas, é cólica biliar +
● Cólica biliar NADA.
○ Ocorre quando há impactação do cálculo no infundíbulo, gerando
obstrução transitória da vesícula → contrações mais intensas da vesícula
para vencer a obstrução
○ Classicamente (para as provas), após libação alimentar mais gordurosa
○ Geralmente tem duração de até 24h
DIAGNÓSTICO:
● Padrão ouro: ultrassonografia abdominal → imagens hiperecóicas com sombra
acústica posterior no interior da vesícula
Em geral, o diagnóstico é
um achado ocasional em
exame de imagem.
Colecistite aguda
FISIOPATOLOGIA:
Diferenciar o quadro clínico
● Inflamação quase sempre secundária a cálculo obstruindo a vesícula da cólica biliar e de
● Ocorre quando o cálculo fica impactado no infundíbulo ou no ducto cístico de sintomas dispépticos
forma persistente (> 6 horas)
○ A bile dentro da vesícula torna-se meio de cultura para crescimento
bacteriano
○ Há irritação da mucosa, evoluindo com inflamação
QUADRO CLÍNICO:
● Dor no quadrante superior direito (cólica biliar > 6h)
● Vômitos
● Febre pode estar presente
● Plenitude pós-prandial
● Sinal de Murphy → interrupção da inspiração com a palpação do hipocôndrio
direito (ponto cístico); ocorre pois na inspiração profunda o examinador toca o
fundo da vesícula, e o paciente reage com contratura de defesa
● Sinal de Courvoisier-Terrier: possível palpação da vesícula (tumor, colecistite ou
obstrução)
➔ Há princípio, não há icterícia, pois não há obstrução da via biliar principal
EXAMES COMPLEMENTARES:
● Padrão-ouro: cintilografia biliar
○ Feito com tecnécio, que tem eliminação biliar
○ Na vigência de colecistite aguda, há tecnécio no fígado e via biliar, mas a vesícula
não é visualizada
● Ultrassom → mais utilizado na prática
○ Apresenta maior sensibilidade e especificidade do que a TC nesse caso
○ Imagem hiperecóica impactada no infundíbulo ou ducto cístico
○ Parede da vesícula espessada (>3 mm), devido ao edema
○ Sinal de Murphy sonográfico
● Leucocitose
● Enzimas canaliculares → elevação de FA e GGT
● Bilirrubinas normais (ou quase)
TRATAMENTO:
● Medidas de suporte são a conduta inicial
○ Jejum
○ Analgesia
○ Antibioticoterapia → cobertura para E.coli, Klebsiella e Enterococos
● Em seguida, colecistectomia → aberta ou videolaparoscópica
○ Ideal: colecistectomia laparoscópica precoce
■ Preferencialmente em até 72 horas → depois disso, a técnica
cirúrgica fica mais difícil
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COMPLICAÇÕES:
● Perfuração
○ Livre → presença de peritonite, febre mais alta e leucocitose mais expressiva Ainda que seja uma
■ Conduta: cirurgia de urgência cirurgia de urgência,
pode-se fazer a
○ Localizada → o organismo "bloqueia" a perfuração, havendo formação de videolaparoscopia! Não há
abscesso contraindicação, a não ser
■ Avaliar colecistectomia; entretanto, habitualmente faz-se a drenagem que haja instabilidade
hemodinâmica.
percutânea guiada por US
○ Fístula → íleo biliar
■ Formação de fístula entre a vesícula e o duodeno, permitindo o
escoamento do cálculo pelo intestino. No íleo, que é mais estreito, há
nova impactação do cálculo
■ Tríade de Rigler → cálculo ectópico + pneumobilia + obstrução de
delgado
● Colecistite enfisematosa Cuidado: antigamente ser
○ Presença de gás na parede da vesícula → achado na TC de abdome diabético (assim como
pós-bariátrica) era
○ Geralmente é causada por Clostridium
indicação de
○ Rara (1% dos casos) colecistectomia em
○ Mais frequente em idosos e diabéticos pacientes assintomáticos.
Não é mais!
Coledocolitíase
● Presença de cálculos nas vias biliares
CLASSIFICAÇÃO:
● Primária → cálculo marrom, formado no ducto colédoco
● Secundária (>95% dos casos) → cálculos amarelos são os mais frequentes;
migram a partir da vesícula
CLÍNICA:
● Classicamente, não há a cólica biliar e a vesícula não é palpável
○ Como a causa mais comum de coledocolitíase é colelitíase crônica, a vesícula se Pode haver icterícia por
torna escleroatrófica uma neoplasia
● O principal sintoma é icterícia flutuante → colestase intermitente, pois a comprimindo as vias
biliares, mas nesse caso a
contração do colédoco gera mobilização parcial do cálculo e permite pequeno icterícia é progressiva, e
escoamento de bile não flutuante.
○ Ocorre às custas de bilirrubina direta → colúria e acolia fecal
● Complicações: colangite e pancreatite biliar
Atenção! - O US não é
DIAGNÓSTICO: bom para avaliação do
● 1o passo → ultrassonografia colédoco. Ele é apenas a
○ Investiga a presença de cálculos na vesícula medida inicial de uma
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○ Colângio-ressonância
■ Permite o diagnóstico de forma não invasiva, sendo preferível
em caso de suspeita de coledocolitíase
Colangite
FISIOPATOLOGIA:
● Infecção aguda ascendente da bile
● Geralmente originada a partir de obstrução na via biliar principal (cálculos,
neoplasias) ou manipulação cirúrgica
○ A causa mais frequente é a complicação de uma coledocolitíase
Charcot descreveu o
CLASSIFICAÇÃO: quadro de colangite, e
● Colangite "não-grave" → restrita às vias biliares posteriormente Reynold
○ Tríade de Charcot → presente em uma minoria dos pacientes percebeu que um grupo de
pacientes evoluia pior.
■ Febre com calafrio +
■ Icterícia + Quando houver dor, febre
e icterícia, é obrigatório
■ Dor abdominal (quadrante superior direito)
pensar em colangite!
A tríade de Charcot é a
● Colangite grave → supurativa (a infecção transcende as vias biliares) representação clínica da
fisiopatologia da colangite:
○ Pêntade de Reynolds icterícia devido à obstrução
■ Tríade de Charcot + das vias biliares, febre e
■ Hipotensão + dor devido à infecção e
inflamação.
■ Depressão do SNC
A drenagem imediata é
imprescindível na colangite
CONDUTA: grave, senão o paciente
● Para todos, deve ser feita antibioticoterapia + drenagem da via biliar morre!
○ Na colangite não-grave: geralmente há boa resposta ao antibiótico,
permitindo drenagem eletiva
○ Na colangite grave: drenagem imediata
Icterícia obstrutiva
Tumores periampulares
TRATAMENTO:
● Cirurgia de Whipple (duodenopancreatectomia)
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Tumor de Klatskin
CLÍNICA:
● Icterícia progressiva
● A vesícula não é palpável → a bile não chega ao ducto biliar principal
ULTRASSONOGRAFIA
● Dilatação das vias biliares intra-hepáticas + vesícula "murcha"
Geralmente a progressão é
CLASSIFICAÇÃO DE BISMUTH → caracteriza a progressão da doença ascendente, mas não
● Tipo I → hepático comum necessariamente.
● Tipo II → junção dos hepáticos
● Tipo III
○ IIIa → hepático direito
○ IIIb → hepático esquerdo
● Tipo IV → ambos os hepáticos
Para lembrar...
COLECISTITE AGUDA Cólica biliar > 6h + febre + Sinal de Murphy Antibioticoterapia + colecistectomia em até 72h
Obstrução intestinal
CONCEITO: Um quadro de obstrução intestinal encontra-se presente sempre que o
conteúdo luminal do intestino é impedido de progredir distalmente de maneira
habitual.
● Simples x estrangulada
○ Nas obstruções simples não observamos comprometimento do suprimento
sanguíneo arterial
○ Por outro lado, as obstruções estranguladas se caracterizam por um
comprometimento da vasculatura esplâncnica com consequente isquemia e
necrose do segmento intestinal.
O exemplo mais comum de
● Obstrução em alça fechada → o segmento intestinal encontra-se ocluído nas oclusão em alça fechada é
uma obstrução colônica
suas duas extremidades.
em paciente com válvula
ileocecal competente
SINAIS E SINTOMAS GERAIS:
● Dor em cólica
● Parada de eliminação de gases e fezes
● Peristalse aumentada, de luta → timbre metálico
● Distensão abdominal → quanto mais intensa, maior é o risco de evoluir com
sofrimento isquêmico desse segmento (estrangulamento)
● Indícios de complicações:
○ Febre muitas vezes indica a possibilidade de estrangulamento.
○ Hipotensão e taquicardia → desidratação, peritonite ou ambas
○ Descompressão dolorosa e defesa localizada → sinaliza a possibilidade
de estrangulamento e peritonite
Obstrução mecânica
DEFINIÇÃO: uma obstrução intestinal é considerada mecânica quando existe uma
barreira física (anatômica) dificultando a passagem do conteúdo luminal do intestino
● Mais comum
FISIOPATOLOGIA:
● Obstrução → acúmulo de gases e fluidos
○ Peristaltismo de luta → silêncio abdominal → supercrescimento
bacteriano → distensão e relaxamento da parede → translocação
bacteriana → sepse
○ Aumento da pressão intraluminal
■ Baixa perfusão → Isquemia → Necrose → Perfuração →
Peritonite (abdome em tábua)
■ Separação de fibras musculares → diástase do ceco →
pneumatose do ceco
● Obstrução estrangulada
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Localização
INTESTINO DELGADO
● É o principal local
● Principal causa: aderências
● Manifestações clínicas:
○ Acúmulo de secreções e gás proximal ao sítio de oclusão → aumento da
pressão intraluminal → compressão de veias e edema de alças Normalmente, o jejuno e o
○ Supercrescimento bacteriano íleo proximal são
praticamente estéreis
■ Translocação → manifestações sépticas (livres de bactérias). Com a
■ Hipersecreção de líquidos → desidratação e hipovolemia de obstrução, há um
supercrescimento
graus variados. bacteriano.
○ Vômitos reflexos → são tanto mais precoces quanto mais alta for a
obstrução
■ Agravam as perdas volêmicas
■ Quando a obstrução ileal é alta, os vômitos inicialmente contêm bile e
muco, enquanto na obstrução ileal baixa, os vômitos tendem a ser
fecaloides (cor marrom-alaranjada, odor fétido)
○ A peristalse de luta das alças inicialmente sobrevém, porém, após cerca
de 10 a 12 horas, ela é seguida por atonia e distensão abdominal → as
cólicas tendem a se tornar menos intensas à medida que progride a
distensão
○ Distúrbios hidroeletrolíticos:
Na secreção gástrica
■ Nas obstruções altas (acima do ângulo de Treitz), predomina alcalose predominam H+, Cl- e K+ ||
metabólica hipoclorêmica (por perda de HCl nos vômitos), e há menor Na secreção biliar,
aumento da circunferência abdominal. pancreática e entérica
predominam Na+ e HCO3-
■ A obstrução de porções distais do delgado está envolvida com uma (do piloro para baixo,
maior perda de líquidos para o interior da alça distendida, o que pode perde-se bases)
levar à hemoconcentração, azotemia pré-renal e, ocasionalmente,
choque. Entretanto as anormalidades dos eletrólitos séricos se fazem de
maneira menos intensa devido à menor perda de ácido clorídrico →
predomina acidose metabólica, pela perda de secreções básicas
CÓLON
● Principal causa: adenocarcinoma de cólon Nos casos de obstrução do
intestino grosso, o ceco,
○ O sítio mais comum de perfuração localiza-se em áreas próximas ao tumor. que possui um maior
diâmetro, é um local de
● Manifestações clínicas: risco para a ruptura,
provocando manifestações
○ Dor abdominal e distensão são os sintomas mais frequentes, qualquer graves de peritonite
que seja a causa da obstrução. bacteriana.
○ A constipação tem caráter progressivo e desenvolve-se junto com a
incapacidade de eliminar gases.
Izabela Aburachid - Medicina UFMG 149
Etiologias
CAUSAS FREQUENTES:
PARTICULARIDADES:
ÍLEO BILIAR:
○ Patogênese:
■ Condições predisponentes: presença de cálculo na vesícula + colecistite
aguda
■ A vesícula inflamada forma uma fístula com o duodeno, com passagem
do cálculo
■ No íleo distal (mais estreito), esse cálculo fica impactado → obstrução
mecânica
○ Achados: cálculo ectópico + pneumobilia + distensão de delgado → tríade de
Rigler
Izabela Aburachid - Medicina UFMG 149
Qualquer segmento do
VOLVO DE SIGMÓIDE → torção da víscera sobre o próprio eixo intestino pode evoluir com
● Forma-se uma oclusão em alça fechada → oclusão em 2 pontos volvo, mas o mais comum
simultaneamente (“é o famoso nó nas tripas”) é o volvo de sigmóide.
INTUSSUSCEPÇÃO INTESTINAL → invaginação de uma alça intestinal dentro da outra O local mais frequente da
● Na população pediátrica, é mais frequente e geralmente idiopática intussuscepção é a valva
ileocecal
● Pode acontecer em adultos também, porém geralmente com causa de base (ex.
tumor)
○ A causa mais frequente é neoplásica (sobretudo em cólon direito)
○ Associada também a lipomas, pólipos, endometriose de apêndice,
mucocele de apêndice
● Clínica:
○ Dor abdominal / choro incontrolável
○ Massa palpável (aspecto de salsicha)
○ Fezes em geléia de framboesa / morango → mucossanguinolentas,
devido à descamação da mucosa, que fica friável com o sofrimento
● Diagnóstico:
○ Epidemiologia → criança obstruída
○ Radiografia → distensão de delgado
○ USG
○ Enema com bário ou ar → é ao mesmo tempo diagnóstico e terapêutico,
podendo possibilitar a redução da alça invaginada
● Tratamento:
○ Enema
○ Paciente refratário ou com neoplasia → cirurgia
■ A cirurgia acaba sendo sempre a opção de escolha para adultos
Investigação
TOQUE RETAL → obrigatoriamente deve ser realizado na busca de massas Íons, gasometria e lactato
podem sinalizar isquemia
intraluminais. das alças intestinais
● Avaliar a presença de fezes, massa ou fecaloma
○ Uma ampola retal totalmente livre de fezes (sinal de Hochemberg)
aumenta a suspeita de obstrução. Já a ampola cheia de fezes é mais
sugestiva de causa funcional (problema na peristalse)
○ A presença de sangue na luva nos faz suspeitar de carcinoma ou
intussuscepção.
○ Fecalomas também podem ser encontrados e removidos → frequente de
obstrução em idosos
EXAMES COMPLEMENTARES:
● Radiografia → geralmente, não demonstra a causa da obstrução, mas permite
identificar o local (se há distensão apenas de delgado ou também de cólon)
Izabela Aburachid - Medicina UFMG 149
○ Achados:
■ Distensão de delgado → alças mais centralizadas, com pregas
coniventes (“em pilhas de moedas”)
■ Distensão de cólon → mais periféricas e grosseiras, com
presença de haustrações
● TC de abdome
○ Pode determinar a causa com mais precisão → zona de transição com
uma alça distendida e outra colapsada.
○ A grande desvantagem da TC é que esta somente detecta sinais
sugestivos de estrangulamento em estádios avançados e irreversíveis,
como a presença de pneumatose intestinal.
● EDA
○ Todo paciente com suspeita de obstrução colônica deve ser submetido a
uma proctossigmoidoscopia.
○ A colonoscopia é contraindicada, pois a insuflação de ar para a
realização do procedimento pode levar à perfuração intestinal.
Tratamento
Abordagem diagnóstica:
1a Pergunta: A obstrução tem sede no intestino delgado ou no intestino
grosso?
Izabela Aburachid - Medicina UFMG 149
Obstrução funcional
● Ocorrem por comprometimento da função motora
Doença diverticular
DIVERTICULOSE
CONCEITO:
Um exemplo de divertículo
● Pseudodivertículo → herniação de mucosa e submucosa do cólon e sigmóide verdadeiro é o divertículo
(não inclui ac amada muscular) de Meckel
O divertículo geralmente
está na borda da tênia de
rede mesentérica
EPIDEMIOLOGIA:
● Mais comum em idosos
○ Processo crônico e insidioso
○ Depende também de enfraquecimento da parede colônica
● A prevalência da doença diverticular é elevada em populações de países
industrializados
● 95% dos divertículos estão à esquerda (ocidente)
Apresentação clínica
Tratamento
DIVERTICULITE
CONCEITO: diverticulite consiste na inflamação no entorno do divertículo, secundária à
microperfuração ou perfuração
Apresentação clínica
SINTOMAS:
Quadro semelhante a uma
● Dor no quadrante inferior esquerdo "apendicite do lado
● Febre baixa esquerdo" em paciente
● Alteração do hábito intestinal discreta e aguda idoso
● Disúria por compressão da bexiga pelo sigmóide (inflamação na pelve) A diverticulite deve ser
● Distensão abdominal, náuseas e vômitos (nos casos de peritonite localizada ou suspeitada em todo
paciente que desenvolva
difusa) dor em QIE, que piora com
defecação, e que
EXAME FÍSICO eventualmente está
associada com sinais de
● Sinal da tosse muito doloroso → abdome agudo cirúrgico irritação peritoneal e
● Sinal de Blumberg alterações do trânsito
intestinal. Ao exame, o
● Defesa involuntária → sinal de peritonite
paciente pode estar com
febre baixa, e pode haver
massa palpável no local da
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS dor. O laboratório mostra
● Apendicite aguda leucocitose neutrofílica e
aumento de marcadores de
● Colite isquêmica → paciente apresenta sangramento intestinal associado à dor
fase aguda, como a
● Doença inflamatória intestinal → também pode simular diverticulite proteína C reativa.
● Síndrome do intestino irritável → 30% dos pacientes com diverticulite de repetição tem
síndrome do intestino irritável associada
● Infecção do trato urinário
● Nefrolitíase
● Doença ginecológica
● Câncer de cólon
● Colonoscopia
○ Não é indicada na fase aguda (aumenta o risco de perfuração)
○ Indicada 4-6 semanas após a crise aguda para afastar a possibilidade
câncer colorretal
COMPLICAÇÕES:
● Abscesso → mais comum
● Peritonite → mais grave
● Fístula → a inflamação pericolônica pode gerar aderências entre as estruturas
abdominais e, consequentemente, fístula, drenando a secreção.
○ Principal: fístula colovesical → urina com ar (pneumatúria) ou com
qualquer conteúdo alimentar
○ Fístula coloentérica → causa diarreia, já que há aderência do intestino
delgado ao sigmóide
○ Fístula colovevaginal → eliminação de fezes pela vagina
■ Ocorre sobretudo em mulheres histerectomizadas
Estadiamento
CLÍNICO:
● Isolada não complicada → episódio isolado de diverticulite aguda
● Recorrente não complicada (crônica) → mais de um episódio discreto
● Complicada → diverticulite aguda, associada com abscesso, fístula, obstrução,
perfuração ou estenose
● Smoldering → diverticulite aguda associada com sintomas crônicos
Conduta
2) Sim, há complicações
● a) Hinchey I ou II → abscesso > 4 cm Lembrar que antes do
diagnóstico e da cirurgia
○ Drenagem + antibioticoterapia IV + cirurgia eletiva eletiva, deve-se fazer
■ Cirurgia utilizada: sigmoidectomia com anastomose primária colono!
terminoterminal (para prevenir recorrência)
Lembrar: em coleção
■ Entretanto, atualmente questiona-se a necessidade da cirurgia abdominal > 4 cm, é
necessário drenagem (atb
não vai resolver sozinho!)
● b) Hinchey III ou IV → peritonite
○ Ressucitação volêmica e antibioticoterapia
○ Cirurgia de urgência → colectomia a Hartmann
■ A conduta ideal consiste na ressecção cirúrgica do segmento doente
associado à lavagem da cavidade abdominal, o que pode ser feito por
meio de laparotomia ou laparoscopia.
■ Hartmann = sigmoidectomia com ostomia terminal e fechamento do
coto retal → a reconstrução do trânsito será feita em outro momento,
para evitar complicações
➔ Obs: apenas para o estágio III de Hinchey, pode-se optar por lavagem
laparoscópica ao invés da colectomia a Hartmann (tentativa de sair da cirurgia
de urgência e programar uma eletiva)
DIVERTÍCULOS → principal causa de hemorragia digestiva baixa (cerca de 50% dos Acredita-se que quando o
divertículo se forma, ele
casos) “carrega” uma das
● O sangramento digestivo baixo ocorre em cerca de 15% dos pacientes com artérias penetrantes
diverticulose intestinal. (vasos retos) consigo → o
Izabela Aburachid - Medicina UFMG 149
○ Ocorre, na maioria dos casos, na ausência de inflamação aguda ou vaso pode ficar
aprisionado e tracionado
crônica. na cúpulado divertículo
○ O risco de novo sangramento é de aproximadamente 30%, porém, diverticular, separado do
aumenta para 50% após o segundo episódio. lúmen intestinal por uma
fina camada mucosa. O
● Embora os divertículos sejam mais comuns no sigmoide, a hemorragia trauma mecânico pode
diverticular é proveniente do cólon direito em 50-70% dos pacientes → maior provocar erosão mucosa e
fragilidade da parede
propensão a sangrar dos divertículos à direita (são maiores e apresentam base arterial, que então se torna
mais larga, expondo uma extensão maior da artéria penetrante) propensa ao rompimento.
● Quadro clínico: HAS e AINEs aumentam o
risco de sangramento
○ O sangramento é indolor e sem sinais de proctite (tenesmo, urgência
fecal), e o exame do abdome é “inocente”
○ A hematoquezia é autolimitada em 70-80% dos casos.
○ Entretanto, alguns pacientes (5%) apresentam sangramento maciço
(pois o vaso sangrante do divertículo é arterial)
■ Geralmente têm entre 50-70 anos e apresentam-se com
comorbidades (doença coronária, nefropatia...) → maior taxa de
mortalidade da hemorragia
■ Estes necessitarão de ressuscitação volêmica e intervenção
terapêutica imediata.
Para lembrar...
Apresentação clínica
Abordagem inicial
AVALIAÇÃO CLÍNICA:
● HP:
○ Doença hepática ou renal
○ Uso de medicamentos (lembrar da aspirina)
○ Presença de dispepsia ou úlcera péptica
○ Infecção pelo HIV
● Sinais vitais → avaliar a repercussão hemodinâmica
● Características das fezes
PROPEDÊUTICA:
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● Arteriografia
○ Sensibilidade variável → detecta apenas sangramentos ativos (> 0,5-1
mL/Kg)
○ Permite diagnóstico e tratamento!
Conduta
CIRURGIA:
Necessidade de transfusão
● Indicações:
→ marcador de gravidade
○ Necessidade de transfusão superior a 1500mL de sangue + persistência - < 4 bolsas de CH em 24h
do sangramento → pouca chance de
necessitar cirurgia
○ Necessidade de transfusão > 2000 mL de sangue para estabilização - 4 ou mais bolsas de CH
hemodinâmica em 24h → maior chance
○ Sangramento contínuo por mais de 72h de requerer cirurgia
● Orientações:
○ Colectomia segmentar se corretamente identificada a fonte Utilizar a endoscopia
■ Lembre-se: não confiar na cintilografia para orientação intra-operatória se a fonte
não foi identificada
■ Ressecções segmentares tem taxa de ressangramento de até
75% se a fonte não for localizada
○ Colectomia subtotal se a fonte não for localizada
○ Colectomia subtotal em fontes bilaterais de sangramento
➔ Nos casos de colectomia subtotal, certifique-se de que não há
sangramento no intestino delgado, para não retirar o cólon
inadvertidamente!
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Retocolite ulcerativa
ANATOMOPATOLOGIA:
Acometimento
3 regras da retocolite ulcerativa: retocolonico superficial,
● 1. Limitada ao retocólon ascendente e contínuo →
○ Portanto, poupa o ânus como o acometimento é do
TGI baixo, não há
○ Geralmente começa no reto → 50% dos casos são de retossigmoidite disabsorção!
■ O reto é, geralmente, o primeiro a ser acometido e também o
Pra guardar: é como se
último a melhorar com o tratamento colocasse uma rolha no
○ Vai invadindo o cólon ânus, e uma maré de
■ Colite esquerda → 30% inflamação iniciada no reto
vai inundando o cólon
■ Pancolite → 20%
● Cuidado! → nos casos de pancolite, pode haver inflamação
também da válvula ileocecal, determinando ileíte de refluxo →
nesse caso raro, de exceção, pode cursar com síndrome
disabsortiva!
● 2. Limitada à mucosa
Os pseudopólipos são
cicatrizes de inflamação
● Criptite e microabscessos
Doença de Crohn
ANATOMOPATOLOGIA: Crohn cursa com a
mutação do gene
● 1. Acomete todo o TGI → da boca ao ânus! NOD/CARD15 →
○ Entretanto! → adora o ânus, mas frequentemente poupa o reto importância mais histórica
(diferente da retocolite) do que prática
○ Ileocolite → dor e/ou massa em quadrante inferior direito, em mais de A Doença de Crohn vem
50% dos casos crohn tudo! → acomete
todo o TGI, é transmural
■ Portanto, gera síndrome disabsortiva
● 2. Padrão transmural
Complicações
MEGACÓLON TÓXICO:
Paciente toxêmico e com
● Mais comum na retocolite ulcerativa cólon gigante → morre de
● Mais frequente no cólon transverso SIRS
(inibidor de TNF-alfa)
○ Cirúrgico → para os pacientes refratários ao tto clínico
■ Colectomia + ileostomia
CÂNCER COLORRETAL:
● Também é mais comum na RCU
● Fator de risco: aumenta junto da extensão e da duração da doença
○ Vigilância: colonoscopia anual
■ Acompanha toda a extensão da doença
■ Após 8-10 anos de doença, realizar colonoscopia com biópsias
anualmente
● Tratamento: se a colono detectar displasia de alto grau ou câncer, fazer
colectomia!
Tratamento
TRATAMENTO CLÍNICO: A forma de tratamento
mais eficaz é com a droga
1. Mesalazina e Sulfassalazina → VO ou retal mais potente, seguida de
● Precisam sempre ser associadas a suplementação de folato (porque consomem descalonamento.
folato) Entretanto, no sistema
público brasileiro, por
● Sua atuação depende da ativação por bactérias colônicas questões de custo, faz-se o
● São boas para a manutenção tratamento em degraus
(crescente).
TRATAMENTO CIRÚRGICO:
Indicações:
● Displasia de alto grau ou câncer
● RCU: hemorragia gastrointestinal ou megacólon tóxico REFRATÁRIOS
● DC:
○ Fístulas e fissuras REFRATÁRIAS
○ Estenose com obstrução intestinal
Técnicas cirúrgicas:
● RETOCOLITE ULCERATIVA:
○ Proctocolectomia + ileostomia definitiva → idosos, comorbidades, Ca
de reto
○ Proctocolectomia + anastomose entre a bolsa ileal e o reto ou ânus
■ A anastomose com o ânus é a mais usada
■ A anastomose com o reto é mais usada para mulheres em idade
fértil, que ainda pretendem engravidar (pois a outra técnica gera
mais aderências e pode prejudicar a fertilidade)
Izabela Aburachid - Medicina UFMG 149
● DOENÇA DE CROHN:
○ Ressecção do segmento doente com anastomose primária →
entretanto, as recidivas eram frequentes e o destino do paciente era
evoluir com síndrome do intestino curto
○ Estenoplastia (ou estricturoplastia) → mais usada atualmente, pois
reduz a ocorrência de reestenose
Para lembrar...
QUADRO COMPARATIVO
Ao RX, intestino afetado assimetricamente de maneira Parede intestinal acometida simétrica e continuamente
segmentar (áreas poupadas entre as acometidas) desde o reto proximal
Sumário:
PARTE 1: Temas introdutórios (Internato de Cirurgia - Parte 1)
● Distúrbios Hidroeletrolíticos
○ Conceitos sobre a fisiologia hidroeletrolítica
○ Distúrbios do sódio
○ Distúrbios do potássio
● Distúrbios Ácido-básicos
● Assistência Médica Pós-Operatória
● Noções Básicas de Anestesia e acessos venosos
● Terapia enteral: Indicações e Vias de Acesso
● Avaliação Radiológica em Cirurgia
BENIGNO X MALIGNO
● Idade
● Tabagismo O melhor exame para
● Tamanho avaliar as característica de
um nódulo pulmonar é a
● Contorno tomografia
● Crescimento → crescimento nos últimos 2 anos
○ Um nódulo que se manteve do mesmo tamanho em 2 anos é benigno
As duas últimas
● Calcificação →
diferentes padrões de calcificação características são as de
○ Sugerem benignidade: maior peso para avaliação
da benignidade ou
■ Calcificação central
malignidade de um nódulo
■ Calcificação difusa
■ Calcificação irregular (em pipoca) → sugere hamartoma
○ Sugerem malignidade:
■ Calcificações excêntricas
Conduta
FATORES DE RISCO:
● O principal fator de risco para todos os tipos histológicos de câncer de pulmão é
o tabagismo
○ CARGA TABÁGICA (maços/ano) → maços/dia x anos fumados
● História familiar → pesquisar na anamnese
● Fatores ambientais
RASTREAMENTO:
● É indicado para uma p opulação específica → fumantes atuais ou prévios (que
cessaram a menos de 15 anos) + idade entre 55 e 74 anos + carga tabágica
de pelo menos 30 maços/ ano
● Método: T C de baixa dosagem (TCBD)
● Frequência: a
nualmente
TIPOS HISTOLÓGICOS
O câncer epidermóide é
● NÃO-PEQUENAS CÉLULAS (80%) → se subdivide em 3 tipos histológicos relacionado às mais altas
○ Epidermóide (escamoso) - 30% cargas tabágicas; com a
■ Era o câncer mais comum no passado → relacionado à mais mudança comportamental
nos últimos anos, houve
altas cargas tabágicas redução da sua incidência
■ Localização mais central, envolvendo grandes brônquios
○ Adenocarcinoma - 40%
■ É o mais comum atualmente
■ Tem localização classicamente mais periférica, estando
associado a derrame pleural
○ Grandes células (anaplásico) - <10%
● PEQUENAS CÉLULAS
○ Oat-Cell
■ Pior prognóstico → geralmente descoberto fora de possibilidade
curativa
■ Origem neuroendócrina
Manifestações clínicas
METÁSTASE
● Sítios mais comuns de metástase à distância:
○ Suprarrenais
○ Fígado
○ Osso
○ SNC
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS:
Carcinoma Peptídeo PTH-like → hipercalcemia
Qualquer manifestação
epidermóide que tenha origem na
liberação de substâncias
Adenocarcinoma Citocinas inflamatórias → osteoartropatia pulmonar pelo câncer → hormônios,
peptídeos…
hipertrófica (reação periosteal que gera alterações ósseas e
articulares) Não dependem do
● Clássico: baqueteamento digital tamanho do tumor !
Para lembrar:
Anaplásico Não está associado a nenhuma síndrome paraneoplásica - Epthdidermóide
- Aderramecarcinoma
Oat-cell ● ACTH ectópico → s índrome de Cushing - Oacth-cell
Diagnóstico e investigação
PROPEDÊUTICA INVASIVA:
● Broncoscopia → pode ser utilizado para tumores centrais
● Punção pleural → deve ser realizada para estudo do líquido pleural com citologia
oncótica
● Mediastinoscopia
○ Aparelho VAMLA
○ Avaliação do mediastino é recomendada nos casos de tumores centrais,
mesmo com PET-CT negativo no mediastino
● Ultrassom endobrônquico → alternativa à mediastinoscopia para biópsias
linfonodais
● Toracoscopia
● Toracotomia exploradora
Estadiamento
NÃO-PEQUENAS CÉLULAS:
O TNM do pulmão
depende principalmente do
T1 < 3 cm tamanho do tumor
T2 > 3cm; ou
Invade brônquio fonte ou gera atelectasia lobar
T3 > 5 cm; ou
Invade parede torácica (ex. Pancoast)
N3 Contralaterais ou supraclaviculares
- Já é i rresecável, impedindo cirurgia
curativa
M1 ● Derrame pleural neoplásico
(identificação de células malignas após
toracocentese)
● Metástase à distância
Tratamento
PEQUENAS CÉLULAS:
● LIMITADO →
QT + RT (cirurgia rara)
○ Baixa chance de cura
Procedimentos paliativos:
● AVANÇADO →
T ratamento paliativo controle de derrame
○ QT associada ou não a RT pleural ou pericárdico
maligno
○ Não se opera
Cirurgia pediátrica
Anomalias congênitas
ATRESIA DE ESÔFAGO
DEFINIÇÃO: m
alformação congênita que consiste em interrupção da luz esofágica, (aula no slideshare)
podendo haver comunicação com a árvore brônquica
● Na embriogênese, a f ormação das vias aéreas e tubo digestório têm origem de Há importância da história
um tubo único que se dicotomiza → podem ocorrer malformações com familiar
comunicação
TIPOS: A,B,C,D,E
● O t ipo C é o mais comum → o esôfago proximal termina em fundo cego A - somente atresia (7%)
(atrésico), e o esôfago distal apresenta comunicação com a traqueia (atresia de B - Atresia com fístula
proximal (2%)
esôfago com fístula traqueoesofágica distal) C - Atresia com fístula
○ Leva a um quadro de regurgitações frequentes e presença de bolha distal (86%)
D - Fístula distal e
gástrica à radiografia (há chegada de ar ao estômago)
proximal, com atresia em
● O segundo tipo mais comum é a atresia sem fístula → a distância entre os cotos ambas (1%)
é maior, representando um caso mais grave E - fístula H (4%)
● Outros casos incluem dupla fístula, fístula proximal e fístula traqueoesofágica Diagnósticos diferenciais
sem atresia (quadro mais grave e de diagnóstico difícil) para criança que apresenta
engasgo e apneia logo
após comer:
- DRGE
- Fístula traqueoesofágica
pura
- Fenda laringopalatina
Diagnóstico
APRESENTAÇÃO CLÍNICA:
Polidrâmnio deve levantar
● Polidrâmnio na gestação pode permitir o diagnóstico pré-natal → prejudica a
suspeita de atresias do
deglutição de líquido amniótico pelo feto trato gastrointestinal
● Dificuldade/incapacidade de passar sonda nasogástrica na sala de parto
○ Considerar como diagnóstico diferencial a atresia de esôfago (dificuldade por Uma das manobras de
APGAR é a reatividade
passagem oral e nasal) ou de coanas (dificuldade apenas por passagem de
durante a passagem de
sonda nasal) sonda nasogástrica
● Sialorréia (salivação intensa)
○ Sintomas respiratórios (aspiração da saliva)
○ Regurgitação imediata após a mamada Não deve ser utilizado
● Pode haver distensão gástrica se houver fístula traqueoesofágica contraste iodado, que
poderia gerar pneumonia
grave em caso de
AVALIAÇÃO COMPLEMENTAR: aspiração
● Esofagograma → imagem característica do c ontraste retido no esôfago, que é Quando a fístula
interrompido; presença de ar no TGI indica a presença de fístula traqueoesofágica é grave,
pode ocorrer pneumonite
traqueoesofágica por aspiração do contraste
Tratamento
COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS:
● Precoces:
○ Fístula de anastomose →
95% fecham-se espontaneamente com jejum e
nutrição parenteral periférica
○ Recidiva de fístula traqueoesofágica → requer reabordagem cirúrgica
● Tardias:
○ Estenose de esôfago
○ Impactação de alimento no esôfago
○ Refluxo gastroesofágico →
complicação mais frequente
EPIDEMIOLOGIA:
● Mais comum no sexo masculino → 4:1 ou 5:1
● Mais comum entre a 2°-8° semanas de vida → os sintomas se instalam
gradualmente
Diagnóstico
EXAMES COMPLEMENTARES:
● US → visualiza-se o piloro hipertrofiado, sendo possível realizar uma medição da
hipertrofia;
○ Sinal do alvo → visualiza-se as camadas musculares concêntricas do
piloro em corte transversal ao US
○ Mais barato e livre de radiação → exame de escolha
● REED → visualização do conteúdo do contraste acumulado no estômago e um
conteúdo afilado passando pelo piloro;
○ Bom para diagnóstico diferencial de vômito
Tratamento
COMPLICAÇÕES:
● Miotomia incompleta
● Perfuração da mucosa
● Infecção da incisão
ANOMALIA ANORRETAL
● Inclui uma variedade de anomalias, que podem estar ou não associadas à
anomalia anorretal
MALFORMAÇÕES ASSOCIADAS:
● Geniturinárias → 20-54%
● Vertebrais e sacrais → 6%
● Gastrointestinais → 10-20%
● Cardiovasculares → 7%
● Síndrome de VACTERL
Diagnóstico
PROPEDÊUTICA:
● Radiografia abdominal em AP e em ortostatismo
○ Pode-se utilizar moeda no local do ânus imperfurado → avaliar a
distância entre o ânus e a alça intestinal, permitindo a classificação como
anomalia anorretal alta ou baixa (distância entre a marca e o reto maior
ou menor do que 1 cm, respectivamente)
● US do trato urinário → buscar por anomalias urogenitais
Tratamento
ATRESIAS GASTROINTESTINAIS
CAUSAS: Redução da frequência
atualmente
● INTRÍNSECAS → atresia, estenose, membranas
○ Altas Possivelmente associadas
■ Atresia duodenal é o quadro mais frequente a evento isquêmico
intestinal durante a
■ Atresia jejunal embriogênese
○ Colônicas → muito raras
EXAMES COMPLEMENTARES:
● Fazer r adiografia abdominal nas primeiras horas de vida → grandes níveis
hidroaéreos
○ Pode-se passar sonda nasogástrica e injetar ar
Tratamento
PATOGÊNESE:
● Evisceração completa das vísceras intra-abdominais, sem membranas
recobrindo-as
○ Normalmente, baço e fígado são tópicos
● Defeito pequeno, geralmente à direita do cordão umbilical
● Se deve a uma malformação da própria cavidade abdominal (hipoplásica)
TRATAMENTO:
● Na maioria dos casos, o intestino em contato com o líquido amniótico fica
inflamado (serosite) → aumenta o volume do conteúdo herniado, em associação
com a cavidade abdominal hipoplásica, impedindo muitas vezes a redução do
conteúdo
○ Caso seja forçada a redução, pode ocorrer s índrome compartimental
abdominal → compressão da veia cava e restrição ventilatória →
redução do débito cardíaco → choque restritivo
● A criança fica sedada para relaxar a cavidade abdominal, coloca-se bolsa
envolvendo as alças intestinais, faz-se "ordenha" e aguarda-se "a redução das
alças" → faz-se correção-se com cerca de 10 dias de vida
○ Mantém-se sonda nasogástrica para drenagem de conteúdo abdominal
e nutrição parenteral
○ Antibioticoprofilaxia
Onfalocele
PATOGÊNESE:
● Defeito da parede central (umbigo "no domo" do defeito)
Lembre-se:
○ Tamanhos variados onfalo=umbigo e
■ Pode haver onfalocele pequena, chamada de "cisto do cordão" cele=conteúdo → bolsa
■ Pode haver evisceração do fígado que sai do umbigo
● As alças evisceradas são r ecobertas por uma membrana (gelatina de Wharton)
○ Pode ser recoberto por peritônio e âmnio São doenças graves. Em
muitos centros, a taxa de
mortalidade é maior que
50%
Crianças
imunossuprimidas com
mais risco de enterocolite
necrosante
TRATAMENTO:
● Correção eletiva
● Nos casos de onfalocele pequena e sem cardiopatias associadas, pode-se operar
nos primeiros dias de vida
● Nas onfaloceles gigantes, não é possível a redução do conteúdo abdominal, e
nos casos de cardiopatia associada há grande risco de descompensação →
esperar para que ocorra epitelização do defeito (pode levar 3-4 meses), com
correção tardia
UROPATIAS OBSTRUTIVAS
● Principal causa de insuficiência renal terminal e indicação de transplante renal na
população pediátrica
● Geram predisposição à infecções do trato urinário
TIPOS:
● Estenose da junção ureteropélvica (JUP)
○ Estenose alta do trato urinário, no encontro dos ureteres com a pelve
renal
○ A maioria é unilateral (bilateral em 10-15%)
○ Anomalia mais frequente (70%)
● Estenose de junção vésico-ureteral (JUV)
○ Estenose baixa → gera ureterohidronefrose (pode evoluir para
"megaureter")
● Refluxo vesicoureteral
Diagnóstico
PROPEDÊUTICA:
Nos primeiros dias de vida
● Ultrassonografia de vias urinárias pós-natal → idealmente após 48-72h
ocorre oligúria fisiológica,
○ Na JUP, não se espera dilatação ureteral que pode subdimensionar
a dilatação
● Cintilografia é feita apenas na suspeita de exclusão renal
○ Classificação de uretero-hidronefrose: g
raus I a V
■ Grau V: dolicomega-ureter
Tratamento
ESTENOSE DA JUP:
Na hidronefrose I e II,
● Na hidronefrose bilateral, adota-se conduta mais intervencionista dificilmente o caso evolui
● Em geral, após o primeiro US, f az-se antibioticoprofilaxia e repete-se o US em para cirurgia (costuma
cerca de 6-8 semanas regredir
espontaneamente). Nem é
○ Manutenção/evolução para hidronefrose grau IV → operar necessário o uso de
○ Manutenção de hidronefrose grau III → enquanto não houver piora, antibioticoprofilaxia
pode-se manter acompanhamento ultrassonográfico de 6/6 meses
Tumores sólidos
● Atualmente, os tumores sólidos são a causa mais comum de massa abdominal Antigamente, a principal
causa de massas
→ detecção ao exame de rotina deve levar ao encaminhamento para especialista abdominal eram uropatias
● A maioria dos tumores nas crianças são de origem embrionária, e respondem obstrutivas
bem ao tratamento quando o diagnśotico é precoce
Apresentação
EXEMPLOS:
● Neuroblastoma
● Tumor de Wilms (nefroblastoma)
● Hepatoblastoma
● Tumores de córtex da adrenal
● Sarcoma de partes moles
● Tumores germinativos
Úlcera de membros inferiores
Introdução
CONCEITO: ú
lcera é a perda de um revestimento tecidual
● No caso dos membros inferiores, ocorre p erda do tegumento → muitas vezes
não fica restrita a pele, podendo acometer tecidos mais profundos
● Complicações infecciosas e funcionais A úlcera não é uma doença
em si, mas um s inal (ponta
● A correta identificação do distúrbio subjacente responsável pela úlcera e seu do iceberg)
tratamento é fundamental, sendo o mais importante determinante da cura
Causas
Abordagem diagnóstica
CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS
ANAMNESE:
● História clínica
○ Evolução → tempo de evolução, fator desencadeante (principalmente Ser específico com relação
à localização
trauma ou infecções) ou surgimento espontâneo, história de tratamento,
se já houve cicatrização, recidiva
○ Fatores de risco → doenças cardiovasculares (idade, sexo, tabagismo,
diabetes, hipertensão, dislipidemia)
○ Comorbidades → história de doença cardíaca (IAM prévio, classe Sistemas fisiológicos
principais devem ser
funcional), sequelas neurológicas (AVE prévio), função renal, função avaliados
pulmonar
● Característica da dor →
importante para o diagnóstico
○ Úlceras de estase → geralmente são indolores, se tornando dolorosas
apenas na vigência de infecção secundária
○ Arteriais (isquêmicas) e hipertensivas → extremamente dolorosas
■ Acorda o paciente a noite
■ Alívio somente com analgésicos potentes
EXAME FÍSICO:
● Sinais de insuficiência venosa ou arterial periféricas
Do tornozelo para baixo,
● Caracterização das lesões são mais frequentes as
úlceras neuropáticas e
○ Única ou múltiplas arteriais. A região mais
○ Localização → direciona para uma etiologia específica comum da úlcera de estase
■ Pé → planta, dorso, artelhos, calcâneo é perimaleolar
ÚLCERA DE ESTASE
Introdução
EPIDEMIOLOGIA:
● Acomete 1 a 2% da população mundial Explicar para o paciente
● 60 a 70% delas apresenta ulcerações, sendo o padrão de apresentação que o processo de
intermitente cicatrização é demorado,
sendo que após 2 anos
● Presença de úlcera de estase sinaliza prognóstico ruim → ocasiona perda da 25% dos pacientes
qualidade de vida (embora seja relativamente benigna do ponto de vista de continuarão com a lesão, e
após 5 anos, 10% dos
mortalidade) pacientes!
○ Apenas 50% irão cicatrizar em um período de 4 meses
○ Recidiva anual de 6-15%
FATORES DE RISCO:
● Idade avançada
● IMC elevado
● TVP prévio
● História familiar de tromboembolismo venoso ou varizes
● Episódios de tromboflebite superficial ou ruptura venosa espontânea
● Multíparas
● Ortostatismo prolongado → o ortostatismo sem movimentação é pior
○ Prevenção: uso de meias compressivas
Quadro clínico
Investigação:
● Identificar a origem da úlcera →
d
uplex de MMII
○ Sistema venoso profundo
○ Sistema venoso superficial (acima da fáscia muscular) → tratamento
mais simples
● Alteração funcional
○ Refluxo
○ Obstrução
Tratamento
Objetivos:
● Cicatrização da ferida
● Prevenção da recidiva → necessário tratar a causa
ESTRATÉGIAS:
● Terapia compressiva (padrão-ouro) → proporciona melhora hemodinâmica A estase ("hipertensão
venosa") impede o
adequado aporte de
● Tratamento local da úlcera oxigênio e nutrientes
○ Limpeza da úlcera com água ou SF → impedir proliferação bacteriana
○ Manter a ferida úmida, para favorecer a proliferação celular e a Uso de medicamentos
acomodação das células → curativos específicos (hidrogel, alginato), uso sistêmicos não tem
evidência
de óleo mineral
○ Se houver tecido desvitalizado ou necrótico, é necessário o
desbridamento (cirúrgico ou químico)
■ Impede a reepitelização enquanto estiver presente
ÚLCERA ARTERIAL
Introdução
Quadro clínico
ÚLCERA HIPERTENSIVA
Introdução
FISIOPATOLOGIA: hipertensão arterial sistêmica grave lesa e obstrui arteríolas Menos frequente: 1-2%
das úlceras de membros
● Lesão microvascular inferiores
FATORES DE RISCO
● Mulheres
● HAS grave (PAD > 120 mmHg)
● Associação com diabetes
Quadro clínico
● Dor intensa
● Características das úlceras:
○ Localização: terço distal anterior lateral da perna
○ Formato: úlceras arredondadas de 2-4 cm
○ Fundo pálido, base necrótica ou granulosa
○ Bordas violáceas
○ Se iniciam rasas
○ Geralmente tem origem espontânea
● Presença de pulso → diagnóstico diferencial com as úlceras isquêmicas
Tratamento
ÚLCERAS NEUROPÁTICAS
Introdução
PÉ-DIABÉTICO → principal
● Se origina da n
europatia → predispõe a deformidades e ulceração Principal gasto de saúde
○ Sensitiva → predispõe a lesões pública com morbidades
○ Motora relacionadas ao diabetes!
Quadro clínico
Tratamento
DIVISÃO ANATÔMICA:
O pescoço é dividido em níveis de I a VI:
● Nível I = região submentoniana (IA) e submandibular (IB)
● Nível II = jugular alta ou superior (IIA / IIB posterior à veia jugular interna)
● Nível III = jugular média
● Nível IV = jugular baixa ou inferior
● Nível V = trígono posterior do pescoço
● Nível = VI o espaço visceral do pescoço, ou seja, linfonodos localizados
medialmente à carótida.
○ Considera-se o trígono posterior a região posterior ao músculo
esternocleidomastóideo e anterior ao músculo trapézio.
● Nível VI = se estende até o tronco braquicefálico no mediastino anterossuperior
● Nível VII = arco aórtico e carótidas comuns → mediastino superior
● Congênita: cisto dermóide, teratoma, cisto tireoglosso, cisto branquial, costela Ver detalhes sobre cada
etiologia abaixo
cervical, hemangioma ou linfangioma.
○ O diagnóstico das lesões congênitas geralmente é clínico.
● Divertículo de Zenker
○ Raramente se manifesta como massa → é mais visível do que palpável
○ Pacientes mais velhos (geralmente acima de 60 anos)
● Linfonodomegalias → causa m
ais comum
○ Infecciosas ou reacionais → TB, sífilis, toxoplasmose, rubéola,
mononucleose, CMV, sarcoidose
■ EBV, CMV, HIV, toxoplasmose e bartonella podem ser causa de
massas de evolução mais crônica
○ Neoplasias
■ Neoplasia primária (linfoma)
■ Secundária (metástase)
História clínica
SEXO:
● Nódulos e carcinoma de tireóide são mais freqüentes em mulheres que em
homens. Entretanto, se considerarmos os nódulos tireoidianos em pacientes do
sexo masculino, o carcinoma de tireóide será percentualmente mais freqüente.
● O carcinoma espinocelular das vias aéreas e digestivas superiores, que cursa
frequentemente com metástases cervicais, é mais freqüente em homens.
TEMPO DE APARECIMENTO
Tempo de percepção da
● Classificação: massa nem sempre
○ Agudo: < 30 dias significará o seu real tempo
de evolução
○ Subagudo: 30-90 dias
○ Crônico: > 90 dias
quadro infeccioso.
○ A f ebre crônica em um quadro clínico mais arrastado, oligossintomático,
com linfonodos palpáveis (unilateral, em níveis específicos do pescoço)
sugere linfoma e doenças infecciosas específicas.
○ Sintomas relacionados a vias aéreas e digestivas superiores como
disfagia, rouquidão ou sensação de corpo estranho na faringe de
evolução progressiva chamam a atenção para a possibilidade de
metástase cervical de tumores primários da região.
CONTEXTO EPIDEMIOLÓGICO:
● Tabagismo e etilismo: fatores de risco para neoplasias
● Contato com pessoas com doenças infectocontagiosas.
Exame físico
CISTOS:
● Cisto dermóide: mais comum na infância, e situado sempre na linha média;
cístico, indolor, translúcido
● Cisto braquial: na criança e no adulto jovem, nos níveis II e III, indolores, de
consistência elástica
● Hemangiomas
● Linfangiomas
TUMORES
● Tumor de glândulas salivares A hipertrofia de masseter
deve ser diferenciada dos
○ Podem ser confundido com linfadenomegalia tumores de parótida
○ Qualquer massa junto ao ângulo da mandíbula ou na região
submandibular, devem ser pensados como tumor de parótida ou de
submandibular
○ Abordagem complementar: o d
iagnóstico é clínico, e não deve ser
realizado qualquer tipo de biópsia! → prejudica a abordagem definitiva
da lesão, aumenta o risco de recidiva local e de lesão do nervo facial
● Tumores neurogênicos
○ Schwannomas → mais comum
■ Massas únicas
■ Consistência endurecida
Normalmente o trajeto no
■ Geralmente localizados nos 4 últimos nervos cranianos ou nas espaço parafaríngeo segue
cadeias simpáticas e parassimpáticas; espaço parafaríngeo e no o nervo vago
trajeto do nervo vago
AFECÇÕES DA TIREÓIDE:
● Hiperplasias nodulares → consistência mais elástica e irregular, podendo haver
um ou mais nódulos
● Cânceres tireoidianos → consistência mais endurecida
● Tireoidites
DIVERTÍCULO DE ZENKER:
● Se apresenta como uma massa de consistência cística localizada no nível II do
pescoço, principalmente à esquerda e anteriormente ao músculo
esternocleidomastóideo.
● Pode apresentar ruídos hidroaéreos quando da deglutição e da mobilização
lateral.
● Para o diagnóstico, o estudo contrastado do esôfago é de grande utilidade →
há um enchimento do divertículo com o contraste oferecido por via oral. A
endoscopia digestiva alta também pode ser utilizada, porém nem sempre
conseguirá visualizar o orifício de entrada do divertículo, além de apresentar um
risco de perfuração.
LINFOMAS
● Geralmente se mostram como uma l infadenomegalia localizada, e a consistência
dos linfonodos é borrachóide. Com o evoluir do processo teremos uma
linfoadenomegalia em múltiplos níveis, e há coalescência de linfonodos
● Diagnóstico: a PAAF não é adequada para a sua classificação, portanto a
biópsia a céu aberto do linfonodo deve ser realizada.
○ Deve-se retirar um linfonodo inteiro, sem violação de sua cápsula.
○ Nos casos de linfonodos coalescentes onde esse procedimento não for
possível deve-se fazer então uma biópsia incisional ampla
Exames complementares
PROPEDÊUTICA
● Hemograma: se a suspeita inicial é de uma linfadenomegalia reacional
inespecífica ou nas leucemias
● Sorologias específicas quando se suspeita de doenças específicas como
mononucleose, toxoplasmose, sífilis, rubéola, citomegalovírus ou SIDA
2) Homem, 26 anos, com massa cervical direita há 4 meses, de crescimento lento e indolor. Sem
outras queixas. Exame: oroscopia e otoscopia sem alterações, massa cervical endurecida, móvel,
indolor, em nível II direito, 4 cm.
➔ Principal hipótese: congênita
➔ Conduta: encaminhar com calma para o especialista, com pedido de videolaringoscopia e
exame de imagem US
● Indicar biópsia? → PAAF é permitido, biópsia aberta NUNCA!
➔ Diagnóstico provável: cisto branquial
➔ Conduta final: cirurgia de ressecção completa
3) Menino, 6 anos, massa cervical direita desde 2 anos de idade, que cresce e aumenta de volume,
as vezes dolorosa. Mãe relata 6 episódios de IVAS no último ano, no mínimo, com necessidade de
ATB. No momento assintomático. Exame: oroscopia com amígdalas hipertrofiadas, simétricas e
sem placas, massas fibroelásticas, móveis, indolores, em nível II direito (3 cm), nível II esquerdo (2,5
cm) e nível V bilateral (menores que 1 cm).
➔ Principal hipótese: inflamatório
➔ Conduta: nenhum pedido complementar necessário
● Indicar biópsia? —> nesse caso, não é necessário, mas PAAF é permitido
➔ Diagnóstico provável: linfonodo reacional
➔ Conduta final: orientar os pais, observar e retorno em 2 a 4 semanas ou surgimento de
novos sintomas.
Urologia
Cálculos urinários
Introdução
FISIOPATOLOGIA
1) Supersaturação
2) Nucleação →
formação de c ristais (não é cálculo!)
● Oxalato de cálcio
● Ácido úrico
3) Crescimento + agregação d
e cristais → formação do cálculo
São diversos os fatores de
risco para cálculo de
TIPOS DE CÁLCULOS: oxalato de cálcio, mas o
mais comum é a
hipercalciúria idiopática
CÁLCULOS Detalhes Fatores predisponentes
Para a ocorrência de um
cálculo de estruvita, o
Sais de cálcio Mais comum: Hipercalciúria idiopática indivíduo precisa ser ao
(mais frequente) oxalato de cálcio (sem hipercalcemia) menos colonizado pelas
bactérias produtoras de
urease, responsáveis pela
Estruvita Potencial de atingir as - ITU → Proteus e Kleibsiella alcalinização da urina
(fosfato de amônio maiores dimensões → cálculo (produtoras de u rease) - Ao exame urinário:
hematúria, piúria, pH
magnesiano) coraliforme (ocupou a pelve - Urina alcalina alcalino, urocultura +
renal)
Para prevenir os cálculos, é
Ácido úrico Se puro: não é visualizado ao - Hiperuricosúria preciso atacar os fatores
predisponentes!
Rx (radiotransparente) - Urina mais ácida
Diagnóstico
QUADRO CLÍNICO:
● Hematúria (não dismórfica)
● Cólica nefrética → dor que se inicia nos flancos (topografia renal), com irradiação Pode ser assintomático
para baixo (ligamentos inguinais, testículos ou grandes lábios)
○ Gerada pela lesão mecânica do cálculo sobre o epitélio das vias urinárias
● Nefrolitíase COMPLICADA → pior prognóstico, devido à redução do fluxo Para o controle de uma
urinário, secundário ao cálculo. Requer tratamento diferenciado infecção renal, o fluxo
○ Infecção associada → risco de s epse! urinário é necessário para
depurar as bactérias!
○ Anúria → risco de IRA pós-renal ( perda irreversível da função renal)
PROPEDÊUTICA:
TC sem contraste ( padrão-ouro) USG
TRATAMENTO AGUDO:
Primeiramente f azer a
1) Analgesia →
AINES + opióides (se a dor for muito intensa) analgesia, porque ele está
morrendo de dor!
2) A
conduta seguinte é orientada pelo tamanho do cálculo:
Para decidir a modalidade
a) Cálculo < 1 cm → pode ser expulso espontaneamente de intervenção, preciso
○ Terapia medicamentosa expulsiva → d ar uma ajudinha para r elaxar a saber o t amanho do
cálculo e o l ocal de
musculatura lisa do trato urinário impactação
■ 1a opção: a
lfa-bloqueadores (ex. t ansulosina)
■ 2 opção: bloqueadores de canais de cálcio (nifedipino)
a
TRATAMENTO CRÔNICO:
● Para todos: H
idratação > 2,5 L/dia → diluir a urina para evitar a supersaturação
● Para prosseguir na prevenção, d epende do tipo do cálculo:
○ Análise direta do cálculo
○ Urina de 24h para a investigação
Cálculo de estruvita
● Antibioticoterapia contra P
roteus e Klebsiella
● Se o paciente for refratário à atb → usar ácido acetohidroxâmico ( inibidor da
urease)
ETIOLOGIAS:
● Infecciosa:
○ Epididimite aguda
○ Orquite aguda
○ Orquiepididimite aguda
● Vascular:
○ Torção de cordão espermático
○ Torção de apêndices testiculares
● Hérnia inguinoescrotal encarcerada
DIAGNÓSTICO:
● Clínico:
○ Anamnese: tempo da dor, localização, presença de febre e de sintomas
do trato urinário baixo
○ Exame físico:
■ Sinal de Prehn → é feita a suspensão manual do escroto e
avalia-se a repercussão sobre a dor
● Manutenção/piora da dor → torção testicular
● Alívio da dor (prehn positivo) → orquiepididimite
■ Testar reflexo cremastérico → se negativo, pensar me torção
testicular
● Laboratorial:
○ Hemograma, urina rotina, urocultura → se suspeita infecciosa
● Exame de Imagem:
○ US Doppler → sempre realizar para descartar hipótese de torção
testicular
Processos inflamatórios
EPIDIDIMITE AGUDA
● Causa mais comum no adulto
● Etiologia viral, bacteriana ou idiopática
● Evolui em 24h para orquiepididimite
● Quadro clínico:
○ Dor de instalação gradual
○ Pode haver febre e sintomas de trato urinário baixo (sintomas
sistêmicos)
○ Eritema escrotal e hidrocele reativa
○ Sinal de Prehn positivo
ORQUITE AGUDA:
● Inflamação aguda do testículo isolada (raro)
● Orquite pós-parotidite → causa mais comum de orquite isolada, etiologia viral
○ Sintomas insidiosos, 7 dias após parotidite, unilateral (70%)
○ Autolimitada
● Complicações → atrofia testicular (50%), esterilidade (bilateral, 10%)
ORQUIEPIDIDIMITE AGUDA:
● Processo inflamatório mais comum do escroto (mais frequente do que a orquite
isolada)
● Evolução da epididimite
● Etiologia bacteriana
○ Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia → < 40 anos
○ Gram negativas → > 40 anos, uretra prostática
TRATAMENTO:
● Sintomáticos:
○ Gelo local
○ Suspensão escrotal
○ Analgésicos, AINEs
● ATB → c iprofloxacino por 10-14 dias
○ Iniciar empiricamente
○ Paciente deve melhorar da dor em 48 a 72h, se não, considerar outras
causas de escroto agudo → solicitar US escrotal e encaminhar para
urologista
● Melhora pode ser lenta (1 mês)
COMPLICAÇÕES:
● Abscesso escrotal
● Infarto testicular
● Infertilidade
TIPOS DE TORÇÃO:
● Extravaginal → torção em torno do cordão inguinal
○ Neonatos
○ 10% de todas as torções
● Intravaginal → t orção em torno da circulação dentro da túnica vaginal
○ Qualquer idade (pico na puberdade)
○ Ocorre por uma anomalia de fixação do testículo na porção inferior na
túnica vaginal
○ 88-90% dos casos
80% de viabilidade nas
QUADRO CLÍNICO: primeiras 5 horas
20% de viabilidade após
● Reflexo cremastérico negativo, testículo elevado e horizontalizado e testículo 10 horas
edemaciado
● Hidrocele, eritema A confirmação é feita com
US Doppler, mas ele não
● Dor testicular importante, aguda, pode estar associada a náusea e vômitos deve atrasar o tratamento
○ Pode haver dor difusa em andar inferior do abdome cirúrgico!
TRATAMENTO:
● Distorção manual → ⅔ das torções ocorrem de lateral para medial
○ Não exclui necessidade de intervenção cirúrgica
● Orquidopexia bilateral → mesmo se acometimento unilateral (defeito anatômico
é bilateral)
● Orquiectomia →
se comprometimento de vitalidade do testículo
CASO 3 – DIVERTICULITE
Caso
● João Vitor, 64 anos, professor de Direito da UFMG, queixa que ontem chegou em casa sem apetite e não
se alimentou. Durante a noite, apresentou calafrios e sudorese profusa. Ao acordar, apresentava dor em
flanco esquerdo de moderada intensidade, que durante o dia foi ficando mais intensa. À noite procurou o
pronto socorro. Há relato de quadro semelhante há algumas semanas, quando realizou TC de abdome;
● Exame geral: bom estado geral, corado, desidratado 2+/4+, febril (38,4ºC), taquipneico (24irpm), pulmões
limpos, pulso 88bpm, PA 100/70mmHg.
Tarefas
● Colha o restante da história do paciente (previsão 1 minuto);
● Complete o exame físico do paciente (previsão 1 minuto);
● Converse com o paciente sobre o diagnóstico mais provável.
● Indicar a propedêutica;
● Responder a dúvida do paciente.
Orientações para o ator
● História do paciente – o aluno deve colher a história clínica, perguntando detalhes do seu quadro
○ Como é a dor?
■ “doutor, minha dor é em cólica (em aperto), muito forte e melhorou só um pouco com o
buscopam oral. Da outra vez, a dor estava mais fraca”.
○ Está sentindo mais alguma coisa?
■ “doutor, tive alguns vômitos com resto de comida e estou muito fraco. Tive febre em casa,
mas estava sem termômetro”.
○ Alterações de urina/ fezes ou outros sintomas?
■ Diga que você só observou que a urina ficou mais escura e com cheiro forte.
○ Se o aluno perguntar pela tomografia diga: doutor, eu não trouxe o exame, mas me lembro que o
médico disse que eu tava com uns divertículos no intestino e me passou Clavulin para eu tomar
em casa. Eu fiquei bom com o antibiótico e acabei não voltando no retorno.
● Exame físico
○ Ele deve pedir para você se deitar e deverá examinar sua barriga;
○ Você deve dizer que acha que a barriga está mais inchada do que o usual;
○ Quando ele apertar a barriga logo debaixo das costelas esquerdas queixe de dor forte;
○ Quando ele apertar e soltar queixe que a dor é ainda mais intensa → sinal da descompressão
dolorosa
● Ele vai te explicar que provavelmente você deve estar com um novo quadro de diverticulite e inflamação do
intestino, mas que será necessário realizar exames para confirmar essa suspeita (sangue, urina e
tomografia de abdome);
● Por fim, pergunte a ele: “doutor, eu não vou precisar operar não, né?”. Espera-se que ele diga que ainda
não pode afirmar antes dos exames, mas que talvez só antibiótico e/ou uma drenagem guiada por
ultrassom possa resolver;
● Observe a clareza e empatia demonstrada por você! Opine!
Check-list
● Colheu restante da história. Por exemplo, perguntou características da dor, intensidade, evolução, outros
sintomas, o que melhora a dor (2,0);
● Fez o exame físico do abdome, avaliando local, tipo de dor, presença de irritação peritoneal, presença de
descompressão dolorosa (2,0);
● Suspeitou de novo episódio de diverticulite aguda, possivelmente mais grave e indicou exame
laboratorial (hemograma, PCR, exame de urina) e TC de abdome (2,0);
● Interessou em saber a dúvida do doente e respondeu que ainda não dá para dizer sobre o tratamento e
que após exame decidirá o que fazer (dependendo do resultado, poderia só drenar o abscesso) (2,0);
● Foi empático ao edificar a relação médico-paciente. Foi claro nas explicações dos diagnósticos, exames e
tratamento (considerar também a opinião do ator) (2,0).
CASO 8 – DIVERTICULITE
● Citar principal hipótese diagnóstica;
○ Lembre-se: o quadro geralmente acomete pacientes mais velhos; é de dor em fossa ilíaca
esquerda, com possível associação de vômitos, alteração do hábito intestinal e disúria. Ao exame
físico, complicações podem ser indicadas por descompressão brusca dolorosa (peritonite devido à
microperfuração) e massa palpável (abscesso)
● Falar quais exames devem ser solicitados → TC de abdome com contraste é o padrão-ouro para
diagnóstico de diverticulite (visualização de ar na região pericolônica e possível borramento da gordura
pericólica, sinalizando a inflamação). Permite a classificação de Hinchey para as complicações e é
determinante da conduta cirúrgica.
○ Lembre-se: enema opaco e colonoscopia são úteis para o diagnóstico da diverticulose, mas não
devem ser realizados na diverticulite aguda. Colonoscopia deverá ser programada 4-6 semanas
após a resolução da crise, para exclusão de malignidade.
● Identificar na TC abscesso de 8cm;
● Drenar abscesso → abscessos de mais de 4 cm precisam ser drenados; deve-se internar o paciente,
manter em jejum com hidratação venosa, fazer a drenagem do abscesso guiada por US e prescrever
antibioticoterapia endovenosa (ceftriaxona + metronidazol.)
Caso
● Às 22h, a enfermeira que avalia um paciente que foi submetido a cirurgia de hérnia inguinal e não
conseguiu urinar após 8h da cirurgia. Não estava com cateter vesical.
Tarefas
● Hipóteses diagnósticas
○ Desidratação → paciente operado no segundo horário que poderia estar desidratado, oligúrico e
com pequeno aporte hídrico;
○ Bexigoma → retenção urinária pela raquianestesia que leva a perda da motricidade e
sensibilidade;
● Propedêutica
○ Exame clínico – anamnese e exame físico - Como definir e diferenciar se era desidratação ou
bexigoma?
■ Avaliar as condições de hidratação: turgor da pele e hidratação de mucosas, PA e Fc,
tempo de perfusão capilar; verificar os registros de balanço hídrico
■ Buscar massa palpável e dolorosa na região suprapúbica. Se o paciente fosse obeso,
poderia fazer um US FAST.
● Conduta
○ Hidratação;
○ Bexigoma: analgesia, calor local, cateter vesical de alívio.
CASO 11 – CIRURGIA BARIÁTRICA
Cenário
● Você é cirurgião de aparelho digestivo atendendo em seu consultório.
Caso
● A Sra. Geralda, 40 anos, foi submetida a gastroplastia vertical em “Y de Roux” para tratamento de
obesidade mórbida há 1 ano. Após a cirurgia passaram a ocorrer quadros de sudorese, taquicardia e
sensação de desmaio aproximadamente 30 minutos após as refeições. Às vezes, o quadro desencadeia
diarreia.
Tarefas
● Faça o diagnóstico do quadro clínico pós-operatório → síndrome de dumping precoce
● Explique os motivos dos sinais e sintomas;
○ É uma complicação comum do bypass gástrico
○ Com a ausência do piloro, ocorre rápido esvaziamento gástrico e grande aporte de alimento para
o duodeno. Assim, ocorre distensão intestinal, favorecendo dor, náuseas e diarréia, e podem
ocorrer sintomas vasomotores como taquicardia e rubor, cerca de 15-30 minutos após a
alimentação.
● Orientar a paciente quanto ao tratamento.
○ O tratamento consiste de medidas comportamentais:
■ Reduzir a concentração de carboidratos
■ Fracionar a dieta
■ Evitar líquidos durante a alimentação
■ Deitar após as refeições (evitar a ação da gravidade para retardar o esvaziamento gástrico)
CASO 13 – PARACENTESE
● Exames necessários antes do procedimento e complicações -
○ Antes do procedimento, deve-se avaliar o coagulograma, pois o procedimento está contraindicado
em casos de CIVD e se houver evidências clínicas de fibrinólise. Alguns autores recomendam
transfusão de plaquetas se <20mil e plasma em caso de RNI >2.
○ Complicações são pouco comuns. Pode ocorrer hematoma ou hemorragia, perfuração intestinal ou
vesical e perda contínua de líquido ascítico pela ferida. Por esses motivos, quadro de distensão
vesical ou obstrução intestinal devem ser resolvidos antes de realizar uma paracentese. Além
disso, não se deve fazer a punção em sítios infectados, sobre hematomas, aranhas vasculares ou
cicatrizes cirúrgicas.
● Fazer a paracentese.
○ 1) Esclarecer o paciente sobre o procedimento
○ 2) Conferir se o paciente está com a bexiga vazia
○ 3) Solicitar e conferir se os materiais necessários estão disponíveis: degermantes para antissepsia do local,
xilocaína 1 ou 2% e seringa e agulha para infusão de anestésico local; gases; cateter venoso no 14; coletor de
paracentese de alívio
○ 4) Posicionar o paciente: decúbito dorsal, cabeça e tórax um pouco elevados (30o). Marcar local da punção
■ A inserção da agulha pode ser feita 2cm abaixo do umbigo na linha mediana (a linha alba é
desprovida de vasos sanguíneos) ou 2-4cm medial e superiormente às espinhas ilíacas
anterossuperiores
○ 5) Paramentação não estéril do médico: EPI. Antissepsia cirúrgica das mãos do médico, e calçar luva estéril e
antissepsia do paciente
○ 6) Colocar campos cirúrgicos
○ 7) Anestesia local por planos, com lidocaína 1% sem vasoconstritor. Alternar injeção de anestésico, avanço da
agulha e aspiração, até que o fluido peritoneal seja aspirado. Injetar nova quantidade de lidocaína (3mL a 5
ml) para assegurar anestesia do folheto peritoneal parietal (total de 5mL a 10 ml de lidocaína)
○ 9) Punção da cavidade com cateter venoso no 14, conectado à seringa. A técnica de inserção do cateter
deve ser angular ou "em Z", para impedir a sobreposição do sítio de perfuração peritoneal e da pele no
término do procedimento. Ao atingir a cavidade peritoneal (perda súbita de resistência e aspiração de líquido
pela seringa), avançar o cateter e retirar a agulha do conjunto
○ 13. Conectar seringa ao cateter e aspirar a amostra de líquido para análise
○ 14. Para esvaziamento total do líquido, conectar equipo ao cateter e depositar sua extremidade livre em um
frasco estéril com mensuração de volume para drenagem a um nível mais baixo que o paciente
○ 15. Ao término, retirar o cateter e ocluir o local da punção com curativo compressivo
Videoaula do New England Journal of Medicine