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Danilo Fujise

FRAGMENTO FILOSOFICO UNIDADE I

Belo Horizonte

Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional/UFMG

2024
Danilo Fujise

FRAGMENTO FILOSOFICO UNIDADE I

Trabalho realizado para a disciplina Filosofia e


Educacão Fisica

Belo Horizonte

Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional/UFMG

2024

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A unidade I da matéria Filosofia e Educação Física consistiu em 3 fontes de
informação: debates em sala de aula, os textos “Para que Filosofia?” da autora Marilena
Chauí e “Filosofia: o que é para que serve” de Pinzetta e Trombeta e finalmente, a
“Alegoria da Caverna”, de Platão.

Os 2 primeiros textos citados acima se propõem a explicar o que é a


filosofia, qual sua importância para os seres humanos (a despeito do papel secundário
que alguns atribuem a essa, em relação ao mundo que busca eficiência e resultados
através de números), relacionando-a com os dias atuais, sobre a questão da utilidade da
mesma e de uma forma bem filosófica, questionando as definições do que ser é ser útil
ou inútil.

Há também a apresentação de várias definições diferentes que são


propostas, com a explicação breve delas, os seus defeitos e o motivo delas não serem a
principal definição de filosofia. Esses pontos são importantes, em primeiro lugar para o
entendimento das coisas que a filosofia não trata (ou não é), para, através de eliminação,
chegar mais próximo de uma definição para ela.

Se fosse preciso resumir filosofia em uma única frase segundo todas essas
fontes, a primeira coisa que vêm à cabeça seria: é a ciência de fazer perguntas sobre
todas as coisas.

Para chegar a essa definição, passa-se por explicações de vários conceitos


como as evidências do cotidiano, crenças silenciosas que temos desde que nos
conhecemos por gente e que não nos damos conta.

A atitude filosófica seria não aceitar as coisas sem refletir ou questionar


sobre o assunto e em consequência chegarmos as perguntas “O que”, “Porque” e “como”.

Ao tentar responder essas perguntas, a filosofia precede a ciência, e se


entrelaça com ela. A ciência busca através de procedimentos e métodos, busca a relação
entre a teoria e o que acontece na prática, buscando a verdade, a filosofia precede essas
questões, buscando questionar o que é verdade. Segundo Pinzetta e Trombeta,
enquanto a filosofia busca a criação perguntas, a ciência busca as respostas.

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Ao estar sempre se questionando e questionar as coisas, a filosofia nos
impulsiona a buscar conhecimento, sobre as coisas e consequentemente a nós mesmos.
Paramos de reproduzir, tomar atitudes de forma automática porque isso foi naturalizado
por nossos pais ou avós, ou pelas pessoas a nossa volta e começamos a nos questionar
o porquê (ou se) isso é bom (para nós mesmos ou para as pessoas que nos cercam).

Essa situação se relaciona com a alegoria da caverna, de Platão. De forma


resumida, essa história conta sobre pessoas que nasceram dentro de uma caverna, sem
contato com o mundo externo e aprisionadas, com sua face e visão voltadas para a
parede. Nessas paredes, são projetadas sombras, de pessoas e objetos, que para
aquelas pessoas que nunca tiveram contato com o mundo externo, as sombras são tudo
o que elas conhecem.

Uma das pessoas é libertada dessa caverna e conhece o mundo externo,


de objetos, além das sombras. Após o choque inicial de perceber que o conhecia não era
o mundo, mas apenas uma representação dele, essa pessoa adquire conhecimento do
novo mundo e percebe a situação em que ele estava antes, e que as outras pessoas
ainda estavam. A partir daí ele poderia voltar a caverna e tentar libertar os outros,
correndo o risco de ser hostilizado por eles, ou simplesmente desfrutar a sua nova
realidade.

Esse mito ou alegoria pode muito bem ser utilizado para ilustrar o que
acontece nos dias de hoje. Na pressa de consumir o máximo de informações possíveis
que nos é apresentada, a grande maioria não se dá o trabalho de fazermos as perguntas
que a filosofia nos propõe.

Em sua grande maioria, impulsionado pelo tom apelativo a raiva ou a


emoção, pessoas não refletem sobre as mensagens, imagens ou vídeos que leem, veem
ou assistem e por impulso contribuem para espalhar informações falsas. Coisa que seria
evitada caso a filosofia você algo mais comum a todos e ao invés de simplesmente confiar
nas aparências, simplesmente parasse para questionar e pensar nas três perguntas
básicas da filosofia.

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Vendo pelo ponto que geralmente as pessoas que detém o poder político e
econômico, pode-se enxergar um possível motivo para a filosofia ser colocada em
segundo plano, em detrimento de outras disciplinas consideradas mais úteis, como
“Aprender a ler e escrever e fazer contas”, como dito pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ter uma massa de pessoas que são úteis, que não tem o hábito de
questionar coisas ou normas pré-estabelecidas, é algo muito desejado por aqueles que
detém os meios de produção, pois produzirão riquezas sem questionar, e dependendo
do quanto a pessoa está envolvida na sua caverna de Platão, agirá para defender a sua
realidade de sombras na parede. Isso é demonstrado de forma metafórica no filme Matrix,
(1999), em que as pessoas que estavam dentro de uma rede de simulação da realidade
se apegavam tanto a ela, que ao ver coisas que as faziam duvidar que aquela simulação
era a realidade, as faziam ser invadidas, se transformando nos agentes que tinham a
missão de defender aquele lugar.

Concluindo a reflexão, a filosofia seria a luz que vemos ao sair da caverna.


Ao termos os hábitos de nos questionarmos e questionarmos as coisas, de forma
metódica e criteriosa, podemos nos libertar das correntes, alcançar a saída e enxergar a
realidade além das sombras.

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