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E-BOOK

Análise comportamental
infantil Clínica
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Breve introdução sobre Análise do
Comportamento

Edward L. Thorndike (1874–1949) – a primeira


aplicação ampla do método experimental na
aprendizagem animal.

Lei do Efeito – Seleção do comportamento por


suas consequências.

Ivan Pavlov (1849-1936) – ao estudar digestão com


objetivo de compreender determinados processos
fisiológicos acabou descrevendo o
condicionamento respondente.

Condicionamento Pavloviano – Reflexo Inato e


Reflexo Aprendido
John B. Watson (1878-1958) – Ciência behaviorista:
objeto de estudo é o comportamento.

Experimento do Pequeno Albert (1920) – Objetivo:


verificar se o condicionamento pavloviano teria
utilidade para o estudo do comportamento emocional.

Skinner (1904-1990) – Behaviorismo Radical: Filosofia


da Análise do Comportamento (ciência).

Comportamento Operante

“Os homens agem sobre o mundo, modificam-no e por


sua vez são modificados pelas consequências de sua
ação” (SKINNER, 1994).
Comportamento Operante.

O comportamento que produz consequências que se


constituem em alterações no ambiente e cuja
probabilidade de ocorrência futura é afetada por tais
consequências.

Para compreender como aprendemos a falar, ler,


escrever, raciocinar, etc, até como aprendemos a ser
quem somos – como se constrói nosso repertório
comportamental geralmente denominado de
personalidade.

Condicionamento Operante – Aprendizagem:


Comportamentos que são aprendidos em função de
suas consequências, em função das modificações que
produzem no ambiente.
Análise do Comportamento:

As interações organismo-ambiente modelo


selecionista de causalidade.

Determinadas características comportamentais


são selecionadas ao longo do tempo de acordo
com sua adequação ao ambiente.

Temos um inter‑relação entre diversas causas (ou


da multideterminação) do comportamento
humano.
Filogenético: diz respeito à seleção de
comportamentos inatos ao longo da história
evolucionária da espécie.

Ontogenético: se refere à seleção de


comportamentos durante a história de vida de
um organismo, isto é, as consequências de um
determinado comportamento afetam a
probabilidade futura de sua ocorrência em uma
situação semelhante, selecionando
comportamentos com características específicas
dentro de uma ampla faixa de possibilidades.
Cultural: trata da seleção de práticas culturais ao
longo da história de uma cultura. Nesse contexto,
há reforçamento social das práticas que são
benéficas para a cultura, as quais se tornam parte
dela

S R

Uma resposta do organismo produz uma


alteração no ambiente, chamada de consequência

S–R C

J. sempre chora quando vamos ao shopping


porque ela quer comer lanche, aí pra não passar
vergonha, eu compro.

Eu tinha que ir no mercado, mas desisti porque


sempre que saímos ele faz birra, pra evitar o
estresse, eu nem vou.
Ela fez toda a lição da escola então eu deixei jogar
videogame por uma hora.

Em casa sempre que ele quer a minha atenção,


começa a gritar, aí eu preciso parar o que faço
para dar atenção.

Eu só olho e ele já sabe que se continuar a fazer


isso, vai apanhar. Então ele para na hora.

Eu parei de responder quando ela me chama


gritando, daí agora parou.

Ele começou a reclamar, dei dois gritos e já


acabou a choradeira

Ela ficou dormindo ao invés de fazer a lição de


casa então deixei de castigo, uma semana sem
celular.

Ele me encheu tanto o saco para usar o celular que


eu acabei deixando ele usar por uma horinha,
mesmo tendo dito que só pegaria na semana que
vem porque ele precisava estudar.
Análise Funcional: Consiste na identificação das
relações entre o indivíduo e o seu mundo, isto é,
na observação de um comportamento e na
compreensão de qual tipo de consequência ele
produz.

Ferramenta básica para a realização de análises


funcionais (moleculares).

O analista do comportamento busca identificar


contingências atuais e inferir sobre contingências
que operaram no passado a partir da observação
direta ou de relatos de comportamentos.

Na prática clínica: permite a elaboração de


hipóteses a respeito da aquisição e manutenção
de repertórios comportamentais, possibilita a
programação de intervenções visando ao
desenvolvimento de novos repertórios e é
fundamental para o planejamento da manutenção
e generalização para o ambiente natural das
mudanças alcançadas.
A partir dela, é possível:

a) descobrir a função do comportamento,

b) em que contingências se instalou e em quais se


manteve, bem como,

c)planejar a construção de novos padrões


comportamentais.

Análise Funcional molecular: Análise de contingências


pontuais (moleculares) importantes para a
compreensão de comportamentos específicos em
contextos específicos.

Tem como recurso a Tríplice Contingência (A: R → C).


Podem ser acrescentados:

efeitos (emocionais e/ou de frequência da


resposta),

e o processo comportamental envolvido na


contingência analisada (reforçamento positivo,
reforçamento negativo, punição positiva, punição
negativa ou extinção)

Reforçamento positivo geram reações emocionais


de bem-estar, como alegria, prazer, felicidade,
confiança e orgulho.

Reforçamento negativo costumam produzir


como efeito a sensação de alívio.

Punição positiva geram reações emocionais


desagradáveis, como medo, ansiedade, pavor,
vergonha e culpa.
Punição negativa (cancelamento de reforçadores),
produz sentimentos de frustração, decepção e
desapontamento.

Destaca-se, portanto, nesse contexto, que


sentimentos são subprodutos das contingências e
não causas do comportamento.

Provavelmente esse comportamento (birra) irá


aumentar ou diminuir?

Análise Funcional molar: Tomando como base as


análises moleculares, é preciso buscar análises mais
amplas a partir de informações coletadas ao longo do
tempo.

Com o objetivo de obter maior compreensão sobre


um caso.
A proposta da análise molar é integrar os repertórios
atuais e suas variáveis mantenedoras aos aspectos
históricos que provavelmente contribuíram para a
instalação/aquisição dos padrões comportamentais
do cliente.

Os aspectos a serem contemplados para a composição


das análises molares são: padrões comportamentais,
comportamentos que caracterizam o padrão, história
de aquisição, contextos atuais mantenedores,
consequências que fortalecem o padrão (quando é
funcional) e consequências que enfraquecem o padrão
(quando não é funcional).

1º Passo: Identificar padrões comportamentais: um


padrão comportamental pode ser caracterizado por
comportamentos ou características que ocorrem em
diferentes contextos e apresentam a mesma função,
ou seja, produzem consequências semelhantes.

2º Passo: Identificar histórico de aquisição: Explorar


situações passadas que podem ter contribuído para a
construção de determinados padrões.
3º Passo: Identificar contextos atuais mantenedores:
além dos aspectos históricos, faz-se necessário
investigar possíveis contextos atuais mantenedores,
que seriam condições em que o cliente está inserido
atualmente e que favorecem a manutenção do
padrão.

4º Passo: Consequências que fortalecem o padrão um


importante elemento para a composição de análises
molares é a análise motivacional, a qual consiste na
identificação de consequências que reforçam o
padrão (benéficas/reforços em curto, médio e longo
prazo) e consequências que enfraquecem o padrão
(perdas/desvantagens/estimulação
aversiva/punidores em curto, médio e longo prazo).

A análise funcional acompanhará todo o nosso


processo e fará parte da Formulação de Caso
Uma organização das informações obtidas
relacionadas às queixas do cliente, identificando
variáveis e contingências de controle responsáveis
pela etiologia e manutenção do comportamento
“disfuncional”.

A formulação comportamental possibilita um plano


de tratamento mais eficaz e fortalece a aliança
terapêutica e a adesão ao tratamento
Esse tipo de análise permite tentativas de prever e
controlar o comportamento, público ou privado, de
modo que possam ser planejados novos padrões
comportamentais, mais adaptativos.

O comportamento sempre terá uma função. Por mais


inadequado ou socialmente reprovado que seja, ele
ainda:

Tem uma função no repertório do sujeito,


E foi selecionado por suas consequências.

Então é nosso papel investigar e compreender em


que contingências o comportamento se instalou e se
mantém
Na TACI:
1.Identificação do paciente
Dados

2.Desenvolvimento
História de vida/familiar/acadêmica/etc.

3.Rotina
4.História de mudanças
5.Identificação Metas terapêuticas
Queixas/ Demandas/ Metas
6.Análise Funcional
7.Intervenção e procedimentos
8.Resultados

Por que a criança precisa de terapia

Altas exigências de diversos âmbitos + Falta de


repertórios comportamentais amplos ou bem
estabelecidos = comportamentos
perturbadores/inadequados.
Comportamentos que repercutem negativamente nas
interações interpessoais da criança, tanto para ela
diretamente como para outros indivíduos.

Produzir: consequências aversivas, emoções


indesejáveis, conflitos, etc.

O terapeuta busca identificar os padrões no


comportamento da criança – nas interações entre
organismo (criança) e seu ambiente (seja biológico,
físico ou social).

Segundo Bijou (1995), o desenvolvimento pode ser


compreendido na Análise do Comportamento como
um conjunto de mudanças progressivas na interação
entre o comportamento do indivíduo e o seu
ambiente, durante toda a vida.

O ser humano está em processo de constante


desenvolvimento.
Interesse especial na infância.

Porque a criança geralmente tem pouco controle


direto sobre as contingências que mantêm seus
comportamentos e que mudanças comportamentais
ocorrem em ritmo veloz na infância.

O processo terapêutico infantil vai envolver:

Múltiplos informantes no processo de avaliação


comportamental;

Trabalho com medidas repetidas do comportamento


em diferentes contextos;

Sessões em conjunto – que devem ser planejadas pelo


terapeuta para evitar que os cuidadores apresentem
relatos verbais sobre o comportamento perturbador
da criança na presença dela;

Uso de diversificados recursos


O primeiro contato.
Não temos uma separação entre a fase de avaliação e
de intervenção.

A primeira fase do trabalho clínico com criança


consiste em uma entrevista com os pais e/ou outros
familiares.

Uma ou mais sessões (duas/três).

Pais e/ou responsáveis.

Não conta com a presença da criança.

Motivos pelos quais os adultos procuram um


profissional;

Estabelecer contrato terapêutico;

Avaliar se o trabalho terapêutico é necessário


O objetivo do primeiro contato é coletar dados sobre
a criança.

O motivo para a busca pela terapia; os tratamentos


anteriores e em andamento para a solução do
problema; os hábitos da criança; diversos dados
gerais sobre sua história de vida, incluindo saúde,
relações familiares, vida escolar, sono, alimentação e
relações com outras crianças. Procura‑se, ainda,
obter os primeiros dados que comporão a análise
sobre as queixas
Desde quando o problema é apresentado; em quais
contextos o comportamento indesejado socialmente
ou pelos pais costuma aparecer; com quais pessoas o
problema se mostra mais ou menos intenso; quais são
as condutas habituais das pessoas para tentar lidar
com a situação, entre outras perguntas.

Conhecendo algumas informações relevantes sobre a


criança nos permite planejar as primeiras sessões.
Além da coleta:

Fazer contato com os pais a apresentação sobre a


forma de trabalho, o que inclui contar a eles sobre o
que acontecerá nas sessões.

Apresentar elementos básicos sobre a clínica


analítico-comportamental.

Alinhar as expectativas.

Preparar para a primeira sessão com a criança

Entrevista inicial – Objetivos da entrevista:

1. levantamento de dados com descrição dos


comportamentos‑queixa;

2. levantamento de hipóteses, sobre as variáveis que


podem estar favorecendo a ocorrência dos
comportamentos‑alvo;

3. levantamento das hipóteses mais prováveis sobre


as variáveis que podem estar dificultando a
ocorrência dos comportamentos‑queixa;
4. apresentação da proposta de trabalho, mostrando,
através da análise do comportamento, como os
comportamentos podem ser aprendidos e como
ocorre a interação do organismo com o ambiente;

5. orientação inicial de situações simples selecionadas


para agilizar o processo de mudança e dar início a
exercícios de observação do comportamento do filho
em casa;

6. fechamento do contrato terapêutico.

Primeiras sessões com a criança – Objetivos.

Estabelecer uma boa relação composta por interações


gratificantes como um dos principais objetivos.

A iniciativa do trabalho terapêutico geralmente vem


dos adultos
1. formar vínculo com o clínico;

2. compreender o que é terapia;

3. compreender a importância de se trabalhar o grupo


familiar e que cada um pode mudar um pouco;

4. identificar alguns comportamentos que queira


mudar;

5. compreender o sigilo;

6. fazer combinados através do contrato terapêutico

O clínico deve ter com a construção de um bom


vínculo com a criança, uma vez que, a princípio, o
interesse pelo trabalho não advém dela

Equilíbrio entre: Criar ambiente agradável/ criar


regras/ observar comportamentos para formulação
das primeira hipóteses funcionais.
Na primeira sessão com a criança, sugere‑se que o
profissional possibilite interações leves, buscando
informações sobre os seus gostos, alguns hábitos e
assuntos de seu interesse.

Fases da entrevista inicial com a criança:

a) Nos primeiros 15 minutos, falar com a criança


sobre os objetivos da terapia. Descrever a forma de
trabalho, mostrando que a família deve participar
porque cada um pode mudar um pouco os seus
comportamentos

É importante mostrar para a criança que ela terá


espaço para se colocar em relação aos
comportamentos dos irmãos que a desagradam e
também dos pais. Isso dilui sua queixa e também
favorece o envolvimento com o trabalho
b) Escolher uma atividade lúdica com a criança, como
desenho livre ou em quadrinhos.

Promover uma interação muito agradável enquanto a


criança desenha. Observar os comportamentos da
criança durante as atividades. A formação de vínculo
com o terapeuta é fundamental.

c) Conversar sobre o desenho e seus personagens.

d) Nos 10 minutos finais, fazer um jogo para observar


“o ganhar e o perder” e outros comportamentos da
criança durante a atividade.

O objetivo é criar situações muito agradáveis na


relação terapêutica.
Atendimento Infantil Brincar

Mas funciona mesmo?

Brincar/lúdico como principal ferramenta da terapia


infantil.

Coletar informações, treinar habilidades, formar


vínculo, intervir em comportamentos-problemas,
oferecer modelos

Ao se propor uma intervenção comportamental


infantil, é fundamental que se estruture uma
avaliação funcional.

Fazer um levantamento de comportamentos que


serão alvos da intervenção,

Elaborar hipóteses sobre as variáveis que evocam ou


eliciam determinadas respostas e sobre as
consequências que as mantêm.
a) identificar déficits, excessos comportamentais
e/ou variabilidade comportamental;

b) identificar controle de estímulos deficitários;

c) detectar sensibilidade a diferentes consequências;

d) levantar aspectos relevantes da história de vida


pregressa;

e) identificar e caracterizar o controle por regras


pré‑estabelecido;

f ) identificar estímulos reforçadores ou aversivos


condicionados, e

g) identificar condições de estimulação e


aprendizagem propiciadas pelo ambiente em que a
criança está inserida.
Utilizar estratégias e ferramentas lúdicas para
alcançar essas metas.

As brincadeiras são parte do repertório social das


crianças e também uma oportunidade de exercitar tal
repertório.

Ampliando e sofisticando a competência, as


capacidades e as habilidades sociais.

Aprender através do brincar

Como identificar esses aspectos?


Déficits e excessos comportamentais.

Criar situações no consultório que propiciem a


ocorrência de comportamentos relevantes.
Atividades lúdicas.

Esse tipo de atividade é bastante útil, pois permite ao


clínico ter acesso a dados que seriam de difícil
obtenção através de relato verbal, seja porque a
criança não dispõe de repertório verbal para
fornece‑los, seja porque se esquiva de faze‑lo
Jogos e brincadeiras que envolvam cooperação,
competição ou organização.
Repertório
Frustração
Variação Comportamental

Simulações de situações cotidianas nas quais os


comportamentos inadequados ocorrem.

Dramatização/ Elaboração de história/ Fantasia.

Identificar e intervir.

Sensibilidade a diferentes consequências.

É fundamental que profissionais e familiares que


convivem com a criança possam:

1. consequência por reforço positivo determinados


comportamentos cuja frequência se deseja aumentar
e

2. não faze‑lo em relação aos comportamentos que se


pretende eliminar ou ter sua frequência reduzida
Investigar o valor funcional de diferentes
consequências.

Escolha/solicitação verbal da criança pelo brinquedo.

Verificar o aumento da frequência da resposta diante


de um determinado estímulo (brinquedo/atividade).

É importante lembrar das operações motivadoras!

Privação ou saci ação.

Levantamento de aspectos relevantes da história de


vida e de condições atuais.

Às vezes a interação verbal (conversa) pode ser


aversiva.

Nesses casos pode-se utilizar de fantasias, sonhos,


histórias e fantoches.

Utilizar dessas estratégias para evocar situações


reveladoras sobre a história passada ou sobre o
momento atual da criança
Identificação e caracterização do controle por regras
pré‑estabelecido.
Grande parte das queixas diz respeito ao não
seguimento de instruções.

Quais podem ser as origens:

a) as regras passadas às crianças não condiziam com


as consequências apresentadas em sua vida;

b) as regras esperadas socialmente não foram


ensinadas;

c) ocorreu dificuldade de discriminação em função de


ambiente caótico.

Em todos esses casos, podemos avaliar esse


repertório da criança de duas formas:

Criar situações de interação com regras específicas


bem definidas e observar como a criança se
comporta;
Exposição a diferentes histórias infantis,
dramatizações ou desenhos, questionar a criança
sobre partes específicas dessas atividades, escolhidas
especialmente por apresentarem um conteúdo
polêmico (p. ex., criança desobedecendo à professora).

Ao final, vale lembrar que a intervenção não consiste


apenas em técnicas – sendo de grande valia outras
estratégicas menos sistematizadas.

Os recursos lúdicos não ajudam apenas na avaliação,


mas possuem um papel importante na motivação das
crianças. Sendo que a própria atividade lúdica pode
ser o estímulo reforçador.
Repetindo a pergunta: O brincar funciona mesmo?

Jogos de cartas, ex. UNO


Família terapêutica
Animais como podemos usar
Jogos de regras na terapia???
Blocos de madeira
Lego

Brincar

A maioria das definições a espontaneidade e o prazer


do ato.

Brincar, por meio de jogos ou brincadeiras,


estruturados ou não, é a atividade mais comum da
criança e é crucial para o seu desenvolvimento, além
de ser uma forma de comunicação.
O jogo intensifica os contatos da criança com o
mundo, fornece a oportunidade de fazer e manter
amizades e ajuda a criança a desenvolver uma
autoimagem adequada.

O faz‑de‑conta da criança pequena a ajuda a


desenvolver fundamentos básicos de socialização

As ações da criança, em contexto de brincadeira,


muitas vezes expressam sentimentos, desejos e
valores que ela não consegue, ainda, expressar por
meio de relatos verbais, devido às limitações próprias
de seu estágio de desenvolvimento em linguagem

Então, sim! Funciona mesmo!

O brincar como estratégia da terapia infantil não é


“só brincar”.

O brincar em terapia pode ser compreendido como


um conjunto de procedimentos que utilizam
atividades lúdicas (jogo ou brinquedo) como
mediadoras da interação clínico‑cliente.
Classificação do brincar em terapia analítico-
comportamental (Del Prette):

Brincar;
Fantasiar;
Fazer exercícios;
Conversar Decorrente;
Conversar Paralelo;
Conversar sobre o brincar;
Conversar Outros.
Brincar:

Episódios verbais de interação lúdica, com conteúdo


restrito às falas próprias do brinquedo, brincadeira
ou jogo.

As falas incluídas nessa categoria podem se referir à


leitura do jogo, à execução da atividade definida pelo
jogo, aos comentários sobre o andamento da
brincadeira, à preparação dos objetos e às peças da
brincadeira.

Interações lúdicas com jogos estruturados ou com


brincadeiras não estruturadas.
Fantasiar:

Imaginar: ver na ausência da coisa vista

Episódios verbais de interação lúdica, com conteúdo


de fantasia.
Entende‑se por fantasia as ações ou verbalizações que
extrapolam os limites físicos do brinquedo,
brincadeira ou jogo por meio de representação de
papéis, imaginação, simulação, faz‑de‑conta, etc.

As falas incluídas nessa categoria podem se referir a:


animismo a objetos, elaboração de histórias,
incorporação de personagens, desempenho de papéis,
etc.

Quando o terapeuta pede que o paciente imagine


uma história a partir de uma tema dado.

Formato de conversa, quando aquilo que é relatado


pela criança transcende os limites da realidade.
A fantasia permite ao terapeuta acesso a temas
aversivos que a criança teria mais dificuldade de
relatar.

Seria uma maneira de se obter um distanciamento


em relação ao tema.

A criança não está falando sobre si, mas sobre um


personagem

Fazer exercícios (Fazer tarefa terapêutica):


Associado a procedimentos estruturados em torno de
objetivos específicos.
Episódios verbais de interação em que a criança
realiza exercícios em sessão junto com o terapeuta ou
sob a supervisão deste.
A diferença entre o “exercício” e o “brincar” consiste
no primeiro se referir a atividades, normalmente
programadas pelo terapeuta, para serem feitas
durante a sessão.
A própria criança diferencia o exercício do brincar,
exemplificado quando, não raro, ela questiona com
frases como “depois que terminarmos aqui, podemos
ir brincar?”
Conversar Decorrente:
Episódios verbais (sobre eventos dentro ou fora da
sessão, ou abstratos/conceituais) com tema associado
a alguma variável do brinquedo, brincadeira, jogo ou
atividade em curso.

É possível que o terapeuta e a criança continuem


brincando enquanto conversam, ou que o brincar/
fazer atividade seja interrompido por alguns
instantes. Quando o brincar/fazer atividade é
interrompido, pode‑se retornar a este depois da
conversa, ou não.

As falas incluídas nessa categoria referem‑se a


associações entre, por exemplo, brincar de escolinha
e conversar sobre a professora ou o desempenho
escolar da criança; brincar com “família de bonecos” e
comportamentos dos familiares em relação à criança;
brincar com um jogo qualquer e questionar com qual
coleguinha a criança joga esse jogo
O conversar decorrente pode adquirir propriedades
reforçadoras da atividade, tornando mais provável o
engajamento da criança na conversa com o
terapeuta.

Ou seja, assuntos mais difíceis podem ser mais


conversáveis depois da criança representa-los na
atividade

Conversar Paralelo:

Episódios de interação em que o brincar/fazer


atividades está apenas temporalmente relacionado ao
conversar, mas os temas são diferentes e, portanto,
independentes.

O brincar/ fazer atividades é ação (geralmente


motora) que ocorre paralelamente a uma interação
verbal sobre diferentes temas não pertinentes a tais
ações.

As falas incluídas nessa categoria se referem, por


exemplo, a conversar sobre a escola enquanto se
brinca de modelar argila
Conversar sobre Brincar:

Episódios verbais de interação não lúdica com


conteúdo referente a brinquedo, brincadeira ou jogo.

As falas incluídas nessa categoria podem se referir a:


comentários sobre brincadeira já encerrada;
planejamento de brincadeiras posteriores;
comentários sobre os brinquedos da sala; relatos
sobre brincadeiras do cotidiano da criança.

Conversar Outros:

Episódios verbais de interação não lúdica com ações


ou verbalizações referentes a quaisquer temas,
exceto brinquedo, brincadeira ou jogo.

As falas incluídas nessa categoria se referem, por


exemplo, a: apresentar‑se, fornecer informações
sobre a terapia, dialogar sobre o que a criança está
aprendendo na escola ou sobre a rotina da semana,
etc.
A organização dos diferentes usos do brincar, nas
categorias apresentadas, demonstra ao clínico a
possibilidade de realizar diversas escolhas baseadas
não apenas em quais brinquedos encontram‑se
disponíveis na sala, mas no que ele pode fazer com
cada um.

Referências.

BORGES N. B. et al. Clínica analítico-comportamental


[recurso eletrônico]: aspectos teóricos e práticos.
Porto Alegre : Artmed, 2012

É como adestrar cachorro!”

A Análise do Comportamento (AC) é uma ciência


baseada em evidências.

Aspecto filosófico, experimental e aplicado;

Utilizado na clínica: abordagem analítico-


comportamental.
Muitas vezes o olhar objetivo ao comportamento é
confundido com “reducionismo” da pessoa.

Mas a Análise do Comportamento leva em


consideração diversos aspectos de cada indivíduo que
passa em intervenção.

As terapias comportamentais estão em constante


evolução e validação.

O que contraria a ideia de que a Análise do


Comportamento “parou no tempo”.

Outro aspecto usualmente ressaltado como


justificativa contra a AC é que ele “ignora/descarta” as
emoções/sentimentos.

O que também não está correto.

O que muda é a interpretação e a causalidade dada à


esse conceito.
Assim como toda área de estudo na Psicologia, a AC
exige dedicação, estudo e identificação para ajudar na
compreensão e aplicação de seus conceitos.

Mas a sugestão que fica é: antes de aceitar essas


concepções de senso comum, buscar informações
mais concretas acerca da Análise do Comportamento!

Interação organismo e ambiente.


Família.

A intervenção em conjunto com a família e/ou


cuidadores, uma vez que eles são parte fundamento
do ambiente em que à criança está inserida.

O papel da família no processo terapêutico.


Coleta de dados
Avaliação funcional
Intervenção
Orientação parental
Generalização
É importante que a família esteja alinhada ao/ciente
do processo terapêutico.

Trabalho em conjunto.

Taís C. Bento

Psicóloga – CRP: 06/138695

Mestre em Saúde Coletiva

Professora de Psicologia

@Psicologataisbento Obrigada!
E-book oferecido pelo
Centro Educacional Sete de Setembro
em parceria com o Professor Taís C. Bento para
o curso de "A CLÍNICA ANALÍTICO
COMPORTAMENTAL INFANTIL".

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